Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia da saúde bucal
ALTERAÇÕES SALIVARES EM MORADORES EXPOSTOS AO HG NA REGIÃO RIBEIRINHA- BAIXO AMAZONAS
Pôster
1 UFOPA
2 UFPA
Objetivos: Verificar a ocorrência de alterações salivares em moradores de uma região ribeirinha do Baixo Amazonas expostos ao mercúrio. Métodos Trata-se de uma das etapas de um projeto de pesquisa com abordagem observacional, transversal, descritiva e quantitativa, realizada entre novembro e dezembro de 2023, na comunidade ribeirinha do Tapará (Santarém – PA), sob o parecer de nº 6.326.716. Foram coletadas amostras de saliva e sangue de 41 participantes, e os dados obtidos foram analisados descritivamente, com medidas de tendência central e dispersão. Resultados: Do total de 41 participantes, 27 (65,9%) eram mulheres, sendo que a maior mediana de Hg foi encontrada nos homens (Md = 15,7 µg/L de HgT),sendo que 97,6% dos participantes relataram consumir peixe frequentemente (Md = 10,8 µg/L de HgT). Foram observadas alterações salivares, incluindo uma diminuição das proteínas totais salivares (85,4%) e amilase (70,7%), sugerindo danos às glândulas salivares. Houve também redução da capacidade de defesa antioxidante (95,1%) e aumento da peroxidação lipídica na saliva (82,9%). Conclusões: O estudo demonstrou que pessoas expostas ao mercúrio apresentaram alterações na bioquímica oxidativa salivar, incluindo aumento da peroxidação lipídica e diminuição da capacidade antioxidante, em resposta à uma possível injúria relacionada à exposição ao mercúrio.
INTERVENÇÃO PSICO-COMPORTAMENTAL NO MANEJO DO BRUXISMO DO SONO EM CRIANÇAS
Pôster
1 UFRGS
2 UFPel
3 UCPel
Objetivo: Explorar os efeitos combinado das medidas de higiene do sono e meditação (áudio de relaxamento) no manejo do provável bruxismo do sono (BS) em crianças.
Método: Este ensaio clínico randomizou 36 crianças com idade entre 3-8 anos (média: 6,2 anos) em dois grupos. A detecção provável de BS foi realizada de acordo com os critérios estabelecidos pelo International Consensus on The Assessment of Bruxism—2018. O grupo intervenção foi instruído a praticar medidas de higiene do sono e meditação mindfulness (uso de um aplicativo digital para transmissão de áudio de relaxamento) todas as noites antes de dormir por cinco semanas; o grupo controle não recebeu orientação para prática de terapias. Os pais preencheram um diário de bruxismo durante 5 semanas, e o desfecho foi o número de episódios de BS diários relatados na semana (variando de 0 a 7) em cada período. Modelo de regressão de Poisson com efeitos mistos em vários níveis foram analisados. Comitê de Ética em Pesquisa (UFPel) #3699992; United States National Institute of Health #NCT04501237.
Resultados: As crianças do grupo intervenção tiveram uma redução na taxa de incidência de BS de 46% (Incidence Rate Ratio-IRR=0,54 (Intervalo de Confiança 95%-IC95%=0,45-0,65);p<0,001] entre baseline e após 5 semanas. As análises de sensibilidade não mostraram mudanças significativas na medida do efeito quando os dados foram ajustados por sexo e idade [IRR=0,56 (IC95%=0,46-0,68),p<0,001].
Conclusão: Essas abordagens psico-comportamentais (isto é, medidas de higiene do sono combinadas com a meditação mindfulness) podem reduzir a ocorrência de episódios de BS em crianças.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM SAÚDE BUCAL EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS
Pôster
1 UFPB
2 Unipê
Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico em saúde bucal de crianças com microcefalia por Zika vírus, no Estado da Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, de abordagem indutiva e procedimento estatístico-descritivo realizado com 47 crianças diagnosticadas com microcefalia por Zika vírus que foram avaliadas pela Caravana da Rede Cuidar/PB em novembro de 2021. Foram coletados em prontuários dados de saúde geral e bucal (obtidos por exame clínico) e sociodemográficos da criança fornecidos pelo cuidador. Resultados: Das 47 crianças com microcefalia avaliadas, 26 eram meninas, 29 foram declarados como pardos, a idade máxima foi de 12 anos, e a faixa etária mais frequente foi entre 4 e 6 anos (n=22), 43 crianças apresentaram alterações neurológicas, delas a mais frequente foi o déficit cognitivo (n=41), com dentição mista (n=27), com respiração bucal (n=45). Sobre a saúde bucal, foi verificado que 27 possuem hábitos deletérios, sendo o uso da chupeta o mais frequente (n=14), 29 possuem alterações na oclusão, sendo a mordida aberta a mais frequente (n=27), das alterações dentarias, as mais frequentes foram lesão de mancha brancas(n=10) e lesão cariosa (n=12), das alterações gengivais e periodontais, gengivite (n=12) e cálculo dental (n=11) foram as mais frequentes. Em 32 crianças foi identificada a necessidade de tratamento odontológico. Conclusão: As crianças com microcefalia por Zika vírus apresentaram prevalência alta de alterações neurológicas e déficit cognitivo, as alterações bucais em destaque foram as oclusais e alta frequência de necessidade de tratamento odontológico.
SAÚDE BUCAL NA AMAZÔNIA: VIVÊNCIA DO CIRURGIÃO-DENTISTA EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FLUVIAL
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1 UFOPA
Objetivo: Relatar a vivência de uma cirurgiã-dentista residente em saúde da família da Universidade Federal do Oeste do Pará em uma Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF). Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, de abordagem qualitativa, das atividades envolvendo a saúde bucal, realizadas em abril de 2024, na expedição de 10 dias de uma UBSF atendendo comunidades ribeirinhas, dos municípios que compõem a região Oeste do Pará. Resultados: O acesso a assistência odontológica na região Norte é um desafio, ainda mais em comunidades ribeirinhas que sofrem com a logística de deslocamento. Durante a expedição da UBSF, houveram mais de 150 procedimentos odontológicos e nas consultas notou-se uma alta incidência de cárie dentária, que levam a exodontias de dentes permanentes em crianças, que ainda nem completaram sua dentição permanente, afetando diretamente a qualidade de vida das mesmas. Ainda, se observou a forte influência de fatores socioeconômicos e da pouca instrução sobre higiene bucal, o que dificulta a prevenção e detecção precoce das doenças bucais e, consequentemente, afeta o tratamento dessas condições. Visando propor atividades para além da assistência à saúde realizou-se orientações nas comunidades sobre a higiene bucal através de palestras. Conclusão: A baixa cobertura de saúde bucal na região tem apresentado demonstrativos dos efeitos dessa ausência na saúde da população, a exemplo das exodontias identificadas em crianças. Diante disso, existe a necessidade de manutenção de práticas como as propostas pela UBSF e da implementação de mais políticas públicas que atendam a população ribeirinha.
A PERCEPÇÃO DE CIRURGIÕES DENTISTAS DA APS SOBRE VISITAS DOMICILIARES EM VIANA-ES
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1 ICEPI
Objetivos: O relato dos cirurgiões-dentistas discentes, precursores do programa Qualifica-APS no município de Viana/ES, quanto à adesão à prática de visitas domiciliares, com intuito de analisar a perspectiva de 7 cirurgiões-dentistas sobre a realização de visitas domiciliares em seu território de atuação. Métodos: O trabalho realizado baseia-se em uma atividade pedagógica desenvolvida entre o grupo de autores com o intuito de aprendizagem e treinamento sobre pesquisas qualitativas e quantitativas no campo da saúde coletiva. A atividade foi realizada no período de encontros presenciais do curso de Especialização em Odontologia Clínica com ênfase em Saúde da Família e Comunidade. O levantamento exploratório ocorreu por meio da plataforma Google Forms, onde foi entregue um questionário contendo 4 perguntas referentes a visitas domiciliares aos dentistas discentes do ICEPI. Resultados: Mostram que 85,7% dos entrevistados realizaram visitas no ano de 2022, sendo 42,9% os que realizavam semanalmente, 28,6% mensalmente. Todos concordaram que existem barreiras que dificultam a realização de visitas domiciliares. A maioria apresentou um feedback positivo em relação as visitas domiciliares. Conclusões: O estudo possibilitou destacar a criação da Política Nacional de Saúde Bucal que ajudou a ampliar o acesso à saúde para aqueles que possuem necessidades especiais, através das práticas de visitas domiciliares, fornecendo promoção, prevenção e avaliação da condição de saúde bucal. Através dos dados apresentados, embasados na literatura consultada, é notório que os cuidados de saúde bucal inseridos na visita domiciliar, são de extrema importância, e devem se tornar rotina da ESF.
ACESSO E USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL EM LOCALIDADES RURAIS RIBEIRINHAS DA AMAZÔNIA
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1 ILMD - Fiocruz Amazônia
2 UFAM
Objetivos: Avaliar a utilização dos serviços de saúde bucal e identificar as principais barreiras de acesso aos serviços por populações rurais ribeirinhas do Rio Negro, Manaus, Amazonas.
Métodos: Foi realizado estudo de métodos mistos do tipo sequencial explanatório, em dois territórios rurais ribeirinhos, cobertos por uma unidade básica de saúde fluvial. Na abordagem quantitativa, realizou-se um inquérito transversal de base domiciliar. Em seguida, foram selecionados participantes para coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas.
Resultados: Foram avaliados 157 moradores adultos, com idade média de 43,2 anos. Aproximadamente um quarto relatou ter utilizado o serviço há mais de três anos ou nunca ter ido ao dentista. 26,1% relatou dor dentária nos últimos seis meses e 33,8% percebia sua saúde bucal como regular ou ruim. Necessidade de tratamento odontológico foi reportada por 64,4%. Indivíduos edêntulos representaram 16% da amostra e o número médio de dentes perdidos foi 11,0 (±DP=11,8). Os indivíduos com acesso à internet no domicílio, que relataram dor dentária, e maior escore no domínio ‘aceitabilidade’ apresentaram maior chance de utilização do serviço nos últimos 12 meses. Os que utilizavam prótese dentária apresentaram menor chance. Quanto às dimensões do acesso, ‘disponibilidade’ e ‘capacidade de pagamento’ foram identificadas como as principais barreiras.
Conclusões: Os achados mostram que são necessárias estratégias para aumentar a disponibilidade e mitigar as barreiras financeiras de acesso aos serviços odontológicos. A elevada prevalência de dor dentária e o número de dentes perdidos indicam a necessidade de reorientação do modelo de cuidado ofertado a essas populações.
ALFABETIZAÇÃO EM SAÚDE, ESCOLARIDADE E FATORES SOCIODEMOGRAFICOS ASSOCIADOS AO CÂNCER ORAL
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1 A.C.Camargo Cancer Center
2 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, USP
3 FOP-UNICAMP
Objetivos: O câncer oral (CO) afeta diversos perfis clínicos, incluindo pessoas em idade produtiva e, aproximadamente 50% dos casos são diagnosticados em estadiamentos avançados. Fatores sociodemográficos e de letramento podem impactar os desfechos clínicos no CO, visto que influenciam a tomada de decisão em relação à promoção e prevenção da saúde. Portanto, esta revisão explora informações sobre letramento e desfechos clínicos do CO.
