Programa - Sessão de Poster - Emergências em saúde pública
ANÁLISE TEMPORAL DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE MATERNA POR COVID-19
Pôster
Silva, R. C.1, Bonfim, C. V.2, Silva, A. P. S. C.3
1 FIOCRUZ - IAM
2 Fundaj
3 UFPE - CAV
Objetivo: Analisar a tendência temporal da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 em gestantes e puérperas em Pernambuco, 2020 a 2022.
Métodos: Estudo ecológico a partir das notificações por SRAG por covid-19 no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). Os casos foram agrupados por trimestre de notificação para o estado e as Macrorregiões de Saúde Metropolitana, Agreste, Sertão e Vale do São Francisco e Araripe. Adotou-se a regressão Jointpoint, que estimou a variação percentual trimestral (VPT). Foi considerado um máximo de dois pontos de inflexão e os modelos foram elegíveis pelo Bayesian Information Criterion (BIC).
Resultados: Foram notificados 1.252 casos de SRAG por covid-19 em gestantes e puérperas. A análise temporal apontou uma única tendência significante de redução da SRAG, entre o 1º trimestre de 2020 e o 4º trimestre de 2022, no estado de Pernambuco (VPT= -31,2) e nas Macrorregiões Metropolitana (VPT= -33,1), Agreste (VPT= -25,2) e Sertão (VPT=-27,4); Na Macrorregião Vale do São Francisco e Araripe foi observada inicialmente uma tendência de aumento, entretanto não significante e, a partir do terceiro trimestre de 2020, foi identificada a tendencia de redução (VPT=-40,0).
Conclusões: Os resultados demonstram que durante o período pandêmico o comportamento de redução da SRAG em gestantes e puérperas, possivelmente influenciado pela vacinação, não se deu de forma homogênea em Pernambuco. Implementar a análise de tendência temporal ao monitoramento da SRAG por covid-19 em gestantes e puérperas poderá apoiar na implementação de intervenções oportunas para o controle do agravo.
ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR EM MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA NA REGIÃO NORTE
Pôster
SILVA, C. P1, Gonçalves, F. S. dos S.1
1 Ministério da Saúde
A vigilância para a detecção de potenciais emergências em saúde pública é o objetivo principal da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh). Em municípios de fronteira no norte do Brasil, essa atividade é crucial para a detecção, prevenção e controle de situações de risco para a saúde pública, considerando o intenso trânsito de pessoas, características geográficas, socioeconômicas e demográficas. Objetivos: Delinear o perfil estrutural e as atividades de vigilância desenvolvidas em serviços de saúde vinculados à Renaveh na região norte do Brasil. Métodos: Para a coleta dos dados, utilizou-se o censo das unidades vinculadas à Renaveh no ano de 2022, elencando estabelecimentos de municípios fronteiriços na região norte do Brasil. Resultados: Verificou-se que a maior parte dos estabelecimentos de saúde em municípios de fronteira vinculados à Renaveh se concentram na região norte do país (n=14 – 87%). Quanto a coordenação desses serviços, majoritariamente são geridos por profissionais de saúde (n=13 – 93%). Protocolos/processos de trabalho pré-estabelecidos são realidade na maioria dos serviços (n=9 - 64%). No que compete a estrutura tecnológica/estrutural adequada para o desenvolvimento das ações, um quantitativo significativo se apresenta insuficiente (n=6 – 43%). Conclusões: Os serviços de saúde alocados em municípios de fronteira no norte do Brasil podem representar pontos estratégicos do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica para a identificação precoce de potenciais emergências em saúde pública. A qualificação contínua de profissionais de saúde, a implementação de protocolos padronizados e fluxos eficientes de comunicação/notificação são essenciais para a eficácia das ações de vigilância em saúde nessa região do país.
ATUAÇÃO DE APOIADORES INSTITUCIONAIS PARA AS EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Pôster
Moura, P. A. O1, Oliveira, R. P.1, Sampaio, J. R. C.1, Garcia, M. H. O.1
1 MS
Objetivos: Este relato de experiência visa apresentar estratégia e resultados das ações dos apoiadores institucionais para o fortalecimento da preparação, vigilância e resposta às emergências em saúde pública (ESP) por surtos, epidemias, pandemias, desastres e desassistência à população. Métodos: A estratégia se iniciou em 2021 e teve ampliação em 2024, consistindo na contratação de 269 apoiadores institucionais pelo Ministério da Saúde e descentralizados nos territórios (estados e municípios). A atuação dos apoiadores se dá através das redes de vigilância em saúde (CIEVS), da vigilância dos desastres (Vigidesastres), e da vigilância epidemiológica hospitalar (RENAVEH). Os 27 apoiadores da RENAVEH atuam em todos os estados, os 53 apoiadores do Vigidesastres em todos os estados e capitais, e os 189 apoiadores do CIEVS em todos os estados, capitais, fronteiras, distritos sanitários especiais indígenas e outros territórios (municípios e regionais) estratégicos. Resultados: Observou-se uma melhora significativa na detecção precoce de eventos de saúde pública com potencial para tornarem-se ESP e na comunicação de alerta às autoridades sanitárias competentes. A estratégia de atuação dos apoiadores institucionais mostrou-se eficaz na integração entre diferentes áreas técnicas que atuam nas ESP, melhorando a detecção precoce para uma resposta às ESP para rápida e eficaz. Conclusões: As atuações dos apoiadores institucionais se mostraram fundamentais para fortalecer as ações de preparação, vigilância e resposta às ESP, contribuindo para respostas mais ágeis e eficazes, destacando a importância da colaboração contínua entre os diferentes entes da gestão tripartite. Promovendo o fortalecimento das capacidades institucionais, para mitigar os efeitos negativos durante futuras ESP.
DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DANT) EM DESASTRE POR INUNDAÇÃO, BAHIA, 2021
Pôster
Azevedo, C.R.1, Brito, P.A.2, Rodrigues, S.C.3, Duarte, M.M.3, Moraes, C.3, Almeida, S.L.R.3
1 Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis
2 Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Departamento de Doenças Transmissíveis (DEDT)
3 Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Departamento de Emergências em Saúde Pública (DESMP), Programa de Treinamento em Epidemiologia aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS-Avançado)
Objetivo: descrever o perfil epidemiológico da população de desabrigados e os abrigos localizados nos municípios da Bahia atingidos pelo desastre hidrológico por inundações. Métodos: Realizou-se um estudo descritivo, com realização de entrevistas individuais com a população acolhida pelos abrigos temporários nos municípios da área de abrangência dos Núcleos Regional de Saúde Sul e Regional de Saúde Extremo Sul da Bahia, no período entre 23 de dezembro de 2021 e 12 de janeiro de 2022. Somado a isso, aplicou-se questionário para diagnóstico situacional dos abrigos. Para análise dos dados utilizou-se o software Epi Info™, com cálculos da frequência absoluta e relativa. Resultados: Foram realizadas 667 entrevistas. A maioria dos desabrigados eram do sexo feminino (59,8%) na faixa etária de 10 a 19 anos (21,4%). Em relação a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), 10,2% referiram diagnóstico de hipertensão, seguido de diabetes (4,2%) e doença mental (3,4%). Quanto aos abrigos (n=35), 85,7% disponibilizavam medicamentos de uso contínuo, 51,4% não ofereciam suporte à saúde mental e 31,4% não ofereciam suporte em caso de situação de violência. Conclusão: O levantamento da situação de saúde dos desabrigados em relação as DCTNs é crucial para a garantia da continuidade do cuidado desta população em situações de desastre. Além disso, os desastres têm potencial aprofundar iniquidades e vulnerabilidades sociais, contribuindo para o aumento dos casos de violência. Logo, se faz necessário a inclusão das doenças e agravos não transmissíveis nas diferentes etapas de preparação e resposta as emergências em saúde pública, como os desastres.
EMERGÊNCIAS EM SAÚDE POR DESASSISTÊNCIA: O CASO DA POPULAÇÃO INDÍGENA YANOMAMI
Pôster
Proença, R.1, de Souza, ASS.1, Cavalcante, JR.1, Rodrigues, IA.1, Frank, CHM.1, Freitas, DRC.1, Barreira Filho, EB.1, Garcia, MHO.1
1 Departamento de Emergências em Saúde Pública, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ministério da Saúde (DEMSP/SVSA/MS)
Objetivos: descrever a experiência brasileira na resposta a emergência em saúde pública por desassistência ocorrida em 2023. Métodos: Trata-se de um relato de experiência da estrutura organizacional utilizada na resposta à emergência por desassistência à população Indígena Yanomami ocorrida no Brasil em janeiro de 2023. Resultados: Em 20 de janeiro de 2023 foi declarado Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) por desassistência à população Indígena Yanomami e conjuntamente instituído o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública denominado COE Yanomami. Devido à complexidade das ações demandadas para a resposta a essa ESPIN, foi estruturado um COE Nacional e um COE Local. COE Nacional elencou eixos estratégicos de atuação durante a resposta, organizados em grupos de trabalho sob a liderança da Secretaria de Saúde Indígena. Os grupos de trabalho foram divididos em: alimentação e nutrição; segurança alimentar e nutricional; assistência; logística; infraestrutura; segurança; tecnologia da informação; insumos; e vigilância em saúde. O COE Local coordenava as atividades de resposta ao nível local e contou com diferentes frentes de representação local e federal. O plano de trabalho foi estruturado em uma matriz dividida em: ação, objetivos específicos, atividades, data de início e data de término. Essa estrutura permite melhor monitoramento e avaliação das ações ao longo de sua implementação. Conclusões: Em respostas a emergências de saúde pública complexas, a estruturação do COE permite aumentar a eficiência das ações implementadas e o seu monitoramento, por meio de articulação de vários setores de forma unificada.
EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE BRASILEIRO
Pôster
Cavalcante, J.R.1, Souza, A.S.S.1, Proença, R.1, Rodrigues, I.A.1, Frank, C.H.M.1, Freitas, D.R.C.1, Filho, E.B.B.1, Garcia, M.H.O.1
1 Ministério da Saúde
Objetivo: descrever as estratégias adotadas na preparação, vigilância e resposta às ESP no Brasil. Métodos: Trata-se do relato de experiência das estratégias usadas na gestão de emergências em saúde pública adotadas no Sistema Único de Saúde (SUS). As estratégias foram divididas dentro de três eixos de atuação: preparação, vigilância e resposta. Resultados: Dentro das ações de preparação no processo de enfrentamento das ESP utilizadas no SUS, podemos citar: (i) a formação de recursos humanos – EpiSUS avançado e o Programa de Formação em Emergências em Saúde Pública (Profesp); (ii) a realização de simulados; (iii) a construção de planos de contingência; e (iv) a aquisição de medicamentos e insumos. A vigilância é realizada por meio da Rede CIEVS e do Vigidesastres, que são compostos por centros de monitoramento e pontos focais nos Estados e municípios, e da Vigilância Epidemiológica Hospitalar. Por fim, a resposta refere-se às ações implementadas durante uma ESP, visando o controle, a proteção e a recuperação da saúde da população. Os Centros de Operações de Emergências (COE) representam um modelo de gestão na resposta às ESP. Outra ação importante na resposta às ESP são as equipes responsáveis pelo apoio técnico na gestão do COE. O Vigidesatres, o EpiSUS (avançado) e a Força Nacional do SUS, são exemplos. Conclusão: O enfrentamento das ESP têm sido cada vez mais complexo, demandando respostas mais eficazes e coordenadas em todo o mundo. O Brasil, tem aperfeiçoado ao longo do tempo as ações de preparação, vigilância e resposta às ESP tornando-se um ator central.
