Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia da saúde da criança
ANEMIA EM BEBÊS ATENDIDOS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NA CIDADE DE NAMPULA, MOÇABIQUE
Pôster
Gotine, A.R.E.M1, Cardoso, M.A1
1 FSP/USP
Introdução: Em Moçambique, não há informações sobre o uso de suplementos com ferro adotado como estratégia da atenção primária `a saúde infantil. Objetivo: Apresentar resultados preliminares sobre ocorrência de anemia em crianças menores de um ano na cidade de Nampula, região norte de Moçambique. Métodos: Em novembro de 2023, crianças de 6 a 8 meses de idade, atendidas em dois grandes Centros de Saúde, foram recrutadas para este estudo. Após consentimento `a participação, a mãe ou responsável pela criança respondeu a questionário sobre condições sócio-econômicas da família e práticas de aleitamento materno. Amostras de sangue por punção digital foram utilizadas para dosagem de hemoglobina (Hb) em aparelho portátil HemoCue® e teste rápido para malária (First Response® Malária Antigen P.falciparum Card Test). As análises foram realizadas com auxílio do programa Stata 18, p<0,05. Resultados: De 361 crianças recrutadas, 275 foram elegíveis para este estudo (exclusões: 4 recusas, 6 gêmeos, 12 prematuros, 47 com teste positivo para malária, 2 com teste positivo para HIV e 15 bebês com Hb <70,0 g/L). Observou-se média de Hb de 103,4 (desvio-padrão 10,9); frequência de anemia (Hb<110 g/L) foi 70,2% (intervalo com 95% de confiança: 64,7 – 75,6). Todas as crianças estavam em aleitamento materno. Crianças cujas mães tinham 3 ou mais filhos apresentaram maior frequência de anemia (77,0%) quando comparadas `aquelas cujas mães tinham menos de 3 filhos (65,4%). Conclusão: A anemia é um grave problema de saúde pública infantil na atenção primária `a saúde em Nampula.
CAUSAS MAIS FREQUENTES DE ÓBITO EM NEONATOS DE MÃES ADOLESCENTES
Pôster
PINTO, N.R.1, NUNES, V.G.A.2, SILVA, A. M. M.3, SANTOS, J. M. S.3, OLIVEIRA, K. N.R.3, FERREIRA, A. J. F.4, GOES, E. F.4, RAMOS, D. O.3
1 Instituto de Saúde Coletiva/Universidade Federal da Bahia
2 Escola de Enfermagem/Universidade Federal da Bahia.
3 Instituto de Saúde Coletiva/Universidade Federal da Bahia.
4 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (FIOCRUZ).
Objetivos: Descrever as cinco principais causas de óbitos entre os neonatos de mães adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 19 anos e analisar a distribuição por região e raça/cor. Métodos: Estudo descritivo quantitativo, de corte transversal, desenvolvido com dados secundários extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS), referentes ao ano de 2022. Calculou-se o indicador de mortalidade proporcional por causa entre os óbitos neonatais Resultados: As cinco principais causas de óbito entre neonatos de mães adolescentes foram: septicemia bacteriana 11,24%(361), desconforto respiratório 9,69%(311), transtornos relacionados com a gestação de curta duração e baixo peso 8,72%(280), feto e recém-nascidos afetados por afecções maternas 8,35%(268) e feto e recém-nascido afetados por complicações da placenta, do cordão umbilical e das membranas 5,45%(175). Quanto à distribuição, estes aconteceram de maneira distinta de acordo com os grupos raciais, sendo as mães adolescentes negras as mais atingidas. Em relação à distribuição por regiões, o Nordeste apresentou maior proporção em todas as causas, com exceção dos óbitos por complicações da placenta, do cordão umbilical e das membranas (maior ocorrência no Sudeste 33,14%). Conclusões: Foi possível identificar que os neonatos, cujas mães são adolescentes negras e nordestinas estão mais vulneráveis à ocorrência de óbitos em razão das cinco principais causas analisadas. Os resultados explanam como as desigualdades atravessam a vida das mães adolescentes produzindo contextos desfavoráveis para a saúde e evoluindo para desfechos de óbito por causas que em sua maioria são evitáveis.
COBERTURA VACINAL DE TETRAVALENTE/PENTAVALENTE EM MENORES DE UM ANO, RIO DE JANEIRO.
Pôster
Dutra, V.G.P1, Bertelli, E.V.M2, Guimarães, R.M3, Durão, G.P1, De Carvalho, B.M1
1 IDOMED/UNESA
2 UERR
3 ENSP/FIOCRUZ
Objetivo: analisar a tendência temporal da cobertura da vacina tetravalente/ pentavalente nas 10 Áreas Programáticas do município do Rio de Janeiro (MRJ), entre 2008 e 2022. Métodos: trata-se de um estudo ecológico de série temporal, sobre dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, disponibilizados no TABNET RIO; foram utilizados modelos de regressão por pontos de inflexão (joinpoint regression analysis) baseados no método de permutação de Monte Carlo, com nível de significância de 5%. Resultados: Para o MRJ, a tendência temporal, no modelo de regressão de cobertura de tetravalente/pentavalente, revelou-se negativa e significante, no segundo período, de 2017 a 2022 (APC = -8,7; IC95% -27,08;-1,97), de 106,0% (2017) para 66,0% (2022). Com exceção das APs 5.2 e 5.3, todas as áreas programáticas apresentaram redução significativa na cobertura a partir do segundo período de 2017 a 2022. A AP 2.2 apresentou tendência temporal de queda e significante da cobertura vacinal em todo o período (APC= -5,8; IC95% -8,53;-3,08).
Conclusão: houve tendência de queda da cobertura vacinal de tetravalente/ pentavalente no município do Rio de Janeiro e em todas as áreas programáticas da cidade. Observou-se que essa redução foi maior no período entre 2017 a 2020, o que coincide com a retração da cobertura de Estratégia Saúde da Família, a partir de um plano de reestruturação do número de equipes, além do aumento da cobertura populacional.
COVID-19 E HOSPITALIZAÇÃO PEDIÁTRICA: ANÁLISE DA RESPOSTA MUNICIPAL NO BRASIL
Pôster
Rocha, C.V.1, Moraes, J.R.1, Moreira, J.P.L.1
1 UFF
Objetivos: Analisar a mortalidade hospitalar por covid-19 na população pediátrica (0 a 19 anos) em municípios que admitiram pacientes durante o período de 2020 a 2021. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico. Os municípios foram classificados em regiões de influência das cidades (IBGE) que hierarquiza e relaciona os municípios brasileiros em metrópole, capital regional, centro sub-regional, centro de zona e centro local. Foi calculada a mortalidade hospitalar (%) por covid-19 dos residentes e não residentes no município de hospitalização, segundo as regiões de influência. Resultados: A análise revelou que a mortalidade hospitalar por covid-19 na população pediátrica foi significativamente maior entre os não residentes no município de hospitalização em todas as regiões de influência avaliadas. A mortalidade geral foi de 9,8% entre os não residentes, em comparação com 5,9% entre os residentes. Nas metrópoles, a mortalidade hospitalar foi de 8,9% para não residentes e 5,8% para residentes. Nos centros sub-regionais, a mortalidade dos não residentes foi de 11,7%, enquanto a dos residentes foi de 5,0%. Nos centros de zona, a diferença foi ainda mais marcante, com uma mortalidade de 12,4% entre os não residentes e 5,0% entre os residentes. Conclusões: Este estudo revela uma disparidade significativa na mortalidade hospitalar por COVID-19 entre pacientes pediátricos residentes e não residentes dos municípios de hospitalização. Esses achados sugerem que a distância entre o município de residência e o município de hospitalização pode dificultar o acesso aos serviços hospitalares, contribuindo para desfechos mais desfavoráveis entre os não residentes, em uma doença de rápido agravamento.
DETERMINANTES DA PREMATURIDADE NO ESTADO DA BAHIA NOS ANOS DE 2016 A 2020
Pôster
CASTELLANOS, M. C. P.1, ANDRADE, A. C. S.2, DONATO, T. A. A1, BEZERRA, V. M1
1 Universidade Federal da Bahia (UFBA)
2 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Objetivo: identificar os possíveis determinantes da prematuridade no estado da Bahia no período de 2016 a 2020. Método: trata-se de um estudo coorte retrospectivo com todos os nascidos vivos (n=1.009.144) da Bahia notificados ao Sistema de Informações sobre nascidos vivos (SINASC) nos anos 2016 a 2020. A prematuridade foi definida como parto ocorrido em menos de 37 semanas de gestação. Foram testadas variáveis sociodemográficas, obstétricas e de assistência à saúde como explicativas. A análise parcial incluiu o teste qui-quadrado e regressão logística, sendo adotado p≤0,05 como significativo. Resultados: A incidência de prematuridade foi de 10,9% (IC95%:10,9-11,0) Foram identificados como fatores de risco para prematuridade: mães adolescentes (OR=1,32 IC95%: 1,30-1,35) e acima de 35 anos (OR=1,28 IC95%:1,25-1,30), baixa escolaridade de 0 a 7 anos de estudo (OR=1,24 IC95%: 1,21-1,27), início do pré-natal tardio (OR=1,15 IC95%: 1,13-1,17), ter tido um ou mais filhos mortos (OR=1,08 IC95%: 1,06-1,10 e OR=1,4, IC95%: 1,33-1,41 respectivamente) e aquelas com dois ou mais partos normais anteriores (OR=1,11 IC95%:1,09-1,13). Por outro lado, mães com uma cesariana anterior apresentaram um fator protetor (OR=0,88 IC95%:0,86-0,89). Conclusão: A prematuridade foi influenciada por variáveis sociodemográficas, obstétricas e de assistência. A identificação precoce dos fatores de risco pode contribuir para prevenir e melhorar a saúde e o bem-estar das mães e dos bebês, por meio de políticas de saúde pública assertivas e direcionadas a esse público considerando todo o contexto em que ele está inserido.
DISPARIDADES REGIONAIS NA TAXA DE LETALIDADE POR ESPINHA BÍFIDA NO BRASIL (2012-2022)
Pôster
DIAS, T. F1, FIDELES, P. E.1, FREITAS, A. C.1, OLIVEIRA, V. D.1
1 UFJF-GV
Objetivo: Comparar a taxa de letalidade (TL) por espinha bífida (EB) em menores de um ano, entre 2012 e 2022, por região no Brasil. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, ecológico, com comparação das médias da TL por EB em menores de um ano, por região do Brasil, de janeiro de 2012 a dezembro de 2022. Foram extraídos dados referentes ao número de nascidos vivos com a anomalia do Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos (SINASC/SUS) e o número de óbitos por EB do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). As médias das TL foram calculadas e comparadas nos softwares Microsoft Excel 2016 e JASP 0.16.4.0. Resultados: Foram registrados 760 óbitos totais e a média da TL nacional foi de 1,07 para cada 10 nascidos vivos com EB. A maior média da TL foi registrada na região Centro-Oeste (1,92), seguida pelas regiões Norte (1,65) e Nordeste (1,45). Já as regiões Sul (0,83) e Sudeste (0,71) apresentaram as menores. O teste ANOVA evidenciou diferença estatisticamente significativa entre as TL de cada região. Conclusões: As médias das TL por EB mostram-se expressivas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste quando comparadas ao Sul e Sudeste. Isso pode estar relacionado à discrepância entre as regiões em relação à qualidade dos serviços de saúde e aos fatores socioeconômicos. Portanto, ressalta-se a importância de assegurar o amplo acesso à assistência à saúde e melhores condições de tratamento à EB, para minimizar a incidência e melhorar o prognóstico.
FATORES ASSOCIADOS A PREMATURIDADE E AO BAIXO PESO AO NASCER EM NEONATOS DE ADOLESCENTES
Pôster
NUNES, V.G.A.1, RAMOS, D. O.2, FERREIRA, A. J. F.3, GOES, E. F.4, PINTO, N. R.2
1 Escola de Enfermagem, UFBA
2 Instituto de Saúde Coletiva, UFBA
3 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde- CIDACS Fiocruz Ba
4 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde - CIDACS Fiocruz Ba
Objetivo: Investigar a ocorrência e os fatores associados a prematuridade e ao baixo peso ao nascer em neonatos de mães adolescentes na Coorte de 100 Milhões de Brasileiros. Métodos:
Estudo de coorte, da linha de base Coorte100M. Foram selecionadas para o estudo, meninas ou adolescentes que entraram na coorte com idade menor que 19 anos, e apresentaram desfecho de gravidez na adolescência no período de janeiro de 2001 a agosto de 2015. Foram calculadas as prevalências de prematuridade e baixo peso ao nascer entre os
neonatos de mães adolescentes, e aplicado o teste qui-quadrado para analisar a associação entre as características socioeconômicas e de acesso ao pré-natal, em relação aos desfechos
perinatais supracitados. Resultados: A prevalência de prematuridade foi de 5,05% e a prevalência de BPN foi de 7,93%. A maioria dos recém-nascidos prematuros estão
classificados em moderado a tardio, são filhos de mães adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 14 anos, casadas ou em união estável, sem atraso escolar e com assistência pré-natal
inadequada. A maioria dos recém-nascidos com baixo peso ao nascer estão classificados em Baixo Peso ao Nascer, são filhos de mães adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 14 anos,
pretas, pardas e indígenas, com assistência pré-natal inadequada. Conclusão: Os resultados obtidos, condizem com os achados da literatura, que associam a prevalência de prematuridade
e BPN às mães adolescentes em idade precoce, sem assistência pré-natal adequada e de raça- cor indígena, preta ou parda.
INTERNAÇÕES EM MENORES DE 1 ANO, RORAIMA, 2010 A 2023
Pôster
Dutra, V.G.p1, Bertelli, E.V.M2, Guimarães, R.M3
1 IDOMED/UNESA
2 UERR
3 ENSP/FIOCRUZ
Objetivo: analisar as internações por condições sensíveis a atenção primária (ICSAP), em menores de 1 ano no estado de Roraima. Métodos: estudo ecológico de série temporal, com dados de causa de internações do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, de 2010 a 2023. Foram realizadas a padronização das taxas por idade através do método direto e a análise estatística por meio de regressão linear segmentada (joinpoint regression). Resultados: Das causas de internações, a Pneumonia Bacteriana foi responsável por 32% das internações do período, as gastroenterites infecciosas e suas complicações causaram 23,2% dos casos de ICSAP e doenças pulmonares, 11,9%. Na análise de regressão, o primeiro segmento (janeiro/2010 a março/2012) apresentou queda de -2,90% das ICSAP ao mês, (IC95%: -7,75; -0,64); o segundo período ocorreu entre os meses de março/2012 e setembro/2019, com crescimento mensal de 1,83% das ICSAP (IC95%:1,47; 2,42). O próximo segmento da série temporal ocorreu entre setembro/2019 a maio/2020, com novo comportamento de declínio com 9,90% ao mês (IC95%:-30,59; -0,80). O último período de análise apresentou comportamento de crescimento das internações numa velocidade de 2,61% ao mês entre maio/2020 e Julho/2023, (IC95%:1,33; 5,32). Conclusão: Há uma tendência de aumento nas ICSAP em menores de 1 ano, sendo a pneumonia bacteriana a principal causa.
INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS REMOTAS: EFICÁCIA EM ANSIEDADE E DEPRESSÃO - UMA META-ANÁLISE
Pôster
Duque-Cartagena, T1, Oliveira, P2, Donati, N2, Machado, P3, Mundstock, E4, Dalla, MDB5, Kazutoshi, D2, Mattiello, R1
1 UFRGS
2 PUCRS
3 UNISINUS
4 Universidade Leonardo da Vinci
5 HUCAM/UFES
Objetivo: Analisar a eficácia das intervenções psicológicas realizadas remotamente em pacientes que apresentam sintomas de ansiedade e depressão.
Métodos: A estratégia PICOS foi definida da seguinte forma: (P) pacientes com diagnóstico de ansiedade e/ou depressão, de ambos os sexos e com idade superior a cinco anos; (I): diferentes modelos de terapia psicológica remota; (C): terapia psicológica administrada presencialmente; (O): impacto da terapia remota no tratamento de sintomas de ansiedade e depressão; e (S): ensaios clínicos randomizados. Foram incluídos estudos das seguintes bases de dados: COCHRANE CENTRAL, MEDLINE, CINAHL, LILACS, EMBASE, PsycINFO, Web of Science, SciELO, SCOPUS e literatura cinzenta desde o início até março de 2024. A meta-análise foi conduzida utilizando o modelo de efeitos aleatórios. A diferença média padronizada (DMP), com intervalo de confiança de 95% (IC95%), de foi utilizada para estimar o efeito.
