Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia da saúde do adulto
CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS, ECONÔMICAS E QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES DE VITÓRIA
Pôster
OLIVEIRA, G.1, MIGUEZ, F.G.G.1, LEITE, F.M.C.1
1 UFES
Objetivo: Descrever a relação das características sociodemográficas e econômicas com quatro domínios de qualidade de vida em mulheres residentes em Vitória. Métodos: Trata-se de estudo transversal de base populacional realizado em Vitória, Espírito Santo. Participaram do estudo 1086 mulheres com 18 anos ou mais. A coleta ocorreu de janeiro a maio de 2022. Para verificar a qualidade de vida usou-se o protocolo Short Form Health Survey 36, que possui os domínios “Vitalidade”, “Aspectos Sociais”, “Aspectos Emocionais” e “Saúde Mental” de avaliação. A análise de dados foi conduzida mediante mediana e intervalo interquartil como medidas de tendência central e de dispersão devido a distribuição não normal dos dados, para verificar a relação dos dados os testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney foram realizados. Resultados: No domínio “Vitalidade” verificou-se relação com as medianas das variáveis idade, raça, religião, se possui plano de saúde, se possui casa própria e recebe auxílio do governo. Para “Aspectos Sociais” só houve relação com a religião, para “Aspectos Emocionais” a relação foi com idade e religião. Quanto o domínio “Saúde Mental” houve relação com idade, raça, escolaridade, renda familiar, situação conjugal, religião, número de pessoas no domicílio, se possui plano de saúde, se possui casa própria e recebe auxílio do governo. Conclusões: A relação entre as características sociodemográficas e econômicas com qualidade de vida das mulheres mostra a importância e influência desses diferentes fatores. Conhecer a qualidade de vida dessas mulheres pode auxiliar nas estratégias de saúde a serem desenvolvidas visto a sua influência no processo saúde-doença-cuidado.
DOENÇA RENAL DO DIABETES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE EM MARÍLIA/SP: ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster
Dos Santos, M. S.1, Sotonyi, T.2, Nonato, A. C.1, Caleman, G.1
1 Famema
2 Hospital Estadual de Bauru
Objetivos: analisar aos aspectos clínico-epidemiológicos de pacientes com Doença Renal Diabética (DRD) e determinar a força de correlação entre as duas condições e fatores associados. Métodos: Estudo observacional, retrospectivo de base agrupada, denominado estudo ecológico. A população estudada foi diabéticos diagnosticados com DRD acompanhados nas APS da cidade no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2023, incluindo pacientes com idade igual ou superior a 20 anos. Após aprovação pelo Comitê de Ética da instituição e pelo Conselho Municipal de Avaliação em Pesquisa (COMAP), deu-se início a coleta de dados diretos do sistema da Secretaria Municipal de Saúde de Marília e dados complementares do Sistema de Informação Ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS). As variáveis de interesse foram faixa etária, gênero e características clínicas relacionadas a doença, cuja análise descritiva, medidas de frequência e efeito estão em andamento. Resultados: A população estudada foi composta, em sua maioria, por pessoas com idade superior a 55 anos (80%), brancas (68%) e do sexo feminino (60%). 63% dos diabéticos são hipertensos na cidade estudada. Observou-se que houve aumento do número de pacientes diabéticos no município e prevalência variando entre 6,13 e 6,77%, porém a incidência DRD é muito baixa no período estudado, abaixo de 0,05. Conclusão: Os pacientes com DRD em Marília/SP são, majoritariamente, mulheres, maiores de 55 anos e brancas. A incidência baixa da DRD no município reforça sua característica de doença crônica de longa duração, com detecção a longo prazo. As análises ainda estão em andamento e estes resultados serão complementados com outras análises descritivas e inferenciais.
INTERNAÇÕES POR HIPERTENSÃO ESSENCIAL EM MATO GROSSO DE 2014 A 2024
Pôster
SILVA, C. D. N1, SILVA, E. N.G1, SILVA, A. D2, SILVA, M. H. N2
1 UNEMAT
2 IFMT
Introdução: A hipertensão é um fator agravante previsto para outras doenças cardiovasculares, apresenta diversos mecanismos subjacentes, os quais envolvem a interação de diferentes fatores comportamentais, estresse crônico, obesidade e predisposição genética. Objetivos: Analisar o índice de internações por hipertensão essencial no estado de Mato Grosso no período de 2014 a 2024. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo utilizando dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). A coleta das informações ocorreu no mês abril de 2024. As variáveis foram analisadas no programa Microsoft Office Excel 2010 a partir de estatísticas descritas utilizando frequência relativa (%) e absoluta (n). Resultados: Foram notificadas 7053 internações hospitalares por hipertensão primária em Mato Grosso entre 2014 e 2024. Destas (57%) são mulheres, (67%) de raça/cor parda/preta e (95,43%) tinham caráter emergencial. A região de saúde da baixada cuiabana (28,35%) abriga o maior número de internações. A faixa etária de 60 a 69 anos (21,69%) seguida de 50 a 59 anos (20,43%) possuem as maiores internações, justificável por fatores biológicos e senis, porém é crescente o índice de adultos apresentando doenças cardiovasculares, 20 a 39 anos (11,24%), situação que ocorre devido a hábitos de vida atuais; modelo de sociedade consumista, redução de esforço físico, uso excessivo de álcool e tabagismo tem evidenciado um perfil populacional patológico. Conclusão: Conclui-se assim que tratar as causas deste tipo de internação e fortalecer os programas de rastreamento de controle dos indivíduos acometidos com problemas cardiovasculares podem evitar danos maiores, visto que os fatores de risco são modificáveis.
PADRÃO ESPAÇO-TEMPORAL DOS CASOS DE ESPOROTRICOSE HUMANA EM SALVADOR, 2018-2023
Pôster
Paim, C. L. C.1, Silveira, I. H.1, Natividade, M. S.1, Brito, R. L.1
1 Universidade Federal da Bahia
Objetivos: Descrever e mapear o padrão espaço-temporal da ocorrência de esporotricose humana em Salvador-BA, de 2018 a 2023.
Métodos: Trata-se de um estudo ecológico com dados de notificação individual do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), CID10 B42 e B42.9. Ano de notificação e endereço (logradouro, número, bairro, distrito sanitário) foram as variáveis analisadas. As notificações foram georreferenciadas e originaram mapas anuais elaborados com os softwares Google MyMaps e ViconSaga.
Resultados: No período, Salvador notificou 1.077 casos de esporotricose humana, dos quais 1.076 tiveram informações geográficas consistentes para subsidiar o georreferenciamento. As notificações aumentaram de 30, em 2018 (14 bairros, 8 DS), para 526, em 2023 (92 bairros, 12 DS), sendo este último o ano com maior ocorrência. Em 2018, a doença afetou residentes de 14 bairros da cidade, passando para 92 em 2023 e chegando a 109 dos 160 bairros da cidade (68,1%) no período. Os bairros Paripe (38), Itapoan (35) e Pau da Lima (32) lideraram em número de notificações.
Conclusões: O crescimento da esporotricose em Salvador é evidenciado pelo aumento de notificações e bairros afetados anualmente, acometendo residentes de todos os 12 distritos sanitários do município desde 2021. A análise permite mensurar e visualizar a disseminação espaço-temporal da doença na capital baiana, etapa essencial no processo de identificação das áreas mais impactadas, levantamento de hipóteses sobre fatores geográficos potencialmente contributivos para a infecção e subsidiar a construção de ações voltadas para melhorar o combate e a prevenção da doença.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA ESPOROTRICOSE HUMANA, EM SALVADOR, DE 2018 A 2023
Pôster
Paim, C. L. C.1, Santana, M. J.1, Silveira, I. H.1
1 Universidade Federal da Bahia
Objetivo: descrever o perfil epidemiológico da esporotricose humana, em Salvador-BA, de 2018 a 2023.
Métodos: Estudo descritivo de corte transversal com banco de dados de notificação individual do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, CID10 B42 e B42.9. Ano de notificação, sexo, idade, raça-cor, escolaridade, classificação final, critério de confirmação e evolução foram as variáveis analisadas.
Resultados: No período, Salvador registrou 1077 casos de esporotricose humana. Destes, 84,5% foram confirmados e predominou o critério de confirmação clínico-epidemiológico (87,1%). Normalmente evoluíram para cura (70,4%). As notificações aumentaram de 30, em 2018, para 526, em 2023 (aumento de 1.653,3%), sendo este último o ano com maior ocorrência. Indivíduos do sexo feminino (66,9%), entre 40-59 anos (39,2%), pardos (54,2%) e com ensino médio completo (16,4%) tiveram maior proporção dentro dos registros.
Conclusões: O aumento consistente das notificações indica maior disseminação da doença na população. Também nota-se uma possível dependência do critério clínico-epidemiológico para diagnóstico, o que sugere a necessidade de maior acesso a diagnósticos laboratoriais, uma vez que são mais precisos e oferecem maior assertividade. A maior ocorrência entre mulheres pode estar ligada a fatores ocupacionais e de exposição. Ademais, discutir os fatores associados à infecção e transmissão mostra-se crucial para controlar a doença, proteger a saúde pública e evitar hospitalizações desnecessárias.
PERSISTÊNCIA DE ANTICORPOS COVID-19 EM TRABALHADORES DA SAÚDE E SEGURANÇA EM GOIÂNIA
Pôster
Silva, G,.R.C.1, Rodrigues, K.P.1, Silva Filho, G.F.1, Silva, B.V.D.1, Carneiro, M.A.S.1, Teles, S.A.1
1 UFG
Objetivo: Avaliar persistência de anticorpos neutralizantes SARS-CoV-2 em trabalhadores da saúde e segurança pública de Goiânia antes e após vacinação da COVID-19. Métodos: Estudo observacional, coorte prospectiva, realizado em Goiânia, Goiás. Participaram trabalhadores da saúde e segurança pública. Inicialmente, todos os participantes foram entrevistados com dados sociodemográficos e doses recebidas da vacina COVID-19. Para análise foram realizadas curvas de Kaplan-Meier e teste de Log-Rank. Valores de p < 0,05 foram considerados significantes. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa nº4.173.698. Resultados: Participaram 147 indivíduos, maioria do sexo feminino (63,9%), mediana de 36 anos (IIQ:14), 53,1% se autodeclararam pardos. Cerca de 28% eram da enfermagem, 9,5% relataram hipertensão e 38,8% usaram ivermectina. A mediana da persistência do RNA viral foi 19 dias (IIQ:12 dias). A curva de Kaplan-Meir mostrou, que antes da vacina houve declínio de anticorpos neutralizantes, com queda acentuada entre 90 e 180 dias. Após 12 meses da infecção, menos de 5% dos indivíduos mantiveram anticorpos neutralizantes. Observou-se que pessoas do sexo feminino apresentaram declínio maior do que sexo masculino (p=0,018). Durante o seguimento, 4,8% dos participantes não foram vacinados, 24% receberam uma ou duas doses e 77,6% três ou mais doses da vacina COVID-19. Os indivíduos que receberam três ou mais doses apresentaram maior manutenção de anticorpos 24 meses após a infecção comparados aos que não receberam ou receberam menos de três doses (p=0,013). Conclusões: A frequência elevada de medicamentos off lable e a não vacinação evidenciam a necessidade de investimento em informação sobre COVID-19.
