Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia da saúde do adolescente
ADESÃO À VACINAÇÃO CONTRA O PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) EM ESTUDANTES NO NORTE DO BRASIL
Pôster
Lourido, R. S. J.1, Damasceno, R. P.2, Gomes, M. C. T.2, Martinelli, G. K.3, Rodrigues, S. L. L.1
1 UFOPA
2 UEPA
3 UFSB
Objetivo: Analisar os fatores associados à adesão vacinal contra o Papilomavírus humano (HPV) de meninas e meninos de 9 a 14 anos na concepção de pais/responsáveis na cidade de Santarém/Pará, Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado entre 2022 e 2023 com pais/responsáveis de meninas e meninos de 9 a 14 anos em Santarém/Pará-Brasil. Realizou-se entrevistas face a face coletando dados a respeito do conhecimento sobre o HPV e adesão vacinal dos estudantes. Utilizou-se regressão logística para analisar os fatores associados à adesão vacinal. Resultados: Participaram do estudo 348 pais/responsáveis, sendo 88,2% (n=307) do sexo feminino e mais de 60% com pelo menos o ensino médio. Dentre os estudantes das 39 escolas incluídas na amostra 51,7% (n=180) havia sido vacinado. A chance de receber a vacina aumentou quando a criança era do sexo feminino (OR=3,81; IC95%: 2,40-6,22), recebia frequentemente outras vacinas (OR=3,48; IC95%: 1,65-7,34), aumentava a série escolar em um ano (OR=1,49; IC95%: 1,26-1,77) e o pai responsável aumentava a pontuação quanto ao nível de conhecimento sobre o HPV em um ponto (OR=1,11; IC95%: 1,02-1,21). A vacinação foi realizada prioritariamente nas UBS (89,5%) e apenas 7,3% apresentaram reação à vacina. Conclusões: A cobertura vacinal está muito aquém da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, um dos motivos é o baixo nível de conhecimento relacionado ao vírus. Reverter essa baixa cobertura terá grande impacto no futuro da saúde pública do Norte do país, já que a população deste território contribui consideravelmente nos números do câncer do colo do útero.
ASSOCIAÇÃO ENTRE MENARCA PRECOCE E ÍNDICE DE MASSA MAGRA EM ADOLESCENTES
Pôster
Sá, R.V.P.1, Carneiro, J.R1, Silva, E.C.1, Batista, R.F.L.1, Ribeiro, C.C.C.1, Silva, A.A.M.1, Alves, M.T.S.S.B.1, Aristizábal, L.Y.G.1, Confortin, S.C.2
1 UFMA
2 UNESC
Objetivos: Avaliar a associação entre menarca precoce e o índice de massa magra (IMM) em adolescentes aos 18 e 19 anos. Métodos: Estudo transversal, conduzido com 1.319 adolescentes do sexo feminino, participantes da coorte de nascimento de São Luís (1997/1998). A massa magra foi aferida pela técnica de absormetria de raios-x de dupla energia (DXA) e avaliada pelo IMM, calculado pela razão entre a massa magra e altura em metros quadrados (kg/m²). Considerou-se menarca precoce quando sua ocorrência se deu antes dos 12 anos. Modelos de regressão linear bruta e ajustada (por idade, classe social, cor da pele, trabalho, atividade física, fumo, álcool, sintomas depressivos) foram realizadas para análise das associações entre menarca precoce e IMM. Resultados: A média do IMM foi de 13,3 kg/m² (DP ±1,65) e a prevalência de menarca precoce foi de 32,8%. Na análise bruta, houve associação entre a menarca precoce e IMM (β:0,41; IC95%: 0,22; 0,60), mantendo-se na análise ajustada, na qual as adolescentes com menarca precoce apresentaram valores de IMM 0,43kg/m² maiores em comparação àquelas sem menarca precoce (β:0,43; IC95%: 0,24; 0,62). Conclusões: A menarca precoce associou-se ao IMM. Tais resultados podem indicar que a ocorrência deste evento tem implicações sobre a composição corporal ao final da adolescência.
FATORES ASSOCIADOS À NOTIFICAÇÃO DE VIOLÊNCIA ENTRE ADOLESCENTES BRASILEIROS
Pôster
Prates, M. L. S.1, Silva, I. C. V.1, Bernal, R. T. I.1, Vasconcelos, N. M. de1, Pinto, I. V.2, Lima, C. M. de1, Malta, D. C.1
1 UFMG
2 MS
Objetivo: analisar a evolução da notificação das violências praticadas contra os adolescentes entre 2015 e 2022, e a associação entre as características da vítima, da agressão e dos agressores da violência contra adolescentes em 2022. Métodos: Levantamento epidemiológico do tipo recuperação de série histórica, realizado a partir de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2015 a 2022. Primeiro foi realizado a construção das séries temporais do período para o total e segundo sexo, faixa etária, raça/cor da pele, local de ocorrência, tipo de violência e agressor. Em sequência foi empregada a técnica de análise de correspondência (AC) nos dados de 2022, para verificar possíveis associações entre as variáveis investigadas. Resultados: Houve uma tendência de aumento anual das notificações, com queda dessas nos anos de pandemia e retorno do crescimento em 2022. Em todos os anos, as notificações foram mais elevadas entre as meninas, mais frequentes na residência e na raça/cor negra, mais notificadas as violências do tipo física. Além disso, os agressores mais frequentes foram pai, mãe e conhecido, e destes 19,4% utilizou álcool. Conclusão: A prevenção da violência juvenil requer um enfoque que aborde os determinantes sociais da violência, tais como a desigualdade de rendimentos, as rápidas mudanças demográficas e sociais e os baixos níveis de proteção social. Dessa forma, o SINAN torna-se um instrumento essencial por permitir visibilidade ao tema.
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA PREVENÇÃO AO HIV EM ADOLESCENTES: UM ESTUDO DE COORTE
Pôster
Leite, B. O.1, Magno, L.2, Soares, F.1, Amorim, L.1, Arrais, J.3, Greco, D.4, Grangeiro, A.5, Dourado, I.1
1 UFBA
2 UNEB
3 UFF
4 UFMG
5 USP
Objetivos: Analisamos o papel da pandemia na adesão à profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) oral diária e seu impacto no sexo anal com preservativo (SAP) entre adolescentes homens que fazem sexo com homens (AHSH) e travestis e mulheres trans (ATrMT).
Métodos: O PrEP1519 foi uma coorte multicêntrica demonstrativa da efetividade da PrEP entre AHSH/ATrMT de 15 e 19 anos no Brasil. Dados foram coletados entre 2019 e 2021. Foram investigados: i) taxa de posse dos medicamentos (TPM) a cada visita [ótima (≥0,90) vs. suficiente (≥0,57 e <0,90) vs. baixa (<0,57)]; e o ii) SAP a cada visita [Inconsistente vs. Consistente/ausência de parceiros]. A TPM e o SAP foram avaliados comparando: pré-pandemia (<01/04/2021), 1ª onda (≥01/04/2021 a ≤11/07/2021) e a 2ª onda (>11/07/2021). Para estimar o efeito da pandemia no TPM e SAP, foram implementados, respectivamente, um modelo de chances proporcionais e um modelo de regressão logística binomial, ambos com efeitos mistos. Foram calculadas razões de chances ajustadas (aOR) e intervalos de confiança de 95%.
Resultados: 1199 adolescentes compuseram a amostra: a maioria entre 18-19 anos (76,3%), AHSH (91,1%), negros (72,7%), e com ensino médio incompleto ou concluído (70,8%). Observou-se aumento da chance de baixa adesão a PrEP na 1ª onda (aOR:1,39;IC95%1,01-1,94), e na 2ª onda (aOR:1,77;IC95%:1,32-2,39); e um aumento da chance de SAP consistente/ausência de parceiros sexuais na 1ª onda (aOR:1,51;IC95%:1,09-2,10), e na 2ª onda (aOR:1,53;IC95%:1,11-2,12), todos comparados ao período pré-pandemia.
Conclusão: Na Pandemia, mudanças na dinâmica de prevenção e comportamento sexual podem ter sido influenciadas pela quarentena, isolamento social ou sofrimento emocional.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MENINAS ADOLESCENTES
Pôster
Prates, M. L. S.1, Vasconcelos, N. M. de1, Gonçalves, J, E, de S.1, Silva, A. G. da1, Malta2
1 UFMG
2 D. C.
Objetivo: estimar a prevalência e analisar fatores associados à violência sexual contra meninas adolescentes no Brasil. Métodos: estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019. A amostra foi constituída por 63.324 meninas de 13 a 17 anos. Foram estimadas razões de prevalência (RP) com intervalos de confiança (IC95%) utilizando a regressão de Poisson com variância robusta. Realizaram-se análises bivariadas e multivariadas. Resultados: a prevalência de violência sexual foi de 22,30% (IC95%: 21,55-23,07). Estiveram associados positivamente à violência sexual a idade de 16 a 17 anos (RPaj: 1,22; IC95%: 1,14-1,31), residência na região Norte (RPaj: 1,19; IC95%: 1,07-1,32), consumo frequente de álcool (RPaj: 1,53; IC95%: 1,37-1,70) e drogas ilícitas (RPaj: 1,37; IC95%: 1,24-1,52). Em contrapartida, as meninas de escolas públicas (RPaj: 0,87; IC95%: 0,58-0,75), aquelas que fazem 5 ou mais refeições com os responsáveis por semana (RPaj: 0,71; IC95%: 0,66-0,76), e as que relatam ter amigos (RPaj: 0,79; IC95%: 0,70-0,91) foram menos vitimizadas. Conclusões: A prevalência de violência sexual contra meninas no Brasil é alta. Fatores como idade, consumo frequente de álcool e uso de drogas ilícitas aumentam o risco de vitimização, enquanto uma rede de apoio sólida diminui a exposição à violência. Além disso, observa-se uma disparidade regional significativa. Esses achados destacam a necessidade de políticas públicas para reduzir os fatores de risco e fortalecer redes de apoio.
SAÚDE MENTAL DE ADOLESCENTES PÓS ISOLAMENTO SOCIAL DE COVID-19: PERFIL E PREVALÊNCIA
Pôster
SANTOS, J. S.1, ALVES, M. L.1, COSTA, G. S.1, PORTO, M. C. R. M.1, ALVES, M. C. R. M.1, ALMEIDA, V. R. S.1, CARVALHO, R. C.1, SOUZA, S. L.1
1 Universidade Estadual de Feira de Santana
Objetivo: descrever o perfil e a prevalência dos problemas psicológicos relacionados a saúde mental de adolescentes escolares pós o isolamento social. Metodologia: Estudo transversal realizado no interior do estado da Bahia, em um colégio público com adolescentes de 13 a 17 anos. Foi utilizado como instrumento o Strengths and Difficulties Questionnaire, com 25 itens distribuídos em: sintomas emocionais, hiperatividade, problemas de conduta, problemas com colegas e comportamento pró-social. A análise descritiva foi em frequências e porcentagens, seguida da análise da prevalência. Resultados: Participaram 287 adolescentes escolares, 63% da amostra eram do sexo e 78% negros (pretos e pardos) e 42% evangélicos. A idade média dos participantes foi de 15,4 anos, com um desvio padrão de 1,2 anos e faixa etária mais comum foi de 16 anos (29%). 38% dos adolescentes apresentaram uma pontuação total de dificuldades anormal. As escalas de maior prevalência de casos anormais foram sintomas emocionais (39%) e hiperatividade (32%), as de menor prevalência foram problemas de conduta (25%) e de relacionamento com colegas (16%). A escala de capacidades - comportamento pró-social, 89% dos adolescentes apresentaram uma pontuação normal, indicando um bom nível de sociabilidade. Conclusão: Deve-se considerar as limitações desse estudo e a necessidade de acompanhamento pós pandemia e suas repercussões nas escalas que sugerem sintomas de depressão, ansiedade, hiperatividade, problemas de conduta e relacionamento. Recomenda-se que para realização de intervenção, um rastreio mais detalhado do instrumento e a realização de diagnóstico com profissionais da área de psicologia e psiquiatria.