HISTÓRICO DE IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Pôster
Souza, A.S.S.1, Cavalcante, J.R.1, Proença, R.1, Rodrigues, I.A.1, Frank, C.H.M.1, Freitas, D.R.C.F.1, Barreira Filho, E.B.1, Garcia, M.H.O1
1 Ministério da Saúde
OBJETIVO: descrever o histórico de implementação da gestão de ESP no âmbito do SUS. MÉTODOS: Trata-se de uma análise documental sobre a implantação e implementação da gestão de emergências em saúde pública no SUS a partir da legislação pertinente, documentos oficiais, documentos técnicos produzidos pelo serviço, artigos e resumos publicados em revistas indexadas ou não. RESULTADOS: Até o final dos anos 1990 as respostas às ESP eram conduzidas pelos programas de vigilância local ou estadual. Em 2003, foi criada a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). A partir da criação da SVS, um conjunto de ações para identificar, investigar, monitorar e responder oportunamente às ESP foi estruturado. Nesse processo inicial, podemos citar: a criação da Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar (2004); a Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos Associados aos Desastres de Origem Natural (Vigidesatres), em 2005; e a criação do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), no ano de 2006. Em 2011 foi regulamentado no âmbito do SUS a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. A Política Nacional de Vigilância em Saúde, reconhece em suas diretrizes importância da atuação de diferentes atores na gestão das ESP. Em 2022, foi criado o Departamento de Emergência em Saúde Pública, que coordena em âmbito nacional as ações de preparação, vigilância e resposta. CONCLUSÃO: No Brasil, desde a criação do SUS, estratégias para o aperfeiçoamento das ações de preparação, vigilância e resposta às ESP têm sido realizadas em todo território nacional.
O SUS FRENTE A UMA EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA
Pôster
Nascimento, J.P.1, Arruda, L. E. S.2, Silva, L. R.3, Silva, M. G. G.2, Anjos, K. R. B.1, Santos, I. S. F.2, Freitas, M. V. A.4, Silva, F. O.4
1 UPE
2 FIOCRUZ
3 USP
4 UFPE
Objetivo: Avaliar o papel e a importância do SUS diante de uma pandemia. Método: A partir da pergunta norteadora: Quais as ações que o SUS vem desenvolvendo frente à pandemia da COVID-19? Foi realizada uma busca em uma base de dados com os descritores: sistema único de saúde e COVID-19. Foram incluídos artigos publicados em português no período de 5 anos. Após leitura dos títulos e resumos, foram selecionados os artigos que atendiam a pergunta norteadora do estudo. Resultados: Identificou-se que o sistema único de saúde tem possibilitado a oferta de ações que vão desde educação em saúde, articulação de ações intersetoriais para promoção à saúde, forte componente de vigilância à saúde na identificação de casos suspeitos e confirmados, bem como o monitoramento dos contatos desses usuários. Além disso, a oferta de ações de suporte às pessoas diagnosticadas com COVID-19, desde a criação de aplicativos para acompanhamento a distância, hospitais e unidades de terapia intensiva para atenção aos casos mais graves. Vale destacar que no período estudado, tem-se relatado forte atuação da gestão estadual do SUS em detrimento de uma fragilidade da coordenação da sua gestão federal. Conclusões: A crise sanitária causada pela COVID-19 tem desafiado a capacidade dos sistemas de saúde de muitas nações. Apesar das inúmeras e históricas dificuldades enfrentadas pelo SUS, tem sido a sua ampla rede de serviços e os princípios que o norteiam que tem garantido à população brasileira um conjunto de ações que tem salvo vidas e aliviado o sofrimento dessa complexa situação pandêmica.
OBESIDADE E PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM COVID-19 EM HOSPITAL PÚBLICO DO SUL DO BRASIL
Pôster
Cunha, C. M. L.1, Paniz, V. M. V.1, Baumstein, C. W. R.2, Canuto, R.2, Luft, V. C.2, Santos, Z. E. A.2, Olinto, M. T. A.2
1 UNISINOS
2 UFRGS
Objetivo: Investigar a relação da obesidade com o prognóstico (mortalidade) de pacientes hospitalizados com COVID-19. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo (NUTRICOVID-19), que incluiu pacientes adultos com idade ≥20 anos com diagnóstico de COVID-19, internados em unidade de internação ou unidade de terapia intensiva, de junho a dezembro de 2020, em um hospital público do Sul do Brasil. Os dados foram coletados em prontuário eletrônico e registrados em instrumento de coleta pré-estruturado. Peso e altura foram utilizados para cálculo do índice de massa corporal (IMC), sendo obesidade definida como IMC ≥30kg/m2. Neste estudo, a obesidade foi considerada como exposição e a mortalidade como desfecho. Utilizando a Regressão de Poisson, foi investigada a relação entre exposição e desfecho. Estudo aprovado pelo CEP/HCPA (protocolo 2020-0388). Resultados: Foram incluídos 1.173 pacientes, com idade entre 20 e 96 anos. A mortalidade foi de 26,5% (n=311) na amostra total e 487 pacientes (41,5%) eram obesos. As maiores prevalências de obesidade ocorreram em mulheres (46,7%), em pacientes de 40 a 60 anos (54,2%) e naqueles com a presença de condições crônicas “hipertensão arterial sistêmica + diabetes mellitus” (47,9%). Após controle de potenciais fatores de confusão, considerando a progressão clínica (admissão em unidade de terapia intensiva e necessidade de ventilação mecânica invasiva) em todos os modelos de ajuste, a obesidade permaneceu com efeito protetor para mortalidade, quando comparada à categoria de eutrofia (RP=0,78; IC95% 0,64-0,93; p=0,006). Conclusão: O presente estudo demonstrou que a obesidade foi um fator de proteção para mortalidade em pacientes hospitalizados com COVID-19.
PROCEDIENTOS AMBULATORIAIS POR CONDIÇÕES PÓS- COVID-19 NO BRASIL 2021-2023
Pôster
Santos, R. V. A.1, Muraro, A. P.1
1 UFMT
Objetivos: Caracterizar as condições pós-covid-19 na atenção primária à saúde no Brasil entre 2021 e 2023. Métodos: Estudo transversal descritivo com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIASUS), disponíveis no DATASUS, abrangendo registros de consultas ambulatoriais com CID-10 U09.9 (condições pós-covid-19) em todas as unidades federativas (UF) entre 2021 e 2023. Foram analisadas as variáveis geográficas (UF e região), temporal (ano) e demográficas (sexo, faixa etária e raça/cor). Resultados: Foram realizados 623.631 atendimentos no Brasil entre 2021 e 2023, com a maior parte ocorrendo em 2022 (79,9%). A Região Nordeste e o estado do Maranhão registraram o maior número de atendimento entre as regiões e UF do Brasil, respectivamente. Acre e Roraima não registraram nenhum atendimento, sugerindo ausência de atendimento ou de registros adequados. A maioria das consultas ocorreu fora das capitais (84,1%), sendo a maior parte dos atendidos do sexo feminino, (60,9%) adultos (18-59 anos: 53%) e raça/cor negra (56,9%). Conclusões: Os resultados mostraram a desigualdade dos atendimentos por condições pós-covid-19 no Brasil, com a predominância de mulheres e adultos entre os atendidos, indicando a necessidade de ampliar os atendimentos e melhorar os registros, especialmente em estados que não reportaram casos.
SÍNDROME PÓS COVID-19 APÓS DEOZOITO MESES DE HOSPITALIZAÇÃO: UMA COORTE AMBIDIRECIONAL
Pôster
Rocha, R. P. S.1, Muraro, A. P.1
1 Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT
Objetivo: Analisar a síndrome pós-COVID-19 entre hospitalizados por COVID-19 após 6, 12 e 18 meses da alta hospitalar. Métodos: Estudo de coorte ambidirecional, realizado com indivíduos que receberam alta em três dos principais hospitais da capital de Mato Grosso, entre outubro de 2021 e março de 2022. Foram coletados os dados nos prontuários e então após 6, 12 e 18 meses da alta hospitalar os indivíduos foram entrevistados por telefone, sendo questionados sobre a presença de sintomas persistentes ou novos. Os sintomas oram classificado em muscular, neuropsiquiátrico, dermatológico, cardiovascular e pulmonar. Resultados: Dos 259 pacientes elegíveis para o estudo, foram entrevistados 190 aos 6, 160 aos 12 e 108 após 18 meses da alta hospitalar, sendo referido a presença de pelo menos um sintoma por 87,4%, 67,5% e 37,7% dos indivíduos entrevistados, respectivamente. Sintomas musculares foram os mais referidos (58,7%, 44%, 26,9% aos 6, 12 e 18 meses, respectivamente, sendo a fadiga o sintoma mais comum neste grupo (55,3%, 40,6% e 23,1%, respectivamente). O segundo grupo de sintomas mais referido foram os neuropsiquiátricos (55%, 30,8% e 5,4%, respectivamente aos 6, 12 e 18 meses), sendo o principal os problemas de memória (36,8% e 20% aos 6 e 12 meses). Conclusão: Constatou-se a elevada proporção de indivíduos que apresentaram síndrome pós-covid-19 após 6, 12 e ainda 18 meses após a alta hospitalar. Estudos de acompanhamento de longo prazo são importantes para a compreensão dessa condição e seu impacto na vida da população.
SÍNDROME PÓS-COVID-19 E QUALIDADE DE VIDA APÓS DOZE MESES DE HOSPITALIZAÇÃO
Pôster
Rocha, R. P. S1, Muraro, A. P1
1 Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT
Objetivo: Avaliar a síndrome pós-COVID- 19 e qualidade de vida entre hospitalizados por COVID-19 após 6 e 12 meses da alta hospitalar. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte com pacientes que receberam alta por covid-19 entre os meses de outubro e dezembro de 2021 e janeiro e março de 2022 em três dos principais hospitais da capital de Mato Grosso. Incialmente a coleta de dados ocorreu em prontuários e em seguida os indivíduos foram entrevistados por telefone após 6 e 12 meses da alta hospitalar, sendo questionados sobre a presença de sintomas persistentes ou novos. A síndrome pós-COVID-19 foi definida como a persistência de pelo menos um dos 24 sintomas questionados após 6 meses. A qualidade de vida relacionada à saúde foi avaliada utilizando o questionário EQ-5D (EQ-5D-3L) no mesmo intervalo de tempo. Resultados: Dos 259 pacientes elegíveis para o estudo, foram entrevistados 190 (73,3%) aos 6 e 160 (61,8%) após 12 meses. Quando avaliados os 24 sintomas, mais de 80% referiram pelo menos um sintoma. Foi maior a prevalência de algum problema de qualidade de vida aos 6 e 12 meses (59,2% e 77,0%, respectivamente) entre os que foram classificados como com síndrome pós-covid-19 aos 6 meses, quando comparados aos que não apresentaram essa condição (40,8% e 23%, respectivamente, p-valor <0,01). Conclusão: Os resultados evidenciam o impacto da síndrome pós-COVID-19 na qualidade de vida. Portanto, torna-se fundamental considerar a implementação de políticas públicas que adotem uma abordagem multidisciplinar, visando oferecer suporte abrangente e adequado às necessidades desses indivíduos.
A EXPERIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL NO COMBATE À EPIDEMIA DE DENGUE NO RIO DE JANEIRO
Pôster
Ferrari, C. O. F. Q.1, Fiorito, P. C. F.1, Mello, C. M.1, Avolio, P. C.1, Duim, E.1
1 SMS-RIO
Objetivos: Relatar a estratégia de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro durante a epidemia de dengue de 2024 (2/02 a 29/03). A atuação incluiu redes sociais, assessoria de imprensa, criação de hotsite, vídeos, materiais gráficos, sinalização, materiais técnicos e parcerias.
Métodos: Relato de experiência sobre a participação do núcleo de comunicação social na equipe de resposta à emergência de saúde pública (COE DENGUE), definição das ações de comunicação no plano de contingência, desenvolvimento da estratégia de comunicação nos períodos pré-crise, crise e pós-crise, com análise de dados quantitativos e qualitativos fornecidos pelas plataformas de redes sociais e clipagens de matérias.
Resultados: Foram realizadas 505 publicações nas redes sociais, com 1,7 mil interações respondidas, sendo elogios (37,1%), dúvidas (38,2%) e reclamações (24,6%), funcionando como um canal direto com a população. Um hotsite foi criado em 24h, com informações sobre atendimento, panorama epidemiológico, notícias, prevenção e mais. A assessoria de imprensa respondeu 618 demandas, emitiu 150 notas e agendou 196 entrevistas. Além disso, foram produzidas 560 artes, incluindo cards, material gráfico e materiais técnicos. Como destaque de parcerias, foram realizadas ações em estádios e collabs nas redes sociais com os quatro grandes times de futebol da cidade.
Conclusões: A inclusão da comunicação social no comitê de resposta às emergências em saúde pública permite que as mensagens sejam passadas de forma mais eficaz, transparente e engajada com o público, ajudando a promover uma resposta coordenada e eficiente, evitando a disseminação de notícias falsas.
ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE LEPTOSPIROSE NO RIO GRANDE DO SUL APÓS AS ENCHENTES
Pôster
dos Santos, V. F.1, Fontana, C. M.1, Lino, G. C.1, Scherer J. N.1
1 UNISINOS
Objetivo: Analisar a incidência de leptospirose no estado do Rio Grande do Sul (RS) após as recentes enchentes.
Método: Estudo ecológico elaborado através de dados disponibilizados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do DataSUS; em Informe Epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do RS; e no Instituto Nacional de Meteorologia. A unidade de análise do estudo foi o estado do RS e período de análise englobou a comparação dos meses de abril a junho de 2022 e dos mesmos meses de 2024. O cálculo da incidência de leptospirose considerou o total de casos confirmados e a população total do RS, conforme o censo do IBGE de 2022. O cálculo do risco relativo e do risco atribuível de leptospirose foi realizado conforme diretrizes da Organização Pan-Americana de Saúde.
Resultados: Entre abril e junho de 2022, foram notificados 79 casos de leptospirose, correspondendo a uma incidência de 7,26 casos/1.000.000 habitantes. Em 2024, no mesmo período, foram notificados 242 casos, sendo a incidência de 22,24 casos/1.000.000 habitantes. O risco de leptospirose em 2024, onde a precipitação total de 1.885mm, foi 3,1 vezes maior do que em 2022, cuja precipitação total foi de 348mm. Logo, a cada 1 milhão de habitantes atingidos pelas enchentes, aproximadamente 15 desenvolveram leptospirose em decorrência destas.
Conclusão: A ocorrência das enchentes no RS trouxe desafios na saúde pública, incluindo o aumento da incidência de doenças infectocontagiosas. Políticas públicas de rastreio e o acompanhamento de casos confirmados serão importantes para mitigar as doenças agravadas pelas enchentes.
ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DOS CASOS DE COVID-19 NO ESTADO DE ALAGOAS
Pôster
Pereira Junior, A. F. B.1, Mello, J. M. B.1, Pessoa, L. B. A.1, Silva, L. E. O.1, Griz, S. A. S.2, Lopes, V. C. M.2, Pimentel, E. C.2, Silva, K. K. S.1, Maia, F. L. A.1, Rocha, T. J. M.1
1 UNCISAL
2 CESMAC
Objetivos: investigar os aspectos sociodemográficos e geoespaciais dos casos de COVID-19 na população do estado de Alagoas, Brasil, no período de 2020 a 2022. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico com abordagem descritiva e quantitativa. A população estudada consistiu em todos os pacientes residentes no estado de Alagoas diagnosticados com COVID-19. Os dados foram obtidos a partir de repositórios públicos de vigilância epidemiológica da COVID-19 no estado de Alagoas. A análise das informações foi realizada por meio de estatísticas descritivas e inferenciais, calculando o Índice Moran Global (IMG) para a taxa de incidência, considerando um intervalo de confiança de 95% e um nível de confiança de 5%. Resultados: Um total de 328.422 casos de COVID-19 foram confirmados no período, com taxas de incidência mais elevadas entre mulheres com idades entre 20 e 59 anos, sendo diabetes (n = 2.353) e hipertensão (n = 2.180) as comorbidades mais afetadas. As autocorrelações espaciais mostraram padrões positivos fracos para os anos analisados: IMG 2020 = 0,21, valor p < 0,05; IMG 2021 = 0,23, valor p < 0,05; IMG 2022 = 0,24, valor p < 0,05. Conclusão: Apesar das medidas básicas de prevenção adotadas pelas autoridades, é necessário realizar campanhas de conscientização mais focadas e incisivas de acordo com o cenário da doença no estado, que teve maior expressão de casos em três momentos, após o primeiro caso confirmado na região, onde os sintomas mais comuns apresentados pela população podem ser confundidos com outros quadros gripais.
APLICAÇÕES DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO GERENCIAMENTO DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster
Maximo, P.V.F1, Elias, Y.S2, Silva, M.A.F1, Costa, M.N1, Neto, J.A.A1, Morais, D.D1, Silva, L.L.B3
1 Sec. Saúde de Várzea Alegre
2 UEPB
3 UFPI
Objetivos:
Explorar as aplicações da inteligência artificial (IA) no gerenciamento de emergências em saúde pública, destacando inovações, benefícios, desafios e exemplos concretos.
Métodos:
Revisão das aplicações de IA em saúde pública, incluindo previsão e detecção precoce de surtos, resposta rápida e gerenciamento de recursos, monitoramento e análise em tempo real, e comunicação e educação. Exemplos específicos, como BlueDot e HealthMap, foram utilizados para ilustrar as funcionalidades da IA.
Resultados:
A IA mostrou-se eficaz na previsão e detecção precoce de surtos através da análise de grandes volumes de dados de várias fontes. Empresas como BlueDot e plataformas como HealthMap demonstram como a IA pode rastrear e prever a propagação de doenças infecciosas. Além disso, a IA otimiza a alocação de recursos, prevendo demandas por suprimentos médicos e otimizando a distribuição de vacinas. Soluções de IA também são cruciais no monitoramento contínuo e na análise de dados em tempo real, acelerando diagnósticos e tratamentos. No âmbito da comunicação, chatbots e assistentes virtuais fornecem informações precisas e análise de sentimentos ajuda a ajustar mensagens de comunicação.
Conclusões:
A inteligência artificial está transformando o gerenciamento de emergências em saúde pública, fornecendo ferramentas poderosas para prever surtos, otimizar respostas e gerenciar recursos eficientemente. Embora existam desafios como privacidade de dados, equidade no acesso e transparência dos algoritmos, as inovações em IA têm o potencial de salvar vidas e melhorar a resposta global a crises de saúde pública.
ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E ÓBITO POR COVID-19 EM MATO GROSSO
Pôster
Grecco, L.1, Muraro, A. P.1, Souza, B. S. N.1
1 ISC-UFMT
Objetivo – Avaliar a associação entre óbito por COVID-19 e presença de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), no estado de Mato Grosso (MT). Métodos –Trata-se de estudo realizado com dados secundários do IndicaSUS, sistema instituído pela Secretaria de Estado de Saúde de MT, para notificação dos casos e óbitos por COVID-19. As notificações ocorreram entre janeiro de 2020 e maio de 2023, período de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Realizou-se análises bivariadas com a variável dependente – óbito ou não por COVID-19 – e variáveis independentes – DCNT – adotando o teste qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 0,05. Verificou-se a associação entre DCNT e óbitos por COVID-19, por meio de regressão logística, usando o software SPSS v.25. Resultados – Dos 763.387 casos notificados, 13.356 (1,75%) culminaram em óbitos por COVID-19, em que 58,0% eram homens, 63,8% tinham 60 anos ou mais e 60,5% referiram cor da pele preta ou parda. Foi verificada presença de pelo menos uma DCNT em 66,2% dos óbitos, em que as mais prevalentes foram hipertensão arterial (52,0%), diabetes (33,3%) e doenças cardiovasculares (17,6%). Após ajuste para sexo, faixa etária e raça/cor, ter uma DCNT aumentou a chance de óbito por COVID-19 em mais de cinco vezes (OR=5,81; IC95% 5,54-6,08) e duas ou mais DCNT aumentou em quase 13 vezes (OR=13,50; IC95% 12,82-14,21). Conclusões – Os óbitos decorrentes da COVID-19 em pessoas com DCNT se relacionam com as más condições prévias de saúde, as quais são mais comprometidas quanto maior a vulnerabilidade do indivíduo.
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE NA ESTIAGEM NO AMAZONAS.
Pôster
MELO,F.M1, RAMOS, T.C.A.1, MELO, A.X.1, ARAUJO, T. S.1, CAMPELO, E. C.1, WATANABE, T. T.1, PIMENTÃO, A. R.2, NASCIMENTO, P. C. M.3, BRUCE, A. T. I.4
1 FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAUDE DRA. ROSEMARY COSTA PINTO - FVS-RCP
2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA
3 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO
4 SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAUDE - SEMSA
Objetivo: Relatar as atividades realizadas pelos enfermeiros durante o período da estiagem de 2023 no estado do Amazonas. Métodos: Trata-se de um relato de experiência das ações de mitigação dos efeitos da estiagem no Amazonas, coordenadas por meio da criação de um centro de operações na Fundação de Vigilância em Saúde. Resultados: Durante o período de estiagem, foi instituído um centro de operações que desenvolveu e implementou ferramentas para o monitoramento da situação epidemiológica dos municípios tais como oo formulário redcap para os recebimentos das informações em tempo real, matriz de monitoramento das atividades na Fundação de Vigilância em Saúde, reuniões de planejamento com o ministério da saúde, proporcionando uma resposta imediata ao desastre ambiental. As atividades de vigilância abrangeram múltiplas frentes, incluindo a vigilância epidemiológica, ambiental, sanitária, saúde do trabalhador e laboratorial. Esta abordagem multidisciplinar permitiu um apoio abrangente aos municípios, com ações in loco para diagnóstico situacional, distribuição de insumos, campanhas de multivacinação e monitoramento de doenças. Conclusões: As ações realizadas pelos enfermeiros foram de suma importância para a preparação e resposta à emergência de saúde publica enfrentada em 2023, oferecendo suporte imediato e eficaz aos municípios afetados no estado do Amazonas.