PREDIÇÃO DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO POR ANTROPOMETRIA EM COORTE DE ADULTOS VULNERÁVEIS
Pôster
Passos, M.1, Vardiero, N.A.1, Neves, L.B.S.1, Gevaerd, M.B.1, Paes, L.M.P.1, Taguti, S.Y. I.1, Barreira, J.B.V.1, Fontes, P.H.S.1, Soares, G.T.M1, Justianiano, M.R.1, Guimarães, R.M.2, Dutra, V.G.P.1
1 IDOMED/UNESA
2 ENSP/FIOCRUZ
Objetivo: Estimar a associação entre as medidas de circunferência de pescoço (CP) e da relação cintura-altura (RCA) e apneia obstrutiva do sono em uma coorte de adultos jovens na cidade do Rio de Janeiro. Métodos: O estudo analisou 189 jovens adultos do Rio de Janeiro, avaliando medidas antropométricas e aplicando o questionário Stop-Bang para risco de apneia obstrutiva do sono. Foram medidos a circunferência do pescoço (CP) e a relação cintura-altura (RCA). Para comparar variáveis categóricas, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson, e para médias antropométricas, o teste T de Student, com nível de significância de 5%. Resultados: A frequência de risco para AOS é 7,8% em pessoas com baixa relação cintura-altura (RCA), 11,9% em RCA média e 50% em RCA alta (p<0,001). Como variável contínua, a média e desvio padrão de RCA foram 0,52 (DP ± 0,10) para baixo risco e 0,62 (DP ± 0,09) para alto risco de AOS (p<0,001). Para a circunferência de pescoço (CP), o risco de AOS é 11,9% no grupo de baixo risco cardiovascular e 57,1% no grupo de alto risco (p<0,001), com médias de 35,14 (DP ± 5,39) e 39,35 (DP ± 3,30), respectivamente. Conclusão: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por interrupções respiratórias durante o sono, por colapso das vias aéreas superiores. A circunferência do pescoço e o índice cintura-quadril são fortemente relacionados ao risco de AOS.
PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO NA REGIÃO CENTRO-OESTE DE 2013
Pôster
SILVA, T.A.A1, LOPES, M.F.F1, RIBEIRO, A.D.N1, SILVESTRE, G.C.S.B1, FARIA, N.F1, MOURA, S.V1, SILVA, R.A1, ROCHA, R.P.S1
1 UNEMAT
Introdução: Os transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT) podem ser influenciados por fatores de risco, resultantes da organização e gestão ou por exposição a determinados agentes tóxicos. Objetivo: Analisar a prevalência dos casos notificados de transtornos mentais relacionados ao trabalho na região Centro-Oeste no período de 2013 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo utilizando dados secundários disponíveis no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) de indivíduos a partir de 18 anos de idade notificados com transtornos mentais relacionados ao trabalho. Foram avaliados dados sociodemográficos, sendo eles, sexo, Raça/cor, ocupação e evolução do caso. A coleta das informações ocorreu no mês de junho de 2024. As variáveis foram avaliadas a partir de estatísticas descritas utilizando frequência relativa (%) e absoluta (n). Resultados: Foram analisadas 925 notificações de TMRT’s. Houve maior prevalência do sexo feminino com 79,78%, seguido da raça/cor branca (41,94%) nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás e parda/preta (5,18%) em Mato Grosso e Distrito Federal. As profissões mais acometidas por TMRT foram as de agente comunitário de saúde (5,83%), técnico de enfermagem (2,48%), enfermeiro (1,29%) e professor da educação de jovens e adultos do ensino fundamental (9,61%). Dos casos notificados de TMRT, 50,27% apresentaram incapacidade temporária para o trabalho. Conclusão: Constatou-se uma elevada e preocupante tendência de incapacidade temporária por TMRT, surgindo a necessidade de identificação precoce de fatores de risco e o fortalecimento de políticas relacionadas a saúde do trabalhador.
QUALIDADE DE VIDA ENTRE MULHERES RESIDENTES EM VITÓRIA: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
Pôster
OLIVEIRA, G.1, MIGUEZ, F.G.G.1, LEITE, F. M. C.1
1 UFES
Objetivo: Descrever os domínios de qualidade de vida do Short Form Health Survey 36 de mulheres residentes no município de Vitória, Espírito Santo. Métodos: Trata-se de estudo transversal de base populacional realizado em Vitória, Espírito Santo. Participaram do estudo 1086 mulheres com 18 anos ou mais. A coleta ocorreu de janeiro a maio de 2022. Para verificar a qualidade de vida usou-se o protocolo Short Form Health Survey 36, que possui 8 domínios de avaliação (Capacidade Funcional, Vitalidade, Saúde Mental, Aspectos Emocionais, Aspectos Físicos, Estado de Saúde Geral, Dor e Aspectos Sociais). A análise descritiva foi conduzida mediante apresentação de média e os respectivos intervalos de confiança para média (IC95%) dos itens que compõe cada domínio do Short Form Health Survey 36. A mediana e o intervalo interquartil foram utilizados como medidas de tendência central e de dispersão. Resultados: O domínio que apresentou menor média foi “Aspectos Emocionais” e o domínio com maior média foi “Saúde Mental”. A subescala de qualidade de vida com menor mediana e intervalo interquartil foi vitalidade (60; 45-75), já aspectos físicos (100; 50-100), aspectos sociais (100; 62,5-100) e aspectos emocionais (100; 33,3-100) obtiveram maior mediana. Conclusões: Há uma necessidade de um olhar mais apurado para os aspectos emocionais, físicos e sociais dessas mulheres visto a influência na qualidade de vida. Conhecer a qualidade de vida dessas mulheres pode auxiliar nas estratégias de saúde a serem desenvolvidas visto a sua influência no processo saúde-doença-cuidado.
ANÁLISE DA MORTALIDADE POR DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA NO BRASIL
Pôster
Henz,J1, Brum,MO1, Boeira,M1, Assunção,S1, Jones,M1
1 PUCRS
Este estudo observacional analisou a mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) usando dados do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM) de 2014 a 2022. A população incluiu mortes registradas pelos códigos J41-J44 da CID-10. Para filtrar apenas os óbitos por DPOC, desconsideramos os óbitos relacionados aos códigos CID-10 para COVID-19. As variáveis foram ajustadas conforme o censo de 2022 do IBGE. Ocorreram 385.325 mortes por DPOC no Brasil entre o período de 2014 a 2022, uma taxa de mortalidade de 23/100,000 habitantes, 91,4% ocorreram na população maior de 60 anos. Cerca de 55,1% eram do sexo masculino e 17% dos óbitos ocorreram em domicílio. Entre 2014 e 2022 ocorreu uma tendência de aumento anual da taxa de mortalidade de 0,69/100.000 IC 95% ([0,49 – 0,87], p<0,01), durante o estímulo às medidas de mitigação para a pandemia de COVID-19 (2020 e 2021) uma redução da tendência em 6,67/100.000 IC 95% ([-7,86 – -5,49], p<0,01). Além disso, 69,9% dos óbitos tinham nível de escolaridade abaixo de 9 anos. Os dados sugerem que a DPOC continua a ser um importante causa de mortalidade, especialmente entre a população idosa. Outro aspecto relevante, é a associação entre baixos níveis de escolaridade e mortalidade por DPOC. Geograficamente, a região Sudeste apresentou a maior média anual de mortes por DPOC. Além disso, os dados sugerem uma redução durante a pandemia de COVID-19, possivelmente por redução de exacerbação, em decorrência das medidas de mitigação.
ASSOCIAÇÕES DA CARGA HORARIA DE TRABALHO E TEMPO DE SONO DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA
Pôster
Mesquita, E. D. L.1, Delfino, L. D.1, Antunes, E. P.1, Santos, A. B.1, Benetello, L. A.1, Leoci, I. C.1, Leite, E. G. F.1, Silva, C. C. M.1, Fernandes, R. A.1, Christófaro, D. G. D.1
1 Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Presidente Prudente - Brasil
Objetivos: Analisar a associação entre carga horaria de trabalho e tempo de sono em professores da rede pública de ensino.
Métodos: Estudo transversal que avaliou 235 professores da rede pública de ensino da região metropolitana de Presidente Prudente – SP. Estudo aprovado pelo comitê de ética: 72191717.9.0000.5402. Idade, carga horaria de trabalho, tempo de sono e tempo de atividade física obtidas por meio de entrevista face-a-face; altura, peso e sexo por alto relato. A análise estatística composta por normalidade dos dados (Shapiro-wilk), analise descritiva e correlação de Pearson. P-valor 5% e software SPSS 20.0.
Resultados: professores com carga elevada de trabalho apresentaram 20% maior tempo de jornada semanal ao comparar com professores de carga normal (p-valor=0,001). Carga de trabalho semanal e tempo de sono apresentaram relação fraca e inversa, tanto para amostra total (com ajuste para sexo e prática de atividade física) (R=-0,297 p-valor 0,002), quanto apara apenas professores com carga elevada (Sem ajuste) (R=-0,278 p-valor 0,002).
Conclusões: Carga semanal de trabalho e tempo de sono se associam de forma fraca entre professores da rede pública de ensino.
