Programa - Sessão de Poster - Avaliação de sistemas, políticas, programas e serviços de saúde
ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA OBESIDADE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Oliveira, A. C. R. D.1, Silva, A. C. F. D.1, ´Júnior, P. C. P. D. C.2
1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro
Considerados relevantes problemas de saúde pública, a obesidade e as doenças crônicas não transmissíveis são as principais causas de morte e incapacidade na atualidade, ocupando a centralidade das discussões científicas. Para o enfrentamento desses agravos são necessárias políticas públicas (PP). Foi analisado o nível de implementação das PP do Estado do Rio de Janeiro para prevenir e controlar a obesidade através do protocolo INFORMAS/Food-EPI. O protocolo é composto por um componente relacionado às políticas e outro relacionado à institucionalidade, subdivididos em sete e seis domínios respectivamente. O processo de avaliação ocorreu em seis etapas: (1) adaptação da ferramenta para âmbito local; (2) revisão abrangente de ações e PP relacionadas ao tema; (3) validação com especialistas; (4) comparação de ações locais com as melhores práticas internacionais e avaliação de seu nível de implementação; (5) proposição de um conjunto de ações para melhoria das PP atuais e (6) priorização das proposições considerando sua importância e factibilidade. Os resultados demonstram que os domínios que mais se destacaram com ações associadas foram provisão de alimentos (20,5%), monitoramento e avaliação (13,6%), composição de alimentos (10,2%) e preço dos alimentos (10,2%). Já os domínios recursos e financiamento, plataformas de interação e saúde em todas as políticas representaram de 1% a 7% das ações desenvolvidas. A avaliação da implementação das políticas poderá ajudar no aprimoramento e no planejamento de políticas e ações além da proposição de propostas de melhoria dos ambientes alimentares no RJ para avançar no enfrentamento da obesidade.
ANÁLISE DA PROPORÇÃO DE GARBAGE CODE COMO CAUSA BÁSICA DO ÓBITO NO DISTRITO FEDERAL,2022.
Pôster
SANTOS, JLC1, ALMEIDA, ABJ1, FRAGOSO, BMMA1, ARAGÃO,FN1, FERREIRA, LD.1, SILVA, LSS1, BRANT, J1
1 UNB
Objetivos: Analisar a proporção de causas básicas registradas como Garbage Code antes e depois da investigação no Distrito Federal em 2022.Métodos: Trata-se de estudo descritivo, a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) no ano de 2022 no Distrito Federal, mediante DATASUS, posteriormente foi utilizado o software Power BI para tratamento e análise dos dados. As variáveis analisadas foram: causa básica original, causa básica final e óbito investigado. Foi utilizado como critério de inclusão: óbitos residentes no Distrito Federal no ano de 2022; e de exclusão: óbitos fetais e menores de 1 ano. Resultados: Foram notificados um total de 16.701 óbitos no Distrito Federal. Dentre esses, 42% (n= 5.647) foram investigados e destes, 73% (n=4.195) apresentavam algum CID considerado como Garbage Code na causa básica original antes da investigação e 37% (n=2.443) continuaram com código garbage depois da investigação, representando uma redução de 42% (n=1.752) para causas de óbito mais específicas. Em média, cada unidade de saúde registra 42% dos óbitos com Garbage Code, refletindo a proporção da qualidade dos dados e da investigação de óbitos no Distrito Federal. Conclusões: O presente estudo destaca a importância da investigação de óbitos para melhor qualificar as causas básicas para causas mais específicas, tendo como estratégias de treinamento dos profissionais médicos para preencher as Declarações de Óbito de forma mais qualificada, a fim de subsidiar tomadas de decisões de políticas de prevenção e tratamento de doenças e agravos.
ANÁLISE DOS REGISTROS ADMINISTRATIVOS DO IBGE RELATIVOS À IMPLEMENTAÇÃO DA PNSIPN
Pôster
Felicio, J. C. S.1, Cunha, A. P.2, Santos, M. P. A.3, Cruz, M. M.2
1 UERJ
2 ENSP/FIOCRUZ
3 UFRJ
Métodos: Estudo descritivo-exploratório, de abordagem quantitativa, com dados secundários do IBGE - ESTADIC e MUNIC de 2021. Os dados extraídos relacionavam-se à existência de ações da PNSIPN previstas nos planos de saúde estaduais e municipais, bem como, a existência de tópicos sobre a saúde da população negra e combate ao racismo nos cursos e processos de formação na área da saúde brasileiros. Os dados extraídos foram tabulados e tratados com estatísticas descritivas. Os mapas ilustram a distribuição das ações da PNSIPN pelos territórios e regiões do país.
Resultados: Os registros datam de 2021. Dos 27 estados, 85,2% (n=23) informou que tem as ações da PNSIPN previstas nos planos. Nos municípios essa porcentagem decaiu para 32% (n=1781). Na esfera municipal, apenas 31% (n=1725) declaram inserir os tópicos de saúde da população negra e combate ao racismo nos cursos e processos de formação do pessoal ocupado na área, enquanto na esfera estadual esse valor é de 66,7% (n=18). No que tange à uma possuir uma instância específica para conduzir, coordenar e monitorar as ações da PNSIPN à nível municipal, 93,3% (n=5196) municípios relatam não possuir essa instância específica.
Conclusões: Pelos registros administrativos disponíveis nas bases do IBGE constata-se que não há efetivação da implementação das ações da PNSIPN no Brasil.
ATITUDES PARA O AUTOCUIDADO EM DIABETES MELLITUS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
Silva, J.1, Cortez, D.N.1, Torres, H.C.2, Reis, I.A.2, Baldoni, A.O.1
1 UFSJ
2 UFMG
Objetivo: Avaliar as atitudes das pessoas com risco para o desenvolvimento da doença do pé relacionada ao Diabetes Mellitus na Atenção Primária. Métodos: Estudo transversal, realizado com 1.178 pessoas com Diabetes Mellitus atendidas na Atenção Primária de um município mineiro de médio porte, de junho de 2022 a janeiro de 2023. A coleta de dados foi por meio de um questionário incluindo dados sociodemográficos e clínicos. Em seguida, aplicou-se a versão em português do Diabetes Attitudes Questionnaire-ATT-19, instrumento de medida de ajustamento psicológico e emocional ao DM, validado para a população brasileira. Foram utilizados teste qui-quadrado, modelos lineares generalizados e de regressão logística binária. Resultados: Constatou-se que 750 (63,7%) apresentaram escore no ATT-19 < 70 pontos, o que caracteriza atitudes negativas frente ao Diabetes Mellitus. Evidenciou-se maior frequência de atitudes negativas em pessoas do sexo feminino e com baixa escolaridade. Em contrapartida, possuir emprego, maior renda, Diabetes Mellitus tipo 2 e não apresentar dificuldade de cuidar dos pés apresentaram-se como atitudes positivas em relação à doença. No entanto, à exceção de ter Diabetes Mellitus tipo 2, todas essas associações deixaram de ser estatisticamente significativas após a inclusão das variáveis de confusão no modelo de regressão. Conclusão: Os resultados reforçam a necessidade de identificar os fatores que interferem na adoção de atitudes para o autocuidado e fornecem subsídios importantes para a realização de estratégias educativas direcionadas na Atenção Primária, que sejam capazes de modificar as atitudes das pessoas com diabetes.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Pé diabético; Atitude; Atenção Primária à Saúde.
AUTOCUIDADO NA PREVENÇÃO DA DOENÇA DO PÉ RELACIONADA AO DIABETES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
Silva, J.1, Baldoni, A.O.1, Torres, H.C.2, Reis, I.A.2, Corez, A.O.H1, Cortez, D.N.1
1 UFSJ
2 UFMG
Objetivo: Analisar a adesão às atividades de autocuidado com os pés de pessoas com diabetes na Atenção Primária. Métodos: Estudo transversal, realizado em Divinópolis, Minas Gerais, com 1.178 pessoas com Diabetes Mellitus atendidas na Atenção Primária. Foram eleitas variáveis socioeconômicas, dados clínicos e atividades de autocuidado com os pés, medidas pelo Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes, validado no Brasil. Considerou-se satisfatória a adesão às atividades de autocuidado com os pés quando a média de dias foi igual ou superior a cinco dias. A coleta de dados ocorreu de junho de 2022 a janeiro de 2023. Para análise, utilizaram-se Mann Whitney, Qui-quadrado de Pearson e modelo de regressão linear generalizado. O nível de significância estatística estabelecida foi de 5%. Resultados: Identificou-se baixa adesão ao autocuidado com os pés. Apenas 341 (29%) da amostra atingiram o escore ≥ 5. Constatou-se que a maior frequência dos participantes com pontuação < 4 pontos não tiveram os pés examinados por um profissional e não receberam orientações de como cuidar dos pés. Na análise multivariada, houve associação estatisticamente significativa entre escolaridade e relato de não ter dificuldade de cuidar dos pés com maior adesão ao autocuidado. Conclusão: Identificar os fatores relacionados à adesão das atividades de autocuidado com os pés é fundamental, para a adoção de estratégias e ações educativas pelos serviços de saúde, o que certamente refletirá em melhor cumprimento destas atividades e prevenção da doença do pé relacionada ao Diabetes Mellitus.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Pé diabético; Autocuidado; Atenção Primária à Saúde.
CARACTERÍSTICAS DE MORBIDADE HOSPITALAR EM UMA REFERÊNCIA PEDIÁTRICA DO CEARÁ
Pôster
NERY, H.B.1, SOUSA, L.W.S.2, FERNANDES, E.T.3, BEZERRA, R.L.3
1 Escola de Saúde Pública do Ceará
2 Instituto Aggeu Magalhães/FIOCRUZ
3 Hospital Infantil Abert Sabin
Este estudo teve como objetivo descrever as características da morbidade hospitalar em um hospital de referência pediátrica no Ceará. Para tanto, foi realizada uma busca retrospectiva dos dados de internação hospitalar no Hospital Infantil Albert Sabin no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2023. As variáveis de interesse selecionadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, caráter de atendimento, diagnóstico e lista de morbidades de acordo com os capítulos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e taxa de mortalidade no período, obtidos e processados pelo SIH-SUS e DATASUS. Os dados analisados são oriundos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS(SIH/SUS), sendo processados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Estes foram analisados através de cálculos de frequência e de média, para obtenção de análises estatísticas e possível descrição do perfil da morbidade hospitalar da referida unidade. Os resultados obtidos foram que o perfil sociodemográfico dos internados é do sexo masculino (57,4%), na faixa etária de 1 a 4 anos (26,7%) e de raça/cor parda (99,8%). Já em relação às características de atendimento temos 98,4% de caráter de urgência, com diagnóstico de doenças do aparelho digestivo (20,5%) e doenças do apêndice e pâncreas como morbidades mais comuns (13,1%). A média da taxa de mortalidade no período estudado foi de 2,84. Os resultados obtidos serão representados por meio de gráficos e tabelas. Dessa forma, estimamos que com o perfil proposto, a unidade possa ter subsídios para fomentar estratégias eficazes para a população alvo do estudo.
CÂNCER DE MAMA ENTRE MULHERES JOVENS COMO DESAFIO PARA O SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO: UMA
Pôster
BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 11, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2, BARROS PINHEIRO, A. .; SCHOLL LAUTER, D.; COUTINHO MEDEIROS, G. .; RIBEIRO CARDOZO, I. .; MATTOS MENEZES, L. .; MESSIAS BARRETO DE SOUZA, R. .; ABRAHÃO, K. .; CASADO, L.; BERGMANN, A.; SANTOS THULER, L. C. . Câncer de Mama em Mulheres Jovens: Análise de 13, 2
1 1. IDOMED Città
2
3 IDOMED Città
Objetivo: analisar a tendência temporal da carga do câncer de mama em mulheres jovens e comparar com mulheres com mais de 40 anos.
Métodos: Realizamos um estudo ecológico de tendência temporal no Brasil entre 1996 e 2019 a partir de dados do estudo GBD. Aplicamos o método de regressão segmentada (Joinpoint Regression) para taxas entre mulheres abaixo de 40 anos e acima de 40 anos. Para captar as diferenças entre o nível e a tendência da mortalidade e dos DALYs, calculamos a razão das taxas para os dois grupos, ano a ano.
Resultados: Em relação ao DALY, há um declínio médio anual de 0,7% (IC 95% -0,8 a -0,5, p-valor <0,01) para mulheres acima de 40 anos e um aumento de 1,0% ao ano (IC 95% 0,9 a 1,1, valor p <0,001) para mulheres até 40 anos. Para a mortalidade, o declínio entre as mulheres mais velhas é de 0,3% ao ano (IC 95% -0,4 a -0,2, valor p <0,001), e o aumento entre as mulheres jovens é de 0,8% ao ano (IC 95% 0,7 a 1,0, p -valor <0,001). Para o DALY, a relação média da taxa é de 5,2. Quanto à mortalidade, a relação média da taxa é de 8,1.Conclusão: nossa análise reforça a ideia de que a magnitude e a tendência da mortalidade por câncer de mama entre mulheres jovens é um problema de saúde que merece atenção dos tomadores de decisão em saúde, reivindicando estratégias de detecção precoce por regras de predição clínica para este grupo.
CONTROLE DA TUBERCULOSE NO BRASIL: ANÁLISE ATUAL E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO.
Pôster
Santos, A.R.C1, Silva, N.L.M1, Montarroyos, U. R2, Lima, M.C.S1
1 FCM - UPE
2 ICB - UPE
Este estudo visa analisar as metas preconizadas no Plano Nacional Pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública, observando seus marcos intermediários de 2015 a 2035, analisar as estimativas traçadas pelo mesmo para o ano de 2035, para prever se o país conseguirá atingi-las.É um estudo ecológico com abordagem descritiva com unidade de análise os casos e morte por tuberculose no Brasil, nos anos 1990 a 2022.obtidos através do site do Ministério da Saúde.Considerando a projeção da incidência, é esperado uma redução de 27,7% em 2030 e de 38,8% no ano de 2035.Os resultados observados em 2020 e projeção para 2030 e 2035 apresentam uma redução abaixo do estabelecido pelo plano nacional.Para o coeficiente de mortalidade,considerando o cenário atual desde 2015 o MS estimou uma queda de -2,84% por ano no número de incidência,estimou uma queda de -3,85% para a mortalidade considerou a projeção baseada no período de 1990 a 2022 apresentada nesse estudo, se assemelha ao projetado no cenário atual, que foi um coeficiente de mortalidade igual a 1,1 óbitos a cada 100.000 hab.É notório que as metas estabelecidas no plano e as estratégias precisam ser fortalecidas,considerando os resultados apresentados,caso não, será possível cumprir o que foi previsto para 2035.Sendo assim é necessária uma continuação do estudo para verificar os futuros marcos intermediários.Razões políticas podem estar atreladas no marco de 2015 a 2020 devido ao período de desmonte nas Políticas Públicas, em 2017,governo neoliberal de Michel Temer sucedido por Jair Bolsonaro com recursos mal distribuídos.A pandemia da COVID-19 está associada,em 2020 e 2021, por ser uma emergência global.
IMPACTO DA REDE CEGONHA NAS ICSAPS DO GRUPO 19 NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2001 A 2021
Pôster
Cardoso, G. I.1, Dutra, V. G.P.1
1 UFRJ - HESFA
Indicadores de saúde relacionados ao cuidado materno-infantil são considerados reflexos do desenvolvimento do Estado por incluírem desfechos desfavoráveis evitáveis. Na busca por uma melhoria desses indicadores foi criado pelo governo federal a Rede Cegonha; programa estruturado a partir dos cuidados da atenção primária. Pensando em um indicador de saúde capaz de refletir a qualidade do serviço ofertado pela atenção primária nessa linha de cuidado, escolheu-se as Internações por condições sensíveis relacionadas ao pré-natal e parto (ICSAPs19) como objeto de pesquisa. Este estudo teve por objetivo discutir o impacto da implantação da Rede Cegonha nas ICSAPs19 no município do Rio de Janeiro. Tratou-se de um estudo ecológico que utilizou como estratégia de análise Séries Temporais Interrompidas, correlacionando as taxas de ICSAPs19 com as intervenções ao longo de 20 anos; sendo as intervenções: Rede Cegonha, Políticas Nacionais da Atenção Básica (PNAB) de 2006 e de 2017. Como resultado, encontrou-se uma mudança relativa nas tendências da série com coeficientes de aumento para as três políticas analisadas, coeficiente de 1,8 para PNAB 2006; coeficiente de 4,3 para Rede Cegonha; e coeficiente de 2,7 para PNAB 2017; sendo a Rede Cegonha a de maior impacto numérico. Conforme esses resultados, foram colocados em discussão o papel da estruturação das redes de atenção e a necessidade de investimentos na expansão da atenção primária no município. Destaca-se a necessidade de estudos analíticos capazes de correlacionar a integração das redes de atenção à saúde com a capilarização de um cuidado materno-infantil que reflita melhores indicadores de saúde.
IMPACTO DA TELEMEDICINA NO SUS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Pôster
Cavalcante, C. C.1, Pontes, G. B. M.1, Araujo, A. S.1
1 UFPB
Objetivo: Avaliar a integração e aplicação da telemedicina no contexto do SUS no período da pandemia de Covid-19.
Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura na Biblioteca Virtual de Saúde, usando os descritores “Covid-19”, “telemedicina” e “SUS”, concatenados pelo operador booleano “AND”. Foram excluídos os artigos produzidos há mais de 5 anos. Foram incluídos os artigos em língua portuguesa e com texto completo disponível. Da busca realizada, resultaram 30 artigos, dos quais 7 foram excluídos por inadequação ao tema ou repetição e os demais foram analisados.
Resultados: A pandemia de Covid-19 acelerou a adoção da telemedicina no Sistema Único de Saúde (SUS) e demonstrou a eficácia e a necessidade de integrar permanentemente a telemedicina no SUS. As principais conclusões incluem: aumento da acessibilidade, redução da sobrecarga dos serviços presenciais, continuidade do cuidado, promovendo transformações significativas nos modelos de atendimento. Os estudos indicam que a telemedicina foi crucial para manter a continuidade do cuidado, especialmente em áreas como saúde mental, oncologia e atenção primária, durante períodos de distanciamento social e lockdown.
Conclusões: A experiência durante a pandemia sublinha a importância de fortalecer e expandir a infraestrutura de telemedicina no SUS, garantindo que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade, independentemente das circunstâncias. A incorporação dessas práticas pode ser uma solução duradoura para melhorar a eficiência e a acessibilidade do sistema de saúde brasileiro.
IMPLANTAÇÃO DA REDE CEGONHA: DESAFIOS PARA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA NA BAHIA
Pôster
Pereira, L. V.1, Santos, H. L. P. C.1, Anderle, R. V. R.1, Soares, C. L. M1
1 UFBA
Objetivo: analisar o impacto da implantação da Rede Cegonha na redução da mortalidade materna no período de 2008 a 2019 no estado da Bahia. Métodos: Estudo ecológico do tipo Séries Temporais Interrompidas. Foram utilizados os dados públicos disponibilizados pelo DATASUS dos 417 municípios do estado, calculando a Razão de Mortalidade Materna (RMM) entre os períodos de tempo para cada macrorregião de saúde. O tratamento dos dados foi realizado em duas etapas: a primeira constitui na análise descritiva da RMM e das características sociodemográficas dos óbitos maternos por macrorregião de saúde. A segunda etapa consistiu no tratamento estatístico a partir da aplicação de duas técnicas para avaliação da tendência da RMM realizada a partir de dois programas distintos: o software R e o software Joinpoint Regression Program. Resultados: Os resultados obtidos através da série histórica gerada pelo software R não se mostrou estatisticamente significante nas taxas de redução da mortalidade nos municípios do Estado da Bahia, enquanto que a análise joinpoint evidenciou tendência de redução da RMM no estado da Bahia, entretanto a maioria das macrorregiões tenderam a estabilidade da RMM durante o período analisado. Mesmo com tendência de redução através da análise joinpoint, permaneceu com altas taxas de mortalidade materna. Conclusão: A implantação da Rede Cegonha nos municípios baianos não foi suficiente para reduzir as taxas de mortalidade materna no estado. Essa avaliação pode ter influência da não implantação de todos componentes da Rede Cegonha conforme preconizado pelo Ministério de Saúde ou pelo limite apresentado na série temporal selecionada.
IMPLEMENTAÇÃO E IMPACTO DE PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO DE ANTIMICROBIANOS NA VETERINÁRIA
Pôster
Pinto, P.C.C.A.1, Matos, J.A.1, Andrade, C.1, Marinho, D.S.1, Medeiros, L.S.2
1 Fiocruz
2 UFF
Objetivos: Investigar a implementação de programas de gerenciamento de antimicrobianos em ambientes médicos veterinários de cães e gatos. Métodos: Revisão de escopo, de acordo com a diretriz Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) e do manual para revisões de escopo do Joanna Briggs Institute. A revisão foi orientada pelo mnemônico PCC (população, conceito e contexto). Foram pesquisadas as bases de dados Web of Science e Medline (via Pubmed). A literatura cinzenta foi pesquisada no Google Acadêmico. Foram elegíveis para inclusão estudos qualitativos, quantitativos e mistos, bem como editoriais, teses, dissertações e outras formas de literatura, abordando a implementação de programas de gerenciamento de antimicrobianos em ambientes veterinários para cães e gatos em todo o mundo. As estratégias de busca foram compostas por termos relacionados ao gerenciamento de antimicrobianos, medicina veterinária, resistência antimicrobiana e cães/gatos. Resultados: Dos 113 artigos encontrados nas bases de dados pesquisadas, apenas um foi considerado válido para inclusão. O estudo selecionado usou como base programas existentes na saúde humana e os 7 elementos de gestão antimicrobiana descritos pelo CDC, demonstrando sucesso na redução de prescrições e no impacto na resistência antimicrobiana. Conclusões: A escassez de trabalhos publicados sobre o assunto evidenciada neste estudo reforça a necessidade de ampliar a implementação de programas de gerenciamento em ambientes médicos veterinários, de forma a contribuir para a desaceleração da resistência antimicrobiana. Destaca-se a necessidade de mais pesquisas e ações nessa área visando a proteção da saúde pública e a saúde animal.
INSERÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO CONTEXTO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE RIBEIRINHA
Pôster
SOUSA, Y. J. S.1, MORAIS, C. G.1, CARDOSO, A. C.1, BITENCOURT, G. V.1, LIMA, V. K. G1, TEIXEIRA, V. N. L1, COSTA, J. O. M.1, SOARES, D. S.1, LOPES, J. A. C.1, SANTOS, M. R. S.1
1 UFOPA
OBJETIVO: Descrever a experiência da assistência à saúde em uma Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) da perspectiva dos residentes em saúde da família. MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência, de abordagem qualitativa, sobre a atuação dos residentes do programa de residência multiprofissional em saúde da família, de uma expedição ocorrida em abril/2024. As ações foram desenvolvidas às margens do rio Tapajós, no estado do Pará. RESULTADOS: A maioria dos atendimentos foram realizados, mediante agendamento prévio do Agente Comunitário de Saúde, os outros atendimentos envolviam demanda espontânea e as emergências. Diariamente, ocorriam atendimentos de até 4 comunidades, com média de 24 consultas por especialidade. Os serviços de saúde ofertados envolveram: vacinação, exames laboratoriais, cuidado farmacêutico e assistência odontológica, que ocorriam tanto no interior da UBSF quanto em pontos de apoio localizados nas comunidades. A enfermagem realizava atividades de gestão e assistência à saúde. Haviam diferentes especialidades médicas, com maior demanda para saúde da mulher e pediatria. Além disso, eram realizadas visitas domiciliares para pessoas com dificuldades de locomoção. A experiência no cuidado na UBSF oportunizou o desenvolvimento de habilidades profissionais e a integração da equipe multiprofissional, mediante planejamento e execução do cuidado em busca de soluções conjuntas aos desafios relacionados à saúde da população ribeirinha CONCLUSÃO: A UBSF proporciona um importante campo de atuação da equipe multiprofissional, com a proposta de garantir o acesso à saúde de qualidade, através de um escopo extenso de ações e com soluções adaptáveis a realidade da população ribeirinha.
NARRATIVA POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE SOBRE VACINAÇÃO NO ANO DE 2023
Pôster
Dias, F.1
1 ICICT/Fiocruz
Objetivos: Este estudo teve como objetivo analisar as narrativas políticas sobre vacinação presentes nas notícias publicadas pelo Ministério da Saúde no primeiro ano da gestão federal correspondente ao período de 2023 a 2026, e assim, compreender a relevância desta pauta na agenda de saúde, bem como, identificar as estratégias a serem adotadas enquanto coordenação nacional. Métodos: Este estudo foi realizado por meio de pesquisa ao site de notícias do Ministério da Saúde, considerando as notícias publicadas no período de janeiro a dezembro de 2023. Neste período foram publicadas 169 notícias trazendo o tema vacinação como um dos assuntos presentes na chamada principal. Resultados: A principal narrativa evidenciada nas notícias publicadas fala sobre a reconstrução das políticas públicas de saúde e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), e uma das estratégias dessa reconstrução perpassa o fortalecimento do Programa Nacional de Imunização e o combate a desinformação e às fake news de modo a retomar as altas coberturas vacinais. Destaca-se a importância dada ao diálogo interfederativo, mas também com a sociedade civil, de modo a aprimorar a gestão compartilhada no SUS, chamando a atenção para a necessidade de uma articulação minuciosa com o Conselho Nacional de Saúde e da aproximação com o contexto social, econômico e cultural em que a população esteja inserida. Conclusão: Este estudo evidenciou a vacinação enquanto pauta estratégica de gestão e política do Ministério da Saúde com a construção de estratégias conjuntas para a recuperação das coberturas vacinais, com ênfase no acesso à informação e à comunicação.
PERCEPÇÃO DE MÉDICOS VETERINÁRIOS SOBRE O USO E INDICAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS NO BRASIL
Pôster
Pinto, P.C.C.A.1, Penna, B.A.1, Moutinho, F.F.B.1, Carneiro, M.F.P.1, Medeiros, L.S.1
1 UFF
Objetivo: Identificar a percepção sobre o uso e os fatores determinantes na escolha de antimicrobianos pelos Médicos Veterinários Brasileiros, ajudando na formulação de critérios para o gerenciamento. Material e Métodos: Um questionário epidemiológico foi elaborado e disponibilizado via google formulários nas redes sociais, e e-mails profissionais para o público alvo de médicos veterinários de cães e gatos do Brasil, que prescrevam antimicrobianos. Resultados: Das 151 respostas válidas recebidas no período do estudo do dia 20/02 ao dia 08/03, 68,9% declararam prescrever antimicrobianos “as vezes”, 18,5% “sempre” e 12,6% “raramente”. Ao todo, 24,5% prescrevem de forma profilática. Das 44 respostas recolhidas, metade declara utilizar antes de tratamentos periodontais, a amoxicilina com clavulanato ou metronidazol com espiramicina. Em relação a frequência, observou-se que os antimicrobianos mais prescritos foram Amoxicilina ou Amoxicilina com Clavulanato (96%), Doxiciclina (92,7%) e Cefalexina (72,8%). Dos 93,4% que responderam solicitar citologia e/ou cultura, 80% têm alguma formação complementar, sendo a mais predominante a especialização com 46%. Há evidências de quem tem especialização, tende pedir citologia e/ou cultura (p<0,05). Quando questionado se onde trabalhava existia programa de gerenciamento, 89,4% dos veterinários relataram não existir. Conclusão: Diante dos resultados parciais compilados até o momento, os veterinários relataram fazer uso prioritário de classes de antimicrobianos como penicilinas, e cefalosporina de 1º a 3º geração, assim como o relatado na literatura. Contudo, a inexistência de programas de gerenciamento gera grande preocupação em relação à conscientização sobre o tema.
TELEMEDICINA NO SUS: UMA REVISÃO DA LITERATURA SOBRE LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS
Pôster
Araujo, A. S.1, Cavalcante, C. C.1, Pontes, G. B. M.1
1 UFPB
Objetivos: Analisar a legislação e as políticas públicas que regulamentam a telemedicina no SUS e dificuldades para implantação.
Métodos: O estudo envolveu uma pesquisa da legislação brasileira em bases digitais e uma revisão de literatura na Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando os termos "telemedicina", "SUS" e "políticas públicas", unidos pelo operador “AND”. Foram excluídos artigos com mais de 10 anos e foram incluídos apenas aqueles em língua portuguesa e com texto completo disponível. Dos 18 artigos resultantes, cinco foram descartados por não estarem relacionados ao tema, e os restantes foram analisados.
Resultados: A telemedicina no SUS foi regulamentada progressivamente por marcos como a Resolução CFM nº 1.643/2002 e a Lei Nº 14.510/2022, com mudanças refletindo a evolução tecnológica, as necessidades de saúde da população e o contexto da pandemia de COVID-19. Foram identificadas desigualdades regionais para a efetivação, além de maior expansão na APS. Atualmente, a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil até 2028 visa aprimorar o sistema de saúde digital.
Conclusões: A implementação gradual da telemedicina no SUS é crucial para sua expansão e para garantir acesso equitativo à saúde. Essa modalidade amplia o acesso à saúde, especialmente em áreas remotas, enfrentando desafios de infraestrutura, exclusão digital, formação profissional e privacidade de dados. Políticas específicas são necessárias para reduzir desigualdades regionais na telessaúde. A capacitação contínua dos profissionais de saúde é crucial para a integração eficaz das TICs. Superar dificuldades para a sua execução é essencial para a construção de um SUS mais modernizado e igualitário.
ABSENTEÍSMO NOS CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAIS DO CEARÁ
Pôster
Mendes, G. M.1, Aquino, I. S.1, Teixeira, A. K.1, Calvasina, P. G.1, Farias, M. R.1, Mendes, G. M.1
1 UFC
Objetivos: O objetivo da pesquisa foi identificar as taxas de absenteísmo às consultas odontológicas dos Centros de Especialidades Odontológicas Regionais - CEOs do Estado do Ceará na modalidade de consórcios em 2019 e 2023. Métodos: Foram utilizados os dados do SIGES/CE – Sistema Integrado de Gestão em Saúde do Ceará disponíveis para acesso público através plataforma IntegraSus. A taxa de absenteísmo foi calculada pela razão do número de consultas não utilizadas e o número de vagas agendadas/mês x 100, que permite avaliar as faltas de pacientes às consultas odontológicas (seja de primeira vez ou retorno). Foram coletados os percentuais de faltas anuais das especialidades de Periodontia, Cirurgia, Endodontia e Prótese e a partir de então as médias para o estado do Ceará. Resultados: As maiores taxas de absenteísmo foram identificadas nas especialidades de periodontia (2019:21,72%;2023: 20,65%) e endodontia (2019: 23,09%; 2023:20,09%), enquanto a menor taxa foi para cirurgia (2019: 12,38%; 2023:14,52%) e prótese (2019:18,07%; 2023: 19,03%). As altas taxas de absenteísmo em periodontia podem ser reflexo do caráter eletivos desses procedimentos, já a endodontia ainda possui muito estigma de dor atrelado ao atendimento, além da necessidade de algumas sessões para tratamento concluído. As baixas taxas de cirurgia, podem ser devido a urgência atrelada a esses procedimentos seja pela dor ou pela necessidade de se diagnosticar uma lesão por meio da biopsia. Conclusões: O absenteísmo sofreu discretas variações entre os anos. A taxa diminuiu nas especialidades de periodontia e endodontia e aumentou para os procedimentos de prótese e cirurgia.
ACESSO A EXAMES, TARV E PROFILAXIAS ANTI-HIV EM PORTO ALEGRE/RS DURANTE A COVID-19
Pôster
Pinheiro, B. H. G.1, Brito, E. S.1, Martins, R. S.2, Dornelles, T. M.1
1 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Objetivo: Descrever o acesso a exames, tratamento e profilaxias do HIV/Aids durante a pandemia de Covid-19 em Porto Alegre.
Métodos: Estudo quantitativo e descritivo de análise de dados do Departamento de Informática do SUS e do Painel de Monitoramento do HIV referentes ao período de 01/2019 a 12/2021 no município de Porto Alegre/RS.
Resultados: Um total de 3.068 pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHIVA) realizaram o primeiro exame CD4. Deste total, 35,9% foram realizados em 2019, 30,6% em 2020 e 33,4% em 2021. A quantificação da carga viral foi realizada por 3.744 PVHIVA, sendo 36% em 2019, 30,7% em 2020 e 33,3% em 2021. A TARV foi iniciada por 3.531 pacientes, sendo 36,9% em 2019, 29,7% em 2020 e 33,4% em 2021. Das 4.389 dispensações de PrEP registradas, 35,5% foram em 2019, 23,5% em 2020 e 41,1% em 2021. Em relação às dispensações de PEP, 8.559 ocorrências foram registradas, com médias de 39,5%, 28,7% e 31,8% para os anos de 2019 a 2021, respectivamente.
Conclusões: A pandemia de Covid-19 acarretou na diminuição dos indicadores do cuidado das PVHIV e em medidas de prevenção, principalmente no ano de 2020. Estratégias coletivas de manejo da epidemia de HIV em situações de calamidade pública, como ações voltadas aos grupos expostos às diferentes vulnerabilidades, podem contribuir para minimizar os impactos oriundos de uma situação extrema como a vivenciada no período pandêmico.
ACESSO À SAÚDE E INCLUSÃO EM CAMPANHAS DE PREVENÇÃO AO CANCER: PERCEPÇÃO DE TRANSGÊNEROS
Pôster
Lounine, J. P.1, Silva, A. L. Z.1, Santos, A. C. P.1, Jardim, L. L.1
1 FCMMG
Objetivos: Compreender a percepção da população transgênero acerca do acesso à saúde e da inclusão em programas de prevenção ao câncer: novembro azul e outubro rosa.
Métodos: Estudo qualitativo, realizado entre setembro de 2023 e maio de 2024. Foram realizadas entrevistas, com roteiros semiestruturados, com representantes da população transgênero de Belo Horizonte/MG, considerando mulheres e homens trans, respeitando o critério de saturação. As análises foram conduzidas segundo referencial teórico de Bardin.
Resultados: O preconceito, constrangimento e a falta de preparo dos profissionais da saúde apareceram nas falas de todos os participantes. As dificuldades do uso do nome social, bem como ausência de uma equipe multidisciplinar para atender às demandas específicas da população trans, como reposição hormonal, cirurgia de redesignação sexual e demandas de saúde mental. Todos os participantes afirmaram ter conhecimento sobre os riscos de câncer, mas que não se sentem incluídos nas campanhas de prevenção do Ministério da Saúde. As mulheres trans que participaram do estudo relataram desconforto em participar do novembro azul e de outras campanhas de prevenção de câncer de próstata. A maioria relatou receber informação sobre os cuidados com a saúde trans por meio dos movimentos sociais ou através de pesquisas por conta própria, compartilhando informações com pessoas mais próximas.
Conclusões: A população transgênero não se sente acolhida e incluída pelas campanhas de prevenção ao câncer, por se tratar de um discurso direcionado à população cis. Ainda, falta capacitação dos profissionais da saúde para atendimento das especificidades envolvidas com as estratégias de afirmação de gênero.
AÇÕES DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO PLANEJAMENTO MUNICIPAL DE SAÚDE.
Pôster
Franceschi, C.1, Garzão, B.O.U.1, Nessler, M.A.S.1, Kirsten, V.R.1
1 UFSM
Objetivo: Identificar ações de Vigilância Alimentar e Nutricional no planejamento municipal de saúde. Método: Estudo documental de planos municipais de saúde de 26 municípios da 15º Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul (2022-2025). Foram elegíveis para a busca os termos “Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN)”, “Vigilância Nutricional”, “consumo alimentar”, “obesidade”, “sobrepeso/ excesso de peso” e “desnutrição/ baixo peso” na subdivisão dos planos: introdução e análise da situação; Objetivos e metas; Propostas de intervenção, para elencar o número de menções sobre o tema proposto. Resultados: 20 municípios apresentaram pelo menos uma menção proposta. Desses, 7 municípios mencionaram a VAN; 12 o consumo alimentar; 7 a obesidade/sobrepeso/excesso de peso e 3 a desnutrição/baixo peso. A maioria das ações mencionadas estão vinculadas a execução dos programas Crescer Saudável, Saúde na Escola e Proteja, com ênfase a obesidade infantil. A maioria das menções foram identificadas na introdução e análise da situação (n= 12 municípios), 5 menções nos objetivos e metas e 8 nas propostas de intervenção. Nenhum município apresentou os temas de forma ordenada de acordo com as seções dos planos. Conclusão: Observou-se um baixo registro de menções de ações de Vigilância Alimentar e Nutricional no planejamento municipal de saúde dos municípios avaliados. A utilização da VAN é elemento estratégico para o monitoramento e avaliação das populações adstritas e ainda necessita de maior qualificação e organização para que profissionais e gestores possam utilizá-la como indicador na elaboração de planos de saúde baseados nas iniquidades da população.
ADULTOS E JOVENS VIVENDO COM HIV/AIDS POR TRANSMISSÃO VERTICAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
Pôster
Luppi, C. G.1, Tayra, A.2, Sanudo, A.1, Bertolini, D.A,2, Oliveira, A.2, Ferrara, A. P.3, Freitas, A. C.4, Machado, D. M.5, Pacola, D. P.6, Silva, M. T. N.7, Silva, M. A.2, Cervi, M. C.8, Tancredi, M. V.2, Lemos, R.M. B. P.7, Oliveira, T. P. R.9
1 DMP/EPM/Unifesp
2 Centro de Referência e Treinamento de DST/Aids, Programa Estadual de Infecção Sexualmente Transmissíveis e Aids/SES/SP
3 Grupo de Incentivo à Vida – GIV
4 Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes ICHC-FMUSP/DMIP/SEAP-Casa da Aids
5 Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia Pediátrica -CEADIP–UNIFESP-SP
6 Instituto de Infectologia do Emílio Ribas (IIER)
7 Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
8 Serviço de Infectologia Pediátrica Hospital das Clínicas- Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto- FMRP USP
9 Coordenadoria de IST/Aids, Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo
O objetivo desse estudo foi descrever as características sociodemográficas e do cuidado dos jovens que vivem com HIV/Aids e que se infectaram por transmissão vertical no estado de São Paulo (ESP) 2022/ 2023.
Métodos: estudo transversal com dados secundários de amostra probabilística de jovens e adultos vivendo com HIV/Aids por transmissão vertical, proporcional ao número de habitantes dos municípios dos serviços de seguimento. Foram acessados dados demográficos, uso de serviços de saúde, família, educação, trabalho, carga viral do HIV e adesão.
Resultados: A distribuição das características sociodemográficas dos 336 incluídos foi: 50,6% sexo feminino; 81,9% entre 20 e 29 anos; raça/etnia- autodeclarada (55,7% branca, 27,7% parda e 11,0% preta); 10,1% com menos de 8 anos de escolaridade e 16,1% pessoas com deficiência. Antecedentes familiares: 14,9% moravam em abrigo; 61,3% eram órfãos; 13,1% já passaram pelo processo de adoção; 13,7% participaram de grupo de apoio. Em relação às características do cuidado: 60,7% foram acompanhados no mesmo serviço desde o diagnóstico; 70,5% realizaram pelo menos uma consulta nos últimos seis meses; 44,9% tiveram pelo menos uma consulta perdida, 31,9% perderam o acompanhamento no último ano e 34,5% apresentaram carga viral detectável na última aferição realizada. Foi detectada falta de dados de diversos aspectos socioeconômicos.
Conclusões: Essa população vivenciou muitas situações de alta vulnerabilidade em suas vidas. Muitas dificuldades foram identificadas na assistência com elevadas perdas no seguimento e HIV detectável. A implementação de um modelo de atenção à saúde centrado na pessoa é urgente para reorganizar a assistência prestada.
ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO MEWS PARA ALERTA PRECOCE DE RISCO E TOMADA DE DECISÕES CLÍNICAS
Pôster
MORANGUEIRA, Mônica Testa1, FIGUEIREDO, Jessica Vieira de2, MANSORES, Mariana de Lima2, OLIVEIRA, Adriana Maria Lopes de2, HENRIQUE, Giselle Pinto2, CARVALHO, Tiago Velloso1, MAIA, Francisco Jose Santos3, SOUZA, Flavio Monteiro2
1 UFRJ
2 HMEF
3 UFF
Introdução: O modified early warning score (MEWS) é uma ferramenta de pontuação que monitora os sinais vitais para identificar pacientes em risco de deterioração clínica, podendo também ser usada como preditivo de mortalidade e tempo médio de permanência hospitalar. Objetivo: Avaliar a utilização da escala MEWS na enfermaria do Hospital Municipal Evandro Freire (HMEF) do município do Rio de Janeiro e aplicação de seus resultados nas tomadas de decisão clínica. Método: Estudo transversal com dados dos registros de acionamento médico de pacientes com as seguintes pontuações: 0 a 3 (baixo risco de deterioração clínica); 4 a 6 (médio risco de deterioração clínica); acima de 6 (alto risco de instabilidade clínica). Resultados: entre janeiro e abril de 2024 foram realizados acionamentos médicos para 21,8% dos pacientes internados na enfermaria do HMEF. Dos acionamentos, seja por instabilidade clínica ou alerta precoce de risco de deterioração, 67,5% eram de pacientes com pontuação entre 0 e 3, 17% entre 4 e 6 pontos e 13,2% acima de 6 pontos. Conclusão: Observa-se predomínio de acionamento para pacientes com baixo risco de deterioração clínica segundo a escala MEWS. Isso provavelmente ocorre pelos acionamentos acontecerem de forma preventiva, para procedimentos médicos ou sintomas que não alteram sinais vitais, tais como disglicemia, êmese, falência de acesso venoso periférico, queda, solicitação de prescrição médica etc. A utilização rotineira da escala MEWS no HMEF tem contribuído para o melhor manejo do cuidado ao paciente no campo da governança clínica.
ANÁLISE DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM PETRÓPOLIS
Pôster
Sumar, N.1, Buccolini, P. M de. M.2, Emídio, P. A.2
1 ENSP/FIOCRUZ; UNIFASE
2 UNIFASE
Objetivo:
Investigar o percentual de internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) em Petrópolis, Rio de Janeiro, no período de 2006 a 2020, analisando as variações a partir da expansão da cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) e identificando possíveis fatores associados às variações observadas.
Métodos:
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo quantitativo. Os dados foram coletados na plataforma DATASUS/TabNet do Ministério da Saúde e na base de dados do PROADESS (Projeto de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde). Foram analisados os percentuais de internações por ICSAP em associação com a Cobertura Populacional Estimada (CPE) da Estratégia Saúde da Família (ESF) em Petrópolis. O cálculo da CPE considerou uma média de 3.000 pessoas cadastradas por equipe da ESF. As informações foram organizadas em gráficos e tabelas e analisadas utilizando operações estatísticas básicas.
Resultados:
Os resultados indicam uma redução significativa nas internações por ICSAP, correlacionada com a expansão da cobertura da ESF. A cobertura da ESF aumentou de cerca de 45% em 2006 para mais de 50% em 2012, mantendo-se estável até 2022. Paralelamente, o percentual de internações por ICSAP diminuiu de 48% em 2006 para menos de 30% em 2022.
Conclusão:
O estudo demonstra a eficácia da ESF em reduzir as internações por condições sensíveis à atenção primária, evidenciando a importância de investimentos contínuos na ESF para melhorar a gestão das condições de saúde tratáveis na atenção primária e otimizar o uso dos recursos hospitalares.
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES À OUVIDORIA DO SUS: EVIDÊNCIAS PARA A TOMADA DE DECISÕES
Pôster
KREUTZ, I.M1, DURCKS, N.M2, GOLFETTO, N.T.K1
1 14ªCRS SES RS
2 17ªCRS SES RS
Objetivo: analisar as manifestações dos cidadãos à ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS) da macrorregião missioneira do estado do Rio Grande do Sul (RS), no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2023, discutindo-as e compreendendo-as como ferramenta de gestão capaz de orientar a tomada de decisões dos gestores do SUS. Método: Trata-se de uma pesquisa quantitativa descritiva, com coleta de dados da Ouvidoria SUS/RS e Portal Business Intelligence (BI) – Informações de Saúde do Estado do RS, de acesso restrito. Resultados: No período, 99,0% das manifestações foram respondidas, o telefone e o formulário web foram as formas de participação mais acessadas (73,1%). Quanto a classificação, 89,8% dos registros referem-se à reclamação, solicitação e denúncia. Os assuntos com maior registro, foram a assistência à saúde, gestão e vigilância em saúde (66,1%). A partir da análise das variáveis, foi possível entender criticamente quais as necessidades de saúde eram expostas pelos usuários. Essas foram compreendidas como: dificuldade de acesso a consultas especializadas, exames e cirurgias, principalmente em traumato-ortopedia e oftalmologia; a descontinuidade do cuidado e a COVID-19, que ocupou o topo das manifestações nos anos 2021-2022, cujos assuntos foram se alterando conforme a linha do tempo da COVID-19 no Brasil. Conclusão: na macrorregião missioneira do RS, as ouvidorias do SUS, são unidades de importância estratégica para a gestão do SUS. Pautadas na integração e interação das ações da ouvidoria, auditoria, monitoramento e avaliação com o controle social, compõem o embrião do comitê executivo de governança das redes de atenção à saúde.
ANÁLISE DESCRITIVA SOBRE OS PROFISSIONAIS MÉDICOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Rodrigues, P.H.A.1, Gonçalves, T. S.1, Morangueira, M; T.2, Peres, A.M.A.M.3, Mendonça, P.E.X.2, Caldas, M. S.3, Dias, R. L.3
1 IMS/UERJ
2 IESC/UFRJ
3 COSEMS/RJ
Objetivos: Descrever a distribuição e a disponibilidade de médicos e suas especialidades no estado do Rio de Janeiro (ERJ).