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DE UMA COMUNIDADE DE ANGRA DOS REIS PÓS DESASTRE
Pôster
AQUINO, R.G.1, LEITE, T.C.S.B1, FURTADO, J.S1, SIQUEIRA, C.L1
1 SECRETARIA DE SAÚDE DE ANGRA DOS REIS
A formulação de uma proposta de inserção da população em um acompanhamento de saúde específico após um desastre, como uma medida de gestão de risco durante as fases de Recuperação e Reconstrução é primordial e necessária. Para isso, precisa-se estudar várias vertentes, o que inclui entender como a população afetada é registrada, a morbimortalidade após o desastre e se e como essas pessoas foram integradas ao acompanhamento de saúde. Consideramos relevante realizar um estudo com a comunidade de Angra dos Reis, que foi atingida por um desastre natural em 2022, após 12 meses do evento. O estudo envolveu 82 famílias (221 pessoas). Utilizamos um formulário semiestruturado confeccionado e aplicado por profissionais de saúde locais para pesquisar junto às famílias suas condições de saúde. Além disso, utilizou-se dados dos sistemas de informação SIM e SINAN. As entrevistas revelaram perdas de vagas escolares, surgimento de doenças após o desastre e falta de suporte adequado para questões de Saúde Mental. O grupo feminino foi o mais impactado e, portanto, é o foco das ações pós-desastre. Crianças e adolescentes também requerem atenção especial. Os dados dos sistemas de informação destacam o surgimento de casos de Dengue. As ações de saúde devem ser intensificadas em todas as áreas, especialmente na Atenção Básica, já que é o principal ponto de acesso da população ao sistema de saúde, desempenhando um papel de extrema importância.
CANDIDA AURIS: DESCRIÇÃO E EXPERIÊNCIA DE UM SURTO EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DO RECIFE-PE
Pôster
Vasconcelos, R.C.O.1, Araujo, H.A.C.1, Rocha, G.A.1, Bianchi, V.F.O.1, Costa, T.E.M.2
1 SES/PE
2 UPE/PE
O objetivo deste relato de experiência é descrever o perfil epidemiológico a partir do surto de Candida auris ocorrido em hospital de urgência e emergência da rede pública estadual de saúde, na cidade do Recife-PE, no período de dezembro de 2021 a outubro de 2022. Em dezembro de 2021, o fungo foi detectado pela primeira vez no laboratório de microbiologia do hospital e disparou a necessidade de estruturação de equipe multidisciplinar para enfrentamento da emergência. A equipe da vigilância epidemiológica hospitalar realizou busca ativa em prontuários, laudos laboratoriais e elaborou relatórios de notificação a partir dos casos suspeitos de contaminação pelo fungo, mantendo o sigilo das informações obtidas. Após análise dos dados, mediante organização em gráficos e tabelas, verificou-se que 48 pacientes foram colonizados pelo fungo, sendo o maior índice da infecção ocorrido entre junho e julho de 2022, a faixa etária mais acometida foi de 40 a 59 anos com predominância do sexo masculino, admitidos na unidade em decorrência de acidente por transporte terrestre. Quanto aos dispositivos invasivos, a intubação orotraqueal e o cateter uretral destacaram-se com maior tempo de uso, respectivamente, e a terapêutica de escolha em sua maioria para os infectados foi a antimicrobiana (96%). Observou-se que 64,5% desses pacientes tiveram alta hospitalar e 35,4% foram óbitos em consequência da gravidade do diagnóstico de sua admissão. Dessa forma, evidenciamos que a detecção precoce do agravo e atuação de forma multidisciplinar constituem-se como medidas primordiais para interromper a cadeia de transmissão e conter possíveis surtos no âmbito hospitalar.
COVID-19 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: COMPARAÇÃO ENTRE AS REGIÕES BRASILEIRAS.
Pôster
Falciroli, I. M. V.1, Cano, R. N.1, Uehara, S. C. da S. A.1
1 UFSCAR
Objetivo: Analisar os coeficientes de incidência e de mortalidade por Covid-19 em crianças e adolescentes nas regiões brasileiras e a relação com indicadores socioeconômicos e sanitários. Método: Trata-se de um estudo ecológico, analítico e observacional, com método quantitativo de investigação. Foram considerados todos os casos notificados de Covid-19 em pacientes de 0 a 18 anos, em todos os municípios brasileiros. Os dados foram coletados por meio do sistema do Ministério da Saúde, OpenDataSUS, e IBGE, durante o período de 25 de fevereiro de 2020 até 25 de fevereiro de 2023. Foram realizadas análises descritivas e, para avaliar as autocorrelações espaciais das variáveis, foram calculados os Índices de Moran Global, de forma uni e bivariada. Foi utilizado o software GeoDa 1.20.0.10 para os cálculos e foi adotado um nível de significância de 5%. Resultados: A incidência de Covid-19 foi maior em crianças na faixa etária de 0 a 11 anos em todas as regiões brasileiras, somente na região Sul a mortalidade foi maior em adolescentes de 12 a 18 anos e a taxa de letalidade no Brasil foi maior entre os adolescentes. Também foi observada uma correlação negativa entre a mortalidade e o IDH, o rendimento per capita e a escolaridade do chefe da família. Conclusão: Dessa forma, apesar de a incidência e a mortalidade terem sido maiores em crianças de 0 a 11 anos, a doença foi mais letal em adolescentes de 12 a 18 anos e esses resultados foram influenciados por fatores socioeconômicos.
DESAFIOS NA VIGILÂNCIA DA CHIKUNGUNYA EM ÁREAS FRONTEIRIÇAS DE MS DURANTE SURTO DE DENGUE
Pôster
Canela, LCGCS1, Godoy, B M2, Santos, J K L2
1 IESC, UFRJ
2
Objetivos: O estudo visa descrever o cenário epidemiológico da Chikungunya em Mato Grosso do Sul (MS), especialmente em áreas fronteiriças com o Paraguai. Além disso, contextualiza os desafios na vigilância da Chikungunya durante um período epidêmico de Dengue na região.
Métodos: Trata-se de um estudo exploratório com abordagem quali-quantitativa, utilizando dados do SINAN Online e visitas técnicas. As visitas focaram em avaliar o serviço de vigilância epidemiológica, a Atenção Primária em Saúde (APS), o Serviço de Atenção Especializada (SAE), laboratórios e controle de vetores. A pesquisa abrangeu treze municípios fronteiriços de MS, avaliando a preparação e a articulação dos serviços de saúde para o manejo da Chikungunya.
Resultados: Em 2023, até a Semana Epidemiológica (SE) 18, MS registrou 4.114 casos prováveis de Chikungunya, um aumento de 576% em comparação a 2022. A maioria dos casos ocorreu em municípios fronteiriços com o Paraguai, com Ponta Porã sendo o mais afetado. As visitas técnicas revelaram despreparo dos profissionais de saúde e falta de articulação entre APS e SAE, prejudicando o manejo clínico da doença e a notificação adequada.
Conclusões: A alta incidência de Chikungunya em MS, especialmente nas áreas fronteiriças, destaca a necessidade urgente de melhor articulação entre os serviços de saúde e capacitação dos profissionais. O Plano para o Enfrentamento Estratégico da Dengue, Zika e Chikungunya propõe medidas preventivas e curativas que precisam ser implementadas de forma integrada para controlar efetivamente essas doenças. A melhoria na comunicação e treinamento dos profissionais é crucial para uma resposta mais eficaz às arboviroses na região.
ESTIGMA NA PANDEMIA: EXPERIÊNCIAS DE MÉDICOS E ENFERMEIROS DA LINHA DE FRENTE
Pôster
Cerqueira, S. S. B.1, Carvalho, E. S. S.1, Bastos, A. S. O.1
1 UEFS
Objetivo: Explorar as experiências de médicos e enfermeiros que atuaram na linha de frente durante a pandemia de Covid-19. Métodos: Estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado entre 2021e 2023, com 27 profissionais da saúde que trabalharam em instituições hospitalares durante a pandemia de Covid-19, em duas cidades do estado da Bahia. A coleta de dados foi feita por meio de entrevistas semiestruturadas e a análise foi conduzida utilizando a técnica de análise de conteúdo. A pesquisa foi aprovada por um Comitê de Ética e seguiu as recomendações da Resolução 466/12. Resultados: Participaram do estudo 4 médicos e 23 enfermeiros, com idades entre 30 e 47 anos, a maioria casados, com especialização na área e mais de um vínculo empregatício. Todos os profissionais médicos tinham menos de cinco anos de formação, enquanto que os enfermeiros tinham mais de cinco anos de formação e atuação. Os profissionais descreveram a Covid-19 como uma doença cercada de medos e destacaram que o estigma em trono da mesma está associado por ser uma doença ainda pouco conhecida pela sociedade. O fato de atuarem próximos a pessoas adoecidas faz com que os outros percebam os profissionais como possíveis vetores, que passam a ser evitados pelos familiares, amigos e comunidade. Para evitar a estigmatização, adotam estratégias como a ocultação da informação sobre sua profissão e local de trabalho. Nas falas observou-se sinais de sofrimento psicológico. Conclusões: Os profissionais de saúde foram estigmatizados durante a pandemia por atuarem em espaços de saúde que atendiam pessoas adoecidas ou potencialmente contaminadas.
EXCESSO DE MORTALIDADE POR CAUSAS NATURAIS EM CURITIBA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19.