Resultados: Foram identificados 5,504 estudos. Após a avaliação dos critérios de elegibilidade, seis foram incluídos no estudo. Esses incluíram 158 indivíduos de ambos os sexos. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre a intervenção psicológica remota e a presencial para sintomas de depressão (DMP -0,10 [IC 95% -0,57, 0,37; I2: 77%]) e ansiedade (DMP -0,06 [IC 95% -0,34, 0,21; I2: 0%]).
Conclusão: Este estudo sugere que as terapias psicológicas remotas têm eficácia semelhante à terapia presencial para o controle de sintomas de depressão e ansiedade.
MORTALIDADE NA INFÂNCIA POR CAUSAS EVITÁVEIS NO BRASIL DE 2002 A 2022
Pôster
SILVA, E.N.G1, SILVA, R.A1, RIBEIRO, A.D.N1, SILVESTRE, G.C.S.B1, ROCHA, R.P.S1, MOURA, S.V1, FARIA, N.F1
1 UNEMAT
Introdução: A mortalidade em crianças menores de cinco anos é um importante indicador de saúde e condições de vida de uma população. Objetivos: Analisar a mortalidade por causas evitáveis através da imunização de crianças menores de 05 anos, no Brasil, entre os anos de 2002 e 2022. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) de óbitos evitáveis por ações de imunização no Brasil. A coleta das informações ocorreu no mês abril de 2024. As variáveis foram analisadas no programa Microsoft Office Excel 2010 a partir de estatísticas descritas utilizando frequência relativa (%) e absoluta (n), sendo elas: sexo, raça/cor, faixa etária e região do país. Resultados: Foram notificados 1.234 óbitos por causas evitáveis através da imunização em crianças na primeira infância. A coqueluche foi a doença que causou mais morte entre as crianças (48%), seguida da Tuberculose do sistema nervoso (13%). Os anos de 2012 (9,2%), 2013 (9,1%) e 2014 (13,3) cumulam período de maiores notificações de mortalidade. Das crianças que vieram a óbito, (51%) eram do sexo feminino, (40,8%) eram pretas/pardas e 65% tinham entre 28 dias a menor de um ano de idade e 20% tinham entre um ano quatro anos. A região o Sudeste (34%) seguido do Nordeste (29%) possuem maior prevalência. Conclusões: As características e predominância da mortalidade evitável evidenciam as diferenças sanitárias nas regiões, além de indicar fragilidade na assistência, apresentando uma população vulnerável a letalidade.
PREDITORES DO TEMPO DE MORTE PARA CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS EM MOÇAMBIQUE
Pôster
Xavier, S.P1, Victor, A2, Gotine, A.R.M2, Rondó, P.H2, da Silva, A.M.C1
1 UFMT
2 USP
Introdução: A mortalidade infantil (U5M) é um indicador crucial para avaliar o estado geral de saúde de uma população. Moçambique enfrenta desafios nessa área, e compreender os fatores de risco é essencial para desenvolver intervenções eficazes. Este estudo teve como objetivo analisar a sobrevivência geral da mortalidade infantil e seus preditores em Moçambique.
Métodos: O estudo utilizou dados das Pesquisas Demográficas e de Saúde de Moçambique de 2011 e 2022/23. Modelos de regressão de Cox e Kaplan-Meier foram aplicados para determinar o tempo de sobrevivência e identificar preditores de morte.
Resultados: Em 2011, a taxa de U5M era de 7,3%, e 5.9% antes do primeiro ano de vida. Em 2022/23, essas taxas diminuíram para 4,8% e 4,0%, respectivamente. Observou-se uma redução significativa no risco de morte entre crianças do sexo feminino e aquelas cujas mães possuíam ensino secundário ou superior. Além disso, o risco foi menor em crianças nascidas como o segundo a quarto filho, bem como naquelas que viviam em domicílios com 5 ou mais membros. Por outro lado, o risco de morte foi maior em crianças cujas mães tinham menos de 20 anos no primeiro parto, que tinham baixo peso ao nascer, nascidas muito prematuras e aquelas nascidas em casa, no setor privado ou outros locais.
Conclusão: Os achados destacam a importância de promover a educação materna e melhorar os serviços de saúde em Moçambique para reduzir as taxas de U5M. Investir na educação materna e no cuidado pré-natal e obstétrico é crucial para aumentar a sobrevivência infantil.
TAXAS DE NEAR MISS NEONATAL (NMN) NO ESTADO DA BAHIA, BRASIL E OS SEUS DETERMINANTES
Pôster
NERY, D. P1, ANDRADE, A. C. S.2, BEZERRA, V. M1, CASTELLANOS, M. C. P.1
1 Universidade Federal da Bahia (UFBA)
2 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
O objetivo do estudo foi estimar as taxas de Near Miss Neonatal (NMN) no estado da Bahia, Brasil e os seus determinantes. Trata-se de uma coorte retrospectiva de nascidos vivos (NV), n=1.821.384, identificados com dados SINASC de 2012 a 2020. Os critérios para definir o NMN foram idade gestacional < 32 semanas, peso ao nascer < 1.500 gramas, Ápgar < 7 no quinto minuto e malformação congênita. Modelos de regressão logística foram ajustados para analisar a associação de variáveis sociodemográficas, obstétricas, do parto e da assistência à saúde ao NMN, valores de p≤0,05 foram considerados como significativo. Entre os NV estudados, 55.285 apresentaram pelo menos um dos critérios de NMN (3,0%; IC95%: 3,01-3,06), Foram identificados como fatores de risco para o NMN: sexo do recém-nascido (masculino); idade materna (10 a 19 anos e 35 anos ou mais); baixa escolaridade materna; não ter companheiro; ter uma ou mais perdas fetais/abortos; gravidez múltipla; ter realizado menos de 6 consultas de pré-natal; não ter parto induzido; ter parto cesáreo e apresentação fetal não cefálica. Já os fatores de proteção ao NMN foram ser primípara, ter tido um ou mais partos normais ou cesáreos anteriores. Os determinantes sociais para o NMN no presente estudo perpassaram por fatores sociodemográficos, gestacionais, do parto e do nascimento. O enfrentamento a esse evento complexo precisa incluir desde o rompimento de disparidades sociais até um sistema de saúde forte, que responda às chamadas ao tratamento e reabilitação, mas que trabalhe consistentemente ações de promoção e prevenção em saúde materno-infantil.
A PREVALÊNCIA DE ALEITAMENTO MATERNO CONTINUADO EM CRIANÇAS DE POPULAÇÕES ORIGINÁRIAS
Pôster
Santos, K.L.P1, Silva, D.S1, Lobato, J.C.P2
1 UFPA
2 UFF
OBJETIVO: Descrever a prevalência de aleitamento materno continuado em crianças de populações originárias cadastradas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN).
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico descritivo, na qual foram coletados dados dos relatórios públicos do SISVAN. Foi selecionada a opção aleitamento materno continuado (AMC) de crianças de 6 a 23 meses da raça/cor indígena, para o Brasil. Foi calculada a prevalência de aleitamento materno continuado para os anos de 2019 a 2023.
RESULTADOS: A prevalência de AMC variou de 48% em 2021 a 72% em 2022. Destaca-se que o número de crianças indígenas acompanhadas aumentou de 504 em 2019 para 1089 em 2023.
CONCLUSÃO: A menor prevalência de AMC foi observada durante a pandemia de COVID-19. O aumento do número de crianças acompanhadas pode refletir a melhoria das ações de cuidado e saúde dessa população. No entanto, observa-se que ainda há lacunas no sistema de informação, que não abrange, de modo eficaz, a parcela étnica indígena, complicando a elaboração do perfil epidemiológico e gerando obstáculos para a organização de medidas voltadas para o cuidado da saúde dos povos originários acerca do aleitamento materno. Ressalta-se que a prevalência de AMC observada pode, ainda, refletir o impacto da globalização na cultura local. Dessa forma, há a necessidade de harmonizar tradições ancestrais com saberes médicos modernos a fim de manter o AMC.
ACHADOS ELETROFISIOLÓGICOS DO LIMIAR AUDITIVO EM CRIANÇAS DE 0 A 12 ANOS NO ACRE
Pôster
Silva, J. N1, Torres, L. R. L1, Passos, K. G1, Andrade, A. M1
1 UFAC
Objetivo: Identificar a frequência de alterações nos limiares eletrofisiológicos, do exame de potencial evocado auditivo do tronco encefálico (PEATE) na avaliação por frequência específica, com estímulo tony burts. Métodos: Estudo descritivo, longitudinal e quantitativo, do qual participaram 300 crianças, com idades de 0 a 12 anos, atendidas no Programa de Saúde Auditiva do Estado do Acre. Foram analisados os prontuários dos participantes da pesquisa, que passaram pelo exame de PEATE, para avaliar uma possível alteração na acuidade auditiva. Os dados comparativos foram tabulados e analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: O universo de participantes selecionados de acordo com os critérios de elegibilidade foi de 208 meninos e 92 meninas. De acordo com a avaliação do limiar eletrofisiológico a frequência de alterações foi maior no sexo feminino, em ambas as orelhas, sendo 5,4% na orelha direita e 4,3% na esquerda, enquanto os meninos tiveram 3,8% de alterações bilateralmente, sem diferença estatisticamente significante. Em relação a idade, as alterações do limiar eletrofisiológico, apresentaram maior frequência na faixa etária de 1 ano e 1 mês a 6 anos de idade. Conclusão: O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) é um teste de curta latência, objetivo e não invasivo, que gera respostas bioelétricas resultantes da ativação sucessiva da cóclea e das fibras nervosas dessa via. No universo de 300 crianças avaliadas, apenas 9,2% apresentaram alterações do limiar eletrofisiológico da orelha direita e 8,1% na esquerda.
ALEITAMENTO MATERNO CONTINUADO: PREVALÊNCIA E CAUSAS PARA DESMAME EM MENORES DE DOIS ANOS
Pôster
Silva, M. D. B.1, Silva, N. A.2, Santos, I. M. M.3
1 IFF/FIOCRUZ
2 HUPE/UERJ
3 EEAP/UNIRIO
Objetivos
Estimar a prevalência de aleitamento materno continuado (AMC) no segundo ano de vida de crianças que foram amamentadas exclusivamente nos primeiros seis meses e descrever as causas da interrupção do aleitamento materno antes dos dois anos de vida dessas crianças.
Métodos
Análise transversal de um estudo de coorte prospectiva, com 1003 crianças na linha de base, realizada no Instituto Fernandes Figueira (IFF) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), localizado no Rio de Janeiro. A coleta foi realizada no segundo ano de vida de 122 crianças (amostra com crianças que foram amamentadas exclusivamente nos primeiros seis meses) através de contato telefônico com as respectivas mães e os dados analisados descritivamente no software R.
Resultados
A prevalência de aleitamento materno continuado nas crianças que foram amamentadas exclusivamente por seis meses foi 59% e entre as 1003 crianças da coorte foi 7.3%. Dentre as principais razões para interromper o AMC, o motivo mais citado foi a recusa da criança ao seio. Um terço das mães interrompeu o aleitamento materno devido ao cansaço e retorno ao trabalho.
Conclusões
Este estudo revela que os determinantes para manutenção do aleitamento materno por dois anos ou mais podem ser diferentes daqueles que permeiam as práticas do aleitamento materno exclusivo e que a prática de aleitamento materno esta condicionada ao tempo, onde o alcance das metas iniciais de amamentação podem predizer maior duração e continuidade desta prática.
AMAMENTAÇÃO NA PRIMEIRA HORA DE VIDA NA AMÉRICA LATINA E CARIBE: O PAPEL DO PARTO VAGINAL
Pôster
Brito, S.W.F.1, Alves, R.F.S.2, Santos, M.O.A.1, Boccolini, C.S.3
1 ENSP/FIOCRUZ
2 CEEE/FGV
3 ICICT/FIOCRUZ
Objetivo: Investigar a associação entre aleitamento materno na primeira hora de vida e parto vaginal em oito países da América Latina e Caribe. Métodos: Estudo seccional com dados secundários das Pesquisas de Demografia e Saúde (Demographic and Health Surveys - DHS), conduzida em países da América Latina e Caribe entre os anos de 2008 e 2017: Bolívia (2008), Colômbia (2010), Guatemala (2015), Guiana (2009), Haiti (2017), Honduras (2012), Peru (2012) e República Dominicana (2013). Foram incluídas nas análises crianças até 24 meses e suas respectivas mães. Modelos de regressão logística foram usados para estimar a associação entre o parto vaginal e a amamentação na primeira hora de vida, ajustado para características sociodemográficas, maternas e da criança. Resultados: A prevalência média de amamentação na primeira hora de vida foi 57,2%, variando de 43,2% na República Dominicana a 63,8% em Honduras. O parto vaginal foi associado a maiores chances de amamentação na primeira hora de vida em comparação a cesariana (OR [IC95%], variou de 2,3 [1,7-3,1] a 22,5 [16,5-30,4] no modelo ajustado). Em todos os países, a prevalência da amamentação na primeira hora de vida ficou abaixo da meta global estabelecida. Contudo, em metade dos países, a meta foi alcançada no grupo de mulheres que tiveram parto vaginal. Conclusão: O parto vaginal contribui para a maior prática de aleitamento materno na primeira hora de vida. Capacitar profissionais de saúde e criar estratégias hospitalares adequadas são fundamentais para o incentivo do parto vaginal e início da amamentação na primeira hora após o parto.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE INTERNAÇÕES PEDIÁTRICAS POR AFECÇÕES PERINATAIS NO TOCANTINS
Pôster
FRANÇA, M. E. F.1, MATOS, V. A.1, SOUZA, A. S.1, BONATTO, M. E. A.1, SILVA, L. S.1, TELLES, R. P. R. B. G.1, SOUZA, R. V. P.1, SANTOS, L.1
1 UNITINS
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico das internações de crianças de 0-4 anos por afecções originadas no período perinatal, no Tocantins, de 2019 a 2023. Métodos: Trata-se de uma pesquisa epidemiológica descritiva e do tipo ecológica. Os dados foram coletados por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil. Foram incluídos todos os casos de internação de crianças de 0-4 anos por afecções originadas no período perinatal no Tocantins, de modo a abranger o seguinte período: 2019 a 2023. Para as análises foram calculadas as frequências relativas e as absolutas, por meio do Software Microsoft Excel 2019. Resultados: De 2019 a 2023 foram registradas 14.614 internações de crianças de 0-4 anos por afecções originadas no período perinatal no Tocantins. Observou-se crescimento no número de internações, visto que em 2023 houve a maior quantidade de registros (n = 3.515) no período analisado. As principais causas de internação foram: crescimento fetal retardado e desnutrição fetal/transtornos relacionados com a gestação de curta duração e baixo peso ao nascer (26,20%); outras afecções respiratórias originadas no período perinatal (23,70%); doenças infecciosas e parasitárias congênitas (10%); e outras afecções (30,60%). Conclusão: Os dados evidenciam uma tendência crescente nas internações de crianças de 0-4 anos por afecções originadas no período perinatal no estado do Tocantins. As principais causas de internação foram crescimento fetal retardado e desnutrição fetal/transtornos relacionados com a gestação de curta duração e baixo peso ao nascer e outras afecções respiratórias originadas no período.