Métodos: Foram utilizados dados do CNES agrupados em: médicos do SUS; do setor privado; e total. Foram calculadas as razões de médicos por 1 mil habitantes para o Brasil, regiões do IBGE e regiões de saúde do ERJ. Considerou-se as estimativas da população utilizadas pelo Tribunal de Contas da União. Os dados são do ano de 2020. Foram analisadas as especialidades médicas agrupadas em: 1) Básicas; 2) Cirúrgicas; 3) Cardiológicas; 4) Oncológicas. Para propor explicações sobre a distribuição dos médicos foram elaborados gráficos de dispersão com regressão linear considerando as variáveis: população dos municípios; PIB per capita, proporção de leitos por 1 mil habitantes; e cobertura por planos ou seguros privados de assistência médica.
Resultados: A distribuição de médicos mostrou grande desigualdade. O número de profissionais em muitas especialidades revelou-se insuficiente. Há vazios de médicos em todo o estado, notadamente em especialidades relacionadas ao tratamento oncológico. A variável que mostrou a maior correlação linear positiva com a razão dos médicos foi a cobertura de seguros de saúde privados. Conclusões: A pequena disponibilidade de médicos é uma causa relevante de dificuldade para o acesso aos tratamentos de saúde no SUS. A falta de especialistas gera filas e deslocamentos. A presença do setor privado parece ser relevante para explicar a distribuição.
ANÁLISE DOS FLUXOS DAS INTERNAÇÕES POR NEOPLASIA MALIGNA DA MAMA NO SUS NO RIO DE JANEIRO
Pôster
Carvalho, R. W. de1, Pinheiro, R. S.1, Cristovão, R. de S.2
1 UFRJ
2 UERJ
Objetivos
Analisar a tendência das internações por neoplasia maligna da mama no SUS e o deslocamento de pacientes entre regionais de saúde no Rio de Janeiro de 2015 a 2021, considerando padrões de internação, fluxos entre residências e locais de tratamento, e a relação com dados demográficos.
Métodos
Estudo ecológico com análise de série temporal utilizando dados da Autorização de Internação Hospitalar (AIH). As internações foram categorizadas em grupos de procedimentos baseados nos estágios da doença. Realizou-se análise descritiva com média, desvio padrão, valores mínimos e máximos, e percentuais. Fluxos origem-destino foram identificados considerando as regionais de saúde de residência e tratamento.
Resultados
Registrou-se um aumento de 25% nas internações, especialmente entre mulheres de 50 a 69 anos (30%) e pardas (35%). A Região Metropolitana I tratou 92,11% localmente, exportou 7,89% e importou 1,16% dos casos. A Metropolitana II atendeu 95,31% localmente, exportou 4,69% e importou 35,11%, destacando uma significativa importação de pacientes. A Baía da Ilha Grande importou 100% dos procedimentos, indicando forte dependência de outras regiões. Durante a pandemia, houve uma redução de 23% nas internações.
Conclusão
As regionais de saúde conseguem atender a maioria dos casos localmente, com pequenas exportações. No entanto, a importação significativa de pacientes por algumas regiões, especialmente na Metropolitana II, o que destaca a interdependência regional e possíveis desigualdades na distribuição dos serviços especializados. A análise por raça/cor e faixa etária revela desigualdades no acesso ao tratamento, impactando potencialmente a sobrevida das pacientes.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E ESPACIAL DOS ATENDIMENTOS AO CIDF84 EM CAPS NO PARÁ, AMAZÔNIA ORI
Pôster
Maia, D. M.1, Souza, B. C.1
1 UFPA
Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico das pessoas inseridas no Capítulo 84 da Classificação Internacional de Doenças (CID), Transtornos Globais do Desenvolvimento atendidas no CAPS(Centro de Atenção Psicossocial) e sua relação com políticas públicas em saúde, nos Centros Regionais de Saúde (CRS) do estado do Pará, de 2014 a 2023. Metodologia: Estudo descritivo e transversal utilizou dados sobre o quantitativo de pessoas com Transtorno Global do Desenvolvimento atendidas pelo serviço psicossocial obtidos no Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde. Na sequência, os dados foram depurados e tabulados com o software TabWin 415. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, inferenciais e espaciais com a aplicação de cálculos percentuais, do teste qui-quadrado de proporções esperadas iguais, considerando estatisticamente significativo p-valor <0,05 e a elaboração de um mapa coroplético. Resultados: Foi observado que dos 15568 pacientes atendidos o maior quantitativo foi de Autismo infantil, homens (77,77%), de etnia parda (76,38%), criança (78,15%) e com origem a partir de demanda espontânea (65,29%), todas as variáveis foram estatisticamente significantes. Foram observados gradientes relacionados ao total de pacientes atendidos e a cobertura de CAPS nos CRS do estado do Pará. Conclusões: Em síntese, há uma má distribuição de serviços de atenção psicossocial no estado com áreas de maior concentração de atendimentos e poucos serviços. Podemos também inferir que as áreas da região metropolitana, da capital, Belém, contam com outros tipos de serviços que atendem essa população em detrimento do uso dos serviços de atenção psicossocial.
APLICANDO ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS EM MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA
Pôster
Ramos, B. O. L.1, Coelho, I. M. P.1, Maia, L. D. M. S.1, Araújo, E. L. M.1, Nicolino, R. R.1, Magalhães, F. C.1, Soares, D. F. M.1, Oliveira, C. S. F.1
1 UFMG
Este estudo objetivou explorar os potenciais benefícios e aplicações da análise de séries temporais no manejo da saúde animal no município de Belo Horizonte. Foram utilizados dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde sobre os registros de procedimentos de castração realizados entre janeiro de 2012 e dezembro de 2018. A análise de série temporal foi aplicada para investigar os padrões e tendências temporais dos procedimentos. Inicialmente, destacou-se que a série histórica apresentou tendência crescente ao longo dos anos, indicando aumento no número de procedimentos de castração realizados. Além disso, identificou-se a presença de sazonalidade nos dados, com redução significativa no número de procedimentos durante os meses de fevereiro e setembro. Essa sazonalidade pode ser atribuída às férias dos responsáveis pelos procedimentos em fevereiro, bem como à dedicação às campanhas de vacinação antirrábica em setembro. A tendência crescente no número de procedimentos ao longo dos anos, com significativa sazonalidade, são informações cruciais para o planejamento e manejo populacional de cães e gatos, visando controlar o crescimento populacional, com consequente redução no número de animais em situação de rua. Considerando os aspectos da Uma Só Saúde, a manutenção do número de castrações é fundamental nas políticas públicas de prevenção de doenças, sobretudo zoonóticas. Portanto, a aplicação da análise de séries temporais na gestão da saúde animal pode promover maior eficiência do serviço, contribuindo para o bem-estar animal e a saúde pública.
AS DISCURSIVAS DO AUTOCUIDADO EM HANSENÍASE À LUZ DOS MODOS TECNOLÓGICOS DE SAÚDE
Pôster
Medeiros, M. S.1, Jessíca, R. C.2, Oliveira, W. L.3
1 Fiocruz Amazônia
2 Centro Universitário Maurício de Nassau de Cacoal Rondônia
3 Departamento de Medicina, Centro Universitário São Lucas/Afya
Objetivo: descrever as representações discursivas sobre o autocuidado em hanseníase à luz dos Modos Tecnológicos de Intervenção em Saúde. Método: Foi baseada em oito entrevistas com especialistas que considerou o Discurso do Sujeito Coletivo aplicada às quatro dimensões do modo tecnológico de intervenção proposto por Ricardo Bruno Mendes-Gonçalves. Resultados: Dentre os oito entrevistados, sete eram do sexo feminino e um masculino. Todos são servidores públicos com curso superior em Saúde e um exerce assessoria jurídica em uma ong nacional com formação em Direito. Foram identificadas 23 ideias centrais, sendo duas relacionadas ao objeto trabalho, oito ao instrumento, seis a organização e sete ao produto do trabalho. Conclusão: O objeto do trabalho são o paciente, a família e os usuários do SUS. O manual é o principal instrumento do trabalho na orientação dos profissionais à pessoa com Hanseníase, justificada pela infraestrutura de serviços existentes. A discursiva ressalta a necessidade da organização do trabalho em encontros mensais, sendo distribuidos em momentos de escuta; de educação e saúde; de integração com uma prática laboral; de oficinas terapêuticas; e em ações sociais. O produto do trabalho promove a transformação mútua, ou seja, o(a) profissional de saúde transforma a vida dos pacientes, sendo também transformado(a), sobretudo por compreender ser o serviço uma realidade do SUS.
ASSOCIAÇÃO ENTRE PLANO DE SAÚDE E MAMOGRAFIA EM MULHERES DE 50 A 69 ANOS NO BRASIL
Pôster
Ferreira, K.1
1 ENSP/Fioruz
INTRODUÇÃO: O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre mulheres em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a mamografia a cada dois anos na faixa etária de 50 a 69 anos. OBJETIVO: Investigar se a posse de plano de saúde está associada a realização de mamografia para rastreamento do câncer de mama em mulheres com idade entre 50 e 69 anos na periodicidade recomendada. MÉTODOS: Foi realizada regressão logística multinominal com pesos pós-estratificação a partir dos dados de 6.467 mulheres entrevistadas no Vigitel 2021 – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. RESULTADOS: A chance das mulheres entre 50 e 69 anos que não tinham plano de saúde de terem realizado a última mamografia entre 2 e 5 anos é pelo menos 50% maior do que a chance entre mulheres que possuíam plano de saúde (OR= 1,79; IC 95%=1,53;2,09). Mulheres sem plano de saúde apresentaram pelo menos duas vezes a chance de mulheres com plano de saúde de terem realizado a última mamografia há mais de 5 anos (OR= 2,49; IC 95%=2,04;3,04). CONCLUSÃO: Não possuir plano de saúde é um fator que dificulta o rastreio para o câncer de mama com mamografia na população de mulheres de 50 a 69 anos das capitais brasileiras na frequência recomendada pelo Ministério da Saúde.
AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE SOBRAL, CE
Pôster
FARIAS, M.R.1, ARAÚJO, I.R.1, MACIEL, J.A.C.1, TEIXEIRA, A.K.M.1, BRITO, T.O1, CARNEIRO, K.C.A.1, MATEUS, D.T.1
1 UFC
Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da Atenção Primária à Saúde na perspectiva dos profissionais do município de Sobral, Ceará. Trata-se de uma pesquisa avaliativa, de abordagem quantitativa, delineamento transversal, realizada com 238 profissionais da Estratégia Saúde da Família. Os dados foram coletados por meio de entrevistas utilizando um questionário sociodemográfico estruturado e o instrumento PCATool – Versão Profissionais. Os atributos da APS foram calculados por meio das médias dos escores obtidos, sendo os escores classificados em alto (≥ 6,6) e baixo (<6,6). Os dados foram analisados no programa SPSS 27.0, a partir do teste de Kruskal Wallis, MannWhitney e Qui-quadrado, considerando nível de significância de 5%. Os profissionais avaliaram a qualidade da APS satisfatória, considerando o Escore Geral. Apesar da avaliação positiva, o atributo Acesso de primeiro contato (Acessibilidade) foi o único atributo avaliado de forma insatisfatória, enquanto o atributo Integralidade (serviços disponíveis) foi o mais bem avaliado entre os atributos essenciais. Dentre os atributos derivados, também avaliado de forma positiva, o atributo Orientação comunitária foi o mais bem avaliado. Diante dos achados desse estudo, apesar da avaliação positiva da APS, persistem desafios a serem enfrentados, principalmente em relação a garantia do acesso do usuário ao serviço. Assim, sugere-se que estratégias de gestão sejam implementadas a fim de melhorar a qualidade e o desempenho dos serviços de saúde e minimizar esse desafio.
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO COM O SERVIÇO ODONTOLÓGICO ENTRE ESTUDANTES BRASILEIROS
Pôster
Horbach, A. L.1, Goulart, M. A.2, Pinho, A.1, Hugo, F. N.1, Celeste, R. K.1
1 UFRGS
2 UFRGS, University of Glasgow
Objetivo:
Avaliar a satisfação de crianças e adolescentes com os serviços odontológicos obtidos a partir de um questionário bidimensional e de pergunta única.
Métodos:
Esse estudo transversal incluiu todos os 419 estudantes maiores de nove anos de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul/BR. A variável dependente foi a satisfação com o uso dos serviços, coletada de duas formas: pergunta única com escala Likert e instrumento bidimensional, com múltiplas perguntas envolvendo as dimensões ambiente e dentista, que englobou a relação paciente-profissional e a resolutividade do tratamento. Além desses questionários autoaplicados nas escolas, dados socioeconômicos, demográficos foram coletados por questionários enviados aos pais. As variáveis foram analisadas em um modelo de regressão logística.
Resultados:
A maioria dos estudantes se mostrou satisfeito com o serviço utilizado (pergunta única: 63%; dimensão dentista: 64% e dimensão ambiente: 73%). Níveis menores de satisfação estavam predominantemente ligados ao tempo de espera longo no dia da consulta (pergunta única: OR = 0.43; IC95%: 0.24-0.75; dimensão dentista: OR = 0.29; IC95%: 0.17-0.51; dimensão ambiente: OR = 0.33; IC95%: 0.18-0.60) e àqueles mais jovens somente na pergunta única (OR = 0.45; 95%CI: 0.23-0.87). Ademais, houve maior satisfação relacionada ao uso de serviço privado (pergunta única: OR = 2.24; IC95%: 1.26-4.02; dimensão dentista: OR = 1.79; IC95%: 1.01-3.19).
Conclusões:
Este estudo revelou maiores níveis de satisfação relacionados ao tempo de espera para ser atendido, serviço privado e idade, com ambos os questionários demonstrando resultados consistentes na maior parte dos aspectos avaliados.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA LOCAL DE SAÚDE DE HORIZONTINA, RS
Pôster
Horbach, A. H.1
1 UFRGS
Objetivo:
Avaliar indicadores-chave identificados como situação-problema a fim de abordar questões relevantes e desafiadoras no planejamento de saúde do Município de Horizontina, RS.
Métodos:
Inicialmente, um diagnóstico situacional permitiu a identificação de problemas e possibilidades de avanços em indicadores-chave, selecionados devido à dificuldade de alcance de metas do Plano Estadual de Saúde 2022-2023 e/ou sua importância na estruturação dos serviços do município. A partir deste diagnóstico, foi conduzida uma busca na literatura, entrevista com profissionais e comparação com municípios vizinhos para avaliar as dificuldades e a importância dos indicadores incluídos, bem como analisar os nós críticos ao seu enfrentamento.
Resultados:
Seis indicadores foram avaliados: 1) Razão de exames de mamografia de rastreamento; 2) Ações de matriciamento realizadas por CAPS; 3) Índice de internações por Transtornos Mentais e Comportamentais; 4) Percentual de idosos com registro de AMPI; 5) Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado; 6) Proporção de internações por condições sensíveis à Atenção Básica. Destes, os indicadores 1, 3, 5 e 6 foram priorizados para ações de planejamento devido à sua importância na vigilância ou por permanecerem como situações-problema após a avaliação.
Conclusões:
Esta avaliação expôs situações-problema, buscando entender a importância de cada uma para o município e as dificuldades relacionadas ao seu enfrentamento. É crucial manter o foco nos indicadores não alcançados nos últimos anos, mas que ainda são essenciais para a melhoria dos serviços de saúde.
AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS E DA ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO PRIMÁRIA NA
Pôster
Santos, B.F1, Neto, E.M1, Mendes, K.L.C2, Gomes, V.R1, Pereira, M.J2
1 FOP- UNICAMP
2 FOP-UNICAMP
O Programa de Saúde da Família (PSF) configura-se como a principal estratégia de organização dos serviços na atenção primária à saúde, contando com o apoio da Equipe de Saúde da Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) Objetivo: Avaliar os serviços odontológicos na atenção primária à saúde oferecidos na Unidade Básica de Saúde (UBS - Sede) no município de Paripiranga-BA, com foco na articulação multidisciplinar e intersetorial entre a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) Método: Foi realizada pesquisa documental que utilizou dados sobre serviços odontológicos e atividades multidisciplinares na atenção básica obtidos por meio de relatórios de procedimentos dos 2 dentistas vinculados à UBS, referentes ao biênio 2017-2018 e ao 1º bimestre de 2019 no sistema e-SUS. Após essa análise, procedeu-se à categorização das ações conjuntas entre os profissionais da ESF (enfermeiros, médicos, dentistas e agentes comunitários de saúde) e NASF (nutricionista e psicólogo) para avaliar a atuação multidisciplinar no âmbito da atenção primária em saúde Resultados: Os serviços mais oferecidos incluem: extração dentária, raspagem supragengival, resina composta restauração e profilaxia. As ações multidisciplinares desenvolvidas entre ESF e NASF garantiram a resolutividade dos serviços de saúde associada ao estabelecimento de vínculo e autonomia dos profissionais. Conclusão: Concluiu-se que a operacionalização dos serviços odontológicos se baseia no cuidado corresponsável, em que prevaleça o protagonismo do sujeito no processo de autocuidado e o empenho da equipe multiprofissional para complementar as ações de promoção e prevenção em saúde.
BARREIRAS PARA O RASTREAMENTO ORGANIZADO DO CÂNCER DE MAMA ENTRE OS PROFISSIONAIS DO SUS
Pôster
Câmara, A. B.1, Luizaga, C. T. M2, Duarte, L. S.1, Cury, L.3, Lópes, R. V. M4, Contreras, C. H.5, Wünsch-Filho, V.1
1 Universidade de São Paulo e Fundação Oncocentro de São Paulo
2 International Agency for Research on Cancer
3 Fundação Oncocentro de São Paulo
4 Instituto do Câncer do Estado de São Paulo
5 Universidade Federal de Juiz de Fora
Objetivo: Avaliar os conhecimentos e barreiras para o rastreamento organizado do câncer de mama entre os profissionais da atenção primária.
Métodos: Um inquérito populacional foi aplicado em 50 unidades básicas de saúde do estado de São Paulo. Foram entrevistados 400 profissionais. Questionários semi-estruturados foram aplicados utilizando o software REDCAP. As análises foram conduzidas utilizando o SPSS v.29.
Resultados: Em relação às características dos entrevistados, 83% são mulheres, 50% possuem menos de 42 anos de idade e 33% pertencem à área da enfermagem. Ressalta-se que 60% possui conhecimento sobre as diretrizes para o rastreamento e 34% possui conhecimento da lei que garante à mulher o tratamento do câncer no prazo de até 30 dias. O nível de conhecimento variou de 35% a 84% e foi maior entre os médicos e enfermeiros. Do ponto de vista dos profissionais, o longo tempo de espera para a realização do exame destacou-se como barreira para o rastreamento. A dificuldade da equipe para verificar se a população alvo está em dia com a mamografia e o excesso de demanda na unidade também foram importantes barreiras apontadas. Por fim, 73% dos profissionais concordam que a inexistência de um sistema de informação para monitorar mulheres com exames alterados prejudica a efetividade dos programas de rastreamento.
Conclusão: Ressalta-se a importância de considerar estratégias para acompanhar os intervalos do exame e reduzir o excesso de demanda na UBS. Por fim, faz-se necessário um sistema de informação eficiente para monitorar mulheres com exames alterados, a fim de implementar um programa de rastreamento organizado de base populacional para o câncer de mama.
BIÓPSIAS MAMÁRIAS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO: OFERTA, REALIZAÇÃO E DÉFICIT.
Pôster
Maia, C.F.C.1, Atty, A.T.M1, Tomazelli, J.1, Souza, M.S1
1 INCA
Introdução: O câncer de mama é um problema de saúde pública com elevadas taxas de incidência e mortalidade. Objetivo: Avaliar a oferta, realização e déficit de biópsias mamárias no Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres residentes no município do Rio de Janeiro em 2022. Metodologia: Estudo observacional descritivo transversal com dados do Sistema de Informação Ambulatorial e do Sistema de Regulação do município. Para avaliar a oferta e utilização dos procedimentos considerou-se mulheres SUS dependentes, residentes no município, assintomáticas, conforme diretrizes do rastreamento, e as sintomáticas. Estimou-se a necessidade de biópsias mamárias a partir dos parâmetros técnicos de detecção precoce de mama do Ministério da Saúde. Resultados: Identificou-se a necessidade de 8.150 biópsias mamárias: 2941 para mulheres provenientes do rastreamento e, 5209 para investigação de lesões suspeitas em mulheres sintomáticas. O Sistema de Regulação disponibilizou 3006 vagas de biópsias, representando um déficit de 63% da necessidade estimada. Das biópsias ofertadas foram realizadas 1862 (62%) Conclusão: O estudo identificou que oferta de biópsias está aquém da necessidade estimada, contudo verificou-se a necessidade de investigar as causas da subutilização das biópsias disponíveis
CAPACIDADE INSTITUCIONAL NA ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS EM MUNICÍPIOS DO SUL DO BRASIL
Pôster
Krolow, M. R.1, Machado, K. P.1, Xavier, N. P.1, Valério, T. D.1, Ximendes, V. O.1, Rodrigues, W. F.1, Dilélio, A. S.1, Facchini, L. A.1, Tomasi, E.1, Thumé, E.1
1 Universidade Federal de Pelotas
Objetivos: Avaliar a capacidade institucional na atenção às condições crônicas da Atenção Primária à Saúde (APS) dos municípios do sul do Rio Grande do Sul.
Métodos: O curso APSCroniSul foi destinado aos profissionais e gestores da APS da 3ª, 7ª e 10ª coordenadorias regionais de saúde (CRS) do RS, financiado pelo CNPq/MS/SAPS/DEPROS Nº 28/2020 e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa Nº 5.171.702. Foi solicitado que respondessem ao instrumento Assessment of Chronic Illness Care (ACIC) que avalia a capacidade institucional na atenção às condições crônicas nas dimensões: organização do sistema de saúde, articulação com a comunidade, autocuidado apoiado, suporte à decisão clínica, linha de cuidado, sistema de informação clínica e a integração dos componentes. As respostas permitem a classificação em: limitado, básico, razoável e ótimo.
Resultados: Obteve-se resposta de 474 profissionais. Na 3ª CRS participaram 202 profissionais que atuavam em 20 municípios do total de 21, 14 foram classificados como razoáveis e seis básicos. Da 7ª CRS obtivemos 74 respostas de todos sete municípios, quatro como razoáveis e três básicos e na 10ª CRS foram 198 respostas de todos os 10 municípios, tendo sido classificados seis razoáveis e quatro básicos. A dimensão com pior avaliação foi suporte à decisão clínica e a melhor avaliação foi na linha de cuidado.
Conclusões: Identificou-se fragilidades na atenção às condições crônicas, com destaque para o suporte à decisão clínica, que necessita maior atenção. É evidente a carência de melhorias na APS para garantir a qualificação do cuidado.
CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DE PROJETOS DE EXTENSÃO E BARREIRAS PARA ATIVIDADE FÍSICA
Pôster
Develey, L. D.1, Costa, G. P.2, Oliveira, J. C. S.2, Zamperlini, I. M.2, Trapé, A. A.2
1 EEFERP USP
2 EEFERP-USP
Objetivo: Caracterizar os participantes dos projetos de extensão em uma Universidade de Ribeirão Preto/SP e suas principais barreiras para prática de atividade física (AF). Método: Formulário online com questionário para coleta de dados sociodemográficos (gênero, identidade de gênero, orientação sexual e cor da pele), Classificação Econômica Brasil-ABEP e instrumento para avaliar barreiras percebidas para prática de AF. Análise por meio do teste qui-quadrado e teste de proporções para comparação com a população de Ribeirão Preto e do Brasil (de acordo com dados disponíveis). Resultado: Participaram 158 pessoas, sendo a maioria do gênero feminino (65,8%), cisgênero (98,7%), heterossexuais (81,6%), brancas (76,0%) ou amarelas (5,0%) e 79,7% foram classificadas nas classes econômicas A/B (22,8%-A, 17,7%-B1 e 39,2%-B2). A proporção de pessoas brancas e de classe A/B foi maior do que o esperado para a população de Ribeirão Preto (p<0,05) e a de pessoas LGBTQIAPN+ foi menor em comparação com a população brasileira (p<0,05). As três barreiras mais prevalentes foram jornada de trabalho extensa (60,7%), tarefas domésticas (49,3%) e compromissos familiares (47,4%). Esta última apresentou associação com o gênero, tendo os homens percebendo mais esta barreira do que as mulheres (p<0,05). Conclusão: Esses projetos atendem predominantemente uma camada privilegiada da população: brancos, cisgêneros, heterossexuais e de classe média/alta. Ainda, as barreiras para prática de AF permitem refletir sobre o comportamento dos participantes e os melhores caminhos para atenuá-las.
CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES AUTISTAS NO MUNICÍPIO DE MAGÉ – RIO DE JANEIRO
Pôster
Silva, Daiana Silveira da.1, Girianelli, Vania Reis.1, D‘Almeida, Késia Pereira de Matos.1
1 FIOCRUZ
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, com níveis diferenciados de gravidade, e prejuízos persistentes nas habilidades sociais, cognitivas e comportamentais. O objetivo do estudo consiste em analisar as características socioeconômicas, clínicas e assistenciais das crianças e adolescentes autistas residentes no município de Magé e atendidas no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), no período de 2020 a 2022. Trata-se de estudo observacional do tipo transversal descritivo, utilizando dados do Registro de Ações Ambulatoriais de Saúde (RAAS) disponíveis no sítio eletrônico do DATASUS. Foram registrados apenas 486 atendimentos no município de Magé correspondendo a 114 pacientes, todos por demanda espontânea, mas 22,8% sem atendimento subsequente. A idade variou de 2 a 16 anos, com mediana de 5 anos, mas com diagnóstico mais precoce do que nos demais municípios do estado (8 anos). A maioria era do sexo masculino (74,8%) e com diagnóstico não tipificado (97,4%). A reclassificação do diagnóstico só ocorreu com quatro pacientes, sendo um para autismo infantil, outro para autismo atípico e os demais retornaram para diagnóstico não tipificado no último atendimento observado. Raça/cor da pele estava ignorada em todos os registros de atendimentos, apesar de ser um campo obrigatório. O sistema de informação não contempla dados sobre a família nem a necessidade de apoio do usuário, fundamental para especificação da gravidade. Há necessidade de capacitação dos profissionais, em particular para classificação diagnóstica, e ampliação do atendimento familiar. Pesquisas futuras devem enfocar nas dificuldades de encaminhamento, acesso ao atendimento e preenchimento do sistema de informação pelos(as) profissionais.
CARGA ECONÔMICA DOS CUSTOS COM HOSPITALIZAÇÕES POR ENXAQUECA NO BRASIL: DE 2008 A 2013
Pôster
Souza, J.S.1, BRUM, M. O. A.1, OLIVEIRA, V. S. L.1, BRANDÃO, A.1, GRASSI, V.1, FRIEDRICH, F.1, BRITZ, E, A1, WISINTAINER, M,E.1
1 PUCRS
Objetivo: Analisar os custos com hospitalizações internações por enxaqueca no Brasil e suas regiões de 2008 a 2023.
Metodologia: Os dados foram coletados do Departamento de Informática do SUS, pelo TABNET. A busca disponibilizou os custos com hospitalizações por Enxaqueca e outras algias cefálicas (CID-10 G43) no período de 2008 a 2023, nas cinco regiões do Brasil. A faixa etária analisada foi de 20 a 59 anos, ambos os sexos. Para analisar o comportamento temporal, foi utilizado o software estatístico R Studio, versão 4.3.0. Para estimar o delta relativo entre os anos utilizou-se a seguinte fórmula: Valor Final−Valor Inicial/Valor Inicial ×100.
Resultados: De 2008 a 2023 foram gastos 38,670,230.20 reais com hospitalizações por Enxaqueca no Sistema único de Saúde. Nesse período o aumento foi de 6.5 vezes (559%) para ambos os sexos, 6.4 vezes (542.84%) para o sexo feminino e 6.8 vezes (588.54%) para o sexo masculino. Em relaçao ao total, 61.7% dos custos foram com hospitalizações de pessoas do sexo feminino (R$23,844,517.20). Dentre as regiões do país, a região com maior delta foi a Região Nordeste com um aumento de 20.2 vezes nos custos no período analisado (1924.86%), seguida pela região Norte, com um aumento de 17.3 vezes (1635.53%).
Conclusão: Essa análise possibilitou observar o aumento consistente dos custos com internações por Enxaqueca no Sistema Único de Saúde, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, com um importante predominio do sexo feminino.
COMPARAÇÃO DO CONSUMO DE CAFÉ DA MANHÃ ENTRE ESTUDANTES DAS REGIÕES NORTE E SUL DO BRASIL
Pôster
Galvão, F.K.M.1, Souza, B.C1, Silva, M.V.S1
1 UFPA/ PPGSCA
Objetivos: Comparar o hábito de consumo alimentar de jovens que consomem café da manhã cinco dias ou mais na semana, nas regiões Norte e Sul do Brasil, no ano de 2015. Métodos: trata-se de uma pesquisa exploratória e transversal desenvolvida com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar ano 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resultados: a análise das variáveis faixa etária e dependência administrativa da escola mostram que nas escolas públicas da Região Norte o consumo de café da manhã 5 dias ou mais na semana, na faixa etária de 13 a 17 anos é de 74,2% já os da região Sul o fazem na ordem 52,8%. Já em relação as instituições privadas o consumo desta refeição é de 68,6% no Norte e 63,4% no Sul, considerando a mesma faixa etária. É possível observar grandes diferenças quanto ao hábito de consumo do café da manhã ao considerar o sexo, no Norte, os alunos do sexo masculino das escolas públicas consomem 79,1% e nas privadas 81,7%, enquanto as meninas consomem 68,7% nas públicas e 57% nas privadas. Na região Sul, esta variável mostra grande redução, pois os meninos consomem 59,8% na pública e 67,9% nas privadas, já as meninas 45,8% nas públicas e 58,7% nas privadas. Conclusões: o consumo de café da manhã é menor na Região Sul do país em comparação com a Região Norte, sobretudo quando este indicado é estratificado considerando as variáveis dependência administrativa da escola e sexo.
CUIDADO ADEQUADO ÀS PESSOAS ADULTAS COM OBESIDADE PELAS EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
Machado, K. P.1, Duro, S. M. S.1, Facchini, L. A.1, Krolow, M. R.1, Xavier, N. P.1, Tomasi, E.1, Thumé, E.1
1 UFPel
Objetivos: avaliar o atendimento adequado às pessoas com obesidade na atenção primária à saúde (APS) no Brasil em 2014 e 2018. Métodos: Estudo transversal, utilizando dados da avaliação externa de 29.778 equipes de APS do ciclo II e 37.350 equipes do ciclo III do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) no Brasil. A avaliação da assistência adequada utilizou variáveis do processo de trabalho das equipes. Foram calculadas as prevalências e os intervalos de confiança (IC95%) do desfecho, segundo as variáveis do contexto social, e calculada a diferença absoluta, em pontos percentuais (p.p.) de cada variável entre os dois ciclos, além das respectivas razões de prevalência. Resultados: A prevalência de cuidados adequados foi de 18,9% (IC95% 18,5;19,4) no ciclo II e de 61,9% (IC95% 61,4; 62,4) no ciclo III. No período estudado, foram observadas melhorias na atenção adequada, principalmente nas regiões Norte (RP: 4,58, IC95% 4,06; 5,10) e Centro-Oeste (RP: 3,76, IC95% 3,43; 4,04) seguido pelo Nordeste, em municípios com tamanho populacional de até 10 mil (RP: 4,35, IC95% 4,10; 4,68) e até 30 mil habitantes (RP: 3,98, IC95% 3,82; 4,11), com IDH-M considerado baixo (RP: 5,52, IC95% 4,92; 6,15) e com cobertura da ESF de 100% (RP: 3,72, IC95% 3,46; 3,73). Conclusões: a atenção adequada às pessoas com obesidade tem aumentado consideravelmente entre os ciclos e nos diferentes perfis de municípios, porém ainda insuficiente.
DA TEORIA À PRÁTICA: A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Pôster
Moraes, G. B. D.1, Macedo, M. L. R.1, Rosa, T. C. A.1, Mazzeti, C. M. S.1, Holsbach, A. L. N.1, Bonfim, R. A.1, Rafacho, B. P. M.1
1 UFMS
Objetivos: Analisar a associação entre frequência de capacitações em VAN e a percepção da necessidade de educação permanente por profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) de Mato Grosso do Sul (MS). Métodos: Aplicou-se, via SurveyMonkeyⓇ, questionário validado para entrevistar 123 profissionais da APS de MS, acerca das questões: “Você passou por alguma capacitação em Vigilância Alimentar e Nutricional em 2023?” (com possibilidades de resposta “sim”, “não” e “não sei/não lembro”) e “Eu considero que a educação permanente e a disponibilização de materiais técnicos são necessários para implementação das ações de VAN na APS em meu município” (com 5 possibilidades de resposta variando entre “concordo” e “discordo”, de acordo com a Escala Likert). Os dados foram analisados de acordo com as frequências absoluta e relativa. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Humanos da UFMS (CAAE: 66044322.9.0000.0021). Resultados: 91,06% dos profissionais concordaram (um pouco ou plenamente) que educação permanente e materiais técnicos são necessários para implementar VAN na APS. No entanto, apenas 27,95% afirmaram que receberam capacitação em VAN em 2023, expondo uma contradição nesse fluxo de trabalho e fragilidade no preparo dos profissionais em implementar essa política pública. Conclusões: Por se tratar de uma diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, a qualificação da força de trabalho deve ser valorizada pela gestão e exigida pelas equipes, de forma a possibilitar o aprimoramento das ações de VAN e melhoria na qualidade dos dados epidemiológicos de alimentação e nutrição em todo território.
DESIGUALDADES NO USO E ACESSO A SERVIÇOS DE SAUDE: UM OLHAR AVALIATIVO
Pôster
Louvison, MCPL1, Oliveira, ECT1, Schroder, CA1, Freitas, YNL1
1 FSP USP
O presente estudo tem por objetivo colocar em analise os estudos epidemiológicos de desigualdades no uso e acesso aos serviços de saúde como importante estudo de avaliação epidemiológica, no campo da epidemiologia de serviços de saúde, a partir de inquéritos de saude. Foi realizado uma síntese critico reflexiva da abordagem utilizada nesses tipos de estudos e do distanciamento que a identificação das barreiras de acesso tem tido, mesmo considerando seu importante potencial para a construção de dimensões avaliativas dos sistemas de saude como universalidade, integralidade e equidade, por exemplo, na construção de processos regulatórios que visam garantir acesso e qualidade. Observou-se que o modelo predominantemente utilizado nos estudos de uso e acesso aos serviços de saude são os estudos baseados no modelo comportamental de utilização de Andersen que pode produzir um reducionismo na capacidade de análise que considere a determinação social da saude de modo mais amplo. No entanto, incorporar os determinantes sociais de saude nas referidas análises pressupõe identificar as variáveis de idade, gênero, raça, classe social e renda que compõe uma análise interseccional dos processos de vulnerabilização e seu enfrentamento no sentido da melhoria das respostas dos sistemas de saude, sejam eles universais ou não. Conclui-se que é fundamental a construção de dimensões analíticas relacionadas às intervenções dos sistemas de saúde, do ponto de vista da construção de estudos avaliativos que contribuam com a melhoria de sistemas e serviços de saude, a partir da identificação das desigualdades de uso e acesso aos serviços e de inquéritos de saúde.
DETERMINANTES ESTRUTURANTES DOS SERVIÇOS DE SAÚDE MATERNO-INFANTIL NA APS
Pôster
Martufi, V.1, Almeida, J. R.1, Anjos, E. F.1, Lima, A. M. P.1, Ortelan, N.1, Flores-Quispe, M. P.1, Luz, L. A.2, Passos, M. P. V.1, Amorim, L. D. A. F.3, Aquino, R.4, Vieira-Meyer, A. P. G. F.5, Barreto, M. L.1, Junior, E. P. P.1
1 CIDACS-IGM/FIOCRUZ-BA
2 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador
3 IME/UFBA
4 ISC/UFBA
5 FIOCRUZ-CEARÁ
Objetivo: Analisar o efeito dos componentes estruturantes da APS nos serviços de atenção à saúde materno-infantil, segundo contexto socioeconômico. Métodos: Um modelo teórico da APS foi elaborado com base nas questões do Ciclo 1 do PMAQ-AB. Aplicamos a Análise Multinível Bayesiana de Caminhos (AMBC) entre os componentes estruturantes e os serviços de saúde materno-infantil e utilizamos quintis do Índice Brasileiro de Privação (IBP) como proxy do contexto socioeconômico municipal (Q1-2-3: baixa privação; Q40-5: alta privação). Resultados: Entre as 12.085 equipes estudadas, 63,3% estavam em municípios com alta privação material e 36,7% em municípios de baixa privação material. Em ambos contextos foi predominantemente o efeito do componente de Planejamento sobre a qualidade dos serviços de Pré-natal (carga fatorial padronizada (cf) de 0,389) e Saúde da criança (Q4-5: 0,393; Q1-2-3: 0,405). O efeito na Imunização foi menor (Q4-5: 0,075; Q1-2-3: 0,064). Houve diferença, a depender do nível de privação material do município, entre as cf do componente de Infraestrutura em relação ao Pré-natal (Q4-5: 0,112; Q1-2-3: 0,257), Saúde da Criança (Q4-5: 0,067; Q1-2-3: 0,086), e Imunização (Q4-5: 0,145; Q1-2-3: 0,300), assim como o componente de Insumos com Pré-natal (Q4-5: 0,107; Q1-2-3: 0,146) e Saúde da Criança (Q4-5: 0,079; Q1-2-3: 0,086). Para Imunização a diferença é oposta (Q4-5: 0,155; Q1-2-3: 0,087). Conclusão: Práticas qualificadas de planejamento podem melhorar os serviços de saúde materno-infantil independentemente do contexto socioeconômico. Pelo contrário, a infraestrutura e os insumos têm um efeito menor na qualidade dos serviços de saúde materno-infantil em municípios mais pobres, comparados aos mais ricos.
DISPARIDADES NA POSSE DE MILD: ESTUDO EM 10 PAÍSES AFRICANOS
Pôster
Judson, M.J.V.1, Wendt, A.1
1 PUCPR
Objetivo: Descrever a correlação da cobertura de Mosquiteiros Tratados com Inseticidas de Longa Duração (MILD) com Produto Interno Bruto (PIB) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 10 países africanos e analisar as disparidades socioeconômicas existentes.
Métodos: Este estudo utiliza dados de representatividade nacional disponibilizados pelo Malaria Indicator Survey (MIS). Foram incluídos países com dados de MILD a partir de 2014. O desfecho foi a prevalência de domicílio com pelo menos um MILD. As estimativas de PIB e IDH por país foram obtidas através do site do Banco Mundial. Uma análise ecológica foi conduzida para avaliar correlação utilizando o teste de Spearman. Adicionalmente foi conduzida uma análise a nível individual para avaliar as desigualdades socioeconômicas segundo quintis de riqueza, utilizando o Slope Index of Inequality (SII).
Resultados: A cobertura de posse de MILD foi inversamente correlacionada ao PIB (r= –0.4) e ao IDH (r= -0.7) dos países avaliados. Na análise individual, apenas Burkina Faso e Mali não apresentaram disparidades significativas. No Quênia, Malawi, Moçambique e Ruanda, a posse de MILD foi mais frequente entre os mais ricos (SIIQuênia=18,3pp.; SIIMalawi=22,3pp.; SIIMoçambique=24,2pp. e SIIRuanda=28.9pp.). Em Gana, Nigéria, Senegal e Uganda a posse de MILD foi mais frequente entre os mais pobres (SIIGana=-27,8pp.; SIINigéria =-33,0pp.; SIISenegal=-39.8pp. e SIIUganda=-10.1pp.)
Conclusões: A posse de MILD é menor em países mais ricos, porém dentro de cada país houve variabilidade nas desigualdades. O monitoramento de desigualdades para este indicador é fundamental para compreender quem são os grupos vulneráveis dentro de cada país.
EPIDEMIOLOGIA DE SERVIÇOS DE SAÚDE - ANÁLISE DA OFERTA NACIONAL DE AURICULOTERAPIA
Pôster
CARVALHO, I. S. de.1, ARATANI, N.1
1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
INTRODUÇÃO
A auriculoterapia é um procedimento terapêutico, direcionada ao tratamento e prevenção de doenças. No Brasil, a auriculoterapia está inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). A fim de ampliar o conhecimento acerca do cenário da auriculoterapia na Atenção Primária à Saúde (APS), objetivou-se analisar a oferta nacional de auriculoterapia na APS em 2022.
METODOLOGIA
Realizou-se um estudo ecológico, que analisou a oferta de auriculoterapia em 26 estados brasileiros, calculando a taxa de oferta a partir de dados provenientes dos relatórios de atendimentos do Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, conforme Censo de 2022. Para a aplicação dos cálculos, utilizou-se a seguinte fórmula: Nº de procedimentos de auriculoterapia na APS / população total dos estados X 1.000.
RESULTADOS
Dos resultados obtidos verificou-se os seguintes estados com as maiores taxas de oferta conforme região: Tocantins 1,5 procedimentos, na região Norte; Pernambuco (1,4) região Nordeste; Minas Gerais (2,5) região Sudeste; Santa Catarina (4,4) região Sul; e Mato Grosso do Sul (3,0) região Centro-Oeste. Sendo Santa Catarina, o estado com maior taxa nacional de oferta de auriculoterapia a cada 1.000 habitantes. O estado do Amapá foi o único a não apresentar procedimentos no período estudado.
CONCLUSÃO
A partir desta análise, observou-se uma discrepância na oferta de procedimentos de auriculoterapia na APS, entre os estados brasileiro, evidenciando a necessidade de expansão da oferta e fortalecimento da PNPIC
EXPANSÃO DA FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, NO MUNICÍPIO DO RJ
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CHAO, M.C.M.1, SANTOS, H.M.R2
1 UFRJ/IESC
2 SMS-RJ
A inserção do Fisioterapeuta nas Unidades de Atenção Primária vem ao longo dos anos ganhando espaço, seja através do NASF (2008) e recentemente com a nova portaria do Ministério da Saúde, através das E-Multi (2023). O objetivo deste estudo é descrever o número de fisioterapeutas que atuam nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (APS), nos últimos 10 anos. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo, com fonte de dados secundários, obtidos por meio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde no Brasil (CNES), analisando o mês de Março nos anos de 2014 a 2024. Só foi contabilizado registros de Fisioterapeutas inseridos no CNES de Clínicas da Família, Centros Municipais de Saúde e Policlínicas. Resultados: Identificamos um aumento progressivo no número de fisioterapeutas 131 a 140 (de 2015 a 2017), e uma queda progressiva (de 2018 a 2021), já o ano de 2024 com o maior número (160). Conclusão: Os dados demonstram aumento significativo no número de fisioterapeutas na APS, principalmente em 2024. Em contrapartida, no ano de 2019/2020, houve uma redução significativa, provavelmente atribuída à gestão anterior, que reduziu o número de equipes de saúde da família e do NASF no Município. O resultado deste estudo demonstrou que está havendo expansão da fisioterapia na APS. Em termos de políticas públicas, espera-se com a expansão da fisioterapia na Atenção Primária, uma maior contribuição para a integralidade da assistência à saúde.
FATORES ASSOCIADOS AO ATRASO PARA INICIAR O TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA, JUIZ DE FORA/MG
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Ciribelli, F.1, Souza, M.C.2, Bertoni, N.2
1 INCA e ASCOMCER
2 INCA
OBJETIVOS: Analisar fatores associados ao atraso para início do tratamento do câncer de mama em um centro de referência em oncologia em Juiz de Fora, MG, entre 2010-2019. MÉTODOS: Coorte retrospectiva com dados do Registro Hospitalar de Câncer da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (ASCOMCER) de mulheres com 18 anos ou mais. A probabilidade de não iniciar o tratamento em até 60 dias, conforme lei nº12.732/2012, foi estimada pelo método de Kaplan-Meier e sua associação com os fatores estudados pelo modelo de Cox, com apresentação do Hazard Ratio (HR) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: Entre as 911 participantes estudadas no período, a probabilidade de iniciar o tratamento com atraso foi de 18,8% (IC95%:16,4;21,5), sendo 23,0% (IC95%:19,8;26,6) para o subgrupo das que foram atendidas após a entrada em vigência da lei. Realizar o tratamento em um serviço de saúde diferente do que estabeleceu o diagnóstico de câncer foi o principal fator associado ao atraso, além da clínica do primeiro tratamento, independentemente da entrada em vigor da lei. Da amostra total, as mulheres que tiveram essa transição do cuidado, tiveram um risco cerca de 250% maior [HR:3,49(IC95%:3,00;4,07)] de iniciar o tratamento com mais de 60 dias após diagnóstico, controlando-se pela idade e data do diagnóstico, estadiamento, origem do encaminhamento e clínica do primeiro tratamento. CONCLUSÕES: Realizar diagnóstico e tratamento na mesma instituição poderia contribuir para a redução do tempo de espera para início do tratamento.