ATIVIDADE FÍSICA DE PROFESSORES: ANÁLISE DE PASSOS DIÁRIOS E COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO
Pôster
Alves, L.O.1, Freitas, F. G.2, Ribeiro, C.D.2, Pinto, C. M2, Silva, J. V.2, Alves, C.S.2, Paravidino, V.B.1, Cocate, P.G.2
1 UERJ/IMS
2 UFRJ/EEFD
Objetivo: Descrever o nível de atividade física segundo o número de passos (NP) diários e tempo destinado ao comportamento sedentário (CS) de professores de ensino superior de uma universidade pública do Rio de Janeiro. Métodos: Trata-se de um estudo transversal e que utiliza dados preliminares coletados no período de agosto de 2022 a março de 2024. Um questionário foi aplicado para investigar dados demográficos e ocupacionais da amostra. Ademais, o NP diários e o tempo em CS foram coletados através de um acelerômetro uniaxial (Actical; Philips Respironics). Orientou-se o uso do dispositivo por 7 dias. Por fim, classificou-se como ativos fisicamente (≥10.000 passos/dia) e não ativos (≤10.000 passos/dia), enquanto que o CS foi categorizado em alto e baixo (≥10 horas/dia vs. ≤10horas/dia, respectivamente). Análises descritivas foram feitas no software Stata 15.0. Resultados: A amostra foi composta por 101 professores, em maioria por mulheres (68,3%), brancos (84,1%) e com média de idade de 49,4 anos (±11). A média do tempo de carreira foi 16,1 anos (±11), sendo que 31,6% ministram aulas na pós-graduação stricto sensu e 41,5% orientaram ao menos 4 alunos de pós-graduação no último ano. A média de passos/dia foi de 7.497 (±2.913) e CS foi de 10,1 horas/dia (±10,1). Apenas 18% da amostra foi classificada como ativa, enquanto que 50,5% destinava pelo menos 10 horas/dia em CS. Conclusão: Os dados preliminares sugerem que grande parte dos professores universitários desta pesquisa não cumprem as recomendações diárias de NP e aproximadamente metade destes possuem alto tempo de CS.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL: ESTUDO REALIZADO NO CENTRO DE SAÚDE DA MULHER EM ARCOVRDE-PE
Pôster
ARCOVERDE, J. H. V.1, Costa, D. M. A.1, LUCENA, J. R. M.1, VILELA, A. P.1, MATIAS, H. V.1, MANDU, L. C. S.1, VASCONCELOS, M. A. S.1, MELO, W. E. S.1, SILVA, G. R. A. R.1, SILVA, A. C. R.1, PIRES, A. P. D.1, AMARAL, D. H. A.1, RODRIGUES, M. S. R.1
1 VI GERES
OBJETIVO: avaliar a incidência da candidíase vulvovaginal em pacientes atendidas no Centro de Saúde da Mulher José Esmeraldo de Almeida no município de Arcoverde - PE. MÉTODO: O estudo, de caráter exploratório, foi desenvolvido, a partir da avaliação de exames de lâmina obtidos de mulheres oriundas do serviço público de saúde (SUS), atendidas em todas as UBSF e Centro de Saúde da Mulher localizado no referido município, no período de novembro 2019 a abril de 2020. RESULTADOS: Foram avaliados 2.740 laudos de exames, e foram constatados 93 pacientes com vulvovaginite causada por leveduras do gênero Candida. As mesmas apresentaram idade entre 15 e 45 anos. A maior incidência de candidíase foi observada no mês de janeiro, onde as pacientes acometidas pela levedura representaram 5% de todos os casos encontrados. A incidência da candida nas pacientes foi em maior número associada a outro microorganismo, caracterizando assim uma coinfecção que pode agravar o quadro clínico na paciente. CONCLUSÃO: A candidíase vulvovaginal acomete, com maior frequência, mulheres com faixa etária entre 26 e 35 anos. Não há predominância dos casos de CVV, ou uma relação direta com o nível de escolaridade das pacientes.
COMPARAÇÃO ENTRE VALORES DE PICO DO FLUXO EXPIRATÓRIO E FUNCIONALIDADE NO PÓS-COVID-19
Pôster
Costa, M. B.1, Cordeiro, L. L.1, Cordeiro, I. V. S.1, Nogueira, S. M.1, Costa, M. M.1, Santos, L. T.1, Noll, P. R. S.2, Noll, M.2
1 Universidade Evangélica de Goiás, Campus Ceres, Goiás, Brasil
2 Instituto Federal Goiano, Goiás, Brasil
Objetivo: O estudo visou avaliar o pico de fluxo expiratório, comparando-o com os níveis de comprometimento pulmonar e funcional ao analisar o impacto na realização das atividades habituais após a recuperação inicial da doença aguda, e sua relação com o sexo dos pacientes contaminados pelo vírus SARS-CoV-2. Método: Trata-se de um estudo transversal, exploratório e quantitativo com pacientes que foram hospitalizados em decorrência do COVID-19, entre janeiro de 2021 a janeiro de 2022, aprovado pelo CEP UniEvangélica (n° 5.744.777). Para medir a capacidade expiratória, utilizou-se o instrumento Peak Flow e na avaliação da funcionalidade, foi aplicada a escala Post-COVID-19 Functional Status Scale (PCFS). A análise dos dados foi conduzida utilizando o teste t e o teste Q2. Resultados: A amostra resultou em 21 pacientes, sendo a maioria do gênero feminino (71,4%) com (51,71 +12,37) anos de idade. A média do Peak Flow foi de 279,76 (+133,85) L/min, e quando comparados com valores ideais para a idade, 95,2% apresentaram valores abaixo do seu predito, indicando fraqueza dos músculos respiratórios e menor capacidade pulmonar. No entanto, em relação à funcionalidade 42,9% afirmaram incapacidade moderada de realizar todas as tarefas habituais, com PCFS=3. Todavia, os valores de Peak Flow e as variáveis de sexo não apresentaram diferença significativa (p<0,05) com o comprometimento funcional. Conclusão: Observou-se comprometimento moderado da capacidade funcional e atividades, com fluxo expiratório abaixo dos níveis preditos, em pacientes em processo de reabilitação pós-COVID-19.
COMPORTAMENTOS DE MOVIMENTO E QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO
Pôster
Bouzada, D.F.1, Barbosa, B.C.R.1, Meireles, A.L.1, Menezes-Junior, L.A.A. de1, Paula, W.1
1 UFOP
Objetivo: Investigar associação entre comportamentos de movimento (inter-relação entre sono, comportamento sedentário e atividade física) e qualidade de vida (QV) de estudantes universitários durante a pandemia de COVID-19.
Métodos: Estudo transversal multicêntrico com estudantes de graduação de oito universidades públicas. A coleta de dados foi realizada entre outubro/2021 e fevereiro/2022 por meio do questionário online. A variável desfecho QV foi avaliada pelo instrumento WHOQOL-Bref. Os comportamentos de movimento, sono, comportamento sedentário (CS) e atividade física (AF), foram avaliados segundo VIGITEL e OMS. Realizou-se análise de regressão logística. As análises estatísticas foram realizadas no software Stata®, versão 15.1.
Resultados: Foram avaliados 8650 estudantes. Do total de estudantes, 65,14% tinham má qualidade de sono; 58,15% apresentavam CS ≥9h/dia e 50,15% eram fisicamente inativos (<150 minutos/semana de AF moderada e <75 minutos/semana de AF vigorosa). Na análise multivariada, ajustada por IMC, sexo, idade e escolaridade do chefe da família, indivíduos que atendiam a pelo menos um dos comportamentos de movimento (sono, CS, atividade física) tiveram maior probabilidade de ter uma boa QV em todos os domínios (Físico- OR:0,25; Psicológico-OR:0,33; Meio Ambiente-OR:0,46; Relações sociais-OR:0,51).
Conclusão: A combinação entre boa qualidade de sono, ser fisicamente ativo e possuir baixo CS foi associado a uma melhor QV. Essas descobertas destacam a importância de abordar os diversos movimentos de comportamento de forma integrada.
CONSUMO DIÁRIO DE FRUTAS E VERDURAS E ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE EM ADULTOS
Pôster
Vilella, P. R.1, Lopes, E. C.1, Albrecht, S. M. S.1, Pereira, A. B. C.1, Fernandes, L. F.1, Oliveira, S. C.1, Reis, R. S.1, Schincaglia, R. M.1, Bernardi, J. R.2, Ramos, L. S.2, Moreira, P. R.2, Martins, K. A.1
1 Universidade Federal de Goiás
2 Universidade Federal do Rio Grande Do Sul
Objetivos: Investigar a relação entre o consumo diário de frutas e verduras e a alimentação consciente entre adultos em duas capitais brasileiras. Métodos: Estudo transversal realizado em Goiânia e Porto Alegre com adultos maiores de 18 anos, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (CAAE: 68764523.5.2001.5083) e Porto Alegre (CAAE: 68764523.5.1001.5327). O consumo diário de frutas e verduras foi avaliado pelos marcadores de consumo alimentar do SISVAN e a alimentação consciente pela Mindful Eating Scale-B. A diferença de médias foi avaliada pelo teste t para amostras independentes ou pelo teste de Mann-Whitney U, com p<0,05 para valores significativos. Resultados: O estudo incluiu 195 participantes, mediana de idade de 35 anos (IQR:29,50-39,50), sendo a maioria do sexo feminino (94,87%). O consumo regular de frutas foi relatado por 38,46% e o de verduras por 33,33% dos participantes. Aqueles com o consumo regular de frutas e verduras apresentaram menor “não rotinização”, ou seja, mais regras rígidas do comportamento (4,77±1,74 vs. 5,53±1,83; p=0,005; 4,74±1,87 vs. 5,49±1,77; p=0,006, respectivamente) e aqueles com consumo regular de verduras mostraram maior "consciência" (3,27±0,65 vs. 2,96±0,69; p=0,016). Conclusões: Indivíduos que consomem frutas e verduras regularmente apresentaram maior consciência sensorial, porém tendem a impor regras mais rígidas na alimentação. O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda aumentar a ingestão desses alimentos e destaca a importância de comer com atenção. Deste modo, reforça-se a importância de promover não apenas a frequência do consumo de frutas e verduras, mas também uma alimentação consciente, equilibrada e flexível.
EFEITO CAUSAL DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS SOBRE A PREMATURIDADE: DADOS DO NASCER NO BRASIL
Pôster
Franco, E. P.1, Gama, S. G. N.2, Theme-Filha, M. M.2, Martinelli, K. G.3, Costa. A. C. C.1, Marano.D.1
1 IFF/FioCruz
2 ENSP/FioCruz
3 UFES
Objetivo: Avaliar o efeito causal das síndromes hipertensivas da gestação sobre a prematuridade. Métodos: Os dados foram obtidos do estudo transversal de base hospitalar de âmbito nacional denominado “Nascer no Brasil” com 23.894 mulheres. As síndromes hipertensivas compreenderam a síntese das respostas positivas para qualquer uma das questões relativas ao aumento da pressão arterial, presença de pré-eclâmpsia, Síndrome HELLP contidas nos questionários preenchidos com dados do prontuário hospitalar e do cartão de pré-natal. O desfecho foi o nascimento prematuro precoce (<34 semanas de gestação) e tardio (34-36 semanas de gestação). Para a realização das análises, foi elaborado um gráfico acíclico direcionado para identificar as covariáveis de ajuste necessárias para estimar o efeito causal das síndromes hipertensivas da gestação sobre a prematuridade. Em seguida, aplicou-se o método de ponderação pelo escore de propensão para lidar com o desbalanceamento entre os grupos expostos e não expostos. Resultados: Das 20.494 puérperas avaliadas, 2.369 tinham diagnóstico de síndromes hipertensivas, e dentre essas, observou-se 5,8% nascimentos prematuros precoces e 13,5% tardios. Após a ponderação, as mulheres com síndromes hipertensivas tiveram 2,74 a chance de ter nascimento prematuro precoce (ORaj:2,74; IC95%:2,12-3,54) e 2,40 a chance de ter nascimento prematuro tardio (ORaj:2,40; IC95%:1,86-3,08). Conclusão: O efeito causal das síndromes hipertensivas sobre a prematuridade reafirmou seu papel em suscitar o aumento de nascimentos prematuros, reforçando a relevância do controle das síndromes no pré-natal.