Métodos: Estudos observacionais com desfechos clínicos do CO e sua associação com letramento em saúde (LS), escolaridade e ocupação, foram selecionados usando Medline/PubMed, Scopus e Embase. Rayyan e EndNote 20 foram softwares utilizados na inclusão dos artigos e os resultados foram analisados descritivamente.
Resultados: De 177 estudos, seis avaliaram o LS, resultando em níveis limitados em aproximadamente 30% da população estudada. Características sociodemográficas como idade, sexo, raça/etnia, ocupação e residência rural, baixo nível de LS e a menor escolaridade estão relacionados com desconhecimento sobre fatores de risco e manifestações clínicas do CO. Respostas sobre níveis de LS, e fatores sociodemográficos relacionados com desfechos como incidência, diagnóstico, adesão ao tratamento, prognóstico e mortalidade no CO ainda não tem sido encontrados. Menos de 40% dos participantes consideram médicos como fontes de informação sobre CO, preferindo a internet.
Conclusões: Associações com desfechos clínicos do CO e LS ainda não têm sido identificados. Porém, conhecimento limitado sobre fatores de risco e sinais e sintomas em população com menor nível de LS é de relevância para criar métodos educativos no CO, assim como técnicas para melhorar a comunicação entre população e profissionais.
ALTERAÇÕES DE PALADAR EM PACIENTES COM COVID LONGA EM PONTA GROSSA, PR
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1 UEPG
2 FSA-USP
Objetivos: Descrever a prevalência da perda de paladar na COVID Longa. Métodos: Estudo transversal realizado no Inquérito telefônico "Covid Longa Ponta Grossa". Participaram pessoas >18 anos, que tiveram COVID-19 em 2020/2021, confirmada por RT-PCR, residentes em Ponta Grossa-PR. Participantes responderam questionários detalhados, no período de 04/2023 a 10/2023, para avaliar a presença de COVID Longa e manifestações como a perda de paladar. Os dados foram organizados e analisados por estatística descritiva e medida de associação (IC95%). Resultados: Foram entrevistados 1693 indivíduos, 1283/1693 (75%) dos entrevistados apresentaram COVID Longa, 23,68% apresentaram alteração de paladar. Foram relatadas alterações de paladar em 280 (27,86%) mulheres e 121(17,58%) homens. O sexo masculino teve menor prevalência de alteração no paladar (RP=0,63; IC95%: 0,52-0,76). Os participantes classificados como caso de COVID Longa tiveram 2,38 vezes (IC95%: 1,79-3,16; p<0,001) mais casos de perda de paladar que o grupo sem COVID Longa. Aqueles que referiram limitações diárias pós-COVID, e os que avaliaram seu estado de saúde ruim ou muito ruim após a COVID-19 também apresentaram maior prevalência de perda de paladar (p<0,001). Conclusão: Os achados revelam prevalência alta de COVID Longa e alteração de paladar nesta condição. A alteração de paladar se associou à COVID Longa e ao sexo biológico. Os resultados sugerem associação da perda de paladar na COVID Longa com piores condições de saúde autorreferidas após a COVID-19. Há necessidade de abordagem terapêutica no tratamento dessa condição.
ANÁLISE DA PERDA DENTÁRIA EM ADULTOS E IDOSOS ASSOCIADA A CONDIÇÕES SINDÊMICAS.
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1 UFRN
Introdução: O BRAZUCA é um estudo de base populacional, realizado no município de Natal, RN, com adultos e idosos, pretendendo investigar possíveis condições de vida e saúde relacionadas à insegurança alimentar. Um breve questionário de saúde bucal foi incluído no estudo e possibilitou uma avaliação epidemiológica municipal sobre o risco da perda dentária. Objetivos: Avaliar o risco da perda dentária em uma população adulta e idosa domiciliada de Natal/RN, diante de condições sindêmicas e da autopercepção da saúde bucal. Metodologia: Este é um estudo epidemiológico observacional, de delineamento transversal, realizado como parte do inquérito multicêntrico de base populacional BRAZUCA - Brazilian Usual Consumption Assessment. Foi utilizado um plano de amostragem probabilística por conglomerados em múltiplos estágios. Foram selecionados 27 setores censitários e 441 pessoas de ambos os sexos foram avaliadas. Resultados: A perda de algum dente foi expressivamente associada as variáveis de sexo (p valor= 0,007; RP 1,02 IC (1,01-1,35)), raça (p valor= 0,032; RP 1,22 IC (1,06-1,89)) e escolaridade (p valor= 0,027; RP 1,57 IC (1,13-1,96)). Com a formulação do índice sindêmico a soma cumulativa de uma condição (p valor= 0,007; OR ref) até duas condições (p valor= 0,002; OR 1,29* IC(1,13-1,63)) foi significante para interferir na perda dentária. Conclusão: Existe uma maior razão de chance de perda de dentes em indivíduos com condições determinantes associadas.
ANÁLISE TEMPORAL DOS SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL ATRAVÉS DO SIA-SUS EM JABOATÃO DOS GUARARAPES
Pôster
1 Fiocruz/IAM
A covid-19 causou impactos significativos nos sistemas de saúde, incluindo a transferência de recursos financeiros e a mobilização de profissionais de saúde para o tratamento de pessoas acometidas pela doença. Isto resultou em complicações em outras áreas, como a Odontologia, aumentando as filas de espera e agravando as doenças bucais pré-existentes. Objetivo: Avaliar o acesso realizado, representado pela utilização dos serviços odontológicos, pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), em Jaboatão dos Guararapes (PE), durante a pandemia da covid-19. Métodos: análise de série temporal de dados das atividades e procedimentos odontológicos realizados por dentistas cadastrados no Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA-SUS), entre janeiro de 2013 a dezembro de 2022. O estudo focou em caracterizar o acesso realizado, a partir da característica da utilização dos serviços. Resultados: Nos 10 anos analisados, foram cadastrados 30.844 procedimentos odontológicos na AB. Sendo 97% eletivos. Houve aumento contínuo do número de procedimentos realizados, até 2019. Contudo em 2020, início da pandemia da covid-19, houve redução de 48,9%, quando comparado a 2013 e redução de 73,2%, comparado à 2019. Houve redução na oferta de atendimento odontológico em todas as categorias durante a pandemia da covid-19, principalmente nos dois primeiros anos: 2020 e 2021. Entretanto, houve aumento da realização de procedimentos urgentes realizados neste período. Conclusão: Os dados analisados corroboram a percepção de que as restrições impostas ao atendimento odontológico ofertado pelo Sistema Único de Saúde impactaram negativamente nos serviços de saúde do município de Jaboatão dos Guararapes (PE).
ASSOCIAÇÃO ENTRE ANALFABETISMO E NECESSIDADE DE USO DE PRÓTESE DENTÁRIA EM ALAGOAS
Pôster
1 UFAL
Objetivo: Avaliar a associação entre analfabetismo nos usuários participantes do III Ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e a necessidade do uso de prótese dentária. Método: Trata-se de um estudo transversal, a partir do III Ciclo do PMAQ-AB em 2018/2019, com 1545 usuários entrevistados em estabelecimentos da Atenção Primária à Saúde (APS). A exposição consistiu no analfabetismo reportado pelo próprio usuário e o desfecho na necessidade do uso de prótese diagnosticada pelo cirurgião-dentista. O modelo teórico com gráfico acíclico direcionado (DAG) considerou como variáveis confundidoras passíveis de ajuste, raça/cor, renda, estado civil e recebimento de programa de transferência condicionada de renda. Os modelos de regressão logística bruta e ajustada foram considerados. As associações foram estimadas por meio do Odds Ratio (OR), com os intervalos de confiança de 95% (IC). O p-valor (P) < 0.05 foi adotado para avaliar a significância. Resultados: A prevalência de usuários dos serviços de saúde que apresentaram necessidade de uso de prótese entrevistados no III Ciclo do PMAQ-AB foi de 25,06%. Ser analfabeto foi associada aumentou as chances de apresentar necessidade de uso de prótese diagnosticada pelo cirurgião-dentista no âmbito da APS no estado de Alagoas (OR= 2.21; IC95%=1.52 - 3.22; P <0.001). Conclusão: As iniquidades sociais representadas pelo analfabetismo aumentam as chances de necessitar do uso de prótese, indicando que pessoas mais vulneráveis são mais edêntulas e possivelmente apresentam maior dificuldade de acessar os serviços de saúde bucal.
ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES PRÉ COVID-19, MANIFESTAÇÕES BUCAIS E XEROSTOMIA NA COVID LONGA
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1 UEPG
2 FMUSP
Objetivo: Analisar a associação entre diabetes pré-existente à COVID-19, manifestações bucais e xerostomia na COVID Longa. Métodos: Estudo transversal realizado no Inquérito Telefônico "COVID Longa Ponta Grossa". Sobre as manifestações bucais da COVID Longa, foram entrevistados 1553 participantes durante abril-setembro/2023. Foram considerados casos de COVID Longa pessoas com sintomas persistentes após 3 meses desde o quadro agudo da COVID-19. A variável de exposição foi o diabetes pré-COVID e os desfechos as manifestações bucais e a xerostomia na COVID Longa. Realizou-se análise descritiva dos dados e calculou-se a razão de prevalência (IC 95%). O estudo foi aprovado pelo comitê de ética, parecer 5318200/2021. Resultados: Antes da COVID-19, 6,70% (n=104) tinham diabetes. Destes, 66,3%(n=69) eram mulheres. Questionados sobre diversas manifestações bucais na COVID Longa, 67,1% (n=70) dos diabéticos apresentaram pelo menos uma manifestação bucal. A xerostomia foi referida por 51,92% (n=54) dos diabéticos, sendo 39,42% (n=41) mulheres. Na COVID Longa, a prevalência de qualquer manifestação bucal (RP=1,24; IC 95%: 1,08-1,43), e da xerostomia (RP=1,78; IC 95%: 1,45-2,18) foi maior nos que tinham diabetes pré-COVID-19. Conclusão: O diabetes pré-existente à COVID-19 associou-se às manifestações bucais e a xerostomia na COVID Longa. Mulheres parecem estar mais suscetíveis a este sintoma. Entretanto, os resultados devem ser analisados com cautela, já que, medicações sistêmicas de comum uso no diabetes podem reduzir a salivação.
ASSOCIAÇÃO ENTRE LAVAGEM DAS MÃOS E ESCOVAÇÃO DOS DENTES EM ADOLESCENTES BRASILEIROS
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1 UFG
Objetivo: Analisar a associação entre as frequências de escovação dos dentes e de lavagem das mãos em adolescentes escolares brasileiros. Métodos: Estudo transversal utilizando microdados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE de 2019. A amostra foi composta por 120.054 indivíduos de 13 a 17 anos frequentando escolas públicas e privadas, que responderam um questionário eletrônico. O desfecho foi a frequência diária de escovação dentária. As variáveis independentes foram as frequências de higiene das mãos (antes de comer, após usar o banheiro/vaso sanitário e com uso de sabão/sabonete). As covariáveis foram características sociodemográficas dos respondentes (sexo, idade, cor/raça e escolaridade da mãe). A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva, Qui-quadrado com correção de Rao-Scott e Regressão Logística para amostras complexas, no Programa SPSS versão 28.0. Resultados: A maior parte dos adolescentes escovavam os dentes diariamente (99,3%) e lavavam as mãos antes de comer (97,2%), após o uso do banheiro (98,7%) e com sabão (98,7%). Nas análises bivariadas, houve associação entre a baixa frequência de lavagem das mãos e a baixa frequência diária de escovação dos dentes (p<0,001). Nos modelos de regressão múltipla, as três variáveis independentes permaneceram associadas ao desfecho, após ajuste pelas características sociodemográficas. Adolescentes que raramente/às vezes e os que nunca lavavam as mãos, comparados aos que lavavam as mãos na maioria das vezes/sempre, tinham mais chances de ter baixa frequência de escovação. Conclusão: Houve associação entre práticas de higiene bucal e das mãos em adolescentes escolares brasileiros, independentemente de suas características sociodemográficas.
ASSOCIAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE DENTES AOS 12 E 24 MESES DE IDADE E CÁRIE SEVERA AOS 48 MESES
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1 Universidade Federal de Pelotas
Objetivo: Analisar a associação entre o número de dentes em crianças aos 12 e 24 meses e a ocorrência de cárie severa aos 48 meses. Métodos: O desfecho foi cárie severa aos 48 meses. As exposições foram número de dentes aos 12 e 24 meses, coletadas através de um questionário aplicado as mães, em tercis. As variáveis de confusão foram sexo, escolaridade materna e renda familiar em salários mínimos. O fator mediador foi um escore de comportamento de saúde bucal composto por presença de placa, criança escovar sem auxílio, alto consumo de açúcar e uso de dentifrício fluoretado. Foi utilizado o teste qui-quadrado, regressão logística bruta e ajustada para fatores de confusão e análise de mediação com comportamentos em saúde. Resultados: A cárie severa aos 48 meses teve associação significativa com escolaridade materna, renda familiar e número de dentes aos 12 e 24 meses (p<0,005). Os comportamentos de saúde não mediaram a relação considerando a análise dos efeitos diretos, indiretos e totais (p>0,005). Crianças do 3º tercil de número de dentes aos 24 meses tem em média, após ajustes, 44% mais chance (OR=1.43 (1.20-1.72)) de ter cárie dentária severa aos 48 meses que aquelas do 1º tercil de número de dentes. E, aos 12 meses, aquelas do 3º tercil, tem em média, 66% (OR=1.66 (1.30-1.98)) mais chance do que as do 1º tercil. Conclusão: O estudo identifica que um maior número de dentes aos 12 e 24 meses está associado com maior ocorrência de cárie severa aos 48 meses.
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FLUVIAL NO OESTE DO PARÁ
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1 UFOPA
Objetivos: Descrever a experiência de um cirurgião-dentista residente do Programa de Residência Multiprofissional em Estratégia Saúde da Família, da Universidade Federal do Oeste do Pará, no atendimento odontológico de comunidades ribeirinhas no interior da Amazônia. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo de relato de experiência de uma expedição de saúde em uma Unidade Básica de Saúde Fluvial, realizada de maio a junho de 2024, nos municípios de Aveiro e Belterra. Resultados: Durante a expedição, foram realizados mais de 200 atendimentos com a população ribeirinha residente às margens do Rio Tapajós. Os procedimentos odontológicos abrangeram raspagem, profilaxia, restaurações e exodontias de dentes permanentes anteriores, posteriores e decíduos. Observou-se um alto índice de queixa dolorosa em dentes posteriores em adultos que, ao exame clínico, apresentavam destruição dentária acentuada provocada pela cárie. A consequência disso foi a necessidade de realização do tratamento restaurador convencional e o capeamento pulpar, intervenção essa de mais difícil e demorada execução e que depende diretamente de uma melhor higiene bucal. Caso contrário, existe a necessidade de reavaliação e em alguns casos de encaminhamento. Conclusões: Os achados demonstrados expressam um alarmante cenário de alta quantidade de pessoas com dentes posteriores cariados necessitando de restauração e com potencial para complicações clínicas. Diante disso, é indispensável o fortalecimento de ações de promoção e prevenção em saúde bucal da população ribeirinha, bem como o acesso regular a serviços odontológicos com o objetivo de reduzir o impacto das doenças bucais e promover saúde às comunidades ribeirinhas paraenses.
CAPITAL SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL DE GESTANTES
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1 UFPel
2 UFN
3 UFSM
Objetivo: Avaliar a associação entre capital social individual e a qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) de gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).
Métodos: Este estudo transversal avaliou uma amostra representativa de gestantes atendidas nas 25 unidades de saúde do SUS, que possuíam cobertura pré-natal, em Santa Maria, Brasil, durante o ano de 2022. Características sociodemográficas, de capital social individual (frequência de visita à família, participação em grupos de gestantes e suporte social) e comportamentos de saúde foram coletados através de um questionário. As participantes também foram clinicamente examinadas para gengivite e cárie dentária. O desfecho QVRSB foi avaliado pelo questionário OHIP-14. Modelos de regressão de Poisson multinível com abordagem hierárquica ajustaram a associação entre capital social e o escore total de OHIP-14. Os resultados são apresentados como razão de média [rate ratio (RR)] e intervalo de confiança de 95% (IC 95%).
Resultados: Ao total, 520 gestantes participaram do estudo. Gestantes com menor suporte social tiveram maiores escores totais de OHIP-14 (RR: 1,21, IC 95%: 1,10-1,34). No entanto, as redes sociais não foram associadas à QVRSB (P>0,05). Além disso, maior número de filhos, menor nível socioeconômico, consumo de álcool antes da gestação, procura ao serviço odontológico por dor, gengivite e experiência de cárie dental também foram associados a uma pior QVRSB (P<0,05).
Conclusões: O menor suporte social foi associado a uma pior QVRSB entre gestantes. Esses achados sugerem que a qualidade dos recursos pessoais foi de maior relevância do que as redes sociais durante a gravidez.
CAPITAL SOCIAL, RENDA E QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL EM GESTANTES
Pôster
1 UFSM
Resumo
Objetivo: este estudo transversal avaliou se diferentes dimensões do Capital Social (CS) moderam a relação entre renda e Qualidade de Vida Relacionada à Saúde Bucal (QVRSB) em gestantes. Métodos: gestantes atendidas no serviço público de saúde de Santa Maria, Brasil, foram avaliadas. O Oral Health Impact Profile (OHIP-14) avaliou a QVRSB. Duas perguntas investigaram o CS, uma do domínio cognitivo, envolvendo a percepção da gestante sobre o apoio social e outra do domínio estrutural, investigando a frequência do no grupo de gestantes. Foram avaliadas características clínicas, demográficas e socioeconômicas, incluindo renda familiar mensal e cárie dentária não tratada. A modificação do efeito promovida pelo CS na relação entre renda e QVRSB foi testada por meio de análise de regressão de Poisson multinível. Os resultados são apresentados em Rate Ratio (RR) e seus intervalos de confiança (IC 95%). Resultados: Foram avaliadas 520 gestantes (taxa de resposta de 93%). Ambas as dimensões do CS demonstraram efeito moderador na relação entre renda e QVRSB. As participantes com baixa renda familiar, sem apoio social e que não frequentam grupo de gestantes, apresentaram, respectivamente, 44% [RR 1,44 (IC 95% 1,22-1,72)] e 22% [RR 1,22 (IC 95% 1,05-1,42)] maior impacto negativo na QVRSB comparadas àquelas com alta renda, com apoio social e que frequentavam grupos de gestantes. Conclusão: O menor CS intensificou a associação dentre baixa renda e pior QVRSB em gestantes. Sugere-se que a presença de CS cognitivo e estrutural poderia atuar como fator de proteção em condições socioeconômicas adversas.
CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL DOS HOMENS MIGRANTES NA CIDADE DE CAMPINAS, SP.
Pôster
1 Unicamp
Objetivos: Analisar as condições de saúde bucal dos migrantes do sexo masculino na cidade de Campinas. Métodos: Este estudo transversal de base populacional analisou dados de 930 pessoas com 10 anos ou mais do 3º Inquérito de Saúde ISACamp 2014/15. As variáveis dependentes foram a procura por serviços odontológicos e condições de saúde bucal. A variável independente foi a localidade de nascimento dos entrevistados. Consideraram-se migrantes aqueles que não nasceram em Campinas e residiam no município há menos de 15 anos. As associações foram testadas utilizando o teste de qui-quadrado com correção de Rao-Scott, e as razões de prevalência foram estimadas por meio de regressão múltipla de Poisson, com nível de significância de 5%. Resultados: em relação aos homens campineiros, os migrantes apresentaram uma maior prevalência de comportamentos e percepções negativas em relação à saúde bucal, incluindo menor uso de próteses (RP = 1,36 – IC 95% 1,13 – 1,64), pior avaliação da própria saúde bucal (RP = 1,58 – IC 95% 1,04 – 2,40) e maior procura por atendimentos de urgência (RP = 1,55 – IC 95% 1,12 – 2,16) e menor frequência de consultas por convênio (RP = 0,42 – IC 95% 0,20 – 0,91). Conclusão: Os resultados deste estudo destacam disparidades significativas nas condições de saúde bucal dos homens migrantes, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais abrangente para atender as demandas dessa população. Essa compreensão é crucial para a formulação de políticas públicas que visem aprimorar o acesso a serviços de saúde bucal e promover a igualdade de cuidados para esse subgrupo vulnerável.
DEPENDÊNCIA FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL EM IDOSOS APÓS 15 ANOS
Pôster
1 FSP-USP
2 HU-USP
Objetivo: investigar a relação entre o aumento da dependência funcional e a deterioração da qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) em pessoas idosas decorridos 15 anos. Método: Trata-se de um estudo caso-controle aninhado em uma coorte de pessoas idosas seguidas durante 15 anos proveniente do Estudo SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento). A QVRSB foi medida por meio do Geriatric Oral Health Assessment Index (GOHAI) nos anos 2000 e 2015. O desfecho foi determinado pelos participantes que passaram a relatar QVRSB insatisfatória, definida pelo escore ≤50, após 15 anos. As exposições foram condições sociodemográficas, condições gerais de vida e variáveis clínicas. Regressão Logística foi utilizada na análise dos dados. Resultados: Dos indivíduos da coorte que avaliaram sua QVRSB como satisfatória/regular no ano 2000, foram identificados 53 casos que passaram a avaliar como insatisfatória e 194 controles que mantiveram sua qualidade de vida no ano 2015. A média de idade da coorte em 2015 foi 82,6 anos; 68,1% eram mulheres. Mudanças negativas na dependência funcional em atividades instrumentais (OR=2,50 IC95% 1,05-6,01; p=0,039), no número de dentes (OR=3,96 IC95% 0,99-15,83; p=0,052) e na renda insuficiente (OR=3,52 IC95% 0,94-13,18; p=0,061) mostraram associação com o desfecho. Conclusão: Concluiu-se que a piora da dependência funcional em atividades instrumentais foi importante indicador de risco para a deterioração da QVRSB na população idosa mesmo na presença do aumento de dentes ausentes e da renda insuficiente, mostrando a importância de considerar outros fatores, além de variáveis clínicas e socioeconômicas, para o melhor entendimento da QVRSB.