USO DE OUTROS PRODUTOS DO TABACO ENTRE ADOLESCENTES BRASILEIROS E FATORES ASSOCIADOS
Pôster
Morais, E.A.H.1, Malta, D. C1, Silva, A. G.1, Souza, J. B.1, Gomes, C. S.1, Santos, F. M.2
1 UFMG
2 PBH
Objetivos: comparar a prevalência do uso de outros produtos do tabaco entre adolescentes brasileiros em 2015 e 2019 e identificar os fatores associados ao seu uso. Métodos: estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015 e 2019. A variável desfecho foi o uso recente de outros produtos do tabaco (cigarros de palha, charuto, cachimbo, cigarrilha, bali, narguilé, rapé, cigarro eletrônico, entre outros), exceto cigarro convencional. Foi realizado o teste do Qui-quadrado de Pearson para verificar associação entre as variáveis e análise multivariada por meio da regressão logística. Resultados: houve aumento de 72,2% da prevalência do uso de outros produtos de tabaco de 7,2% (IC95% 6,1-8,2%) em 2015 para 12,4% (IC95% 11,8-12,9) em 2019. Destes a maior prevalência foi do narguilé (7,8% IC95% 7,3 -8,4%) e cigarro eletrônico (2,8% IC95% 2,6-3,0%). As chances de utilizar esses produtos foram maiores entre aqueles que faltaram as aulas sem autorização (OR=1,39; IC95%1,24-1,56), sentiam que ninguém se importava com ele (OR=1,32; IC 95% 1,21-1,44), usavam cigarros regularmente (OR=5,56; IC95% 4,58-6,39), consumiam bebidas alcoólicas (OR=5,25; IC95% 4,74-5,82), utilizavam outras drogas (OR=4,6; IC95% 3,9-5,4), eram fumantes passivos (OR= 1,23; IC95% 1,09-1,39) e cujos pais/responsáveis eram fumantes (OR=1,4; IC95% 1,22-1,6). Conclusão: o uso de outros produtos do tabaco aumentou e está associado à supervisão familiar, saúde mental, uso de outras substâncias e convívio interpessoal. O avanço do consumo destes produtos neste público é preocupante, sendo que é nesta fase o tabagismo geralmente se inicia podendo perpetuar na vida adulta.
ACURÁCIA DAS CURVAS DE CRESCIMENTO PARA DIAGNOSTICAR OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Pôster
Oliveira, M H1, Mazzeti, C M S2, Araújo, A3, Severo, M3, Pereira, D B S1, Conde, W L1
1 USP
2 UFMS
3 EPIUnit
Objetivo: Verificar a acurácia das curvas de índice de Massa Corporal (IMC) e de Índice Alométrico de Massa Corporal (IAMC) para diagnosticar obesidade em crianças e adolescentes dos Estados Unidos. Métodos: Dados de 17.313 indivíduos foram obtidos do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) nos períodos de 1999-2006 e 2011-2018. As análises de
sensibilidade, especificidade, razões de verossimilhança positiva e negativa (RV+-) e acurácia diagnóstica (AD) foram calculadas de acordo com a Massa Gorda (MG) estimada pelo dual-energy X-ray absorptiometry (DXA). Além disso, a correlação entre MG/Massa livre de Gordura (MLG) x e os índices foram avaliados por meio de gráfico de dispersão. Resultados: Para os meninos, as curvas de IAMC MULT (19anos) e IOTF apresentaram a melhor AD [MULT=0,95; IC95%:0,94-0,95/ IOTF=0,94; IC95%:0,93-0,94]. Para as meninas, o IMC MULT (17 anos) e o IOTF apresentaram a melhor AD [MULT/IOTF=0,92; IC95%:0,92-0,93]. Houve correlação positiva entre MG/MLG x e IMC e IAMC, sendo que o IAMC identificou que as meninas apresentavam razão MG/MLG x mais elevada que os meninos, para os mesmos valores de índice. Conclusão: Todas as curvas apresentaram desempenho satisfatório para diagnosticar obesidade. A referência MULT apresentou melhor desempenho entre curvas de IMC isométrico, enquanto a curva de IAMC MULT apresentou o melhor desempenho entre todas, sendo a única que pôde detectar que as meninas apresentavam razão MG/MLG x mais elevada do que os meninos. Esses achados sugerem que a curva IAMC MULT é a ferramenta mais acurada e com amplo potencial de uso para avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes.
ALTA PREVALÊNCIA DE CLAMÍDIA EM ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI:PROBLEMA NEGLIGENCIADO
Pôster
Sánchez,A.1, Guedes, E.L.C2, Baptista, C.S.3, Miranda, A.E.4, Blengini, P.C.S.1, Camacho, L.A.B.1, Larouze, B.1, Cruz, S.C.5, Toledo, CRS1
1 FIOCRUZ/ENSP
2 DEGASE-RJ
3 SMS-RJ
4 UFES/DMS
5 FIOCRUZ/INI
Objetivo: Medir, em adolescentes em conflito com a lei (ACL), a prevalência e fatores associados à infecção por Chlamydia trachomatis (CT) para implementar estratégias de controle.
Métodos: Estudo seccional, tipo censo, de ACL internados e/ou em internação provisória (outubro/2023-maio/2024) nas unidades do sistema socioeducativo do Rio de Janeiro (DEGASE). Realizadas entrevistas (dados sociodemográficos, clínicos e comportamentais) e detecção de CT na urina por PCR.
Resultados: Incluídos 981 adolescentes: 82,7% eram pretos/pardos; idade média: 16 anos (12-20); gênero masculino (G-M): 85,2%; frequentavam escola antes da internação: 17,4%; internação anterior: 47,9% G-F e 51,4% G-M; ouviram falar em CT: 8,6%. Quase todos já tiveram relações sexuais (89,6% G-F e 96,3% G-M): 1ª relação sexual com idade <13 anos em 64,1% G-F e 72,4% G-M. Uso de camisinha na última relação: 24,5% G-F e 26,9% G-M. Prevalência de CT: 34,1% G-F e 18,4% G-M. Infecção assintomática em 83,0% G-F e 90,1% G-M. A CT foi mais frequente no G-F (OR=2,05; 1,39-3,04). No G-M, que predomina (razão 5,8:1), a CT foi mais frequente em >16 anos (OR=1,96;1,33-2,92) e naqueles com antecedentes de IST (OR=1,81;1,16-2,81).
Conclusões: Este estudo, o primeiro sobre o tema em ACL, revela o alto risco de CT, especialmente no gênero feminino, e a intensa e precoce atividade sexual desprotegida que torna este grupo vulnerável também a outras IST. Isso implica no desenvolvimento de estratégias de detecção ativa, prevenção e tratamento, considerando sua potencial gravidade e o alto percentual de formas assintomáticas.
ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM ADOLESCENTES NO TERCEIRO TRIMESTRE GESTACIONAL
Pôster
Costa, K. M. M.1, Santos, M. T. L.1, Pereira, M. J. F. R.1, Amaral, G. L. G.1
1 UFAC
Objetivo: Descrever a anemia por deficiência de ferro em adolescentes grávidas no último trimestre gestacional. Método: Estudo transversal e descritivo realizado com parturientes de uma maternidade pública do município de Cruzeiro do Sul, Acre. Dados sociodemográficos e clínicos foram coletados com aplicação de questionário padronizado e consultas aos prontuários. Para as análises hematológicas e bioquímicas foram coletados 2,5 ml de sangue venoso e avaliados em analisador automático. Definição de anemia: valores de hemoglobina menor que 11 g/dl; deficiência de ferro: ferritina sérica menor que 30 µg/l; anemia ferropriva: hemoglobina menor que 11 g/dl e ferritina sérica menor que 30 µg/l. Os dados foram analisados pelo programa Epi-Info 7.2.1.1 e expressos por meio de estatísticas descritivas (frequências absolutas, relativas, intervalo de confiança, médias e desvio padrão). Resultados: Participaram do estudo 240 gestantes. A prevalência de anemia, deficiência de ferro e anemia por deficiência de ferro foram, respectivamente, 28,10%, 16,94% e 61,16% Das gestantes que apresentaram anemia por deficiência de ferro o grupo etário mais acometido foi de 15 a 19 (90,24%); 85,37% se autodeclararam não brancas; 68,29% tinham companheiro; 58,54% estudaram mais de 8 anos; 97,56% desenvolviam atividades não remuneradas; 68,29% residiam em área urbana; 53,66% iniciaram o pré-natal após o primeiro trimestre gestacional; 65,85% participaram de 6 ou mais consultas e 90,24% fizeram uso de suplemento antianêmico. Conclusões: Monitorar e conhecer a magnitude da deficiência de ferro e anemia por deficiência de ferro é essencial para a construção de intervenções adequadas que auxiliem na mitigação desse problema de saúde pública.
ASSOCIAÇÃO ENTRE ALEITAMENTO MATERNO E ÍNDICE DE MASSA MAGRA EM ADOLESCENTES
Pôster
Confortin, S.C.1, Carneiro, J.R.2, Sá, R.V.P.2, Batista, R.F.L.2, Simões, V.M.F.2, Silva, A.A.M.2, Aristizábal, L.Y.G.2
1 UNESC
2 Universidade Federal do Maranhão
Objetivos: Analisar a associação entre aleitamento materno e índice de massa magra (IMM) em adolescentes. Métodos: Estudo longitudinal que avaliou 266 adolescentes da coorte de nascimentos de São Luís em três momentos (nascimento, aos 7 e 8 anos, e aos 18 e 19 anos). A duração do aleitamento materno foi avaliada através de perguntas estruturadas e a composição corporal pelo IMM, sendo a massa magra aferida pelo método de absorciometria radiológica de dupla energia - DXA (dual-energy X-ray absorptiometry). Modelos de regressão linear (bruta e ajustada) foram utilizados para analisar a associação entre aleitamento materno e IMM. Resultados: A média de IMM entre os adolescentes foi de 14,9 kg/m². A duração média de aleitamento materno foi de 3,5 meses, 91,4% das crianças foram amamentadas em algum momento da vida (exclusivamente ou não) e 24,4% foram exclusivamente amamentadas até os seis meses de vida. O aleitamento materno exclusivo (β:-0,26; IC95%: -0,86, 0,34), o aleitamento materno em algum momento (β: 0,59; IC95%: -0,33, 1,53) e a duração do aleitamento materno não foram associados ao IMM na adolescência. Conclusões: Embora outros estudos indiquem que o aleitamento materno exclusivo ou predominante tenha impacto positivo na composição corporal na infância e adolescência, nesse estudo o aleitamento materno não foi associado ao IMM aos 18 e 19 anos.