FATORES ASSOCIADOS À UTILIZAÇÃO E FALTA DE ACESSO À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM MULHERES
Pôster
Rodrigues, M.S.L.1, Almeida, AP.S.C.1, Sarti, T.D.1
1 UFES
Objetivos: avaliar o acesso aos serviços de atenção primária à saúde por mulheres adultas no município de Vitória-ES, no contexto da pandemia de COVID-19. Métodos: Estudo transversal de base populacional realizado em Vitória-ES, com amostra de 1.107 mulheres residentes neste município, com 18 anos ou mais, selecionadas aleatoriamente. O desfecho do estudo foi a utilização e a falta de acesso da unidade básica de saúde (UBS) em 12 meses. Resultados: A amostra consistiu em mulheres de 40 a 59 anos (38,2%) não brancas (60,1%), de classe econômica A/B (52,8%), que avaliaram sua saúde como boa (60,1%), e de escolaridade sem estudo e estudo primário (48,7%). A prevalência de utilização da UBS foi de 43,9%, sendo maior em mulheres não brancas (58,3%; IC95% 53,0-63,4), de 40 a 59 anos (49,5%; IC95% 42,8-56,2), de classe econômica D/E (81,4%; IC95% 66,8-90,5), com autoavaliação de saúde ruim/muito ruim (54,1%; IC95% 42,7-65,0). A prevalência de falta de acesso foi de 14,1%, não sendo identificada diferença significativa em relação à idade, cor da pele, renda e autoavaliação de saúde. Conclusões: Identificou-se alta prevalência de utilização dos serviços de APS, favorecendo o acesso à população de menor condição socioeconômica, apontando para resultados positivos em relação à equidade no acesso aos serviços de saúde. No entanto, a prevalência de falta de acesso indica que os desafios na ampliação do acesso à APS persistem.
GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA AO ÓBITO NO ENFRENTAMENTO DA MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL
Pôster
Oliveira, A.C.F1, Silva, L.R.M1, Suzart, T.C.T1
1 SVS/Nova Iguaçu
A instituição da Gerência de Vigilância ao Óbito (GVO) teve papel primordial na operacionalização de um conjunto de ações que proporcionaram a qualificação das informações referentes aos fatores determinantes e condicionantes de saúde materna e infantil. Objetiva-se, com este trabalho, relatar a experiência de atuação da Gerência de Vigilância do óbito do Município de Nova Iguaçu. Aborda-se a utilidade dessa gerência para a gestão da política de saúde da mulher e da criança, a produção de informação e a formação de consciência crítica dos profissionais de saúde. Trata-se de um estudo qualitativo de sistematização da experiência vivenciada, sob a perspectiva da observação participante. Resultados: A Gerência teve um total de 97 óbitos maternos investigados de 2015 a 2023 e 1441 de óbitos infantis investigados neste mesmo período. Essa avaliação dos óbitos trouxe evidências das causas e problemas no acesso e/ou na qualidade da assistência prestada no pré-natal, parto e puerpério na atenção à saúde materna e infantil. A experiência vivenciada demonstra que as práticas e atividades organizacionais implementadas pela GVO, possibilitaram maior adesão, dos atores e serviços envolvidos na construção do itinerário terapêutico e análise de óbitos. Evidenciando, desta forma, a realidade local e permitindo um impacto positivo nas medidas de enfrentamento os óbitos maternos, infantis e fetais.
IDENTIFICAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS PARA OPERACIONALIZAÇÃO DA VAN EM MUNICÍPIOS GAÚCHOS
Pôster
Virgili, L. C.1, Vecchi, L.2, Oliveira, L. G.2, Silva, A. O.2, Viero, G. S. L.2, Ramos, V. K.2
1 USP
2 UFSM
Objetivo: Identificar a presença de recursos materiais necessários para a operacionalização da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) na Atenção Primária em Saúde (APS). Métodos: Foi realizado um estudo descritivo e exploratório, quanti-qualitativo, com uma amostra composta por Relatos de Experiências (RE) de profissionais vinculados à APS em municípios do Rio Grande do Sul (RS). Um edital de chamada pública foi divulgado para a submissão de RE que descrevessem a execução de ações de VAN, incluindo dados sobre o perfil dos profissionais responsáveis e os recursos materiais utilizados para coletar informações antropométricas. A análise de conteúdo (dados não apresentados) foi utilizada para compreender o contexto das ações de VAN. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Santa Maria (CAAE 57206822.7.0000.5346). Resultados: Foram analisados 22 RE de 10 Coordenadorias Regionais de Saúde do RS. Todos os profissionais responsáveis pelas ações eram nutricionistas com uma média de 6 anos de atuação na APS. Em relação aos materiais antropométricos, constatou-se que 54,54% dos locais de atendimento não possuíam quantidade suficiente de balanças e estadiômetros para atender a demanda. Contudo, a manutenção desses equipamentos foi mencionada na maioria das ações (63,63%) e não houve aquisição de novos equipamentos (68,18%). Conclusão: A presença de equipamentos antropométricos é essencial para a coleta de dados que garantem a operacionalização da VAN e a compreensão das demandas de saúde e nutrição da população. Apesar da insuficiência de equipamentos nos municípios estudados, a manutenção adequada parece reduzir a necessidade de aquisição de novos aparelhos.
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA PRODUTIVIDADE DOS HOSPITAIS DE ENSINO NO BRASIL
Pôster
Lobo, M. S. C.1, Estellita Lins, M. P.1, Rodrigues, H. C.1, Soares, G. M.1
1 UFRJ
Objetivos. Analisar o impacto da pandemia de COVID-19 na produtividade dos hospitais de ensino (HEs) gerais do Brasil, por região e natureza jurídica, e propor parâmetros e metas assistenciais para planejamento após o fim da emergência sanitária. Métodos. Foram comparadas as fronteiras de produtividade dos HEs gerais nos anos de 2019 (imediatamente anterior à pandemia) e de 2021 (imediatamente posterior à deflagração da pandemia), com dados secundários, por meio de Análise Envoltória de Dados (DEA) e avaliação de deslocamento temporal utilizando Índice Malmquist, ajustada pela medida de Russell. Cenários viáveis para recuperação consideraram projeções em fronteira combinada dos anos analisados. Resultados. Houve redução da produtividade dos 149 HEs gerais identificados (Malmquist < 1) e contração da fronteira de produtividade (frontier-shift < 1), independentemente de distribuição geográfica e de natureza jurídica. Após fim da emergência sanitária, internações e cirurgias devem ser incrementadas em 96,5% e 107,4%, respectivamente, para recuperação da eficiência dos hospitais. Conclusão. O compromisso social dos HEs gerais na pandemia demandou recursos e provocou queda da produção. DEA-Malmquist permitiu tanto estimar a queda de eficiência, quanto propor metas assistenciais para programação em saúde. O modelo foi capaz de distinguir mudanças de produtividade por deslocamento da fronteira (frontier-shift), resultantes de políticas públicas, e mudanças na eficiência técnica específica (catch-up), resultantes de esforços administrativos de cada um dos HEs gerais.
IMPACTO DA RESIDÊNCIA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE NOS INDICADORES DE DESEMPENHO
Pôster
Coelho, G.1, Kassada, D. S.1
1 UNICAMP
Objetivo: Avaliar o impacto da implementação da Residência Médica de Medicina de Família e Comunidade (RMMFC) nos indicadores de desempenho do Previne Brasil (PB) em uma cidade do interior paulista. Métodos: Realizamos um estudo observacional e descritivo, utilizando abordagem quantitativa. Os indicadores do PB avaliados foram: Proporção de gestantes com pelo menos 6 consultas pré-natal realizadas, sendo da 1ª até a 12ª semana de gestação; Proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV; Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado; Cobertura de exame citopatológico; Proporção de crianças de um ano de idade vacinadas contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B, Haemophilus influenzae tipo B e Poliomielite inativada; Percentual de pessoas hipertensas com pressão arterial aferida em consulta a cada semestre; e Percentual de diabéticos com consulta e solicitação de hemoglobina glicada. Os dados, provenientes de banco de domínio público, referem-se aos anos de 2018, 2019, 2022 e 2023, sendo excluídos os anos de 2020 e 2021 devido a pandemia da COVID-19, em um município do interior paulista que implantou um programa de RMMFC de grande abrangência territorial. Resultados: A implementação da RMMFC coincide com o aumento percentual de 115,32% na média global dos indicadores do PB na comparação entre o biênio 2022-2023 e 2018-2019. Conclusões: Este estudo sugere que a presença e atuação dos residentes de medicina de família e comunidade podem ter um impacto positivo na qualidade dos serviços da atenção primária à saúde, conforme medido pelos indicadores do PB.
IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE SAÚDE MÓVEL DE ATENÇÃO PRIMÁRIA NO MUNICIPIO DE FORTALEZA, CEARÁ
Pôster
BRITO, S.B1, PIRES,R.P1, Medeiros, J.L.C1, SILVA, J.R.A1, NOGUEIRA, L.M.N1, Nobre, C.S.1
1 Instituto Cisne de Ensino e Pesquisa em Saúde/ICEPES
Objetivo: O relato de experiencia tem como objetivo descrever a implantação das Unidades de Saúde Móvel (USM) no município de Fortaleza-Ceará. Método: Em outubro de 2023 foi implantado por uma Organização Social de Saúde(OSS), seis USM para realizarem serviços de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde como: consultas médicas, de enfermagem e odontológica; vacinas, curativos, assistência farmacêutica, coleta de exames laboratoriais, de forma itinerante. Das 6 USM implantadas, 2 possuem capacidade para 4 Equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e 4 Equipes de Saúde Bucal (ESB); e 4 USM com capacidade para 2 ESF’s e 2 ESB’s. O programa tem perfil itinerante, se deslocando pelo município de acordo com a necessidade dos territórios, reduzindo os impactos de variáveis que podem impedir o direito de acesso a saúde da população, seja por barreiras sociais, dificuldades de mobilidade urbana, tempo para deslocamento ou as chamadas barreiras "invisíveis" da criminalidade. As USM foram implantadas de forma gradativa entre os meses de outubro de 2023 e março de 2024. A logística dos locais e tempo de permanência é determinado pela gestão municipal, onde ao final de cada semana é disponibilizado o roteiro para mobilização e desmobilização da carreta. Resultados: As USM já estiverem presentes em 26 bairros dos 118, totalizando 61.521 atendimentos médicos, enfermagem e odontologia, 117.513 procedimentos entre verificação de pressão arterial, glicemia entre outros e 20.093 exames laboratoriais. Conclusão: A USM é um equipamento de saúde que se integra à rede de atendimento da cidade, dando suporte à rede primária.
INTEGRAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE E ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO
Pôster
Silva, S. A. G.1, Souza, J. F. A.1, Massote, A. W.1, Abreu, D. M. X.1, Araujo, J. F.1, Alvares, F. A. C.2, Falcão, K. M.2, Girardi, S. N.1, Campos, F. E.1
1 NESCON/UFMG
2 CONASEMS
Objetivo: Este estudo discute a integração entre Vigilância em Saúde (VS) e Atenção Primária à Saúde (APS) nas ações de imunização em municípios brasileiros.
Métodos: Foi realizada uma análise de documentos técnicos e normativos, uma revisão de escopo em bases de dados (BVS, PubMed, Scopus, Embase, SciELO) e 32 entrevistas semi-estruturadas com atores-chave na temática das esferas federal, estadual e municipal. Resultados: Os resultados indicam que algumas práticas integrativas destacadas nos municípios incluem microplanejamento, gestão colegiada da imunização, sistemas de monitoramento integrados, referências técnicas da VS territorializadas, estratégias extramuros, busca ativa, participação da VS em reuniões de equipes de saúde da APS e envolvimento de outros profissionais da APS na imunização. No entanto, apesar do reconhecimento teórico e normativo da importância da integração, na prática os municípios enfrentam desafios operacionais significativos que esbarram na cultura organizacional das áreas em todas as esferas de governo.
Conclusão: A integração eficaz entre APS e VS na imunização exige uma abordagem multifacetada, considerando a organização local, o uso compartilhado de ferramentas, a superação de desafios contextuais e a integração de sistemas de informação. O desafio está em transformar essas reflexões em práticas efetivas nos territórios, promovendo a saúde de forma integrada e abrangente.
INVESTIGAÇÃO DO MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO EM SAÚDE BUCAL UTILIZANDO PLATAFORMA WEBBASED
Pôster
Gonçalves Neto, JA.1, Chaves, AM2, Gaspar, GS2, Góes, PSA2, Figueiredo, N2
1 FOP - UNICAMP
2 UFPE
Objetivos: Avaliar o monitoramento epidemiológico pelos serviços públicos de saúde bucal utilizando uma plataforma web-based entre as Equipes de Saúde Bucal (EQSB) e Estratégia Saúde da Família (ESF) em municípios do estado de Pernambuco.
Métodos: Estudo descritivo e transversal realizado em 2023, utilizando questionário digital aplicado a gestores e profissionais com mais de 6 meses de atuação em municípios de Pernambuco, com rede de atenção em saúde bucal, após consentimento informado. Foram coletados dados sobre a realização de visitas domiciliares, investigação do perfil epidemiológico de saúde bucal, desenvolvimento de ações de planejamento e frequência de ações de avaliação e monitoramento das metas.
Resultados: Das EQSB/ESF pesquisadas, 92% realizaram visitas domiciliares de maneira sistemática nos últimos 6 meses, e 98% investigaram o perfil epidemiológico da saúde bucal da população do território no mesmo período. Além disso, 92% desenvolveram ações de planejamento, e as avaliações e monitoramentos das metas foram realizados mensalmente por 58% e trimestralmente por 33%. Os principais desafios identificados incluem a infraestrutura dos Sistemas de Informação em Saúde e a atualização dos dados epidemiológicos para Vigilância em Saúde Bucal.
Conclusões: A maioria das EQSB/ESF que responderam ao questionário utilizando a plataforma web-based, realizam as atividades essenciais de monitoramento e planejamento, contribuindo para a melhoria da saúde bucal da população. No entanto, a efetividade plena dessas atividades é limitada por desafios como a desigualdade digital e a infraestrutura inadequada.
INVESTIGAÇÃO DO USO DA SAÚDE DIGITAL EM SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE BUCAL.
Pôster
Gonçalves Neto, JA.1, Marinho, JN.2, Gaspar, GS2, Góes, PSA2, Chaves, AM2, Figueiredo, N.2
1 FOP - UNICAMP
2 UFPE
Objetivos: Este estudo investiga o uso da saúde digital nos serviços públicos de saúde bucal entre os participantes do projeto de pesquisa GestBucalSD no Brasil.
Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo realizado em 2023. Um questionário baseado em plataforma web foi aplicado a gestores e profissionais com mais de seis meses de atuação em municípios de Pernambuco com rede de atenção em saúde bucal, após obtenção de consentimento informado.
Resultados: A maioria dos respondentes foram cirurgiões-dentistas da Estratégia de Saúde da Família, predominantemente do sexo feminino, com média de idade de 44 anos. Foi observada alta concordância quanto à importância das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) e da saúde digital no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a concordância diminuiu ao avaliar a disponibilidade de recursos e o uso prático dessas tecnologias. Foram identificadas fragilidades na infraestrutura dos Sistemas de Informação em Saúde e na atualização dos dados epidemiológicos para a Vigilância em Saúde Bucal.
Conclusões: A saúde digital mostra-se promissora para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde no Brasil, mas enfrenta desafios significativos, como desigualdade digital, infraestrutura inadequada e necessidade de adaptação por parte dos usuários. São necessários investimentos em capacitação profissional, infraestrutura e políticas públicas inclusivas.
INVESTIMENTO NO PNAE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: 1999 À 2022
Pôster
Souza, I.1, Fernandes, E. B.1, Silva, V. S.2
1 IFRJ
2 IBC
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) tem por objetivo melhorar a qualidade das refeições escolares e promover hábitos alimentares saudáveis entre os alunos de escolas públicas. Após 2009, o programa inclui valores diferenciados per capita por dia de acordo com o tipo de escola e alunos atendidos. O objetivo do presente estudo é avaliar qualitativamente o financiamento do PNAE no estado do Rio de Janeiro. Nesse sentido, utilizamos os dados relativos ao financiamento do PNAE constantes no portal Dados Abertos do Governo Federal de 1999 à 2022. Para efeitos de comparação os valores nominais foram deflacionados em valores reais pelo IPCA 2022. Os resultados mostram o número de alunos atendidos variou de 1987522 no ano de 2022, a 3093012 no ano de 2009. O período com maior volume de recursos destinados ao PNAE no estado do Rio de Janeiro foi entre os anos de 2010 (436 milhões de reais) a 2013 (390 milhões de reais). Em termos de valores per capita por dia este também foi o período de maior alocação de recursos superando os 70 centavos de real. Após esse período os valores decrescem até chegar a média de 55 centavos per capita por dia em 2022. Concluímos que os valores destinados ao PNAE sofrerem defasagem ao longo dos anos, necessitando de recomposição de acordo coma inflação do período, bem como conscientização e treinamento das prefeituras para correta solicitação dos recursos de acordo com os tipos de escolas e alunos (informados no Censo Escolar do ano anterior).
MAMOGRAFIA PARA RASTREAMENTO DE C NCER DE MAMA FORA DA FAIXA ETÁRIA RECOMENDADA NO BRASIL
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MUTOU, C.M.R.1, VALSECCHI, V. A. S.;Valsecchi, Victor Alexandre dos Santos;Valsecchi, VAdS;Valsecchi, VAS;Valsecchi, V1, REZENDE, L. F. M.;REZENDE, Leandro Fornias;DE REZENDE, Leandro Fornias;DE REZENDE, L.F.;MACHADO DE REZENDE, Leandro Fórnias;DE REZENDE, L. F.;de Rezende, Leandro Fórnias Machado;DE REZENDE, LEANDRO F.M.;REZENDE, LEANDRO FÓRNIAS MACHADO DE;REZENDE, L;REZEN1
1 UNIFESP
Métodos: Utilizamos dados de 25.573 mulheres (18-49 anos) participantes da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS 2019) que responderam questionário sobre realização de exames de mamografia alguma vez na vida (sim ou não). Prevalência e os intervalos de 95% de confiança (IC95%) foram calculados de acordo com faixa etária, escolaridade, estado marital, raça ou cor da pele, local de residência, macrorregiões e acesso a plano de saúde.
Resultados: Observou-se que 35,0% (IC95: 34,0-36,0%) das mulheres de 18 a 49 anos já realizaram mamografia alguma vez na vida. Maiores prevalências foram observadas entre mulheres de 40-49 anos (60,3% vs 6,9% entre 18-49 anos), viúvas (48,2% vs 23,6% entre solteiras), da cor da pele branca (40,8% vs 30,2% entre pardas), com superior completo (51,5% vs 24,7% com fundamental incompleto), residentes de áreas urbanas (36,8% vs 22,7% de áreas rurais) e da região Sudeste (41,9% vs 22,3% do Norte), e que tinham plano de saúde (52,3% vs 28,6% sem plano de saúde).
Conclusões: Estimamos que 35% das mulheres de 18-49 anos já realizaram mamografia alguma vez na vida. Mulheres de 40-49 anos, brancas, casadas, com ensino superior completo, que residem em regiões urbanas, do Sudeste, e que possuem plano de saúde apresentaram maiores proporções.
MAPA DE EVIDÊNCIAS: ESTRATÉGIA DE REVISÃO DE INTERVENÇÕES PARA REDUZIR O CONSUMO DE ÁLCOOL
Pôster
Vianna, G. V. B.1, Machado, P. A. N.1, Malhão, T. A.1, Moreira, L. G. M.1, Diogenes, M. E. L.1, Carvalho, F. F. B.1, Ferreira, C. B. T.1, Batista, M. R.1, Chança, R. D.1, Abdala, C. V. M.2
1 Instituto Nacional de Câncer - INCA
2 Centro Latinoamericano y del Caribe de Información em Ciencias de la Salud - BIREME
Objetivo: Sistematizar evidências sobre o efeito de intervenções para redução do consumo de bebidas alcoólicas, que é um dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, traumatismos, incapacidade e morte em todo o mundo. Métodos: O mapa de evidências é uma metodologia de pesquisa que representa graficamente as características e achados das evidências analisadas em estudos de revisão relacionando intervenções a desfechos. É apresentado em uma plataforma on-line interativa da Biblioteca Virtual em Saúde (https://public.tableau.com/app/profile/bireme/viz/consumo-bebidas-alcoolicas-pt/evidence-map), permitindo identificar evidências existentes e filtrá-las por tipo de intervenção, efeito , população, local, país/região foco, dentre outros. Nas células do mapa, círculos localizados nas intersecções entre as intervenções e desfechos representam os estudos. O tamanho do círculo representa o volume de estudos. A cor dos círculos representa o efeito das intervenções ou o nível de confiança da evidência de acordo com a ferramenta AMSTAR-2. Resultados: A partir de buscas em nove bases bibliográficas, foram incluídos no mapa 182 estudos de revisões, registrando 207 associações entre diferentes intervenções e desfechos. A maioria das associações apresentou efeito positivo (40,6%) ou potencialmente positivo (26,6%), destacando-se: ações de educação e aconselhamento em saúde, monopólio de vendas de bebidas alcoólicas pelo governo, controle de densidade de pontos de venda, cobrança de preço mínimo por unidade, advertências sanitárias em rótulo de bebidas alcoólicas e múltiplas intervenções integradas. Conclusões: O mapa pode auxiliar formuladores de políticas públicas e profissionais de saúde na adaptação de experiências para seus contextos de atuação, estimulando ações intersetoriais para reduzir o consumo de álcool.
MEDIDAS PREVENTIVAS CONTRA A COVID-19 ADOTADAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster
Correa, A. P. V.1, Gusmão, A. C. S.1, Uehara, S. C. S. A.1
1 UFSCAR
Objetivos: analisar e comparar as medidas de prevenção da Covid-19 adotadas na APS brasileira, considerando o porte populacional do município. Métodos: Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado com 1474 gerentes da APS de municípios brasileiros. Os dados foram coletados por meio de questionário autorespondido pelo Google Forms, entre setembro de 2021 e setembro de 2022. Os portes populacionais foram classificados de 1 a 7 (IBGE), que varia de 5 mil a acima de 500 mil. Para estimar as razões de prevalência foi utilizado o modelo de regressão de Poisson. Resultados: Em relação ao tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI) disponível para os profissionais de saúde, a disponibilidade de óculos de proteção foi 8% mais prevalente e de protetor facial foi 11% mais prevalente em municípios de portes 1 ou 2, quando comparados ao de porte 3 ou 4. Já a disponibilidade de luvas de procedimento e protetor facial foi 1% e 8%, respectivamente, mais prevalentes em municípios de porte 1 ou 2, quando comparados aos de portes 5, 6 e 7. A disponibilidade de dispenser de álcool em gel funcionante, foi 5% mais prevalente em municípios de portes 1 ou 2, quando comparados com os de portes acima de 3. Conclusão: a disponibilidade de EPI nas unidades de saúde também estava relacionada com o porte do município.