DEPRESSÃO E PERDA DENTÁRIA EM ADULTOS BRASILEIROS: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019
Pôster
1 Universidade Federal de Santa Catarina
2 Universidade do Extremo Sul Catarinense
3 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Objetivo: Investigar a associação entre depressão e ausência de dentição funcional em adultos brasileiros. Métodos: Foram analisados dados de 41.111 adultos entre 18 e 59 anos de idade que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. A ausência de dentição funcional foi o desfecho, definida como perda de 13 ou mais dentes permanentes (contagem autorrelatada). A depressão foi a exposição principal, medida por meio de uma pergunta (sim/não): "Algum médico ou profissional de saúde mental (como psiquiatra ou psicólogo) já diagnosticou você com depressão?". Variáveis sociodemográficas (gênero, cor/raça, nível de escolaridade e renda familiar per capita), tabagismo, tempo desde a última visita ao dentista e condições crônicas sistêmicas foram incluídas como covariáveis. Modelos de regressão de Poisson ajustados estimaram a associação entre depressão e ausência de dentição funcional, calculando Razões de Prevalência (RP) e Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). Resultados: A ausência de dentição funcional foi encontrada em 15% (IC95% 14,5% – 15,8%) dos participantes, e a depressão foi relatada por 11,7% (IC95% 11,1% - 12,3%). Adultos brasileiros com diagnóstico de depressão tiveram uma maior prevalência de ausência de dentição funcional (RP 1,25; IC95% 1,13 – 1,38). O efeito da depressão na falta de dentição funcional foi diferente segundo gênero. Entre adultos com depressão, as mulheres tiveram uma maior probabilidade de ausência de dentição funcional (RP 1,87 IC95% 1,64 – 2,14) em relação aos homens (RP 1,33 IC95% 1,04 – 1,70). Conclusões: A depressão está associada à perda dentária entre adultos brasileiros, e a magnitude deste efeito é maior entre as mulheres.
DESAFIOS DA EPIDEMIOLOGIA NA SAÚDE BUCAL COLETIVA POR MEIO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Pôster
1 UFRN
2 Universidade de Barcelona
Com a finalidade de diagnosticar as doenças e agravos bucais mais prevalentes, muitos estudos têm sido desenvolvidos a partir das mais diversas imagens, entre as quais destacam-se as radiografias, ultrassom, cefalometria e fotografias bucais. Apesar da maioria desses estudos estar direcionada à assistência odontológica, com foco no diagnóstico individual e no desenvolvimento de procedimentos restauradores, pesquisas trazem evidências sobre a possibilidade de utilização de vários desses referenciais para o diagnóstico coletivo, permitindo seu uso na definição de perfis epidemiológicos bastante próximos aos obtidos por meio de inquéritos epidemiológicos tradicionais. Nesses estudos, essenciais para conhecimento da realidade de saúde bucal de determinada população, o cirurgião-dentista é inserido como examinador único das situações de saúde bucal. Com a perspectiva de automação do diagnóstico a partir da inteligência artificial, o papel da Equipe de Saúde Bucal passa a ter uma inserção mais direcionada na análise e incorporação das informações geradas pelo sistema para direcionar o planejamento local em saúde bucal. Considerando o conjunto de informações relativas às características socioeconômicas, de morbidade e de acesso aos serviços, já registradas no Prontuário Eletrônico do Cidadão, a Inteligência Artificial pode trazer grande contribuição ao SUS ao viabilizar, de forma inédita, o cumprimento do princípio da equidade em saúde bucal, priorizando atenção às situações de maior vulnerabilidade para a Unidade de Saúde da Família. O avanço da saúde digital, política prioritária no âmbito do Ministério da Saúde, pode ser impactado positivamente com iniciativas dessa natureza.
DOR DENTÁRIA ENTRE ADULTOS A PARTIR DE 50 ANOS NO BRASIL: ANÁLISE A PARTIR DO ELSI-BRASIL
Pôster
1 UPE
2 IAM/FIOCRUZ-PE
3 IRR/FIOCRUZ-MG
Objetivo: Investigar a prevalência de dor dentária entre adultos brasileiros a partir de 50 anos de idade e sua associação com eventos estressantes controlados por fatores individuais. Métodos: Trata-se de um estudo transversal utilizando dados secundários do ELSI-Brasil. A amostragem aplicada foi do tipo complexa (por conglomerados) para a população não institucionalizada na faixa etária elegível. Os dados foram coletados de 2019-2021 a partir de instrumentos voltados às características dos domicílios, dos indivíduos residentes e às medidas físicas dos participantes. Foram realizadas análises simples e múltiplas de associação entre a variável “presença de dor de dente nos 6 meses anteriores à pesquisa” e aspectos individuais relacionados às características sociodemográficas, vizinhança do indivíduo, sintomas depressivos e psicossociais. Resultados: Entre as características sociodemográficas analisadas na população investigada, idade, raça/cor e escolaridade apresentaram associação com a dor de dente. O desejo de mudar de domicílio, sintomas depressivos e psicossociais, como vivenciar a morte de um ente querido, doença grave de um filho/neto e ficar gravemente doente também revelaram-se associados à dor de dente. Os participantes que gostariam de mudar de domicílio, que se sentiram deprimidos e que ficaram gravemente doentes apresentaram mais chance de manifestar dor de dente. Conclusões: O perfil de características da vizinhança, sintomas depressivos e psicossociais associados à dor dentária entre adultos brasileiros a partir de 50 anos de idade, independente de fatores demográficos e socioeconômicos, apoiam a compreensão das diferentes camadas vinculadas à dor dentária, de maneira a reforçar a necessidade do cuidado interprofissional voltado aos indivíduos em sofrimento.
EDENTULISMO E IMPACTO DA SAÚDE BUCAL NA QUALIDADE DE VIDA DE SUPERIDOSOS DE GUARAPUAVA/ PR
Pôster
1 UEPG
2 Unicentro
3 USP
4 UFPR
Objetivos: Identificar a relação entre edentulismo e impacto da saúde bucal na qualidade de vida de superidosos recrutados em domicílio no primeiro ano do Programa Genomas Paraná. Métodos: Estudo transversal, com amostra de conveniência de 127 superidosos (>80 anos) incluídos na pesquisa de perfil genético da população de Guarapuava-PR entre março/2023 a março/2024. A variável dependente foi o impacto da saúde bucal na qualidade de vida, total e por dimensão, medido pela versão curta do Oral Health Impact Profile (OHIP-14), contínuo e com respostas categorizadas em: não (escore zero) e sim (escore ≥ 1). Utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman e regressão de Poisson com variância robusta, com intervalos de confiança de 95% (p<0,05). Resultados: A amostra foi composta em maioria por mulheres (59,8%), com idade média de 84 anos (± 3,5), autodeclarados brancos (80,3%), muito baixa escolaridade (75,6%), edêntulos (63%), e que não foram ao dentista no último ano (69,3%). O escore médio do impacto na qualidade de vida foi baixo (3,9 ± 6,8), e 56,7% obteve escore zero. Observou-se correlação positiva entre o número de dentes presentes e os escores do impacto total, e nos domínios desconforto psicológico, incapacidade física e psicológica, e deficiência. Nos mesmos domínios notou-se menor prevalência de impacto entre os edêntulos. Maiores proporções de idosos dentados relataram que ficaram preocupados com seus dentes/boca, tiveram a alimentação prejudicada, se sentiram envergonhados e sentiram que a vida ficou pior nos últimos 6 meses por causas bucais. Conclusão: A presença de dentes, e uma possível saúde bucal ruim, afetou negativamente a qualidade de vida dos superidosos.
EFEITO DA POSIÇÃO SOCIOECONÔMICA NA UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS ODONTOLÓGICOS
Pôster
1 Universidade Federal de Pernambuco
2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Objetivo: Demonstrar o efeito da posição socioeconômica na utilização de serviços públicos odontológicos a partir da construção de um modelo teórico conceitual. Método: Estudo analítico desenvolvido em dois estágios. No primeiro, foi desenvolvido um modelo teórico que explica a utilização de serviços públicos odontológicos, baseado na literatura. O segundo consistiu na validação do modelo pela técnica de Equações Estruturais por Mínimos Quadrados Parciais. Para a validação, foi utilizada uma amostra de 41.664 indivíduos, oriunda da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Resultados: O modelo teórico proposto atingiu os critérios de confiabilidade e validade. A posição socioeconômica apresentou o principal efeito direto na utilização de serviços públicos odontológicos, na qual quanto menor a posição socioeconômica, maior a utilização (β=-0,251). A posição socioeconômica também exerceu efeito indireto, em que residir em um domicílio cadastrado nas Equipes de Saúde da Família e ter piores condições de saúde bucal potencializam a utilização dos serviços públicos por pessoas com menor posição socioeconômica. Ademais, a posição socioeconômica atua como mediadora das relações entre raça, cor da pele e área de residência e a utilização dos serviços públicos odontológicos. Conclusão: A posição socioeconômica exerce um papel central na explicação do fenômeno de utilização de serviços públicos odontológicos. As relações identificadas estabelecem uma base teórica para investigações futuras e fornecem evidências do efeito de uma política de acesso público aos serviços de saúde bucal, como a brasileira, sobre a equidade e apoiando a construção de políticas públicas mais eficazes e equitativas em outros cenários.
EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA CÁRIE DENTAL NA INFÂNCIA NO BRASIL: DECLÍNIO E POLARIZAÇÃO.
Pôster
1 AFYA-UNIMA
Introdução: no Brasil, os levantamentos epidemiológicos realizados em âmbito nacional, verificaram declínio da doença cárie a partir da década de 80, especialmente, entre crianças e jovens. A redução na prevalência de cárie implicou em menor carga de doença e tem sido acompanhada da sua concentração em grupos específicos, reforçando as iniquidades em saúde e o fenômeno da polarização, condição em que uma minoria de crianças e jovens concentra a maior carga de doença e a outra grande parte encontra-se livres de cárie. Objetivo: apresenta os principais resultados sobre o declínio e a polarização da doença cárie na infância no Brasil Metodologia: estudo prospectivo de dados secundários, com base nos resultados das principais pesquisas epidemiológicas de âmbito nacional realizados no período de 1996 a 2020. Resultados: A prevalência de cárie aos 12 anos passou de uma classificação considerada muito alta, em 1986 para uma classificação de baixa prevalência no ano 2010, indicando redução de 68,63% no índice e 44% das crianças livres da doença. Em 2020, estudos preliminares indicam que o índice continuou a diminuindo. No entanto, o processo de transição epidemiológica da doença cárie na população infantil no Brasil ocorre de forma desigual na sua prevalência, acompanhada pelo fenômeno polarização. Conclusão: Desse modo, é possível afirmar que parte da população infantil no Brasil não se beneficiou de forma igualitária dos principais fatores considerados importante para o declínio da doença cárie em nível populacional.
EPIDEMIOLOGIA E EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL DE ADOLESCENTES EM UM CENTRO SOCIOEDUCATIVO
Pôster
1 UFC
Objetivos: Relatar ação educativa e levantamento epidemiológico de necessidades em saúde bucal em adolescentes de um centro socioeducativo no interior do Ceará.