ASSOCIAÇÃO ENTRE MENARCA PRECOCE E FORÇA DE PREENSÃO MANUAL EM ADOLESCENTES
Pôster
Carneiro, J. R.1, Sá, R. V. P.1, da Silva, E. C.1, Batista, R. F. L.1, Silva, A. A. M. D.1, Aristizábal, L. Y. G.1, Confortin, S. C.2
1 UFMA
2 UNESC
Objetivos: Analisar a associação entre menarca precoce e força de preensão manual (FPM), em adolescentes. Métodos: Foi realizado estudo transversal com 1.319 adolescentes, de 18 e 19 anos, participantes da coorte 1997/1998 de São Luís. A menarca precoce foi considerada como aquela que ocorreu antes dos 12 anos de idade (Não, Sim). A variável desfecho foi a FPM (quilograma força - Kgf), aferida em três medidas na mão dominante utilizando dinamômetro Jamar Plus+. Foi elaborado um gráfico acíclico direcionado para determinar o conjunto mínimo de variáveis de ajustes, sendo definido como: idade, classe socioeconômica, cor da pele, consumo de álcool, tabagismo, atividade física, trabalho e depressão. A análise da associação entre menarca precoce e FPM foi feita por meio de modelos de regressão linear (bruta e ajustada). Resultados: A média de FPM encontrada foi de 21,5 (±4,8) Kgf. A menarca precoce não se associou à FPM na análise bruta (β:-0,48; IC95%: -1,05; 0,10), nem na ajustada (β:-0,51; IC95%: -1,13; 0,10). Conclusões: Os achados deste estudo demonstraram que a menarca precoce não foi associada à FPM em adolescentes de 18 e 19 anos. Levando em consideração que a associação entre menarca e força muscular ainda não está bem estabelecida na literatura, este trabalho pode contribuir para a realização de outros estudos longitudinais que abordem a relação de causalidade entre maturação sexual e FPM na adolescência e em outras faixas etárias.
ASSOCIAÇÃO ENTRE SENSO DE COERÊNCIA E OTIMISMO EM RELAÇÃO AO FUTURO PÓS PANDEMIA COVID-19
Pôster
Meira, G. F.1, Castilho, A.V.1, Castro, M. S.1, Trench, L.1, Mendes, R. G.1, Martins, L. F.2, Ardenghi, T. M.3, Vettore, M.V.4, Sales-Peres, S. H.1
1 FOB/USP
2 PUC/RJ
3 UFSM
4 Dental Public Health-Aarhus University
Objetivo: Avaliar a associação entre Senso de coerência SOC e otimismo quanto ao futuro após a pandemia da COVID-19. Métodos: Trata- se de um estudo transversal com escolares de ensino médio em áreas de vulnerabilidade social em Bauru. Os escolares foram selecionados de forma aleatória por conglomerado em duplo estágio. Participaram 164 adolescentes. Os dados foram coletados entre março e abril de 2024, por meio de formulários autopreenchidos. O SOC foi avaliado pela escala SOC-13, a variável desfecho foi a percepção quanto ao futuro após a pandemia da COVID-19, medida pela pergunta: “Em relação ao futuro após pandemia você está? Pessimista, neutro, otimista, foi avaliado o sexo e as condições econômicas familiar durante a COVID-19. Regressão logística ordinal foi realizada. O SOC médio foi 43 (DP 8,47), sendo 91 (55,5%) meninos. A maioria estava neutro em relação ao futuro após a pandemia 87 (53,0%), 67 (40,9%) estavam otimistas e 10 (6,1%) pessimistas. O aumento em uma unidade no SOC aumenta a chance em 1,10 para a percepção otimista ao futuro após a COVID- 19 (OR 1,10; IC% 1,06-1,15; p< 0,01). Os meninos apresentaram 51% de chance de estarem otimistas (OR 0,49; IC 0,26-0,89; p<0,02). Os adolescentes cujas famílias tiveram diminuição da renda familiar durante a pandemia estavam pessimistas em relação ao futuro (OR 1,87; IC% 1,02- 3,46; p < 0,04). Na análise ajustada, apenas o SOC manteve relacionado ao desfecho (OR 1,10; IC% 1,05-1,15; p< 0,01). Conclusão: SOC foi associado ao maior otimismo entre os adolescentes.
ATIVIDADE FÍSICA E FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ADOLESCENTES COM OBESIDADE/HIPERTENSÃO ARTERIAL
Pôster
SILVA, A. M. F.1, BRESCIANI, L.1, LEITE, M. E.2, COELHO, S. M. O.1, NETO, D. A. S.1, GONÇALVES, T. R.1, BLOCH, K. V.1
1 UFRJ
2 UFSJ
Objetivo: Analisar a associação da frequência cardíaca (FC) de repouso com hipertensão arterial (HA)e com obesidade e o efeito da atividade física (AF) nessas associações em adolescentes. Método: O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) foi um estudo seccional, nacional, de base escolar com adolescentes de 12 a 17 anos de escolas públicas e privadas. A AF foi categorizada de acordo com o volume de prática semanal (ativo≥300min; inativo = zero min). Obesidade foi classificada pelo índice de massa corporal segundo idade e sexo. Valores de pressão arterial sistólica ou diastólica maiores ou iguais ao percentil 95 da curva de referência classificavam o adolescente com HA. Modelos de regressão linear foram ajustados no Stata 15.0.Resultados: Foram avaliados 73.399 adolescentes, com média de idade de 14,4 +3,5 anos, sendo, 60,2% meninas e 49,6% inativos fisicamente. A média de FC dos adolescentes fisicamente ativos foi de 79,8 bpm (IC95% 79,3–80,2) enquanto a dos inativos foi de 83,4 bpm (IC95% 82,9–84,0). A média da FC foi maior nos adolescentes com HA e inativos fisicamente, 87,8 bpm (IC95% 86,2–89,3) do que os com HA e ativos,81,7bpm (IC95% 80,7–82,7). O mesmo se deu entre os adolescentes com obesidade e inativos com média de FC de 83,8 bpm (IC95% 82,8–84,8) enquanto os com obesidade e ativos apresentaram 81,7 (IC95% 80,6–82,7). Conclusão: Adolescentes ativos, apresentaram FC de repouso menor do que os inativos, e a AF modificou o efeito tanto da HA quanto da obesidade na FC.
BARREIRAS À ATIVIDADE FÍSICA ENTRE ADOLESCENTES: REVISÃO SISTEMÁTICA DE INTERVENÇÕES
Pôster
TERRA, L. F.1, MONTEIRO, Y. C.2, CORDEIRO, I. V. S.3, MONTEIRO, L. F.2, PIRES, W. C.4, REZENDE, L. M. T.2, SILVA, R. M. F.4, NOLL, M.2, NOLL, P. R. S.2
1 UFV
2 IF Goiano- Campus Ceres
3 UniEVANGÈLICA
4 IF Goiano- Campus Morrinhos
Seguindo as diretrizes do PRISMA 2020, esta revisão sistemática avaliou a eficácia das intervenções utilizadas para reduzir as barreiras à prática de atividade física (AF) em adolescentes. Esta revisão foi conduzida por meio da análise de artigos publicados, sem restrição de tempo e em cinco bases de dados (Scopus, Web of Science, Embase, SPORTDiscus e PubMed) (PROSPERO CRD42022382174). A estratégia de busca utilizou termos Mesh e suas adaptações. A extração de dados e avaliação da qualidade metodológica e risco de viés foram realizadas com as ferramentas Downs and Black, CASP e GRADE. Dois revisores independentes, com um terceiro para divergências, foram responsáveis pela seleção dos artigos. Do total de 11.044 artigos, foram incluídos 32 nesta revisão. As barreiras à prática de AF mais relatadas foram a falta de motivação, incentivo e apoio familiar. A maioria dos estudos implementou intervenções em ambientes escolares (oficinas, treinamentos, equipamentos eletrônicos, palestras e metas), seguidos por atividades práticas. Doze estudos apresentaram impacto na melhora da prática de AF. Houve maior efeito na minimização das barreiras à prática de AF as intervenções que lidaram com barreiras psicossociais e psicológicas. As intervenções que apresentaram estratégias mais eficazes foram aquelas que combinaram aspectos teóricos com atividades práticas; sendo as de abordagem apenas educativa menos eficazes. Analisar os facilitadores da inatividade física é importante para a elaboração de ações que visem melhorar os níveis de AF entre os adolescentes, visto que baixos níveis de AF são preditores de doenças crônicas não transmissíveis.
CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS E DE SAÚDE DAS ADOLESCENTES PARTICIPANTES DO ESTUDO MOARA
Pôster
DE ANDRADE, A. E.1, DORNELLES, S. D. M. L.1, MENEZES, T. M.2, CAPELLINI, A. S.3, BOTTO-MENEZES, C.1
1 UEA - Universidade do Estado do Amazonas
2 FMT-HVD Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado
3 Unesp - Universidade Estadual Paulista
Objetivo: Descrever as características socioeconômicas e de saúde de adolescentes, participantes da pesquisa intitulada “Saúde das adolescentes com 12 anos de idade e acesso aos serviços adotados pela Atenção Primária em Manaus: estudo Moara”. Métodos: Estudo descritivo com estudantes de uma escola estadual, em Manaus-AM. Resultados: Das 16 participantes incluídas, 62,5% (10/16) se declararam pardas. A média de pessoas por residência foi de 3,6 (±2,2), variando entre duas e 11 pessoas. Sobre a renda familiar, 50% (8/16) declararam que os valores variam entre um e dois salários mínimos. Das que recebem auxílio financeiro, 80% (4/5) declararam receber Bolsa Família. Sobre o perfil de saúde, a média do IMC ficou na categoria de sobrepeso (22,2±4,90). Das que relataram antecedentes de saúde, a varicela foi a doença mais relatada (50%, 6/12). 43,8% das entrevistadas (7/16) relataram já ter sofrido acidente, sendo o acidente de carro o mais citado (42,9%, 3/7). A maioria das participantes (87,5%, 14/16) tiveram a menarca e uma teve relação sexual, porém não consentida com parceiro. Quase a totalidade (93,8%, 15/16) não possuía a Caderneta de Saúde da Adolescente. Conclusão: Os resultados indicam que as participantes do estudo vivem em uma realidade socioeconômica desafiadora. A média do IMC foi um indicativo de alerta. É importante abordar de forma preventiva a violência no namoro, a fim de que as adolescentes identifiquem que uma relação sexual sem consentimento se trata de violência sexual. A ausência da Caderneta de Saúde da Adolescente pode indicar um inadequado acompanhamento em saúde.
CHILD ABUSE AND NEGLECT PATTERNS: IMPLICATIONS FOR ADOLESCENT MENTAL HEALTH
Pôster
Faus, D.P1, Moraes, CL2, Reichenheim, M2, Castro, M.C3, Miliauskas, C.R4, Marques, S.E2, Taquette, R.S4
1 UFRJ
2 IMS/UERJ
3 Harvard TH Chan School of Public Health
4 FCM/UERJ
Purpose This study aims to explore the relationship between distinct patterns of child abuse and neglect (CAN) and mental health outcomes among second-year high-school students in Rio de Janeiro, Brazil. Focusing on gender-specific nuances, the research seeks to identify latent classes of CAN and their association with psychological distress. Methods A survey involving 693 adolescents implemented the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) to assess CAN patterns. Latent Class Analysis (LCA) identified three classes: "mild emotional violence and physical punishment," "emotional maltreatment and physical punishment," and a concerning "poly-victimization class." Mental health outcomes were measured using the General Health Questionnaire (GHQ-12). Multivariate linear regression models were employed to analyze associations. Results The study revealed a substantial proportion of adolescents experiencing severe forms of victimization, with girls more exposed to sexual abuse and boys facing higher rates of physical abuse. Belonging to the "poly-victimization" class significantly correlated with elevated psychological distress for both genders. The severity of CAN classes demonstrated a linear association with mental health outcomes. Conclusions This research contributes nuanced insights into the prevalence and impact of CAN, emphasizing the importance of gender-specific considerations. Gender differences in vulnerability to poly-vicimization and sexual abuse and the linear relationship between these and psychological distress highlight the need for differentiated strategies addressing poly-victimization experiences to mitigate the significant mental health burden among adolescents in urban South America.
CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS POR MEIO DE TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM
Pôster
Silveira, V.N.C.1, Santos, A.M.1, Campelo, C.L.2, França, A.N.T.C.1
1 Universidade Federal do Maranhão
2 Universidade do Estado do Amazonas
Objetivo: Avaliar o consumo de Alimentos Ultraprocessados (AUP) por meio de Teoria de Resposta ao Item. Métodos: Foram usados dados de consumo alimentar de uma amostra representativa de 2515 indivíduos adolescentes de 18 e 19 anos da terceira fase do consórcio de coortes RPS. O instrumento utilizado foi um questionário de frequência alimentar validado. A seleção dos itens alimentares ultraprocessados ocorreu por meio de análise fatorial exploratória. Os itens com cargas fatoriais > 0,30 e comunalidade > 0,20 foram aplicados em um Modelo de Resposta Gradual de Samejima e apresentaram unidimensionalidade (variância = 28,0%), bem como obtiveram boa qualidade de ajuste (CFI e TLI > 0,90 e RMSEA < 0,08). Testes de Kruskal-Wallis e Wilcoxon foram utilizados para avaliar os níveis de traço latente em terços (baixo, moderado e elevado) segundo variáveis de consumo alimentar. Resultados: A informação concedida pelo teste cobre todo o continuum do traço latente, reforçando sua boa capacidade de estimação de consumo de AUP. Alimentos classificados como in natura apresentaram comportamento de declínio de seu consumo à medida que elevava-se o nível de consumo de AUP. Alimentos ultraprocessados foram diretamente proporcionais ao traço latente (p < 0,05). O maior nível de traço latente concentrava a maior mediana de consumo energético total, bem como de classes de AUP e bebidas alcoólicas avaliadas (p < 0,05). Conclusão: A escala de consumo de AUP proposta apresenta boa consistência de estimativa e surge como uma possível ferramenta breve de avaliar o consumo deste grupo alimentar.
DESAFIOS DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR EM ESTUDANTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster
Cordeiro, I. V. S.1, Terra, L. F.2, Silva, R. M. F.3, Mendonça, C. R.4, Cordeiro, L. L.1, Souza, N. S.1, Noll, P. R. S.5, Noll, M.5
1 UniEvangelica - Campus Ceres
2 UFV
3 IF Goiano - Campus Morrinhos
4 UFG
5 IF Goiano - Campus Ceres
O objetivo deste estudo foi investigar as barreiras que impedem a prática de atividades físicas entre estudantes do ensino médio e universitários. A revisão bibliográfica foi realizada utilizando artigos pré-existentes, sem limitação de período, em cinco bases de dados (CINAHL, Cochrane Library, Embase, PubMed e Scopus) com o número de registro CRD42020198899. Foram selecionados 59 estudos, sendo que 37 envolveram alunos do ensino secundário (n = 22.908) e 22 incluíram estudantes universitários (n = 15.411). Os estudos, cobrindo estudantes do ensino secundário e universitários de 31 países, destacaram uma diversidade geográfica marcante. A América foi amplamente representada, abrangendo 56,66% dos alunos do ensino médio e 31,58% dos universitários. A Europa também teve uma presença significativa, com 20% dos estudos no ensino médio e 10,59% no nível universitário. África, Ásia e Oceania contribuíram com proporções menores, refletindo uma ampla abrangência global na coleta de dados. As principais barreiras identificadas entre alunos do ensino médio e universitários abrangem a limitação de tempo, a falta de motivação e a inadequação das instalações disponíveis. Em resumo, os desafios estavam ligados às dimensões psicológica e emocional (tempo e motivação limitados), sociocultural (falta de suporte social) e ambiental (infraestrutura inadequada). Para alcançar a máxima eficácia nas intervenções comportamentais ou na superação de obstáculos à atividade física, é imperativo conduzir uma análise mais detalhada desses aspectos. Essa investigação pode embasar a elaboração e implementação de programas baseados em evidências para promover a atividade física entre os estudantes.
DESENVOLVIMENTO DA CURVA DE IAMC PARA DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Pôster
Oliveira, M H1, Mazzeti, CMS2, Araújo, J3, Severo, M3, Ramos, E3, Rodrigues, K A S1, Pereira, D B S1, Conde, W L1
1 USP
2 UFMS
3 EPIUnit
Objetivos: Desenvolver uma curva de referência de índice alométrico de massa corporal (IAMC) para a idade (MULT) e compará-la com curvas internacionais de IMC.
Métodos: A curva de IAMC MULT foi desenvolvida com dados de 17.447 indivíduos (5 a 22 anos), provenientes do Reino Unido, Etiópia, Índia, Peru, Vietnã, Portugal e Brasil. Os valores de L (assimetria), M (mediana) e S (coeficiente de variação) da curva de IAMC MULT foram comparados com os das curvas de IMC da MULT (2023), do World Health Organization (WHO, 2007), do Centers for Disease Control and Prevention (CDC, 2000), do International Obesity Task Force (IOTF, 2012) e da Holanda (2009).
Resultados: As maiores diferenças na mediana de IAMC/IMC entre as curvas ocorreram em torno da puberdade (138 a 150 meses para meninos; 114 a 132 meses para meninas). A curva IAMC MULT apresentou valores de S semelhantes aos das curvas de IMC do IOTF e da Holanda para meninos de 60 a 114 meses, aproximando-se dos valores de IMC da MULT de 198 a 240 meses. Para as meninas, os valores de S da curva de IAMC MULT foram próximos aos do IOTF, CDC e da Holanda de 60 a 110 meses, aproximando-se dos valores da curva de IMC da MULT dos 126 a 240 meses.
Conclusão: A curva de IAMC MULT ajusta a relação entre peso e altura levando em consideração as mudanças corporais durante a puberdade, sendo uma nova opção para avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes.
DIETARY PATTERNS OF 12-YEAR-OLDS WITHIN THE GROWING UP IN NEW ZEALAND COHORT STUDY
Pôster
Tomita, L.Y.1, Castro, T.G.2, Teixeira, J.A.3, Gerritsen, S.2, Andreoni, S.1, Wall, C.2
1 EPM/UNIFESP
2 University of Auckland
3 Insper
Objective: This study described the dietary patterns (DP) of 12-year-olds within the Growing Up in New Zealand birth cohort. Methods: We analyzed the data from a 62-food items semi-quantitative food frequency questionnaire and identified the DPS using principal components factor analyses, based on the scree test analysis and interpretability of the matrix after varimax rotation. Associations with the DPs were examined using multivariate linear regressions. Results: Two DPs were identified, explaining 51.8% of the variance in food intake. The “Refined high in sugar, salt, and fat” DP was characterized by high positive loadings in sugar sweetened beverages, foods high in sugar, sodium and/or fat contents, energy drinks, white/refined breads and cereals, processed meat and protein (which included lean meats, poultry, fish, shellfish, eggs, legumes, nuts and seeds). The “Fruits, vegetables, milk, bread and cereals” DP was characterized by high positive loadings in vegetables, fruits, milk and dairy products (whole and low-fat options), bread and cereals (refined and wholegrain options), and protein group. Children’s scores in the “Refined high in sugar, salt and fat” pattern was associated with sociodemographic characteristics. Conclusion: The “Refined high in sugar, salt and fat” pattern was also previously identified at 9-,24-, and 54-months and our findings reinforce the tracking of this DP in early adolescence within the cohort.
EXISTE ASSOCIAÇÃO ENTRE MENARCA PRECOCE COM ÍNDICE DE MASSA GORDA EM ADOLESCENTES?
Pôster
Silva, C. E.1, Carneiro, R. J.1, Sá, P. V. R.1, Batista, L. F. R.1, Silva, M. A. A.1, Britto e Alves, S. T. M.1, Aristizábal, G. Y. L.1, Confortin, C. S.2
1 UFMA
2 UNESC
Objetivos: Analisar a relação entre a menarca precoce com o índice de massa gorda (IMG) em adolescentes. Métodos: Estudo transversal realizado com 1.319 adolescentes do sexo feminino, de 18 e 19 anos, participantes da coorte de nascimento 1997/1998 de São Luís. A menarca precoce foi avaliada considerando sua ocorrência quando se deu antes dos 12 anos. O IMG foi avaliado através da técnica de pletismografia por deslocamento de ar da BOD-POD®. Foi usado o Gráfico Acíclico Direcionado (DAG), para determinar o conjunto mínimo de ajuste (ansiedade, atividade física, classe Econômica, consumo alimentar, consumo de álcool, cor de pele, escolaridade, IMC, IMM, idade, sexo, sintomas depressivos, uso de drogas). Foram realizados modelos de regressão linear (bruta e ajustada) para análise das associações entre menarca precoce e IMG. Resultados: Na análise bruta, houve associação entre a menarca precoce e IMG (β:0,98; IC95%: 0,61; 1,35). Na análise ajustada, a associação se manteve, sendo que as adolescentes com menarca precoce apresentaram valores de IMG 0,95kg/m² mais elevados (β:0,95; IC95%: 0,58; 1,32) quando comparadas aos seus pares. Conclusões: Houve associação entre a menarca precoce e valores mais altos de IMG entre as adolescentes. Nesse sentido, são necessários cuidados nessa fase da vida no que concerne a prevenção do sobrepeso e obesidade, já que as alterações na composição corporal podem ser reflexo na menarca precoce.