MORBIMORTALIDADE COVID19: FATORES SOCIAIS, AUXÍLIO EMERGENCIAL, VACINAÇÃO, BRASIL, 2020-21
Pôster
Oliveira, G.L.1, Castro, M.S.M.2, Silva, G.D.M.2, Souza, A.A.3, Paes-Sousa, R.2
1 CEFET-MG E IRR/FIOCRUZ-MG
2 IRR/FIOCRUZ-MG
3 UFOP e IRR/FIOCRUZ-MG
Objetivo: Visando amenizar efeitos das desigualdades socioeconômicas e da queda da atividade econômica nas populações vulneráveis durante a pandemia da COVID-19, muitos países implementaram ou ampliaram programas de distribuição de renda, como foi o Auxílio Emergencial (AE) no Brasil. Este estudo propõe analisar se a disponibilidade do AE contribuiu para a redução das taxas de morbidade e mortalidade por COVID-19 no país. O modelo teórico considerou como covariáveis de controle características socioeconômicas, sociodemográficas, de morbidade e acesso aos serviços de saúde, incluindo testagem para COVID-19 e vacinação. Métodos: Estudo ecológico longitudinal nos 5.570 municípios brasileiros de março de 2020 a dezembro de 2021. Aplicou-se métodos clássicos de seleção das variáveis considerando os níveis do modelo teórico, culminando no ajuste de modelos hierárquicos Bayesianos com efeitos espaço-temporais. Resultados: A cobertura do AE e da primeira dose da vacina para COVID-19 foram importantes na redução da morbidade (RR=0,986 e RR=0,982) e mortalidade (RR=0,976 e RR=0,978) por COVID-19 no Brasil durante a pandemia, quando controlados por variáveis socioeconômicas, de acesso aos serviços de saúde e efeitos espaço-temporais. Conclusões: Mesmo com diversos problemas em sua implementação, os resultados destacam o papel da transferência de renda e da vacinação na morbimortalidade pela doença. Os principais problemas identificados foram a descontinuação do pagamento, redução dos valores ao longo da vigência do benefício e utilização de recursos públicos para pagar pessoas fora dos critérios de elegibilidade. Também, o papel da vacinação na redução da morbimortalidade poderia ter sido maior se não tivesse sido iniciada tardiamente.
MORTALIDADE MATERNA POR VOLUME DE NASCIMENTOS NO BRASIL
Pôster
Gomes, M.A.S.M.1, Magluta, C.1, Silva, L.B.R.A A.1, Campos. T.P.1, Waltcher, E.G.1, Almeida, B.C.F.1
1 IFF/FIOCRUZ
Objetivos
Analisar a mortalidade materna segundo volume de nascimentos ocorridos nos estabelecimentos de saúde e volume de residentes dos municípios na Unidades da Federação (UF).
Métodos
Foram utilizados dados secundários disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), utilizando as bases de dados do CNES, SIM e SINASC. A análise se deu através do TabWin, RStudio e Excel.
Resultados
Foi analisada a razão de mortalidade materna de acordo com o número de nascidos vivos ocorridos nos estabelecimentos de saúde e de municípios de residência em cada UF. A análise evidenciou uma pulverização de nascimentos em todos o país e um risco até 4 (quatro) vezes maior nas unidades com menos de 500 nascidos vivos no ano, e variando de forma desigual entre UF e regiões do país.
Conclusões
O estudo evidencia uma pulverização dos nascimentos em todas as UF, adicionando risco de morte materna a partos ocorridos em unidades de pequeno volume de nascimentos. impactando na qualidade da assistência perinatal. Os resultados reafirmam os achados de Rashidian, em revisão sistemática de 2014, que a implementação de programas de regionalização perinatal está correlacionada a melhorias nos resultados perinatais. Uma organização adequada da rede de atenção perinatal assegura o cumprimento dos princípios constitucionais de universalidade do acesso, equidade e integralidade do cuidado.
O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA COMO FACILITADOR NO CUIDADO COM AS ARBOVIROSES PARA CRIANÇAS
Pôster
Silva, D. G.1, Filho, A. C. G1, Farias, E. R. D1, Silva, F. V. S.1, Silva, M. F. M1, Oliveira, M. S.1, Gaspar, G. S.1
1 UFPE
Objetivo: Relatar ação realizada no através do Programa Saúde na Escola (PSE) na temática das arboviroses em uma escola municipal no interior de Pernambuco. Método: Trata-se de relato de experiência, a partir de vivência no campo da saúde e educação, em articulação da intersetorialidade entre equipes para compartilhar de forma facilitada o conhecimento para promover a prevenção e promoção à saúde com uso de músicas, figuras e desenhos. Resultados: Ficou evidente o entusiasmo das crianças sobre os desenhos, desde o primeiro instante se mostraram bastante interessados no assunto e durante as ações a curiosidade das crianças as trouxeram mais próximas ao assunto, alguns relataram que já sabiam e conheciam sobre o tema e queriam compartilhar com os amigos de turma. A ação proporcionou o interesse em disseminar as informações para seus parentes e amigos da comunidade para ajudar no cuidado com a dengue dentro e fora de casa. Conclusão: De modo geral, o PSE possui uma grande importância para a comunidade propiciando educação em saúde de forma fácil, levando conhecimento para as crianças sobre as arboviroses e consequentemente trazendo a prevenção como fundamental maneira de controlar a propagação das doenças causadas pelo mosquito. Além disso, se atenta à importância das ações do PSE para incluir as crianças ao conhecimento sobre os processos de saúde e doença na comunidade em que vivem, considerando-as agentes ativos na construção da saúde e multiplicadoras de saberes.
O USO DO WEB SCRAPING COMO FERRAMENTA NA AUTOMATIZAÇÃO DE PAINEL DE INDICADORES DE SAÚDE
Pôster
Almeida, S.M.C.B.1, Guillen, L.C.T.1, Silva, J.M.P.1, Fiebig, L.L.1, Machado, L.S.1, Helmann, S.O.1, Lopes, L.N.F.1, Honorato, L.T.G.1, Costa, F.M.1
1 Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS/Niterói)
O planejamento, no contexto do Sistema Único de Saúde, requer conhecimento técnico que pode ser expresso por meio do uso de instrumentos e tecnologias próprias, principalmente no que se refere ao monitoramento de dados em saúde. O desenvolvimento tecnológico que vem ocorrendo nas últimas décadas tem possibilitado inovação nos processos de informação em saúde. Dentre essas novas tecnologias, destaca-se a técnica de web scraping, uma forma de mineração de dados da web que permite a extração automatizada de dados de páginas web. Objetivos: apresentar a experiência do uso da técnica de web scraping, no monitoramento periódico de indicadores de pactuação interfederativa do SUS, automatizando a atualização dos resultados em painel interativo, elaborado por uma Sala de Situação de Saúde em um município do estado do Rio de Janeiro. Metodologia: trata-se de uma pesquisa aplicada, descritiva e com abordagem qualitativa. Na experiência em questão, o web robot foi desenvolvido por meio do software R, utilizando a biblioteca RSelenium, que a partir de comandos permite simular a interação e navegação por sites, extraindo informações específicas. Resultados: Após o processo de scraping dessas informações e transformação em dados estruturados (como planilhas), o painel é atualizado com o resultado dos indicadores. Conclusões: A experiência da utilização da técnica de web scraping no processo de automatização de processos de trabalho permitiu maior praticidade, agilidade e qualidade no monitoramento de indicadores, desde a coleta de dados até o agrupamento do conteúdo de forma sistemática, viabilizando o acesso à informação em tempo oportuno para a gestão municipal.
OBESIDADE E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM VITÓRIA
Pôster
Callo-Quinte, G.1, Coelho, A.P.S.A.1, Fontenelle, L. F.1, Sarti, T.1
1 UFES
O objetivo do estudo foi analisar a associação entre obesidade e utilização de serviços de saúde em mulheres adultas da cidade de Vitória. Estudo transversal de base populacional realizado em mulheres adultas da cidade de Vitória-ES. Variáveis socioeconômicas, de saúde, ambientais, multimorbidade, uso de medicamentos, estilo de vida, atributos da APS, entre outros foram coletadas por questionário aplicado por personal treinado. O desfecho utilização foi considerado quando a participante conseguia a atenção na APS, ambulatorial de média complexidade, hospitalização ou atendimento em unidades de urgência e emergência. A exposição de interesse, estado nutricional, foi coletada a partir do peso e estatura auto referido e categorizado em baixo peso/normal, sobrepeso e obesidade. A Associação do estado nutricional e utilização foi avaliada pela regressão de Poisson robusta ajustada para cor da pele, escolaridade, idade e renda. Foram analisadas 1100 mulheres. Aquelas com obesidade apresentaram maior probabilidade de utilizar os serviços de saúde (1,17; 95%IC: 1,0-1,34) quando comparadas com mulheres de peso normal/baixo peso. As hipertensas obesas apresentaram ainda maior probabilidade de utilizar os serviços de saúde (1,50; 95%IC: 1,14-1,95) do que as hipertensas com peso normal/baixo peso. A obesidade nas mulheres encontrou-se associado a maior utilização de serviços de saúde e ainda mais acentuado com a presença da hipertensão.
Palavras chave: obesidade, utilização de serviços de saúde, hipertensão
OFERTA E UTILIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ONCOLÓGICA DO SUS NA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO
Pôster
CURTY, B. M.1, MARTINS, M.1
1 ENSP/Fiocruz
Estudo observacional, descritivo que analisou dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) do Sistema Único de Saúde (SUS) para caracterizar a oferta e o padrão de utilização da assistência oncológica do SUS na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro no período de 2012 a 2021. No período de estudo, observou-se ampliação de equipamentos (mamógrafos, ressonâncias magnéticas e tomógrafos) e recursos humanos (cirurgiões oncologistas e radioterapeutas) na região, principalmente dos aparelhos de ressonância magnética (+166,7%) e tomógrafos (+81,8%), também utilizados em outros problemas de saúde, e redução de médicos oncologistas clínicos (-18,2%). A taxa de utilização dos exames diagnósticos aumentou em toda a série histórica (biópsia, anatomopatológico, citopatológico cervico-vaginal, tomografia, ressonância, colonoscopia e retossigmoidoscopia), exceto mamografia que ficou estável. Houve também aumento do uso de quimioterapias e radioterapias, mas a radioterapia apresentou redução entre 2020 e 2021, período crítico da pandemia de covid-19. O aumento da oferta de recursos descrito foi compatível com o aumento no uso de exames e tratamentos oncológicos entre 2012 e 2021 na região. No entanto, a redução de oncologistas clínicos sinaliza a necessidade de investigar se o acesso a estes serviços diagnósticos e terapêuticos em oncologia está ocorrendo em tempo e local oportunos.
PADRONIZAÇÃO DOS REGISTROS EM UM PROGRAMA PARA MANEJO DA OBESIDADE
Pôster
Esteves, J.V1, Pereira, H.O1, Covo, M. M1, Monteiro, C.M1, Mafra, A.C.C.N1
1 Hospital Sírio-Libanês
Introdução: A obesidade é uma condição crônica, multifatorial, de tratamento complexo, a longo prazo e frequentemente associada a outras condições crônicas. Há um número significativo de pessoas que buscam estratégias de perda de peso sem acompanhamento profissional, mas sem obter os resultados esperados, fato que muitas vezes está associado ao estigma que os indivíduos com sobrepeso e obesidade enfrentam. Foi proposta uma abordagem multiprofissional, baseada na Teoria Social Cognitiva, para tratar a obesidade em pacientes que frequentam os ambulatórios de Atenção Primária em um serviço de saúde.
Objetivos: descrever a implementação do programa "Mais Saúde" que visa a perda de peso, melhoria da saúde mental e aumento da atividade física; e a padronização de registro e coleta de dados do programa.
Método: criação de um banco de dados através da plataforma de coleta de dados RedCap para padronização e registro das informações, definição de indicadores, estabelecimento de papéis e funções, treinamento das equipes, monitoramento do preenchimento de dados, acompanhamento trimestral e feedback em avaliações de desempenho.
Resultados: Após a implementação da plataforma RedCap, houve uma melhoria significativa na completude das informações obtidas em consultas, passando de 43% para 100%. Isso foi atribuído à padronização dos registros e definição dos dados a serem acompanhados, resultando em uma extração contínua e gradativa de indicadores de desempenho do programa.
Conclusão: A implementação do programa demonstrou ser uma iniciativa eficaz no manejo da obesidade. A padronização dos registros permitiu a promoção da saúde individual e coletiva, principalmente por meio de iniciativas preventivas no serviço de saúde.
PARCERIAS INTERSETORIAIS E RESULTADOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM ÁREAS VULNERÁVEIS EM SÃO PAUL
Pôster
Bezerra, P. M.1, Guerriero, I. C. Z.1
1 Centro Universitário FMABC
Introdução: O objetivo desta pesquisa foi investigar a relação entre elementos constitutivos centrais das ações intersetoriais com resultados percebidos por profissionais de saúde da atenção primária em áreas de alta vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. A presente pesquisa é importante pois são necessárias evidências práticas e baseadas em campo para documentar como as parcerias têm impacto na saúde pública.
Método: A taxa de resposta dos gerentes locais de saúde das 279 áreas vulneráveis foi de 60,9%. Os dados primários de pesquisa quantitativa foram obtidos de abril à julho de 2018 por meio de formulário validado por face e conteúdo. Usamos o software Japs Statistic (versão 10.0) para efetuar o teste não paramétrico (qui-quadrado). Os valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética.
Resultados: As melhorias ambientais foi o resultado das parcerias intersetoriais mais apontado pelos gestores. Este resultado para os participantes foi associado aos seguintes elementos de parcerias: em 68,9% a ampla gama de participação de setores (p=0,12), em 68,3% com a criação de confiança entre parceiros (p=0.006) e em 68,8% com a avaliação das parcerias para a melhoria contínuas (p=0.001). O controle abusivo de drogas foi associado a ampla gama de participação de setores (31,1%) (p=0,040) e a incorporação de lideranças que inspiram confiança (30,3%) (p=0,024) das parcerias intersetoriais.
Conclusão: Os elementos desenvolvidos pelas parcerias intersetoriais em áreas de alta vulnerabilidade social podem embasar importantes resultados para a saúde local na cidade de São Paulo.
PERFIL DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SALVADOR-BA
Pôster
SANTOS, M.S.1, JUNIOR, E.P.P.2, LUZ, L.A.2, LIMA, A. M.1, SILVA, P.O.1, SANTOS, J.Z.P.3, PEDREIRA, R.B.S.4
1 Instituto de Saúde Coletiva - ISC/UFBA
2 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde - CIDACS
3 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador
4 Universidade Estadual Do Sudoeste Da Bahia - UESB
Objetivo: Descrever as características das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária à Saúde ocorridas antes e durante a pandemia de COVID-19, em Salvador-BA.
Métodos: Estudo descritivo, ecológico, observacional, com análise de dados secundários de domínio público disponíveis para consulta no Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde. Foram analisadas 854.525 internações hospitalares ocorridas no período de janeiro/2017 a dezembro/2022, as quais foram classificadas em ICSAP e nos seus 19 grupos de causas. As análises estatísticas foram realizadas no Stata, versão 15.0.
Resultados As ICSAP foram responsáveis por 109.500 hospitalizações, correspondendo a 12,81% de todas as internações. As internações em pessoas do sexo feminino representaram 52,6% do total de ICSAP. A faixa etária com maior proporção de ICSAP foram os menores de cinco anos (18,7%). A pandemia afetou o perfil dessas ICSAP, com aumento na proporção de hospitalizações por insuficiência cardíaca a partir de 2020 e redução de internações por pneumonias bacterianas na população. Em crianças, as mudanças no perfil de internação também foram evidentes, com redução substancial de internações por doenças pulmonares e infecções bacterianas em 2020 e 2021 e aumento na proporção de internações por sífilis congênita. Em idosos, o que se observou foi um aumento nas ICSAP por doenças cerebrovasculares e uma redução importante nas hospitalizações por hipertensão e diabetes em 2020 e 2021.
Conclusões: O estudo demonstrou a existência de alterações nas características das ICSAP em Salvador, especialmente em crianças e idosos.
PERFIL DOS USUÁRIOS E DO CUIDADO PRESTADO AO CÂNCER NA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO
Pôster
CURTY, B. M.1, MARTINS, M.1
1 ENSP/Fiocruz
Estudo observacional, seccional do tipo descritivo. Foram extraídos e analisados os dados do Painel Oncologia, disponível no DATASUS, para identificar o perfil demográfico dos usuários e características do cuidado oncológico prestado à população da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro atendida no Sistema Único de Saúde, no período de 2013 a 2021. Foram identificados 12.454 registros: 53,4% do sexo feminino e 46,6% do sexo masculino. A média de idade foi 60,7 anos (DP 13,8), variando de 18 a 101. A faixa etária mais frequente foi entre 40 e 59 anos (34,6%). Dentre os 16 municípios da região, 43,0% dos usuários residiam em Petrópolis; 19,9% apresentaram diagnóstico de câncer de mama; a quimioterapia foi o primeiro tratamento registrado (47,5% dos casos). Observou-se o estadiamento III como o mais frequente (19,8%), seguido pelo estadiamento IV (15,7%). Apenas 35,8% dos casos iniciaram o tratamento em intervalo inferior a 60 dias após o diagnóstico de neoplasia maligna. Apesar da diminuição do intervalo de tempo a partir de 2017, as informações apontam que a população da Região Serrana além de realizar o diagnóstico tardiamente, também aguarda um intervalo para iniciar o tratamento superior ao preconizado na Lei nº 12.732/2012.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE NOTIFICAÇÃO DA TOXOPLASMOSE ADQUIRIDA NA GESTAÇÃO DE 2019 A 2022
Pôster
Santos,J.M.1, Monte,A.C.P.1, Britto,A.M.1, Santos,G.M.1, Souza,J.A.N.1, Souza,k.P.S.1, Araujo,J.M.A.1, Leite,A.C.1, Andrade,W.S.1, Costa,C.E.M.2, Silva,E.P.S.3, Ribeiro,F.M.P.4
1 1- Iª Gerência Regional de Saúde,Secretária de Saúde do Estado de Pernambuco,Vigilância Epidemiológica,Pernambuco,Brasil;
2 2 - Iª Gerência Regional de Saúde, Secretária do Estado de Pernambuco,Coordenação de Vigilância Epidemiológica,Pernambuco,Brasil;
3 3 - Iª Gerência Regional de Saúde, Secretária do Estado de Pernambuco, Coordenação de Vigilância em Saúde, Pernambuco, Brasil;
4 4 - Iª Gerência Regional de Saúde, Secretária do Estado de Pernambuco, Gerência, Pernambuco, Brasil;
Resumo: A toxoplasmose é uma zoonose causada por um protozoário intracelular obrigatório, Toxoplasma gondii. Tendo como reservatórios intermediários: aves, seres humanos e outros mamíferos. Nos reservatórios definitivos gatos e outros felinos. No Brasil a infecção apresenta alta prevalência e incidência, sabendo se que a notificação é de fundamental importância para monitoramento de surto ou ocorrência de casos além do esperado. Mas precisamente em 2016 foi incluída na lista nacional de notificação compulsória como um problema de saúde pública. No estado de Pernambuco poucos estudos descrevem a epidemiologia da vigilância da toxoplasmose. Considerando a importância da compreensão do cenário epidemiológico da doença, vale ressaltar a atuação nacional da vigilância da toxoplasmose adquirida na gestação, que consiste em evitar a transmissão vertical e detectar casos precocemente para reduzir os danos da infecção intra-uterina e a necessidade que se possa proceder com o tratamento adequado destas gestantes. No entanto, é de grande importância a descrição desse agravo no estado para o desenvolvimento das ações epidemiológicas. Esses procedimentos estão alinhados com o objetivo do rastreamento no pré-natal, que é a identificação de grávidas com toxoplasmose para acompanhamento e tratamento durante a gestação. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da toxoplasmose adquirida na gestação, nos municípios da I Regional de Saúde no estado Pernambuco, no período de 2019-2022. Metodologia: Trata-se descritivo, transversal de caráter quantitativo com dados disponíveis no Sinan (Sistema Nacional de Notificação do Agravo) no período de 2019-2022 usando as variáveis: casos confirmados, faixa etária e raça para posterior análise descritiva (freqüência e percentual).
PERFIS DE INTERVENÇÕES OBSTÉTRICAS DURANTE A COVID-19
Pôster
Maciel, T.B.S1, Abreu, M.N.S1, Silva, T.F.R2, Faria, A.P.V1, Schreck, R.S.C1, Moreira, C.M1, Manzo, B.F1, Matozinhos, F.P1
1 Escola de Enfermagem - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais,Brasil,
2 Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil
Objetivo: Avaliar os perfis de intervenções obstétricas durante a pandemia da COVID-19, em hospitais públicos de Belo Horizonte Métodos: Estudo observacional com delineamento transversal, aninhado a uma coorte. Para identificar os perfis das práticas obstétricas, realizou-se a Análise de Componentes Principais. As variáveis utilizadas foram divididas em: Fatores Sociodemográficos e saúde, Fatores Obstétricos e Práticas Obstétricas. Resultados: Neste estudo, foram gerados perfis divergentes de coexistência de intervenções obstétricas, em mulheres com perfis obstétricos análogos. Tendo em vista que as mulheres pertencentes aos perfis formados tenderam a receber o mesmo conjunto de intervenções, os resultados formaram três perfis que podem ter sido influenciados pelo contexto da COVID-19. São eles: Perfil 1, formado por intervenções que frequentemente são utilizadas de forma inadequada na assistência ao trabalho de parto, sendo a infusão de ocitocina, o uso de analgesia e presença de acesso venoso periférico. Perfil 2, uso de práticas obstétricas evidentemente prejudiciais, e que devem ser abolidas na assistência obstétrica, composto por não utilização de partograma, não utilização de métodos não farmacológicos para alívio da dor, parto em posição de litotomia e episiotomia. Perfil 3, práticas que são úteis e beneficiam a mulher no processo de parto, composto por oferecimento de dieta e liberdade de movimentação durante o trabalho de parto e parto. Conclusão: Os dados deste estudo demonstraram a existência de distintos perfis de assistência ao parto nas instituições investigadas, que divergem quanto ao uso das boas práticas da assistência ao parto nascimento, oscilando entre o respeito à fisiologia e a medicalização.