Métodos: Relato de experiência de ação do projeto de extensão Núcleo de Epidemiologia e Pesquisa Interprofissional em Saúde Coletiva (NEPIS) no Centro Socioeducativo de Sobral (CSS), Ceará. A ação contemplou educação em saúde e exame para levantamento epidemiológico de necessidades em saúde bucal. Foram realizadas 4 visitas entre o período de abril e maio de 2024. O exame foi realizado em ambiente com luz natural, no qual os dados obtidos contemplaram situações de urgência; cáries, exodontias e estética; situação periodontal; e situação de reabilitação, os quais foram estratificados com base no maior número de alterações e/ou com relato de dor nos últimos 15 dias.
Resultados: Participaram 23 adolescentes da faixa etária de 15 a 18 anos, com mediana de 18 anos. Cada visita iniciou com ação educativa seguindo metodologia problematizadora na abordagem de doenças e condições orais, em que os jovens participaram ativamente. Constatou-se no levantamento epidemiológico que 21 adolescentes apresentaram necessidade de tratamento. Dentre os quais, 2 relataram situação de urgência nos últimos 15 dias, 19 apresentaram lesão de cárie e 14 demonstraram situação periodontal. O perfil epidemiológico orientou a estratificação de casos para o atendimento clínico propiciado pelo projeto.
Conclusões: Os adolescentes do CSS apresentaram, em sua maioria, necessidade de tratamento odontológico relacionado à cárie dentária e alterações periodontais leves. Casos de urgência foram encaminhados para atendimento odontológico no próprio CSS junto ao projeto.
FATORES ASSOCIADOS AO EDENTULISMO EM SUPERIDOSOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA GENOMAS PARANÁ
Pôster
1 UEPG
2 Unicentro
3 USP
4 UFPR
Objetivo: Identificar os fatores sociodemográficos e de saúde associados ao edentulismo em superidosos recrutados em domicílio no primeiro ano do Programa Genomas Paraná. Métodos: Estudo transversal, contou com amostra de conveniência de 127 superidosos (>80 anos) incluídos na pesquisa de perfil genético da população de Guarapuava-PR entre março/2023 a março/2024, de 198 recrutados. Os critérios de inclusão foram definidos pelo Mini Exame de Estado Mental (MEEM) e o Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer. As condições de saúde e doença foram autorreferidas. A variável dependente foi definida a partir do número de dentes presentes, dicotomizada em edêntulos (zero) e dentados (≥ um dente). Utilizou-se regressão de Poisson com variância robusta, bruta e ajustada, com intervalos de confiança de 95% (p<0,05). Resultados: A amostra apresentou idade média de 84 anos (± 3,5), sendo a maioria mulheres (59,8%), autodeclarados brancos (80,3%), com escolaridade muito baixa (75,6%), função cognitiva normal (75,6%) e edêntulos (63%). As prevalências de disfunção cognitiva e as multimorbidades de doenças cardiometabólicas foram 1,3 e 1,5 vezes, respectivamente, maiores entre edêntulos (IC95% 1,0 - 1,7). Na análise multivariada, as mulheres, autodeclaradas de cor preta, que nunca estudaram ou concluíram até quatro anos de estudos (muito baixa escolaridade), e que relatam multimorbidades cardiometabólicas, apresentaram maior prevalência de edentulismo autorreferido. Conclusão: Há desigualdades na prevalência de edentulismo influenciada por gênero, raça, escolaridade e multimorbidades nos superidosos participantes do estudo.
GEORREFERENCIAMENTO COMO TÉCNICA DE PLANEJAMENTO PARA AÇÕES DE SAÚDE BUCAL
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1 Fiocruz/IAM
Sujeitas aos determinantes sociais da saúde, as doenças bucais deixaram as populações vulneráveis ainda mais predispostas à agravos durante a pandemia da covid-19. Além disso, a saúde bucal tem sido influenciada por múltiplas barreiras de acesso aos serviços odontológicos. O que contribui para o aumento de doenças bucais, estabelecendo-se uma correlação entre pobreza e desigualdades no atendimento. Objetivo: Avaliar a correlação entre acesso espacial e acesso realizado, representado pela utilização dos serviços odontológicos, pelos usuários do SUS, em Jaboatão dos Guararapes (PE). Métodos: Realizadas entrevistas estruturadas com usuários cadastrados nas USF da regional II do município de Jaboatão dos Guararapes (PE). A amostra foi de 264 usuários. Os formulários foram aplicados com o aplicativo HCMaps, desenvolvido pela Fiocruz/PE, que permite o armazenamento de dados quantitativos e coordenadas geográficas. Foi utilizado o Estimador de Densidade de Kernel para analisar a distribuição espacial dos usuários cadastrados nas USF da regional II. Resultados: Foi identificada a distância entre as residências dos usuários do SUS e as unidades de saúde onde estão cadastrados para obtenção de atendimentos de saúde. Um mapa de Kernel foi confeccionado com cálculo do raio de suavização resultante em um raio máximo de 2776,81 metros e um raio mínimo de 715,06 metros. Conclusão: O mapa de Kernel mostrou que a concentração de usuários sem atendimento odontológico ocorre mesmo nas proximidades das unidades de saúde. Além disso, muitas vezes, há unidades de saúde muito próximas uma da outra. E, mesmo assim, a população continua descoberta dos serviços odontológicos.
IMPACTO DA FLUORETAÇÃO DA ÁGUA NA EXTRAÇÃO DENTÁRIA: ESTUDO CONTROLADO EM 12 CIDADES
Pôster
1 UFMS
2 FSP-USP
Objetivo. Esta pesquisa analisou todos os procedimentos de exodontia de dentes permanentes em crianças e adolescentes de 5 a 19 anos de idade, segundo a condição de fluoretação das aguas em 6 cidades fluoretadas e outras 6 não fluoretadas no Estado de Mato Grosso do Sul, entre os anos de 2021 a 2023. Métodos. Foram utilizados dados secundários e públicos dos procedimentos ambulatoriais da atenção primária (SISAB/E-SUS), IBGE (população de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos) e SNIS (fluoretação das aguas). As taxas de exodontias de dentes permanentes por 1000 crianças/adolescentes foram analisadas nas 12 cidades pareadas. As seis cidades que iniciaram a fluoretação em 2021, foram pareadas por Índice de desenvolvimento Humano (IDH) e produto interno Bruto (PIB) com outras seis cidades não fluoretadas. Foram analisadas as diferenças absolutas nas taxas entre os anos. Analise de sensibilidade analisou o denominador das taxas por crianças e adolescentes da faixa etária que tiveram consultas programáticas ou de urgência no período. Resultados. As cidades fluoretadas apresentaram menores taxas de exodontias em todos os anos. As diferenças absolutas nas taxas cresceu de 22.9% em 2021 para 27.1% em 2022, e saltou para 39.7% em 2023, em favor das cidades fluoretadas. As diferenças absolutas nas cidades fluoretadas cresceu 48% entre os anos, enquanto nas cidades não fluoretadas cresceu 64.8%. A análise de sensibilidade confirmou os achados. Conclusão. A fluoretação das aguas de abastecimento público, como política pública, deve ser expandida no território nacional, para proteção de extração de dentes permanentes de crianças e adolescentes no Brasil.
INFLUÊNCIA DA TRAJETÓRIA INTERGERACIONAL DE ESCOLARIDADE NA PRESENÇA DE CÁRIE DENTÁRIA
Pôster
1 UFC
O objetivo deste trabalho é analisar a influência da trajetória de escolaridade intergeracional na presença de cárie dentária em adultos residentes no município de Sobral, Ceará. Trata-se de um estudo de coorte com 4 ondas 2000, 2006, 2012 e 2022. A coleta de dados consistiu em uma entrevista e exame bucal com base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde para levantamentos epidemiológicos em saúde bucal. A amostra para este estudo foi de 275 participantes, onde se avaliou a escolaridade do chefe da família no ano de 2000 (analfabeto ou ensino fundamental) e a do filho (ensino médio ou superior), na faixa etária de 27 a 31 anos, no ano de 2022. Realizou-se a regressão de Poisson com modelo final ajustado por renda per capita, sexo e uso de fio dental, escova e creme dental, com nível de significância de 95%. Quando os pais eram analfabetos em 2000, a média de dentes cariados foi maior naqueles filhos adultos que não alcançaram o ensino médio (5,20) em comparação com os concluíram esse nível educacional (2,02). Houve redução nas médias de dentes cariados quando os pais possuíam ensino fundamental e os filhos concluíram o ensino médio (p = 0,01) ou ensino superior (p = 0,02). Conclui-se que melhorar a escolaridade entre gerações, especialmente o ensino médio, reduz a média de dentes cariados. Portanto, políticas que estimulem a conclusão do ensino médio são necessárias, pois, reduz a influência educacional dos pais sobre a saúde bucal dos filhos.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E EPIDEMIOLOGIA NA ORIENTAÇÃO DO PLANEJAMENTO LOCAL EM SAÚDE BUCAL
Pôster
1 UFRN
2 IFRN
3 Universidad de Barcelona
O objetivo do estudo foi viabilizar o planejamento local das ações em saúde bucal desenvolvidos no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de referencial epidemiológico da cárie com base na inteligência artificial e no princípio da equidade. Trata-se de estudo para desenvolvimento de sistema inteligente visando diagnóstico da cárie dentária por meio de tomadas fotográficas oclusais de usuários adultos de serviços odontológicos. Todas as fotografias foram tomadas exclusivamente com smartphone, por sua ampla disponibilidade, custo-benefício e aplicabilidade. Com o objetivo de simplificar o processo de rotulagem, fundamental para o treinamento de modelos de aprendizagem de máquina, foi usada a plataforma Label Studio 1.11.0, o que permitiu anotar os dados de forma colaborativa. As imagens rotuladas foram empregadas como dados de treinamento para modelos de aprendizado de máquina, capacitando os algoritmos a identificar padrões e características específicas nas imagens. Foram tomadas fotografias de 240 usuários, as quais resultaram em 4800 imagens, considerando as diferentes angulações tomadas de cada arcada dentária. Foi possível criar um Sistema Inteligente de Diagnóstico de Cárie objetivo e totalmente automatizado para cárie, sem necessidade de exame clínico pelo dentista, além de não submeter o usuário à exposição à radiação, base de outros estudos de diagnóstico de cárie com emprego da inteligência artificial.
INTERVALO DO SERVIÇO DE SAÚDE NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER ORAL NO BRASIL
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1 UEFS
Objetivo: Investigar o tempo e os fatores relacionados ao intervalo diagnóstico do câncer oral nos serviços de saúde brasileiros, no período de 2000 a 2022.
Métodos: Pesquisa de corte transversal e base hospitalar, com 12.989 casos recuperados dos Registros Hospitalares de Câncer do Brasil. Foram realizadas análises descritivas e aplicado o modelo de regressão de Poisson com distribuição negativa binomial.
Resultados: A maioria dos brasileiros com câncer oral foram diagnosticados em estádio avançado (70%), encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (82%), e precisaram se deslocar do município de residência para realizar o tratamento (63%). A mediana do número de dias entre a triagem e o início do tratamento foi de 63 dias, com uma variação entre 32 e 104 dias. Os dados mostram que a origem do encaminhamento (p < 0,001) e a região do hospital (p < 0,001) são fatores importantes que influenciam no intervalo diagnóstico, sendo que os indivíduos que são encaminhados pelo SUS e que são atendidos em hospitais da região Centro-Oeste (IRR 1,45) apresentaram um intervalo maior do que os demais.