EFEITOS DA FISIOTERAPIA NA FUNÇÃO PULMONAR EM PACIENTES COM SEQUELAS TARDIAS DA COVID-19
Pôster
Cordeiro, L. L.1, Costa, M. B.1, Cordeiro, I. V. S.1, Santos, L. T.1, Costa, M. M.2, Nogueira, S. M.1, Noll, P. R. S.3, Noll, M.3
1 UniEvangélica - Campus Ceres
2 UFG/UniEvangélica - Campus Ceres
3 Instituto Federal Goiano - Campus Ceres
Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da fisioterapia na função pulmonar de pacientes com sequelas tardias da COVID-19, utilizando o pico de fluxo expiratório medido pelo peak flow. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa transversal, quantitativa de pacientes que sofreram internação pela COVID-19 no interior Goiano. O peak flow, aparelho não invasivo de fácil aplicação, foi utilizado para mensurar a força, volume pulmonar e velocidade máxima expiratória em L/min. Apesar de ser uma medida indireta, o valor do peak flow tem uma boa correlação com o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), sendo útil para avaliar a capacidade pulmonar. A análise comparativa (teste t) foi feita entre grupos que realizaram acompanhamento fisioterapêutico e aqueles que não realizaram após a infecção por COVID-19. Resultados: A pesquisa incluiu 21 participantes, majoritariamente mulheres (71,4%), com idade média de 51,71 (± 12,38) anos. Na avaliação do fluxo respiratório pelo peak flow, 95,2% apresentaram valores abaixo do predito para sua idade e altura, indicando fraqueza dos músculos respiratórios. A maioria (61,9%) dos sujeitos realizou fisioterapia. Comparados aos que não receberam assistência fisioterapêutica, não houve diferenças significativas (p = 0,38). Apesar da ausência de diferenças estatísticas significativas, destaca-se a importância da fisioterapia na recuperação pós-COVID-19 devido aos baixos valores de pico de fluxo, fraqueza dos músculos expiratórios e sintomas recorrentes de fadiga, dispneia e déficit muscular associados à Síndrome Pós-COVID-19, com sequelas respiratórias, prejuízo na capacidade pulmonar e as atividades de vida diárias (AVDs).
ELSA-BRASIL: MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA POR MEIO DE BIBLIOMETRIA
Pôster
Queiroz, C.O.1, Conceição, A. F.1, Almeida, R. T.2, Almeida, M. C. C.3, Matos, S. M. A.4, Lourenço, C. L. M.1
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
2 Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
3 Instituto Gonçalo Moniz - IGM/FIOCRUZ
4 Universidade Federal da Bahia - UFBA
Objetivo: Mapear a produção científica do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Métodos: Estudo bibliométrico usando dados das bases Web of Science, PubMed e Scopus. Foram utilizados os termos ELSA-Brasil OR ELSA Brasil, em inglês e português, sem restrição de data. Foram excluídos os documentos duplicados e a busca ocorreu em 17/05/2024. Para análise, foi utilizado o software RStudio, com o pacote bibliometrix. Resultados: Foram identificados 769 documentos, com 2484 autores e aumento de 3 documentos em 2009 para 115 em 2023. As revistas científicas com maior número de documentos foram a Circulation (n=54), Cadernos de Saúde Pública (n=35) e Revista de Saúde Pública (n=25), mas com maior índice h para a Revista de Saúde Pública. Os documentos do ELSA-Brasil tiveram 8431 citações, sendo que os mais citados foram o artigo metodológico com 527 citações (AQUINO, E. M., 2012, AM J EPIDEMIOL) e o artigo do perfil da coorte com 394 citações (SCHMIDT, M. I., 2015, INT J EPIDEMIOL). A maior rede de colaboração do Brasil é com autores dos Estados Unidos (n=32), seguidos por Austrália, Alemanha e Espanha (todos com 11 autores). Os tópicos de tendência em 2013 eram doenças crônicas e estudos multicêntricos, alterando-se para tempo de sono, insônia e testes laboratoriais em 2023. Conclusão: Observou-se uma crescente produção científica na última década, uma maior rede de colaboração no exterior com os Estados Unidos e o protagonismo das revistas nacionais para divulgação do ELSA-Brasil.
ESCOLARIDADE E IDADE NO ÓBITO DE MULHERES ATÉ QUATRO ANOS APÓS O NASCIMENTO DE FILHO VIVO.
Pôster
LIMA,C.S.1, 1, 1, 2, 1
1 IESC/UFRJ
2 IMS/UERJ
Objetivo: Avaliar associação entre escolaridade e idade e ocorrência de óbito em mulheres até quatro anos após o nascimento de filho vivo.
Método: Usamos uma base de 88979 registros do Sistema de Informação de Nascidos Vivos da cidade do Rio de Janeiro (2014), vinculados com a base de mortalidade (2014 a 2018), empregando técnica probabilística. Criamos uma variável composta de seis níveis formada pela combinação das variáveis idade materna (20 a 34 anos (referência), ≥ 35 e 10 a 19 anos) e escolaridade materna (<4 vs. ≥ 4 anos) sendo a associação dessa variável com o óbito avaliada empregando regressão logística.
Resultados: Ocorreram 301 óbitos (0,34%, IC 95% 0,30% a 0,38%). Considerando 20 a 34 anos e escolaridade ≥ 4 anos como referência, observamos as razões de chances (IC 95%) : ≥ 35 anos e escolaridade ≥ 4 - 1,28 (0,94-1,74); 10 a 19 anos e escolaridade ≥ 4 - 1,32(0,97-1,8); 20 a 34 anos e escolaridade < 4 - 2,64 (1,3-8,12); ≥ 35 anos e escolaridade <4 - 3,0 (1,11-8,12); 10 a 19 anos e escolaridade < 4 - 4,97 (1,83 a 13,48).
Conclusão: A baixa escolaridade foi o fator de maior peso na ocorrência de óbito no período de seguimento de quatro anos. Dentre as mulheres com baixa escolaridade, as adolescentes, seguida pelas mulheres com ≥ 35 anos, foram os grupos mais vulneráveis.
ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL E STATUS SOCIOECONÔMICO EM ADULTOS BRASILEIROS ENTRE 2013 A 2019
Pôster
Conde, W.L.1, Wenzel, D.2, Assis, J.L.3, Venancio, Isabela4, Figueiredo, K.R.5, Szwarcwald, C.L.6
1 Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo
2 2Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo, São Paulo
3 Programa de Pós-graduação Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo
4 Programa de Pós-graduação Em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo
5 Curso de Graduação em Saúde Pública, Universidade de São Paulo
6 Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz
Objetivo: Analisar a associação entre indicadores do estilo de vida saudável (EVS) e condição socioeconômica de adultos brasileiros no período de 2013 a 2019. Métodos: Utilizamos dados de adultos (20-59 anos), sem doenças crônicas, das Pesquisa Nacional de Saúde realizadas em 2013 (n=26.402) e 2019 (n=48.883). Selecionamos 5 indicadores do EVS: não usar tabaco, consumir álcool até 3 dias/semana, escore alimentar saudável, atividade física em três domínios >=150 min/sem e IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2. A associação entre prevalência dos cinco indicadores de EVS no período 2013-2019 e fatores de risco (FR) foi estimada em regressão de Poisson. Resultados: Os indicadores EVS apresentaram as seguintes prevalências em 2013|2019: tabaco (86.0%|86.6%), álcool (81.1%|76.8%), alimentação saudável (46.8%|48.4%), IMC (47.6%|43.2%) e atividade física (49.6%|66.9%). Apenas 9.1% (2013) e 11.0% (2019) praticam, simultaneamente, os cinco indicadores. Em geral, mulheres apresentam escore EVS superior aos homens; a diferença aumenta com idade, escolarização e renda. Entre indivíduos com menos de 7 anos de estudo, o escore EVS é 2.2 para mulheres e 1.5 para homens; entre indivíduos com 17 ou mais anos de estudo os valores são 4.9 e 3.2, respectivamente. A regressão múltipla de Poisson mostrou que escolarização (RR=1,01) e ser mulher (RR=1,13) foram fatores de maior impacto positivo no EVS. Conclusão: No Brasil, os indicadores de EVS mais adotados são aqueles regulados em políticas públicas de proteção à saúde relativamente àqueles indicadores vinculados a políticas públicas de promoção à saúde. Mulheres e pessoas com alta escolaridade estão mais propensas a adotar EVS atualmente.
FATORES ASSOCIADOS AO GRAU DE DEPENDÊNCIA EM NICOTINA
Pôster
Guerra, D1
1 Secretaria Municipal de Saúde de Caxias do Sul
Objetivo: O estudo buscou identificar os fatores associados ao grau de dependência em nicotina de participantes dos grupos antitabagismo realizados em Unidades Básicas de Saúde de Caxias do Sul. Métodos: Estudo transversal, quantitativo, realizado com dados de 77 anamneses clínica. O grau de dependência em nicotina foi avaliado através do teste de fagerstrom. Para análise dos dados foi realizada a Regressão Logística Ordinal para identificar a associação das variáveis independentes com o grau de dependência em nicotina por meio de um modelo hierárquico. Resultados: Os fatores que se associaram ao grau de dependência em nicotina muito alto após o ajuste de modelo foram ser do sexo masculino e ter problema pulmonar. Os participantes com histórico de Diabetes Mellitus e com baixo risco para evento depressivo maior apresentaram menores chances de ter grau de dependência em nicotina muito alto. Conclusão: Os fatores associados ao alto grau em dependência em nicotina deste estudo reforçam a necessidade de tratamento para a cessação do tabagismo para a prevenção de doenças.
FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS ASSOCIADOS À INATIVIDADE FÍSICA EM ADULTOS: VIGITEL, 2023
Pôster
Araujo, L. L.1, Carvalho, A. K. C. L.2, Lopes, I. E. L.3, Oliveira Lima, J. W.3, Holanda, K. M. R. S.3, Bezerra, L. M. M. R.3, Silva, M. L4, Castro, V. H. S.2, Pereira, W. M. G.3, Barbosa Filho, V. C.3
1 Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Estadual do Piauí (UESPI)
2 Universidade Estadual do Ceará (UECE), Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME)
3 Universidade Estadual do Ceará (UECE)
4 Universidade Estadual do Ceará (UECE), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Objetivo: Analisar a associação entre fatores sociodemográficos e inatividade física em adultos brasileiros. Métodos: Trata-se de um inquérito nacional, transversal, realizado por entrevista telefônica em 2023, nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal, com amostra de 21.690 adultos (≥ 18 anos de idade). Na variável dependente, considerou-se fisicamente inativo aquele que não praticou qualquer atividade física no tempo livre, trabalho e no deslocamento nos últimos três meses (sim/não). As variáveis independentes foram sexo, estado conjugal, faixa etária, escolaridade, raça e etnia (autorreferida, questão única). Realizou-se regressão logística multivariada, com estimativa de Odds Ratio (OR) e seus respectivos Intervalos de Confiança (IC 95%). Por se tratar de uma análise secundária de dados abertos, este estudo não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Um menor OR para inatividade física foi observado no sexo feminino (OR:0,76; IC:0,62/0,93), estado conjugal união estável (OR:0,62; IC:0,46/0,85) e Indígena em relação a Branca (OR:0,40; IC:0,21/0,78). Tiveram maior chance de inatividade física pessoas na faixa etária de 55 a 64 anos (OR:2,14; IC:1,38/3,32) e 65 anos ou mais (OR:4,05; IC:2,62/6,25). Não houve associação significativa para escolaridade. Conclusão: Os fatores sociodemográficos aqui apresentados podem ser considerados na elaboração de políticas públicas e programas de promoção da atividade física, reduzindo iniquidades em saúde e favorecendo oportunidades para uma vida mais ativa e saudável.
GRAVIDEZ NÃO PLANEJADA NO CEARÁ: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS
Pôster
Diaz, A. O.1, Rocha, H. A. L.1, Rocha, S. G. M. O.1, Giacomini, S. G. M. O.1, Machado, M. M. T.1, Correia, Luciano Lima1
1 UFC
Objetivos: avaliar a prevalência e os fatores associados à gravidez não planejada (GNP) entre mulheres em idade fértil no Ceará.
Métodos: dados da VII Pesquisa de Saúde Materno Infantil do Ceará – Pesmic, série de estudos transversais de base populacional, representativa de todo o Estado, coletada no ano de 2023. Mulheres foram questionadas se já tiveram alguma gravidez não planejada (GNP), a idade da primeira gestação e sobre o uso de contraceptivos hormonais, além de terem sido reunidos dados demográficos e socioeconômicos.
Resultados: A prevalência de GNP foi de 31,8% no Ceará. Mulheres cujas primeiras gestações ocorreram com idade <15 anos (OR=2,5; IC95% 1,8-3,5, p<0,001) e entre 15 e 19 anos (OR=1,8; IC95% 1,5-2,1; p<0,001) tiveram mais chances de terem GNP que as que tiveram com mais de 20 anos. Mulheres que não fazem uso de contraceptivos hormonais tiveram cerca de 30% mais chances de terem uma GNP (OR=1,3; IC95% 1,2-1,6; p<0,001), que as que usam. Mulheres que não estão em um relacionamento estável (OR=1,4; IC95% 1,2-1,7; p<0,001) tiveram 40% mais chances de GNP que as que estão.
Conclusões: Mulheres cearenses que tiveram sua primeira gestação mais jovens, que não fizeram uso de contraceptivos hormonais e ausência de um relacionamento estável tiveram mais chances de terem tido uma GNP. O acesso à informação e aos serviços de saúde deve ser assegurado a essas mulheres, tendo em vista seu potencial para reduzir o número de gravidezes não planejadas e seus consequentes riscos para as mães e as crianças.
INTERVALOS DE REFERÊNCIA DE CREATININA E HEMOGLOBINA GLICOSILADA EM ADULTOS BRASILEIROS
Pôster
Sá, A.C.M.G.N.1, Prates, E.J.S.1, Alves, F.T.A.1, Carneiro, L.H.P.1, Moreira, A.D.1, Aguiar, L.K.1, Szwarcwald, C.L.1, Malta. D.C.1
1 UFMG
Objetivo: calcular intervalos de referência (IR) de creatinina e hemoglobina glicosilada (HbA1c) em adultos brasileiros. Métodos: estudo transversal, com exames da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 8.952 adultos, entre 2014-2015. Aplicaram-se critérios de exclusão, removeram-se outliers e realizada estratificação por sexo, idade e raça/cor. Os IR foram calculados considerando 95% dos indivíduos saudáveis, com limite inferior (LI) ligado ao percentil 2,5 e o limite superior (LS) ao 97,5. Adotou-se o método não paramétrico. A normalidade foi avaliada pelo teste de Shapiro Wilk e as diferenças pelos testes Mann Withney ou Kruskal Wallis com pós-teste de Dun com correção de Bonferroni (p≤0,05). Resultados: Foram analisados 2.738 adultos para exames de creatinina e 2.723 adultos para HbA1c. Homens (0,69-1,25 mg/dL) apresentaram IR de creatinina mais elevados que mulheres (0,53-1,05 mg/dL), assim como LI de HbA1c (homens: 4,55-5,97%; mulheres: 4,49-5,97%) (p ≤ 0,05). Para creatinina, mulheres apresentaram IR mais elevados entre 45 e 59 anos (0,55-1,04 mg/dL) e 60 anos ou mais (0,54-0,98 mg/dL) (p ≤ 0,05). Para HbA1c, homens apresentaram IR mais elevados a partir de 60 anos (4,65-6,07%) e mulheres a partir de 45 anos (45 a 59 anos: 4,61-6,05%; 60 anos ou mais: 4,82-6,03%) (p ≤ 0,05). Para creatinina, foram maiores os LI dos IR na raça/cor branca (0,56-1,19%) que na parda (0,55-1,19%) (p ≤ 0,05). Conclusões: Houve diferenças nos IR de creatinina e HbAc1 em adultos brasileiros. IR próprios possibilitam desvelar condições de saúde e subsidiar a identificação adequada de doença renal crônica e diabetes no Brasil.
JORNADA DE TRABALHO FEMININO E SAÚDE MENTAL: INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO
Pôster
Lemos, L. M.1, Carneiro , C. M. M.1, Lua, I.1, Morais, A. C.1, Pinheiro, E. S.1, Lima, M. E. A.1, Oliveira. R. C. S.1, Adorno, M. V. L.1, Souza, D. R. A.1, Souza, V. A1, Porto, C. B. S1, Araújo, T.M1
1 UEFS
Objetivo: Avaliar jornada de trabalho e Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) em mulheres. Método: Estudo transversal com amostra aleatória de 2.749 mulheres com 15 anos ou mais, residentes da zona urbana de município baiano em 2018-19. Técnica de amostragem aleatória por conglomerados. Utilizado questionário contendo informações sociodemográficas, ocupacionais e de saúde, incluindo o módulo de ansiedade - Patient Health Questionnaire (PHQ), utilizado para mensurar a presença de TAG; ponto de corte de 10 ou mais pontos do escore somatório. Resultados: 30,1% afirmaram ter trabalho remunerado, 76,6% realizavam atividades domésticas e 23,1% faziam as duas atividades (jornada concomitante). Sobrecarga laboral revelada pela presença de 50,6% trabalho em 6-7 dias semanais; 51,5% sem ajuda no trabalho doméstico e 28% com alta sobrecarga doméstica(SD). Prevalência estimada de TAG de 4,9%, sendo mais elevada entre aquelas com idade entre 45-60 anos (5,88%), não escolarizadas (6,52%), sem companheiro/a (4,96%), não pretas (5,17%), tinham entre 3 e 4 filhos (7,43%) e renda de até 1 salário mínimo (5,24%). Em relação às características ocupacionais, a prevalência de TAG foi de 5,89% entre aquelas que trabalhavam; 5,42% entre aquelas com alta SD e 5,19% com jornada concomitante. Conclusão: Observa-se elevada prevalência de TAG e sobrecarga/sobreposição de atividades laborais. A divisão sexual do trabalho doméstico e a inserção das mulheres no mercado de trabalho expõe as mulheres a jornadas concomitantes e sobrecarga, contribuindo para a incidência de transtornos mentais e comportamentais.
MARCADORES SAUDÁVEIS E NÃO SAUDÁVEIS DA ALIMENTAÇÃO E SINTOMAS NO PERÍODO MENSTRUAL
Pôster
Silva, K. S.1, Alves, R. L.1
1 Centro Universitário do Distrito Federal (UDF)
Objetivo: Avaliar os marcadores saudáveis e não saudáveis da alimentação e sintomas associados ao período menstrual.
Métodos: Estudo transversal, realizado entre outubro de 2023 a maio de 2024 em instituições de ensino superior do Distrito Federal. Avaliou-se o consumo de marcadores saudáveis (feijão, frutas frescas e verduras e/ou legumes) e não saudáveis (hambúrguer e/ou embutidos, bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote, biscoitos salgados, biscoito recheado, doces ou guloseimas) no dia anterior a entrevista e sintomas associados. Considerou-se p < 0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa/UDF.
Resultados: O total de 52 mulheres foram avaliadas com idade média de 23,11 (±5,96) anos, Índice de Massa Corporal médio de 24,41kg/m² (±4,12) e duração do ciclo menstrual de 26,46 dias (±4,12). Os sintomas relatados foram irritabilidade (100%), sensibilidade excessiva (100%), cólica (98,0%), desejo excessivo por determinado alimento (96,1%), inchaço (94,2%), ansiedade (92,3%), acne (92,3%) e humor depressivo (90,4%). Das participantes que relataram ter sentido um ou mais sintomas, 76,92% fizeram o consumo de marcadores não saudáveis no dia anterior (p<0,05), enquanto, 13,46% consumiram os marcadores saudáveis (p<0,05) e 9,61% não se recordavam (p<0,05). Das participantes que sentiram irritabilidade e sensibilidade excessiva, 65,38% consumiram bebidas adoçadas no dia anterior (p>0,05) e 59,61% consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas (p>0,05).
Conclusão: Mulheres que consumiram os marcadores não saudáveis da alimentação relataram sentir mais sintomas no período menstrual. Sugere-se estudos com um maior número de participantes e a adoção de condutas nutricionais baseadas no Guia Alimentar para a População Brasileira.