EXPERIÊNCIAS ADVERSAS NA INFÂNCIA E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ADOLESCENTES NO RIO DE JANEIRO
Pôster
Andrade, C.R.1, Avanci, J.Q.1, Oliveira, R.V.C.2
1 ENSP/Fiocruz
2 INI/Fiocruz
O objetivo foi identificar os padrões das experiências adversas na infância entre adolescentes do município do Rio de Janeiro, segundo características sociodemográficas (sexo, cor da pele e estrato socioeconômico) e sintomas depressivos. Caracteriza-se por um desenho transversal com amostra de 1117 adolescentes escolares de 13 a 19 anos do Município de São Gonçalo. A depressão foi avaliada pelo Inventário de Depressão Infantil e foram investigadas experiências adversas na infância. A análise envolveu análises bivariadas e análise de correspondência múltipla (ACM) das experiências adversas na infância, variáveis sociodemográficas e sintomas depressivos. Os resultados mostram a organização de oito grupos composto por: meninas e adolescentes de estrato social mais baixo e experiências adversas na infância relacionadas ao ambiente; meninos, ser de estrato social mais alto e não ter vivido experiências adversas na infância; adolescentes com sintomas de depressão e experiências adversas na infância dirigidas fisicamente a eles/família; adolescentes de cor de pele branca, sem sintomas de depressão e que não vivenciaram experiências adversas na infância; adolescentes de cor de pele preta/parta/amarela/indígena que vivenciaram experiências adversas na família e na comunidade; adolescentes que perderam pai e mãe por morte, e falta de comida em casa; adolescentes que vivenciaram violência psicológica; e adolescentes que vivenciaram experiências sexuais envolvendo seus pais. Os achados alertam para necessidade de olhar com atenção e o mais cedo possível para a exposição de experiências adversas na infância de forma a cuidar, intervir e mitigar os efeitos negativos no momento atual, no curso de vida e em gerações futuras
EXPERIÊNCIAS ESTRESSANTES, USO DE SUBSTÂNCIAS E BRUXISMO EM ADOLESCENTES
Pôster
Ribeiro, C.C.C1, Oliveira, I.C.S1, Ladeira, L.L.C.1, Alves--Costa, S.1, Thomaz, E.B.A.F1, Alves, C.M.C.1, Batista, R.F.L.1
1 UFMA
A hipótese deste estudo é que o bruxismo seja um quadro tensional, como uma resposta biológica ao estresse. Assim, investigamos a associação entre experiências estressantes e bruxismo em adolescentes. Estudo de base populacional, dados do Consórcio de Coortes RPS, em São Luís, seguimento 18-19 anos (n = 2.515). A exposição de principal foi a variável Experiências Estressantes, deduzida da variância compartilhada entre experiência de bullying, discriminação e falta de segurança no bairro. O desfecho foi a variável latente Bruxismo, deduzida da correlação entre ranger dentes e apertar os dentes. O modelo foi ajustado para a Baixa Situação Socioeconômica (escolaridade dos pais, escolaridade do adolescente, renda familiar mensal e classe econômica) e Uso de Substâncias (fumo, álcool e drogas). As estimativas foram analisadas por Modelagem de Equações Estruturais. Experiências Estressantes explicaram o Bruxismo (CP = 0,195; p < 0,001), e o Uso de Substâncias (CP = 0.397; p = p < 0,001). O estresse vivenciado por adolescentes aumenta respostas neurológicas ligadas ao bruxismo, e aumenta o risco de uso de substâncias psicoativas, estas podendo representar uma via dopaminérgica de recompensa para alívio da tensão.
FATORES ASSOCIADOS À ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DE ADOLESCENTES NO ESTADO DA BAHIA
Pôster
Assis, C. R. G.1, Silva Filho, A. M.1, Costa, M. C. O.1, Santos, D. B.2
1 UEFS
2 UFRB
Objetivo: Verificar a associação entre as características maternas, gestacionais e de parto de adolescentes com a inadequação do pré-natal, no estado da Bahia, no ano 2019. Métodos: Estudo transversal, com dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) de mulheres residentes no estado da Bahia, no ano 2019. As variáveis independentes foram as características maternas sociodemográficas e obstétricas. A variável dependente foi a inadequação do pré-natal, medida através do Índice de adequação do acesso ao pré-natal. Foram realizadas análises multivariadas através da regressão de Poisson, expressando-se resultados em Razão de Prevalência (RP) e Intervalos de Confiança (IC) de 95%. Resultados: Fizeram parte desse estudo 177.087 registros de nascidos vivos, destes, 17,07% eram filhos de mães adolescentes. Verificou-se que entre as adolescentes a probabilidade de realizar um pré-natal inadequado foi maior entre as sem companheiro (RP = 1,23; IC 95%: 1,18 - 1,29), com idade gestacional inferior a 37 semanas (RP = 1,36; IC 95%: 1,29 - 1,44), que tiveram parto vaginal (RP = 1,15; IC 95%: 1,10 - 1,20) e possuíam 1 ou mais filhos vivos (RP = 1,40; IC 95%: 1,33 - 1,46). Em comparação com as mulheres adultas, a ocorrência de inadequação do PN foi 48% maior dentre as adolescentes (RP = 1,48; IC 95%: 1,45 - 1,51). Conclusões: As desigualdades no acesso à assistência pré-natal enfatizam a necessidade de intervenções que aumentem a adesão das adolescentes ao serviço de pré-natal, com a realização do número recomendado de consultas e início do pré-natal em tempo oportuno.
FATORES PSICOSSOCIAIS E ATIVIDADE FÍSICA EM ADOLESCENTES: UMA ANÁLISE DE CLASSES LATENTES
Pôster
Silva, J.M.P.F.1, Costa, R.V.R.1, Assunção, C.G.S.2, Farias Júnior, J.C.3
1 Grupo de Estudos e Pesquisas em Epidemiologia da Atividade Física, João Pessoa, Paraíba, Brasil. Programa Associado de Pós-Graduação em Educação Física UPE/UFPB, Brasil.
2 Grupo de Estudos e Pesquisas em Epidemiologia da Atividade Física, João Pessoa, Paraíba, Brasil.
3 Grupo de Estudos e Pesquisas em Epidemiologia da Atividade Física, João Pessoa, Paraíba, Brasil. Programa Associado de Pós-Graduação em Educação Física UPE/UFPB, Brasil. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil
Objetivo: analisar a relação entre as classes latentes dos fatores psicossociais (Autoeficácia – AE e Apoio Social – AS) e o nível de atividade física (AF) em adolescentes. Métodos: estudo transversal, realizado em 2023, com 725 adolescentes de 10 a 16 anos de idade (13,7 ± 1,4 ano, 52,7% do sexo feminino) de escolas municipais de João Pessoa, Paraíba. Foi utilizado um questionário, aplicado em tablet, e coletadas as variáveis: sexo, idade, escolaridade da mãe, AE (escala com 25 itens), AS do pai, mãe, amigos e professor de educação física (escala com sete itens para cada fonte de apoio) e o nível de AF (<420 minutos/semana = fisicamente inativo; ≥420 minutos/semana = fisicamente ativo). A Análise de Classes Latentes foi utilizada para identificar as classes dos fatores psicossociais e a análise de Regressão Logística Binária, para associar as classes com o nível de AF. Os potenciais fatores de confusão foram: sexo, idade e escolaridade da mãe. Resultados: 54,3% dos adolescentes eram fisicamente inativos e foram identificadas quatro classes para os fatores psicossociais: classe 1 – “AE intermediário/menos AS”, classe 2 = “AE e AS intermediários”, classe 3 = “mais AE/AS intermediário”, classe 4 = “menos AE/mais AS”. Os resultados da análise multivariável indicaram que os adolescentes que pertenciam as classes com níveis maiores e intermediários de AE (classes 1, 2 e 3) apresentaram maiores chances de serem fisicamente ativos comparados aos da classe "menos AE/mais AS" (classe 4). Conclusões: adolescentes que percebiam ter mais AE, tinham mais chances de serem fisicamente ativos.
IMAGEM CORPORAL E A PRESSÃO DAS REDES SOCIAIS NA ADOLESCÊNCIA:CURTIDAS E EDIÇÃO DE IMAGENS
Pôster
Souza, F. P.1, Pereira, R. A.1
1 UFRJ
Objetivos: Identificar a relação entre o uso de plataformas de redes sociais virtuais (RSV), os comportamentos digitais de preocupação com a autoimagem corporal e a pressão das RSV para melhorar a forma corporal em adolescentes.
Métodos: Estudo transversal, realizado em 2021, com alunos de 14 a 19 anos do ensino médio de uma escola pública do estado do Rio de Janeiro. Por meio de questionário autopreenchido, obtiveram-se os dados: sexo, idade, raça e etnia (amarela, branca, indígena, parda, preta), escolaridade do chefe da família, RSV utilizadas (Facebook, Instagram, Twitter, Tiktok), preocupação com o número de curtidas em publicações, edição de autoimagens e sentimento de pressão das RSV para melhorar a forma corporal. Foi realizada regressão logística binária para as associações.
Resultados: Entre os 503 participantes, 52,7% eram meninas, 58,4% tinham de 17 a 19 anos, 48,9% se autodeclararam brancos e 67% dos chefes de família estudaram até o ensino médio. A preocupação com o número de curtidas foi associada ao uso do Facebook (OR:1,95;IC95%:1,10-3,47) e do Instagram (OR:4,36;IC95%:1,07-17,79) pelas meninas e com o uso do Instagram (OR:3,26;IC95%:1,24-8,57) e do Tiktok (OR:3,23;IC95%:1,75-5,97) pelos meninos. A edição de autoimagens pelos meninos foi associada somente com o uso do Tiktok (OR:4,78;IC95%:2,35-9,70). Tanto a preocupação com o número de curtidas, quanto a maior frequência de edição de autoimagens foram associadas ao sentimento de maior pressão das RSV para melhorar a forma corporal.
Conclusões: Os achados demonstram a importância de ações educativas para a promoção da relação saudável com a imagem corporal nas plataformas digitais.
INATIVIDADE FÍSICA ESCOLAR DE ADOLESCENTES: OS FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS INTERFEREM?
Pôster
Bezerra, R.A.1, Araújo, M.F.S.1, Fernandes, F.C.G.M.1, Mirabal, I.R.B.1
1 UFRN
Objetivo: Identificar e comparar as frequências de prática de atividade física escolar de adolescentes por raça/cor no Brasil.
Métodos: Estudo transversal descritivo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE),2019. O tempo de atividade física escolar foi diagnosticado em minutos, e depois disso avaliada a prevalência de inatividade física escolar (IAFE). Trata-se de um estudo com amostragem complexa e para esse estudo procedeu-se o cálculo da prevalência das variáveis, com apresentação dos respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), utilizando o Software SPSS 22.0.
Resultados: A amostra de 110.913 adolescentes apresenta a prevalência de IAFE 39,2% (IC95%: 38,9-39,6). Entre regiões a IAFE do Nordeste foi de 50,6% (IC95%:50,1-51,2) contrapondo os valores do Sul 20,8% (IC95%:20,1-21,5). As adolescentes apresentam prevalência de IAFE com 45,2% (IC95%: 44,7-45,6) diferente dos adolescentes com 33,1% (IC95%: 32,7-33,5). A raça branca apresenta a menor prevalência IAFE com 35,6% (IC95%: 35,2-36,1) enquanto todas as demais etnias ultrapassam 39% de IAFE.
Conclusões: Os resultados apontam preocupantes discrepâncias sobre a prevalência de IAFE, entre os gêneros, regiões do país e raça/cor da pele. Ações e políticas públicas para a maior atividade física escolar devem ser examinadas para identificar os motivos para severas disparidades e como podem ser corrigidas. O cuidado em saúde e o estímulo da prática de atividade física se refletem nos jovens e nas escolas, sendo a realidade social do indivíduo um fator considerável para as mudanças necessárias.
INGESTÃO E NECESSIDADE ENERGÉTICA EM ADOLESCENTES SEGUNDO AS DRIS 2005 E 2023
Pôster
Telles, C. E.1, Neto, J. V.1, Rodrigues, T. L.1, Silva, S. C.1, Costa, M. L.1, Fisberg, R. M.1
1 USP
Objetivos: Avaliar consumo energético e estimativas da necessidade energética pelas fórmulas Dietary Reference Intakes (DRI) 2023 e 2005 segundo sexo, faixa etária, índice de massa corporal e nível de atividade física.
Métodos: Foram usados dados do Inquérito de Saúde de São Paulo com foco em Nutrição (ISA-Nutrição), estudo transversal de base populacional com amostra probabilística de residentes da cidade de São Paulo. Dados sociodemográficos, antropométricos, e do nível de atividade física foram coletados. A ingestão energética foi calculada a partir de dois R24h, e as estimativas de necessidade energética a partir das equações das DRIs 2005 e 2023. As análises foram realizadas no software Stata, considerando nível de significância de 5% e a complexidade amostral.