Conclusão: O intervalo do serviço de saúde no Brasil ultrapassa 60 dias, o que pode impactar no tratamento, prognóstico e qualidade de vida dos brasileiros.
MÁ OCLUSÃO EM PRÉ-ESCOLARES NO CONTEXTO PÓS-PANDEMIA DA COVID-19 E FATORES ASSOCIADOS
Pôster
1 UFBA
Objetivo: Descrever a prevalência de má oclusão e fatores associados no contexto pós-pandemia da COVID-19 na faixa etária pré-escolar (2-6 anos). Metodologia:Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal realizado com 523 pré-escolares que frequentavam escolas municipais de Salvador-BA nos anos de 2022-2023. Foi realizado exame bucal e um questionário foi auto-aplicado pelos pais ou responsáveis. Resultados: A população de estudo possuiu média de 54 meses e foi predominantemente composta por pretos e pardos (90,63%). O sexo feminino foi o mais prevalente (51,82%) e a maioria não foi acometida pela COVID-19 (92,35%). A prevalência de má oclusão foi de 43,21%, sendo que a condição mais frequente foi a mordida aberta. Os hábitos de sucção de chupeta e digital apresentaram ocorrência em 6,88% e 8,03%, respectivamente; 12,24% das crianças mordiam objetos habitualmente; 20,46% apresentaram onicofagia e 19,69% bruxismo. Os fatores associados com a ocorrência de má oclusão e vinculados com a pandemia foram: maior tempo de tela (OR: 1,34; p-valor: 0,116; IC: 1,0 – 1,94), experiência de agressão física ou psicológica (OR: 2,55; p-valor: 0,031; IC: 1,0 – 5,98), o consumo de alimentos ultraprocessados (OR:1,77; p-valor:0,003; IC: 1,22 –2,57), a sucção digital (OR:3,1; p-valor: 0,001; IC: 1,56 –6,16) e o hábito de morder objetos (OR: 1,56; p-valor 0,121; IC: 1,0 – 2,73). Conclusões: A má oclusão é um problema bucal relevante entre os pré-escolares e associa-se a aspectos psicossociais e comportamentais na infância. Medidas de intervenção sociais e direcionadas à educação em saúde e ao estímulo de hábitos diários e bucais saudáveis são necessárias.
MORTALIDADE POR CÂNCER DE BOCA E O TEMPO ENTRE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, CEARÁ, 2011-2021
Pôster
1 UFC
Objetivos: Analisar a distribuição e a autocorrelação espacial da mortalidade por câncer de boca e orofaringe no estado do Ceará e sua associação com o Tempo de espera entre o diagnóstico e o início do tratamento oncológico. Métodos: Estudo ecológico obtido a partir de informações no painel Tabnet do DATASUS, realizado nos 184 municípios do estado do Ceará, Brasil, entre os anos de 2011 e 2021. Foi realizado o cálculo do coeficiente de mortalidade e análise de autocorrelação espacial. Resultados: O coeficiente de mortalidade geral do Ceará é de 27,37 óbitos para cada 100.000 habitantes. O município de São João do Jaguaribe apresentou o maior coeficiente de mortalidade (92,02/100.000 hab). Na análise de autocorrelação, o índice de Moran global foi de 0,2 (p<0,05) com a formação de dois agregados de municípios, sendo um do tipo baixo-baixo na região norte do estado e o outro do tipo alto-alto formado por municípios da região sudeste do Ceará. Os maiores períodos de tempo de espera encontram-se em municípios da região metropolitana de Fortaleza. Em contrapartida, os menores tempos de espera estão situados nos municípios da região sul do estado. Conclusões: Observou-se autocorrelação moderada do coeficiente de mortalidade por câncer de boca e orofaringe no Ceará. Não foi observada autocorrelação espacial do tempo de espera entre o diagnóstico e o início do tratamento oncológico, porém com a formação de agregados de alto e baixo valores que necessitam de monitoramento por políticas de rastreamento de câncer bucal.
NEOPLASIA MALIGNA DO LÁBIO, CAVIDADE ORAL E FARINGE: ÓBITOS NO ESTADO DO CEARÁ
Pôster
1 UECE
2 UNICHRISTUS
Objetivo: Apresentar dados epidemiológicos sobre a mortalidade por neoplasia maligna do lábio, cavidade oral e faringe notificados em hospitais no estado do Ceará nos anos de 2014 a 2023. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal e descritivo, que utilizou os dados secundários sobre os números e as variáveis sociodemográficas relacionadas aos óbitos notificados por neoplasia maligna do lábio, cavidade oral e faringe no Ceará provenientes dos Boletins Epidemiológicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, oriundos do Sistema de Informações Hospitalares - SIH/DATASUS, no período de 2014 a 2023. A coleta de dados foi realizada em maio de 2024. Realizou-se a busca dos números de óbitos por neoplasia maligna do lábio, cavidade oral e faringe no Ceará e a correlação destes dados com as variáveis (macrorregião de saúde, sexo, faixa etária e raça). Os dados foram analisados de forma descritiva frequencial. Resultados: Identificou-se um total de 492 óbitos pela doença no estado do Ceará com predominância na macrorregião de saúde de Fortaleza (n=304; 61,8%) em comparação às demais, sendo a maioria em pacientes do sexo masculino (n=358; 72,8%) e da raça parda (n=403; 81,9%) e com percentual maior em relação à faixa de 60 a 69 anos (n=126; 25,7%). Conclusões: Faz-se necessário, a partir dos dados apresentados, a implementação de políticas públicas ancoradas na lei que institui a Política Nacional de saúde Bucal no Sistema Único de Saúde, voltadas à promoção da saúde, prevenção, assistência e redução dos óbitos por neoplasia maligna.
O LETRAMENTO EM SAÚDE BUCAL MODERA A RELAÇÃO ENTRE FATORES SOCIAIS E CÁRIE EM GESTANTES?
Pôster
1 UFSM
Objetivo: Esse estudo transversal investigou o efeito moderador do letramento em saúde bucal (LSB) na relação entre condições socioeconômicas e cárie dentária em gestantes. Métodos: Dados demográficos, socioeconômicos e comportamentais foram coletados por meio de questionários estruturados. O instrumento Brazilian Rapid Estimate of Adult Literacy in Dentistry (BREALD-30) avaliou o LSB. Exames clínicos registraram a presença de cárie dentária por meio do índice de Superfícies Cariadas, Perdidas ou Obturadas (CPO-S). Além da análise descritiva, o efeito moderador do LSB sobre a relação entre renda e escolaridade e cárie (componente C do CPO-S) foi testada por meio de análises de regressão de Poisson multinível. Os resultados são apresentados em Razões de Prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: 520 gestantes participaram do estudo (taxa de resposta de 93%). O LSB demonstrou um efeito moderador na relação entre condições socioeconômicas e cárie. Gestantes com menor escolaridade e baixo LSB tiveram prevalência 60% maior de cárie (PR 1,60; 95% IC 1,11-2,30) comparadas àquelas com alta escolaridade e alto LSB. O LSB não alterou a relação entre baixa renda e prevalência de cárie (p>0,05), no entanto, gestantes com alta renda e baixo LSB tiveram prevalência de cárie 43% maior (PR 1,43; 95% IC 1,01-2,04) comparadas àquelas com alta renda e alto LSB. Conclusões: Nossos achados mostram que o baixo LSB modifica o efeito de condições socioeconômicas na cárie em gestantes. Sugere-se que a presença de um baixo LSB possa atuar como um agravante nas condições de saúde bucal em gestantes.
OFICINAS E VIVÊNCIAS SOBRE LEVANTAMENTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE SAÚDE BUCAL NA GRADUAÇÃO.
Pôster
1 IMS/UERJ
2 UNIVALE
3 UFF
Objetivo: O objetivo deste relato de experiência foi descrever a construção de oficinas e vivências de aprendizagem sobre levantamento epidemiológico em saúde bucal para discentes do curso de Odontologia no Estágio Supervisionado em Saúde Coletiva da Universidade Vale do Rio Doce no 2º semestre letivo do ano de 2023. Métodos: Para tanto, 27 discentes inicialmente passaram por treinamento teórico sobre o tema por meio de exposição dialogada e realização de quiz e, logo após, discussão prática de casos e calibração dos examinadores, com duração total de 6 horas-aula. Em seguida, foram realizados levantamentos epidemiológicos com 66 alunos de 5 anos de idade de uma escola estadual do município de Governador Valadares – MG, com duração total de 4 horas-aula. Após a coleta de dados, os discentes, por meio de oficinas com duração de 2 horas-aula, aprenderam a calcular os principais índices e indicadores de saúde bucal e produziram um relatório final dos resultados deste inquérito epidemiológico. Resultados: Os resultados deste relatório revelaram a presença de polarização de cárie dentária na amostra de escolares de 5 anos de idade e um índice ceo-d 1,5 (baixo) e 4,3 (alto) no grupo de polarização. Conclusões: Observar, monitorar, intervir e avaliar são partes constituintes da vigilância epidemiológica. Este processo de vigilância é fundamental para a geração de políticas e planejamento de ações mais resolutivas e, portanto, atividades como esta devem ser implementadas rotineiramente nas disciplinas e estágio em saúde coletiva dos cursos de Odontologia no Brasil visando uma maior integração ensino, pesquisa, serviço e comunidade.
PARENTALIDADE E PERDA DENTÁRIA: ACHADOS DE UMA COORTE DE 5 ANOS NO SUL DO BRASIL
Pôster
1 Universidade Federal de Santa Maria
2 Universidade Federal de Minas Gerais
Objetivo: Avaliar se a parentalidade influenciou a ocorrência de perda dentária em adultos jovens de um município no sul do Brasil. Metodologia: Este estudo é parte de um inquérito epidemiológico de base populacional realizado em 2018 (T1) que avaliou a saúde bucal de estudantes de 15 a 19 anos, de escolas públicas e particulares de Santa Maria, RS. Após um período médio (± desvio padrão [DP]) de 5 (±0,5) anos, 570 participantes com idade média (±DP) de 22 (±1,2) anos foram reavaliados no T2 (taxa de resposta 47,6%). A coleta de dados envolveu a aplicação de questionários (dados sociodemográficos e comportamentais) e exame clínico odontológico, realizados em T1 e T2. A variável preditora principal foi a parentalidade entre os dois momentos observacionais. O desfecho foi o incremento de perda dentária, baseado no componente “P” do índice CPO-D (variável binária, 0 ou ≥1). Regressão de Poisson foi utilizada para estimar razão de risco relativo (RRR) e intervalo de confiança (IC) de 95%. Resultados: Dos indivíduos reavaliados, 50 tiveram filhos (8,8%), sendo 10 pais e 40 mães, e 49 perderam pelo menos um dente (8,6%) entre T1 e T2. Ajustando as estimativas para escolaridade materna e consumo de bebidas açucaradas, adultos jovens que tiveram filhos apresentaram 2,68 vezes maior risco de ter dentes perdidos do que indivíduos que não tiveram filhos (RRR=2,68; IC95%=1,40-5,12; p=0,003). Conclusão: Ter filhos entre a adolescência e a idade adulta jovem aumentou a ocorrência de perdas dentárias em adultos jovens de um município no sul do Brasil.