PLATAFORMA GESTBUCALSD: AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA E SECUND
Pôster
Figueiredo, N1, Chaves, A. M1, Neto Gonçaves, J. A.2, Gaspar, G.S.1, Gabriel de Lima Nascimento -3, Amante, C. F. G. A1, Santiago Netto, A.G.4, Figueiroa, D. S.4, Goes, P. S. A.1
1 UFPE
2 FOP-UNICAMP
3 UFRPE
4 UNIFACOL
Objetivo: Avaliar os serviços de saúde bucal na atenção primária e secundária à saúde com uso de plataforma web-based. Método: Realizou-se estudo quantitativo, descritivo, caráter avaliativo com uso dos módulos avaliativos AvaliaAPS e AvaliaCEO da plataforma web-based GestBucalSD (https://sdufpe.up.railway.app/), em que há o autoprocessamento das classificações, cartas de recomendação e dashboards interativos para tomada de decisão e melhoria de qualidade da atenção. Com anuência municipal, oficinas de trabalho ocorreram à implementação da plataforma em unidades de saúde concordantes ao estudo. Resultados: No módulo AvaliaAPS (144 avaliações), obteve-se nota média Geral 6,6 e nos Domínios: Formação Profissional (5,0); Estrutura (6,0); Coordenação do cuidado (6,8); Gestão (6,8); e, Integração (8,2). Para o AvaliaCEO (49 avaliações), nota média de 6,33. Domínios: Formação Profissional (4,9); Gestão (6,5); Estrutura (6,8); e, Integração (6,7). A plataforma também tem sido usada como atividade prática na inovação do ensino. Conclusões: Evidenciou-se notas classificatórias insatisfatórias tanto na APS quanto no CEO, com exceção do domínio Integração para AvaliaAPS. Este cenário é preocupante e requer plano de intervenção imediata para a melhoria da qualidade desses serviços. O uso do GestBucalSD propicia ágil e oportuna informação para tomada de decisão.
PRÁTICAS COLABORATIVAS E INTERPROFISSIONALIDADE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE SOBRAL-CE
Pôster
FARIAS, M.R.1, OLIVEIRA, S.D.M.1, MACIEL, J.A.C.1, BRITO, T.O.1, CARNEIRO, K.C.A.1, TEODÓSIO, T.B.1
1 UFC
Este estudo teve como objetivo analisar as práticas colaborativas e interprofissionalidade na Atenção Primária à Saúde de Sobral, Ceará. Trata-se de estudo exploratório, quantitativo e transversal, com participação de 281 profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), Núcleo Ampliado em Saúde da Família (NASF) e da Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF). A coleta de dados foi através da aplicação de questionário sócio demográfico e da Escala de Avaliação da Colaboração Interprofissional em Equipe (AITCS II - BR). Os dados foram analisados no software SPSS 27.0, pelos testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. O estudo evidenciou a existência da interprofissionalidade e práticas colaborativas, considerando as dimensões: parceria, cooperação e tomada de decisão compartilhada e coordenação. Acerca dos fatores associados à prática colaborativa na APS, o estudo apontou que os profissionais formados em instituições privadas apresentaram uma maior tendência à cooperação e tomada de decisão compartilhada e à coordenação em comparação aos formados em instituições públicas. Verificou-se ainda que os cargos de gerentes, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem apresentaram maior nível de cooperação e tomada de decisão compartilhada que os odontólogos, técnicos em saúde bucal e agentes comunitários de saúde. O apoio da RMSF ou NASF associou-se a uma maior cooperação e tomada de decisão compartilhada na ESF.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO BRASIL: CONTRADIÇÕES DA EXPANSÃO
Pôster
Rodrigues, V. F.‘1, Ribeiro, F.S.N.1
1 UERJ
O ensaio objetiva analisar os registros de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) na Atenção Primária. Método: Estudo longitudinal no Sistema de Informações em Saúde para Atenção Básica (SISAB) analisou os atendimentos de PICS em unidades básicas de saúde entre 2017 e 2023. Resultados indicam que o Brasil registrou 3.052.863 atendimentos, com tendência ascendente. 80,32% mulheres. O Sudeste liderou 41,66% dos atendimentos, SP 18,18% do país e a região Norte 5,11%. Auriculoterapia 53,98%, Acupuntura 25,98%, Aromaterapia 2,76%, Antroposofia 2,57% e Massoterapia 1,99% foram os registrados. No RS, Naturopatia representou 70,19% do país, Aromaterapia, 63,77% e Imposição de Mãos 40,71%. Em SP e GO, Antroposofia foi 43,01% do país. Estados com menor registro as Práticas Corporais substituiram Aromaterapia. Fisioterapeutas (32%), Enfermeiros (24%), técnicos/auxiliares de enfermagem (9%) e médicos (8%) foram os que mais registraram, concentrado-se em Auriculoterapia e Acupuntura. Enfermeiros, Médicos, Educador Físico pouco atenderam Dança Circular e Ayurveda. Os Técnicos registram Dança Circular/Biodança, Terapia Comunitária e Meditação. Conclui-se que PICS na APS se concentram em duas técnicas da medicina chinesa, de caráter individual por três categorias profissionais. A desigual utilização no Norte pode estar relacionada à disponibilidade de formação e distanciamento da cultura local, Acupuntura por técnicos de enfermagem preocupa por ser uma pós graduação e a capacitação em Auriculoterapia do MS não ter incluído nível médio. A realidade dos territórios precisa ser considerada na implementação da Política de PICS no SUS.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. VAZIOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Pôster
Ribeiro, F.S.N.1, Rodrigues, Vitória França1, Paes, Giulia Rocha Cirio1
1 UERJ
O estudo objetiva analisar os registros de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) na Atenção Primária do estado do Rio de Janeiro. Método: Estudo longitudinal no Sistema de Informações em Saúde para Atenção Básica (SISAB) analisou os atendimentos de PICS em unidades básicas de saúde entre 2017 e 2023. Resultados indicam que o Rio de Janeiro registrou 178.672 atendimentos, com tendência crescente e 81,86% em mulheres. Cobertura de PSF e repasses financeiros não se relacionaram com os municípios com maior registro: RJ (53,92%), São Gonçalo (5,65%) e Macaé (5,40%). 53 municípios não chegaram a 100 atendimentos no período. Auriculoterapia (53,25%) e Acupuntura (29,90%) foram as mais registradas e realizadas eminentemente por Fisioterapeuta (94,56%) e Enfermeiro (84,56%). Dentre os profissionais, Fisioterapeutas (29,89%), Enfermeiros (25,15%) e Médicos (13,79%) foram os que mais registraram. Nenhum registro de Hipnoterapia, Dança Circular, Biodança e Ozonioterapia. Médicos atenderam Homeopatia, Antroposofia e Fitoterapia. Naturopatia se concentrou em Petrópolis (88,17%), Cromoterapia e Terapia Floral em Duque de Caxias (79,62%). Em Angra dos Reis, 97% dos atendimentos foram de Auriculoterapia, sem registro de Acupuntura. Nenhuma informação da área técnica foi identificada no site da Secretaria Estadual de Saúde. Conclusão. As dificuldades históricas de condução da política de PICS pela gestão estadual sinaliza que os resultados podem refletir um empenho local ou individual. Muitos municípios não registram no SISAB, mas realizam muitas ações nos vários programas e estratégias de saúde em diferentes instâncias de complexidade.
PRÁTICAS PARENTAIS COMO MEDIADOR EM PROGRAMA GOVERNAMENTAL NA PREVENÇÃO DO USO DE DROGAS
Pôster
Santos, M.H.S.1, Valente, J.Y.1, Gubert, F.A.2, Sanchez, Z.M.1
1 UNIFESP
2 UFC
Objetivo: avaliar o efeito mediador das práticas parentais (práticas disciplinares não violentas, dimensões dos estilos parentais e exposição a embriaguez parental) na redução do consumo de álcool, cigarro e inalantes na vida entre adolescentes participantes do programa Famílias Fortes.
Método: ensaio controlado randomizado por cluster, conduzido em Centros de Referência de Assistência Social em 12 municípios brasileiros para verificar a efetividade do programa governamental de prevenção ao uso de drogas "Famílias Fortes". A amostra incluiu 1610 participantes de 805 famílias (um adolescente de 10 a 14 anos e um dos pais/responsáveis). O grupo intervenção participou de sete reuniões lideradas por facilitadores previamente treinados. O grupo controle não recebeu nenhuma intervenção. Os dados foram coletados no início, aos 6 meses e 12 meses de acompanhamento. Foram realizados quatro modelos de mediação, que avaliaram o efeito do programa por meio da influência combinada das práticas parentais em cada desfecho: uso na vida de álcool, cigarro, inalantes e prática de binge drinking pelos adolescentes.
Resultados: Foi verificado que a combinação de todos os comportamentos parentais testados atuou como mediadora do programa na redução do consumo de álcool e no binge drinking na vida. A análise também demonstrou efeito indireto na redução do consumo de cigarros e inalantes através do aumento na responsividade e exigência parental.
Conclusão: Embora o programa não tenha impactado diretamente os adolescentes, ele efetivamente preveniu o uso de substâncias ao influenciar positivamente as ações dos pais, o que influenciou indiretamente o comportamento dos adolescentes em relação às substâncias.
PRÉ-NATAL NA BAIXADA FLUMINENSE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: SÉRIE TEMPORAL, 2013 A 2022
Pôster
Lourenço, L. P.1, Fonseca, S. C.1
1 Universidade Federal Fluminense
OBJETIVO: Avaliar a tendência temporal da assistência pré-natal (PN) na região da Baixada Fluminense (BF) do estado do Rio de Janeiro (RJ), segundo critério de utilização - número de consultas -, de 2013 a 2022.
MÉTODOS: Estudo de série temporal. Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) de 2013 a 2022. Foi analisado o indicador número de consultas PN, adotando o ponto de corte de ≥sete consultas como ideal. As tendências foram estimadas pela regressão Joinpoint, para toda a região e seus municípios mais populosos.
RESULTADOS: Na BF, o percentual de mulheres com sete ou mais consultas foi de 51,8% em 2013 a 62% em 2022. Houve tendência crescente (2,8%/ano), de 2013 a 2019, seguida de estabilidade. Belford Roxo apresentou os piores resultados, com apenas 44,4% em 2013 e 52,2% em 2022, sendo o único a não ter aumento estatisticamente significante na utilização do PN. Nos demais municípios, foi observada tendência crescente no indicador, com variação anual entre 1,0% e 4,5%. Os melhores resultados do indicador foram de Magé alcançando 66,8% em 2022. Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti alcançaram, em 2022, 62,2%, 65,3% e 65,2%, respectivamente. No entanto, a região, assim como seus municípios, manteve-se distante da meta pactuada para o RJ, de 75% das gestantes com sete ou mais consultas.
CONCLUSÃO: A Baixada Fluminense tem deficiência na oferta de consultas de PN, com o indicador distante da meta pactuada no estado do RJ. É necessário ampliar a assistência PN na região.
PROCESSO DE TRABALHO DOS AUXILIARES E TÉCNICOS EM SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
Hartmann, C.F.1, Fassa, A.G.1
1 UFPEL
OBJETIVOS: Avaliar o processo de trabalho dos auxiliares e técnicos em odontologia, e como eles se relacionam com as variáveis contextuais: região, porte populacional, índice de desenvolvimento humano e cobertura de saúde bucal na Estratégia Saúde da Família dos municípios brasileiros.
MÉTODOS: Estudo transversal das 22.993 equipes de saúde bucal participantes do terceiro ciclo (2017) do Programa de Melhoria e Qualificação da Atenção Básica. A análise descritiva avaliou a frequência de auxiliares e técnicos nas equipes e dos serviços odontológicos prestados. A análise bivariada explorou a relação com variáveis contextuais dos municípios.
RESULTADOS: Do total de equipes, 20% contavam com técnicos e 89% com auxiliares de saúde bucal. A maioria dos procedimentos odontológicos é universalizada, porém, menos de 25% realizavam procedimentos de reabilitação oral/prótese dentária ou tinham auxiliares que faziam imagens radiográficas. A prevalência de realização de ulotomia e restauração com amálgama apresentou grande variação entre as regiões. A prevalência dos serviços prestados foi geralmente menor na região Norte, nos municípios menores e naqueles com menor IDH.
CONCLUSÕES: É necessário aumentar o número de técnicos em saúde bucal nas equipes e otimizar o processo de trabalho de técnicos e auxiliares, aumentar a disponibilidade de radiologia odontológica e universalizar o uso de resina composta, desenvolvendo políticas públicas que alcancem áreas remotas, promovendo equidade. Para isso, é preciso garantir recursos financeiros; equipamentos, instrumentos e insumos adequados; bem como encaminhamento para serviços de referência, bem distribuídos em todo o país.
PROGRAMA CRIANÇA FELIZ: PARENTALIDADE E DESENVOLVIMENTO INFANTIL DOS PARTICIPANTES
Pôster
Dal‘Ava dos Santos, L. M. T.1, Gonçalves, V. S. S.1, Pizato, N.1
1 UnB
O objetivo do estudo foi avaliar as repercussões de doses do Programa Criança Feliz (PCF) implementado no Distrito Federal na parentalidade e no desenvolvimento infantil (DI) dos seus participantes no ano 2022. O teste qui-quadrado de Pearson foi utilizado nas análises bivariadas. Análises de regressão logística múltipla estimaram a odds ratio da associação entre as doses do PCF, o DI e os domínios de práticas parentais. Participaram 301 cuidadores das crianças. O menor tempo de visita recebida pelo PCF aumentou a chance em 3,82 (IC95%: 0,90-2,83) vezes de os cuidadores utilizarem-se de práticas educativas disfuncionais com relação ao encorajamento parental, ou seja, na forma como os cuidadores lidam com o mau comportamento dos filhos e expressam afeto. A baixa qualidade no relacionamento pai-filho apresenta uma razão de chance 2,35 (IC95%: 1,24-4,43) vezes maior entre famílias que vivenciaram a troca de visitadores quando comparados aos que permaneceram com apenas um visitador. A qualidade do relacionamento pai-filho também foi mais baixa quanto menor o tempo de visita recebida pelo PCF (OR: 4,95; IC95%: 2,35-10,44). Entretanto, cuidadores que recebiam menos de 4 visitas mensais tinham chance 62% menor (OR: 0,38; IC95%: 0,17-0,86) de apresentarem práticas educativas disfuncionais com relação ao encorajamento parental quando comparados aos que recebem 4 visitas. O PCF, quando ofertado com o número de visitas adequados, mostrou-se importante no incentivo de práticas educativas funcionais com relação ao encorajamento parental. A maior duração da visita e a não rotatividade dos visitadores se associou à criação de vínculos melhores entre cuidadores -crianças.
PROGRAMA DE NAVEGAÇÃO ONCOLÓGICA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI
Pôster
Ramos, T.M.1, Franco, M.G.T.1, Scaff, A.J.M.1, Cordeiro, P.J.D.2, Silva, M.A.D.3
1 Fundação do Câncer
2 Hospital Municipal Orêncio de Freitas
3 Fundação Municipal de Saúde de Niterói
Introdução: O programa de navegação oncológica é um modelo centrado no paciente para promover cuidado integral em todas as etapas.
Objetivo: Implementar um programa de navegação oncológica no município de Niterói a fim de reduzir barreiras do atendimento e assegurar o tratamento oportuno do câncer, otimizando a transversalidade das linhas de cuidados.
Método: Estudo qualitativo com observação participante de seguimento para a implementação de um programa de navegação oncológica no município de Niterói, executado em colaboração entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Fundação do Câncer. A observação participante e a coleta dos dados, com entrevistas semiestruturadas com os profissionais de saúde da rede municipal para o diagnóstico da rede e dos serviços compõem a implementação do programa de navegação.
Resultados: Dos 201 pacientes navegados, houve a predominância do sexo feminino (94%) e faixa etária média de 60 anos. Dentre as mulheres, 147 foram diagnosticadas com câncer de mama, 37 com câncer de colo do útero e (3,5%) com outros tipos de câncer como: vulva, endométrio e ovário. Os individuos do sexo masculino compõem um número menor de pacientes acompanhados (6%) com média de 69 anos. Desses pacientes, 2 possuem diagnóstico de câncer de mama e 10 com câncer de próstata. Os atendimentos são feitos mediante demanda espontânea e busca ativa de acordo com grau de necessidade estabelecido pelo enfermeiro especialista na elaboração do plano de acompanhamento.
Conclusão: O programa apresenta-se essencial para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e obtenção de resultados clínicos mais satisfatórios.
PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE) NA PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIAS E PROMOÇÃO DA CULTURA DA PAZ
Pôster
Campos, P. D. S. M.1, Fonseca, S. C2, Kawa, H.2
1 UERJ/UFF
2 UFF
Objetivo: Mapear ações de prevenção de violências e promoção da Cultura da paz, realizadas pelo PSE. Métodos: Revisão de escopo. Busca na base MEDLINE (palavras-chave: “School Health Services”, “Brazil”, “violence”); e LILACS (palavras-chave: “promoção da saúde escolar”, “educação em saúde”, “violência” e “Programa saúde na escola”). Foram analisadas as variáveis: autoria (gênero e categoria profissional), ano de publicação, revista, tipo de estudo, local e período de realização, população, fonte de dados, tipo de análise, e resultados. Resultados: Foram selecionados nove artigos, todos pela base LILACS. A maioria dos artigos foi de natureza qualitativa, utilizando entrevistas e relatos, com análise de conteúdo, realizados na região Nordeste,
publicados em revistas de saúde coletiva. Como autor principal, enfermagem foi a categoria mais frequente, seguida de odontólogos. Quanto aos participantes, profissionais da educação, da saúde e escolares estiveram presentes em quatro artigos cada, em diferentes combinações. Apenas um estudo avaliou gestores. Poucos estudos abordaram especificamente ações do
PSE na temática, identificando práticas pontuais e fragmentadas. Apenas um estudo avaliou os efeitos após uma intervenção de prevenção da violência. Nenhum estudo teve característica de monitoramento. As avaliações clínicas foram muito mais citadas que as de educação em saúde. Conclusões: Destacou-se a maior representatividade feminina e da enfermagem na literatura sobre o tema, publicada na área de saúde coletiva. Poucas publicações trazem dados sobre ações do PSE na prevenção das violências e promoção da Cultura da paz, apesar de ser um dos eixos prioritários de ações do programa.
QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E INCIDÊNCIA DE COVID-19 EM MINAS GERAIS
Pôster
Faria, V.N.1, Silva, S.L.A.1, Nogueira, M.C.1, Gonçalves, L.1, Campos, E.M.S.1
1 Universidade Federal de Juiz de Fora
Objetivo: avaliar os reflexos da qualidade da APS na perspectiva dos usuários sobre a incidência de COVID-19 em 89 microrregiões de saúde de Minas Gerais.
Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e ecológico que verificou possíveis associações entre a qualidade da APS pelo PMAQ-AB, ciclo III – Avaliação Externa - perspectiva dos usuários (2018) e a taxa de incidência de COVID-19, controladas por variáveis de contexto. As análises foram realizadas considerando a correlação espacial global pelo índice de Moran e após aplicações dos testes de multiplicadores de Lagrange, o modelo espacial autorregressivo (SAR) foi considerado o mais adequado (menor p-valor).
Resultados: Os resultados indicaram dentre as 9 dimensões da qualidade, associação negativa da visita domiciliar (Beta: -1,15 e p-valor: 0,03) e positiva da utilização - qualidade nas consultas, vínculo e atividades educativas (Beta: 2,79 e p-valor: 0,03). Evidenciou-se dependência espacial em relação à taxa de incidência de Covid-19 e as microrregiões mais próximas em comparação as mais distantes. O efeito direto foi mais forte, indicando maior influência local.
Conclusões: As duas dimensões de qualidade da APS associadas ao desfecho (taxa de incidência Covid-19) reafirmaram a importância de atributos singulares à APS, como a vigilância em saúde e o modelo de APS de base comunitária e territorial com população adscrita às equipes, representado pela Estratégia de Saúde da Família. Mesmo após o final da pandemia de Covid-19 é importante seguir os resultados para propostas de enfrentamento de doenças infecciosas pela Atenção Primária.
REGISTRO DE RAÇA/COR DE CRIANÇAS (RE)INTERNADAS POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
Ferreira, J.1, Rocha, H.A.1, Cherchiglia, M.L.1, Reis, I.A.1
1 UFMG
Objetivo: Avaliar a completude dos registros de raça/cor de crianças menores de 5 anos internadas e reinternadas por Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP) no Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: Estudo de coorte retrospectiva que utilizou informações da Base Nacional de Saúde, banco de dados centrado no indivíduo e construído a partir de pareamento determinístico-probabilístico dos principais sistemas de informação do SUS. Foram incluídas crianças menores de 5 anos hospitalizadas com diagnóstico da Lista Brasileira de CSAP, entre 2009 e 2015. Foi avaliado o registro da raça/cor (branca, preta, parda, amarela e indígena). A proporção de incompletude foi definida de acordo com o escore criado por Romero e Cunha (2006): excelente (<5%), bom (5% a 10%), regular (10% a 20%), ruim (20% a 50%) e muito ruim (≥ 50%). A pesquisa foi aprovada pelo CAAE nº44121315.2.0000.5149. Resultados: 1.559.880 crianças fizeram parte do estudo, e 12,5% apresentaram reinternação. A variável raça/cor apresentou um escore ruim, na qual 30,1% (n=469.835) de todos os pacientes hospitalizados tiveram esta informação ignorada. Nas crianças reinternadas (n=194.788), o escore teve uma pequena melhora, sendo de 19,7% (regular). Neste cenário, a maioria das crianças reinternadas foi da raça/cor parda (49,4%) seguida pela raça/cor branca (27,1%), preta (1,9%), indígena (1,4%) e amarela (0,5%). Conclusões: Apesar de sua relevância, o preenchimento do registro de raça/cor é inadequado, o que impõe uma dificuldade na avaliação sociodemográfica e de saúde dos subgrupos populacionais expostos a maiores riscos de adoecimento, limitando a capacidade do SUS de identificar e combater as desigualdades.
REGULAÇÃO DOS CASOS DE DENGUE EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: ANÁLISE DO FLUXO E PERFIL
Pôster
Alves, S. V.1, Portes, L. H.2, Shih, S. A.1, Marsico, E. F. C.2, Corrêa, H. F. S.2, Souza, S. V.2, Reis, G. J.2, Martins, R. A. G.2
1 UFRJ/IESC
2 UFRJ/HUCFF
Objetivos:
Analisar o fluxo de regulação e o perfil dos casos de dengue internados via regulação em um hospital universitário do município do Rio de Janeiro durante a epidemia de 2024.
Métodos:
Estudo descritivo realizado no Hospital Universitário (HU), cuja amostra foram pacientes provenientes do Sistema Estadual de Regulação (SER) com suspeita de dengue, entre janeiro e abril de 2024. Foram realizadas: análise do fluxo da regulação através de entrevistas com o Núcleo Interno de Regulação (NIR) do HU; e análise descritiva do perfil dos casos mediante consultas nas bases hospitalares.
Resultados:
O fluxo iniciou-se com triagem nas Unidades de Pronto Atendimento, seguindo para autorização da admissão no hospital pelo NIR, conforme critérios pré-estabelecidos pelo Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias. O HU admite pacientes previamente cadastrados, mas no período epidêmico, destinou quatro dos 298 leitos para dengue. Dos 40 casos suspeitos, 35 foram hospitalizados, sendo 21 regulados (SER). Destes, 16 apresentaram sinais de alarme, com maioria do sexo feminino (13), residentes do município do Rio de Janeiro (18), e dados ignorados sobre raça (12) e escolaridade (19).