ANÁLISE TEMPORAL DA MORTALIDADE POR CAUSAS EVITÁVEIS NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE VIDA
Pôster
SILVA, A.B.S.1, COSTA, L.C.2, FRIAS, P.G.3, ARAÚJO, A.C.M4, BONFIM, C.V.5
1 Fiocruz-PE
2 Unicamp
3 IMIP
4 PNI-MS
5 FUNDAJ
Objetivo: analisar o padrão temporal e estimar as taxas de mortalidade nas primeiras 24 horas de vida e por causas evitáveis no estado de Pernambuco no período de 2000 a 2021. Método: Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, tendo como unidade de análise o trimestre. A fonte de dados foi constituída pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade e pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. A modelagem da série temporal foi conduzida segundo o Modelo Autorregressivo Integrado de Médias Móveis. Resultados: foram registrados 14.462 óbitos nas primeiras 24 horas de vida, sendo 11.110 (76,8%) por causas evitáveis. Os modelos foram bem ajustados para ambas as séries. O teste de Ljung-Box mostrou que não houve indícios de associação entre os resíduos para nenhuma das séries, visto que os valores-p para todas as defasagens testadas foram não significativos. Observa-se para os forecasts que a taxa de mortalidade nas primeiras 24 horas de vida variou de 3,3 a 2,4 por 1.000 nascidos vivos, e a taxa de mortalidade por causas evitáveis variou de 2,3 a 1,8 por 1.000 nascidos vivos. Conclusão: a previsão sugeriu avanços na redução da mortalidade nas primeiras 24 horas de vida no estado e por causas evitáveis. Os modelos ARIMA apresentaram estimativas satisfatórias para as taxas de mortalidade e por causas evitáveis nas primeiras 24 horas de vida. A incorporação do método ARIMA na análise de mortes infantis, e por componentes, se apresenta como mais um dispositivo de planejamento de intervenções na gestão em saúde.
ANOMALIA CONGÊNITA:RELAÇÃO COM ESCOLARIDADE E IDADE MATERNA CONFORME DESENVOLVIMENTO LOCAL
Pôster
Anele, C. R.1, Goldani, M. Z.2, Schüler-Faccini, L.3, da Silva, C. H.2
1 Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Serviço de Nutrição e Dietética, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
2 Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Serviço de Pediatria e Atenção Primária à Saúde, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
3 Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Instituto Nacional de Genética Médica Populacional (INAGEMP), Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de Po
Objetivo: Investigar a prevalência de AC e a sua relação com escolaridade e idade materna de acordo com o desenvolvimento local. Metodologia: Estudo retrospectivo com dados de nascimentos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos no período de 2000-2017. A prevalência de casos de AC foi avaliada usando um modelo de regressão de Poisson com termo quadrático para melhor ajuste, em vez de linearidade pelo Critério Bayesiano. A associação entre idade e escolaridade materna com a presença de AC foi verificada por meio de regressão múltipla de Poisson para variâncias robustas em três modelos ajustados. Foram utilizados os softwares IBM SPSS Statistics (18.0) e R-studio (4.1) respectivamente. O projeto foi aprovado pelos CEP do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e da Secretaria Municipal de Saúde, respectivamente, protocolos 2.940.235 e 3.153.671. Resultados: Um total de 5.131 crianças (1,5%) tiveram alguma AC identificada ao nascer entre 2000-2017. Apenas a idade avançada (≥36 anos) esteve associada à AC independentemente do desenvolvimento da macrorregião (p≤ 0,001). O maior risco foi observado em regiões com desenvolvimento médio (RR= 1,60; IC95% 1,30–1,97). A escolaridade materna (<8 anos de estudo) esteve associada à AC apenas em mães de macrorregiões com desenvolvimento muito elevado (RR= 1,27; IC95% 1,03–1,54). Conclusão: Estas análises confirmaram que as mulheres em idade avançada correm maior risco de ter filhos com AC independentemente da escolaridade materna e do desenvolvimento local, mas as características sociais também podem influenciar, uma vez que regiões com maior desenvolvimento apresentaram menor prevalência de AC.
ASSOCIAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS DA MÃE E DO BEBÊ E A MACROSSOMIA NO ESTADO DA BAHIA
Pôster
MEDEIROS, G. S.1, MOREIRA, J. P. L.1, MORAES, J. R.1
1 UFF
Objetivos: Avaliar a associação entre as características maternas e dos recém-nascidos com o desfecho de macrossomia fetal no Estado da Bahia, durante o ano de 2020. Métodos: Trata-se de um estudo de natureza transversal, com os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). A partir do modelo de regressão log-linear de Poisson com variância robusta, foram obtidas razões de prevalência (RP) ajustadas de macrossomia e seus intervalos de 95% de confiança. Resultados: A prevalência de macrossomia foi maior entre bebês nascidos de mães com idade mais avançada (RP = 1,138; p-valor<0,001), não brancas (RP = 1,152; p-valor=0,002), que viviam sem companheiro (RP =1,057; p-valor=0,018), e entre bebês pós-termo (RP= 1,408; p-valor<0,001) e do sexo masculino (RP= 1,675; p-valor<0,001). Observou-se ainda menor prevalência de macrossomia entre bebês de mulheres com nenhuma gestação anterior (RP = 0,613; p-valor<0,001), com ensino superior completo (RP=0,717; p-valor<0,001), nascidos por parto vaginal (RP= 0,487; p-valor<0,001) e com apresentação pélvica ou transversa (RP = 0,663; p-valor<0,001). Conclusões: A partir destes achados, conclui-se sobre a necessidade de desenvolver ações voltadas para a redução da macrossomia fetal no estado da Bahia, entre as quais pode-se citar maiores investimentos em assistência pré-natal priorizando mulheres com idade mais avançada, com gestações pós-termo e de bebês do sexo masculino, não brancas e menos escolarizadas.
ASSOCIAÇÃO ENTRE INSEGURANÇA ALIMENTAR E ANEMIA EM CRIANÇAS BRASILEIRAS ENTRE 6 E 59 MESES
Pôster
Da Silva, L. R.1, Normando, P.1, Schincaglia, R. M.2, FARIAS, D. R.1, Castro, I. R. R. de3, Alves-Santos, N. H.4, Kac, G.1
1 UFRJ
2 UFG
3 UERJ
4 UFPA
Objetivo: Avaliar a associação entre a insegurança alimentar (IA) e a presença de anemia em crianças brasileiras entre 6 e 59 meses de idade. Métodos: Foram utilizados dados de 6.020 crianças pesquisadas pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), um inquérito populacional de base domiciliar realizado em 123 municípios. A IA foi avaliada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e a anemia foi definida como hemoglobina <11g/dL. Foram calculadas estimativas de prevalência, p-tendência, razão de prevalência e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Um modelo de regressão Quasi-Poisson foi realizado para avaliar a associação entre IA e anemia. Diferenças estatisticamente significativas foram consideradas na ausência de sobreposição de IC95% e quando o p-tendência foi <0,05. Resultados: Mais de 50% da população tinha renda per capita <0,5 salários-mínimos. IA leve, moderada e grave estavam presentes em 37,7%, 6,2% e 4,2% dos domicílios, respectivamente. A prevalência de anemia foi 9,8% para crianças entre 6 e 59 meses e maior naquelas com IA grave (17,3%, IC95%: 9,7-24,8) quando comparadas com IA moderada (12,7%, IC95%: 7,2-18,2), IA leve (10,2%, IC95%: 8,0-12,4) e em segurança alimentar (SA) (8,6%; IC95%: 6,5-10,6) (p-tendência <0,001). Crianças em IA grave apresentaram prevalência 84% (RP:1,84; IC95%: 1,13-2,99) maior de anemia comparadas àquelas em SA. Conclusão: Quarenta e oito porcento dos domicílios pesquisados pelo ENANI-2019 estavam em situação de IA. Crianças brasileiras em situação de IA grave tem maior chance de apresentar anemia que as em SA.
ASSOCIAÇÃO ESPACIAL LOCAL ENTRE AS TAXAS DE ANOMALIA CONGÊNITA NO RIO GRANDE DO SUL
Pôster
Souza, S.1, Carvalho, C. G.1, Faccini, L. S.1
1 UFRGS
Verificar a associação espacial entre as taxas de Anomalia Congênita (AC) no Rio Grande do Sul (RS). Realizou-se um estudo ecológico com dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (SINASC) para o período de 2013 a 2022. Foram calculadas as taxas de AC para cada município do RS. Os dados foram georreferenciados nos mapas em shapefile, obtidos na página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Realizou-se uma análise exploratória dos dados espaciais e análise de autocorrelação espacial, através da estatística G* de Getis-Ord. As análises foram realizadas através do GeoDa versão 1.20 e os mapas confeccionados no QGis versão 3.28. O cálculo das taxas foi realizado com base na soma do período total, visando corrigir flutuações aleatórias, principalmente em municípios com populações muito pequenas. A taxa total de AC no RS foi de 9,37 por 1.000 nascidos-vivos. A estatística G identificou 24 municípios envolvidos em agrupamento Alto, localizados, a grande maioria, na Macrorregião Vales, sendo que a 30ª Região de Saúde, Vale da Luz, tem 70% dos seus municípios com hot spot para taxas de AC. Além disso, foram identificados 45 municípios com cold spot, concentrados nas Macrorregiões Missioneira, Norte e Serra. Apesar da tentativa de corrigir flutuações aleatórias, os agrupamentos identificados podem ter relação com o baixo número de nascidos vivos nesses municípios. Essa foi uma análise exploratória com dados espaciais, sugere-se a realização de novas pesquisas que caracterizem a população de estudo e identifiquem possíveis fatores de risco locais envolvidos na dependência espacial local.
BAIXO PESO AO NASCER E FATORES ASSOCIADOS SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA MATERNA
Pôster
Assis, C. R. G.1, Coelho, J. M. F.2, Santos, D. B.1, Silva Filho, A. M.1, Souza, I. S. J.1
1 UEFS
2 IFBA
Objetivo: Verificar a associação entre características maternas e obstétricas com o nascimento de recém-nascidos com baixo peso ao nascer no estado da Bahia em 2021. Métodos: Estudo transversal, com dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) do estado da Bahia, em 2021. As variáveis independentes foram as características maternas, obstétricas e dos recém-nascidos. O baixo peso ao nascer (peso <2500g) foi a variável dependente. As faixas etárias maternas analisadas foram as adolescentes (10 a 19 anos) e adultas (20 anos). Análises multivariadas foram realizadas através da regressão de Poisson, com resultados em Razão de Prevalência (RP) e Intervalos de Confiança (IC) de 95%. Resultados: Fizeram parte do estudo 180.104 registros de nascidos vivos, destes, 7,68% possuíam o baixo peso ao nascer, com prevalência maior dentre os filhos de mães adolescentes (9,26%). Para este grupo, a probabilidade de ter filhos com o baixo peso ao nascer foi maior para as de idade gestacional <37 semanas (RP = 8,06; IC95%: 7,39 – 8,79), recém-nascidos do sexo feminino (RP = 1,18; IC95%: 1,08 – 1,28) e inadequação da assistência pré-natal (RP = 1,35; IC95%: 1,24 – 1,47). Para as mulheres adultas, o estado civil, idade gestacional, tipo de parto, sexo do recém-nascido e adequação do pré-natal, se mostraram associados ao baixo peso ao nascer. Conclusões: A ocorrência do baixo peso ao nascer difere de acordo com características maternas e obstétricas. Isto demonstra a necessidade de melhorias das condições de vida e da assistência à saúde materno-infantil, principalmente com o aprimoramento da assistência pré-natal.
COMORBIDADES INFANTIS ASSOCIADAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Pôster
Rocha, S. G. M. O.1, Rocha, H. A. L.1, Machado, M. M. T.1, Diaz, A. O.1, Giacomini, S. G. M. O.1, Silva, A. C.2, Campos, J. S.2, Leite, A. J. M.1, Correia, L. L.1
1 Universidade Federal do Ceará
2 Centro Universitário Unichristus
Objetivos: identificar as comorbidades infantis que estão associadas com transtorno do espectro autista (TEA).
Métodos: dados da Pesquisa de Saúde Materno Infantil do Ceará (PESMIC), série de estudos transversais com crianças de 0 a 6 anos, de base populacional, representativa de todo o Estado, coletados em 2023. Perguntou-se às famílias se a criança havia recebido diagnóstico de TEA, e se a criança era portadora de asma, histórico do uso de antibiótico nos últimos meses. Foram medidas a altura/estatura e o peso das crianças e gerado escore z do índice de peso por estatura (WHZ) para identificar crianças acima do peso (WHZ>2z). Realizou-se análise regressiva para obter razão de chances entre TEA e as comorbidades, e valor de p, sendo significante p<0,05.
Resultados: Crianças com TEA tiveram 2 vezes mais chances de terem asma (OR=2,1; IC95% 1,2-3,6; p=0,006) e de terem tomado antibiótico nos últimos meses (OR=2,1; IC95% 1,5-2,8; p<0,001), que as crianças sem TEA. Além disso, tiveram 60% mais chances de estarem acima do peso (OR=1,6; IC95% 1,1-2,3; p<0,015) que as não portadoras.
Conclusões: Crianças portadoras de TEA podem ter maior risco para comorbidades como asma, sobrepeso e infecções que necessitem do uso de antibióticos, podem necessitar de mais acesso a serviços de saúde, de prevenção e interdisciplinares.
COVID-19 E PÓS-COVID-19 EM CRIANÇAS EM UM TERRITÓRIO VULNERABILIZADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Oliveira, F. E. G.1, Bastos, L. S.2, Santos, H. F. P.3, Franco, L. S.3, Guaraldo, L.3, Sá Carvalho, M.2, Brasil, P.3
1 FIOCRUZ e UFMG
2 PROCC/FIOCRUZ
3 INI/FIOCRUZ
Objetivos. Investigar o relato de sintomas na fase aguda/momento do teste e entre 1-9 meses após o teste em crianças (<14 anos) com resultados positivos e negativos para SARS-CoV-2. Métodos. Foram analisados dados de 171 crianças com RT-PCR positivo e 194 com teste negativo para SARS-CoV-2, participantes da coorte de famílias de Manguinhos, recrutadas entre 2020-2022, acompanhadas por visitas domiciliares e monitoramento telefônico. Relatos de 18 sintomas foram avaliados na testagem e entre 1-9 meses após. Modelos logísticos de efeitos mistos estimaram a associação entre alguns fatores e o relato de sintomas 1-9 meses após testes. Resultados. Cerca de 30% das crianças sintomáticas no teste relataram sintomas posteriormente. Na fase aguda, crianças com resultado positivo relataram mais sintomas respiratórios, febre/calafrios, dor de cabeça, fraqueza/prostração e anosmia/disgeusia. Entre 1-9 meses após o teste, não houve diferença no relato de sintomas entre as crianças. No modelo ajustado, crianças positivas durante a circulação da Ômicron tiveram 500% mais chance de relatarem sintomas entre 1-9 meses, e crianças de 6 a <14 anos tiveram 75% menos chance em comparação com <2 anos. No grupo negativo, a única diferença significativa foi em relação à idade. Conclusões. Meses após a infecção por SARS-CoV-2, as crianças se assemelham aos seus pares negativos no relato de sintomas. O período de circulação da variante Ômicron e idade mais jovem estão associados ao maior relato de sintomas meses após testagem, destacando a importância da COVID longa na pediatria e a necessidade de gerenciamento de longo prazo dos sintomas em crianças.
DESAFIO DE DIMINUIR O SEDENTARISMO E AUMENTAR A ATIVIDADE FISICA: UMA INTERVENCAO CLINICO
Pôster
Garcia, M.C.1, BRANDÃO, J. M.1, PARAVIDINO, V. B.1, CUNHA, D. B.1, SICHIERI, R.1
1 UERJ
Objetivo: Descrever o desenvolvimento e aplicação de uma intervenção para redução do tempo sedentário e aumento da atividade física. Métodos: O ensaio clínico Pais e Alunos pela Alimentacao Saudavel (PAPAS) Family 2022 foi um ensaio clínico randomizado com intervenção multifatorial para o tratamento da obesidade infantil durante 13 semanas. Crianças entre 7 e 12 anos (N=120) e seus responsáveis foram randomizados em dois grupos. A intervenção consistiu em fatores de mudança comportamental, como redução de porções, consultas com nutricionistas e metas de redução do sedentarismo e aumento de atividade. O grupo controle e o grupo intervenção receberam orientações gerais para aumentar a atividade física, mas apenas o grupo intervenção recebeu metas. A literatura científica e o conhecimento técnico dos pesquisadores nortearam a criação dos objetivos. Resultados: foram criadas 26 metas (2 semanais) incentivavando os indivíduos a reduzirem o tempo de tela durante as refeições, antes de dormir e outros momentos. Além de incentivar a atividade física com amigos, familiares e o deslocamento ativo. 31 crianças (50%) do grupo intervenção completaram o estudo e, em média, 6,5 metas foram alcançadas durante o acompanhamento. As crianças relataram dificuldade moderada no cumprimento das metas, mas o apoio dos responsáveis foi essencial. Conclusões: Reduzir o tempo sedentário, principalmente diante das telas, é uma tarefa difícil para as crianças e adultos. Porém, refletir sobre essa questão e controlar o tempo gasto diante das telas é uma emergência de saúde. Embora desafiadora, a redução do tempo de tela deve ser amplamente discutida e melhor implementada.