PERDA DENTÁRIA EM IDOSOS NO INTERIOR DA BAHIA
Pôster
1 UFBA
2 Centro Universitário de Guanambi
Objetivos: Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência e os fatores associados à perda de dentes em idosos residentes num município do interior do Nordeste do Brasil. Métodos: Estudo transversal, realizado entre março e abril/23. Foi realizada entrevista e coletadas medidas objetivas. As prevalências das diversas categorias da perda dentária foram calculadas e as associações com as variáveis explicativas foram avaliadas por meio de regressão logística multinomial, com estimativas da razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança 95% (IC95%). Resultados: Dos 449 idosos entrevistados, o edentulismo total foi observado em 53,7%, 20,5% eram edêntulos parciais e 25,8% eram idosos dentados. Mostraram-se associados à perda total dos dentes: idade superior ou igual a 80 anos (RP=2,50); ser do sexo feminino (RP=2,62); nunca ter estudado (RP=6,25) e ter de 1 a 5 anos de estudo (RP=3,43), avaliação da saúde bucal como regular (RP=0,34) e ruim e muito ruim (RP=0,12); e a última consulta odontológica ter ocorrido há 1 ano e mais (RP=2,04). Conclusão: Os idosos de Guanambi apresentam alto grau de deterioração da saúde bucal, revelada através da perda dentária extensa. Identificar os fatores associados à perda de dentes pode ajudar a direcionar as necessidades em saúde bucal da população idosa residentes em municípios de menor porte, com menor cobertura de saúde bucal.
PREVALÊNCIA ACUMULADA DO CÂNCER DE BOCA NO CEARÁ: ANÁLISE ESPACIAL 2013-2023
Pôster
1 UFC
Objetivos: Analisar a distribuição e a autocorrelação espacial da prevalência acumulada do câncer de boca nos municípios do Ceará de 2013 a 2023.
Métodos: Trata-se de um estudo ecológico que utiliza a área geográfica dos 184 municípios do Ceará como objeto de estudo. Foram coletados no Departamento de Informática em Saúde (DATASUS) dados de 2013 a 2023 sobre a morbidade do câncer de boca nos 184 municípios cearenses. Foi realizado o cálculo do coeficiente de prevalência acumulado e análise de autocorrelação espacial a partir do Índice de Moran Global e Local.
Resultados: O valor médio do coeficiente de morbidade no Ceará foi 68,36 casos por 100.000 habitantes, sendo os maiores valores encontrados em Quixelô (138,27), Iracema (157,13), São João do Jaguaribe (170,79) e os menores em Fortim (5,78), Miraíma (7,04) e Jijoca de Jericoacoara (7,82). Na distribuição espacial, o coeficiente se mostrou mais elevado em municípios do Sudeste e menos elevado em municípios do Noroeste. Com o Índice de Moran Global de 0,35, evidencia-se uma autocorrelação espacial moderada, com formação de clusters com significância estatística (p<0,05) contendo agregados do tipo alto-alto (Jaguaribe, Alto Santo, Tabuleiro do Norte, Potiretama) e baixo-baixo (Amontada, Senador Sá, Martinópole).
Conclusões: A prevalência do câncer de boca no estado do Ceará está espacialmente autocorrelacionada com formação de agregados de alto e baixo coeficiente nas regiões sudeste e noroeste do estado, respectivamente.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À GENGIVITE EM GESTANTES: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster
1 Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Objetivo: Este estudo transversal verificou a prevalência e os fatores associados à gengivite em gestantes usuárias do serviço público de saúde de Santa Maria, RS, Brasil.
Métodos: Aspectos demográficos, socioeconômicos, comportamentais, psicossociais, de capital social e biológicos, foram coletados por meio de questionários estruturados entre
abril e outubro de 2022. O letramento em Saúde Bucal (LSB) foi registrado por meio do instrumento Brazilian Rapid Estimate of Adult Literacy in Dentistry. As variáveis clínicas
foram coletadas por meio de exame bucal, por examinadores treinados e calibrados. A gengivite foi avaliada pelo Índice Periodontal Comunitário (CPI modificado). Além da
análise descritiva, modelos multinível de Regressão de Poisson foram utilizados para testar associações entre a prevalência de gengivite e as características demográficas,
socioeconômicas, comportamentais, psicossociais, biológicas e clínicas. Os resultados são apresentados através da Razão de Prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de
confiança (IC) de 95%. Resultados: Participaram do estudo 520 gestantes (taxa de resposta de 93%). A prevalência de gengivite foi de 17,1%. Baixa renda familiar (RP
2,23 IC95% 1,20-4,15), baixo LSB (RP 1,80 IC95% 1,14-2,87) e maior IPV (RP 1,12 IC95% 1,09-1,17), foram associados à maior prevalência de gengivite. A participação em
grupos de gestantes foi associada a uma menor prevalência de gengivite (RP 0,49 IC95% 0,26-0,94). Conclusão: Fatores socioeconômicos, psicossociais, clínicos e de capital
social foram associados à gengivite em gestantes. Mostra-se importante conhecer esses fatores para a identificação de grupos de risco e a elaboração de estratégias para promoção
de saúde que considerem esses aspectos.
RASTREAMENTO DE CÂNCER BUCAL E LABIAL EM POPULAÇÃO RIBEIRINHA DO BAIXO SÃO FRANCISCO
Pôster
1 AFYA-UNIMA
2 UFAL
Introdução: o câncer de boca e lábio é um importante problema de saúde pública, o número estimado de novos casos de câncer oral no Brasil para o triênio de 2023 a 2025, é de 15.100 casos. Geralmente, a doença é diagnosticada em estados avançados e o tratamento tem início tardiamente. O rastreamento de câncer de boca e lábio tem potencial na redução da taxa de mortalidade. Objetivo: realizar rastreamento de câncer de boca e lábio na população ribeirinha do Baixo São Francisco para identificar lesões sugestivas de câncer e os principais fatores de risco. Metodologia: estudo transversal, descritivo e analítico, público-alvo indivíduos de ambos os sexos, acima de 40 anos, agricultores, pescadores e outras ocupações com alta exposição solar, fumantes e etilistas, residentes nos municípios participantes da VI Expedição do Baixo São Francisco realizada pela Universidade Federal de Alagoas. Resultados: dos 142 indivíduos examinados, 41(28,88%) apresentaram algum tipo de lesão, destes, 24 58,53%) apresentaram lesões com indicação de acompanhamento para o cirurgião dentista em UBS e 17(41,46%) lesões sugestivas de câncer com indicação de biópsia para confirmação e definição do tratamento em centro especializada. Conclusão: é de extrema importância ações de busca ativa de câncer de boca e lábio para o diagnóstico precoce e tratamento oportuno de casos confirmados.
SAÚDE BUCAL AUTORREFERIDA POR PESSOAS IDOSAS DE UMA COMUNIDADE RURAL DO MÉDIO AMAZONAS
Pôster
1 ILMD
Objetivo: Descrever a saúde bucal autorreferida de pessoas idosas de uma comunidade rural do município de Itacoatiara, Amazonas. Método: Trata-se de um inquérito domiciliar de base populacional realizado com pessoas idosas (60 anos ou mais) residentes na comunidade Novo Remanso, Itacoatiara, Amazonas. Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionário eletrônico desenvolvido no aplicativo REDCap. As análises descritivas foram realizadas no software Stata SE, versão 17.0. Resultados: Foram avaliadas 301 pessoas idosas, das quais 135 (44,9%) eram edêntulos totais, e 206 (68,4%) relataram que sua última consulta ao dentista havia sido há três anos ou mais. O serviço privado foi o mais procurado na última consulta odontológica (64,3%). Destacaram-se como principais motivos da última consulta a colocação/manutenção de prótese dentária (n=132; 44,4%) e extração dentária (n=92; 31,0%). 67,4% dos entrevistados revelaram não procurar o dentista nos últimos 12 meses por não acharem necessário. Demostraram-se insatisfeitos ou neutros em relação à satisfação com a saúde dos dentes/boca 41,9% (n=175). Foi também identificado que 83,1% utilizavam prótese dentária na arcada superior com um tempo mediano de 6 anos de uso da prótese atual. Conclusão: Os achados mostraram que a condição de saúde bucal da população idosa avaliada não era satisfatória, evidenciando a necessidade dos serviços públicos de saúde oferecerem um cuidado integral à saúde bucal da pessoa idosa, bem como de ações eficazes para a redução da perda dentária nas populações rurais amazônicas.
SAÚDE MENTAL E CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL NA POPULAÇÃO DE CAMPINAS/SP
Pôster
1 Unicamp
Objetivos: Investigar a associação entre o uso de serviços odontológicos e condições de saúde bucal com problemas emocionais em pessoas com 15 anos ou mais. Métodos: Estudo transversal de base populacional, analisou dados de 2465 pessoas do Inquérito de Saúde de Campinas/SP (ISACamp 2014/15). As variáveis dependentes foram o uso de serviços odontológicos e condições de saúde bucal. A variável independente foi a saúde emocional detectada pelo SRQ-20. Associações foram testadas com o teste de qui-quadrado com correção de Rao scott e razões de prevalência foram estimadas por regressão múltipla de Poisson, com 5% de significância. Ajustes foram feitos por variáveis de confundimento. Resultados: Pessoas com problemas emocionais usaram menos consultas de ortodontia (RP = 0,58; IC 95% 0,34–0,98) e mais serviços públicos (RP = 1,27; IC 95% 1,05–1,52). Buscaram mais atendimentos de urgência (RP = 2,21; IC 95% 1,53–3,19), ficaram mais tempo sem consultar um dentista (RP = 1,28; IC 95% 1,09–1,50) e autoavaliaram sua saúde bucal como ruim (RP = 1,81; IC 95% 1,48–2,21). Relataram maior dificuldade para comer (RP = 2,06; IC 95% 1,38–3,07) e falar (RP = 2,66; IC 95% 1,31–5,39), vergonha de sorrir (RP = 2,76; IC 95% 2,02–3,77) e maior prevalência de bruxismo (RP = 2,01; IC 95% 1,30–3,11). Conclusão: O estudo detectou fortes associações entre saúde mental e piores condições de saúde bucal nos indicadores analisados, destacando a necessidade de estratégias que integrem saúde mental e bucal no atendimento de pessoas com problemas emocionais.