Conclusões:
Além de receber os pacientes internos do hospital, foi possível atender a demanda dos regulados sem sobrecarga. Ressalta-se a relevância do NIR e da comunicação com unidades assistenciais para a regulação, envolvendo a oferta de leitos para garantia da assistência à saúde de qualidade. A análise do perfil dos pacientes internados é importante na regulação. Apesar da incompletude de alguns dados, uma base de dados qualificada otimiza esse processo.
RELAÇÃO ENTRE ACESSO À ATENÇÃO PRIMÁRIA E INTERNAÇÕES EVITÁVEIS EM PESSOAS IDOSAS
Pôster
Romero, D.1, Andrade, N1, Marques. A1, Freitas, J1
1 FIOCRUZ
Objetivos:
O estudo revisa a literatura de 2000 a 2022 sobre internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) em pessoas idosas no Brasil, correlacionando-as com indicadores de acesso à atenção primária à saúde (APS). Destaca também a influência das políticas públicas na qualidade da APS e analisa desigualdades regionais.
Métodos:
Realizou-se uma revisão integrativa, utilizando bases de dados como BVS e PUBMED/MedLine. Os critérios de inclusão foram estudos que abordassem ICSAP em pessoas idosas, correlacionando com indicadores de APS. A análise foi conduzida por dois revisores, com resolução de discordâncias por um terceiro pesquisador.
Resultados:
Foram incluídos 15 estudos, predominantemente com desenho ecológico e foco no Sudeste do Brasil. Houve uma redução significativa nas taxas de ICSAP em municípios com maior renda per capita e maior cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF). A cobertura da ESF mostrou associação negativa com as taxas de ICSAP, enquanto a presença de leitos hospitalares correlacionou positivamente.
Conclusões:
Evidencia-se a necessidade de fortalecer a APS e implementar políticas públicas para reduzir internações evitáveis em idosos. Fatores socioeconômicos influenciam as taxas de ICSAP, destacando-se a importância de políticas de saúde voltadas para grupos vulneráveis. O monitoramento contínuo das taxas de ICSAP é crucial para identificar fragilidades no sistema de saúde e investir em melhorias, especialmente em regiões menos favorecidas.
SALA DE SITUAÇÃO EM SAÚDE: EXPERIÊNCIA NO ENFRENTAMENTO DA SÍFILIS EM CAMPINAS, SÃO PAULO
Pôster
Paiz, L. M.1, Almeida, V. C.2, Borsato, B. R.2, Belo, K. O.2, Nascimento, C. A.2, Lima, A. L. C.2, Krutinsky D. H.2, Morato, D. C. P.2, Benetti, M. R. S.2, Bottcher, R. C. A.2, Nunes, M. R. P. T. M.2, Von Zuben, A. P. B.2
1 Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
2 Secretaria Municipal de Saúde de Campinas
O aumento nas taxas de detecção de sífilis no Brasil representa um desafio para a Saúde Pública. Em Campinas, observou-se aumento de 174,9% na detecção de sífilis adquirida entre 2013 e 2023, enquanto as taxas de sífilis em gestantes e congênita apresentaram maior estabilidade, ainda que acima da meta pactuada. Para enfrentamento do problema, implementou-se uma sala de situação de sífilis em outubro de 2022 no Distrito de Saúde Norte, um dos seis Distritos de Saúde de Campinas. Realizaram-se reuniões mensais ou bimensais, com representantes das 12 unidades básicas de saúde do Distrito e de sua gestão, da Vigilância em Saúde regional e central, além de residentes e um docente da Universidade Estadual de Campinas, com eventual participação de outros atores estratégicos. Realizou-se integração e análise contínua de dados por meio, dentre outras ferramentas, de um painel digital automatizado, elaborado pela Vigilância Epidemiológica e disponibilizado para profissionais, contendo dados de realização de testes rápidos e indicadores de sífilis. Dentre as intervenções desencadeadas, destacam-se cinco dimensões: diagnóstico situacional, capacitações, registro de informações, gestão do processo de trabalho e monitoramento/avaliação de resultados. Foram realizados treinamentos para testagem ampliada e prevenção combinada, sobre preenchimento do Prontuário Eletrônico do Cidadão e fichas de notificação, além de indicadores do Previne Brasil. Os processos de trabalho foram revisitados a partir de experiências exitosas, com repactuação de fluxos da Linha de Cuidado materno-infantil, fortalecimento dos comitês de vigilância e mortalidade materno-infantil e revisão de instrumentos para monitoramento de gestantes e casos de sífilis.
SERVIÇO DE SAÚDE GRATUITO PARA GATOS COM ESPOROTRICOSE EM BELO HORIZONTE
Pôster
de Souza, B.M.1, Andrade, L.M2, Pinto, A. J. W.3, Araujo, E. L. M.1, Teixeira, B. S.3, Chaves, Y. L.. P.3, Dalmasio, A. C. V1, Cravo, D. L. M.1, Jesus, L. S.1, Ramos, B. O. L.1, Oliveira, C. S. F.1
1 UFMG
2 Secretaria Municipal de Meio Ambiente Belo Horizonte
3 Complexo Público Veterinário de Belo Horizonte
Objetivou-se relatar a experiência de atendimento gratuito dos casos de esporotricose no Complexo Público Veterinário de Belo Horizonte (CPV-BH). O público-alvo do CPV-BH são animais de tutores vulneráveis ou de baixa renda. No atendimento é feita a avaliação clínica do animal, registro das lesões, fornecimento gratuito de um kit com itraconazol, iodeto de potássio e alimento úmido. O intervalo do retorno é de 30 dias. A metodologia deste trabalho contempla análise quantitativa e retrospectiva das frequências dos desfechos relacionados ao tratamento do gato com esporotricose e avaliação da adesão da população em realizar o tratamento. Durante o ano de 2023 foram realizados 376 atendimentos, sendo que desses 3,4 %(13/376) animais vieram a óbito, e 17,3%(65/376) tiveram alta médica, 7,2%(27/376) seguem em tratamento e 71,8%(270/376) abandonaram o tratamento. Considerando o aumento da esporotricose em Belo Horizonte ter a opção de tratamento de forma gratuita pode beneficiar a população, mas ainda é alta a desistência do tratamento, por isso novas medidas para trabalhar com associação de educação em saúde, como parte do combate da esporotricose zoonótica em Belo Horizonte pode aumentar a adesão ao tratamento.
TESTAGEM RÁPIDA DO HIV, SÍFILIS, HEPATITES B E C - MACRORREGIÃO SUL DE MINAS GERAIS - 2023
Pôster
FURTADO, L. V. P. D.1, JULIO, R. S.1, FILARDI, M. B. S.1
1 SES/MG
Objetivo: Descrever a utilização dos testes rápidos (TR) de HIV, Sífilis e Hepatites B e C pelos 50 municípios localizados na Macrorregião Sul do Estado de Minas Gerais no ano de 2023. Métodos: estudo observacional, descritivo, de abordagem quantitativa, com dados secundários sobre a execução da testagem rápida do HIV, Sífilis e Hepatites B e C no ano de 2023, extraídos do Sistema de Controle Logístico de Insumos Laboratoriais – SISLOGLAB em maio de 2024. São apresentados os dados para o total da região e estratificados por dois grupos de serviços: unidades de atenção primária à saúde (UAPS); e serviços de atendimento especializados (SAE), maternidades e unidades de atendimento à profilaxia pós exposição (PEP) no território da macrorregião sul. Resultados: Foram distribuídas 179.945 unidades de TR, sendo 112.890 para as UAPS e 67.055 para os SAEs, maternidades de portas de entrada da PEP. As UAPS executaram 83,83% dos testes e tiveram 0,27% de perda. O outro grupo de instituições executou 89,54% e perda de 0,05%. Do total de testes executados, 1,14% foram reagentes (n=1770), com maior positividade para a Sífilis (0,84%), seguido pelo HIV (0,10%), HCV (0,07%) e HBV (0,06%). Entre os testes reagentes, 71,07% foram detectados pelos serviços especializados. Conclusões: Observou-se elevado percentual de execução dos testes, com maior proporção de execução e de resultados positivos nos serviços especializados, assim como baixo número de perdas de insumos. Corroborando com o cenário de alarme do agravo da Sífilis em Minas Gerais e no Brasil, observou-se maior positividade desse agravo.
TIEMPO DE PREVENIR: ANÁLISIS DE LA EPIDEMIA DE DENGUE EN UN HOSPITAL PÚBLICO DE ARGENTINA
Pôster
Barrios, RN1, Altamirano, Z1, Ostuni, H1, Ferruci, G1, Aranda, MJ2
1 Hospital General de Agudos Abel Zubizarreta (HGAZ) - Ciudad de Buenos Aires - Argentina
2 Dirección de epidemiologia . Municipalidad de General San Martin - Provincia de Buenos Aires - Argentina
Objetivos: Analizar la población asistida por dengue en un hospital público de Ciudad de Buenos Aires y explorar percepciones, conocimientos y actitudes de prevención luego del alta médica durante la temporada 2023-2024. Métodos: Corte transversal con metodología cuanti-cualitativa. Se analizaron todas las personas que consultaron por dengue en el periodo de interés. Por muestreo intencional, se realizaron 12 entrevistas semi-estructuradas con enfoque antropológico. Estrategia analítica según los principios de la teoría fundamentada. Resultados: Desde el 08/08/2023 al 31/05/2024, se asistieron 3634 personas con sospecha de dengue, con distribución epidémica (pico: 28/03/2024). El 51% fueron mujeres y el 52,7%, de 20 a 50 años. La enfermedad fue probable o confirmada por laboratorio en el 47,3% (n: 1719). De estos, el 93,9% (n: 1615) requirió manejo ambulatorio, el 3,3% (n: 56) sala de hidratación y el 2,8% (48) internación. Fallecieron 9 personas, todas de 50 años o más. Según las personas entrevistadas, el dengue irrumpió su cotidianidad, limitando actividades laborales, recreativas o de cuidado por al menos dos semanas. La exposición al mosquito y la transmisión de la enfermedad se relacionó con la vía pública, consistiendo las medidas de prevención en usar repelente, ropa de manga larga o espirales. La preocupación sobre la gravedad en una segunda infección por dengue fue recurrente. Conclusiones: La población económicamente activa conformó la mayor demanda hospitalaria. Este trabajo sugiere un impacto transitorio pero contundente en su calidad de vida y la necesidad de estrategias comunicacionales de prevención desde una mirada de cuidado colectivo.
TRATAMENTO DO GLAUCOMA NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO E CUSTOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Pôster
Ferreira, V. F.1, Guedes, R. A. P.1, Chaoubah, A.1
1 UFJF
Objetivos: descrever o perfil de utilização de medicamentos para o tratamento do glaucoma e seus custos, sob a perspectiva do SUS. Métodos: estudo transversal realizado através de consulta em maio/2024 na base de dados DataSUS, referente ao ano de 2023, acerca do tratamento clínico do glaucoma, incluindo colírios de 1ª, 2ª e 3ª linha, suas combinações, acetazolamida e pilocarpina. Resultados: foram dispensados 1.231.048 medicamentos para o tratamento do glaucoma, sendo as regiões nordeste (49%) e sudeste (41%) responsáveis pela maior parte do consumo neste período. A combinação de três colírios (1ª, 2ª e 3ª linha) é a forma de tratamento mais utilizada (31%), sendo também a mais frequente em todas as regiões do país, seguido dos colírios de 3ª linha (18%), associação de 1ª e 3ª linha (15%), associação de 1ª e 2ª linha (11%), 1ª linha (10%), associação de 2ª e 3ª linha (8%) e 2ª linha (7%). Acetazolamida e pilocarpina tiveram menor frequência de uso (0,59%) e (0,004%) respectivamente. O custo total do tratamento clínico do glaucoma foi de R$180.739.226,90, sendo os maiores custos relacionados à associação de três colírios R$83.245.056,90 (46%), monoterapia com a 3ª linha R$27.547.273,37 (15%) e a associação 1ª e 3ª linha R$26.725.184,07 (14%). Conclusões: o tratamento clínico do glaucoma é caracterizado pelo uso de múltiplos medicamentos, contribuindo para a polifarmácia e maiores gastos em saúde. Isto reflete a gravidade da doença no país, onde deve ser incentivado o diagnóstico precoce além de alternativas de tratamentos mais custo-efetivas.
USO DA CIÊNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO PARA AVALIAR A AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE PREP NO ERJ
Pôster
Duarte, L.P.1, Pinho, A.A.2
1 IESC/UFRJ
2 IESC/UFRJ e Faculdade de Medicina da UFRJ
Objetivos: Elaborar uma metodologia de avaliação da implementação da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) no ERJ a partir do referencial teórico-metodológico da Ciência da Implementação. Métodos: Trata-se de uma proposta teórica-metodológica de avaliação da implementação da PrEP no ERJ, com três etapas: busca bibliográfica de artigos de Ciência da Implementação e guias da implementação de PrEP no Brasil; construção de um modelo lógico com os principais determinantes e estratégias para expansão da PrEP, a partir das ferramentas CFIR e RE-AIM; e construção de uma matriz de avaliação como proposta de aplicação no âmbito de um plano de monitoramento e avaliação. Resultados: A PrEP foi introduzida no SUS em 2017 e no estado do Rio de Janeiro (ERJ) em 2018. As ferramentas da Ciência da Implementação, utilizadas na avaliação, maximizam o potencial da PrEP para redução da incidência de HIV em populações em situação de maior vulnerabilidade ao vírus. Foram construídos um modelo lógico que incorpora os determinantes, as estratégias de implementação, os mecanismos e os indicadores de resultados da intervenção e uma matriz de avaliação, a partir dos indicadores do RE-AIM. Essa detalha as questões-chave do processo de avaliação, os indicadores e os métodos de coleta, que objetivam mensurar cada questão na matriz. Conclusão: O uso dessas ferramentas para avaliação da implementação da PrEP permite que esta intervenção se expanda conforme protocolos previamente estabelecidos, garantindo uma abordagem orientada por evidências e possibilitando a otimização dos recursos e a maximização do impacto da PrEP na redução da incidência do HIV.
USO INADEQUADO DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Pôster
Vieira, L.B.1, Fraga, E.J.1, Sarti, D.T.1, Abreu, K.C.M.1, Almeida, A.P.S.C.1
1 UFES
Objetivos: Descrever o uso inadequado de um serviço de urgência e emergência em uma capital brasileira. Métodos: Estudo transversal realizado em um Pronto Atendimento (PA) de Vitória, Espírito Santo. A amostra do estudo foi obtida por amostragem sistemática totalizando 1098 indivíduos. Para mensurar o uso inadequado, utilizou-se o Protocolo de Adecuación de Urgencias Hospitalarias (PAUH), que avalia dimensões de gravidade clínica, intensidade dos serviços prestados e situações que justificariam a utilização. Os dados foram coletados durante 30 dias consecutivos, por meio de entrevista estruturada, incluindo características socioeconômicas, e de utilização do serviço. Utilizou-se o software Stata versão 17. Resultados: Dos 1.098 participantes, 29,3% (IC95% 26,7 - 32,1) fizeram uso inadequado do serviço. Destes, 36,8% (IC95% 31,1 - 42,8) referiram a percepção de que o seu problema de saúde não era muito grave e 36,3% (IC95% 33,0 - 39,7) receberam a classificação de risco nas cores azul/verde. Além disso, 33,1% (IC95% 29,7 - 36,6) utilizaram o serviço das 7h às 17h. O meio de locomoção mais prevalente foi caminhando/ônibus (35,5%; IC95% 31,2 - 40,1). As demais variáveis (sexo, idade, cor, escolaridade, estado civil, autoavaliação de saúde, uso prévio e classificação econômica) não apresentaram diferença estatisticamente significativa. Conclusões: Verifica-se que o serviço é utilizado em condições pouco urgentes, durante o horário comercial e de funcionamento das UBSs, sugerindo que o PA é frequentemente recorrido como atendimento primário para resolução das demandas em saúde.
UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO PÓS-COVID-19 EM UM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL
Pôster
Silva, S.G.1, Polettini, J.1, Rabello, R.S.1, Lindemann, I.L.1, Acrani, G.O.1
1 UFFS
Objetivo: Descrever características relacionadas à utilização dos serviços de saúde no pós-covid-19. Métodos: Estudo transversal incluindo indivíduos com diagnóstico de COVID-19, idade ≥18 anos e alta hospitalar de 01 de setembro de 2021 a 15 de setembro de 2022 em Passo Fundo, RS. Os elegíveis foram selecionados a partir dos casos notificados e confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave à Secretaria Municipal de Saúde. A coleta de dados foi realizada por visitas domiciliares, a partir de entrevistas e de testes físicos os quais avaliaram características sociodemográficas, clínicas e de saúde. Para esse estudo, foram analisados o tempo de realização da primeira consulta após a alta hospitalar, o sistema de saúde onde o atendimento foi realizado, o motivo e o número de vezes que consultou após a covid-19. Para a análise dos dados, aplicou-se estatística descritiva (n, %; média, DP±) no programa Stata versão 12.1. Resultados: Dos 162 indivíduos entrevistados, 4,3% não realizaram nenhuma consulta após a alta hospitalar, 40,7% realizaram em menos de um mês após a alta, 24,7% de um a dois meses, e 30% realizaram a primeira consulta após três meses da alta hospitalar. Os motivos mais frequentes foram rotina (25,8%), seguidos de problemas respiratórios (16,8%) e cardiovasculares (13,6%), sendo 44,5% desses atendimentos realizados pelo SUS. A média do número de consultas, em até 12 meses após a alta hospitalar, foi de 5 (DP± 4,4). Conclusão: Notou-se uma alta utilização dos serviços de saúde após a COVID-19 demonstrando a potência e essencialidade do sistema único de saúde.
VER-RAS: IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DA REDE DE SERVIÇO DE SAÚDE PARA PROFISSIONAIS
Pôster
Silva, D. G.1, Filho, A. C. G.1, Farias, E. R. D.1, Silva, F. V. S1, Silva, M. F. M1, Oliveira, M. S.1, Nascimento, A. C. S1, Gaspar, G. S1
1 UFPE
Objetivo: Descrever a experiência obtida com a apresentação da rede de atenção à saúde do município de Vitória de Santo Antão em Pernambuco à profissionais de saúde. Método: Estudo do tipo relato de experiência, produzido com a inserção de novos residentes ao Programa de Residência Multiprofissional de Interiorização de Atenção à Saúde (PRMIAS), executado no município da Vitória de Santo Antão - PE, com intuito de apresentar a rede de atenção à saúde a partir da Vivência e Estágios na Realidade da Rede de Atenção à Saúde (VER-RAS) conhecendo pelo menos 25 serviços direto em 12 dias atividades divididas em dois turnos. Resultados: Foram apresentados os espaços da equipe executora da residência, posteriormente, cronograma com as visitas institucionais para cada serviço, apresentando a finalidade e importância do VER-RAS na formação dos novos profissionais. Com isso, os serviços apresentaram a descrição de cada espaço, fluxos, atividades, profissionais, equipamentos, estrutura e serviços que cada ambiente dispõe. As visitas foram realizadas em diversos ambientes, de secretarias distintas, porém com intuito de articular a aproximação e criação de vínculo dos profissionais com os serviços. Conclusão: Nota-se a potencialidade de resolução das demandas de saúde ao articular a apresentação da rede de serviços ofertada pelo município para os novos profissionais, visto que, nem todos moram no município. Além disso, o VER-RAS pode contribuir para a criação de vínculo com outros serviços de saúde e o melhor entendimento do funcionamento e os tipos de serviço que cada dispositivo oferece para efetivação da integralidade da saúde no SUS.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO DAS MENINGITES: RIO DE JANEIRO, 2007-2022
Pôster
Munan, E. S.1, Rebelo, M.C1, Bezerra, I.1
1 SES/RJ
Introdução: No Brasil as meningites fazem parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos em Saúde Pública com digitação da ficha de investigação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Avaliações de qualidade dos sistemas de saúde garantem dados confiáveis, essenciais para prevenção e controle de doenças. Objetivo: Avaliar a completitude e validade dos registros de meningite no Sinan estadual de 2007 a 2022. Métodos: Pesquisa retrospectiva, observacional e descritiva examinou a proporção de notificações com informações omitidas (categoria 9) ou em branco em campos selecionados (completitude). A consistência foi verificada através das seguintes proporções: notificações sem sinais/sintomas, casos confirmados por critérios laboratoriais, mas não testados laboratorialmente e casos confirmados por critério quimiocitológico do líquor sem informação de punção lombar. Resultados: Analisadas 28.515 notificações no período e em 93,8% o campo de classificação do caso estava preenchido. Dos casos confirmados (16.847), 99,7% apresentavam definição etiológica definida e 99,4% tinham critério de confirmação estabelecido. O campo de evolução foi preenchido em 86,4% das notificações. Quanto à validade, 95,6% das notificações possuíam informações sobre sinais/sintomas e 92,2% dos casos confirmados por laboratório tinham o resultado preenchido. Dos 7.268 casos confirmados pelo quimiocitológico do líquor, 99,0% tinham informação sobre a punção lombar realizada. Conclusão: Observa-se alta completitude nas notificações, porém lacunas foram identificadas, principalmente no campo de evolução e resultados de exames. Os resultados sugerem uma base de dados confiável, mas destacam a importância da vigilância e aprimoramento contínuo da notificação e revisão das fichas.
PANORAMA DO PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE DO TABAGISMO NO PARANÁ
Pôster
Cardoso, F. G.1, Trybus, T.1, Aires, N de P.1, Dias, A. C.1, Tabuti, R. C. T.1, Oliveira, E. C. V.1, Lopes, M. G. D.1
1 Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
Objetivo: Analisar dados sobre os atendimentos realizados pelo Programa Estadual de Controle do Tabagismo (PECT) no Paraná em 2023. Método: Estudo descritivo quantitativo, com dados coletados por meio dos relatórios quadrimestrais utilizando google forms no ano de 2023. Resultados: No estado do Paraná, o PECT está implantado em 300 municípios (75,2% do estado), ofertando tratamento em 988 estabelecimentos, em sua grande maioria em Unidades Básicas de Saúde. Quanto aos atendimentos, 456(46%) estabelecimentos registraram no relatório de monitoramento. Neste mesmo ano, foram registrados, um total de 15.006 pessoas que buscaram o tratamento, sendo 6.390 (42,6%) homens e 8.606 (57,4%) mulheres, sendo a maioria das pessoas com idade entre 18 e 59 anos (77,5%).Um total de 4.825 (32,2%) pararam de fumar na 4ª sessão estruturada, com 803 (16,6%) sem o uso de nenhuma medicação e 1406 (9,4%) frequentaram os grupos de manutenção por pelo menos 6 meses. Conclusões: O PECT desenvolve ações de promoção da saúde, prevenção à iniciação ao uso do tabaco e o cuidado da pessoa tabagista no SUS. O monitoramento da execução do programa é fundamental para avaliar o seu impacto, sendo possível identificar como está o funcionamento do programa de tratamento ao tabagista e as necessidades de intervenção. Ainda é um desafio aumentar a adesão ao preenchimento do monitoramento, sendo necessário impulsionar esse processo no estado.