Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia do curso de vida
ANÁLISE DO PERFIL OBSTÉTRICO DE PARTURIENTES SUBMETIDAS A UM PROTOCOLO DE AURICULOTERAPIA
Pôster
Silva Neto, F.S1, Araújo, J.S.S1, Campos, A.G.D2, Nascimento, L.M.S1, Souza, S.A.L3, Coelho, H.F.C1, Silva, A.H.A1, Soares, R.S1
1 UFPB
2 UNINASSAU
3 UNIPE
Objetivo: analisar as características obstétricas das parturientes incluídas em ensaio clínico sobre auriculoterapia no trabalho de parto ativo. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico, randomizado, controlado, com análise quantitativa. Resultados: Foram incluídas 171 parturientes no estudo, randomizadas em dois grupos, intervenção (GI) e controle (GC). A média de idade no GI foi (26,01 ± 5,86) e no GC (25,51 ± 5,96), autodeclaradas branca GI 20 (24,4%), GC 18 (20,2%), não-branca GI 62 (75,6%) e GC 71 (79,8%). A média das consultas de pré-natal foi homogênea, GI (9 ± 2,82) e GC (8,54 ± 3,29). Quanto a paridade, nulíparas no GI (43/25,2%) e no GC (35 (35/20,5%), multíparas no GI (39/22,8%) e GC (54/31,5%). A idade gestacional variou entre 37-42 semanas, com a maioria da amostra entre 38-40 semanas (135/78,8%). A maioria das parturientes não sabiam ou não confeccionaram o plano de parto GI (79/46,2%) e GC (86/50,3%). Observou-se que a maioria das pacientes 96,3% e 96,6% do GI e GC respectivamente tinham a presença do acompanhante, sendo este da sua escolha. Segundo a localização primária da dor durante o trabalho de parto, o GI e GC respectivamente relatou, região de baixo-ventre (51/29,9% - 64/37,4%) e lombossacral (31/18,1% - 24/14%), somente o GC descreveu presença de dor na região vulvar (1/0,6%). Conclusão: nota-se a necessidade de construir políticas de cuidado direcionadas a saúde materno-infantil e suas nuances no que tange o perfil das pacientes atendidas e suas realidades. Este estudo pode servir como base para o desenvolvimento de diretrizes e protocolos.
IMPACTO DO GANHO DE PESO GESTACIONAL SOBRE OS DESFECHOS NEONATAIS NA COORTE DE ARARAQUARA
Pôster
Victor, A.1, Rondo, P.H.C.1, Luzia, L. A.1
1 Universidade de São Paulo
O ganho de peso gestacional (GPG) é um indicador importante para monitorar a saúde materna e fetal. Objetivo: Avaliar o efeito do GPG fora das recomendações do Instituto de Medicina (IOM) sobre os resultados fetais e neonatais. Desenho do Estudo: Um estudo de coorte prospectivo com 1642 gestantes de 2017 a 2023, no município de Araraquara, São Paulo. Em relação a adequação do GPG foi realizado mediante as diretrizes do IOM e os desfechos fetais e desfechos neonatais foram investigados. Equações Estimativas Generalizadas (GEE) foram utilizadas. Resultados: GPG abaixo das recomendações do IOM foi associado com aumentos nos riscos de restrição de crescimento intrauterino (RCIU) (ORa 1,61; IC 95%: 1,14-2,27), baixo peso ao nascer (ORa 2,44; IC 95%: 1,85-3,21), e prematuridade (ORa 2,35; IC 95%: 1,81-3,05), e menor chance de ser Grande para a Idade Gestacional (GIG) (ORa 0,38; IC 95%: 0,28-0,54), com menor área do tecido subcutâneo do braço (AST) (-7,99 g; IC 95%: -8,97 a -7,02), comprimento ao nascer (-0,76 cm; IC 95%: -1,03 a -0,49), e percentual de massa gorda neonatal (-0,85%; IC 95%: -1,12 a -0,58). Por outro lado, exceder as diretrizes de GPG aumentou a probabilidade de GIG (ORa 1,53; IC 95%: 1,20-1,96), com menor escore de Apgar no quinto minuto (ORa 0,42; IC 95%: 0,20-0,87), e aumento do peso ao nascer (90,14 g; IC 95%: 53,30 a 126,99). Conclusão: A adesão às recomendações de GPG é crucial, com desvios impactando negativamente a saúde fetal. Estratégias eficazes de controle de peso são imperativas.
A CARGA DE PERDA AUDITIVA NO BRASIL ENTRE 1990 E 2021: RESULTADOS DO GBD 2021
Pôster
Goulart, B.N.G.1, Dimer, N.A.1, Ducan, B.B.1
1 UFRGS
Objetivo: Analisar a variação da prevalência e dos anos vividos com incapacidade (YLDs) por perda auditiva (PA) no Brasil entre 1990 e 2021.
Métodos: Estudo de série temporal com dados do Brasil, segundo o Global Burden of Disease Study 2021. Foram estimadas contagens e taxas padronizadas por idade dos anos de 1990 e 2021, por grau de PA. Prevalência e YLDs foram apresentadas por meio de frequência absoluta e taxas (100.000 habitantes) com seus respectivos intervalos de incerteza (II95%).
Resultados: Estima-se que 46,91 (II95% 44,68–49,28) milhões de pessoas tinham algum grau de PA no Brasil em 2021. A prevalência de PA padronizada por idade foi de 18,91% (II95% 18,06–19,85) em 2021, apresentando pouca variação comparado ao ano de 1990 (18,96%, II95% 18,09-19,94). A PA leve acometeu 31,84 milhões de pessoas (II95% 29,99–33,72), a PA moderada 11,17 milhões (II95% 9,78-12,62), a PA severa 508,95 mil (II95% 406,5-637,92), a PA profunda 493,21 mil (II95% 392,96–611,28) e a PA completa 99,08 mil (II95% 77,60 – 124,41). Entre 1990 e 2021 o número de YLDs mais que duplicaram no Brasil, somando 1,39 (II95% 0,93–2,00) milhões em 2021 e 0,59 (II95% 0,39–0,85) milhão em 1990.
