Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia do envelhecimento
CONSUMO NOCIVO DE ÁLCOOL EM IDOSOS DE MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE E CAPITAL DE GOIÁS
Pôster
Campos, L. R.1, Moura, W. E. A.1, Rosa, L. R. C.1, Lima, J. O. R.1, Carneiro, M. A. S.2, Teles, S. A.1, Caetano, K. A. A.1
1 FEN/UFG
2 IPTSP/UFG
Objetivo: Comparar o consumo nocivo de álcool entre idosos de um município de pequeno porte e da capital de Goiás. Métodos: Estudo transversal, com participação de 415 idosos (≥ 60 anos), residentes em Goiandira e Goiânia, Goiás. Dados coletados entre julho/2017 e dezembro/2019. Utilizou-se a variável de desfecho “consumo nocivo” para desempenho ≥ 5 pontos na escala Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT). Prevalências foram calculadas com intervalo de 95% de confiança. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Goiás. Resultados: Residiam na capital 218 idosos e 197 em município de pequeno porte, a maioria era do sexo feminino (66,7%), entre 60 e 69 anos de idade (61,2%) e 50,4% eram casados ou viviam em união consensual. A prevalência geral de “consumo nocivo” entre idosos foi de 8,2% (n=34/415; IC95% 5,9%–11,2%), enquanto as taxas de “consumo nocivo” entre idosos residentes na capital e município de pequeno porte foram de 8,3% (n=18/218; IC95% 5,3%–12,7%) e 8,1% (n=16/197; IC95% 5,1%–12,8%), respectivamente. Conclusões: A interiorização do consumo nocivo de álcool entre indivíduos em processo de envelhecimento e diferenças sociais, culturais e econômicas podem influenciar nas variações de prevalências do consumo do álcool. O aumento da expectativa de vida tem possibilitado inúmeros desafios para as gestões mundiais e compreender o consumo nocivo de álcool entre os idosos perpassa o fator biológico e exige olhar integral.
DESIGUALDADES SOCIAIS NA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE LAZER ENTRE IDOSOS DE MATO GROSSO
Pôster
Sá, E. A. S.1, Magalhães, A. S.2, Massad, J. C. F. A. B3, Costa, N. C. G.1, Sousa, N. F. S.1, Andrade, A. C. S.1
1 UFMT
2 UFMG
3 UNIVAG
OBJETIVO: DESCREVER A PREVALÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER (AFL) ENTRE IDOSOS DO ESTADO DE MATO GROSSO SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS. MÉTODOS: ESTUDO TRANSVERSAL, DE BASE POPULACIONAL, COM DADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE (2019), REALIZADA PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM PARCERIA COM O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. PARA ESTE ESTUDO, FORAM INCLUÍDOS OS MORADORES SELECIONADOS COM 60 ANOS OU MAIS DE IDADE, RESIDENTES EM MATO GROSSO, PERFAZENDO UMA AMOSTRA DE 513 INDIVÍDUOS. FORAM CLASSIFICADOS COMO ATIVOS NO LAZER AQUELES QUE RELATARAM PRATICAR PELO MENOS 150 MINUTOS DE ATIVIDADES FÍSICAS POR SEMANA. FORAM CALCULADAS A PREVALÊNCIA DE AFL E SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE 95% DE CONFIANÇA (IC95%). O TESTE QUI-QUADRADO DE PEARSON FOI UTILIZADO PARA AVALIAR A ASSOCIAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS. RESULTADOS: A PREVALÊNCIA DE AFL ENTRE IDOSOS FOI DE 18,3% (IC95%: 14,4; 22,9), SENDO SEMELHANTE ENTRE OS SEXOS (MASCULINO: 19,9%; FEMININO: 16,6%; P=0,519), RAÇA/COR DA PELE (BRANCA: 21,5%; PRETA: 10,8%; PARDA: 16,0%; P=0,363) E FAIXA ETÁRIA (60 A 69 ANOS: 21,5%; 70 A 79 ANOS: 17,8%; 80 ANOS OU MAIS: 6,5%; P=0,069). A PREVALÊNCIA DE AFL APRESENTOU EFEITO DOSE-REPOSTA COM AUMENTO DA ESCOLARIDADE (0 A 8 ANOS: 14,7%; 9 A 11 ANOS: 33,3%; 12 ANOS OU MAIS: 36,7%; P<0,001) E RENDA PER CAPITA (MENOS DE 1 SALÁRIO MÍNIMO: 9,9%; 1 A 2 SALÁRIOS MÍNIMOS: 17,7%; MAIS DE 2 SALÁRIOS MÍNIMOS: 34,5%; P<0,001). CONCLUSÕES: AS DESIGUALDADES SOCIAIS NA PRÁTICA DE AFL PERSISTEM NO ESTADO, RESSALTANDO A NECESSIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS ESPECIFICAS AOS GRUPOS SOCIALMENTE MAIS VULNERÁVEIS.
E-SUSSURRO: FERRAMENTA DIGITAL PARA DETECÇÃO PRECOCE DE PERDA AUDITIVA EM IDOSOS
Pôster
Guimarães, A.B.O.1, Xavier, J.P1, Ribeiro, D.C.1, Costa, E.E.S1, Cruz, S.S1, Ramos, M.S.X1, Freitas, J.M2, Figueiredo, A.C.M.G3, Rabelo, D.F.1
1 UFRB
2 UEFS
3 SES - DF
Objetivo: Descrever o desenvolvimento de uma ferramenta digital para rastrear a perda auditiva em idosos utilizando o método do Teste do Sussurro, visando sua utilização pela Estratégia de Saúde da Família do Sistema Único de Saúde. Métodos: A equipe de desenvolvimento conduziu uma pesquisa para entender as necessidades dos idosos e dos profissionais de saúde na atenção básica. Um protótipo do aplicativo foi criado em Kotlin, compatível com dispositivos Android, e testado por especialistas e estudantes da área da saúde. Melhorias foram implementadas com base no feedback recebido. Resultados: O protótipo foi bem recebido durante os testes, destacando-se pela definição de um volume fixo para o Teste do Sussurro (44-47 decibéis), usabilidade e indicação do volume de ruído do ambiente durante o teste. Pontos a serem aprimorados incluem dificuldades na instalação e a falta de ilustrações sobre o modo de uso. O aplicativo coleta dados pessoais, como nome, gênero, data de nascimento e raça/cor, inclui perguntas preliminares do teste, e reproduz gravações em áudio com palavras e expressões ditas em voz sussurrada. Todos os dados são armazenados em um banco de dados acessível à equipe de gerenciamento. O e-Sussurro foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, recebendo o certificado de registro de programa de computador número BR512023001190-8. Conclusão: O desenvolvimento do aplicativo "e-Sussurro" representa um avanço na detecção de perda auditiva por meio da padronização do Teste do Sussurro, facilitando a identificação precoce de casos suspeitos de perda auditiva e melhorando a qualidade de vida da população idosa.