Pôster
Goes, G.A.R.1, Alves, M. F. T.1, Oliveira, A. A. S.1, Ruzyk, A. R. R.1, Novak, D. O. F.1, Ceccon, F. T.1, Tonon, L.H.1, Viana, V. G.1
1 PMC-SMS
OBJETIVOS: Realizar a análise descritiva sobre o comportamento da mortalidade por causas naturais no município de Curitiba (2015-2022); Estabelecer comparação entre o perfil de óbitos que ocorreram durante a pandemia da covid-19, com o período de cinco anos que a antecederam. MÉTODOS: Estimado óbitos esperados por modelo de séries temporais (Prais Weinsten - software R-Studio), com cálculo da taxa de variação anual e intervalos de confiança (95%), do quinquênio pré-pandêmico (2015-2019). Excesso absoluto de mortalidade: calculado como diferença entre número de mortes por causas naturais ocorridas no período pandêmico (2020-2022) e estimativa de óbitos para mesmo período. Esta taxa foi aplicada aos anos posteriores para estimativa do número de óbitos esperados para 2020 a 2022. RESULTADOS: Em Curitiba durante a pandemia o excesso absoluto de mortalidade foi de 10.859 óbitos, 37% a mais que o esperado, sendo 6.654 destes ocorridos em 2021. As seguintes doenças lideraram as causas de mortalidade: infecciosas (covid-19), cardiovasculares, neoplasias e do sistema nervoso. O maior incremento ocorreu na população < 60 anos (excesso de 48%), e entre os homens (excesso de 42 %). Houve aumento significativo nos óbitos por doenças infecciosas (760%), doenças do sistema nervoso (37 %) e transtornos mentais (149%). CONCLUSÕES: A média do excesso de mortalidade registrada em Curitiba, capital do Paraná, foi de 37%, valor superior ao da região Sul do Brasil, que foi de 27%. Esse aumento significativo no excesso de mortalidade e atribuído à tendência de estabilidade no crescimento de óbitos observada no município durante o período pré-pandêmico.
EXCESSO DE MORTES POR DOENÇAS CRÔNICAS EM SANTA CATARINA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Pôster
Resun, G.G.S.1, Hillesheim, D.1, Oliveira, J. A. F.1, Bianchi, J. C.1, Holzbach, R.H.1, Hallal, A.L.L.1
1 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Objetivo: Estimar o excesso de mortalidade segundo causa de óbito em Santa Catarina entre 2020 e 2023. Métodos: Estudo ecológico que utilizou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade onde o excesso de mortes foi calculado pela diferença entre óbitos observados e esperados. Os óbitos esperados de 2020 a 2023 foram estimados por meio de análise de regressão linear simples com base nos dados de 2010 a 2019. Foram analisados grupos de doenças/agravos específicos incluindo todas as causas, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, neoplasias malignas, doenças do aparelho respiratório e causas mal definidas. A razão de mortalidade (RM) foi estimada para cada grupo, com Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). Resultados: Identificou-se um excesso de 18% (RM 1,18; IC95%: 1,14 - 1,23) nos óbitos por todas as causas. Doenças cardiovasculares tiveram um excesso de óbitos de 6% (RM 1,06; IC95%: 1,02 - 1,10) e diabetes mellitus de 10% (RM 1,10; IC95%: 1,04 - 1,17). Destacou-se o excesso de óbitos por causas mal definidas em 59% (RM 1,59; IC95%: 1,35 - 1,93). Doenças do aparelho respiratório apresentaram uma redução de 14% (RM 0,86; IC95%: 0,81 - 0,92). A mortalidade por neoplasias malignas esteve dentro do esperado, com redução não significativa de 2% (RM 0,98; IC95%: 0,93 - 1,03). Conclusões: Os efeitos socioeconômicos da pandemia de COVID-19 podem ter impactado o padrão de mortalidade geral e por doenças crônicas não transmissíveis em Santa Catarina. Houve excesso de mortes para doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e mortes mal classificadas.
IMPACTO DA INFLUENZA AVIÁRIA DE ALTA PATOGENICIDADE (IAAP) E SUA RELEVÂNCIA PARA A ECONOMIA
Pôster
SOUZA,L.S.1, MUSAFIR, R.F.2, CÔRTES, V.A.C.3
1 Secretaria de Saúde do Estado do Rio de janeiro
2 Secretaria de Saúde do Estado do Rio De Janeiro
3 Secretaria de Agricultura do Estado do Rio De Janeiro
A IAAP é uma zoonose. É transmitida pelo contato direto com aves aquáticas e mamíferos.
Atualmente, o Brasil é livre da doença, e sem focos em aves de produção comercial. Segundo
a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), a avicultura contribui
positivamente para o Produto Interno Bruto (PIB), aliada a expertise no cumprimento dos
protocolos sanitários e da alta qualidade da cadeia de produção. Globalmente, é o terceiro
maior produtor e líder nas exportações de carne de frango, e domina o mercado de carne
Halal, contemplando o mercado avícola.
Os foram coletados através do PIB, da SCRI, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do
Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e da Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA).
Em 2023, dados da OMS, apontam 878 diagnósticos positivos, com uma taxa de letalidade de
52% resultado de 458 mortes em humanos, em 23 países. A avicultura impulsiona as
exportações, fortalece a economia e gera empregos. É um efeito dominó: um foco na
produção comercial pode desencadear a queda econômica e em setores interligados. Segundo
o MAPA, no Brasil, em 2023, os primeiros focos de IAAP em aves de subsistência foram
registrados nos Estados do Espírito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso, e resultaram na
suspensão temporária da exportação de carne de frango pelos países importadores nos
Estados afetados. Atualmente, existem 166 focos com resultado laboratorial positivo, dos
quais: 163 silvestres e 3 subsistências.
As ações em Saúde Pública são importantes para prevenir a disseminação da
doença e para a saúde da economia do país.
LETALIDADE POR COVID-19 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES E A RELAÇÃO COM INDICADORES ECONÔMICOS
Pôster
Alciroli, I. M. V.1, Cano, R. N.1, Uehara, S.C. da S. A.1
1 UFSCAR
Objetivo: Analisar o coeficiente de letalidade por Covid-19 em crianças e adolescentes nas grandes regiões brasileiras e a relação com indicadores econômicos. Método: Trata-se de um estudo ecológico, realizado no Brasil. Os dados foram coletados por meio do acesso ao sistema do Ministério da Saúde, OpenDataSUS, e no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referente ao período de 25 de fevereiro de 2020 até 25 de fevereiro de 2023. O estudo analisou variáveis econômicas e epidemiológicas. Foram realizadas análises descritivas e para avaliar as autocorrelações espaciais das variáveis, foram calculados os Índices de Moran Global, de forma uni e bivariada. Foi utilizado o software GeoDa 1.20.0.10 para os cálculos e foi adotado um nível de significância de 5%. A pesquisa dispensou apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, pois os dados são de domínio público. Resultados: Não foi encontrado uma correlação espacial global bivariada entre o coeficiente de letalidade por Covid-19 nas faixas etárias estudadas e o rendimento familiar, bem como também não foi verificada uma correlação local significativa para o coeficiente de letalidade por Covid-19 nas faixas etárias de 0 a 11 anos e de 0 a 18 anos e o rendimento da família. Conclusões: Conclui-se que não foi verificado uma relação entre o coeficiente de letalidade por Covid-19 na população infantil e o rendimento familiar; entretanto, considera-se que os óbitos pela doença nessa população pode ter relação multicausal, incluindo fatores biofisiológicos e socioeconômicos, que extrapolam somente a variável renda.
MONITORAMENTO CARNAVAL: ESTRATÉGIA PARA DETECÇÃO DE EMERGENCIAS DE SAÚDE - PE, 2023-2024
Pôster
Dimech, G.S.1, Bezerra, E.A.D.1, Lima, P.M.S1, Drechsler, A.M.1, Pereira, J.C1, Medeiros R.1, Silva, M.L.N1, Azevedo G.M1, Souza, I.C.A1, Torres, P.M1, Lopes da Cruz, R.R.1, da Silva, I.N.N1, Lima, J.L1, Ishigami, B.I.M1
1 SES-PE
Objetivos: apresentar experiencia de monitoramento de riscos de emergências de saúde relacionadas ao carnaval no estado de Pernambuco, 2023 e 2024. Métodos: Por meio de formulário eletrônico realizou-se coleta, em tempo real, de informações do perfil de atendimento de 29 unidades de saúde e pontos de atendimento nos festejos de Carnaval. Resultados: Considerando os 4.700 registros coletados em 2023 e 2.093 em 2024, observa-se que o público relacionado a espectadores do carnaval correspondeu a 30,5% dos registros. Nesses 55,8% concentraram-se nas faixas etárias de adulto jovem (18 a 39a) e 61,2% eram do sexo masculino. Um total de 12,2% dos atendimentos foi de pacientes de não residentes de PE. Receberam alta 86,6% e não ocorreram óbitos. Observa-se uma maior prevalência de eventos em expectadores por ocorrências de intoxicação ou uso excessivo por álcool (náuseas e ou vômitos, dor de cabeça, tontura/desmaio), lesões por brigas, queda e acidentes de motos (cortes, incisões ou perfurações, entorses e luxações), insolação, e crises hipertensivas. Sinais e sintomas infecciosos mais presentes foram náusea e vomito (intoxicação alimentar), síndromes respiratórias (falta de ar, tosse, dor de garganta) e diarreias. Quadros de dor abdominal, febre e artralgia não afastam a possibilidade de circulação de arboviroses. Conclusões: Observa-se uma maior prevalência de eventos em expectadores por ocorrências comuns no carnaval, no entanto, sinais e sintomas respiratórios e sugestivos de arboviroses ocorreram no período. Considera-se que a estratégia é efetiva para fortalecer a capacidade de vigilância, detecção e resposta a possíveis emergências de saúde durante eventos de massa.
MORTALIDADE MATERNA NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL: TENDÊNCIAS E IMPACTOS
Pôster
Silva, M.G.G.1, Arruda, L.E.S.1, Silva, M.E.S.1, Santos, E.M.P.1, Sousa, A.F.1, Silva, E.R.B.1, Silva, M.T.A.1
1 Instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz Pernambuco
Objetivo: Analisar a taxa de mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil, entre 2017 e 2022, com ênfase no período pandêmico. Métodos: Estudo descritivo quantitativo com dados secundários acerca dos óbitos maternos ocorridos entre 2017 e 2022 na Região Nordeste do Brasil, obtidos por meio do DATASUS nos bancos de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos. Foram calculadas as taxas de mortalidade materna anual por 100.000 habitantes, frequência relativa por ano e variação percentual do período. Resultados: Ocorreram 3.404 óbitos maternos na Região Nordeste, sendo 15,8% em 2017 (65,76/100.000 hab), 15,4% em 2018 (62,67/100.000 hab), 14% em 2019 (59,3/100.000 hab), 19,4% em 2020 (85,86/100.000 hab), 22,6% em 2021 (101,04/100.000 hab) e 12,6% em 2022 (60,65/100.000 hab), somando 54,6% no período da pandêmico. A variação percentual do Nordeste apresenta redução de 20% na taxa de mortalidade materna (2017 e 2022), no entanto, as taxas anuais revelam o aumento durante o período pandêmico. Conclusões: Os resultados sugerem a ocorrência de falhas no sistema de saúde que comprometem o direito à saúde e a vida das gestantes, sobretudo durante o período pandêmico, ressaltando a reflexão acerca do planejamento estratégico e oportuno para o enfrentamento de crises sanitárias. O monitoramento deste indicador associado a implementação de medidas de prevenção e proteção, com a efetivação das políticas públicas direcionadas a este grupo, é fundamental para a melhoria dos indicadores apresentados evitando o desfecho do óbito.
O CASO DA DETECÇÃO DO VÍRUS IAAP-H5N1 EM AVES MIGRATÓRIAS EM VITÓRIA-ES, 2023.