Conclusões: Embora a prevalência padronizada por idade tenha variado pouco, o envelhecimento populacional quase duplicou a carga bruta de PA. Portanto, é fundamental que o aumento no tempo com PA seja acompanhado de políticas que contribuam para a prevenção e reabilitação deste agravo, visando reduzir os ônus psicossociais e econômicos causados pela PA.
ANOS DE VIDA PERDIDOS E CONDIÇÕES BUCAIS NO BRASIL: CARGA GLOBAL DE DOENÇAS 1990-2019
Pôster
VIANA, Y. N1, MENEZES, Y. A. T.1, LIMA, J. G. A.1, Bezerra, S. M. F.1, Barros, M. M. A. F.1, CASTRO-SILVA, I.I.1, MACIEL, J. A. C.1
1 UFC
Objetivos: Analisar dados do estudo GBD acerca das desordens orais nos estados do Brasil entre 1990 e 2019. Métodos: Foram utilizados dados secundários das estimativas GBD para desordens orais (edentulismo, cárie dentária, doença periodontal e outras desordens), compreendendo indicadores de prevalência, incidência, YLD (Years Lived with Disability) e DALY (Disability-Adjusted Life Years) por 100 mil habitantes. Resultados: O valor médio de DALY variou de 291,0 para 449,0 entre 1990 e 2019. O estado do Rio Grande do Sul apresentou o maior valor médio de DALY, variando de 383,0 anos em 1990 para 616,0 anos em 2019. Em 1990 o estado de Roraima apresentou um valor de DALY de 203,0 anos. Já no ano de 2019, o estado do Amapá apresentou o menor valor de DALY, 311,0 anos por 100.000 habitantes. Conclusões: Pode-se concluir que o valor do DALY se apresenta em tendência crescente nos estados do Brasil. O parâmetro DALY utilizado no estudo GBD consegue sintetizar de forma combinada os eventos fatais e não fatais, permitindo monitorar o padrão das doenças e eventos relacionados à saúde bucal e avaliar mudanças ou tendências durante um período de tempo. Além disso, possibilita a comparação entre populações, podendo contribuir para o planejamento de políticas públicas mais eficientes e bem direcionadas.
ATENÇÃO INTEGRAL ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO ESTADO DO TOCANTINS
Pôster
GUIMARAES, L.B.E1, MAGALHÃES, M.L2, MIRANDA, M.A.B3, RIBEIRO, A.H3
1 Secretaria de Saúde do Tocantins (SES/TO)
2 Universidade de Brasília (UnB)
3 Escola Tocantinense do SUS, Dr. Gismar Gomes
O Estado de Tocantins registrou 4.680 casos de violências em 2020, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/NET). De todos os casos registrados 68,52% (3.207), foram contra pessoa do gênero feminino (crianças, adolescentes e mulheres). Desses 59% (1.904) foram violência física 23% (728) sexual e 12,5% (399) psicológica. A maioria dos casos de violência sexual foi na faixa etária de 05 a 14 anos, sendo 17,8% (129) de 5 a 9 anos e 42,30% (308) de 10 a 14 anos, que corresponde a 60,1% de todos os casos de violência sexual notificados no estado. Nesse sentido, em 2022, a Secretaria de Saúde do Tocantins (SES), por meio da Escola Tocantinense do SUS, comprometeu-se com a retomada do processo formativo, com o Projeto Lírios do Cerrado, mediante o curso presencial, de 80h, com o engajamento de 16 municípios das 8 regiões de saúde. Objetivo de formar multiplicadores para o fortalecimento da atenção integral às pessoas em situação de violência na rede do SUS, para os trabalhadores que atuam em serviços estratégicos (hospitalar, ambulatorial, APS e DISEIs. A implementação dos Planos de Educação Permanente, segundo as dimensões da linha de cuidado (acolhimento, atendimento, notificação e seguimento na rede), construído pelos 38 egressos, da primeira etapa (2023-2024), reforçou a necessidade de realização da segunda fase do projeto, com turmas regionalizadas, visando a capacitação em serviço. Início em junho de 2024, e oferta de 1.225 vagas, em 16 municípios polos, contemplando 139 municípios, com o total de 35 turmas.
ATUAÇÃO DO COMITÊ DA VIGILÂNCIA DO ÓBITO MATERNO, INFANTIL E FETAL NA I GERES/PE
Pôster
Araújo, J. M. A.1, Monte, A. C. P.1, Britto, A. M.1, Santos, G. M.1, Souza, J. A. N.1, Souza, K. P. S.1, Santos, J. M.1, Leite, A. C.1, Andrade, W. S.1, Costa, C. E. M.2, Silva, E. P. S.3, Ribeiro, M. F. P.4, Cardoso, M. R.1, Lira, M. B.5
1 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil;
2 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Coordenação de Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil;
3 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Coordenação de Vigilância em Saúde, Pernambuco, Brasil;
4 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Gerência, Pernambuco, Brasil;
5 Residente em Saúde Coletiva, Secretaria de Saúde do Recife, Pernambuco, Brasil.
Objetivos:A vigilância do óbito materno, infantil e fetal desempenha um papel fundamental na saúde pública, permitindo a identificação de padrões e fatores de risco para direcionar intervenções eficazes. O estudo objetiva apresentar o Comitê de Óbitos da I Gerência Regional de Saúde de Pernambuco (I GERES) e descrever suas atividades, discutir a relevância dessa vigilância para a saúde pública e suas contribuições para a redução da mortalidade materna e infantil na região.Métodos:Foram revisados os dados dos Grupos Técnicos (GT) de Óbito da SES, GERES e municípios pertencentes a esta regional. Os dados incluem o número total de óbitos discutidos em 2023 e dados parciais de 2024 referente aos GTs GERES e SES, classificados por categoria (infantil, fetal e materno), e o percentual de casos discutidos em tempo oportuno.Resultados:Em 2023, foram discutidos 450 óbitos nos GTs, sendo 233 infantis, 179 fetais e 38 maternos. Até 29/05/24, foram discutidos 34 óbitos nos GTs GERES, 29 infantis e 5 fetais, sendo 38,2% dentro do prazo oportuno de 120 dias. No GT SES foram discutidos até 22/04/24 17 óbitos, sendo 3 infantis, 6 fetais e 7 materno (3 em tempo oportuno – 17,6%).Conclusões: A atuação do Comitê de Óbitos na I GERES de Pernambuco é fundamental para a vigilância e prevenção do óbito materno, infantil e fetal. Os resultados destacam a importância da discussão oportuna dos casos e a necessidade de fortalecer as ações de vigilância epidemiológica, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Portaria SES-PE nº 456/2017 e manuais do Ministério da Saúde.