Resultados: As equações de 2023 geraram valores de necessidade energética superiores às de 2005, ambas superando os da ingestão, e sendo maiores no sexo masculino. Em relação aos níveis de atividade física, os muito ativos apresentaram valores maiores de necessidade em 2005 que em 2023. Observou-se relação inversa entre a necessidade energética, que aumenta acompanhando o IMC, e a ingestão. Com a atualização das equações, a faixa de 19 anos passou a apresentar o maior valor de necessidade, anteriormente atribuído à faixa de 14-18 anos.
Conclusão: A ingestão energética superou as estimativas de necessidade apenas para os adolescentes inativos com as fórmulas de 2005. Nenhum grupo atingiu as recomendações de ingestão energética propostas pelas DRIs 2023. Além disso, a necessidade energética variou para todos os grupos e a ingestão variou segundo sexo e faixa etária.
INTERVENÇÂO PARA AUMENTO DO SENSO DE COERÊNCIA DE ADOLESCENTES APÓS PANDEMIA DA COVID-19
Pôster
Castilho, A.V.S.S.1, Meira, G. F.1, D’Alessandro, D.S.2, Castro, M.S.1, Pascoal, C.E.B.1, Capela, I.R.1, Martins, L.F.3, Vettore, M. V.4, Sales Peres, S.H.C.1
1 FOB-USP
2 Unisagrado
3 PUC
4 Dental Public Health-Aarhus University
Objetivo: avaliar a intervenção de um programa de promoção de saúde com foco no desenvolvimento do Senso de Coerência (SOC) de adolescentes após pandemia de COVID-19. Métodos: Este estudo de intervenção foi realizado em escolas da zona oeste e norte de Bauru-SP. A estratégia de intervenção consistiu-se em 7 sessões com atividades semanais, para melhorar o SOC dos escolares, distribuídos em dois grupos (GC-Controle=158 e GIS-Intervenção SOC=96). Os adolescentes responderam aos questionários Kiddo-KINDL e SOC- 13 e perguntas sobre os efeitos da pandemia e socioeconômicas. Resultados: Participaram 96 adolescentes de 15 a 16 anos de idade. O sentimento de abandono, tristeza e depressão durante a pandemia foi identificado por meio de desenhos feito pelos adolescentes. Na segunda sessão, quando questionados sobre como ter saúde, eles responderam que ter saúde era praticar atividades físicas e boa alimentação. Na 3ª sessão, os alunos aprenderam sobre a importância da empatia ao próximo e o respeito pelos sonhos, além do cuidado das possíveis marcas que deixamos na vida um do outro. Os adolescentes mostraram ter mais facilidade de perceber qualidades nos amigos, portanto, foram estimulados a identificarem suas próprias qualidades. Nas últimas sessões foram construídos desenhos e painéis pelos estudantes, para verificar o engajamento na realização de um trabalho artístico, no qual expressou-se o vínculo criado entre equipe de pesquisa e alunos. Conclusão: A intervenção foi capaz de externar o contexto individual, por meio de figuras representativas e ampliar a capacidade de gerenciamento de situações difíceis.
LETRAMENTO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES E CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DA FAMÍLIA
Pôster
Feitosa, S.A.X1, Sampaio,H.A.C1, Lima,J.W. O1, Nogueira, M.D. A1, Feitosa, B.A.X2
1 UECE
2 UFCA
Objetivos: verificar a associação entre o letramento alimentar (LA) de adolescentes e características sociodemográficas da família.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base escolar realizado em 15 escolas públicas do Eusébio-CE. Foram avaliados 629 adolescentes com idade entre 14 e 16 anos. Inicialmente os familiares responsáveis preencheram um formulário com seus dados sociodemográficos (sexo, idade, raça, situação conjugal, escolaridade e renda). Posteriormente, os adolescentes preencheram o instrumento Letramento Alimentar de Adolescente (LAA) que, para fins de avaliação, teve suas respostas convertidas em escores. O instrumento possui 16 itens, sendo 3 desses itens são de resposta aberta e 13 respostas fechadas dicotomizadas. A associação entre LA e as características sociodemográficas dos familiares foi verificada através de regressão linear múltipla utilizando o método Backward, restando no modelo somente as variáveis com valor de p<0,05.
Resultados: O escore total do instrumento de avaliação LAA foi maior quando os familiares apresentavam escolaridade no nível médio completo/superior (β: 3,45; IC 95%: 1,98-4,93) quando comparado ao nível médio incompleto/fundamental. Com relação a renda familiar, valores entre 1 e 4 salários-mínimos (SM) (β: 4,12; IC 95%: 2,53-5,70) e acima de 4 SM (β: 8,03; IC 95%: 4,30-11,75) foram associados a maiores escores de LA quando comparados a renda menor que 1 SM. Não houve associação entre o LA e as outras variáveis sociodemográficas avaliadas.
Conclusões: Melhores níveis de escolaridade e maior renda dos familiares responsáveis foram positivamente associados ao LA dos adolescentes.
MÚLTIPLOS FATORES DE RISCO PARA AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM ADOLESCENTES
Pôster
Silva, A. G.1, Souza, J. B.2, Gomes, C. S.2, Silva, T. F. R.3, Sá, A. C. M. G. N.4, Malta, D. C.5
1 Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
2 Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
3 Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo
4 Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais
5 Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais.
Objetivo: analisar a associação entre características sociodemográficas e múltiplos fatores de risco comportamentais (MFRC) para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) entre adolescentes brasileiros. Métodos: estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019. A amostra foi composta por 121.580 adolescentes de 13 a 17 anos. Para analisar os MFRC foi criado um escore que variou de zero a cinco. As associações foram estimadas pela Odds Ratio (OR), utilizando o modelo multivariado. Resultados: apenas 3,9% dos adolescentes não apresentaram fatores de risco para as DCNT e a presença de dois ou três fatores foram os mais prevalentes: 28,3% e 27,0%, respectivamente. O principal fator de risco foi a prática insuficiente de atividade física (71,5%), seguido do consumo irregular de frutas, legumes e verduras (58,4%), comportamento sedentário (54,1%), consumo de guloseimas (32,9%), de bebidas alcóolicas (28,1%), de refrigerantes (17,2%) e uso de cigarros (6,8%). Os adolescentes de 16 e 17 anos (OR: 1,39; IC95%: 1,32-1,48), residentes na região Sudeste (OR: 1,66; IC 95%: 1,52-1,81) e aqueles com autoavaliação de saúde ruim ou muito ruim (OR: 2,05; IC95%: 1,87-2,25) tinham maiores chances de apresentar MFRC. Por outro lado, adolescentes do sexo masculino (OR: 0,65; IC95%: 0,62-0,69), cor da pele parda (OR: 0,92; IC95%: 0,87-0,97) e residentes em áreas rurais (OR: 0,76; IC95%: 0,70-0,84) tinham as menores chances de apresentar MFRC. Conclusão: mais de 80% dos adolescentes brasileiros apresentaram MFRC para as DCNT, o que alerta para a necessidade de ações de promoção da saúde ao longo da vida.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E METABÓLICO DE ADOLESCENTES DO ERICA ENCAMINHADOS PARA O SUS
Pôster
Cortazio, M. D. Q.1, Gonçalves, T. R.1, Padilha, L. B.1, Bloch, K. V.2
1 IESC / UFRJ
2 IESC /UFRJ
Objetivo: Analisar características clínicas e sociodemográficas dos adolescentes com hipertensão arterial ou obesidade no Estudo de riscos cardiovasculares em adolescentes-Erica encaminhados à rede pública de saúde.
Método: O Erica foi um estudo seccional que avaliou adolescentes de 12 a 17 anos de escolas públicas e privadas. A análise dos dados foi realizada no Stata 18.0, ajustando-se modelos de regressão de Poisson para estimar razões de prevalências (RP).
Resultado: Foram analisados 30.387 adolescentes, com idade média de 14,6 anos. A prevalência de obesidade foi 11,5% (IC 95% 10,5-12,5) e a de hipertensão arterial sistêmica (HAS), 9,8% (IC 95% 9,1-10,5). A região com maiores prevalências de obesidade e HAS foi a região Sul, 14,8% (IC 95% 13,1-16,6) e 12,9% (IC 95% 11,2-14,8), respectivamente. A associação de alterações metabólicas (colesterol, triglicerídeo, hemoglobina glicada e HDLc) com obesidade e com HAS, estimadas pelas RP foram 1,33 (IC 95% 1,29-1,38) e 1,17 (IC 95% 1,10-1,24), respectivamente. As prevalências foram maiores para os meninos do que para as meninas, para obesidade RP=1,27 (IC 95% 1,10-1,46) e para HAS RP=1,41 (IC 95% 1,14-1,74). Escolas privadas, tiveram maior prevalência do que as públicas, RP 1,38 (IC 95% 1,15-1,66) para obesidade apenas. Todos os parâmetros metabólicos associaram-se com obesidade e com HAS exceto o HDL-c com HAS.
Conclusão: Adolescentes com obesidade ou HAS possuem forte associação com alterações metabólicas como colesterol, triglicerídeo, hemoglobina glicada e HDLc. Esses agravos, de avaliação não invasiva, podem ser marcadores de risco cardio-metabólico utilizados na condução de intervenções precoces em grupos de maior risco.
QUALIDADE E TEMPO DE LATÊNCIA DO SONO EM ADOLESCENTES DA COORTE DE PELOTAS DE 2004
Pôster
Berrutti,B1, Xavier, M.O1, Santos, I.S1, Matijasevich, A2, Rodrigues, L.T1
1 UFPEL
2 FMUSP
objetivos: Avaliar a qualidade e o tempo de latência do sono e fatores associados em adolescentes participantes da Coorte de Nascimento de Pelotas de 2004.
métodos: A qualidade e o tempo de latência do sono foram avaliados no acompanhamento dos 11 anos de idade por meio de perguntas extraídas do Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) sobre hábitos de sono autorrelatados. Variáveis independentes abrangeram características perinatais, socioeconômicas e demográficas, de saúde e comportamentais. As associações foram estimadas utilizando regressão de Poisson empregando modelo hierárquico para avaliação dos determinantes.
resultados: Foram incluídos 3.179 adolescentes. As prevalências de adolescentes que relataram qualidade de sono ruim ou muito ruim e longa latência do sono (acima de 30 minutos) foram, respectivamente, 4,5% (IC95%: 3,9-5,3) e 15,5% (IC95%: 14,3-16,8). Nas análises ajustadas, qualidade de sono ruim ou muito ruim foi associada ao tabagismo materno durante a gestação (RP: 1,03; IC95%: 1,01-1,05) e à presença de transtornos psiquiátricos aos 11 anos (RP: 1,03; IC95%: 1,01-1,04). Para longa latência do sono foram identificados como fatores de risco: amamentação por 12 meses ou menos (RP: 1,05; IC95%: 1,02-1,08) e inatividade física aos 11 anos (RP: 1,05; IC95%: 1,02-1,08) e, como fatores de proteção: menor escolaridade materna (RP: 0,90; IC95%: 0,84-0,97) e estudar no período da manhã (RP: 0,92; IC95%: 0,90-0,94).
conclusões: As prevalências de baixa qualidade do sono e longa latência do sono em adolescentes aos 11 anos foram menores que as indicadas na literatura. Variáveis socioeconômicas, de saúde e comportamentais foram importantes determinantes dos parâmetros de sono avaliados.