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA DE UNIVERSITÁRIOS NO BRASIL DURANTE A PANDEMIDA DA COVID19
Pôster
MAGALHAES-SILVA, K.B.B1, Carvalho, M.V2, Queiroz, V.A.O2, Costa, P.R.F2, Cunha, C.M2, Oliveira, L.P.M2, Martins, P.C3, Araújo, M.P.N2, Santana, M.L.P2
1 CIDACS/FIOCRUZ
2 ENUFBA
3 UFBA
Objetivo: Descrever mudanças ocorridas na prática de consumo alimentar, atividade física, etilismo, tabagismo e qualidade do sono no período da pandemia de covid-19 em docentes e discentes universitários brasileiros. Métodos: Estudo transversal realizado com docentes e discentes de instituições de ensino superior. Foram avaliadas mudanças no estilo de vida por meio de questionário online: prática de consumo (consumo de alimentos considerados não saudáveis, uso de suplementos e de aplicativos para compra de refeições e ou lanches); nível de atividade física, hábito de fumar e consumir bebida alcoólica, e qualidade do sono, referentes ao período imediatamente anterior e durante a primeira onda da pandemia. Utilizou-se teste Qui-quadrado ou teste de Fisher para comparar proporções e teste T para variáveis contínuas. Resultados: Observou-se aumento no consumo de bebida alcoólica (9,2% x 17,2%) e na dificuldade para dormir (39,4% x 22,4%), antes e durante da pandemia, respectivamente. Ademais, 31,5% praticavam atividade física e pararam, e 28,5% aumentaram o consumo de ultraprocessados, 44% de doces e 20,3% de bebidas industrializadas. Conclusão: A pandemia da covid-19 pode ter contribuído para mudanças no estilo de vida dessa população, tais como aumento do etilismo, inatividade física, dificuldade para dormir e elevado consumo de alimentos considerados não saudáveis.
OS DESAFIOS NO MANEJO DA SEPSE EM UMA UNIDADE HOSPITALAR MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Henrique, Giselle P.1, Corrêa, Karina S. A.1, Morangueira, Mônica T.1, Santos, Yasmin T.1, Reis, Gabrielle S.1, Oliveira, Adriana M.L1, Carvalho, Tiago V.1, Souza, Flávio M.1, Maia, Francisco J. S.1
1 HMEF
Introdução: A sepse apresenta alta prevalência e letalidade em todo o mundo. O presente estudo mostra o perfil epidemiológico do monitoramento de óbitos por sepse em uma unidade hospitalar.
Objetivo: Avaliar os desfechos por sepse no Hospital Municipal Evandro Freire (HMEF), localizado na Ilha do Governador, cidade do Rio de Janeiro.
Método: Estudo transversal dos casos registrados através do gerenciamento do protocolo de sepse, segundo os parâmetros estabelecidos pelo Instituto Latino-Americano de Sepse.
Resultados: Dos 306 óbitos no HMEF no primeiro trimestre de 2024, 36% (112) ocorreram por sepse. Destes, 79% tiveram abertura do protocolo. Quanto à exposição, do total de protocolos abertos, 39% eram sepse comunitária, 4% nosocomial e 57% não tiveram confirmação diagnóstica. Iniciaram a antibioticoterapia na 1ª hora 67,5% dos pacientes com protocolo aberto; em 32,5% o tratamento iniciou-se entre 1 e 2 horas. Quanto aos desfechos dos casos confirmados, 49% faleceram, 40% tiveram alta hospitalar, 6% foram transferidos para unidades de maior complexidade e 2% saíram por evasão.
Conclusão: Os achados preliminares indicam que a adoção de protocolo gerenciado de sepse possibilita o manejo da enfermidade para tratamento oportuno e possibilidade de cuidado com desfecho favorável. Foi possível observar o impacto da abertura do protocolo na manutenção da vida do paciente que desenvolve a sepse.
PREVALÊNCIA DE AUTOAVALIAÇÃO DE SAÚDE NO NORDESTE BRASILEIRO: VIGITEL 2023
Pôster
MACEDO, M. S. S.1, MELO, F. C. T.1, ARLETE, F. G.2
1 Escola Nacional de Saúde Pública - Fundação Oswaldo Cruz
2 Biomanguinhos - Fundação Oswaldo Cruz
Objetivo: Estimar a prevalência de autoavaliação de saúde na região Nordeste do Brasil no ano de 2023. Métodos: Estudo transversal realizado com dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizado em 2023 com maiores de 18 anos residentes nas capitais brasileiras. Calculou-se a prevalência de auto avaliação de saúde classificada como “muito boa e boa”, “regular”, e “ruim e muito ruim” por capital da região nordeste e houve o agrupamento por região. Tais prevalências foram observadas por estratos de variáveis socioeconômicas e comportamentais. As análises foram feitas no software R. Resultados: Foram analisados dados de 7209 pessoas. Para ambos os sexos houve maior prevalência de saúde muito boa e boa, com o mesmo padrão para as variáveis cor ou raça e estado civil. Diferente das demais faixas etárias, indivíduos com 70 anos ou mais houve maior prevalência (51,5%) de saúde regular. Entre aqueles com ensino médio ou superior houve maior prevalência de saúde muito boa e boa, diferente dos analfabetos com 51,1% de saúde regular. Independente da categoria, maiores prevalências de autoavaliação muito boa e boa foram observadas nas variáveis excesso de peso e consumo alimentar, assim como nos ativos fisicamente (60,5%) Conclusão: Embora seja notória melhor autoavaliação geral, entre indivíduos mais idosos, com menor escolaridade e entre aqueles inativos fisicamente, o percentual de saúde autoavaliada como regular foi mais elevado, ressaltando a necessidade de políticas públicas voltadas para este público a fim de tornar a saúde mais equânime.
PREVALÊNCIA DE OBESIDADE AUTORELATADA E AFERIDA SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS
Pôster
Andrade, M.A.B.1, Azevedo, A.C.C.1, Aiex, A.L.H.1, Veiga, C.S.1, Mendes, C.M.T.1, Avila, G.D.1, Rizzuto, J.L.1, Gualberto, L.S.1, Moreira, M.E.A.1, Caldeira, R.C.S.T.1, Souza, A.S.S.1
1 Universidade Estácio de Sá
Objetivos: Estimar prevalência de obesidade autorelada e aferida segundo características sociodemográficas no Brasil em 2019.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019. O presente estudo analisou somente o grupo de adultos (18 a 59 anos) brasileiros. Obesidade foi avaliada considerando IMC >30. Dados de peso e altura foram obtidos por meio de autorrelato e aferido. Foram estimadas as prevalências de obesidade autorelatada e aferida segundo as características sociodemográficas e os seus respectivos intervalos de confiança a 95% utilizando pesos amostrais no programa Stata.
Resultados: A prevalência de obesidade autorelatada foi maior no sexo feminino, 26,4%(IC95% 20,56-33,08), em pessoas de idade entre 45 e 59 anos 30,7% (IC95% 24,94-37,2), de cor/raça preta 27,8%(IC95% 18,95-38,82), com renda até 3 salários mínimos 24,2% (IC95% 19,38-29,65) e, que residem em áreas urbanas 24,4% (IC95% 19,58-30,06). Em relação a obesidade aferida, observou-se maior prevalência entre aqueles de cor/raça preta 31,37% (IC95% 22,26-42,18), que tinham renda entre 1 e 3 salários mínimos 28,29% (IC95% 23,01-34,25) e tinham como local de residência a zona urbana 27,2% (IC95% 22,49-32,5).
Conclusões: A prevalência de obesidade aferida foi maior que a prevalência de obesidade autorrelada para todas as características sociodemográficas.
PREVALÊNCIA DE RISCO DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO EM UMA COORTE DE ADULTOS JOVENS
Pôster
Neves, L.1, Vardiero, N.1, Gevaerd, M.1, Paes, L.1, Taguti, S.1, Barreira, J.1, Fontes, P. H.1, Soares, G.1, Justiniano, M.1, Guimarães, R.1, Dutra, V.1, Basilio, M.1
1 IDOMED - Universidade Estácio de Sá
Objetivo: Avaliar a prevalência de risco de Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e analisar fatores associados ao alto risco, em uma coorte de adultos jovens entre 2022 e 2024. Métodos: Trata-se de um estudo transversal em uma coorte de adultos entre 20 a 50 anos, residentes da área programática 4.0 no Rio de Janeiro. O instrumento STOP-Bang foi utilizado para identificar o risco de AOS (baixo risco se <3 e alto risco se >2). As variáveis independentes foram: grupo etário, sexo, situação conjugal, raça, escolaridade, renda mensal, vínculo empregatício, hipertensão auto-referida, atividade física, etilismo e tabagismo. Analisou-se a classificação de risco das variáveis independentes, categorizando a prevalência de AOS em cada. Utilizou-se os testes Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher para verificar associação entre as variáveis categóricas. Foi considerado nível de significância p<0,05. Resultados: Dos 187 indivíduos avaliados, 20,3% apresentaram alto risco para AOS, sendo 74,9% do sexo feminino, 65,8% de raça negra, 86,1% com ensino fundamental completo e 59,4% renda mensal de até 1 salário mínimo. Observou-se associação entre alto risco para AOS e faixa etária de 40 anos ou mais (p=0,006), sexo masculino (p<0,001), hipertensão (p<0,001), etilismo (p=0,015) e tabagismo (p=0,043). Dos hipertensos, 51,6% apresentaram alto risco para AOS e dos normotensos, 85,9% apresentaram baixo risco. Conclusões: Intervenções específicas são necessárias, com foco no rastreamento de AOS em hipertensos, visando a prevenção e o controle da AOS.
PREVALÊNCIA DE SONOLÊNCIA DIURNA EXCESSIVA EM ESTUDANTES DE MEDICINA NO TOCANTINS.