FATORES DA LIMITAÇÃO DA MOBILIDADE EM IDOSOS COM DINAPENIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster
Silva, G.A.F1, SANTOS, R.H.S1, GALVÃO, L.L2, PAULA, E.S1, MENDES, R.T.M1, OLIVEIRA, G. C. M1, ROCHA-SILVA, R3, MENEGUCI, J1, VIRTUOSO JUNIOR, J.S1, TRIBESS, S1
1 UFTM
2 UFES
3 UFG
Este estudo tem como objetivo sistematizar a produção de artigos científicos sobre dinapenia em idosos,investigando fatores associados à limitação da mobilidade funcional, o papel da atividade física na atenuação dos efeitos do envelhecimento e identificação de instrumentos para avaliação da dinapenia em idosos. O estudo seguiu o protocolo registrado no PROSPERO e as diretrizes do PRISMA. A busca de estudos foi realizada nas bases de dados PubMed, Scielo e Periódicos CAPES, com critérios de inclusão que abrangem artigos originais nos últimos cinco anos, idosos com idade ≥ 60 anos,e publicações em inglês ou espanhol. A busca eletrônica inicial resultou em 1548 manuscritos. O processo de análise dos estudos envolveu leitura de títulos, resumos e textos completos. Após todas essas fases, 11 manuscritos preencheram os critérios de inclusão da revisão. Os estudos abrangem diversas regiões, destacando a prevalência da dinapenia em idosos. A análise dos artigos revela que as limitações de mobilidade funcional estão associadas à falta de atividade física, influenciada por fatores comportamentais, ambientais e de saúde mental. A revisão destaca a importância da avaliação da dinapenia em idosos e a necessidade de padronização de métodos de avaliação. O estudo destaca a necessidade de estratégias para promover a atividade física na população idosa, considerando aspectos comportamentais e de saúde mental.Recomenda-se a realização de estudos mais detalhados sobre a relação entre dinapenia, mobilidade funcional e estudos clínicos em idosos.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA FEIRA "SAÚDE MAIS PERTO" EM SALVADOR, BAHIA
Pôster
Guimarães, A.B.O.1, Ramos, M.S.X.1, Ribeiro, D.A.S1, Cerqueira, E.C.S.1, Santos, T.C.1, Ribeiro, D.C.1, Aragão, T.E.B.1, Almeida, A.M.1, Marques, A.A.1, Vieira, M.R.1, Silva, M.D.C1, Costa, E.E.S.1, Andrade, C.P.M.1, Cruz, S.S1
1 UFRB
Objetivo: Descrever a experiência de ações educativas em saúde auditiva durante a execução da Feira “Saúde Mais Perto" para idosos promovida pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, na cidade de Salvador. Métodos: Trata-se de um relato de experiência acerca das atividades realizadas pelos membros do projeto SAJ 60+, vinculado ao Laboratório Integrado de Desenvolvimento Humano e Epidemiologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com os idosos em setembro de 2023 na cidade de Salvador. Resultados: As atividades incluíram uma sala de espera itinerante e um stand de triagem auditiva, no qual os membros do projeto transitavam pela feira, a fim de informar os idosos sobre os cuidados com a saúde auditiva e sua relação com o envelhecimento, bem como o encaminhamento ao stand de triagem para realização do teste do sussurro. Os idosos receberam orientações sobre higiene auricular e sinais de perda auditiva. Além disso, foi utilizado um banner informativo, junto a uma caixa interativa apresentando imagens de objetos inusitados utilizados pela população para limpeza auditiva. Em seguida, os idosos foram convidados a fazer o teste do sussurro e, se necessário, foram encaminhados às Unidades de Saúde para acompanhamento. Essas estratégias permitiram maior interação com o público, o que possibilitou desmistificar conceitos sobre a audição, bem como a identificação de possíveis problemas auditivos. Conclusão: Nota-se que ações educativas em saúde auditiva são uma relevante estratégia de prevenção e promoção da saúde, visto que fortalecem os laços com a comunidade e promovem o rastreio de perda auditiva.
A BAIXA INGESTÃO PROTEICA SE ASSOCIA COM A FRAGILIDADE FÍSICA EM PESSOAS IDOSAS BRASILEIRA
Pôster
Souza, ÂMN1, Rodrigues, B.O1, Lopes, L. J1, Fonseca, Maria de Jesus M2, Griep, R.H2, Ribeiro, A.Q1
1 UFV
2 Fiocruz-RJ
Objetivo: Estimar a associação entre a baixa ingestão proteica e a fragilidade física e seus componentes em pessoas idosas participantes do ELSA-Brasil.
Métodos: Estudo transversal multicêntrico conduzido com 4.906 participantes com idade ≥ 60 anos da onda 3 (2017-2019) do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). A ingestão proteica foi avaliada por meio do Questionário de Frequência Alimentar, sendo baixa ingestão proteica quando ≤ 1g/kg/dia. Para avaliar a fragilidade física foi utilizado o fenótipo de Fried, que considera cinco critérios (perda de peso involuntária, fadiga, lentidão de marcha, fraqueza muscular e baixa atividade física) a categorização foi: nenhum critério (robusto), 1- 2 critérios (pré-fragilidade) e 3- 5 critérios (fragilidade). Realizou-se análise descritiva e regressão logística multinomial.
Resultados: Foram avaliados 4906 participantes (mediana de idade 66 anos, 56,0% mulheres). A prevalência de baixa ingestão proteica foi de 16,0% e de fragilidade foi de 7%. Entre os participantes com baixa ingestão proteica, 60% eram mulheres. Após ajuste por potenciais confundidores, a baixa ingestão proteica foi associada com a fragilidade física (OR:1,60; IC95% 1,53-1,67) e também com os critérios individuais, à exceção da fraqueza muscular.
Conclusão: Nossos resultados apontam uma forte associação entre baixa ingestão proteica com as classificações da fragilidade física, com exceção da fraqueza muscular, em pessoas idosas brasileiras.
A CONDIÇÃO DE ACAMADO EM PESSOAS IDOSAS NO BRASIL NA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DE 2019
Pôster
Siqueira, T.M.1, Tavares, A. S.1, Loureiro, C.F.1, Souza, V. G. L.1, Fernandes. G.T.2
1 FIOCRUZ AMAZONIA
2 Universidade Federal do Amazonas
Objetivos: Estimar a prevalência e os fatores associados à condição de acamado em pessoas idosas no Brasil.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal, utilizando dados secundários públicos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Foram incluídos indivíduos acima de 60 anos e com informações sobre a condição de acamado - variável dependente. As variáveis independentes foram analisadas em blocos: características sociodemográficas (1), condições de saúde (2) e utilização de serviços de saúde (3). Foi realizada a estatística descritiva, acrescida do teste de qui-quadrado para testar associação. Para a regressão logística múltipla foram adicionadas pelo método stepwise, de acordo com a hierarquia dos blocos, as variáveis com p<0,20 nas análises bivariadas. Permaneceram no modelo final aquelas com p<0,05 e que favoreciam o melhor ajuste (Hosmer-Lemeshow).