CESÁREA PRÉVIA COMO FATOR PREDITOR PARA NOVAS CESARIANAS: ANÁLISE DA COORTE GUARU-YÁ
Pôster
Felix, C.G.T1, Santos, C.S2, Netto, C.R.L2, Costas, R.M2, Costa, K.S2, Xavier, M.G.V2, Alves, G.S.V2, Neves, P.A3, Malta, M.B4
1 Residência em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santo Amaro, Guarujá-SP, Brasil.
2 Faculdade de Medicina, Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, SP, Brasil.
3 Centre for Global Child Health, The Hospital for Sick Children, Toronto, Canada
4 Faculdade de Medicina e Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade do Oeste Paulista –UNOESTE, SP, Brasil.
Objetivos: Avaliar a associação entre cesárea prévia e a ocorrência de cesárea no parto atual em puérperas da Coorte Guaru-yá. Métodos: Estudo de Coorte de Nascimentos de base populacional da rede pública do município de Guarujá, São Paulo, Brasil. Dados preliminares da captação dos primeiros 2 meses, abril e maio de 2024. Para este estudo foram usados dados da linha de base e retrospectivos coletados por meio de entrevistas estruturadas e registros de dados de nascimento no leito hospitalar. A exposição de interesse foi “cesariana prévia (sim/não)” e o desfecho “cesariana no parto atual (sim/não)”. Modelo múltiplo de regressão logística foi ajustado para: idade materna, idade gestacional ao nascer, intervalo interpartal e distúrbios de pressão durante a gestação e/ou no parto atual. Todas as análises foram realizadas no Stata 13.0. Resultados: Dos 263 nascimentos no período, apenas 3,1% recusaram-se a participar da pesquisa. Para a presente análises, incluímos as 181 multíparas. A ocorrência de cesariana no parto atual foi de 46,5% e de cesáreas prévias de 42,3%. Mulheres com histórico de cesárea têm 12,4 (IC 95%: 5,6 a 27,5) vezes mais chance de terem uma cesárea no parto atual em comparação com aquelas sem histórico de cesárea, p<0,001. O risco atribuível calculado foi de 55.2%, sugerindo que mais da metade dos casos de cesariana em mulheres com histórico de cesárea podem ser atribuídos ao fato de terem tido uma cesárea anterior. Conclusões: O histórico de cesárea é um forte preditor de cesárea no parto atual, tendo em vista a magnitude da associação e o risco atribuível populacional.
CIRCUNSTÂNCIAS DA INFÂNCIA E DOENÇAS CRÔNICAS EM PESSOAS COM 50 ANOS OU MAIS - ELSI-BRASIL
Pôster
Julio, R. S.1, Sato, A. P. S.2
1 SES - MG
2 USP
Objetivo: Avaliar a associação entre saúde e situação socioeconômica na infância e doenças crônicas em adultos brasileiros de 50 anos e mais. Métodos: Estudo transversal realizado com dados da linha de base (2015-2016) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, ELSI-Brasil. Foram considerados os desfechos doença cardiovascular (DCV), hipertensão e diabetes e, como variáveis de interesse, saúde e situação socioeconômica na infância, ajustadas pelas variáveis sociodemográficas, comportamentais e relativas à síndrome metabólica. O modelo de regressão logística foi utilizado para a identificação dos fatores associados aos desfechos e a medida de efeito utilizada foi a Odds Ratio (OR). Resultados: Verificou-se a associação entre fome na infância e DCV em mulheres (OR=1,40; IC 95% 1,02 - 1,92). O autorrelato de saúde ruim ou razoável na infância (OR=1,79; IC 95% 1,35 - 2,36) e o adensamento domiciliar excessivo (OR=1,35; IC95% 1,07 – 1,72) foram associados a maior chance de DCV em homens. Mulheres cujas mães tinham ensino secundário completo tiveram menor chance de hipertensão arterial quando comparadas àquelas com mães sem escolaridade (OR=0,60; IC 95% 0,42 - 0,85). Doenças não infecciosas foram associadas à hipertensão (OR=1,32; IC 95% 1,05 - 1,67) e diabetes (OR=1,41; IC 95% 1,05 - 1,89) em homens. Conclusão: Foi evidenciada a associação entre a fome, doenças não infecciosas e situação socioeconômica adversa na infância com DCV, hipertensão e diabetes dos adultos brasileiros de 50 anos e mais. Além disso, conclui-se que homens e mulheres são afetados de modo distinto pelas condições inadequadas de saúde e alimentação.
COMPANHEIRO, IDADE MATERNA E TRABALHO SE ASSOCIAM AO PLANEJAMENTO DA GESTAÇÃO
Pôster
Costa, E. M. J.1, Gomes, C. de B.2, Carvalhaes, M. A. de B. L.2, MALTA, M. B.1
1 UNOESTE
2 UNESP
Objetivo: Investigar os fatores associados à gravidez planejada em mulheres assistidas no pré-natal de risco habitual da rede pública de saúde de Botucatu-SP. Métodos: Estudo transversal de dados secundários, aninhado a um estudo de intervenção, coletados em visitas domiciliares. Critérios de inclusão: gestantes no 1º trimestre, matriculadas no pré-natal da atenção primária de Botucatu-SP, idade ≥18 anos. Variável dependente: gravidez planejada autorreferida. Variáveis independentes: sociodemográficas, hábitos de vida (tabaco, álcool, alimentação e atividade física) e Apoio Social (MOS-SSS). A associação foi testada por meio de um modelo de regressão de Poisson múltiplo com variância robusta, selecionando inicialmente as variáveis associadas ao desfecho com valor de p<0,20. As análises foram realizadas no programa estatístico Stata versão 13.0, com nível de significância de p<0,05. Resultados: Das 353 gestantes estudadas, com média de idade de 25,9 anos (DP 5,9), 92,9% tinham um companheiro e 51,8% não trabalhavam. Ter um companheiro (RR: 4,06; IC95%: 1,05-15,62; p=0,042), estar na faixa etária de 20 a 34 anos (RR: 1,89; IC95%: 1,04-3,43; p=0,036) e trabalho fora de casa (RR: 0,71; IC 95%: 0,52-0,97; p=0,030) estão associados ao planejamento da gestação. Já os hábitos de vida, não mostraram associações estatisticamente significativas com o planejamento da gestação. Conclusão: Ter um companheiro e estar na faixa etária de 20 a 34 anos são fatores positivamente associados ao planejamento da gravidez. Entretanto, trabalhar fora de casa está associado a uma menor probabilidade de planejar a gravidez, e nenhum dos hábitos de vida se mostrou associado ao planejamento da gestação.