TAXA DE EXODONTIA DE DENTES PERMANENTES SEGUNDO A CONDIÇÃO DE FLUORETAÇÃO DAS AGUAS EM MS
Pôster
1 UFMS
2 USP
Objetivo. Esta pesquisa analisou todos os procedimentos de exodontia de dentes permanentes em crianças e adolescentes de 5 a 19 anos de idade, segundo a condição de fluoretação das aguas no Estado de Mato Grosso do Sul. Métodos. Foram utilizados dados secundários e públicos dos procedimentos ambulatoriais da atenção primária (SISAB/E-SUS), IBGE (população de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos) e SNIS (fluoretação das aguas). As taxas de exodontias de dentes permanentes por 1000 crianças/adolescentes foram analisadas entre as cidades fluoretadas e não-fluoretadas do Estado. A análise de sensibilidade analisou seis cidades que iniciaram a fluoretação em 2021, pareadas por Índice de desenvolvimento Humano (IDH) e produto interno Bruto (PIB) com outras seis cidades não fluoretadas. Resultados. Foram realizadas 38.047 extrações em 2022 e 43.440 em 2023, sendo que as taxas saltaram de 84,2/1000 para 98,3/1000 em todo o Estado. Entre as cidades não fluoretadas, as taxas saltaram de 92,7/1000 em 2022 para 109,4/1000 em 2023, aumentando 18% entre os anos. Entre as cidades fluoretadas as taxas saltaram de 68,5/1000 para 76/1000 em 2023, aumentando 10% entre os anos. A análise de sensibilidade confirmou os achados. Conclusão. A fluoretação das aguas de abastecimento público, como política pública, deve ser expandida no território nacional, para proteção de extração de dentes permanentes de crianças e adolescentes, em termos absolutos e relativos, no Brasil.
TRAUMAS BUCOMAXILOFACIAIS EM IDOSOS: PREVALÊNCIA, FATORES ASSOCIADOS E TENDÊNCIA TEMPORAL
Pôster
1 UFMA
2 IML-MA
Objetivou-se estimar a tendência temporal da proporção de traumas bucomaxilofaciais (TBMF) por violência e sua relação com a pandemia da COVID-19 em idosos. Laudos de um instituto forense brasileiro foram avaliados. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e os testes Qui-quadrado, Exato de Fisher e regressão de Prais-Winsten para analisar a tendência da série temporal e sua relação com a pandemia (alpha=5%), calculando-se os coeficientes de regressão (Coef) e intervalos de confiança a 95% (IC95%). Dos 115.636 casos, 5.545 (4,8%) eram de idosos. Destes, 700 (12,6%) apresentaram TBMF, 478 (68,3%) eram vítimas de violência, 493 (70,43%) do sexo masculino, 283 (40,5%) moravam com companheiro e 331 (47,2%) eram de cor parda. A região orbitária foi a mais atingida 211 (30,1%). Os casos ocorridos na pandemia foram 158 (22,6%). A frequência de trauma por violência foi maior durante a pandemia (81,6% versus 64,4%). Houve discreta tendência de crescimento da proporção de TBMF por violência (Coef=0.12; IC95%:0.01-0.24; P=0.040), mas esta foi maior a partir da pandemia (Coef=16.28; IC95%:6.81-25.75; P=0.001). A prevalência de TBMF em idosos decorrente de violência é alta, especialmente em homens, com tendência crescente na última década. A pandemia causou aumento desta violência.
USO DA TELECONSULTORIA ODONTOLÓGICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DURANTE A COVID-19
Pôster
1 UFPEL
Objetivo: O presente trabalho foi descrever as atividades de teleconsultoria realizadas entre o serviço de Estomatologia/Patologia Oral, Centro de Diagnóstico das Doenças da Boca (CDDB) da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas (FO/UFPel) e os dentistas atuantes nas Unidades Básicas de Saúde de Pelotas-RS, entre 2020 e 2022. Método: Estudo descritivo que contou com 90 teleconsultorias. Organizou-se um formulário através da plataforma Google®Forms para obtenção dos dados do cirurgião dentista e os dados clínicos do caso consultado, sendo analisadas variáveis sexo, especialidade, UBS de origem, bairro da UBS e Distrito Sanitário para o cirurgião dentista e suspeita diagnóstica, diagnóstico final e o local de resolução para o caso. Resultados: Observou-se que 32 cirurgiões dentistas realizaram teleconsultoria, e destes 90,3% eram do sexo feminino, 51,6% tinham alguma especialidade odontológica e 71,9% atuavam em Unidades no modelo Saúde da Família. Quanto as suspeitas diagnósticas, as desordens potencialmente malignas orais e neoplasias malignas representaram 24,5% das teleconsultorias, e 76,7% dos casos foram encaminhados ao serviço especializado. Conclusão: A teleconsultoria mostrou-se uma ferramenta importante no auxílio do diagnóstico e resolução dos casos da população na Atenção Primária à Saúde, apesar da maioria deles ter resolução no serviço especializado e não na própria unidade de saúde.
USO DE CIGARRO ELETRÔNICO E ALTERAÇÃO MUTAGÊNICA EM CÉLULAS BUCAIS - REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster
1 UFMG
2 Unoeste
Objetivos: Esta revisão sistemática verificou a relação entre uso de cigarro eletrônico (CE) e presença de alterações mutagênicas em células bucais. Métodos: Foi estabelecido o PECO: P-indivíduos com mais de 18 anos; E-cigarro eletrônico; C-não fumantes e cigarro convencional; O-alterações mutagênicas em células bucais. A estratégia de busca utilizou os descritores: Electronic Nicotine Delivery Systems; Vaping; E-Cigarette Vapor; Micronucleus test; Micronucleo, Chromosome-Defective; DNA Damage nas bases de dados Scielo, Embase, Web of Science e PubMed. Os critérios de inclusão foram: pacientes maiores de 18 anos, 1 grupo de usuários de CE, analise das alterações mutagênicas, idioma inglês ou português; os de exclusão foram: revisão de literatura e estudos laboratoriais. Avaliou-se a qualidade dos estudos através da New-Casttle Ottawa Scale e realizou-se a metanálise. Resultados: Localizaram-se 396 estudos, sendo que 83 foram lidos na íntegra. Trinta pesquisas realizaram o estudo com cultura de célula, 5 realizaram o experimento em animais, 1 avaliou a presença de células com MN na saliva, 4 não avaliaram a presença de MN e 18 eram revisão da literatura, sendo ao final, 3 incluídos na revisão sistemática. Verificou-se que usuários de CE apresentaram mais alterações mutagênicas na cavidade bucal quando comparado com não fumantes, entretanto não houve diferença entre o uso de CE e cigarro convencional. Conclusões: Conclui-se que o uso de CE com a presença ou não de nicotina provoca alterações mutagênicas em células bucais semelhantes ao uso do cigarro convencional, e uma maior alteração comparado aos indivíduos não fumantes.
VIGIASD – MÓDULO DIGITAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA PLATAFORMA WEB-BASED GESTBUCALSD
Pôster
1 UFPE
2 FOP-UNICAMP
3 UFRPE
Objetivo: descrever o desenvolvimento tecnológico do módulo digital para levantamento epidemiológico da plataforma web-based GestBucalSD. Métodos: foi realizada pesquisa de desenvolvimento e inovação (P&D&I) a partir de metodologia SCRUM. A arquitetura do módulo ocorreu sob coordenação da scrum master pela articulação do product owner e Time de desenvolvimento baseados em requisitos básicos (outubro/2023-fevereiro/2024). Resultados: o desenvolvimento tecnológico resultou dois formulários digitais diferenciados pelo critério da faixa-etária da população a ser investigada: menores e maiores de 12 anos. Baseou-se em instrumento de pesquisa SBBRASIL 2020, com redução de indicadores enfocando à vigilância local. Após a definição de perguntas, respostas e regras de seleção a programação usou: as linguagens TypeScript e React para o backend e frontend, respectivamente; a estrutura robusta e dinâmica ao banco de dados foi do PostgreSQL, conhecido por suas conexões com diversos sistemas, possibilidade de integração e expansão; e, dinamicidade foi garantida com programação de lógica de seleção, onde, seu aparecimento é dependente de uma ação do usuário. A arquitetura do banco de dados é relacional, o que facilita na construção de dashboards à sistematização dos resultados com uso de PowerBi e Qlik Viwer. Como regra de negócio, o Odontograma não é obrigatório ao inquérito. Conclusões: Os resultados esperados da programação foram alcançados, onde, o protótipo está em fase de testes e ajustes. As manutenções podem ocorrer de acordo com a necessidade do cliente/usuários para fornecer dados que fomentem os usuários, os profissionais, a gestão e a tomada de decisão em Saúde Bucal.
VIGILÂNCIA DA FLUORETAÇÃO DA ÁGUA: OPINIÃO E CONHECIMENTO DE TÉCNICOS MUNICIPAIS EM GOIÁS
Pôster
1 UFG
Objetivo: Investigar a opinião e o conhecimento de técnicos em vigilância da qualidade da água de abastecimento nos municípios do Estado de Goiás acerca da fluoretação. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, incluindo todos os 246 municípios goianos, cujo projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás e da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás. Os dados foram coletados por meio de questionário eletrônico aplicado entre junho/2022 e junho/2023, contendo questões abertas e fechadas pré-testadas. A análise dos dados foi por meio de estatística descritiva. Resultados: Todos os técnicos participaram do estudo e responderam ao questionário (N= 246; taxa de resposta= 100%). A idade variou de 18 a 63 anos, e 50% eram do sexo masculino. Cerca de 2/3 dos respondentes tinham curso superior completo, trabalhavam na área há no máximo cinco anos e eram concursados. A maioria (82,6%) considerou muito importante ou importante a análise do fluoreto. Pouco mais da metade dos técnicos (51,6%) relataram que sabiam a finalidade do fluoreto e dentre estes 64,6% citaram a prevenção da cárie. Menos da metade (40,3%) avaliaram seu nível de capacitação para atuar na vigilância da fluoretação como muito bom ou bom. Conclusões: A importância da análise do fluoreto foi reconhecida pela maioria dos técnicos, mas foram identificadas lacunas no seu conhecimento acerca da finalidade desta substância, além de autoavaliação predominantemente negativa da sua capacitação para a vigilância. Estes resultados indicam a importância de investimentos na formação dos técnicos para esta atividade nos municípios.
VIGILÂNCIA DO TRAUMATISMO DENTÁRIO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL ENTRE 2014 A 2023
Pôster
1 UEPG
2 UESB
Objetivo: Analisar a notificação de traumatismo dentário na Atenção Primária à Saúde (APS) entre as regiões brasileiras e Unidades Federativas (UF) no período de dez anos. Método: O presente estudo utilizou dados secundários extraídos em maio de 2024 sobre a vigilância do traumatismo dentário, por meio do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica, referente aos dados anuais (janeiro a dezembro) entre 2014 a 2023. Os dados populacionais foram extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística por meio da estimativa populacional (2014-2021) e Censo (2022-2023). Foram calculadas as taxas anuais e as variações anual percentuais. Resultados: Em dez anos foram notificados 1.659.903 dentes com trauma, sendo a maior taxa anual de 47,24 por 10.000 habitantes/ano em 2023, e a menor, de 0,08 por 10.000 habitantes/ano, em 2014. As maiores taxas foram notificadas em Tocantins e Santa Catarina, e as menores, foram notificadas em Rondônia e Acre. Dentre as regiões geográficas, as maiores taxas ocorreram no Sul e as menores no Norte entre os anos avaliados. No período analisado, houve aumento percentual da notificação de traumatismo dentário no Brasil, regiões brasileiras e unidades federativas, com exceção do ano de 2020 em que houve redução em comparação a 2019 (-37,9%). Conclusão: Houve uma alta ocorrência e aumento gradual da taxa de notificação de traumatismo dentário na Atenção Primária à Saúde no Brasil, com exceção de 2020. Além disso, ficou evidente as desigualdades entre as Unidades Federativas e as diferentes regiões geográficas do país.
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