DESVANTAGENS SOCIAIS NO DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Pôster
MUNHOZ, T.N.1, SANTOS, I.S.1, VICTORA, C.G.1
1 UFPel
Objetivos: avaliar os fatores socioeconômicos, familiares e individuais associados ao desenvolvimento infantil entre famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Métodos: O estudo transversal incluiu 3.242 crianças menores de 12 meses residentes em 30 municípios das cinco regiões do Brasil. O Ages and Stages Questionnaire (ASQ-3) foi utilizado para avaliar o desenvolvimento infantil.
Resultados: Foram analisadas informações de 3.061 (94,4%) crianças com dados disponíveis para o ASQ-3. Os escores de desenvolvimento infantil (total e em todos os domínios) foram cerca de 12% menores em crianças pré-termo e com restrição de crescimento intrauterino (pequenas para a idade gestacional). Menores escores foram observados em filhos de mães com baixa escolaridade, sintomas depressivos, com dois ou mais filhos menores de sete anos morando no domicílio e que não relataram autopercepção de apoio ou ajuda durante a gravidez.
Conclusões: Características potencialmente modificáveis (escolaridade, depressão materna e prematuridade/restrição de crescimento intrauterino) apresentaram maior impacto na redução do escore de desenvolvimento infantil em todos os domínios-alvo.
DIVERSIDADE ALIMENTAR MÍNIMA DE CRIANÇAS DE 6 A 23 MESES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE
Pôster
Oliveira, A.C.A.1, de Souza, C.B.1, Retondario, A.1
1 UFPR
A alimentação é um dos direitos sociais presentes na Constituição Federal e, para a criança menor de dois anos, é importante proteger o direito ao aleitamento materno e à introdução alimentar adequada e saudável. A diversidade alimentar mínima (DAM) é um indicador da adequação alimentar de crianças e consiste na oferta e combinação de diferentes grupos alimentares. O objetivo do presente resumo é apresentar resultados sobre a DAM entre crianças em vulnerabilidade social em Piraquara-PR. Estudo transversal, observacional, coletou dados de consumo alimentar de crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família em unidades básicas de saúde em Piraquara-PR, por meio do formulário de marcadores de consumo alimentar do Ministério da Saúde. O indicador DAM foi construído conforme "Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na atenção básica". A amostra foi de 143 crianças, com idade média de 14,6±5,3 meses, a maioria meninas 58,0% (n=83). A prevalência da DAM foi de 35,7% (n=51). Quando avaliada a DAM por sexo, a prevalência foi maior entre os meninos (38,3%; n=23) do que entre as meninas (33,7%; n=28). Dentre os grupos alimentares, o mais consumido foi “leite materno ou outro leite que não do peito, mingau com leite ou iogurte”, com prevalência 95,8% (n=137). A baixa prevalência de DAM encontrada nesta população é um problema grave principalmente entre as populações pobres do mundo, podendo levar a consequências como desempenho escolar inferior, risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis e menor altura e redução da produtividade na idade adulta.
DIVERSIDADE DA DIETA DE CRIANÇAS 6-23 MESES: ANÁLISE DE 93 PAÍSES DE BAIXA E MÉDIA RENDA
Pôster
Silva, L.E.S.1, Costa, C.S.1, Gatica-Domínguez, G.2, Costa, F.S.1, Barros, A.J.D.1
1 Universidade Federal de Pelotas
2 Pesquisadora independente
Objetivo: Descrever a diversidade mínima da dieta (DMD) entre crianças de 6 a 23 meses em países de renda baixa e média e as diferenças da prevalência entre faixas etárias. Métodos: Foram utilizados dados de inquéritos nacionais de saúde (2010-2022) em 93 países. A DMD foi definida como o consumo de pelo menos cinco de oito grupos de alimentos de referência dentro de 24 horas. Foram estimadas as prevalências de DMD segundo o estado de amamentação (sim/não) e idade (6–11, 12–17 e 18–23 meses) da criança. Resultados: O percentual de crianças que atingiu a DMD nos 93 países foi de 29,8%, sendo 31,3% entre amamentadas e 26,4% entre não amamentadas. A prevalência de crianças de 6-11 meses que atingiram a DMD foi de 21,3% entre amamentadas e 15,9% entre não amamentadas. 41,8% das crianças de 18-23 meses amamentadas atingiram a DMD e, não amamentadas, 30,4%. Entre crianças de 6-11 meses amamentadas, as menores prevalências foram na Guiné-Bissau, Libéria e Guiné (1,3%, 5,1% e 6,0%, respectivamente) e entre não amamentadas em Burquina, Guiné-Bissau e Guiné (1,4%, 2,0% e 2,0%, respectivamente). Entre crianças de 18-23 meses amamentadas, menores prevalências foram na Libéria, República Centro-Africana e Kiribati (10,6%, 11,0% e 11,9%, respectivamente) e entre não amamentadas na República Centro-Africana, Níger e Libéria (5,9%, 7,4% 8,1%, respectivamente). Conclusão: Observou-se que apenas 1 em cada 3 crianças vivendo em países de renda baixa e média atingiram a diversidade mínima da dieta. Menores prevalências foram encontradas entre crianças mais jovens e não amamentadas.
DURAÇÃO DA DOENÇA EM CRIANÇAS SINTOMÁTICAS TESTADAS PARA SARS-COV-2 EM MANGUINHOS
Pôster
Oliveira, F. E. G.1, Oliveira, R. V. C.2, Bastos, L. S.3, Santos, H. F. P.2, Franco, L. S.2, Guaraldo, L.2, Carvalho, M. S.3, Brasil, P.2
1 UFMG e FIOCRUZ
2 INI/FIOCRUZ
3 PROCC/FIOCRUZ
Objetivos. Avaliar o tempo até a recuperação em crianças (<14 anos) com teste positivo para SARS-CoV-2 e sintomáticas na fase aguda. Métodos. Foram analisados dados de crianças (n=1276) da coorte de famílias de Manguinhos, recrutadas entre 2020-2022, acompanhadas por visitas domiciliares para coleta de amostras e monitoramento telefônico de sintomas. O tempo de recuperação foi o intervalo entre as primeiras datas com e sem sintomas desde o teste positivo. A probabilidade de persistência dos sintomas foi avaliada por Kaplan-Meier e foram investigados pontos de mudança na função de risco. Resultados. Entre crianças com teste positivo, 148 (60%) eram sintomáticas. O tempo mediano de recuperação foi 11 dias. Na curva de Kaplan-Meier foram identificadas duas inflexões: 16º e 34º dia. Menos crianças adoecidas durante a circulação da Ômicron se recuperaram até o 15º dia. Mais meninos perderam sintomas em 15 dias, mas as meninas minimizaram a diferença entre 16-33 dias e meninos foram mais comuns no grupo que recuperou com ≥34 dias. Crianças de 6 a <14 anos frequentemente recuperaram até o 15º dia, mas tanto este grupo quanto o de 2 a <6 anos constituem a maioria do grupo com recuperação tardia. Conclusões. 9,5% das crianças residentes de uma área vulnerabilizada no Rio de Janeiro que tiveram COVID-19 apresentaram sintomas persistentes por mais de 15 dias. Uma parcela importante do grupo com recuperação tardia era composta por meninos e crianças com idade escolar, um alerta para COVID longa na pediatria e a necessidade de monitoramento contínuo da saúde dos escolares.
EFEITO DO RISCO AO NASCER NA DURAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO: ESTUDO DE COORTE
Pôster
Silva, M. D. B.1, Oliveira, R. V. C.2, Alves, D. S. B.3, Melo, E. C. P.4
1 IFF/FIOCRUZ
2 INI/FIOCRUZ
3 UNIRIO
4 ENSP/FIOCRUZ
Objetivos
Estimar a duração do aleitamento materno exclusivo (AME) e investigar o efeito do risco ao nascer na descontinuidade do AME nos primeiros seis meses de vida .
Métodos
Coorte prospectiva, concorrente com toda população de recém-nascidos (RNs) do IFF/FIOCRUZ. De 1200 elegíveis, foram recrutados 1003 RNs, entre 2017 e 2018, para seguimento do nascimento ao sexto mês de vida. Foi utilizada análise de correspondência e cluster para identificar grupos de risco neonatal como exposição principal. Fatores de confusão foram identificados em gráfico acíclico direcionado. Foram utilizados os métodos de Kaplan-Meier e o modelo de riscos proporcionais de Cox.
Resultados
Foram identificados três grupos de RNs: (i) saudáveis a termo, (ii) com morbidade perinatal, com patologias cirúrgicas e síndromes genéticas e (iii) com muito baixo peso, prematuros, gemelares. A prevalência e a duração mediana do AME diminuíram proporcionalmente nos três grupos. O modelo múltiplo revelou gradiente de descontinuidade do AME, que foi 40% maior no grupo de risco 1 e 111% maior no grupo de risco 2 em comparação aos RNs saudáveis a termo. Além disso, o AME durante a internação prediz maior duração mediana dessa prática para RNs de alto risco.
Conclusões
Elevada proporção de RNs de risco interrompe o AME antes dos seis meses de vida. O risco de descontinuidade do AME é maior entre grupos de risco com efeito gradual, mesmo quando ajustado por vários fatores. São necessárias intervenções efetivas direcionadas à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno segundo os diferentes perfis de risco ao nascer.
ESCORE NOVA DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS: DESEMPENHO EM CRIANÇAS COM OBESIDADE
Pôster
Oliveira, E. P.1, Canella, D. S.2, Lemos, G. G.1, Jardim, M. Z.1, Carvalho, B. C.1, Vieira, L. L.1, Rocha, L. L.1, Carmo, A. S.1, Mendes, L. L.1
1 UFMG
2 UERJ
Objetivos: Descrever o escore Nova de consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e avaliar seu desempenho em refletir a participação desses alimentos na dieta de crianças com obesidade, atendidas na Atenção Primária à Saúde (APS). Métodos: Estudo realizado em Betim, Minas Gerais, com crianças com obesidade que responderam um questionário sobre o consumo de AUP no dia anterior a entrevista, considerando 10 subgrupos de AUP comumente consumidos no Brasil. A participação de AUP, expressa como percentual da ingestão total de energia, foi calculada por meio de um recordatório alimentar de 24 horas (R24h), aplicado por nutricionistas treinados na APS. A associação entre a participação de AUP na dieta e o escore Nova foi realizada por modelos de regressão linear. Para avaliar a concordância entre a participação de AUP (quintos de consumo) na dieta e o escore Nova (cinco categorias), foi utilizado o Índice Pabak. Resultados: Das 167 crianças avaliada, 52,7% eram do sexo feminino, com média de 8,1±0,1 anos de idade. Um terço das crianças (35,33%) consumiram cinco ou mais AUP; e quanto maior o consumo de AUP pelo escore, maior a porcentagem média de contribuição calórica na dieta (p<0,05). O Índice de Pabak identificou concordância substancial (0,62) entre o escore Nova e o consumo de AUP das crianças avaliado pelo R24h. Conclusões: Sugere-se que o escore Nova elaborado para mensurar o consumo de AUP, seja um parâmetro confiável para avaliar consumo de AUP entre crianças com obesidade atendidas na APS.
ESTADO NUTRICIONAL E SINTOMAS DE TDAH NA INFÂNCIA EM UMA COORTE DE NASCIMENTOS
Pôster
Gonçalves, B.P1, Martins-Silva, T1, Tovo-Rodrigues, L1, Bertoldi, A.D1
1 UFPel
Objetivos:
Investigar a associação entre os sintomas de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o estado nutricional em participantes da Coorte Nascimentos de Pelotas de 2015.
Métodos:
Dados da Coorte de nascimentos de 2015, no acompanhamento dos 6-7 anos, incluindo 3264 participantes. Os sintomas de TDAH foram medidos pelo Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ). O estado nutricional foi avaliado segundo o Índice de Massa Corporal (IMC) para idade em escore-z. A associação foi testada por modelos de regressão linear bruta e ajustada para escolaridade materna, ABEP, tabagismo e uso de álcool na gestação, tipo de parto, peso ao nascer em escore-z, sexo e cor da pele.
Resultados:
Os sintomas de TDAH foram estaticamente associados ao IMC aos 6-7 anos nas análises bruta e ajustada. Após o ajuste, o aumento na pontuação dos sintomas de TDAH aumenta em média 0,02 pontos no escore-z no IMC/I (IC 95% 0,002 – 0,038; p=0,029).
Conclusão:
As crianças com sintomas de TDAH apresentam maior IMC, reforçando que a intervenção nutricional, para controle do peso nessas crianças, é essencial, não apenas para melhorar a sua qualidade de vida, mas também reduzir o risco de complicações de saúde a longo prazo.
FATORES ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA: RESULTADOS DO ENANI-2019
Pôster
Freitas-Costa, N. C.1, Farias, D. R.1, Alves-Santos, N. H.2, Schincaglia, R. M.3, Normando, P.1, Castro, I.R.R.4, Lacerda, E. M. A.1, Crispim, S. P.5, Brentani, A. V. M.6, Alves, C. R. L.7, Kac, G.1
1 UFRJ
2 UFPA
3 UFG
4 UERJ
5 UFPR
6 USP
7 UFMG
Objetivo: Descrever o desenvolvimento na primeira infância (DPI) e avaliar a associação entre componentes do Nurturing Care Framework e o DPI de crianças brasileiras.
Métodos: Foram analisados dados de 14.159 crianças de 1-59 meses participantes do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), um inquérito populacional de base domiciliar. O DPI foi avaliado com o questionário Survey of Well-being for Young Children, e o modelo de resposta gradual foi usado para estimar a idade de desenvolvimento. O quociente de desenvolvimento (QD) foi calculado pela divisão da idade de desenvolvimento pela idade cronológica. Espera-se QD=1 se os marcos esperados para a idade forem atingidos. Foram estimadas médias do DQ e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Foi considerada diferença estatisticamente significativa a ausência de sobreposição dos IC95% e p-valor<0,05. Os preditores de QD foram definidos por meio de modelo de regressão linear múltipla e abordagem hierárquica.
Resultados: A média do QD foi 1,07 (1,04;1,09). Foram observadas menores médias de QD entre crianças de 36-59 meses (0,91 [0,88-0,93]), meninos (1,03[1,01-1,06)]) e residentes na região Norte (0,98[0,93-1,04]) comparadas àquelas de 1-35 meses (1,18[1,15-1,22]), meninas (1,11[1,08-1,13]) e da região Sudeste (1,11[1,07-1,16]), respectivamente. O QD esteve inversamente associado ao nascimento por cesariana de emergência (β=-0,04; p<0,01) e ao consumo de alimentos ultraprocessados (β=-0,32; p<0,01) e positivamente e à frequência em creches/escolas privada (β=0,08; p<0,01).
Conclusões: Esses resultados revelam a associação entre ambientes desfavoráveis e possível atraso no DPI, e reforçam a necessidade de políticas públicas que promovam a equidade social na primeira infância.
FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO NEONATAL PRECOCE EM UM HOSPITAL REFERÊNCIA PARA ALTO RISCO
Pôster
Szyhta, C.C.1, Alencar, G.P.2, Silva, Z.P.2, Almeida, M.F.2
1 Ebserh
2 FSP-USP
Objetivos: Estimar os fatores de risco da mortalidade neonatal precoce em um hospital de referência para gestações de alto risco em Curitiba-PR.
Métodos: Estudo caso-controle com dados de prontuários hospitalares de 133 casos e 316 controles do período 2013-2017. Foi realizada análise de regressão logística múltipla hierarquizada.
Resultados: Houve aumento do risco de óbito neonatal precoce em recém-nascidos de mães com desfecho adverso em gestação anterior (OR=9,01; IC95%: 2,14-37,94), extremamente prematuros (OR=463,85; IC95%: 39,57-5437,72) e muito prematuros (OR=14,30; IC95%: 2,95-69,32), pequenos para a idade gestacional (OR=4,50; IC95%: 1,49-13,60), com malformação congênita (OR=44,53; IC95%: 13,57-146,07), Apgar <7 no quinto minuto (OR=50,44; IC95%: 13,89-183,21) e que necessitaram de intervenção médica com realização de três ou mais procedimentos após o nascimento (OR=12,18; IC95%: 1,90-78,19).