DESIGUALDADES DE SEXO, COR DA PELE E NÍVEL SOCIOECONÔMICO NA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
Pôster
Leite, S.L.1, Alves, C.P.1, Leão, O.A.A.2, Crochemore-Silva1
1 UFPel
2 UIUC
Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura em relação as mudanças na atividade física de acordo com as dimensões de desigualdade de sexo, cor da pele e nível socioeconômico ao longo da vida. Métodos: Pesquisamos nas bases de dados PubMed, Embase, Web of Science e Scopus estudos de coorte com estimativas de atividade física estratificadas para pelo menos uma das dimensões de desigualdade em pelo menos dois pontos do tempo. Características metodológicas principais foram extraídas, permitindo a interpretação sobre a estabilidade ou o aumento/diminuição das desigualdades. Resultados: Foram incluídos 22 estudos nessa revisão. Todos incluíram estimativas de atividade física estratificadas por sexo, um incluiu sexo e nível socioeconômico, e nenhum cor da pele. Nenhum estudo foi desenhado ou apresentou objetivos específicos abordando mudanças na atividade física de acordo com as dimensões de desigualdades. Os homens mostraram consistentemente maior prevalência de atividade física em comparação as mulheres. Observamos tanto o aumento (54,5%) quanto a estabilidade (45,4%) na desigualdade de sexo durante a infância, seguido por um aumento (83,3%) na transição da infância para a adolescência. Durante a adolescência, foram identificadas tanto o aumento (50,0%) quanto a estabilidade (50,0%) na desigualdade de sexo, com resultados mistos observados durante a vida adulta e em estágios posteriores, em um número limitado de estudos. Conclusões: Há poucas evidências sobre desigualdades socioeconômicas e de cor da pele ao longo da vida. Observou-se desigualdades de sexo precoces, mesmo sem medições diretas das desigualdades. Futuras pesquisas devem considerar essas e outras dimensões sociais para melhor compreender as desigualdades.
FENÓTIPOS DE VULNERABILIDADE ASSOCIADOS AO ÓBITO FETAL: RESULTADOS PRELIMINARES DO ESTUDO
Pôster
Marques, L. J. P.1, Silva, Z. P.1, Alencar, G. P.1, Francisco, R. P. V.2, Novaes, H. M. D.3, Santos, O. A. V.3, Buralli, R.3, Hoshida, M. S.2, Figueiredo, G. M.3, Gouveia, N.3, Almeida, M. F.1
1 Departamento de Epidemiologia, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo (FSP-USP), São Paulo, Brasil
2 Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brasil.
3 Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brasil
Objetivo: Estimar a chance de óbito fetal em fenótipos de vulnerabilidade biológica em São Paulo. Métodos: Estudo de caso-controle que incluiu óbitos fetais (casos) e nascidos vivos (controles) entre 22-44 semanas de gestação, ocorridos em 14 hospitais SUS em São Paulo. Foram incluídos neste estudo 392 óbitos fetais e 415 nascidos vivos. Definiu-se seis fenótipos a partir da combinação de Pequeno para a Idade Gestacional (PIG, peso
percentil 90), Adequado para a Idade Gestacional (AIG, entre percentil 10-90) e Prematuro (PT <37 semanas) e não-PT (≥37 semanas). As razões de chances (Odds Ratio - OR) foram estimadas por regressão logística. Resultados: Entre os óbitos fetais, 309 (78,8%) eram prematuros em comparação com 57 (13,7%) nascidos vivos. Em relação ao crescimento intrauterino, PIG foi 5 vezes mais frequente entre óbitos fetais (n= 130; 33,2%) que entre os nascidos vivos (n= 25; 6,0%). Por outro lado, GIG foi 1,2 vezes mais frequente em nascidos vivos (n= 57; 13,7%) que entre os óbitos fetais (n= 47; 12,0%). A maioria (88,3%) dos óbitos fetais apresentou pelo menos uma característica de vulnerabilidade, em oposição a menos de 30,0% dos nascidos vivos. Os fenótipos que contemplaram a prematuridade apresentaram chances mais elevadas de óbito fetal, especialmente PIG + PT, com uma chance 127,8 vezes (IC95%: 49,41;330,51) mais elevada de óbito fetal quando comparado com AIG + NPT. Conclusão: Os fenótipos de vulnerabilidade biológica permitem identificar gestações com maior risco de óbito fetal, sobretudo aquelas relacionadas à prematuridade.