Pôster
Novais, O. B.1, Godinho, G. A.2, Morais, A. L. C. de1, Ferreira, L. H. C. dos S.1, Godinho, N. N.1, Sallet, L. A. P.1
1 UNITINS
2 UFT
Objetivos: Avaliar a prevalência de sonolência diurna excessiva entre estudantes de medicina da Universidade Estadual do Tocantins no primeiro semestre de 2024. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal utilizando a Escala de Sonolência de Epworth (ESE), aplicado por meio de um questionário online via Google Forms. Os critérios de inclusão abrangeram estudantes matriculados no curso de medicina do campus de Augustinópolis da Universidade Estadual do Tocantins que concordaram com o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram excluídos formulários de menores de idade e formulários incompletos. Resultados: O estudo obteve 41 respostas que atenderam aos critérios de inclusão. O escore médio obtido com a ESE foi de 9,024+-4,077. Dos participantes, 34,1% pontuaram entre 1 e 6, indicando sono normal, 12,1% pontuaram entre 7 e 8, indicando sonolência média, e 53,7% pontuaram entre 9 e 24, indicando sonolência atípica (possivelmente patológica). Conclusões: A maioria dos estudantes de medicina participantes apresentou sonolência diurna excessiva, sugerindo a necessidade de estratégias para abordar esse problema, que pode afetar o desempenho acadêmico e a saúde geral dos estudantes.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À DIABETES ENTRE MULHERES RESIDENTES DE VITÓRIA, ES
Pôster
Silva, R.G.1, Oliveira, G.1, Leite, F.M.C.1
1 UFES
OBJETIVO: Identificar a prevalência e os fatores associados à diabetes entre mulheres residentes do município de Vitória, Espírito Santo. METODOLOGIA: trata-se de um estudo epidemiológico transversal, realizado no município de Vitória, Espírito Santo, onde participaram 1.063 mulheres com idade de 20 anos ou mais. O desfecho em estudo foi o diagnóstico médico de diabetes (sim/não), e, as variáveis independentes as características socioeconômicas e comportamentais. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o Stata 14.0, onde foram apresentados os resultados por meio da Razão de prevalência. RESULTADOS: A prevalência de diabetes entre mulheres residentes de Vitória, Espírito Santo, foi de 155(14,58%). Esse agravo é aproximadamente 4 vezes mais prevalente (IC 95%: 4,20 2,21-7,98) entre as idosas (60 e mais) quando comparada ao grupo de 20 a 29 anos, e, 44% (IC95%: 1,04-2,00) mais frequente entre as não brancas. Em relação ao peso, mulheres com sobrepeso têm cerca de 61% (IC95%: 1,13-2,29) mais prevalência de diabetes quando comparado ao grupo eutrófico. Além disso, verifica-se a associação com a percepção de saúde ruim/muito ruim (RP: 2,62; IC95%: 1,56-4,38). Conclusão: o presente estudo identificou uma prevalência significante de mulheres com diabetes no município de Vitória e fatores associados, evidenciando aumento expressivo em idosas, mulheres não brancas e com sobrepeso. Dessa forma, conclui-se que diversos aspectos na vida, incluindo fatores comportamentais, podem influenciar na saúde da mulher.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À HIPERTENSÃO ENTRE MULHERES RESIDENTES DE VITÓRIA, ES
Pôster
Silva, R. G.1, Oliveira, G.1, Leite, F.M.C.1
1 UFES
OBJETIVO: Identificar a prevalência e os fatores associados à hipertensão entre mulheres residentes do município de Vitória, Espírito Santo. METODOLOGIA: trata-se de um estudo epidemiológico transversal, realizado no município de Vitória, Espírito Santo, onde participaram 1.063 mulheres com idade de 20 anos ou mais. O desfecho em estudo foi o diagnóstico médico de hipertensão (sim/não), e, as variáveis independentes as características socioeconômicas e comportamentais. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o Stata 14.0, onde foram apresentados os resultados por meio da Razão de prevalência. RESULTADOS: A prevalência de hipertensão entre mulheres residentes de Vitória, Espírito Santo, foi de 303(28,5%). Esse agravo é aproximadamente 7 vezes mais prevalente (IC 95%: 4,07-13,08) entre as idosas (60 e mais) quando comparada ao grupo de 20 a 29 anos, e, 32% (IC95%: 1,09-1,58) mais frequente entre as não brancas. Em relação ao peso, mulheres com sobrepeso têm cerca de 70% (IC95%: 1,37-2,12) mais prevalência de hipertensão quando comparado ao grupo eutrófico. A hipertensão arterial foi associada a não realização da atividade física (RP: 1,43; IC95%: 1,15-1,77), e, a percepção de saúde ruim/muito ruim (RP: 1,64; IC95%: 1,17-2,31). Conclusão: o presente estudo identificou uma prevalência significante de mulheres com hipertensão no município de Vitória e seus fatores associados, tendo maior frequência de acordo com o aumento da faixa etária e em mulheres não brancas, bem como ao estilo de vida dessas. Dessa forma, conclui-se que um olhar em diferentes aspectos na vida da mulher, incluindo fatores socioeconómicos e comportamentais, é fundamental para saúde dessa.
PREVENÇÃO GINECOLÓGICA NO CEARÁ: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS
Pôster
Diaz, A. O.1, Rocha, H. A. L.1, Rocha, S. G. M. O.1, Giacomini, S. G. M. O.1, Machado, M. M. T.1, Correia, Luciano Lima1
1 UFC
Objetivos: avaliar a prevalência e os fatores associados à realização da prevenção ginecológica entre mulheres em idade fértil do Ceará.
Métodos: dados da VII Pesquisa de Saúde Materno Infantil do Ceará – Pesmic, série de estudos transversais de base populacional, representativa de todo o Estado, coletada em 2023. Perguntou-se às mulheres em idade fértil se haviam realizado prevenção ginecológica (PG), além de terem sido coletados dados demográficos e socioeconômicos.
Resultados: Quase 30% das mulheres em idade fértil nunca fizeram prevenção ginecológica (27,7%, N=3190). Mulheres que não trabalham tiveram 70% mais chances de não terem feito PG, que as que trabalham (OR=1,7; IC95% 1,4-2,0; p<0,001), assim como aquelas com baixa escolaridade, as de famílias de percentil de menor renda e que recebem auxílio de programas de transferência de renda (OR=1,4; IC95% 1,1-1,7; p=0,001). Além disso, as que não tem plano de saúde tiveram 2,4 vezes mais chance de não terem feito PG (OR=2,4; IC95% 1,7-3,2; p<0,001).
Conclusões: Mulheres cearenses de menor renda, que não trabalham, de baixa escolaridade e que tem menos acesso a serviço de saúde tiveram mais chances de não terem feito prevenção ginecológica. O acesso à informação e a serviços de saúde devem ser melhorados para mais mulheres em idade fértil no Ceará possam realizar prevenção ginecológica e reduzir os riscos do câncer de cólo uterino.
QUALIDADE DE VIDA E CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS ENTRE MULHERES DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA
Pôster
Miguez, F. G. G.1, Oliveira, G.1, Leite, F. M. C1
1 UFES
Objetivo: Verificar a relação entre a qualidade de vida as características socioeconômicas de mulheres residentes no município de Vitória. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com dados de um estudo de base populacional no município de Vitória no estado do Espírito Santo, realizado de janeiro a maio de 2022. Participaram do estudo 1.086 mulheres com 18 anos ou mais. A qualidade de vida foi avaliada pelo Short Form Health Survey – 36, que possui oito domínios: capacidade física, aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. A análise de dados foi conduzida mediante mediana e intervalo interquartil como medidas de tendência central e de dispersão devido a distribuição não normal dos dados, para verificar a relação dos dados os testes de kruskal-wallis e mann-whitney foram realizados. Resultados: A mediana da capacidade funcional diminuiu conforme aumentou a idade da mulher, naquelas com baixa escolaridade, pertencentes ao segundo tercil de renda familiar, naquelas sem companheiros e para aquelas sem trabalho remunerado. Já, ter casa própria aumenta a mediana da capacidade funcional. As tendências de redução de mediana são semelhantes para o aspecto físico quando a mulher possui menor escolaridade e nas que não trabalham. Há redução da mediana no domínio da dor e para estado geral de saúde ao pertencer ao menor tercil de renda, não trabalhar e receber auxílio do governo. Conclusão: Há relação entre as características socioeconômicas e a qualidade de vida das mulheres.
QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE MENTAL EM ADULTOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO ACRE
Pôster
Portilho, K. C. O.1, Monteiro, G. T. R.2, Amaral, T. L. M.1
1 UFAC
2 ENSP
Objetivo: Analisar o componente saúde mental da qualidade de vida relacionada à saúde e os fatores a ela associados em pessoas com hipertensão arterial cadastrada na Estratégia de Saúde da Família da zona urbana de Rio Branco, Acre, em 2019. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com 672 indivíduos com hipertensão arterial sistêmica das unidades de Estratégia Saúde da Família com idade maior ou igual a 18 anos. A variável dependente, qualidade de vida relacionada a saúde (QVRS), foi obtida por meio do The Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36). Adotou-se a regressão ordinal hierárquica multivariada com nível de confiança de 95%. Resultados: Os achados apontam que, na população de estudo, a menor QVRS no componente saúde mental foi significativo para o sexo, faixa etária, escolaridade, adição de sal na comida, sensação de estresse, ansiedade, depressão, insônia, diabetes, dislipidemia, doenças respiratórias, complicações e internação em adultos com hipertensão arterial. No entanto, após ajuste manteve-se associado o sexo feminino (OR: 1,45; IC95%: 1,11-1,89), escolaridade até ensino fundamental II (OR: 1,49; IC95%: 1,02-2,19), hábito de adicionar sal na comida (OR: 2,10; IC95%: 1,28-3,44), sensação de estresse (OR: 3,71; IC95%: 2,43-5,65), depressão (OR: 2,57; IC95%: 1,57-4,20) e insônia (OR: 1,71; IC95%: 1,14-2,56). Conclusão: A QVRS de pessoas com hipertensão arterial está comprometida, tendo relação com as condições socioeconômicas, de hábitos de vida e de saúde. A atenção primária tem como desafio criar mecanismos para um cuidado holístico e eficaz de modo a desenvolver hábitos saudáveis e a melhoria do autocuidado.
QUALIDADE DE VIDA EM ADULTOS COM DIABETES TIPO 2 NO ACRE: IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL
Pôster
Portilho, K. C. O.1, Monteiro, G. T. R.2, Amaral, T. L. M.1
1 UFAC
2 ENSP
Objetivo: Analisar os componentes da qualidade de vida relacionados à saúde e seus correlatos em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, assistidos pela Estratégia Saúde da Família na área urbana de Rio Branco, Acre, no ano de 2019. Método: Pesquisa transversal realizada entre 324 pessoas com diabetes tipo 2 em 2019, com idade maior ou igual a 18 anos. O desfecho primário foi a qualidade de vida relacionada a saúde obtida por meio do The Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36). A análise de regressão ordinal hierárquica multivariada foi utilizada para determinar os fatores associados aos tercis da QVRS, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: Os achados apontam que o menor tercil da qualidade de vida relaciona à saúde em pessoas com diabetes no componente estado geral de saúde está associada a sensação de estresse OR: 1,98 (IC95%: 1,22-3,22) e depressão OR: 2,34 (IC95%: 1,35-4,05). Ademais, no componente saúde mental o menor tercil da qualidade de vida foi associado ao sexo feminino OR: 1,71 (IC95%: 1,05-2,77), sedentarismo OR: 2,44 (IC95%: 1,30-4,59), sensação de estresse OR: 3,54 (IC95%: 2,36-5,30), ansiedade OR: 2,36 (IC95%: 1,36-4,10) e depressão OR: 2,69 (IC95%: 130-5,59). Conclusão: A QVRS em pessoas com diabetes tipo 2 é impactada por fatores como estresse, depressão, sedentarismo e ansiedade, especialmente entre as mulheres. Esses dados são importantes para aprimorar estratégias de intervenção em saúde, bem como o delineamento de políticas públicas que abordem não apenas os aspectos da doença, mas também seus impactos socioeconômicos e psicossociais.