Resultados: Do total de 2891, a amostra de 5.322 pessoas (45,7% de dados faltantes) apresentou alta prevalência da condição de acamado (37,9%; IC95%: 36,6-39,2), comparada à PNS de 2013 (4,9%). Conforme a regressão, a condição de acamado mostrou-se associada a relatos de: doença cerebrovascular (OR=1,46; IC95%=1,14-1,86), doenças respiratórias crônicas (OR=1,52; 1,09-2,11), percepção ruim/muito ruim da saúde (OR=1,52; 1,23-1,88), busca por atendimento médico no último ano (OR=1,50; 1,28-1,77) e internação hospitalar no último ano (OR=1,93; 1,62-2,31).
Conclusões: A prevalência da condição de acamado representou mais de um terço das pessoas idosas em 2019. E esteve associada a: doenças crônicas, como AVC e doenças respiratórias, percepção negativa da própria saúde, procura por serviços de saúde e episódios de internação hospitalar.
A CORPOREIDADE DE IDOSAS URUGUAIAS COM DIAGNÓSTICO DE ALZHEIMER
Pôster
Batista-Santos, A. L.1, Souza Neto, F. C. V.2, Canon-Buitrago, E. A.1, Sá, D. B.3, Aguiar, J. B.3, Gurgel, L. A.3
1 Universidad de la República (UdelaR)
2 Universidad Complutense de Madrid (UCM)
3 Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Objetivo: investigar representações sociais sobre sua corporeidade. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. Foi realizada em Paysandú, Uruguai. A população-alvo foi mulheres idosas com diagnóstico de Alzheimer (graus 1 e 2). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista em grupo focal, onde foram feitas perguntas simples e claras, previamente aprovadas pelo médico referente do Centro de Atendimento ao Alzheimer. Os dados foram analisados através da técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin. Resultados: A partir dos encontros realizados no centro ADAP e da condução/análise do grupo focal, foram encontradas as seguintes categorias e subcategorias: Corporeidade (física, emocional, psicológica, social, cultural, espiritual e econômica) e Desafios (autonomia, autocuidado , pertencimento e diagnóstico). A prevalência das palavras relatadas foi: família, casa, sozinho, cuidar de si e jardinagem, que representam as subcategorias e categorias de: o físico, a família, o emocional negativo e os costumes (Corporatividade); ao centro e autonomia (Desafios). Conclusões: a corporeidade de idosas com Alzheimer é afetada pelos desafios associados à autonomia, ao autocuidado, às mudanças/perdas nos relacionamentos e ao acesso a centros especializados. Essas relações evidenciam a complexidade da experiência dessas mulheres, onde as dimensões físicas, emocionais e sociais estão significativamente entrelaçadas no contexto do processo saúde/doença-cuidado/cuidado do Alzheimer. Percebeu-se que receber atendimento especializado por equipe multiprofissional em ambiente coletivo contribui significativamente para a corporeidade de mulheres com diagnóstico de Alzheimer. Ressalta-se que o profissional de Educação Física faz parte dos profissionais que intervêm junto ao grupo.
ADESÃO À FARMACOTERAPIA ANTI-HIPERTENSIVA EM BRASILEIROS MAIS VELHOS (ELSI-URBE)
Pôster
FALCÃO, M.C.1, BRAGA, L.S.1, MAMBRINI, J.V.M.2, LOYOLA FILHO, A. I.1, CAIAFFA, W. T.1, LIMA-COSTA, M. F.2, MACHADO, E. L.1
1 UFMG
2 Fiocruz Minas
Objetivo: Estimar a prevalência de não adesão à farmacoterapia anti-hipertensiva entre brasileiros com 50 anos ou mais e analisar os fatores individuais e do contexto socioeconômico de moradia associados à não adesão. Métodos: Estudo transversal utilizando dados dos participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), coletados entre 2015-2016, e do Índice Brasileiro de Privação (IBP) por setor censitário. A associação entre não adesão à farmacoterapia anti-hipertensiva e características sociodemográficas, comportamentos em saúde, condições de saúde, acesso aos serviços de saúde e contexto socioeconômico (IBP) e foi analisada utilizando modelo logístico multinível, estratificada por zona de moradia (urbana ou rural). Resultados: Dos 9.412 participantes, 3.888 (41,3%) relataram diagnóstico médico de hipertensão e uso de anti-hipertensivos. Destes, 29% (1130) foram classificados como não aderentes à farmacoterapia anti-hipertensiva, com prevalências semelhantes nas zonas urbana (29,3%) e rural (28,1%). Na área urbana, menores chances de não adesão foram observadas entre indivíduos mais velhos e aqueles em uso de polifarmácia, enquanto a autoavaliação de saúde ruim/muito ruim aumentou a chance de não adesão. Na zona rural, autoavaliação de saúde ruim/muito ruim, problemas para obter medicamentos e contexto residencial de maior privação socioeconômica aumentaram a chance de não adesão. Conclusões: A não adesão à farmacoterapia anti-hipertensiva entre brasileiros mais velhos é influenciada por fatores individuais e contextuais, sendo que apenas na zona rural se associa significativamente a privação material do setor censitário. Políticas públicas devem ser implementadas para garantir a equidade e minimizar a não adesão a medicamentos anti-hipertensivos em brasileiros mais velhos.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL AUMENTA A SOBREVIDA DE IDOSOS: ESTUDO LONGITUDINAL EPIFLORIPA IDOSO
Pôster
Belchor, A. L. L.1, Quialheiro, A.2, Figueiró, T. H.1, Hillesheim, D.1, Siqueira Junior, J. A.1, Funk, E.1, Rech, C. R.1, Xavier, A. J.3, Moreira, J. D.1, d’Orsi, E.1
1 UFSC
2 CESPU
3 UNISUL
Objetivo: Descrever o perfil de alimentação saudável e sua relação com a sobrevida de idosos.
Métodos: Dados das entrevistas domiciliares de 2009/10 (onda 1, n=1.705), 2013/14 (onda 2, n=1.197), 2017/19 (onda 3, n=1.335) e 2023/24 (onda 5, n= 695) do Estudo longitudinal EpiFloripa Idoso. Desfecho: tempo até óbito. Exposição: tercil superior do escore considerando número de dias na semana em que consome alimentos saudáveis (legumes, verduras, carne, frango, peixe, frutas, feijão, leite e integrais) e não saudáveis (frituras, bebidas açucaradas e doces) com pontuação invertida. Tempo de sobrevida calculado em meses entre data da primeira entrevista e data do óbito ou último contato com o participante. Estimadas hazard ratios (HR) brutas e ajustadas para fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde.