INFLUÊNCIA DO PRÉ-NATAL, PARTO E PUERPÉRIO NO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO
Pôster
Pavesi, E.1, Danielewicz, A.L.2, Wagner, K.J.P.3
1 Departamento de Morfologia. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina
2 Departamento de Ciências da Saúde (DCS). Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Araranguá, Santa Catarina
3 Departamento de Biociências e Saúde Única. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Curitibanos, Santa Catarina
Objetivo: Verificar as associações entre características do pré-natal, parto/nascimento e puerpério e a prevalência de aleitamento materno exclusivo (AME) em puérperas atendidas no Sistema Único de Saúde de Santa Catarina. Método: Estudo longitudinal com dados da pesquisa “Pré-Natal e puerpério imediato na Atenção Básica: avaliação da gestão da Rede Cegonha em Santa Catarina - SC”, realizada em 2019. Inicialmente 3.580 gestantes foram entrevistadas, e, destas, 969 puérperas foram contatadas em 6 meses após o parto. A variável desfecho foi o AME até os 6 meses. As exposições incluíram diversas características maternas e do bebê referentes ao pré-natal, parto e puerpério. Foram realizadas análises de regressão logística brutas e ajustadas. Resultados: O uso de chupeta diminuiu em 64% (IC95%0,24-0,54), o uso de mamadeira em 75% (IC95%0,16-0,38) e o recebimento de informações sobre a importância do AME nas consultas em 30% (IC95%0,50-0,97) as chances de AME até os 6 meses de idade. Por outro lado, os bebês amamentados na primeira hora de vida e aqueles que nasceram de parto vaginal tiveram 44% (IC95%1,01-2,42) e 48% (IC95% 1,07-2,14) maiores chances de AME, respectivamente. Conclusão: Diferentes características do pré-natal, parto e puerpério modificaram as chances de AME na amostra analisada, sendo observadas associações de maiores magnitudes nos fatores relacionados ao puerpério.
INSEGURANÇA ALIMENTAR NA GESTAÇÃO E MOBILIDADE INTERGERACIONAL DE ESCOLARIDADE
Pôster
Fernandes, R.C.1, Hofelmann, D.A.1
1 UFPR
Objetivos: analisar a associação entre a insegurança alimentar e a mobilidade educacional intergeracional de mulheres na gestação.
Métodos: Estudo transversal, combinou o nível educacional das mulheres em cuidados pré-natais em unidades públicas de saúde e o de seus pais, para investigar a mobilidade educacional intergeracional. Foram desenvolvidos modelos de regressão de Poisson com variância robusta para investigar a relação entre insegurança alimentar e mobilidade educacional intergeracional. Foram calculadas razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%).
Resultados: No total, 602 mulheres grávidas foram avaliadas. Gestantes categorizadas em mobilidade educacional estável-baixa (RP 1,63 IC95% 1,03-2,56), e aquelas que não puderam informar o nível educacional de seus pais (RP 1,66 IC95% 1,08-2,56) tinham maior probabilidade de viver em domicílios com a insegurança alimentar. Mulheres classificadas em mobilidade educacional estável-baixa (RP 1,70 IC95% 1,13-2,52), ou com nível educacional inferior ao de suas mães apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar (RP 1,72 IC95% 1,12-2,63) em comparação àquelas com mobilidade educacional intergeracional estável-alta.
Conclusões: A escolaridade de mulheres na gestação é um determinante chave para quebrar o ciclo intergeracional de pobreza e fome.
INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM RORAIMA, 2011 A 2021
Pôster
Costa, RAR1, Nazário, GC2, Tavares, FG2
1 PACCS/EEAAC/UFF
2 ISC/UFF
Objetivo: analisar a ocorrência de internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) em residentes do estado de Roraima, no período de 2011 a 2021. Método: estudo transversal de abordagem quantitativa a partir dos registros de internções hospitalares notificados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS). Para tanto, foram calculadas as taxas de internações segundo causa 100 mil habitantes, e a proporção de ICSAP segundo variáveis sociais (sexo, faixa etária e raça/cor). Resultados: Entre as 19 causas de ICSAP, 11 apresentaram aumento da taxa de internação quando analisadas no periodo do estudo, foram elas: Pneumonias bacterianas (1,3–337,8/100mil hab), Pulmonares (18,0-79,1/100mil hab), Cerebrovasculares (48,0-68,8/100mil hab), Infecções de ouvido, nariz e garganta (19,9-32,2/100mil hab), Previníveis por vacinação (83,8-95,5/100mil hab), Angina (15,2-23,5/100mil hab), Deficiências Nutricionais (15,2-18,1/100mil hab), Diabetes (83-84,5/100mil hab), Úlcera gastrointestinal (14,9-16,3/100mil hab) e Insuficiência Cardíaca (64,9-65,2/100mil hab). A maior proporção de internação entre mulheres foi no ano de 2019 (10,7%) e entre homens foi em 2022 (11,2%), também em 2019 ocorreram os maiores percentuais de internação por ICSAP em indivíduos acima de 50 anos. Pretos e pardos tiveram maior percentual no ano de 2017 (12,6% e 11,5%, respectivamente), enquanto brancos e indígenas tiveram maior percentual em 2022 (12,0% e 11,3%, respectivamente) Conclusões: A análise das internações por condições sensíveis em Roraima indica desafios na gestão de doenças crônicas e agudas, revelando lacunas na atenção primária. Maior incidência em mulheres, idosos e minorias raciais destaca desigualdades significativas, necessitando melhorias nos serviços de prevenção e tratamento.
INVESTIGAÇÃO DOS ÓBITOS FETAIS: PILAR NORTEADOR NOS CUIDADOS DE SAÚDE MATERNO INFANTIL
Pôster
Zapata, G.O.G.1, Vieira, F.M.S.B1, Gerassi, C.D.1, Cardoso, B.B.1, Melo, M.F.R.S1, Penha, A. S.1, Meijinhos, L.S.1, Santos, F.S.1
1 Secretaria Municipal Saude do Rio de Janeiro
Objetivo: analisar o comportamento das principais causas de óbitos fetais após o processo de investigação, entre 2020 e 2023
Métodos: avaliou-se as cinco principais causas pré e pós investigação de óbitos fetais de mães residentes no município do Rio de Janeiro: feto e recém-nascido afetados por afecções maternas, não obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atual (P00); feto e recém-nascido afetados por complicações da placenta, do cordão umbilical e das membranas (P02); hipóxia intrauterina (P20); sífilis congênita (A50); morte fetal de causa não especificada (P95). Optou-se pelo recorte de peso ao nascer maior ou igual a 1000g visto ser o recorte utilizado no município para investigação.