QUALIDADE DE VIDA NO COVID-19 TARDIO: INFLUÊNCIA DA INTERNAÇÃO HOSPITALAR
Pôster
SOUZA, N. S.1, OLIVEIRA, N. L. L.1, COSTA, M. B.1, CORDEIRO, L. L.1, CORDEIRO, I. V. S.1, COSTA, M. M.2, NOGUEIRA, S. M.1, SOUSA, M. M.3
1 UniEvangélica - Campus Ceres
2 UFG / UniEvangélica - Campus Ceres
3 IFGoiano - Campus Ceres
O objetivo foi avaliar a qualidade de vida de pacientes com COVID-19 tardio na região do Vale do São Patrício/GO e relacionar com a internação em UTI. Trata-se de um estudo exploratório, quantitativo, realizado com pacientes que foram hospitalizados em decorrência do COVID-19 no Vale do São Patrício, norte do estado de Goiás, entre janeiro de 2021 a janeiro de 2022, de acordo com os dados disponibilizados pela Vigilância Epidemiológica de Ceres-GO. A pesquisa foi aprovada pelo CEP-UniEvangélica (n. 5.744.777). De uma população de 80 pacientes, 21 participaram da pesquisa, que utilizou o instrumento Short Form 36 (SF-36). Os dados foram submetidos a análise estatística pelo teste t de student. Os pacientes pesquisados possuem uma idade média de 51,9 (±12,4) sendo 15 mulheres (71,4%) e 6 (28,6%) homens. Na avaliação dos valores médios dos oito domínios da escala SF 36, numa variação de 0 a 100, onde o zero é o pior estado e cem é o melhor, tem-se: capacidade funcional (54,3 ±27,9), limitação por aspectos físicos (44,0 ±45,3), dor (49,7 ±3,12), estado geral de saúde (47,3 ±20,1), vitalidade (58,6 ±14,8), aspectos sociais (66,2 ±25,6), limitação por aspectos emocionais (42,8 ±44,9) e saúde mental (59,2 ±15,1). Mais da metade dos pacientes participantes da amostra foram internados em UTI (57,1%). Em análise da influência da internação em UTI na qualidade de vida, verificou-se uma relação significativa (p < 0,05) com a limitação por aspectos emocionais da SF-36, sendo que 87,1% dos pacientes mais bem avaliados nesse aspecto estiveram internados na UTI.
RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE VIDA E DEPRESSÃO EM ADULTOS DE UM PROJETO DE EXTENSÃO
Pôster
Zamperlini, I. M.1, Develey, L. D.1, Costa, G. P.1, Oliveira, J. C. S.1, Silva, A. P.1, De Moraes, C.1, Trapé, A. A.1
1 EEFERP-USP
Objetivo: Verificar a relação entre indicação de risco para depressão e percepção de qualidade de vida, nível de atividade física (NAF) e variáveis sociodemográficas em adultos de um projeto de extensão. Método: Estudo transversal, composto por 114 participantes de 30 a 64 anos de idade, integrantes de um projeto de extensão universitária que promove atividade física gratuita em Ribeirão Preto, SP. Antes de iniciarem as atividades, foram coletados os dados sociodemográficos (idade, gênero e nível de escolaridade) e aplicados os questionários IPAQ (Questionário Internacional de Atividade Física), SF-12 (Questionário de Qualidade de Vida) e DASS-21 (Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse). Os dados foram analisados por meio de um modelo de regressão multivariada com distribuição binomial e resultados reportados em odds ratio (OR) [IC95%]. Resultados: A idade média dos participantes foi de 48±10 anos, sendo 76 (66,7%) mulheres e 34 (29,8%) com indicação de risco para depressão. Observou-se que quanto maior a pontuação nos domínios da qualidade de vida “aspectos sociais” (OR = 0,975 [0,952; 0,999]) e “saúde mental” (OR = 0,925 [0,882; 0,971]), menor a indicação de risco para depressão. Não foi encontrada relação significativa entre o NAF e as variáveis sociodemográficas com o risco para depressão. Conclusão: Os aspectos sociais e a saúde mental parecem exercer um papel importante para o risco de depressão. A atividade física pode ser um importante fator relacionado à qualidade de vida, já que a sua prática pode auxiliar na promoção do bem-estar mental e social.
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO GRUPO SAÚDE +: ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS EM RIBEIRÃO PRETO, SP
Pôster
Oliveira, J. C. S.1, Moreira, M. M.1, Costa, G. P.1, Develey, L. D.1, Valerio, K. A.1, Silva, A. P.1, de Moraes, C.1, Trapé, A. A.1
1 EEFERP - USP
Objetivos: Relatar o desenvolvimento de um grupo de aconselhamento em saúde. Métodos: O Grupo Saúde +, iniciativa de uma Universidade em Ribeirão Preto, SP, é organizado a partir de encontros mensais de forma presencial, com discussão de temas relacionados à saúde e propostas para definições de metas, buscando auxiliar na mudança de hábitos de vida. O acompanhamento entre as reuniões presenciais é realizado por meio de interações em um grupo de aplicativo de mensagens. Os participantes realizaram uma avaliação inicial de indicadores de saúde, incluindo aplicação de questionários, coleta de sangue, análise da composição corporal e realização de testes motores. As reavaliações acontecerão após 6 meses e depois, anualmente. Resultados: O Grupo iniciou em março/2024, com 24 participantes, 58,3% (n=14) mulheres, com idade média de 46,5 anos (±5,43). No primeiro encontro, explicou-se o objetivo da criação do projeto e foi pactuado sobre o funcionamento das reuniões; no segundo, discutiu-se sobre os comportamentos de movimento de 24 horas e a importância da prática de atividade física, principalmente no tempo livre. Ao final, foi proposto para que cada participante, dentro de sua realidade, colocasse uma meta de atividade física para ser realizada durante o mês, tendo como objetivo o início de pequenas mudanças de comportamento. A inserção de práticas corporais, como a caminhada e capoeira, foram relatadas em interações pelo aplicativo de mensagens. Conclusão: Acredita-se que o programa de aconselhamento pode se mostrar de grande importância para orientação e conscientização de mudanças de hábitos de vida.
SAÚDE MENTAL DOS SERVIDORES DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO BRASILEIRA: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster
OLIVEIRA, I. F. R.1, BATISTA, D. R. O.1, MONTEIRO, L. F.1, PEREIRA, NICOLLI GODOI2, COSTA, M. B.3, COSTA, Woska Pires da1, SILVA, P. R.1, NOLL, M.1
1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Ceres
2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Instituto Federal de Goiás - Câmpus Goiânia, Instituto Federal de Goiás - Campus Uruaçu.
3 Universidade Evangélica de Goiás - Campus Ceres
Objetivo: Avaliar os fatores relacionados a saúde mental dos servidores da Rede Federal de Educação brasileira. Método: O público-alvo da pesquisa foram os servidores docentes e técnicos-administrativos pertencentes à Rede Federal de Educação brasileira. A pesquisa conduzida em 2022, teve abordagem epidemiológica transversal e envolveu participantes de todas as regiões do país. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e o instrumento DASS-21. Utilizou-se o teste t-Student e a análise de variância (2-way ANOVA) seguida pela análise post hoc (Tukey) para três ou mais fatores (α=0,05). Resultados: A amostra foi composta por 1.563 participantes, sendo 57,3% do sexo feminino. Os resultados indicaram uma diferença estatisticamente significativa entre os sexos nos domínios de ansiedade, estresse e depressão. As mulheres apresentaram níveis mais altos de ansiedade e estresse (p<0,001) e de depressão (p=0,010) em comparação aos homens. Indivíduos com ≤33 anos exibiram níveis mais elevados de depressão, ansiedade e estresse (p<0,001). No entanto, servidores que relataram não praticar atividade física mostraram maiores níveis de depressão, ansiedade e estresse (p<0,001). Além disso, aqueles que assistiam televisão por 5 horas ou mais diárias registraram níveis mais altos de depressão (p=0,002) e ansiedade (p=0,016). Conclusões: A saúde mental dos servidores da Rede Federal de Educação brasileira é influenciada por fatores como idade, gênero, prática de atividade física e tempo de tela. Servidores mais jovens, mulheres, aqueles que não praticam atividade física e os que assistem televisão por ≥5 horas diárias apresentaram níveis mais elevados de depressão, ansiedade e estresse.
USO DAS TELAS NO MOMENTO DAS REFEIÇÕES E ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE EM ADULTOS
Pôster
Lopes, E. C.1, Vilella, P. R.1, Albrecht, S. M. S1, Pereira, A. B. C.1, Fernandes, L. F.1, Oliveira, S. C.1, Reis, R. S.1, Schincaglia, R. M.1, Bernardi, J. R2, Ramos, L. S.2, Moreira, P. R.2, Martins, K. A.1
1 Universidade Federal de Goiás
2 Universidade Federal do Rio Grande Do Sul
Objetivos: Investigar a relação entre o hábito de realizar refeições diante de telas e alimentação consciente entre adultos em duas capitais brasileiras. Métodos: Estudo transversal realizado em Goiânia e Porto Alegre com adultos maiores de 18 anos, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (CAAE:68764523.5.2001.5083) e Porto Alegre (CAAE:68764523.5.1001.5327). O hábito de realizar refeições diante de telas foi avaliado por uma questão dos marcadores do SISVAN. A alimentação consciente foi medida pela Mindful Eating Scale-B. A diferença de médias foi avaliada pelo teste t para amostras independentes ou pelo teste de Mann-Whitney U, sendo p<0,05 significativo. Resultados: O estudo incluiu 195 participantes com mediana de idade de 35 anos (IQR:29,50-39,50), sendo 94,87% do sexo feminino. A maioria relatou hábito de comer diante de telas (54,87%) e estes apresentaram pontuações mais baixas em "não reatividade" (11,35±2,66 vs. 12,14±2,37; p=0,019), "aceitação" (13,16±3.89 vs. 15,58±3.00, p<0,0001), "não estruturado" (10,84±2,45 vs. 12,68± 2,10; p<0,0001) e na pontuação total da escala (63,66±7,06 vs. 67,30±6,25; p<0,001) e pontuações mais altas para "distração" (7,25±2,43 vs. 5,85±1,78; p<0,0001) e "não rotinização" (5,52±1,73 vs. 4,65±1,81; p=0,0019) comparados aos que não comiam diante de telas. Conclusões: Indivíduos com hábito de comer diante de telas apresentaram maior impulsividade alimentar e distração, além de menor aceitação de seus comportamentos sem julgamentos, de adequação ao contexto e de imposição de regras rígidas na rotina alimentar. Promover a prática da atenção plena na alimentação pode ajudar os indivíduos a desenvolverem uma relação mais saudável e consciente com a comida.