Conclusões: A análise dos fatores de risco, das intercorrências e distúrbios apresentados e da necessidade dos procedimentos realizados reforçam o papel central da prematuridade na mortalidade neonatal precoce.
FATORES DE RISCO PARA MORTALIDADE INFANTIL EM CUBATÃO, SP ENTRE OS ANOS 2011 E 2016
Pôster
Botelho, M. L. A.1, Matos, J. C.1, Martins, L. C.1, Braga, A. L. F.1
1 Universidade Católica de Santos
Objetivo: identificar os determinantes da mortalidade infantil no município de Cubatão, SP, entre 2011 e 2016. Método: estudo de caso controle, com 50 mães de casos (crianças nascidas vivas no período e que foram a óbito antes do primeiro aniversário) e 50 mães de controles (crianças nascidas vivas no período, que não foram a óbito antes do primeiro aniversário). Para a realização das entrevistas foi elaborado e validado um questionário a partir de outros instrumentos validados e não validados. Para avaliar a associação entre as variáveis qualitativas foram utilizados os testes de Qui-quadrado e Teste exato de Fischer. Para avaliar os fatores associados aos desfechos analisados foi utilizado o modelo de regressão logística univariada e múltipla (nível de significância: 5%). Resultado: Entre os 50 casos 76% foram a óbito no período neonatal, sendo que 25 (50%) foi a óbito no período neonatal precoce e 13 (26%) no período neonatal tardio. Somente no grupo de casos encontramos ocorrência de baixo peso ao nascer (64%) e malformações (26%). As variáveis analisadas no modelo múltiplo final foram: escolaridade materna, prematuridade, doença hipertensiva gestacional e início prematuro do trabalho de parto. Prematuridade se mostrou robusto fator de risco para mortalidade infantil (ODDS RATIO=34,401; IC95%: 5,772-205,039; P= 0,00) enquanto a escolaridade materna mostrou forte tendência de associação com este indicador (ODDS RATIO=4,950; IC95%: 0,905-27,069; P= 0,065). Conclusão: Entre os fatores de risco estudados a prematuridade mostrou clara associação com a mortalidade infantil.
FUNCIONALIDADE DE CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA
Pôster
PEREIRA, A.P.M.1, SANTOS, D.N.1
1 ISC/UFBA
Objetivos: Conhecer o perfil de funcionalidade e fatores socioeconômicos de crianças com Síndrome Congênita do Zika. Métodos: Estudo transversal descritivo com dados sobre funcionalidade, coletados com o PEDI-CAT; características socioeconômicas, coletados com questionário próprio; e saúde mental materna, coletados pelo SRQ-20. Para os domínios de funcionalidade, um escore até 30 foi considerado abaixo do esperado. Participaram do estudo 115 crianças com Síndrome Congênita do Zika (SCZ). Resultados: A maioria das crianças apresentou escore abaixo do esperado em atividades diárias (64,6%), mobilidade (76,5%) e social cognitivo (69,9%). Além disso, o domínio atividades diárias apresentou o menor escore normativo médio (15,7) e o componente social/cognitivo, o maior escore normativo médio (33,7). A maioria das cuidadoras das crianças são mães (91,3%), vivem com companheiro (59,1%), tem escolaridade de pelo menos Ensino Fundamental II – 9º ano (63,5%), de raça/cor negra (88,7%) e não trabalha (82,6%). Com relação às informações da família, a maioria possui até 2 crianças no domicílio (76,5), possui rede de apoio (60,9%), não é beneficiária de Bolsa Família (69,6%), possui uma renda de até 1 salário mínimo (56,5%) e recebe BPC (53,0%). Conclusões: A funcionalidade das crianças com SCZ mostrou-se comprometida nos três domínios avaliados com piores resultados em atividades diárias. Os dados sociodemográficos mostram uma vulnerabilidade dessas crianças e suas famílias, sendo importante um olhar articulado da saúde, assistência social e educação. A contextualização das crianças e suas famílias na comunidade e no território é essencial para promover a inclusão social e participação, sendo a Atenção Básica um lócus privilegiado.
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ACESSO A BENEFÍCIOS SOCIAIS DE CRIANÇAS EM VULNERABILIDADE
Pôster
Oliveira, NA1, Patriota, ESO1, Carmo, AS2, Pizato, N2, Gonçalves, VSS1
1 Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil
2 Programa de Pós-graduação em Nutrição Humana, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Avaliar a influência da adesão de crianças a um programa de desenvolvimento infantil e do recebimento de benefícios socioassistenciais na Insegurança Alimentar (IA) de seus domicílios.
Métodos: Estudo observacional, de delineamento longitudinal, com crianças de 0 a 36 meses, assistidas pelo Programa Criança Feliz (PCF) no Distrito Federal. A Escala Brasileira de Segurança Alimentar foi utilizada para avaliar a IA. Foram avaliados aspectos da adesão ao PCF, a participação no Programa Bolsa Família (PFB) e em outros benefícios sociais do DF. Para comparar a IA na linha de base, após 6 e 12 meses (T1, T2 e T3), utilizou-se o modelo de Equações de Estimativas Generalizadas com análises estratificadas (p<0,05).
Resultados: O estudo acompanhou 301 crianças por 12 meses. O percentual de IA foi de 87,8%, 68,3% e 77,2%, nos 3 tempos, respectivamente; 77,1% recebiam algum benefício social do DF e 83,8% eram beneficiários do PBF. Houve redução de IA no T2 (OR: 0,29; IC 95% 0,16; 0,53) e T3(OR: 0,47; IC 95% 0,27; 0,83) em relação ao T1. Nas análises estratificadas, a redução de IA após 6 e 12 meses foi observada apenas entre os beneficiários dos programas do DF e do PBF, com 9 meses ou mais de acompanhamento do PCF e frequência de 4 visitas mensais do programa (p<0,05).
Conclusão: O PCF e os benefícios socioassistenciais melhoraram a IA, evidenciando que programas de combate à pobreza são cruciais para garantir a segurança alimentar.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO RESPONSIVA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster
Coleta, H.1, Oliveira, C.F.2, Oliveira, V.C.1, Guedes, B.M.1, Venancio, S.I.3
1 USP
2 USP; IS-SES-SP
3 USP; MS
Objetivo: Mapear de forma sistemática instrumentos de avaliação da alimentação responsiva destinados às crianças menores de dois anos na literatura científica. Métodos: Realizou-se uma revisão de escopo com base no Manual para Síntese de Evidências do Instituto Joanna Briggs. A revisão foi precedida pela publicação de seu protocolo e seguiu as seguintes etapas: elaboração da pergunta de pesquisa e critérios de elegibilidade, estratégia de busca e busca em nove bases de dados (PubMed, Embase, Scopus, CINAHL, Food Science and Technology Abstracts, PsycINFO, Portal Biblioteca Virtual de Saúde, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e Google Acadêmico), triagem e elegibilidade, extração e relato de dados. Incluiu-se estudos de desenvolvimento e validação de instrumento e de aplicação de instrumento existente. Resultados: Foram recuperados 4105 estudos (2333 duplicatas), 453 estudos foram lidos na íntegra e 105 incluídos. A maioria foi publicada nos últimos cinco anos (51,4%) e produzida na América do Norte e Europa (74,3%). Foram identificados 43 instrumentos de avaliação abordando a temática, destes, apenas sete avaliaram a alimentação responsiva isoladamente (cinco produzidos por países de média renda). Observou-se variabilidade de aplicação, número de construtos e itens. Nenhum instrumento cobriu toda a faixa etária de zero a dois anos. Conclusão: Verificou-se crescente interesse pela temática nos últimos anos, com predomínio de produção de países de alta renda e emergente participação dos de média renda. O desenvolvimento de um instrumento específico para avaliação da alimentação responsiva na faixa etária de zero a dois anos, simples e de rápida aplicação, é um desafio.
INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM MENORES DE 1 ANO EM BETIM/MG
Pôster
Batista, J.D.L.1, Durães, D.A.M.2, Barbato, P.R.3, Santos, M.L.4
1 UFCSPA
2 UNICAMP
3 UFSC
4 SVSA/MS
Objetivo: Avaliar o impacto da AB e de seus componentes sobre a taxa de ICSAP em crianças menores de um ano no município de Betim/MG. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, de série temporal, realizada em Betim/MG no período de 2009 a 2019. Foram calculadas a taxa de ICSAP em crianças menores de um ano e as coberturas da AB, das equipes da Estratégia Saúde da Família (eSF) e das equipes da Atenção Básica (eAB). Modelos de regressão linear e regressão de joinpoint (por pontos de inflexão) de Poisson foram utilizados nas análises. Resultados: Observou-se queda na taxa de ICSAP em menores de um ano entre 2009 e 2019 e aumento na cobertura da AB e de seus componentes no período. Durante o período analisado, verificou-se uma tendência significativa de incremento na taxa de internação por sífilis congênita, com variação anual de 20,1%. Houve uma tendência significativa de queda na taxa de internações por asma em Betim, com variação anual de -18,2%. Na análise de regressão foi observado que o aumento de 1% da cobertura da eSF diminui a taxa de ICSAP em 0,49%. Já a análise conduzida com cobertura de AB esteve associada com a taxa de ICSAP de forma significativa, em que cada 1% de aumento da cobertura poderia implicar em 0,91% de diminuição da taxa de ICSAP. Conclusão: O aumento na cobertura da AB foi associado com a redução na taxa de ICSAP em crianças menores de um ano no município de Betim/MG.
MACHINE LEARNING PARA PREDIÇÃO DE PREMATURIDADE NEONATAL NO BRASIL: ANÁLISE DO SINASC 2022
Pôster
Leite, M.1, Chiavegatto, A.1
1 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
Objetivo: Analisar dados brasileiros de forma preditiva por meio de algoritmos de aprendizado de máquina para identificar variáveis de vulnerabilidade e risco na população para a prematuridade neonatal. Métodos: Dados de saúde pública brasileira do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) em 2022 foram analisados em todos os 26 estados federais, abrangendo 2.521.437 gestações e relatando desfechos gestacionais a termo ou prematuros. Inicialmente, 47 variáveis disponíveis nas consultas pré-natais foram selecionadas e o algoritmo Boruta foi utilizado para seleção de características, identificando 19 variáveis para treinamento dos modelos. Codificação one-hot e normalização z-score foram aplicadas para variáveis qualitativas e quantitativas, respectivamente. Algoritmos populares de aprendizado de máquina—XGBoost, Catboost, LightGBM e Random Forest—foram testados em um conjunto de teste de 30%. Resultados: Na análise geral, o algoritmo CatBoostClassifier apresentou Área Abaixo da Curva (AUC-ROC) de 0,640 (Precisão: 0,745, Recall: 0,117) e o XGBoost mostrou valores de AUC de 0,639 (Precisão: 0,748, Recall: 0,116). As principais variáveis preditivas incluíram altitude e longitude de residência, idade da mãe e mês da gestação de início do pré-natal. Conclusão: Algoritmos de aprendizado de máquina podem prever efetivamente a prematuridade utilizando dados de gravidez disponíveis nas consultas pré-natais; no entanto, é necessário mais informações dos Registros Eletrônicos de Saúde para permitir o uso de todas as informações disponíveis nas fases iniciais do pré-natal para uma melhor predição de gestações em risco de prematuridade. Pesquisas adicionais devem validar esta metodologia em diferentes contextos com dados semelhantes coletados rotineiramente.
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS: ASPECTOS MATERNOS E PERINATAIS EM SÃO JOSÉ DOS PINHAIS, PARANÁ
Pôster
Baurakiades, E.1, Ulinski, S L V.1, Graciano, A C.1, Sartorelli, A P.1
1 Secretaria Municipal de São José dos Pinhais
Objetivo: Delinear o perfil epidemiológico das malformações congênitas (MFC) em São José dos Pinhais. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo utilizando dados do Sinasc do período de 2018 a 2022. Foram analisados os registros de 22.308 nascidos vivos de São José dos Pinhais, que foram tabulados, categorizados, a partir das variáveis de interesse (características maternas, do recém nascido, do parto e pré-natal) e processados no software Epiinfo versão 7.2. Resultados: Das 24.019 crianças nascidas, 144 apresentaram algum tipo de MFC com um percentual de 34,7% de óbitos. As MFC ocorreram mais no sexo masculino (54,6%) envolvendo o aparelho osteomuscular (24,7%), a fenda labial e/ou palatina (11,3%) e o sistema nervoso (8,7%). Nas características maternas, predominaram as mulheres da raça branca (67,5%), com 8 a 11 anos de estudo (58,5%) e donas de casa (54,6%). Identificou-se um maior percentual de casos foi no grupo de 40 a 46 anos. Considerando o pré-natal e parto, a maior parte das mães teve sete consultas ou mais de pré-natal (71%) e partos cesáreos (62%). Observou-se uma tendência de queda na incidência das MFC no município para o período de 2018 a 2022. Conclusões: Ressalta-se a importância de qualificar e monitorar os registros de MFC para subsidiar as políticas públicas de saúde municipais envolvendo o planejamento reprodutivo, o acompanhamento de pré-natal, o cuidado e a reabilitação após o nascimento. Assim, é possível promover condições de vida e de desenvolvimento mais adequados e oportunos para as crianças com malformações congênitas.
MARCADORES DO CONSUMO ALIMENTAR E EXCESSO DE PESO EM ESCOLARES ACOMPANHADOS PELO SISVAN
Pôster
Barros, L. M.1, Salviano, A. F.1, Lourenço, B. H.1
1 Universidade de São Paulo - USP
Objetivos: Avaliar a associação entre marcadores do consumo alimentar e excesso de peso em crianças em idade escolar acompanhadas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) em 2019. Métodos: Estudo transversal com microdados do SISVAN de 165.007 crianças entre cinco e nove anos (54% meninas, média de idade: 7,3 [DP: 1,4] anos). Marcadores avaliaram consumo de refeições, exposição a telas e ingestão de grupos alimentares no dia anterior (feijão, frutas, verduras e legumes, e alimentos ultraprocessados [AUP]). Marcadores de AUP foram categorizados em 0-2 AUP e 3-4 AUP. Medidas antropométricas de peso e idade foram utilizadas para cálculo do índice de massa corporal para idade (IMC/I) segundo referência da Organização Mundial da Saúde e definiu-se excesso de peso como IMC/I >+1 escore-z. Empregou-se modelo de regressão de Poisson ajustado por idade e sexo para estimar razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: A prevalência de excesso de peso foi de 29,5% (IC95% 29,1;29,7), maior no sexo masculino (p<0,001). Crianças que consumiram três refeições principais (RP 0,96; IC95% 0,94;0,98) e feijão (RP 0,98; IC95% 0,95;0,99) exibiram menor ocorrência de excesso de peso. Realizar refeições com exposição a telas (RP 1,04; IC95% 1,02;1,06) e consumir três ou mais AUP (RP 1,04; IC95% 1,01;1,07) estiveram positivamente associados ao excesso de peso. Conclusões: Maior consumo de alimentos ultraprocessados e exposição a telas durante refeições associaram-se ao excesso de peso entre crianças em idade escolar acompanhadas no SISVAN, em contraposição ao consumo de três refeições principais e de feijão.
MORTALIDADE EM MENORES DE 5 ANOS NO ESTADO DE RORAIMA SEGUNDO RAÇA/COR, 2011 A 2022.
Pôster
Wanderley, K.B.1, Martins, A.G.1, Muniz, T.R.1, Tavares, F.G.1
1 UFF
Objetivos: Descrever a ocorrência da mortalidade na infância em Roraima de 2011-2022 segundo raça∕ cor e características sociodemográficas. Métodos: Estudo descritivo de série temporal, a partir dos óbitos ocorridos em menores de 5 anos no período de 2011-2022, residentes do Estado de Roraima, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Para o cálculo dos indicadores utilizamos a quantidade de nascidos vivos registrados no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foram calculadas as taxas de mortalidade na infância (TMinf) pelo método direto, segundo categorias de raça/cor e as proporções de mortalidade segundo causas (capítulo CID-10). Resultados: Ao longo do período, ocorreram 3270 mortes na população de estudo. Destes, a maioria foram na raça/cor indígena 1356 (41,47%), seguida pela parda 1170 (35,78%) e branca 415 (12,69%). Diferenças também foram observadas na TMinf, com maiores valores observados para indígenas, variando de (25,18/1000NV) a (56,17/1000NV) nos anos de 2011 e 2013, respectivamente. Quando avaliada para todo o período de estudo, os valores seguiram a ordem: indígenas (41,16/1000NV), brancos (37,53/1000NV), amarelos (32,56/1000NV), pardos (11,97/1000NV) e pretos (4,46/1000NV). As principais causas relatadas foram afecções perinatais (32,48%), seguidos de malformações congênita (16,9%), causas externas de morbimortalidade (13,79%), doenças do aparelho respiratório (11,90%), doenças infecciosas parasitárias (9,48%), e Doenças endócrinas nutricionais/metabólicas (4,28%). Em indígenas, a principal causa de óbito foram as causas externas de morbimortalidade (23%), seguidas de Doenças do aparelho respiratório (19%); afecções originadas no período perinatal (16%) doenças infecciosas e parasitárias (15%). Conclusões: Foram encontradas elevadas TMinf em Roraima, sobretudo em indígenas.