Resultados: No período estudado ocorreram 1810 óbitos fetais com peso acima de 1000g; cerca de 95% desses foram investigados. Após a investigação houve qualificação de todas as causas originais elegíveis para análise, com exceção do feto e recém-nascido afetados por afecções maternas, não obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atual (P00) e sífilis congênita (A50), que apresentaram incremento após investigação de 65% e 81%, respectivamente. Ao avaliarmos as causas inespecíficas de morte fetal, Hipóxia intra-uterina (P20) e Morte fetal não especificada (P95) apresentaram redução percentual de 52% e 66% pós investigação.
Conclusão: A investigação dos óbitos fetais trouxe à luz as reais causas desses óbitos, evidenciando fragilidades importantes em relação à atenção ao pré-natal. Maior atenção é necessária no momento do preenchimento da Declaração de óbito.
O EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR NA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: UMA REVISÃO BIBLIOMÉTRICA
Pôster
Silva, V. M. A1, Zatorski, A. C. P. S.2, Santos, C.2, Ribeiro, L. V.3, Penna, L. H. G.3, Roehrs, H.1
1 UNIRIO
2 UFRJ
3 UERJ
Objetivo: quantificar e analisar as principais características da produção científica sobre o benefício da atividade/ exercício físico durante a gestação de alto risco entre os anos de 2013 e 2023. Método: trata-se de um estudo quantitativo, do tipo bibliométrico, cuja proposta principal é analisar a produção científica através da observação quantitativa das publicações, desenvolvendo indicadores estatísticos confiáveis para determinada temática estudada. Os estudos bibliométricos estão fundamentados em três leis básicas: Lei de Bradford, Lei de Lotka e Lei de Zipf. Para análise, os resultados foram exportados para o programa Biblioshiny, uma interface gráfica contida na ferramenta bibliométrica de código aberto Bibliometrix a qual é acessada pelo software RStudio. Resultados: foram analisados 316 artigos. Observou-se que o maior número de publicações sobre o tema foram realizadas no ano de 2022 com 51 (16,13%) artigos, seguido do ano de 2021 com 38 (12%) artigos e 2020 com 37 (11,7%) artigos publicados, o que corresponde a uma taxa de crescimento anual de publicação de 4,62%. Conclusão: os estudos precisam continuar sendo desenvolvidos para que as recomendações sejam constantemente atualizadas e contribuindo para a qualidade de vida materno infantil.
POSIÇÃO SOCIOECONÔMICA NO CURSO DE VIDA E INCIDÊNCIA DE ALTERAÇÕES NO ECG: ELSA-BRASIL
Pôster
Fonseca, A. A.1, Camelo, L.1, Pinto Filho, M. M.1, Giatti, L.1, Mill, J. G.2, Barreto, S. M.1, Ribeiro, A. L. P.1
1 UFMG
2 UFES
Objetivos: Investigar a associação entre a Posição Socioeconômica (PSE) no curso de vida e incidência de alterações maiores no eletrocardiograma (AME) em oito anos de seguimento, e verificar se essas associações são modificadas pelo gênero. Métodos: Foram incluídos 5.284 homens e 6.608 mulheres do ELSA-Brasil livres de AME e doença cardiovascular na linha de base (2008-2010). Exames de ECG foram realizados na 2ª e 3ª visita, codificados segundo o código de Minnesota. Utilizamos indicadores de PSE na infância, juventude e vida adulta. Modelos regressão logística estratificados por gênero, ajustados por idade, centro de investigação e raça/cor foram utilizados. Resultados: A incidência acumulada de AME foi de 15,1%(17,0% em homens e 13,6% entre mulheres) em 8,23 anos de seguimento(DP±0,55). Entre as mulheres, maiores chances de AME foram observadas entre aquelas de baixa PSE na infância [mães que nunca estudaram versus ≥ ensino médio (OR:1,56;IC95%:1,21-2,02)]; baixa PSE na juventude [chefes de família durante a juventude com ocupação manual rotineira versus não-manual não-rotineira (OR:1,24;IC95%:1,01-1,54)]; e baixa PSE na vida adulta [11-14 anos versus ≥15 anos (OR:1,26; IC95%:1,07-1,48); baixa classe sócio-ocupacional versus alta (OR:1,33; IC95%:1,08-1,65); baixa renda [1º quintil versus 5º quintil (OR:1,43;IC95%: 1,12-1,83)]. Entre os homens, apenas a PSE na juventude [ocupação no primeiro emprego manual rotineiro versus não-manual não-rotineiro (OR:1,58;IC 95%: 1,17-2,12)] e na vida adulta avaliada pela escolaridade [≤8 anos versus ≥15 anos (OR:1,38;IC95%:1,11-1,71)] foram associadas a maior chance de AME. Conclusão: Baixa PSE ao longo da vida foi associada a maiores chances de desenvolvimento de AME, principalmente entre as mulheres.