Pôster
Amaral, B. P.1, Areias, A. S.2, Nascimento, G. S. S3, Comerio, T.4, Loureiro, L. R.2
1 REDE CIEVS/DEMSP/SVSA/MS
2 CIEVS VITÓRIA/CVE/GVS/SEMUS/PMV
3 GVS/SEMUS/PMV
4 CVE/GVS/SEMUS/PMV
Objetivo: Descrever os processos de trabalho inscritos no âmbito do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Vitória-ES, bem como indicar os protocolos mobilizados pela Secretaria Municipal de Saúde para o rastreamento e o monitoramento de humanos com exposição direta e/ou indireta com as aves infectadas ou com provável contágio de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP-H5N1), a coleta de aves com sinais respiratórios, neurológicos e/ou mortalidade súbita e as orientações à população local, em 2023. Metodologia: Baseada nos processos de trabalho de detecção (Vigilância Baseada em Eventos e a Vigilância Baseada em Indicadores), avaliação (relevância do evento na saúde humana, na assistência, no impacto social na capacidade instalada de resposta), verificação (processo crítico que envolve a confirmação da veracidade de um rumor classificado como relevante e a coleta de informações-chave sobre o possível evento em questão) e resposta (oportuna e adequada). Resultados: Recolhimento de aves doentes, notificação de casos suspeitos (aves e humanos expostos às aves), coleta de amostras em humanos expostos, monitoramento diário de humanos expostos, vigilância popular em saúde, comunicação intra e intersetorial (entre órgãos da saúde pública, agricultura, agropecuária), organização do atendimento à população, comunicação de risco (aos profissionais de saúde e à população). Conclusões: Recomenda-se ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF/ES), que os órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS), nas três esferas de gestão (MS, SESA, SEMUS), sejam adequadamente e oportunamente comunicados de qualquer rumor ou evento de interesse à saúde pública.
O CONSUMO DE NOTÍCIAS SOBRE COVID-19 POR IDOSOS LATINO-AMERICANOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster
Ribeiro, D. K.1, Carbogim, F. C.1, Cavalcante, R. B.1
1 UFJF
Objetivos: verificar a associação entre o consumo de notícias e informações sobre a Covid-19 entre idosos, por redes sociais, televisão e rádio, e o país de residência, comparando dados do Brasil, México e Peru. Métodos: delineamento transversal, por web-based survey, em amostra não probabilística, de julho de 2020 e junho de 2022, mediante questionário composto por questões objetivas relacionadas ao perfil sociodemográfico e a exposição. Para análise, foi utilizado o teste do qui-quadrado (X2). Resultados: dos 7.976 participantes, prevaleceu o sexo feminino (n = 4.937, 61,9%), cor/raça não branca (n = 4.724, 59,2%) e na faixa etária de 60 a 64 anos (n = 2.584, 32,4%). O acesso a notícias e informações sobre COVID-19 ocorreu pela televisão (n = 6.187, 77,6%), em poucas ou algumas vezes na semana (n = 4.322, 54,2%) por três horas ou mais (n = 2.596, 32,5%). A prevalência no uso das redes sociais foi maior entre os brasileiros, referenciando a exposição mínima entre 2 e 5 horas por semana, além do consumo de notícias e informações via televisão. Peruanos referem utilizar televisão e rádio, por cerca de uma hora na semana, para cada forma de consumo. Os mexicanos, não foram prevalentes em nenhuma opção de consumo. Conclusões: os resultados contribuem para compreensão da inserção de idosos latino-americanos no consumo de notícias e informações, e uso das mídias, corroborando as discussões sobre gestão infodêmica enquanto política pública.
OPORTUNIDADE DE TESTAGEM PARA COVID-19 NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - 2020 A 2021
Pôster
Nazario, Gabriella1, Tavares, Felipe1
1 ISC/UFF
Objetivo: Descrever a oportunidade de testagem para COVID-19 segundo os testes RT-PCR, Teste Rápido – Anticorpo e Teste Rápido – Antígeno, de março de 2020 a dezembro de 2021. Método: Estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados da plataforma eSUS Notifica, foram incluídas todas as notificações com teste realizado entre 2020 e 2021 no estado do Rio de Janeiro e calculada a diferença em dias entre a data de início dos sintomas e a data de realização do teste . A análise foi realizada com o software Rstudio, versão 4.3.1. Resultados: Foram realizados 1.296.597 testes de RT-PCR (47,6%), 613.860 testes rápidos de anticorpos (22,5%) e 812.285 testes rápidos de antígeno (29,8%). Observou-se maior proporção de testagem entre mulheres e indivíduos brancos, e menores proporções nos extremos das faixas etárias. As regiões Metropolitana I e II apresentaram os maiores percentuais. Os dados mostram uma redução contínua no percentual de inadequação de testes RT-PCR/RT LAMP, de 18,8% no primeiro semestre de 2020 para 4,6% no segundo semestre de 2021, já os testes rápidos de anticorpos apresentaram um aumento na realização inadequada, de 28,0% para 44,6% no mesmo período. Também foi observada diminuição da inadequação para os testes rápidos de antígeno, de 64,0% para 4,5%. Conclusão: A melhoria da adequação dos testes de RT-PCR e Teste Rápido – Antígeno demonstra a efetividade das ações de ampliação da testagem, e melhoria do acesso a esses testes, a análise destaca a importância da utilização em tempo oportuno dos testes para garantir a efetividade do controle da doença.
ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NA FRONTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL NA COVID-19
Pôster
Krolow, M. R.1, Machado, K. P.1, Xavier, N. P.1, Júnior, J. K.1, Correia, C.2, Trindade, L. L.3, Thumé, E.1
1 Universidade Federal de Pelotas
2 Universidade Comunitária da Região de Chapecó
3 Universidade do Estado de Santa Catarina
Objetivos: Descrever a organização da Atenção Primária à Saúde (APS) no enfrentamento à pandemia da Covid-19 nas cidades gêmeas do Rio Grande do Sul (RS).
Métodos: Estudo descritivo, com dados da pesquisa ENFRENTE COVID-19. Participaram profissionais de enfermagem atuantes na APS das cidades: Aceguá, Barra do Quaraí, Chuí, Jaguarão, Quaraí, Santana do Livramento, Porto Mauá, Porto Xavier, São Borja, Itaqui e Uruguaiana. A capacitação profissional e adequação do ambiente foram investigadas por instrumento online autoaplicado de abril a dezembro de 2021. As prevalências e intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram analisadas no STATA-versão 14®. Aprovado na plataforma Brasil parecer 4.426.739.
Resultados: Participaram 117 enfermeiros, técnicos e auxiliares das 11 cidades gêmeas do RS. 61,9% (IC95%52,1;70,8) referiram acesso à educação permanente e continuada. Para atendimento aos usuários com patologias respiratórias, 70,5% (IC95%60,9;78,5) referiram organizar os fluxos e em 66,7% (IC95% 57,0;75,1) havia fluxos independentes para entrada e saída de casos de Covid-19. Quanto ao preparo para vacinação, 79,6% (IC95% 70,6;86,4) dos profissionais alegaram ter recebido orientações. Do total, 94,5% consideravam ter conhecimentos necessários para trabalhar de maneira segura no contexto da Covid-19.
Conclusões: Observa-se que mesmo no auge da pandemia e decorridos mais de um ano de seu início, muitos serviços ainda não possuíam organização de fluxos assistenciais independentes de modo a evitar contato entre os usuários. Por outro lado, os profissionais se sentiam preparados para atuar nesse contexto.
ÓBITO MATERNO POR COVID-19: UM ESTUDO DE CASO CONTROLE
Pôster
Brioschi dos Santos, A.P.1, Vicente, C.R.1, Cola, J.P.1, Garbin, J.R.T.1, Mata, L.G.2, Locatelli, R.2, Zamprogno, A.C.2, Miranda, A.E.1
1 UFES
2 SESA
Objetivo: Analisar fatores epidemiológicos e clínicos associados ao óbito materno por COVID-19 entre gestantes. Metodologia: Trata-se de um estudo caso controle com dados obtidos a partir de uma coorte histórica de gestantes confirmadas para COVID-19. Os casos foram os óbitos maternos confirmados por COVID-19 e o grupo controle foram casos que não evoluíram ao óbito. Os casos e controles foram pareados individualmente pelo escore de propensão na proporção de 1:3. Resultados: Foram notificadas 2.030 gestantes, sendo 37 casos e 111 controles. Entre as gestantes que foram a óbito por COVID-19, 35 (67,57%) eram não brancas, 26 (70, 27%) ≥ 8 anos de estudo, 27 (72,97%) foram infectadas no 3º trimestre gestacional, 24 (77,42%) tinham até 6 consultas de pré-natal e 15 (48,39%) tinham 3 ou mais gestações anteriores, 3 (8,11%) realizaram a vacinação ainda na gestação, e 36 (97,30%) tiveram infecção pelo COVID-19 antes da primeira dose da vacina. Sintomas como dificuldade respiratória (67,57%), saturação de oxigênio menor que 95% (37,84%), coriza (29,73%) e adinamia (40,54%) e comorbidades, Doenças cardiovasculares (18,92%), obesidade (8,11%) foram mais frequentes. Na análise ajustada gestantes infectadas no terceiro trimestre gestacional (OR 4,67 – IC95% 1,51-14,46), com adinamia (OR 4,33 – IC95% 1,41- 13,31) com ao menos uma comorbidade na gestação (OR 3,82 – IC95% 1,16-12,55). Número de consultas de pré-natal foi proteção (OR 0,91 – IC95% 0,31-0,26). Conclusão: Ações de promoção e proteção à saúde das gestantes que apresentam fatores de risco e oferta de pré-natal de qualidade se faz necessário para reduzir os óbitos por COVID-19.
PANORAMA DA TAXA DE LETALIDADE EM PACIENTES BRASILEIROS HOSPITALIZADOS PELA COVID-19
Pôster
Palamim, C. V. C.1, Sansone, N. M. S.1, Camargo, T. M.1, Valencise, F. E.1, Marson, F. A. L.1
1 USF
Objetivo: Avaliar o perfil de óbito de pacientes hospitalizados devido a COVID-19 no Brasil de acordo com a necessidade de UTI e de suporte ventilatório invasivo.
Método: Foram avaliados os pacientes hospitalizados pela COVID-19 na população inteira do estudo, pacientes hospitalizados que necessitaram de tratamento na UTI e pacientes que receberam ventilação mecânica invasiva em UTI. Foram incluídas as seguintes características clínicas: sexo, idade, raça e comorbidades. A chance de óbito foi comparada entre os pacientes nos três grupos de indivíduos considerando os marcadores citados. Foi realizada análise multivariada para identificar os preditores de óbito. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética (CAAE nº 67241323.0.0000.5514; Parecer nº 5.908.611).