MORTALIDADE FETAL E VULNERABILIDADE SOCIAL EM PERNAMBUCO
Pôster
Canuto, I. M. B.1, Bonfim, C. V2, Silva, A. P. S. C3
1 Prefeitura do Recife; Fiocruz PE
2 Fiocruz PE; Fundaj
3 Fiocruz PE; UFPE
Objetivos: Analisar a dinâmica espacial da mortalidade fetal e vulnerabilidade social no estado de Pernambuco, Brasil. Métodos: Foi realizado um estudo ecológico no estado de Pernambuco. Para o cálculo da taxa de mortalidade fetal (TMF) de 2020 a 2022 por município, foram utilizados registros do Sistemas de Informações sobre Mortalidade (SIM) e sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Utilizou-se o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. Através do programa Terraview versão 4.2.2 calculou-se a TMF bayesiana. Por meio do programa GeoDa calculou-se o Índice de Moran Bivariado para avaliar a associação espacial entre a TMF bayesiana e o IVS. Resultados: Em Pernambuco, a TMF bayesiana variou de 7,22 em João Alfredo a 22,50 em Manari, municípios localizados respectivamente nas macrorregiões de saúde Metropolitana e Sertão. O IVS variou de 0,310 em Caruaru (Agreste) a 0,656 em Inajá (Sertão). O índice de moran bivariado apresentou correlação espacial entre a TMF bayesiana e o IVS (I = 0,175; p >0,01), com formação de cluster alto-alto em 12 municípios distribuídos nas macrorregiões Metropolitana (4), Agreste (3) e Sertão (5). Conclusões: A análise espacial identificou altas taxas de mortalidade fetal no período de 2020 a 2022, durante a pandemia de covid-19, em municípios com elevada vulnerabilidade social no estado de Pernambuco. O que pode ser reflexo da relação entre precárias condições de vida e dificuldades no acesso aos serviços de saúde materna e infantil.
MORTALIDADE INFANTIL EM CRIANÇAS PREMATURAS E FATORES ASSOCIADOS, PERNAMBUCO, 2017- 2021
Pôster
Silva, A. B.1, Silva, L. M.1, Maia, L. T. S.1
1 UFPE
OBJETIVO: Analisar a taxa de mortalidade infantil em crianças prematuras e os fatores associados no estado de Pernambuco entre 2017 e 2021. MÉTODOS: Estudo transversal utilizando dados de óbito do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Realizou-se a descrição da mortalidade infantil em crianças prematuras (<1 ano) que faleceram em Pernambuco entre 2017 e 2021 e a Investigação dos fatores associados ao óbito entre prematuros a partir de variáveis relativas à mãe, à criança e à assistência à saúde. Para análise dos dados utilizou-se o cálculo da prevalência, além do teste do qui-quadrado de Pearson (χ²) e análise univariada. Foram estimadas as razões de prevalências, intervalos de confiança (95%) e significância (p-valor) utilizando-se o modelo de regressão de Poisson com variância robusta. RESULTADOS: Foram registrados 662.300 nascidos vivos, dos quais 71.588 foram prematuros. No mesmo período, ocorreram 8.057 óbitos em crianças com menos de 1 ano, sendo 4.686 entre prematuros, representando cerca de 58,1% dos óbitos infantis. A taxa de mortalidade infantil em crianças prematuras foi 5,5 vezes maior do que em crianças nascidas a termo. Houve associação estatisticamente significativa entre óbitos de crianças prematuras e fatores como sexo, período do óbito e peso ao nascer. CONCLUSÕES: A prematuridade foi associada à maior mortalidade infantil em menores de um ano, especialmente em relação ao sexo, peso ao nascer e faixa etária. Observou-se um número significativamente maior de óbitos entre bebês pré-termo em comparação aos nascidos a termo.
MORTALIDADE INFANTIL POR MALFORMAÇÃO CONGÊNITA E ANOMALIA CROMOSSÔMICA NO ESTADO DO PARANÁ
Pôster
Melo, E.C.1, Silva, I.C.1, Freitas, R.R.1, Grandi, A.L.1, Oliveira, R.R.2, Scholze, A.R.1, Marinho, F.P.1, Gonçalves, B.R.A.1
1 UENP
2 UEM
Objetivo: Descrever características das mães e das crianças que foram á óbito por malformação congênita (MC) e anomalias cromossômicas (AC) no estado do Paraná. Métodos: Estudo ecológico, descritivo. Foram analisados os óbitos infantis por MC e AC nos anos de 2011 a 2020 por Macrorregional de Saúde utilizando as variáveis: idade da mãe (< 20, 20 a 35 e > 35 anos), escolaridade da mãe (< 8/> 8 anos de estudo), tipo de parto (cesáreo/vaginal), peso ao nascer (<2500g/>2500g) e sexo da criança, (feminino/masculino), com dados disponíveis no DATASUS. Resultados: Nos 10 anos estudados, ocorreram 4.552 óbitos por MC e AC, com maior prevalência em 2015 e menor prevalência em 2020 (493 e 406). Destacaram-se a Macrorregional Noroeste com (32,35 óbitos/mil nascidos vivos) e a Macrorregional Leste com menor taxa acumulada nos 10 anos (27,3 óbitos/mil nascidos vivos). Maior proporção de mães (59,9%) tinha idade entre 20 e 34 anos, mais de 8 anos de estudo (68,5%) e tiveram seus filhos por parto cesáreo (71,9%). Maior proporção de crianças, eram do sexo masculino (52,9%) e com baixo peso ao nascer (53,6%). Considerações finais: As taxas de mortalidade por MC e AC no Paraná foram altas, com destaque para as macrorregionais Oeste e Noroeste. Faz-se necessário educação em saúde para o planejamento familiar, indispensável para resultados favoráveis da gestação e proteção da mãe e filho. Ademais, rastrear fatores de risco no início do pré-natal é essencial para a prevenção deste evento.
MORTALIDADE NA INFÂNCIA DE NASCIDOS VIVOS EM 2014 NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Regadas, C. T.1, Pinheiro, R. S.1, Santos, H. P. S.1, Camargo Jr, K. R.2, Coeli, C. M.1
1 UFRJ
2 UERJ
Objetivos: Estimar a taxa de mortalidade na infância (TxMort<5a), analisar suas causas e associação com idade e escolaridade maternas, entre nascidos vivos (NV) únicos, filhos de mãe residentes no município do Rio de Janeiro em 2014.
Métodos: Estudo longitudinal com dados do SINASC e SIM e seguimento até 2018 empregando record linkage.
Resultados: TxMort<5a = 11,1/1000 NV (IC 95% 10,4 a 11,8). Na mediana, havia 3 causas registradas por óbito, independentemente da idade de ocorrência. As 3 primeiras causas de óbito infantil foram “Transtornos Relacionados Com a Gestação de Curta Duração e Peso Baixo ao Nascer”, ”Septicemia bacteriana do recém-nascido (RN)” e “Desconforto respiratório RN”. Já as de óbito entre 1 ano até menos de 5 anos, foram “Outras Septicemias”, ”Pneumonia por microorganismo não especificado” e “Outros transtornos do encéfalo”. A análise da associação entre a variável composta formada pela combinação de escolaridade materna (<4 anos vs ≥ 4 anos) e idade materna no momento do nascimento do NV (20 a 34 anos - referência, ≥35 anos e ≤ 19 anos) revelou associação da idade materna ≤19 anos com maior mortalidade na infância, especialmente quando a escolaridade <4 anos (OR=2,22 IC95% 0,98 a 5,00).
Conclusões: A mortalidade concentrou-se no primeiro ano de vida, sendo as principais causas relacionadas ao período neonatal. Entre 1 ano até menos de 5 anos predominaram causas infecciosas e outros transtornos do encéfalo. Há associação de maior mortalidade na infância para os filhos de mães de baixa idade e baixa escolaridade.
MORTALIDADE NEONATAL EM NITERÓI, RJ: CAUSAS EVITÁVEIS E TENDÊNCIA TEMPORAL, 2012-2022
Pôster
Machado, S. S. V.1, Kale, P. L.2, Fonseca, S. C.1
1 Universidade Federal Fluminense
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro
Objetivos: Analisar a mortalidade neonatal em Niterói, RJ, segundo causas evitáveis e tendência temporal, de 2012-2022.
Métodos: Estudo ecológico de série temporal. Dados provenientes do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e Sistema de Informação sobre Mortalidade. A evitabilidade das causas se baseou na Lista Brasileira de causas evitáveis (LBE). A taxa de mortalidade neonatal (TMN) foi calculada segundo variáveis maternas – idade, escolaridade, cor da pele – e neonatais – peso e Idade gestacional. As tendências foram estimadas pela regressão Joinpoint.
Resultados: o número anual de nascidos vivos (NV) diminuiu, com tendência decrescente entre mães adolescentes e de baixa escolaridade. Dos 324 óbitos, a maioria ocorreu precocemente, por causas evitáveis (68,6%), predominando aquelas reduzíveis por adequada atenção à gestação. A TMN global mostrou estabilidade, entre 4,2 e 6,0/1.000 NV, mais elevada nos extremos etários maternos (12,7 e 8,6/1.000 NV em 2022, adolescentes e maiores de 35 anos, respectivamente), nas mães com baixa escolaridade (27,6/1.000 NV em 2022), nos neonatos <1.500g e <32 semanas (293,1 e 250/1.000 NV em 2022, respectivamente). A tendência da TMN foi crescente entre mulheres de baixa escolaridade, brancas, adolescentes e ≥35 anos, nas faixas de peso <1.500g e >2.500g, e por causas evitáveis.
Conclusões: A elevada proporção de causas evitáveis revela o potencial de redução. Houve desigualdade da TMN e na sua tendência, demandando ações de saúde mais equânimes, no cuidado materno e neonatal.
MORTALIDADE POR COVID-19 EM MENORES DE 18 ANOS NO ESTADO DE RORAIMA
Pôster
Araújo, I. J. S.1, Santos, E. S.1, Bertelli, E. V. M.1, Pinto, A. A.1
1 Universidade Estadual de Roraima - UERR
Objetivo: Analisar os óbitos decorrente da COVID-19 em crianças e adolescentes no estado de Roraima. Metodologia: estudo retrospectivo, a partir de dados secundários obtidos no Sistema de Informação de Mortalidade, acessados no site do Departamento de Informática do SUS, no período de Emergência de Saúde Pública referente a Covid-19. Para o cálculo da taxa de óbito utilizou-se a fórmula: N de óbitos faixa etária/população faixa etária*100.000. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da UERR. Resultados: ocorreram 42 óbitos de menores de 18 anos por covid-19 no estado, 61,9% do sexo feminino e 38,1% masculino. Em menores de 01 ano se concentraram 45,2% os óbitos, seguido dos de 01 a 12 anos 38,1% e 13 a 17 anos 16,7%. Em relação a raça: branca totalizaram 4,8% (n=2), parda 38,1% (n=16) e indígena 54,8% (n=23). A taxa de óbito por Covid-19 em crianças não indígenas foi de 9,34 óbitos/100.000 crianças. Entre crianças indígenas a taxa de óbito por Covid-19 foi de 47,76/100.000, 5 vezes maior que entre os não indígenas. Conclusões: Os resultados apontaram que a maioria dos óbitos por Covid-19 em crianças foram do sexo feminino, menores de um ano e raça/cor indígena. Esses dados mais uma vez evidenciam a vulnerabilidade vivida pelos povos indígenas de Roraima. O alto índice de déficit nutricional e insegurança alimentar entre a população indígena, a Emergência em Saúde pública de Importância Nacional no Território Yanomami, alterações climáticas, avanço do garimpo e fragilidades na assistência prestada podem ser causas desses achados.
PARENTALIDADE PATERNA REDUZ O ATRASO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Pôster
Rocha, H. A. L.1, Rocha, S. G. M. O.1, Machado, M. M. T.1, Diaz, A. O.1, Giacomini, S. G. M. O.1, Silva, A. C.2, Campos, J. S.2, Leite, A. J. M.1, Correia, L. L.1
1 Universidade Federal do Ceará
2 Centro Universitário Unichristus
Objetivos: avaliar associação de práticas de parentalidade do pai com eixos do desenvolvimento infantil.
Métodos: dados da Pesquisa de Saúde Materno Infantil do Ceará (PESMIC), série de estudos transversais com crianças de 0 a 6 anos, de base populacional, representativa de todo o Estado, coletados em 2023. Perguntou-se às famílias se o pai da criança tem o hábito de brincar e ler para ela, bem como avaliaram-se os domínios do desenvolvimento infantil – DI: motor grosso, motor fino, resolução de problemas, interação pessoal e social, comunicação, e atraso em geral no DI. Realizou-se análise regressiva para obter razão de chances entre as práticas de paternas e os eixos do DI, assim como o valor de p, sendo significante p<0,05.
Resultados: Criança de pai que não brinca com ela teve 60% mais chances de ter atraso em resolução de problemas (OR=1,6; IC95% 1,1-2,4; p=0,023), na relação pessoal/social (OR=1,6; IC95% 1,0-2,4; p=0,031), além de 50% mais chances de atraso no DI geral (OR=1,5; IC95% 1,2-1,9; p=0,002) que a de pai que brinca. Criança cujo pai não lê história para ela teve 50% mais chances de ter atraso em resolução de problemas (OR=1,6; IC95% 1,1-2,4; p=0,023) e 30% mais chances de atraso no DI geral (OR=1,3; IC95% 1,1-1,6; p=0,005) que a de pai que lê.
Conclusões: A criança cujo pai brinca e lê história para ela tem mais possibilidade de se desenvolver melhor em áreas cognitivas, sociais e de forma geral, indicando que a atuação da figura paterna deve ser estimulada entre as famílias.
PASTORAL DA CRIANÇA 2017-2021: UMA ESCOLHA PELOS MAIS POBRES?
Pôster
ASSIS, J. L. P.1, VENANCIO, I.S.1, FIGUEIREDO, K. R.1, WENZEL, D.2, DALABONA, C. C.3, NEUMANN, N. A.3, CONDE, W. L.1
1 USP
2 SMS-SP
3 PASTORAL DA CRIANÇA
Objetivo: Analisar a associação entre a evolução do PIB per capita dos municípios brasileiros e dos indicadores antropométricos entre crianças atendidas pela Pastoral da Criança (PC) no período de 2017 a 2021.
Metodologia: Pareamos bases de dados do PIB per capita e crianças atendidas na PC por município nos anos 2017 e 2021. Os índices altura para idade (AI) e IMC para idade (IMCI) foram expressos segundo escores Z das curvas de referência da OMS. Usamos modelos de efeitos mistos para investigar a associação entre variação do PIB e variação dos índices AI e IMCI nos municípios. A variação atribuível às diferenças entre municípios foi estimada pelo coeficiente de correlação intraclasse (ICC).
Resultados: Entre 2017 e 2021, a maioria dos municípios manteve-se nos mesmos quintos do PIB per capita. Crianças de municípios mais ricos tiveram maiores aumentos no IMC e na altura, enquanto aquelas de municípios mais pobres tiveram variações de IMC abaixo da média. O PIB não se associou a variações significativas no IMC, mas explicou 12% da variação positiva na altura.
Conclusão: Os resultados indicam que o PIB municipal não está associado ao aumento dos riscos de excesso de peso e explica apenas 12% da variação da AI entre criança atendidas pela PC. A ação da PC está focada em áreas vulneráveis, mesmo nos municípios ricos. Os dados sugerem atuação diferente da tendência nutricional do Brasil, com controle do ganho de peso e promoção do aumento da altura entre crianças menores de 5 anos.