Resultados: A prevalência de alimentação saudável foi maior entre as mulheres e idosos mais velhos ((70-79 anos e 80+). A probabilidade de passar para o tercil superior de alimentação saudável foi 21,4% e de passar para os 2/3 inferiores foi 50,7%. A taxa de mortalidade (por 1000 pessoas/mês) foi 3,9 (2/3 inferiores na linha de base), e 3,0 (1/3 superior). Pertencer ao tercil superior de alimentação saudável reduziu em 13% o risco de morte (HR ajustada=0,87 IC95%: 0,78-0,97).
Conclusões: A prevalência de alimentação saudável foi maior entre idosos mais velhos e entre mulheres. A probabilidade de não permanecer com a alimentação saudável foi maior do que a de desenvolver este hábito. Um escore maior para alimentação saudável reduz o risco de morte em idosos, independente de fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde.
AMBIENTE DO BAIRRO E HIPERTENSÃO EM PESSOAS IDOSAS: PAPEL MEDIADOR DA CAMINHADA NO LAZER
Pôster
Zorzi, V. N.1, Paiva Neto, F. T.1, Figueiró, T. H.1, Macedo, D. A.1, Alves, L. G.1, da Silva, J. V.1, d’Orsi, E.1, Rech, C. R.1
1 UFSC
Objetivo: Investigar a relação entre as características percebidas do ambiente construído do bairro e a pressão arterial em idosos, e o papel mediador da caminhada de lazer nessa relação.
Métodos: Foram utilizados dados da onda 3 do estudo EpiFloripa Idoso (2017-2019; n=1.335) em Florianópolis, Santa Catarina. A pressão arterial foi medida com dispositivos digitais e o diagnóstico de hipertensão baseou-se no autorrelato de informações de profissionais de saúde. O ambiente do bairro foi avaliado com a Abbreviated Neighborhood Environment Walkability Scale, enquanto a caminhada foi avaliada com o International Physical Activity Questionnaire. A variável contextual utilizada foi o setor censitário. A associação entre o ambiente do bairro com a pressão arterial e a hipertensão foi investigada por regressão logística multinível; e o efeito mediador da caminhada de lazer pela modelagem de equações estruturais.
Resultados: A prevalência de hipertensão foi de 85,3%, com 69,0% apresentando pressão arterial elevada medida objetivamente. Perceber melhor infraestrutura para atividade física (OR:0,88; IC:0,78-0,99), maior segurança no bairro (OR:0,88; IC:0,79-0,99), segurança no tráfego (OR:0,88; IC:0,78-0,99) e melhor percepção geral do ambiente (PGA) (OR:0,73; IC:0,55-0,98) reduz a probabilidade de hipertensão. A associação entre hipertensão e PGA foi parcialmente explicada pela caminhada de lazer (p<0,05).
Conclusão: A caminhada de lazer é um mediador parcial da associação da percepção do ambiente com a redução da chance de hipertensão.
ANÁLISE DA FREQUENCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS COM PARÂMETROS ÓSSEOS EM MULHERES IDOSAS
Pôster
Osco, K. M.1, Tanganini, B. D.1, Neto, W. A. T.1, Alves, C. M. B.1, Bauermann, A. V.1, dos Santos, V. R.1, Gobbo, L. A.1
1 UNESP
Objetivos: Analisar a correlação entre o número de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs) e parâmetros ósseos mensurados por absorciometria radiológica por dupla energia (DXA) em mulheres idosas. Métodos: Para tanto, 64 mulheres com idade igual ou superior a 60 anos foram avaliadas por DXA, quando foram mensuradas variáveis de geometria óssea e densidade mineral óssea de fêmur e coluna. As DCNTs (doença coronariana, pulmonar, renal, úlcera, do fígado, câncer, depressão, problemas neurológicos, osteoartrite no joelho e na mão, artrite reumatoide, gota, hipertensão, diabetes, dislipidemia) foram obtidas a partir de questionários autorreferidos. O número total de doenças foi a somatória das DCNTs respondidas positivamente. Análises de regressão bivariada foram realizadas entre a somatória das DCNTs e as variáveis ósseas distintas. Resultados: A frequência média de DCNTs da amostra foi de 3,22 ± 1,92 doenças, e a distribuição delas foi de 15,5% para pessoas com 1 DCNT, 21,4% para 2 DCNTs, 12,6% para 3 DCNTs, 23,3% para 4 DCNTs, 22,3% para pessoas com 5 ou mais DCNTs, e apenas 4,9% não apresentaram nenhuma DCNT. Número de DCNTs apresentou correlação estatisticamente significante com as variáveis ósseas comprimento do eixo do quadril (r = -0,278; p = 0,029), densidade mineral óssea do fêmur (r = 0,292; p = 0,019), escore-T do colo do fêmur (r = 0,257; p = 0,040) e escore-T total do fêmur (r = 0,297; p = 0,017). Conclusões: Pior qualidade óssea do fêmur e da geometria óssea do quadril está relacionada com o número de DCNTs em mulheres idosas.
ANÁLISE DA INTERNAÇÃO HOSPITALAR POR DOENÇA DE PARKINSON E ALZHEIMER EM IDOSOS NO BRASIL
Pôster
Fonseca, I. M.1, Silva, A. S.1, Conceição, R. M.1, Tavares, A. C.1, Bastos, T. V. R.1, Silva, R. R. C. P.1, Gomes, I. L. V.1
1 UECE
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico de idosos em internação hospitalar por doença de Parkinson e doença de Alzheimer no Brasil. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo transversal, que utilizou dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), com base no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), com intuito de identificar e descrever o quantitativo de casos e as variáveis sociodemográficas referentes às internações hospitalares por doença de Parkinson e de Alzheimer, no Brasil, no período de 2013 a 2023. A coleta de dados do estudo foi realizada de abril a maio de 2024. Avaliou-se os dados por meio da análise descritiva, com base na frequência absoluta das variáveis. Resultados: Identificou-se, no total, 23.207 internações hospitalares, sendo a maioria em pacientes do sexo feminino (n=13.637; 58,8%), com idade igual ou superior a 80 anos (n=11.445; 49,4%), cor/raça branca (n=11.598; 49,9%), correspondentes à Região Sudeste (n=11.795; 50,8%). Identificou-se também ausência de dados sobre o regime de atendimento, de modo que este poderia ser de origem pública ou privada (n=17.772; 76,6%). Conclusão: A observação do número de internações por doença de Parkinson e de Alzheimer, no Brasil, associada à possibilidade de subnotificação dos casos e à identificação da ausência de informações relacionadas às variáveis analisadas destacam a importância da realização de estudos sobre a temática com intuito de fomentar o planejamento de ações e intervenções em saúde, visando também garantir um atendimento que considere a realidade sociodemográfica deste público e as particularidades do período vivenciado.