Resultado: Foram avaliados 2.031.309 indivíduos hospitalizados pela COVID-19. Houve uma taxa de letalidade de 33,2% (673.527/2.031.309) durante a pandemia. A letalidade foi maior entre os pacientes que necessitaram de UTI (372.031/665.621; 55,9%) com necessidade de suporte ventilatório invasivo (240.704/303.505; 79,3%). Na análise multivariada, o maior risco de óbito foi associado ao sexo masculino (OR=1,14; IC95%=1,13-115), idade avançada [61-72 anos (OR=2,43; IC95%=2,41-2,46), 83-85 anos (OR=4,10; IC95%=4,06-4,14) e +85 anos (OR=6,98; IC95%=6,88-7,07)], raça [pardos (OR=1,33; IC95%=1,32- 1,34), negros (OR=1,57; IC95%=1,55-1,60) e indígenas (OR=1,82; IC95%=1,69-1,97)] e presença de comorbidades [principalmente, distúrbio hepático (OR=1,80; IC95%=1,73-1,87), distúrbio imunossupressor (OR=1,80; IC95%=1,76-1,84) e distúrbio renal (OR=1,67; IC95%=1,64-1,70)]. Entre todos os pacientes internados com a COVID-19, a necessidade de UTI (OR=2,08; IC95%=2,06-2,13) e de suporte ventilatório invasivo (OR=14,86; IC95%=14,66-15,05) tiveram impacto na morte.
Conclusão: A análise demostrou uma elevada taxa de letalidade no Brasil nos cenários avaliados.
PLANTÃO CIEVS RIO COMO ESTRATÉGIA DE VIGILÂNCIA CONTÍNUA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Marsico, E.F.C.1, Pimenta, I.T.1, Duffrayer, K.M.1, Souto, A.P.M.S.1, Amaral, F.L.1, Pinto, L.A.1, Geraldo, M.C.H.M.1, Ferreira, A.S.B.2, Aguiar, G.M.O.2, Ribeiro, C.L.P.1
1 Coordenação de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2 Superintendência de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: Descrever a experiência do plantão da Coordenação de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde do município do Rio de Janeiro (Plantão CIEVS Rio) como uma estratégia de vigilância contínua de detecção, notificação, monitoramento e apoio à resposta a eventos de saúde pública que possam constituir emergências em saúde pública. Métodos: Relato de experiência sobre a atuação do Plantão CIEVS Rio como ponto focal da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro para notificação de potenciais emergências em saúde pública e doenças e agravos de notificação compulsória imediata fora do horário comercial. Resultados: Em 2023, o Plantão CIEVS Rio recebeu 2.732 notificações, das quais 1.038 (38,0%) foram de doenças ou agravos de notificação compulsória imediata. Entre estes, a maioria foi relacionada à violência autoprovocada e sexual, totalizando 513 notificações (49,4%). Destaca-se também, nesse mesmo ano, o acionamento do plantão para o matriciamento na investigação de potenciais eventos de risco para a saúde pública, dos quais pode-se citar: 76 (2,8%) casos suspeitos de meningite, 27 (1,0%) de monkeypox, 23 (0,8%) de febre maculosa e 14 (0,5%) de sarampo. A maioria dos acionamentos foi realizada fora do horário comercial (97,1%), via e-mail (89,2%), por profissional da rede pública de saúde (89,0%). Conclusão: A estratégia do plantão reforça o papel da Coordenação de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde como ponto focal municipal para o cumprimento do Regulamento Sanitário Internacional, detecção contínua e intervenção oportuna mediante emergências em saúde pública.
POR QUE A DINÂMICA POPULACIONAL NOS ABRIGOS DE ANIMAIS É CRUCIAL PARA A SAÚDE PÚBLICA?
Pôster
Santos, V. S1, MAGALHÃES, D. F.S.1, MACEDO, L.D.S.M1, MORAES, M. A.D.2, SANTOS, D.O.1, OLIVEIRA, C.S.F1
1 UFMG
2 PUC MINAS
O abandono de animais raramente é reconhecido pela gestão pública como um problema de saúde pública, sendo frequentemente relegado à proteção animal. No entanto, a superpopulação de animais errantes e semi-domiciliados tem impactos significativos na saúde humana, incluindo acidentes por mordedura, doenças zoonóticas, acidentes de trânsito e transtornos de acumulação de animais. Este estudo objetivou realizar uma análise espaço-temporal da dinâmica populacional no Centro de Acolhimento Transitório e Adoção (CATA) em Betim, MG, que resgata animais de rua doentes e não esterilizados. Foram caracterizadas a população animal, analisando variáveis como espécie, raça, idade, sexo e motivo da entrada dos animais; avaliadas as variações populacionais ao longo do tempo, identificando tendências e flutuações sazonais que impactam a quantidade e a composição dos animais no CATA; e mapeada a distribuição espacial dos locais de origem dos animais abrigados, identificando áreas de maior concentração e padrões de origem. Foram identificados um total de 3.704 animais, sendo 75,24% cães e 23,86% gatos, divididos entre 28,27% fêmeas e 29,61% machos. Adultos representam 45,43% e filhotes 45,98%. Os resultados do projeto irão auxiliar na avaliação do manejo ético populacional de cães e gatos no município, permitindo intervenções mais eficazes com base nos perfis dos animais e nas regiões de resgate. Esta análise fornecerá uma base sólida para futuras pesquisas e políticas públicas voltadas para o bem-estar animal e o manejo populacional de cães e gatos em Betim, contribuindo para controlar a superpopulação e minimizar seus impactos na saúde pública.
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA SALA DE SITUAÇÃO DE AGRAVOS SANITÁRIOS DO MUNICÍPIO DE MENDES
Pôster
Alves, M. B.1, Morra, M.F.A.2
1 Universidade de Vassouras
2
O objetivo, aparece como a organização da gestão perante os incidentes, sejam eles evitáveis ou inevitáveis que alcançam o território de saúde do município, reafirmando que planejar é reduzir incertezas. A composição técnica da sala de situação de agravos sanitários foi estabelecida por meio de decreto. Tendo como finalidade, gerenciar e monitorar os dados epidemiológicos, discutir e propor atividades que visem minorar os efeitos dos agravos sanitários na população do Município de Mendes, estudar e propor iniciativas de proteção, promoção e prevenção. Dentre o conjunto de iniciativas: intensificar a articulação e integração intersetorial, identificar as vulnerabilidades dos estabelecimentos de saúde e assegurar prioritariamente a segurança das mesmas, reposição de estoque de material de curativos, EPI e limpeza, atendimento da Equipe Volante composta por: Médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e psicólogo, nas principais áreas que foram afetadas e com o atendimento da APS foi interrompido ou com dificuldade de acesso. Assim, após a elaboração do plano de intervenção, cada coordenação apropriou-se de sua demanda, colocando-a em prática, para garantir o enfrentamento do impasse da melhor maneira possível.
Após a seleção e análise dos problemas, a composição técnica da sala de situação de agravos sanitários estrutura o escopo do plano de intervenção, objetivando a implementação das ações estratégicas em menor tempo, para evitar maiores emergências em saúde pública. Tais medidas, fortalecem a gestão do SUS no território, demostrando prontidão frente as diversidades, de maneira que os princípios de universalização, equidade, integralidade, regionalização, hierarquização, descentralização e participação popular, sejam garantidos e efetivos.
RESILIÊNCIA DO SUS NO ENFRENTAMENTO DA DENGUE
Pôster
Castro-Nunes, P.1, Palmieri, P.1, Oliveira, OMA.1, Simões, PP1, Carvalho, PV1, Jatobá, A1
1 CEE-Fiocruz
Introdução: Sistemas de saúde resilientes são aqueles que conseguem se preparar para eventos disruptivos ao mesmo tempo que mantêm as suas funções essenciais. A Dengue consiste em uma arbovirose transmitida por vetor, controlada pela Atenção Primária à Saúde (APS) que pode influenciar na redução de internações específicas para o tratamento dos casos graves. Objetivo: identificar a capacidade resiliente do sistema de saúde ao lidar com o enfrentamento da epidemia de dengue. Método: estudo ecológico de séries temporais entre 2010 e 2022 utilizando dados sobre dengue a partir de dados disponibilizados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação Hospitalar (SIH) para o Brasil e para as capitais brasileiras. Resultados: Dos 7 estados que declararam emergência sanitária, todos possuem IDH e capacidade institucional (número de leitos e estabelecimentos de saúde) elevados. Foi observado um aumento significativo do quantitativo de notificações nos estados, e de espalhamento para os estados do Amazonas, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Conclusão: Tornam-se fundamentais investimentos públicos adequados na governança local em saúde para que o sistema tenha um melhor desempenho nos óbitos evitáveis da população, refletindo nos indicadores e assim aumentando o potencial de resiliência dos sistemas de saúde.
RESPOSTA RÁPIDA AOS CASOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA APÓS USO DE POMADA MODELADORA
Pôster
Lopes,R.F.F1, Santos,K.C.C1, Andrade, D.M.C.1, Oliveira, C.P.S1, Rocha, G.S.S1, Carvalho, M.M.B1, Espíndola, A.P1, Ribeiro, C.L.P1, Aguilar, G.M.O1
1 SMS/RJ
Objetivo: Relatar o processo de investigação dos casos de intoxicação exógena decorrentes da utilização de pomada modeladora para cabelo atendidos em um hospital de emergência do Rio de Janeiro no período de 24 de dezembro de 2022 a 03 de janeiro de 2023. Métodos: Trata-se de um relato de experiência, no qual foi realizada investigação epidemiológica de campo pela Unidade de Resposta Rápida (URR) da área programática 1.0. No dia 21/12/2023 a URR identificou, por meio de detecção digital de doenças nas redes sociais, rumor de casos de intoxicação exógena em decorrência do uso de produto cosmético. Foi realizada busca ativa em boletins de atendimentos da emergência para confirmação da informação. Resultados: Foi confirmado o rumor pela equipe da URR após a investigação epidemiológica de campo e identificados 190 casos de ceratite atendidos na emergência, todos relacionados ao uso da pomada modeladora para tranças. Os profissionais de saúde da unidade hospitalar foram capacitados para orientar os pacientes quanto a medidas de prevenção e controle e foi solicitado o envio das bases de dados dos prontuários eletrônicos para a URR dar continuidade ao monitoramento do evento. Conclusões: Trata-se de um surto de intoxicação exógena por uso de pomada modeladora de tranças no estado do Rio de Janeiro. A investigação dos casos levou à identificação das marcas dos produtos adulterados e sua posterior remoção nos locais de venda para controle do evento.