PERFIL DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DA TUBERCULOSE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES - BRASIL , 2011-202
Pôster
Viana, P. V. S1, Brum, T. S2, Pungartnik, P. C2, Paiva, N. S2
1 CRPHF/ENSP/FIOCRUZ
2 IESC/UFRJ
Objetivo: Analisar as características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos de tuberculose em crianças e adolescentes no Brasil entre 2011 e 2021. Métodos: Estudo retrospectivo descritivo utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), estratificando os casos nas faixas etárias de 0 a 4, 5 a 9, 10 a 14 e 15 a 19 anos. As análises foram conduzidas no software R. Resultados: Foram notificados 945.795 casos de tuberculose, dos quais 78.612 (8,3%) em indivíduos entre 0 e 19 anos. A faixa de 15 a 19 anos apresentou o maior percentual de casos (66%), seguida por 10 a 14 anos (13,8%), 0 a 4 anos (13,2%) e 5 a 9 anos (7%). Predominou o sexo masculino (55,9%), exceto na faixa de 10 a 14 anos, em que o sexo feminino foi mais frequente (54,9%). Destes , 90,1% eram casos novos e 4,0% reingressos após abandono. AIDS (2,9%) e diabetes (1,0%) foram as comorbidades mais frequentes em menores de 4 anos (4,1% e 2,0%, respectivamente). A taxa de cura foi 77,2%, com variações entre as faixas etárias, e a interrupção do tratamento ocorreu em 12,5% dos casos. O óbito por tuberculose foi superior em crianças de 0 a 4 anos (2,5%). Conclusões: Adolescentes entre 15 e 19 anos são os mais afetados pela tuberculose. Apesar da elevada taxa de cura, o abandono do tratamento e os óbitos em crianças pequenas exigem atenção contínua para melhorar as intervenções e políticas de saúde pública no combate à tuberculose no Brasil.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE CRIANÇAS EM INTERNAÇÃO HOSPITALAR POR ASMA INFANTIL NO BRASIL
Pôster
Silva, A. S.1, Tavares, A. C.1, Bastos, T. V. R.1, Silva, R. R. C. P.1, Sabino, L. M. M.2, Fonseca, I. M.1, Gomes, I. L. V.1
1 Universidade Estadual do Ceará (UECE)
2 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico de crianças menores de 10 anos em internação hospitalar por asma no Brasil. Método: Trata-se de um estudo descritivo e transversal, que incluiu dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre o número e as variáveis sociodemográficas referentes às internações hospitalares por asma infantil, no Brasil, no período de 2008 a 2023, disponibilizados no Sistema de Informação Hospitalar (SIH). O período foi estabelecido devido à possibilidade de identificação dos dados referentes às variáveis do estudo presentes no Sistema de Informação. A coleta de dados foi realizada de fevereiro a abril de 2024. Os dados foram avaliados por meio da análise descritiva frequencial. Resultados: Identificou-se o total de 1.062.167 internações hospitalares, sendo a maioria em pacientes com idade inferior a 1 ano (n=164.308; 15,5%), do sexo masculino (n=605.013; 57,0%) e raça parda (n=465.334; 43,8%), correspondentes à Região Nordeste (n=688.482; 57,6%). Identificou-se também ausência de dados sobre o regime de atendimento, sendo este de origem pública ou privada (n=395.613; 37,2%). Conclusão: A identificação do número de internações por asma infantil no Brasil, no período estabelecido, e a ausência de informações, associada a possibilidade de subnotificação dos casos, fortalecem a argumentação sobre a importância de estudos que abordem a temática para a observação do perfil sociodemográfico e da influência dos determinantes sociais em saúde sobre a realidade epidemiológica desse público, visando o planejamento adequado de intervenções eficazes voltadas para a assistência à Saúde da Criança no Sistema Único de Saúde.
POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO DA VIA AUDITIVA CENTRAL EM CRIANÇAS
Pôster
SIlva, J.N1, Torres, L.R.L1, Passos, K. G1, Andrade, A.M1
1 UFAC
Objetivo: caracterizar as avaliações eletrofisiológicas de crianças de 0 a 12 anos, através do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), por estímulo Click, na avaliação de integridade da via auditiva central em crianças atendidas em um serviço do SUS. Métodos: Estudo descritivo, transversal, com 300 crianças de 0 a 12 anos. Foram analisados prontuários dessas crianças, que passaram por avaliações eletrofisiológicas, no período de 2021 a 2024 no serviço de atenção à saúde auditiva do município de Rio Branco no Acre. Resultados: A população foi composta por 208 meninos e 92 meninas. Na avaliação da integridade da via auditiva, foram encontradas alterações mais prevalentes no sexo masculino, sendo 18,4% (RCbruta 2,730, p < 0,016) na orelha direita e 20,3% (RCbruta 2,347, p < 0,026) na orelha esquerda, enquanto nas meninas os achados foram de 7,6% e 9,8% respectivamente. Segundo a idade, as alterações de via auditiva central, apresentaram maior frequência na faixa etária de 1 ano e 1 mês a 6 anos de idade. Conclusão: O PEATE, é amplamente utilizado para avaliar a maturação da via auditiva, a obtenção desses potenciais tem auxiliado, juntamente com outros exames, no diagnóstico topográfico de uma série de alterações auditivas. Do universo de 300 crianças, a avaliação da integridade de vias auditivas centrais, 30,1% das crianças apresentaram alterações do lado esquerdo, e 26% do lado direito.
PREDIÇÃO DE HIPERTENSÃO NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA COM MACHINE LEARNING E TRANSFER LEARNING
Pôster
Araujo-Moura, Keisyanne1, Souza, L.G1, Oliveira, T.A2, Siva, R. M2, CHIAVEGATTO FILHO, ALEXANDRE DIAS PORTO1
1 USP
2 UEPB
Objetivo: Desenvolver um modelo de machine learning (ML) utilizando a técnica de transfer learning (TL) para predizer a ocorrência de hipertensão arterial em crianças e adolescentes da América do Sul.
Métodos: Foram utilizadas duas bases de dados (crianças e adolescentes) de sete cidades sul-americanas. Foi implementada uma estratégia de TL, aproveitando o conhecimento adquirido a partir de um modelo base treinado com o algoritmo CatBoost no conjunto de dados das crianças. Posteriormente, foram adicionadas novas árvores de decisão ao modelo para adaptá-lo ao conjunto de dados dos adolescentes.
Resultados: Das crianças avaliadas, 301 apresentavam pressão arterial normal, e 50 apresentavam pressão arterial elevada (PAE); para adolescentes, 284 foram identificados com pressão arterial normal, e 23 apresentavam PAE. Para crianças, os modelos Random Forest, XGBoost e LightGBM alcançaram um valor predito positivo de 0.90, sendo o XGBoost e o LightGBM superiores na sensibilidade (0.50) e na área abaixo da curva ROC (AUC-ROC: 0.74). Em adolescentes sem o uso de transfer learning, verificou-se um baixo desempenho, com a AUC-ROC variando entre 0.46 e 0.56. No entanto, após a aplicação de TL, houve uma melhoria significativa no desempenho dos modelos, destacando-se o algoritmo CatBoost que alcançou uma AUC-ROC de 0.82.
Conclusão: A utilização de ML e TL é promissora para predizer o risco de hipertensão pediátrica, melhorando a identificação de fatores de risco e direcionando intervenções preventivas. Essas tecnologias emergentes têm o potencial de impactar positivamente a saúde cardiovascular pediátrica.
PREVALÊNCIA DE ASMA EM ESCOLARES EM MUNICÍPIO DO INTERIOR PAULISTA: ESTUDO DE COORTE
Pôster
PARENTI, ANA BEATRIZ HENRIQUE1, FERRARI, ANNA PAULA1, PARADA, CRISTINA MARIA GARCIA DE LIMA1
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP
Objetivo: Avaliar a prevalência de asma de crianças em idade escolar em município do interior paulista. Métodos: Estudo de coorte de nascimento denominado Coorte de Lactentes de Botucatu (CLaB), iniciada com 656 recém-nascidos nos anos de 2015 e 2016 que foram acompanhados até completarem um ano de idade. Segunda fase iniciada em fevereiro de 2023, estando as crianças em idade escolar. A atual coleta de dados contempla entrevista presencial e duas entrevistas subsequentes realizadas por ligações telefônicas. Foi aplicado o instrumento International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), de forma a identificar a prevalência de asma, rinite e eczema. As análises descritivas das variáveis em investigação foram realizadas no software SPSS. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa local, sob o parecer nº 5.382.030. Resultados: Apresentam-se resultados parciais, com 362 crianças em idade escolar (7-9 anos). A maioria era do sexo masculino (54,1%), tinha cor da pele referida como branca (66,9%) e possuíam algum animal de estimação (73,0%); 13,3% das mães fumavam no momento da entrevista e 9,9% delas fumaram durante a gestação da criança. Com relação aos diagnósticos de asma, 1,1% das crianças tiveram diagnóstico de asma no primeiro ano de vida. Em idade escolar, a prevalência de asma ativa foi 26,0% e 16,0% de asma diagnosticada por médico. Conclusão: Os resultados parciais do estudo permitiram identificar a prevalência de asma em crianças em idade escolar. Novas análises serão realizadas à finalização da coleta de dados, assim como a investigação de associação dessa atopia com outras variáveis.
PREVALÊNCIA DE OBESIDADE E SOBREPESO EM 6 MILHÕES DE CRIANÇAS BRASILEIRAS SEGUNDO SEXO
Pôster
CABRAL, L. S. V.1, VIEIRA, C. S.2, MOREIRA, Alexandra Dias3, AGUIAR, S. M.4, MAIA, K. N. H.4, DE CÁSSIA RIBEIRO SILVA, RITA5, FELISBINO-MENDES, MARIANA SANTOS3, DE JESUS PINTO, ELIZABETE6, BARRETO, MAURICIO2, VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, Gustavo3
1 Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
2 CIDACS/FIOCRUZ
3 Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
4 Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais
5 Universidade Federal da Bahia
6 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Objetivos: Estimar as prevalências de sobrepeso e obesidade em crianças brasileiras por meio do escore z de Índice de Massa Corporal para a idade (IMC/Idade). Métodos: Utilizamos uma coorte administrativa de base populacional (parte da “Coorte de 100 Milhões de Brasileiros”) obtida por meio de linkage de dados do Cadastro Único do Governo Federal, do Sistema Nacional de Nascidos Vivos e do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional. Foi constituída uma coorte longitudinal de seis milhões de crianças, incluindo recém-nascidos até os nove anos de idade de ambos os sexos. As curvas de adequação de IMC específicas por sexo e por idade, utilizando o escores z de IMC de acordo com os grupos etários de 0-5 anos ou de 5-19 anos, seguiram-critérios da OMS para definir sobrepeso e obesidade. Resultados: Na população total de meninos, a prevalência geral de sobrepeso e obesidade foi de 18,2% e 7%, respectivamente. Nas meninas, a prevalência geral de sobrepeso foi de 17,2% e de obesidade de 6,13%. Foi observada uma alta variabilidade nas prevalências de sobrepeso das crianças entre as faixas etárias estudadas. O sobrepeso variou entre os meninos de 10,5% a 30%; e entre as meninas de 8,92% a 28,2%. A obesidade variou entre os meninos de 3,39% a 14,1% e entre as meninas de 2,8% a 10,1%. Conclusões: Os dados indicam a necessidade de intervenções direcionadas para reduzir a prevalência de sobrepeso e obesidade entre as crianças de baixa renda, considerando a vulnerabilidade dessas faixas etárias e as diferenças de sexo.
PREVALÊNCIA E TENDÊNCIA TEMPORAL DE PREMATURIDADE NO RIO DE JANEIRO-RJ, DE 2012 A 2021
Pôster
SANTOS, C.E.R.1, LOBATO, J.C.P.1
1 PPGSC - ISC - UFF
Objetivos: Descrever a prevalência de prematuridade em relação às características maternas e sociodemográficas e a tendência temporal da prematuridade no Rio de Janeiro-RJ, entre 2012 e 2021. Métodos: Estudo ecológico das prevalências anuais e total de prematuridade a partir dos dados secundários do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Considerou-se prematuro todo nascimento <37 semanas de gestação. Excluíram-se registros com anomalias congênitas, partos gemelares, peso <500g e semana gestacional <22 semanas. Foram calculadas as prevalências médias do período e intervalos de confiança (IC) de 95%, segundo sexo, escolaridade, raça/cor, tipo de parto, idade da mãe número de consultas e adequação do pré-natal. As análises foram realizadas no software R na interface RStudio. A tendência temporal foi realizada no Joinpoint regression versão 5.1.0. Resultados: Ocorreram 781.253 nascimentos, sendo 81.600 prematuros, o que representa uma prevalência de 10,44%. As prevalências de prematuridades observadas acima da média foram: entre nascimentos de meninos (10,82%), mães negras (11,02%), partos cesáreos (11,47%), adolescentes de 10 a 14 anos (17,80%), sem escolaridade (12,61%), com 1 a 3 consultas pré-natais (24,79%) e classificadas como intermediárias para adequação do pré-natal (27,93%). Houve uma tendência decrescente de prematuridade de 2012 a 2019, com queda de 1,6% (IC95%: -5,65; -0,18). Conclusões: Houve importante redução de nascimentos prematuros no período 2012 a 2019, com identificação dos subgrupos o que permite o planejamento de ações em saúde, ratificando a necessidade de intensificar estratégias de intervenções na saúde materno-infantil.
PREVALÊNCIAS E TENDÊNCIA TEMPORAL DE BAIXO PESO NO RIO DE JANEIRO-RJ, DE 2012 A 2021
Pôster
SANTOS, C.E.R.1, LOBATO, J.C.P.1
1 PPGSC - ISC - UFF
Objetivos: Descrever a prevalência de baixo peso ao nascer (BP) em relação às características maternas e sociodemográficas e a tendência temporal de BP no Rio de Janeiro-RJ, entre 2012 e 2021. Métodos: Estudo ecológico das prevalências anuais e total de BP a partir dos dados secundários do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Considerou-se BP todo peso de nascimento <2.500g. Excluíram-se registros com anomalias congênitas, partos gemelares, peso <500g e semana gestacional < 22 semanas. Foram calculadas as prevalências médias do período e intervalos de confiança (IC) de 95%, segundo sexo, escolaridade, raça/cor, tipo de parto, idade da mãe, número de consultas e adequação do pré-natal. As análises foram realizadas no software R na interface RStudio. A tendência temporal foi realizada no Joinpoint regression. Resultados: Ocorreram 781.253 nascimentos, sendo 60.911 BP, representando uma prevalência de 7,79%. As prevalências de BP observadas acima da média foram: entre nascimentos de meninas (8,57%), mães negras (8,97%), partos cesáreos (8,47%), adolescentes de 10 a 14 anos (14,37%), sem escolaridade (12,21%), com 1 a 3 consultas pré-natais (20,27%) e classificadas como não fizeram pré-natal para adequação do pré-natal (23,59%). Houve uma tendência decrescente de BP de 2012 a 2019, com queda de 0,34% (IC95%: -1,59; -0,02). De 2019 a 2021, ocorreu um aumento de 0,39% (IC95%: 0,48; 4,24). Conclusões: Houve importante redução de BP no período 2012 a 2019, com identificação dos subgrupos o que permite o planejamento de ações em saúde, ratificando a necessidade de intensificar estratégias de intervenções na saúde materno-infantil.
QUALIDADE DA ATENÇÃO PRÉ-NATAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ANÁLISE DE CLASSES LATENTES
Pôster
Ortelan, N.1, Flores-Quispe, M. D. P.1, Luz, L. A.2, Martufi, V.3, dos Anjos, E. F.4, de Lima, A. M. P.5, de Almeida, J. R.1, dos Passos, M. P. V.1, Santos, Y. H. S.1, Amorim, L. D. A. F.6, Aquino, R.7, Vieira-Meyer, A. P. G. F.8, Ichihara, M. Y. T.1, Barreto, M. L.1, Pinto Júnior, E. P.1
1 CIDACS/FIOCRUZ BA
2 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (Diretoria de APS)
3 CIDACS/FIOCRUZ BA, ISC/UFBA
4 CIDACS/FIOCRUZ BA, ENSP/FIOCRUZ RJ
5 ISC/UFBA, UFPR
6 IME/UFBA
7 ISC/UFBA
8 FIOCRUZ CE
Objetivo: Caracterizar subgrupos de qualidade da atenção pré-natal (APN) na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil.