QUEM SÃO OS HOMENS JOVENS DE 15 A 19 ANOS COM FILHO? ANÁLISE DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE
Pôster
Carvalho, N. P.1, Cabral, C. S.2, Pilecco, F. B.1
1 UFMG
2 USP
Objetivos: Analisar o perfil sociodemográfico de homens jovens de 15 a 19 anos que já tiveram filho(s). Métodos: Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2019). Frequências relativas e intervalos de confiança (IC95%) foram estimados considerando o desenho e os pesos amostrais. Resultados: Dos 2.123 homens jovens de 15 a 19 anos entrevistados, apenas 1,8% (65 casos; IC95% 1,2-2,4) relataram já terem tido filho(s) biológico(s). A maioria teve filho aos 17 ou 18 anos (52,3%; IC95% 34,9-69,3), identifica-se como parda (67,7%; IC95% 52,6-82,9), trabalha (53,3%; IC95% 35,7-70,8) e vive em área urbana (76,8%; IC95% 64,4-89,3). Observou-se que 42,6% (IC95% 26,3-58,9) têm renda familiar de até meio salário mínimo, 48,9% (IC95% 31,5-66,3) têm ensino fundamental completo ou médio incompleto, 54,4% (IC95% 37,0-71,7) vivem com cônjuge ou companheira. Quase metade (46,4%; IC95% 28,5-64,3) relatou que não desejava ter o filho naquele momento e 72,2% (IC95% 58,7-85,7) acompanhou o pré-natal da parceira. Conclusões: Para além do quadro de vulnerabilidade social, evidencia-se um complexo perfil que inclui questões relacionais e referentes à autonomia reprodutiva. Os dados indicam haver experiências diversas em relação às configurações conjugais que acompanham a paternidade na adolescência, experiência esta que nem sempre foi expressa como não desejada.
RELAÇÃO DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E NÚMEROS DE REFEIÇÕES DIÁRIAS EM ADOLESCENTES
Pôster
Santos, S.N.1, Oliveira, C.A.1, Campos, R.O.1, Soares, A.C.M.2, Rocha, J.V.3, Santos, D.B.1, Santana, J.M.1
1 UFRB
2 UEFS
3 UESB
Objetivos: Analisar a relação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e número de refeições diárias entre adolescentes de um município do Recôncavo baiano. Método: Trata-se de um estudo transversal realizado com amostra composta por 107 adolescentes do sexo feminino, de 15 a 18 anos, no período de julho de 2023 a fevereiro de 2024 em 2 escolas públicas do município de Santo Antônio de Jesus, Bahia. Foram aplicados questionários padronizados contendo informações sobre as condições econômicas, sociais, de saúde e alimentação e realizado avaliação antropométrica (peso, estatura e circunferência da cintura). Empregou-se a correlação de Pearson para avaliação dos dados. Resultados: Ao correlacionar os indicadores antropométricos com número de refeições diárias, observou-se correlação inversa (r = - 0,21 p=0,03), indicando que quanto maior o número de refeições, menor o IMC e o percentual de gordura ( r= - 0,25 p=0,01), com média de 4 refeições ao dia. Conclusão: O aumento da frequência de consumo alimentar pode favorecer a perda de peso e do percentual de gordura corporal em adolescentes, devido a menor ingestão de alimentos, estímulo ao metabolismo e a digestão dos alimentos, podendo contribuir com a redução do risco de ocorrência de sobrepeso, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis.
RELAÇÃO ENTRE COMPORTAMENTOS DE SAÚDE E CARACTERÍSTICAS DE SAÚDE MENTAL ENTRE ESCOLARES
Pôster
Rego, I. N.1, Santos, A. C.2, Gomes, A. C.1, Quadros, L. N.1, Costa, C. A.2, Carvalho, C.2, Gomes, J. C. B.2, Vieira, J. M. R.2
1 ILMD/Fiocruz Amazônia
2 UFAM
Objetivo: Avaliar características de saúde mental entre escolares e sua associação com a adoção de comportamentos de saúde. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019. Foram consideradas como variáveis resposta, características de saúde mental (quantidade de amigos próximos, frequência de sentimento de tristeza, irritação, preocupação excessiva e vida sem valor) e como variáveis explicativas, comportamentos em saúde (consumo de guloseimas e refrigerante, tempo de tela, consumo de frutas, verduras e feijão, prática de atividade física, práticas de higiene pessoal e utilização de serviços de saúde). A análise dos dados consistiu na descrição das variáveis, e em seguida, modelos logísticos de distribuição binomial foram realizados, utilizando-se o software R. Resultados: Amostra contou com 159.245 escolares, dos quais, 50,8% eram mulheres, 51,2% entre 13 e 15 anos e 43,7% pardos. A maioria dos escolares afirmaram se sentir preocupados com as atividades do dia a dia na maioria das vezes (26,5%), 34% relataram ter se sentido triste às vezes e 76,7% afirmaram ter três ou mais amigos. De forma geral, idade mais jovem (13 a 15 anos), praticar atividade física fora da escola, consumir feijão, frutas e verduras com maior frequência e guloseimas e refrigerante com menor frequência, possuir tempo de tela até 2 horas por dia e um contexto familiar mais favorável, associaram-se significativamente a melhores características de saúde mental. Conclusões: O estudo aponta que a adoção de comportamentos em saúde favoráveis influencia em melhores características de saúde mental entre escolares.
RELAÇÃO ENTRE FREQUÊNCIA CARDÍACA, ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO DE TELA EM ADOLESCENTES
Pôster
Oliveira, S. M. R.1, Padilha, L. B.1, Leite, M. E.2, SANTANA NETO, D. A.1, Silva, A. M. F.1, Gonçalves, T. R.1, Bloch, K. V.1
1 UFRJ
2 Universidade Federal de São João Del-Rei
Objetivo: Analisar a associação da frequência cardíaca (FC) com atividade física e comportamento sedentário em adolescentes brasileiros.
Métodos: O Estudo de riscos cardiovasculares em adolescentes – Erica, foi um estudo seccional com adolescentes de 12 a 17 anos de escolas públicas e privadas. Informações sobre atividade física e horas de telas foram obtidas em questionário autopreenchido e a FC foi aferida por monitor oscilométrico de pressão arterial. Adolescentes que acumularam 300min/semana ou mais de atividade física foram classificados como ativos no lazer e os que apresentaram tempo de telas (TV, computador, vídeo game) >2h/dia, como sedentário. Modelos de regressão linear foram ajustados utilizando-se o Stata 15.0.
Resultados: Participaram 73.399 adolescentes, com média de idade de 14,4 +3,5 anos, 60,2% eram meninas, 48,5% fisicamente inativos e 73,6% sedentários. A média de FC de adolescentes ativos foi = 79,8 bpm (IC95% 79,3–80,2) enquanto a dos inativos foi 83,4 bpm (IC95% 82,9–84,0). A média da FC foi maior nas meninas inativas, 84,7 bpm (IC95% 84,4–85,2) do que nos meninos ativos, 77,8 bpm (IC95% 77,3-78,3). A média da FC segundo atividade física e comportamento sedentário por sexo foi maior nos inativos e sedentários, 84,5 bpm (IC 95% 83,9-85,1) nas meninas e, 81,6 bpm (IC 95% 80,9-82,3) nos meninos, do que nos ativos e não sedentários, 81,8 bpm (IC95% 81,2-82,5) nas meninas e 75,9 bpm (75,1-76,7) nos meninos.
Conclusões: Os resultados analisados sugerem que a FC reflete o efeito da atividade física e do comportamento sedentário em adolescentes de ambos os sexos.
RELAÇÃO ENTRE MASSA MUSCULAR E DEFESA ANTIOXIDANTE EM ADOLESCENTES COM OBESIDADE
Pôster
Martins, X. M. X.1, Ricarte, J. R. O.1, Nogueira, M. D. de A.1, Lourenço, E. W. R.1, Oliveira, L. F. N.1, Maia, C. S. C.1
1 UECE
Objetivo: verificar a relação entre a composição corporal e biomarcadores de estresse oxidativo em adolescentes com obesidade.
Métodos: estudo de base escolar realizado com adolescentes entre 10 e 17 anos com diagnóstico de obesidade nas escolas públicas de Fortaleza-CE. Foram obtidos percentuais de massa magra (MM) e gordura corporal (GC) e ângulo de fase (AF) através de bioimpedância elétrica, realizada de acordo com as recomendações do fabricante. Avaliou-se os biomarcadores de estresse oxidativo superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx), espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e malondialdeído (MDA). Com base na assimetria dos dados (teste Kolmogorov-Smirnov), foi empregada a correlação de Spearman, onde foi considerada fraca quando o coeficiente (r) estava entre 0,10 - 0,29; moderada entre 0,30 e 0,49 e forte quando r >0,50. Foi adotado o nível de significância de 5% (p˂0,05). A análise estatística foi realizada no programa SPSS versão 22.
Resultados: 142 adolescentes foram avaliados, sendo a maioria do sexo masculino (53,5%). Foi observada correlação moderada e direta da SOD com o %MM (r=0,391; p<0,001). Nenhum biomarcador foi associado a %GC. Encontrou-se correlação fraca e direta do MDA com o AF (r=0,182; p=0,032).
Conclusão: Apesar de não ser observada relação entre os biomarcadores de estresse oxidativo e o %GC dos adolescentes, foi encontrada relação do %MM com a SOD, o que pode reforçar a importância da massa muscular na defesa antioxidante, mesmo na presença de obesidade.
SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster
FERNANDES, M. S. V.1, CARRILHO NETO, L. F.1, COSTA, Woska Pires da.2, Noll, Matias.1
1 Instituto Federal Goiano, Campus Ceres.
2 Instituto Federal Goiano, IF Goiano - Campus Morrinhos.
Objetivo:
Analisar a relação entre os sintomas depressivos e elementos do
ambiente familiar e escolar, e indicadores de saúde mental, violência,
peso e imagem corporal, no contexto da pandemia de COVID-19.
Método:
Estudo transversal, com estudantes do Ensino Médio Integrado da
Rede Federal de Educação, matriculados em 2021. A amostra foi de
343 estudantes que responderam um questionário (CDI). Os dados
foram analisados por meio do método de regressão de Poisson
(α=0,05), utilizando a razão de prevalência (RP) com estimativa
considerando o intervalo de confiança (IC).
Resultados:
Principais resultados: ausentar-se da escola sem consentimento dos
responsáveis (RP: 1,86; IC 95%: 1,42–2,45), carência de apoio
emocional dos responsáveis (RP: 2,84; IC 95%: 1,98–2,06), não
possuir amigos próximos (RP: 2,76; IC 95%: 1,90–3,99), solidão (RP:
7,81; IC 95%: 3,34–18,25), dificuldades para dormir à noite (RP:
4,57; IC 95%: 2,47–8,46), vivenciar situações de violência (RP: 1,79;
IC 95%: 1,28–2,52) e estar insatisfeito com a própria imagem corporal
(RP: 3,11; IC 95%: 2,02–4,80).
Conclusões:
Estudantes que apresentaram sintomas de depressão mostraram
conexão com determinados elementos de risco presentes no ambiente
familiar e escolar, destacando: aumento do número de faltas na escola,
relato de pouca ajuda emocional por parte dos responsáveis, falta de
amigos próximos, solidão, dificuldades para dormir, experiência de
violência familiar ou social, abuso sexual, aparência física e
isolamento social.
SONOLÊNCIA DIURNA EXCESSIVA EM ADOLESCENTES DE FLORIANÓPOLIS – SC
Pôster
Andreia Meneguetti1, Jéssica de Jesus Dutra Lopes2
1 Cristina Brust
2 Andreia Pelegrini
Objetivos: analisar as prevalências e os fatores associados com a Sonolência Diurna Excessiva (SDE) em adolescentes de Florianópolis – SC.