PRESENÇA DE CHIADO NA ADOLESCÊNCIA E FUNÇÃO PULMONAR NO INÍCIO DA VIDA ADULTA
Pôster
Picanço, L1, Silva, BGC1, Gonçalves,H1, Wehrmeister,FC1
1 UFPEL
Objetivo: Avaliar a associação entre chiado na adolescência e função pulmonar no início da vida adulta. Métodos: Estudo longitudinal com dados da Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas, RS. Os desfechos foram: volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a capacidade vital forçada (CVF), medidos aos 18 e 22 anos. Chiado foi avaliado aos 11 (relato dos pais), 15 e 18 anos (autorrelato) e foi construída uma variável de número de acompanhamentos nos quais relataram chiado, categorizada em zero, um, dois ou três. A associação foi testada estratificada por sexo e ajustada para altura aos 18 anos. Resultados: 3025 participantes da coorte foram analisados. Entre os homens, 46,9% nunca tiveram chiado e 2,9% apresentaram chiado nos três acompanhamentos; entre as mulheres, esses percentuais foram de 50,7% e de 3,5%, respectivamente. As médias de VEF1 e CVF reduziram conforme aumento do número
de períodos com chiado entre os homens aos 18 e 22 anos. Entre os homens que relataram chiado em todos os acompanhamentos, a VEF1 reduziu -15 ml (IC95% -16,6; -13,7) dos 18 aos 22 anos. Entre as mulheres, ocorreu redução de -23,7 ml (IC95% -24,9; -22,5) no grupo com chiado em todos os acompanhamentos A CVF aumentou dos 18 aos 22 anos em todas as categorias de chiado, em ambos os sexos. Conclusões: Os dados sugerem redução do VEF1 conforme a persistência de sintomas de chiado e aumento da CVF dos 18 aos 22 anos.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO EM MULHERES ATENDIDAS NO SUS
Pôster
Wagner, KJP1, Zimmermann, VCT1
1 UFSC
Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados à toxoplasmose gestacional entre mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS) de Santa Catarina (SC). Métodos: Estudo transversal com coleta de dados através de questionários aplicados no ano de 2019 a puérperas de 30 cidades de SC. A variável desfecho foi a toxoplasmose autorreferida durante a gestação e foram analisadas como fatores associados as variáveis faixa etária, cor da pele, escolaridade (anos de estudo), estado civil, renda per capita, trabalho remunerado e primiparidade. Foram feitas análises de regressão logística brutas e ajustadas por meio do Stata. Resultados: Entre as 3.534 mulheres entrevistadas, 3,9% (IC95% 3,3-4,6%) delas relataram diagnóstico de toxoplasmose na gravidez. A única variável associada ao desfecho foi a escolaridade materna, onde aquelas com ensino médio completo tiveram uma chance 60% menor (IC95% OR=0,36-0,98) de contrair a infecção comparadas com as que possuíam ensino fundamental incompleto. Conclusão: Foi verificada maior chance de toxoplasmose entre as mulheres de baixa escolaridade, indicando que a melhoria no acesso à informações relacionadas à prevenção da doença poderia ser alvo de ações relacionadas à toxoplasmose.
PRIMIPARIDADE COMO FATOR DE RISCO PARA INÍCIO TARDIO DO ALEITAMENTO MATERNO:COORTE GUARUYÁ
Pôster
Glezer, Mariana M.1, Mosquera, Paola S.2, Romancini, Isabela1, Pallota, Marina A.1, Grigolato, Larissa M.1, Lima, Vitória da S.1, Salgado, Júlia P. F.1, Malta, Maíra B.1
1 UNOESTE
2 FMUSP
Objetivos: Avaliar a associação entre paridade e aleitamento materno na primeira hora de vida em puérperas da Coorte Guaru-yá. Métodos: Análises de dados de Coorte de Nascimentos de base populacional da rede pública de Guarujá, SP, Brasil (atualmente em andamento). Fora utilizadas informações das mães e seus bebês, coletadas na linha de base, de abril a maio de 2024, por meio de entrevistas estruturadas no leito hospitalar. A exposição foi “primiparidade (sim/não)” e o desfecho “aleitamento materno na primeira hora de vida (sim/não)”. Utilizou-se um modelo de regressão de Poisson com variância robusta ajustado para fatores sociodemográficos maternos, obstétricos e desfechos do nascimento. Razões de risco relativo (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados, com auxílio do Software Stata 13.0. Resultados: Foram incluídos 255 mães e bebês; a idade materna média foi de 27,6 (desvio padrão [DP] 10,2) anos, 57% se autodeclararam pardas, e o número médio de consultas de pré-natal foi de 9,7 (DP 3,6). A prevalência de primiparidade foi de 28,4% e de bebês não amamentados na primeira hora foi de 26,7% (IC 95% 21,2 a 32,1). Os bebês de mães primíparas apresentaram um risco 89% maior de não serem amamentados na primeira hora de vida (RR: 1,89; IC 95%: 1,20 a 2,97; p=0,006) em comparação aos de mães multíparas. Conclusões: A primiparidade foi associada a um risco de início tardio de aleitamento, indicando a necessidade de estratégias direcionadas para apoiar as mães, em especial as primíparas, na iniciação precoce da amamentação.
SATISFAÇÃO MATERNA COM A AMAMENTAÇÃO NO PRIMEIRO MÊS DE VIDA
Pôster
Willig, DQ1, Stumpf, MDA2, Pereira, GD3, Giugliani, C4, Iser, BPM1
1 Universidade do Sul de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
2 Universidade do Sul de Santa Catarina, Faculdade de Medicina
3 Universidade do Sul de Santa Catarina, Faculdade de Medicina
4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós Graduação em Epidemiologia
Objetivo: Avaliar a satisfação materna com a amamentação no primeiro mês de vida da criança em um município do Sul do Brasil. Métodos: Estudo de coorte realizado com pacientes residentes em um município do sul de Santa Catarina, Brasil, que realizaram pré-natal em Unidades de Estratégia Saúde da Família e deram à luz bebês a termo, em maternidade de referência, no período de agosto a dezembro de 2022. A coleta de dados ocorreu em três etapas (terceiro trimestre de gestação, durante a internação e trinta dias após o parto) utilizando informações de prontuários, questionários elaborados pelas pesquisadoras e instrumento validado intitulado Escala de Avaliação do Aleitamento Materno (MBFES), cuja pontuação varia de 29 a 145 pontos. Resultados: No estudo envolvendo 96 pares, houve predomínio de mulheres multíparas (66,6%) com experiência anterior em amamentação (65,6%). A média geral do MBFES foi de 119,58 pontos (±13,96), mediana de 122,5 (IQR 13) indicando alta satisfação com a amamentação. As mães que praticam aleitamento materno exclusivo (80,2%) e se dizem muito satisfeitas (53,1%) demonstraram maiores escores de satisfação. O uso de chupeta (p=0,04) e mamadeira (p<0,001) apresentou associação com menor satisfação materna com a amamentação. Conclusões: As mães que mantiveram o aleitamento materno exclusivo até o primeiro mês de vida da criança apresentaram maior satisfação materna. Os dados sugerem que o uso de chupeta e mamadeira no primeiro mês de vida é prejudicial e deve ser evitado para promover uma experiência de amamentação satisfatória tanto para a mãe quanto para o bebê.