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES DE PESSOAS IDOSAS NA OUVIDORIA DO SUS: DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Pôster
Silva, C.C.1, Sousa, I. C.2, Silva, V. L.1, Sá, D. A.2, Ferreira, R. C. G.2, Arruda, J. L.3, Moreira, R. S.4
1 UFPE
2 IAM-FIOCRUZ-PE
3 IMIP-PE
4 IAM-FIOCRUZ-PE, UFPE
Objetivo: Analisar as manifestações registradas na Ouvidoria do SUS relacionadas à gestão dos serviços de saúde por pessoas idosas. Método: Estudo descritivo transversal inferencial, utilizando dados da Ouvidoria do SUS de 2014 a 2023 sobre a gestão dos serviços de saúde para pessoas idosas (60 anos ou mais). Foram analisadas 13.169 manifestações, classificadas em denúncia, elogio, reclamação, sugestão e informação. Utilizou-se o Qui-quadrado de Pearson e regressão logística multinomial para verificar associações entre variáveis sociodemográficas e tipos de manifestações.Resultados: Recursos humanos foi o principal subassunto (50,6%). Mulheres (60,3%) e idosos de 60 a 69 anos (71%) predominaram nas reclamações. Heterossexuais (98,29%) também estavam mais associados a reclamações, enquanto bissexuais, gays, lésbicas, trans e travestis associaram-se a denúncias. Pessoas brancas (65%) tiveram maior associação com informações, enquanto pretas e indígenas com denúncias e pardas com elogios. Rendas mais altas, associou-se a informações e elogios, enquanto que rendas mais baixas, as denúncias e reclamações. Já em relação à escolaridade, pessoas com ensino superior representaram 40% da amostra, e estavam associadas às tipologias informações e sugestões. Conclusão: As ouvidorias são ferramentas essenciais para planejar ações e serviços de saúde, mas ainda são subutilizadas. As manifestações, predominantemente reclamações, indicam a necessidade de capacitar equipes de saúde e melhorar o planejamento regional para aprimorar os serviços oferecidos aos cidadãos.
ANÁLISE DE IDADE-PERÍODO-COORTE EM MEDIDAS FÍSICO-FUNCIONAIS DE IDOSOS DE FLORIANÓPOLIS
Pôster
Castelli, G. M.1, Figueiró, T. M.1, Hillesheim, D1, Quialheiro, A2, Oliveira, C3, Zorzi, V. N.1, Rech, C. R.1, D’Orsi, E.1
1 UFSC
2 CESPU
3 UCL
Objetivos: Identificar as dimensões temporais que influenciam a prevalência de atividade física(AF) em idosos e suas associações com pressão arterial controlada, força muscular(força de preensão manual), velocidade da marcha e dependência nas atividades de vida diária.
Métodos: Dados das entrevistas domiciliares do EpiFloripa Idoso, estudo longitudinal, com pessoas acima de 60 anos em Florianópolis, Santa Catarina. A análise com GEE foi aplicada para dados de 2009/10 (n=1.702), 2013/14 (n=1.197), 2017/19 (n=1.335) e 2023/24 (n=695). As medidas funcionais foram coletadas pelos entrevistadores durante a visita presencial. A AF autorreportada no deslocamento (AFD) e no lazer (AFL), avaliada pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), foi classificada em inativa, insuficientemente ativa e ativa. A análise foi ajustada para fatores sociodemográficos.
Resultados: A prevalência de AF reduziu nas gerações recentes em todas as faixas de idade no período pós-pandêmico. Idosos ativos apresentaram menor chance de ter diminuição na força muscular quando comparados a idosos inativos; redução de 31% na AFD e 25% na AFL (AFD [OR:0,692;IC:95%0,508-0,941]; AFL [OR:0,751;IC95%:0,536-1,052]). Na velocidade da marcha, idosos ativos tem 59% (AFD [OR:0,409;IC95%:0,304-0,549]) e 42% (AFL [OR:0,580;IC:95%0,437-0,770]) menor chance de velocidade da marcha reduzida. Indivíduos ativos na AFL e AFD apresentaram 51% (AFL [OR:0,488;IC95%:0,410-0,581]) e 73% (AFD [OR:0,271;IC95%:1,750-2,132]) menor chance de dependência nas atividades de vida diária, respectivamente. AFL ou AFD não foram associadas a pressão arterial controlada ao longo do período.
Conclusões: AFL e AFD reduzem as chances de apresentar dependência em atividades de vida diária, diminuição da velocidade de marcha e da força muscular em idosos.
ANÁLISE DE ÓBITOS POR NEOPLASIAS EM IDOSOS E DOS INDICADORES SOCIAIS NAS UFS DO BRASIL
Pôster
Souza, F. C.1, Carmo, C. N.1
1 ENSP - FIOCRUZ
Objetivos: O presente estudo caracterizou o perfil de mortalidade por neoplasias da população idosa do Brasil, fatores contextuais associados, e acompanhou mudanças no padrão epidemiológico, no período 2011-2020, em indivíduos com idade de 60 anos ou mais. Métodos: Estudo ecológico, utilizando dados secundários. Os indivíduos elegíveis têm 60 anos ou mais. Foram usados dados do SIM/SUS e do censo demográfico do IBGE. Variáveis contextuais incluíram IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), Índice de Gini, Índice de Vulnerabilidade Social e taxa de analfabetismo. Análises incluíram regressão linear e análise de cluster (pelo método k-means) para identificação de padrões geográficos. Resultados: Dos 27 modelos analisados, 24 apresentaram R² superior a 0,9; indicando explicação satisfatória da variação dos dados. Apenas Acre, Maranhão e Rondônia tiveram R² entre 0,8 e 0,9. Todos os 27 modelos foram estatisticamente significativos, ao nível de significância de 0,05. A análise de clusters resultou em 12 grupos, com clusters variando de 1 a 5 estados. Clusters com 1 estado: cluster 2 (AP), cluster 4 (SC), cluster 9 (RS), e cluster 12 (RR). O único cluster com 5 estados foi o cluster 11, com CE, RN, PB, PE e MS. Conclusão: A região Sul apresentou o cluster com maior taxa média de mortes por neoplasias e os melhores indicadores socioeconômicos, sugerindo desafios para a saúde do idoso. Já os clusters do Norte e Nordeste registraram os piores indicadores socioeconômicos, indicando necessidade de investimentos em desenvolvimento social. A diversidade geográfica dos clusters destacou a complexidade dos dados.
ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA EM IDOSOS HOSPITALIZADOS POR SRAG-COVID EM NITERÓI/ RJ
Pôster
Amaral, L. F.1
1 ENSP / Fiocruz
Objetivo: Analisar a sobrevivência dos idosos hospitalizados por SRAG-COVID no município de Niterói, no ano de 2021.
Método: Estudo de coorte retrospectivo, de idosos com idade igual ou superior a 60 anos e hospitalizados com diagnóstico confirmado para SRAG-COVID no município de Niterói, com hospitalizações ocorridas no ano de 2021 e notificados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). Foi empregada a análise de sobrevida, utilizando o método de Kaplan-Meier, para estimar tanto a probabilidade de sobrevivência quanto o risco acumulado durante o período que percorre entre o início dos sintomas e o óbito.
Resultados: Foram notificados 2.069 idosos. A média de idade foi de 74,39 anos. O tempo até o desfecho, definido como o período entre o início dos sintomas e o desfecho (óbito ou alta), foi de 20,85 dias. Há uma predominância significativa de idosos do sexo feminino, da raça/cor branca e com algum fator de risco/comorbidade, totalizando 77,8%. Em relação ao desfecho, 48,4% dos idosos foram a óbito, com maior frequência nos primeiros 40 dias.
Conclusão: O estudo enfatiza a necessidade de uma abordagem ampla e integrada para melhorar os resultados de saúde dos idosos hospitalizados. Isso implica não apenas em intervenções clínicas direcionadas, mas também em melhorias estruturais no sistema de saúde como um todo. A implementação de políticas públicas é fundamental para reduzir a mortalidade e aprimorar a qualidade de vida dos idosos durante o período de internação.
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO ENVELHECIMENTO NO AMAZONAS
Pôster
Ferreira, V.L.P1, Pereira, L.N.A.S1, Lopes, M.C1, Salino,A.V1, Nery, S.A.P1
1 UEA
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico do envelhecimento no Amazonas. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo sobre o perfil de idosos no Amazonas, realizado em fontes de dados secundários, oriundos dos Censos Demográficos de 2010 e 2022 realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: A população idosa do Amazonas aumentou em 153,22% no período entre 2010 e 2022. Em 2010, os idosos amazonenses correspondiam a 140.721 pessoas, representando 4,04% da população do estado (3.483.985 habitantes). No ano de 2022, passaram a configurar 9,04% (356.337 idosos) da população do Amazonas (3.941.175 habitantes). No tocante a idade, em 2010, a faixa etária de maior predominância entre os idosos foi entre 65 a 74 anos com 88.291 pessoas (62,74%), em 2022, este grupo etário permaneceu com maior percentual com 233.598 idosos (65,56%). Em relação ao sexo nas diferentes idades, constatou-se que em 2010, o sexo feminino foi maior aos 65 até 74 anos com 44.911 mulheres (61,07%). Em 2022, o mesmo grupo, aumentou sua proporção passando a representar 64,03% das mulheres (124.728). No sexo masculino, em 2010, houve uma maior predominância nas idades entre 75 a 79 anos com 13.008 homens (19,36%), o passo que em 2022, a maior proporção permaneceu nas idades de 75 a 79 anos com 35.009 homens (21,67%). Conclusão: O estudo possibilitou uma melhor compreensão do perfil epidemiológico do envelhecimento no Amazonas. Deste modo, pode favorecer a formulação de políticas públicas, e ações voltadas para a prevenção de agravos e promoção da saúde desse grupo populacional.
ANÁLISE DOS ÓBITOS RELACIONADOS A ACIDENTES POR QUEDAS ENTRE PESSOAS IDOSAS NO BRASIL
Pôster
Martins, S. S.1, Borim, F. S. A.2, Zimmermann, I. R.1
1 UnB
2 UNICAMP
Objetivos: Analisar a mortalidade relacionada a acidentes por quedas entre pessoas idosas no Brasil em 2021.
Métodos: Estudo observacional retrospectivo e descritivo baseado em dados secundários. Foram analisados registros de óbitos de indivíduos com 60 anos ou mais inseridos no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) utilizando os códigos CID-10 relacionados a quedas (W00 a W19). Variáveis coletadas incluíram sexo, idade, raça/cor, escolaridade, estado civil, ocupação, região administrativa e local do óbito. Análises estatísticas descritivas foram realizadas, e a taxa de mortalidade por queda foi padronizada por idade.
Resultados: Em 2021, foram registrados 11.603 óbitos por queda entre idosos no Brasil. A maioria dos óbitos ocorreu entre mulheres (51,66%) e idosos com 80 anos ou mais (58,30%). A maior frequência de óbitos foi entre indivíduos de cor branca (62,63%), com escolaridade de 4 a 7 anos (24,55%) e sem companheiro (59,57%). A ocupação mais comum foi aposentado/pensionista (35,44%) e dona de casa (16,47%). O local da queda que ocasionou o óbito mais frequente foi a própria casa (38,04%). A taxa de mortalidade bruta foi de 37,03 por 100.000 habitantes e a taxa padronizada por idade foi mais alta na região Centro-Oeste (54,85) e mais baixa no Nordeste (27,06).
Conclusões: O perfil dos óbitos por quedas entre idosos pode orientar diretrizes e políticas de saúde focadas na prevenção de agravos e promoção da saúde dessa população.
ANÁLISE TEMPORAL DA MORTALIDADE DE IDOSOS POR NEOPLASIA NO BRASIL
Pôster
Barros, E. M1, Santana, G. S.2, Silva, C. B2, Ribeiro, J. H. M2
1 Faculdade de Enfermagem da Universidade Santo Amaro (UNISA)
2 Faculdade de Enfermagem da UNISA
OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico da mortalidade de idosos por neoplasias no período de quatro anos. MÉTODO: Foram coletados o número de óbitos de idosos por neoplasia segundo ano, estado e região do país no SISAP-Idoso e a população residente na Projeção das Unidades da Federação por sexo, idade simples ou faixa-etária: 2010-2060. A partir destes dados, calculou-se a frequência relativa e a taxa de mortalidade por ano e região. RESULTADOS: As regiões com maior proporção de óbitos de idosos por neoplasias independente do ano foram Sudeste (48,16%), Nordeste (21,45%) e Sul (19,56%). Os estados do Pará, Amazonas, Rondônia, Bahia, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Minas Gerais apresentaram, proporcionalmente, maior mortalidade de idosos por neoplasia. Em relação às taxas de mortalidade, os anos de 2016 (570,49 óbitos por 100 mil habitantes), 2018 (572,01 óbitos por 100mil habitantes) e as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores indicadores nos quatro anos estudados, sendo que após 2018 registrou-se quedas em todas as regiões. Os achados deste estudo estão em consonância com as estimativas de 2020 e 2023 do INCA. Ademais, Malta e colaboradores (2016) e Vasques e Peres (2010) encontraram na região Sul a maior taxa de óbito por neoplasias no pulmão, colón e reto para idosos. CONCLUSÃO: Os resultados encontrados refletem a existência de padrões distintos de magnitude em relação ao número de óbitos e as taxas de mortalidade por neoplasias de idosos.