Métodos: Estudo epidemiológico com amostra de 1026 adolescentes (51,4% de rapazes) de 14 a 19 anos. A avaliação da SDE foi realizada por meio Pediatric Daytime Sleepiness Scale (PDSS). Foram analisadas as associações entre SDE e fatores como turno escolar, consumo de tabaco e café, duração do sono, cronotipo e atividade física. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UDESC.
Resultados: A pontuação média na PDSS foi de 16,31(5,27) pontos, sendo que as moças apresentaram pontuação superior (p<0,001) indicando maior sonolência. A prevalência de SDE foi de 73,3% nas moças e 53,3% nos rapazes. As moças apresentaram 2,41(IC95%: 1,85-3,13) mais chances de terem SDE. Estudar pela manhã (p<0,001), menor duração do sono (p<0,001), fumar (p=0,035), alto consumo de café (p<0,001) e de álcool (p=0,010) e baixos níveis de atividade física (p=0,019) também estiveram associados com maiores prevalências de SDE. O cronotipo vespertino também esteve associado com maior SDE.
Conclusões: Foram observadas altas prevalências de SDE nos adolescentes confirmando tendências já observadas em outras regiões do Brasil e em amostras estrangeiras. Esse fenômeno pode impactar negativamente na aprendizagem e indicar que a situação de saúde destes adolescentes requer cuidados. A baixa duração do sono, o cronotipo e alguns fatores de estilo de vida foram associados com maiores prevalências SDE. Estes problemas a longo prazo estão associados com aumento de problemas psíquicos e metabólicos.
STATUS DE MICRONUTRIENTES DE ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO
Pôster
Campos, R.O.1, Oliveira, C.A.1, Santana, J. M.1, Cunha, J.C.S.1, Santos, D.B.1
1 UFRB
Objetivo: Avaliar os níveis séricos de selênio, vitamina D, ferro, zinco e ácido fólico de adolescentes. Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal que incluiu adolescentes do sexo feminino, com idade entre 15 e 18 anos, saudáveis, matriculadas em duas escolas públicas do ensino médio do município de Santo Antônio de Jesus, Bahia, Brasil, no período de julho de 2022 a dezembro de 2023. Resultados: Foram avaliadas 110 adolescentes, predominantemente pretas e pardas (87%), segundo critério raça/cor, solteiras (98,2%) e com renda familiar mensal entre 1 e 2 salários mínimos (53,6%). As concentrações médias dos micronutrientes foram: selênio: 95,45±3,65 μg/L; vitamina D: 21,33±6,31 ng/mL; ferro: 88,44±3,97 μg/dL; zinco: 95,21±2,03 μg/dL; ácido fólico: 20,6± 4,76 ng/mL. A deficiência de vitamina D (<20 ng/mL) foi encontrada em 91% das adolescentes, níveis baixos de ferro (<50 μg/dL) e zinco (<70 μg/dL) também foram observados em 11,4% das adolescentes. Conclusão: As concentrações séricas médias dos micronutrientes revelaram, de modo geral, adequação na população avaliada; contudo, uma parcela importante apresentou deficiência de vitamina D, ferro e zinco. Desse modo, o monitoramento do status de micronutrientes em mulheres em idade fértil é fundamental para a criação de políticas públicas de nutrição e estratégias no âmbito da Atenção Primária à Saúde, visto que as adolescentes têm maior risco de distúrbios nutricionais por possuírem alta demanda e/ou consumo insuficiente.
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO ALIMENTAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Pôster
Tomasi, Y. T.1, Fagundes, J. F.2, Tomazi, J. F.2
1 UFFS
2 UCEFF
Objetivo: analisar como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) podem contribuir para ações de educação alimentar e nutricional entre o público infantil e adolescente. Métodos: estudo epidemiológico do tipo transversal observacional, utilizando microdados da pesquisa “TIC Kids Online Brasil 2022”. A referida pesquisa tem como público-alvo crianças e adolescentes com idade entre 9 e 17 anos, das quais foram analisadas as variáveis sociodemográficas, de acesso, atividade e frequência do uso da internet. Foi realizada análise descritiva das variáveis do estudo e prevalência dos desfechos investigados segundo as variáveis de exposição, sendo estimada a associação por meio do teste qui-quadrado, com uso do software de análise estatística Stata®. Resultados: participaram do estudo 2.604 crianças e adolescentes. Destes, 82,6% fazem uso diário da rede, 68,7% acessam mais de uma vez ao dia, sendo o telefone celular é o dispositivo mais utilizado. Quanto ao uso da Internet para busca de informações relacionadas à saúde e bem-estar, houve diferença estatisticamente significativa em todas as faixas etárias (p<0,05), sendo a procura por formas de ter uma alimentação saudável com informações sobre dietas ou refeições saudáveis a de maior prevalência em todas as faixas etárias. Conclusões: o estudo evidencia o grande crescimento do acesso à Internet neste público, e significativa adesão às redes sociais. Neste sentido, as TICs servem como ferramentas de comunicação, espaço de entretenimento e busca de informações, demostrando uma oportunidade de utilização desse instrumental em ações de promoção de saúde, inclusive alimentar e nutricional, com possibilidades também no âmbito das políticas públicas.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA INCIDÊNCIA DE AIDS EM ADOLESCENTES E JOVENS DE SERGIPE 2007 À 2022.
Pôster
Santos, A.D1, Pereira, J.S.1, Oliveira, J.M.S1, Melo, L.R.S1, Santos, J.S1, Andrade, L.A.A1, Goes, M. A. O1, Santos, M. B1, Araújo, K.C.G.M1
1 UFS
O vírus da imunodeficiência humana é responsável por uma das principais Infecções Sexualmente Transmissíveis.Objetivos: Analisar a tendência temporal da incidência de AIDS em Sergipe em adolescentes e jovens adultos. Métodos: Estudo ecológico de série temporal contemplando os 75 municípios do estado de Sergipe. Os dados foram coletados do Sistema de Notificação da Secretaria de Estado da Saúde no período de 2007 a 2022. Foram estimadas as taxas de incidência de AIDS anual, considerando as variáveis: escolaridade, faixa etária, sexo e tipo de exposição. Utilizou-se o programa Joinpoint Regression 5.0 para a análise das tendências temporais. Resultados: Foram notificados 1424 casos de AIDS em adolescentes e jovens de 15 a 29 anos no período em estudo, com uma tendência geral crescente (AAPC: 3.3). Em adolescentes (15 a 19 anos) foi observada uma tendência crescente (AAPC: 5.8) e uma tendência estável na faixa etária de 20 a 29 anos. Ao analisar a escolaridade, a tendência foi considerada crescente em pessoas com ensino médio completo (AAPC: 8.4), educação superior incompleta (AAPC: 8.3) e completa (AAPC: 15.9), enquanto que a tendência foi decrescente em pessoas com o 1º a 4º ano incompleto (AAPC: -6.9) e 4º ano completo (AAPC: -8.1). Quanto aos sexos, o masculino (AAPC: 5.9) teve tendência crescente e o feminino estável. Relacionado ao tipo de exposição, os homossexuais (AAPC: 12.9) apresentaram tendência crescente. Conclusões: O estudo identificou os grupos mais vulneráveis à AIDS no estado de Sergipe e que necessitam de maior atenção na rede de assistência à saúde e na formulação de políticas públicas.
TRAJETÓRIA DO IMC/IDADE DE ADOLESCENTES ACOMPANHADOS PELA APS: ESTUDO VIGINUTRI BRASIL
Pôster
Alves, R. L.1, Toral, N.1, Paravidino, V.2, Gonçalves, V.S.S.1
1 UnB
2 UERJ
Objetivo: Avaliar a influência do acompanhamento pela Atenção Primária à Saúde (APS) na trajetória do Índice de Massa Corporal (IMC) para Idade de adolescentes. Métodos: Avaliou-se uma coorte de adolescentes acompanhados pela APS com registros no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) entre 2008 e 2018. Os efeitos do acompanhamento pela APS, por regiões, na trajetória do IMC/Idade foram estimados baseados na intenção de tratar. O método LMS foi usado para estimar curvas da evolução do IMC/Idade esperado, caso os adolescentes mantivessem as condições da primeira avaliação na APS (Curva esperada). Essas curvas foram comparadas àquelas obtidas por medidas reais (Curva Sisvan). Compararam-se as curvas à referência da Organização Mundial da Saúde (Curva OMS). O estudo foi aprovado pelo CEP/FS/UnB. Resultados: Avaliaram-se 4.176.666 adolescentes e 18.812.232 acompanhamentos. Em 2008 e 2018, a prevalência de excesso de peso foi 19,39% e 23,64%, respectivamente. A curva Sisvan mostrou que as meninas apresentaram o IMC/Idade maior que a curva esperada aos 19 anos (p<0,001) e superior à curva OMS, destacando-se a região sul (Sisvan: 23,89kg/m²; Esperada: 23,57 kg/m²; OMS: 21,4 kg/m²). Aos 19 anos, os meninos do sudeste apresentaram índice menor que o esperado caso não tivessem sido acompanhados (p<0,001), porém ainda superior à referência (Sisvan: 22,99 kg/m²; Esperada: 23,66 kg/m²; OMS: 22,2 kg/m²). Conclusões: Os usuários já iniciaram a adolescência com IMC/Idade acima da referência. O acompanhamento do estado nutricional pela APS pode ter exercido maior influência positiva para controlar o excesso de peso entre os meninos.
SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster
FERNANDES, M. S. V.1, CARRILHO NETO, L. F.1, COSTA, Woska Pires da.2, Noll, Matias.1
1 Instituto Federal Goiano, Campus Ceres.
2 Instituto Federal Goiano, IF Goiano - Campus Morrinhos.
Objetivo:
Analisar a relação entre os sintomas depressivos e elementos do
ambiente familiar e escolar, e indicadores de saúde mental, violência,
peso e imagem corporal, no contexto da pandemia de COVID-19.
Método:
Estudo transversal, com estudantes do Ensino Médio Integrado da
Rede Federal de Educação, matriculados em 2021. A amostra foi de
343 estudantes que responderam um questionário (CDI). Os dados
foram analisados por meio do método de regressão de Poisson
(α=0,05), utilizando a razão de prevalência (RP) com estimativa
considerando o intervalo de confiança (IC).
Resultados:
Principais resultados: ausentar-se da escola sem consentimento dos
responsáveis (RP: 1,86; IC 95%: 1,42–2,45), carência de apoio
emocional dos responsáveis (RP: 2,84; IC 95%: 1,98–2,06), não
possuir amigos próximos (RP: 2,76; IC 95%: 1,90–3,99), solidão (RP:
7,81; IC 95%: 3,34–18,25), dificuldades para dormir à noite (RP:
4,57; IC 95%: 2,47–8,46), vivenciar situações de violência (RP: 1,79;
IC 95%: 1,28–2,52) e estar insatisfeito com a própria imagem corporal
(RP: 3,11; IC 95%: 2,02–4,80).
Conclusões:
Estudantes que apresentaram sintomas de depressão mostraram
conexão com determinados elementos de risco presentes no ambiente
familiar e escolar, destacando: aumento do número de faltas na escola,
relato de pouca ajuda emocional por parte dos responsáveis, falta de
amigos próximos, solidão, dificuldades para dormir, experiência de
violência familiar ou social, abuso sexual, aparência física e
isolamento social.