SAÚDE MATERNO-INFANTIL E DESFECHOS PERINATAIS: PROTOCOLO DA COORTE NISAMI
Pôster
Lisboa, C.S.1, Souza, M.C.J2, Oliveira, K.A.2, Soares, A.C.M.2, Silva, M.C.2, Carvalho, F.L.3, Carvalho, G.Q.4, Pereira, M.3, Santana, J.M.1, Santos, D.B.1
1 UFRB
2 UEFS
3 UFBA
4 UFJF
Descrever os aspectos metodológicos da Coorte NISAMI (Núcleo de Investigação em Saúde Materno-Infantil) sobre as associações entre fatores sociais, nutricionais e genéticos maternos na ocorrência de baixo peso ao nascer (BPN), prematuridade e restrição do crescimento intrauterino. Método: A Coorte NISAMI foi iniciada em 2009, está inserida na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. O estudo foi conduzido no município de Santo Antônio de Jesus, Bahia, em 16 Unidades de Saúde da Família. A população inicial foi constituída por gestantes, captadas no serviço de pré-natal, através de uma entrevista utilizando um questionário contendo os seguintes dados: identificação, sociodemográficos, estilo de vida, nutricionais, ginecológicos e obstétricos, exames laboratoriais pregressos, uso de medicamentos e exposição solar. Também foram realizadas análises bioquímicas, genéticas, aferições antropométricas, aplicação e validação do questionário de frequência alimentar. Na segunda e terceira etapas, no pós-parto, as mulheres foram visitadas em domicílio e na maternidade, sendo coletados dados referentes as informações do recém-nascido (perinatais), nutricionais e utilização do serviço. Foi realizada a técnica de regressão logística para avaliar as associações entre a exposição e desfechos e a medida de risco calculada foi o Risco Relativo. Resultados: Mulheres que apresentaram inadequado ganho de peso durante a gestação tiveram 2,6 (RR= 2,6; IC95%= 1,5-3,5) vezes mais risco de ter filhos com baixo peso ao nascer. Conclusão: Aproveitar uma coorte de gestantes de dados primários permite-nos avaliar o efeito dos fatores maternos de risco na saúde materno-infantil, ao mesmo tempo que consideramos uma gama de variáveis explicativas e de confusão.
SAÚDE REPRODUTIVA, MATERNA E INFANTIL EM USUÁRIAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pôster
Silva, S.G.1, Vilela, N.C.S.1, Borges, D.T.1, Detoni, P.P.1, Amorim, P.M.1, Vilas Bôas, G.P.1, Erthal, G.1, Fonseca, I.U.1, Glesse, J.H1, Boufleur, J.1, Rodrigues, M.E.1
1 UFFS
Objetivo: descrever a prevalência de desfechos de saúde reprodutiva, materna e infantil em usuárias do sistema único de saúde. Métodos: estudo transversal, realizado de dezembro de 2022 a agosto de 2023, com mulheres de idade igual ou superior a 12 anos, com filhos de até 2 anos de idade, e que estivessem em acompanhamento de puericultura, em cinco Unidades Básicas de Saúde da Atenção Primária de Passo Fundo, RS. Foram analisadas as prevalências de gestações não planejadas, morbidades gestacionais, adequação da assistência pré-natal e informações do recém-nascido como prematuridade e peso ao nascer. Para a análise dos dados, aplicou-se estatística descritiva (n, %; média, DP±) no programa Stata 12.1. Resultados: A amostra foi composta por 256 mulheres sendo que destas 62% (IC95%: 0,56-0,68) relataram não ter planejado a gestação, todavia, 91,6% (IC95%:0,86-0,95) atenderam as recomendações atuais atingindo o número preconizado de consultas de pré-natal. Dentre as morbidades gestacionais, houve uma prevalência de 28% (IC95% 22-33) de infecção do trato urinário, 26,1% (IC95% 21-31) de hipertensão gestacional, 20,5% (IC95%: 16-26) de excesso de ganho de peso, 10,6% (IC 95% 7-15) de pré-eclâmpsia e 10,1% (IC95% 7-14) diabetes mellitus gestacional. Em relação ao recém-nascido, 11,3% (IC95%: 7,7-15,9) nasceu prematuramente (<37 semanas) enquanto a média de peso ao nascer foi de 3,118kg (±590,68). Conclusão: Espera-se que as informações evidenciadas possam subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas de saúde direcionadas para a atenção pré-natal, ao parto, e ao recém-nascido, sobretudo por meio do fortalecimento de ações na atenção primária.
TIPO DE PARTO E RESISTÊNCIA À INSULINA NA ADOLESCÊNCIA
Pôster
Rocha, A. R. F.1, Morais, N. S.1, Priore, S. E.1
1 UFV
Objetivo: Verificar a relação entre o tipo de parto do recém-nascido e a presença de resistência à insulina nesse indivíduo, quando avaliado na adolescência. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal, com dados do nascimento e da adolescência, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (6.104.415). Avaliou-se 831 adolescentes. Mediu-se a insulina e utilizou-se o índice HOMA-IR para avaliar a resistência à insulina, aplicando pontos de corte de 1,65 e 1,95, para mulheres e homens, respectivamente. As informações sobre a via de parto na qual esses adolescentes nasceram foram obtidas nos registros da maternidade local, usando nome, sobrenome e endereço da mãe, e a data de nascimento da criança. O teste de Kolmogorov-Smirnov mostrou não normalidade das variáveis. O teste de Mann-Whitney avaliou a relação entre o tipo de parto (vaginal e cesárea), a insulina e a resistência à insulina na adolescência. Utilizou-se o software SPSS (20.0), considerando significância estatística de 5%. Resultados: A mediana da idade foi 16 anos (10-19), 65% (n=540) eram do sexo feminino, 65,1% (n=544) nasceram de cesariana e 9,6% (n=80) eram resistentes à insulina. Adolescentes nascidos de cesariana, em comparação aos nascidos de parto vaginal, apresentaram níveis medianos mais altos (p=0,005) de insulina (7,65 mIU/mL; 1,0-45,7 X 6,9 mIU/mL; 1,0-24,8) e HOMA-IR (1,62; 0,21-11,4 X 1,42; 0,19-5,69) na adolescência. Conclusão: O nascimento por cesariana está associado a níveis elevados de insulina e ao desenvolvimento de resistência à insulina na adolescência, podendo aumentar o risco de doenças cardiometabólicas.