ASSOCIAÇÃO ENTRE ÂNGULO DE FASE PREDITO POR BIOIMPEDÂNCIA E DEPRESSÃO EM MULHERES IDOSAS
Pôster
TANGANINI, B. D.1, TONELLI, W. A. N.1, BALESTRIERO, C. M. A.1, BAUERMANN, A. V.1, SANTOS, V. R.1, GOBBO, L. A.1
1 FCT Unesp
Objetivos: Analisar a associação entre o ângulo de fase (AngF), predito pela bioimpedância (BIA), e a depressão em mulheres idosas. Métodos: Para tanto, 66 mulheres com idade igual ou superior a 60 anos foram avaliadas por BIA, para cálculo do AngF a partir das variáveis resistência (R) e reatância (Xc), e por questionário autorreferido sobre a presença de depressão. Análise do qui-quadrado e regressão logística foram realizados, com ajuste da idade para esta última. Resultados: O valor médio do AngF da amostra foi de 5,62 graus (± 0,90). O valor médio do AngF do primeiro tercil da amostra foi de 5,10 graus. Do total da amostra, 18,2% reportaram ter depressão. As pessoas idosas com depressão apresentaram valor médio de AngF de 5,35 graus (± 0,59), 6% menor em relação às não depressivas (5,68±0,94 graus, p>0,129). No teste de qui-quadrado entre mulheres depressivas / não depressivas e com AngF maior ou menor que o P33, foi verificado associação estatisticamente significante (χ2 = 6,54; p = 0,011). Na análise de regressão logística simples, foi verificado risco maior para as mulheres idosas com depressão no valor de 5,2 vezes (p = 0,016) em relação às não depressivas, para apresentarem menores valores de AngF (IC 95% 1,36 – 19,85). Quando ajustado pela idade, o valor de risco foi de 6,03 vezes (IC 95% 1,50 – 24,22; p = 0,011). Conclusões: Mulheres idosas com depressão autorreferida tem maior risco para baixos valores de ângulo de fase predito por bioimpedância, quando comparadas às mulheres sem depressão.
ASSOCIAÇÃO ENTRE USO DE MEDICAMENTOS E INTENSIDADE DA DOR LOMBAR EM PESSOAS IDOSAS
Pôster
Caldeira, E. A. C.1, Silva, S. L. A.1, Pereira, LSM.2, Gonçalves, L.1, Leite, I. C. G.1
1 Universidade Federal de Juiz de Fora
2 Universidade Federal de Minas Gerais
Objetivo: avaliar a associação entre uso de medicamentos para dor e intensidade da dor lombar aguda inespecífica (DL) em pessoas idosas.
Métodos: estudo transversal com dados do Estudo Back Complaint in the Elders (Bace Brasil). A variável independente foi o uso de medicamentos para a dor e a dependente a intensidade da dor, segundo escore da Escala Visual Analógica (EVA). As variáveis de controle foram agrupadas em quatro blocos: características sociodemográficas, doenças crônicas autorrelatadas, tratamentos realizados e satisfação com o tratamento realizado. A associação entre as variáveis foi avaliada por modelos de Regressão de Poisson brutos e depois controlados por cada bloco de variáveis de controle.
Resultados: Foram avaliadas 602 pessoas idosas com DL com média de intensidade da dor de 4,82±3,07 pontos na EVA. O uso de medicamentos foi associado a maior intensidade da dor. Em relação às variáveis de controle foram associadas a maior intensidade da dor menor idade, ser branco, ter menor escolaridade e menor renda; diagnóstico de doenças do coração, depressão, artrite reumatóide; consulta com médico clínico geral; e insatisfação com o tratamento.
Conclusões: o uso de medicamentos para DL é associado a dores mais intensas, embora este não seja o tratamento de primeira escolha para esta condição de saúde. A consideração das variáveis de controle é importante ao identificar grupo de idosos com maior prevalência de dores intensas, que podem também realizar uso excessivo de medicação e sofrer seus efeitos adversos.
ATITUDES PROFISSIONAIS SOBRE A SEXUALIDADE DA PESSOA IDOSA A PARTIR DA ESCALA ASKAS
Pôster
Burmeister, A. T.1, Hoffmann, K. D.1, Soares, J. V.1, Knauth, D. R.1, Pires, F. S.1, Umpierre, D.1, Souza, M. C.1, Teixeira, L. B.2
1 UFRGS
2
Objetivo: Avaliar as atitudes de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no que tange às questões de sexualidade da pessoa idosa, tendo em vista que, segundo o IBGE, o número de idosos na pirâmide etária populacional aumentou quase 30% entre 2012 e 2022.
Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo. Foi aplicada, de forma online, a Escala ASKAS (Aging Sexual Attitudes and Knowledge Scale).
Resultados: A amostra nacional foi composta por 1.000 ACS, majoritariamente do sexo feminino (84%), com idades entre 31 e 59 anos (67%). A falta de conteúdos sobre sexualidade na formação (62%) contrastava com a alta porcentagem de ACS atendendo idosos diariamente (99,6%). Embora muitas relataram não ter dificuldade em lidar com o tema da sexualidade (54%), a maioria não fazia perguntas sobre isso (56,0%). A média do escore das atitudes teve um valor sugestivo de uma atitude positiva (17,3±6,2). Dentre as afirmativas, destacam-se as seguintes: “É vergonhoso para uma pessoa com mais de 65 anos mostrar interesse por sexo” (84% de discordância); “Eu apoiaria cursos sobre educação sexual para funcionários de casas de repouso” (concordância de 70%).
Conclusões: O estudo aponta para atitudes positivas em relação à sexualidade da pessoa idosa; entretanto, muitos ACS relataram dificuldades em lidar com essas questões na prática. Esses resultados destacam a necessidade de educação permanente para os profissionais de saúde. O estudo ressalta a importância contínua de investigar e abordar lacunas de conhecimento e atitudes para promover políticas de formação mais eficazes no campo da saúde sexual dos idosos.