Métodos: Estudo transversal com dados do 1º Ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB, 2011-2012). Um total de 16.566 (49,6%) equipes de APS participaram do 1º ciclo do PMAQ-AB, distribuídas em 69,3% municípios. Para avaliar a qualidade da APN, foram definidos seis indicadores: ‘Medicamentos’, ‘Protocolos e fluxos de usuários, ‘Práticas de registros’, ‘Exames de rotina’, ‘Protocolos para detecção precoce de gestantes e provisão da APN’ e ‘APN a gestantes de baixo/alto risco’. Foi utilizada a Análise de Classes Latentes (ACL) para caracterizar a qualidade da assistência prestada pelas equipes de APS de acordo com esses seis indicadores.
Resultados: O indicador ‘APN a gestantes de baixo/alto risco’ teve o maior percentual de equipes com adequada APN (39,5%), enquanto ‘Exames de rotina da APN’, o menor (16,8%). A ACL identificou três classes, com 20,5% das equipes tendo probabilidade de pertencer à classe com ‘alta adequação’.
Conclusões: Utilizando um conjunto de dados nacionais, desenvolvemos um modelo teórico e analítico robusto para avaliar a adequação da APN das equipes de APS através de seis indicadores. Verificamos que, em 2011-2012, as equipes apresentavam fragilidades nesses indicadores, especialmente na prestação de cuidados essenciais. Ressaltamos a importância de investir na coleta sistemática de dados para promover a melhoria da qualidade da APS. Essa abordagem pode orientar iniciativas globais na avaliação da APN.
RISCO DE DESMAME DOS 6 AOS 24 MESES E FATORES ASSOCIADOS NUMA COORTE DE NASCIMENTO NO ACRE
Pôster
Pastro, D.O.T.1, Martins, F.A.1, Ramalho, A.A.1, Andrade, A.M.1, Koifman, R.J.2, Optiz, S.P.1, Silva, I.F.2
1 UFAC
2 FIOCRUZ
Objetivo: Estimar o risco de desmame dos 6 aos 24 meses de vida e fatores associados numa coorte de nascidos vivos de Rio Branco, Acre. Método: Estudo prospectivo em uma coorte de nascidos vivos de 2015 em Rio Branco, Acre. Foram incluídas 625 crianças que ainda estavam amamentando aos 6 meses de vida e foram seguidas até os 24 meses para avaliar o risco de desmame, utilizando o método da Tábua de Vida Atuarial. Os fatores associados ao desmame e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram estimados pela Regressão Logística Simples e Múltipla não condicional, utilizando um modelo hierarquizado. Resultados: O risco de desmame aos 12, 18 e 24 meses foram respectivamente 16%, 65% e 72%. Os fatores positivamente associados ao risco de desmame foram não receber auxílio da maternidade para amamentação (OR=1,80; IC: 95%1,05-3,08), uso de chupeta no primeiro ano de vida (OR=3,09; IC: 95%1,70-5,62), uso de mamadeira no primeiro ano de vida (OR=2,15; IC: 95%1,21-3,82), introdução da alimentar precoce (OR=1,89; IC: 95%1,13-3,15). Os sintomas indicativos de depressão pós-parto auto referida (OR=0,51; IC: 95%0,28-0,91) e ter parado de trabalhar no nascimento do bebê (OR=0,51; IC: 95%0,32-0,83) estiveram negativamente associados ao desmame. Conclusão: O uso de chupetas, mamadeiras e a introdução alimentar precoce de idade foram os fatores positivamente associados ao risco de desmame de 6 aos 24 meses de vida, enquanto sintomas indicativos de depressão auto referida e parar de trabalhar ao nascimento do bebê estiveram negativamente associados ao desmame de 6 a 24 meses de vida.
SERIOUS GAME @FETO: UMA TECNOLOGIA PARA A PREVENÇÃO DA MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE
Pôster
Silva, P. S.1, Ferraz, L.1
1 UDESC
Objetivo: relatar sobre o desenvolvimento de uma tecnologia educativa, um serious game, para ações da vigilância epidemiológica na prevenção da mortalidade neonatal precoce. Método: trata-se de uma pesquisa metodológica, desenvolvida entre agosto de 2022 e maio de 2023. Esse estudo foi realizado em cinco etapas: exploratória; validação de conteúdo; desenvolvimento do serious game; avaliação semântica; e avaliação de ludicidade. O conteúdo do serious game, intitulado @feto, foi composto a partir de casos reais de óbitos neonatais precoces, investigados pelo Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Chapecó-SC. Na fase exploratória destinada à seleção dos casos, foi desenvolvido um painel de consenso, com sete membros do comitê, que definiram que o serious game deveria abordar: transtornos maternos hipertensivos, insuficiência istmocervical e infecção trato urinário na gestação. Na sequência, ocorreu a validação de conteúdo por 14 experts na saúde materno-infantil. Para a definição das condutas indicadas para cada caso, foi realizada uma revisão em manuais e protocolos clínicos do Ministério da Saúde. Já o desenvolvimento do serious game foi em sete etapas: Conceito, Pré-produção, Protótipo, Produção, Fase Alfa e Beta e Ouro. Em relação a avaliação semântica e de ludicidade, teve como público-alvo 20 enfermeiros da APS. Resultados: a avaliação do revelou excelentes índices de validade de conteúdo (0,98), validade semântica (1) e ludicidade (0,98). Conclusão: O serious game @-feto mostrou-se válido quanto ao conteúdo, semântica e ludicidade, constituindo uma tecnologia com potencial de estimular os enfermeiros a aprimorarem seus conhecimentos quanto à prevenção da mortalidade neonatal precoce.
TELESSAÚDE DO BINÔMIO MÃE-BEBÊ NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Kassada, D. S.1, Castro, G. B. de1, Carvalho, C. C.1, Amorim, Y. R. de S.1, Almeida, B. B.1
1 UNICAMP
Objetivo: Descrever as atividades educativas em saúde realizadas por estudantes de Enfermagem nas teleconsultas do binômio mãe-bebê na Atenção Primária. Métodos: Estudo descritivo, baseado em relatos de experiência, conduzido por estudantes de Enfermagem e extensionistas do grupo "VigiON: Ações de Vigilância em Saúde articuladas com a Atenção Primária à Saúde e Comunidade" em um Centro de Saúde no interior de São Paulo. Foram realizadas teleconsultas de Enfermagem para recém-nascido e a puérpera por meio da plataforma Saúde Digital, com o objetivo de atender as questões básicas de saúde e, principalmente, realizar ações de vigilância em saúde. Para o binômio mãe-bebê que apresentasse alguma necessidade específica, as intervenções eram realizadas precocemente em colaboração com as equipes de referência. Resultados: Entre novembro de 2023 e maio de 2024, foram agendadas 24 teleconsultas para acompanhamento do binômio e primeira consulta do recém-nascido (RN), destas, apenas 11 teleconsultas foram realizadas. As principais demandas identificadas incluíram: perda de peso do RN acima do esperado, dificuldades com amamentação, dificuldades com cuidados básicos do bebê, além de realizar intervenções nas demandas, promovendo uma alta taxa de resolubilidade das questões apresentadas. Conclusão: Apesar dos benefícios das teleconsultas, é importante destacar que dificuldades no acesso à internet pela população, uso de novas tecnologias e resistência dos profissionais em utilizar a plataforma contribuíram para a baixa adesão às consultas. No entanto, essas consultas são fundamentais para apoiar e desobstruir os serviços presenciais, além de proporcionar a vigilância em saúde, visando à proteção da saúde e à qualidade do cuidado materno-infantil.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL POR COMPONENTES ETÁRIOS EM PERNAMBUCO
Pôster
Barbosa, C. C.1, Pereira, C. C. B.2, Oliveira, H. J. P. de1, Filho, E. J. dos S.1, Lima, J. L.2, Mendonça, E. F.1, Ishigami, B. I. M.2, Frutuoso, L. A. L. M.2
1 SES - PE; Fiocruz-PE
2 SES - PE
Objetivo: analisar a tendência temporal da taxa de mortalidade infantil segundo componente etário em Pernambuco entre 2013 e 2022. Métodos: estudo ecológico cujas unidades de análise foram às taxas anuais de 2013 a 2022. Foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, e para cálculo da taxa de mortalidade infantil, dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Calculou-se as frequências absolutas e relativas para as variáveis sexo, raça/cor da pele e local de ocorrência. Para as características maternas, analisou-se a faixa etária e escolaridade. A taxa de mortalidade infantil foi calculado por componente etário e, utilizado para a análise temporal, por meio do modelo de regressão Joinpoint com nível de significância de 5%. Resultados: foram identificados 17.215 óbitos infantis, destes, 70,5% no período neonatal. A maior parte do sexo masculino (54,4%) e pardo (69,8%). Sobre às características maternas, a maior parte com idade entre 20 a 29 anos (42,3%) e oito ou mais anos de estudo (55,8%). Observou-se similaridade das características dos óbitos infantis nos componentes etários. Quanto à tendência temporal, a taxa de mortalidade neonatal apresentou decréscimo na média da variação anual percentual de 1,1% (IC95% -2,1; -0,1). Na taxa pós-neonatal houve redução de 3,9% (IC95% -6,9; -0,7) no seguimento dos anos de 2013 a 2020. Conclusões: O estudo identificou redução das taxas por componente da mortalidade infantil. No entanto, é importante reforçar estratégias de redução destes óbitos, na maioria evitáveis, e balizador sentinela das condições de vida e de acesso aos serviços de saúde.
TRENDS IN THE MATERNAL AND NEWBORN HEALTH INDICATOR IN LOW- AND MIDDLE-INCOME COUNTRIES
Pôster
Arroyave, L.1, Neves, P. A.2, Barros, A. J. D.1
1 International Center for Equity in Health, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Brazil
2 Centre for Global Child Health, The Hospital for Sick Children, Toronto, Canada
Objectives: To assess time trends in the maternal and newborn health composite indicator (MNHci) in low- and middle-income countries (LMICs) over the past decade.
Methods: We used data from nationally representative surveys routinely conducted in LMICs. The MNHci encompasses three interventions: four or more antenatal care visits, institutional delivery, and postnatal care for the woman or baby within two days of delivery. It was created as a numerical count, assigning one point per intervention received, ranging from zero to three. Multilevel linear models estimated average absolute annual changes (AAAC) in the MNHci from 2010 and 2022 at the national level, grouped by income and world regions.
Results: Data from 147 surveys conducted in 51 LMICs, with at least two surveys since 2010, were included. The AAAC in the MNHci was 0.06 points per year. The average MNHci for all countries increased from 1.7 (95%CI 1.3 – 2.0) in 2010 to 2.4 (95%CI 2.1 – 2.6) in 2022, indicating a positive trend. Analyses by world region showed increases in the MNHci for almost all regions, with the highest increase in Eastern & Southern Africa, where the MNHci rose from 1.0 (95%CI 0.4 – 1.5) in 2010 to 2.4 (95%CI 1.8 – 2.5) in 2022. By income the most significant increase was in low and low-middle income groups.
Conclusions: The MNHci significantly increased across various regions and income groups, particularly in poorer income regions and Africa. Despite positive trends, more efforts are needed to address the persistent gaps between and within countries, regions and income groups.
USO DE BICOS ARTIFICIAIS ASSOCIADO AO DESMAME PRECOCE EM CRIANÇAS INDÍGENAS DE ALAGOAS
Pôster
Oliveira, V. C.1, Mosquera, P. S.2, Santos, T. R.3, Lourenço, B. H.1, Ferreira, H. S.3, Cardoso, M. A.1
1 FSP/USP
2 FM/USP
3 FANUT/UFAL
Objetivos - Estimar a probabilidade de aleitamento materno (AM) e fatores associados ao desmame em crianças indígenas alagoanas.
Métodos - Análise de dados do inquérito domiciliar Estudo de Nutrição, Saúde e Segurança Alimentar de Indígenas de Alagoas (ENSSAIA). Em 2023, mães de 144 crianças < 2 anos foram entrevistadas sobre práticas de AM. Duração mediana (intervalo interquartil, IQR) e a probabilidade das crianças ainda estarem amamentando segundo idade foram estimadas por análise de sobrevida. Razões de risco (intervalo de confiança 95%, IC95%) para desmame foram estimadas por regressão de Cox em ajuste múltiplo.
Resultados - Desmame foi observado em 38% (IC95% 30,5-46,5) das crianças e a duração mediana do AM foi 150 dias (IQR 60; 330). Aos 30 dias de vida, 85% recebiam qualquer AM, declinando para 65% no sexto mês e 52% aos 2 anos. Altas frequências de uso de mamadeira (70%) e chupeta (31%) foram observadas. O risco de desmame foi 2,34 (IC95% 1,03-5,30) e 2,86 (IC95% 1,55-5,30) vezes maior entre crianças que utilizavam mamadeira e chupeta, respectivamente. Em situação de maior risco de desmame (uso de ambos os bicos artificiais), apenas 70%, 35% e 25% das crianças estariam em AM aos 30, 180 e 365 dias, com duração mediana de 90 dias.
Conclusões - Observou-se desmame precoce em crianças indígenas associado à alta frequência de uso de bicos artificiais. Esses resultados reforçam a urgência de ações específicas em prol do AM no contexto indígena.
USO DE SERVIÇOS EM SAÚDE POR INDIVÍDUOS COM RELATO DE EXPERIÊNCIAS ADVERSAS NA INFÂNCIA
Pôster
BATISTA, AM1, VIANA, MC1
1 UFES
As adversidades na infância têm impacto deletério na saúde ao longo da vida, estando, inclusive, associadas a maior risco de ocorrência de problemas psicológicos e psiquiátricos. Este estudo investigou se adultos que foram expostos a experiências adversas na infância fizeram maior uso de serviços de saúde comparado àqueles que não enfrentaram adversidades. Foram utilizados dados do Estudo Epidemiológico dos Transtornos Mentais na São Paulo Megacity, que avaliou um total de 5.037 residentes da Região Metropolitana de SP. Observou-se que adultos com experiências adversas na infância necessitaram mais de consultas nos serviços de saúde mental e de saúde geral. Abuso físico, abuso sexual e negligência na infância mostraram associação significativa com o maior uso desses serviços. Conclui-se que a exposição a experiencias adversas na infância podem aumentar o adoecimento físico e mental e a necessidade de procura por serviços de assistência à saúde.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA E FÍSICA CONTRA CRIANÇA E ALEITAMENTO MATERNO NO DÉCIMO TERCEIRO MÊS
Pôster
PAOLINO, L.Q.1, VIANNA, G.V.B.2, MORAES, C.L.3, HASSELMANN, M.H.1
1 UERJ - Instituto de Nutrição
2 Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto - Curso de Nutrição
3 UERJ – Instituto de Medicina Social
Objetivo: Investigar a associação de violência contra criança (VCC) e a prática de aleitamento materno em crianças de 13 meses de idade. Métodos: Análise seccional de 348 crianças atendidas em Unidades Básicas de Saúde do município do Rio de Janeiro (2005-2009). A VCC foi mensurada pela versão brasileira do “Parent-Child Conflict Tactics Scales” e classificada como disciplina não violenta, somente agressão psicológica, somente violência física, e ambas. O aleitamento materno foi investigado a partir de recordatório de 24 horas, sendo tratado de forma dicotômica, com as respostas categorizadas em: 0 = a criança consumiu leite materno nas últimas 24 horas, e 1 = a criança não consumiu leite materno nas últimas 24 horas. As associações foram verificadas por regressão logística, mediante estimativas de razão de chances ajustadas e intervalos de confiança de 95%. Resultados: Na análise bruta a exposição a ambas as formas de VCC aumenta em aproximadamente duas vezes as chances de não ofertar leite materno (RC=2,43; IC95%=1,31– 4,50; p=0,005), e após o ajuste pelas variáveis idade materna, trabalho materno e posse de itens de utilidade doméstica (variáveis na análise bruta com p-valor menores que 0,25), a VCC manteve-se aumentando em aproximadamente 2 vezes as chances de não ofertar leite materno (RC=2,47; IC95%=1,31– 4,65; p=0,005). Conclusão: Esses resultados identificam que a VCC parece ter uma associação negativa com a prática de aleitamento materno no primeiro ano de vida.