VAI UM MAGIC CARD AÍ? DIVULGAÇÃO DE GAMES DE SIMULAÇÃO EM EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster
Rodrigues, C.M.1, Vasconcellos, M.S.1, Carvalho, F.G.2, Almeida, T.V.R.3, Oliveira, P.F.3, Costa, P.O.M.3, Barreira Filho, E.B.3
1 Fiocruz/CDTS
2 Fiocruz/ EPSJV/Nuted
3 Profesp/CGPRESP/DEMSP/SVSA/MS
Objetivos: Promover a divulgação de games de simulação em emergências em saúde pública desenvolvidos em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS) apresentados ao público durante a 17ª edição da ExpoEPI, realizada em outubro de 2023. Métodos: Após análise de conteúdo dos diálogos presentes nos dois games de simulação, produzidos conjuntamente com o Programa de Formação em Emergências em Saúde Pública (Profesp), identificamos seis personagens de maior importância para as respectivas tramas e traçado um plano de ação para incorporação de uma identidade própria ao design comum ao universo do jogo de cartas Magic: the Gathering, representando os vários elos envolvidos nas atividades de emergências em saúde pública. Resultados: Foram confeccionados 1800 cards ao total, sendo 300 para cada personagem, de tamanho, gramatura e cores compatíveis ao universo Magic, além das molduras estilizadas, que se estendiam ao verso das cartas. Este foi idealizado na cor preta, contendo um QR Code para acesso remoto aos jogos e as logomarcas dos idealizadores do projeto. Os cards foram distribuídos aos interessados na temática, aos profissionais de saúde de unidades da federação e de municípios participantes do evento e àqueles que se sentiam atraídos pela oportunidade de testarem suas habilidades nos jogos em um dos totens que foram montados no stand do Profesp. Conclusões: Os cards se mostraram uma ferramenta eficaz de divulgação dos games de simulação em emergências em saúde pública durante a 17ª edição da ExpoEPI, além de proporcionar acesso remoto aos games de diversos pontos do país.
VIDA Y TRABAJO EN EL AISLAMIENTO POR COVID-19 EN TRABAJADORES DE SUBSISTENCIA EN MEDELLÍN
Pôster
Garzón-Duque, MO1, Rodriguez-Ospina, FL2, Castaño-Giraldo, AS1, Boscan-Sequera, AA1, Miranda-Blandón, V1, Márquez-Hernández, JA1, Castaño-Osorio, J1
1 Universidad CES. Facultad de Medicina
2 Universidad de Antioquia. Facultad Nacional de Salud Pública
Objetivo: Describir las condiciones del aislamiento obligatorio por Covid-19 en el año 2020, de un grupo de trabajadores informales en Medellín-Colombia y su relación con la afectación en su vida y su labor. Metodología: Estudio transversal con fuente primaria de información, tomada mediante encuesta asistida a 370 hombres y 286 mujeres seleccionados con muestreo bola de nieve, para el estudio del que se deriva este producto. Se incluyen características sociodemográficas, laborales, del aislamiento obligatorio, afectación en la vida y el trabajo de los participantes. Fueron controlados sesgos de selección y de información. Se realizaron análisis univariados y relacionales. Resultados: un 56,1% eran hombres, 56,4% sin pareja, 85,1% era responsable del hogar y 60,6% tenía casa propia. El 95,6% se aisló en cuarentena obligatoria y 73,2% lo hiso entre 9 y 12 semanas. Recibieron ayuda de parientes (24,4%), amigos (14,2%), el Estado (33,2%) y una universidad (50,9%). El 59,5% vio afectada su vida por completo y en muchos aspectos, y 89,5% vio afectado su trabajo por completo. Mayor afectación en la vida y el trabajo por el confinamiento obligatorio (p<0,05) en: trabajadores sin pareja (RP=1,17.IC=1,02;1,34), con inseguridad alimentaria moderada/severa (RP=1,50. IC=1,32;1,70), disfuncionalidad familiar severa (RP=1,19. IC=1,01;1,40), con viviendas en regular (RP=1,16.IC=1,02;1,32) o mal estado (RP=1,48.IC=1,17;1,87), con núcleo familiar desintegrado (RP=1,54.IC=1,35;1,74), quienes solicitaron prestamos (RP=1,33.IC=1,15;1,54), no trabajaron (RP=1,34.IC=1,00;1,83) y tenían ventas ambulantes (RP=1,44.IC=1,28;1,84). Conclusiones: Se aporta evidencia que puede orientar la planeación y ejecución de acciones, destinadas al apoyo de trabajadores de subsistencia para que tengan una vida digna en situaciones de excepción.
VISITAÇÃO:ESTRATÉGIA PARA RESPOSTA ÀS EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA NO TERRITÓRIO DA AP 2.2
Pôster
SANTOS, G.A.C.1, PIMENTA, I.T.2, SILVA, J.O.2, ALMEIDA, B.A.2
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIO
2 SECRETARIA MUNCIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO
Objetivo:
Descrever a experiência da implementação da VisitAÇÃO na Área Programática (AP) 2.2 do município do Rio de Janeiro, bem como os seus efeitos.
Métodos:
Trata-se de um relato da experiência que iniciou em junho de 2023 na AP 2.2. A ideia da realização da estratégia VisitAÇÃO foi concebida por profissionais da Unidade de Resposta Rápida (URR), que são responsáveis por fortalecer a vigilância, alerta e resposta oportuna dos eventos de saúde pública no território. A estratégia tem o intuito de capacitar os profissionais das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) das nove unidades de atenção primária da AP 2.2, durante as reuniões de equipe, quanto à detecção e notificação de emergências em saúde pública, como surtos, eventos inusitados e desastres naturais. Durante as capacitações foram distribuídos materiais impressos.
Resultados:
Até o momento, das nove unidades de atenção primária da AP 2.2, cinco foram capacitadas para detecção e notificação de emergências em saúde pública, totalizando em 29 equipes ESF, isto é, aproximadamente 145 profissionais, entre médicos, enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Após a capacitação, foi notório o aumento da sensibilidade dos profissionais quanto às notificações de eventos de saúde pública, principalmente surtos. Foram notificados surtos de conjuntivite, doença diarreica aguda e síndrome mão-pé-boca.
Conclusões:
Mediante a isto, acredita-se que a implementação da VisitAÇÃO proporcionou a melhora na oportunidade da notificação de surtos no território e na implementação de medidas de prevenção e controle, evitando novos casos e o agravamento dos já existentes.
PADRÕES DE SINTOMAS E VARIÁVEISSOCIODEMOGRÁFICAS EM CASOS SUSPEITOS DE COVID-19 NA ÔMICRON
Pôster
SILVA, R. F.1, SIQUEIRA, ANDRÉ M.1, Oliveira, R.V.C1
1 INI/FIOCRUZ
A pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, continua a desafiar os sistemas de saúde no mundo. A evolução do vírus resultou em diversas variantes, cada uma com características distintas. Este estudo objetivou caracterizar casos suspeitos de COVID-19, durante a circulação da variante Ômicron, em duas unidades de saúde, uma policlínica e uma unidade de pronto atendimento, da cidade de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos com suspeita de COVID-19 e que realizaram teste RT-PCR para SARS-CoV-2 em 2022, por demanda espontânea. A análise de correspondência múltipla (ACM) e Análise de Cluster foram os métodos estatísticos utilizados para descrever os agrupamentos de sinais e sintomas conforme o resultado do teste e variáveis sociodemográficas. O estudo envolveu 347 participantes com média de idade de 45,9(±14,6) anos. A ACM explicou 83,5% da variabilidade com quatro dimensões e sete grupos foram identificados no mapa bidimensional e corroborados pela análise de cluster das coordenadas das dimensões. Os dois grandes grupos quanto ao resultado do teste foram: SARS CoV-2 negativo, caracterizado por sintomas como mialgia, febre, dor de cabeça e fadiga, homens de cor/raça preta, parda e amarela; e SARS CoV-2 positivo, com sintomas como tosse, coriza, dor de garganta, predominando em mulheres de cor/raça branca. Os demais cinco grupos foram caracterizados por sintomas isolados. Foi possível durante a circulação da variante Ômicron em Niterói observar a distinção entre grupos de pacientes com base nos sintomas e resultados de testes, destacando diferentes padrões sociodemográficos e clínicos.
SAÚDE ÚNICA APLICADA À INFLUENZA AVIÁRIA DE ALTA PATOGENICIDADE
Pôster
Musafir, R.F.1, Souza, L.S.1, Carvalho, S.1
1 SES-RJ
O objetivo é descrever o processo de monitoramento da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) no ERJ. O estabelecimento dessa abordagem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pretende aperfeiçoar a vigilância, prevenção e controle de epidemias, pandemias e epizootias. Trata-se de um estudo descritivo dos animais confirmados para IAAP, bem como os indivíduos expostos a elas.
Para o monitoramento da IAAP utilizou-se a plataforma “Go.Data”, tendo sido realizado treinamento com os técnicos dos municípios com casos de aves suspeitas. Tal plataforma viabiliza a coleta e análise de informações detalhadas sobre surtos, oportunizando o monitoramento e o controle eficiente da doença.
A inserção de dados sobre saúde animal e humana viabilizou a implementação de medidas mais eficazes. A plataforma facilitou a comunicação e a coordenação entre diferentes esferas. No ano de 2023 foram 71 investigações realizadas, 23 focos animais confirmados e 79 expostos. No ano de 2024 foram 12 investigações realizadas, 7 focos animais confirmados, 1 investigação em andamento e 1 exposto.
A abordagem da Saúde Única é fundamental para o controle da IAAP, promovendo a coparticipação entre saúde, agricultura e meio ambiente, e fortificando a vigilância epidemiológica. Para o SUS, aderir plenamente essa abordagem exige esforços contínuos no treinamento de profissionais, execução de políticas que garantam sua sustentabilidade e manutenção. Superar desafios de integralização e comunicação é crucial para conter emergências em saúde pública e reduzir danos associados. A Saúde Única é reforçada pela perspectiva que interliga saúde humana, animal e ambiental.
TELEORIENTAÇÃO DURANTE EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA DE INTERRESE INTERNACIONAL
Pôster
Pereira, R.M.H.1, Ribeiro, A.C.L.1, Barros, N.G.M1, Canuto, I.M.B1, Valença, R.B1, Beltrão, R.A1
1 SESAU / SEVS / Recife
Objetivo: Utilizar o contato telefônico como ferramenta para à vigilância do óbito por Covid-19, monitoramento e ações de educação em saúde, durante uma Emergência em Saúde Pública de Interesse Internacional. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. As ações de educação em saúde se deram a partir de orientações fornecidas por meio de ligação telefônica realizadas por profissionais da vigilância epidemiológica. Ocorreram para os contatos dos casos de óbito por covid-19 no ano de 2020 e 2022. Resultados: No Recife, de março de 2020 até dezembro de 2022, totaliza 285.122 casos confirmados da Covid-19, sendo 266.532 leves e 18.590 casos de SRAG e destes 6.605 evoluíram para o óbito. Do total de casos, 271.672 recuperaram-se da doença. Houve uma ampliação gradativa no número de profissionais responsáveis pela vigilância de vírus respiratórios, passando de três para até 45 pessoas, sendo 36 enfermeiros. Estes profissionais realizavam teleorientações sobre a doença, medidas sanitárias, locais e horários para realização de testagem para covid-19 e posteriormente orientações sobre a vacina. Conforme o avanço da pandemia, os critérios para investigação dos óbitos foram simplificados. Conclusão: Assim, a partir dessa experiência com uma escuta qualificada, pode-se aumentar a disseminação de informação, bem como o acesso a diagnóstico precoce com vistas a interrupção da cadeia de transmissão. Essa estratégia contribuiu significativamente para a promoção da saúde e o enfrentamento da Covid-19 na cidade do Recife, fornecendo suporte e assistência em meio às adversidades da pandemia.