ATIVIDADE FÍSICA, COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E OBESIDADE ABDOMINAL DINAPÊNICA EM IDOSOS
Pôster
FRANÇA, M. E. F.1, SANTOS, L.2, ALMEIDA, C. B.2, NETO, P. F. V.3, SOUZA, A. S.1, COSTA, E. L.4, SILVA, D. J.4, SANTOS, E. S.4, SANTANA, P. S.4, GODINHO, G. A.5, LOPES, C. D. D.1, SANTOS, D. A. T.2, CASOTTI, C. A.4
1 UNITINS
2 UNEB
3 Ministério da Saúde
4 UESB
5 UFT
Objetivo: Analisar a capacidade discriminatória da atividade física (AF) e do comportamento sedentário (CS) em relação à obesidade abdominal dinapênica OAD em pessoas idosas. Métodos: Pesquisa epidemiológica populacional, com delineamento transversal, conduzida com 207 pessoas idosas (58,90% mulheres) de Aiquara, Bahia, Brasil. A obesidade abdominal foi classificada a partir da circunferência da cintura elevada (homens: ≥ 102 cm; mulheres: ≥ 88 cm). A dinapenia, por sua vez, foi identificada utilizando-se a baixa força de preensão manual (homens: ≤ 26,75 kgf; mulheres: ≤ 18,37 kgf). A capacidade discriminatória da AF e do CS, em relação à OAD, foi investigada por meio dos parâmetros fornecidos pela curva Receiver Operating Characteristic (acurácia, melhor ponto de corte, sensibilidade e especificidade). Em todas as análises foram adotados Intervalos de Confiança (IC) de 95%. Resultados: Observou-se, na população de estudo, prevalência na ordem de 11,10% à OAD (homens: 3,50%; mulheres: 16,40%). Nos homens, o melhor ponto de corte da AF para discriminar a OAD foi de 80 minutos/semana (sensibilidade: 100%; especificidade: 71,95%; acurácia: 0,79; IC95%: 0,69-0,87); enquanto o melhor valor do CS à OAD foi 351,43 minutos/dia (sensibilidade: 100%; especificidade: 65,85%; acurácia: 0,84; IC95%: 0,74-0,91). Nas mulheres, 150 minutos/semana foi o melhor valor da AF para discriminar a OAD (sensibilidade: 75%; especificidade: 57,84%; acurácia: 0,68; IC95%: 0,60-0,76). O melhor ponto de corte do CS à OAD foi de 381,43 minutos/dia (sensibilidade: 60%; especificidade: 82,35%; acurácia: 0,73; IC95%: 0,64-0,81). Conclusão: Identificou-se que ambos comportamentos apresentaram boa capacidade discriminatória em relação à OAD na população de estudo.
ATRIBUTOS DO CUIDADO E DISCRIMINAÇÃO PERCEBIDA NO USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE (ELSI-BRASIL)
Pôster
Gomes Alves, R. F.1, Machado, E. L.2, Simões, T.C.3, Turci, M. A.4, Lima-Costa, M. F.5, Braga, L. S.2
1 UFMG
2 UFMG; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, Instituto de Pesquisas René Rachou da Fiocruz e UFMG
3 Instituto René Rachou FIOCRUZ; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, Instituto de Pesquisas René Rachou da Fiocruz e UFMG
4 Universidade José do Rosário Vellano
5 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, Instituto de Pesquisas René Rachou da Fiocruz e UFMG; Instituto René Rachou FIOCRUZ
Objetivo: examinar a associação entre atributos do cuidado em saúde (acesso, continuidade, comunicação, coordenação, resolutividade e número de barreiras no cuidado em saúde) e discriminação percebida no uso de serviços de saúde, em amostra representativa de brasileiros mais velhos (≥ 50 anos). Metodologia: Estudo transversal, utilizando dados de 6.695 participantes da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), coletados entre 2019-2021. Foram estimadas prevalências e razões de chances (OR) com os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), por meio do modelo de regressão logística, ajustado por características sociodemográficas, condições de saúde e uso de serviços de saúde. Resultados: A prevalência de discriminação foi 5,5% (IC95%: 4,2-7,2). Na análise ajustada, participantes que relataram dificuldade em aspectos relacionados ao acesso (OR: 2,37; IC95%: 1,56-3,61), continuidade [não é atendido pelo mesmo médico (OR: 1,64; IC95%: 1,21-2,24) e médico não sabe quais seus principais problemas de saúde (OR: 1,79; IC95%: 1,24-2,58)], comunicação [médico não houve queixas com atenção (OR: 1,82; IC95%: 1,31-2,53) e não explica sobre saúde/tratamento de forma compreensível (OR: 1,86; IC95%: 1,40-2,45)], resolutividade (OR: 1,53; IC95%: 1,02-2,27) e que reportaram 5 ou mais problemas nos atributos do cuidado (OR: 2,03; IC95%: 1,47-2,80), apresentaram maiores chances de vivenciar discriminação. Conclusões: A avaliação das características do cuidado associadas à discriminação percebida no uso de serviços de saúde pode ser um instrumento de qualificação das discussões de gestores e profissionais responsáveis pelo planejamento e operacionalização de políticas públicas de saúde mais inclusivas e promoção de ambientes de cuidado mais acolhedores.
BAIXA FORÇA DE PREENSÃO MANUAL EM PESSOAS IDOSAS NÃO INSTITUCIONALIZADAS
Pôster
Araújo, Y. S.1, Neto, P. F. V.2, De Almeida, C.B.3, Silva, R. R.4, Santana, P. S.5, Santos, E. S.5, Da Silva, D. J.5, Andrade, J. P.1, De Oliveira, M. C. A.1, Casotti, C. A.5, Do Santos, L.1
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS (UNITINS)
2 Ministério da Saúde (MS). Brasília, Distrito Federal, BrasiI
3 Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
4 Universidade Federal de Goiás (UFG)
5 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Objetivo: Averiguar a prevalência e os fatores associados à baixa força de preensão manual (FPM) em pessoas idosas. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico populacional, de corte transversal, realizado com 208 pessoas idosas (58,70% mulheres) não institucionalizadas de Aiquara, Bahia, Brasil. A coleta de dados foi conduzida em duas etapas: 1) entrevistas domiciliares; 2) mensurações antropométricas e da FPM. As variáveis independentes foram: fatores socioeconômicos, comportamentais e relacionados às condições de saúde. O desfecho foi identificado por sexo, a partir do percentil 25 da FPM (mulheres: 18,37 kgf; homens: 26,75 kgf). Na análise inferencial, empregou-se a Regressão de Poisson com um estimador robusto para calcular as Razões de Prevalência (RP) e seus respectivos Intervalos de Confiança (IC) de 95%. Isso envolveu a construção de modelos brutos, seguidos por um modelo explicativo hierárquico múltiplo (Nível 1: variáveis socioeconômicas; Nível 2: aspectos comportamentais; Nível 3: condições de saúde). Resultados: Observou-se prevalência de baixa FPM de 24,50% (mulheres: 24,60%; homens: 24,40%). Ademais, a prevalência do desfecho foi maior nas pessoas idosas com idade de 70 a 79 (RP: 3,21; IC95%: 1,55-6,64) e ≥ 80 anos (RP: 4,91; IC95%: 2,32-10,39), nas avaliadas com baixo peso (RP: 2,20; IC95%: 1,26-3,82), nas insuficientemente ativas (RP: 1,99; IC95%: 1,12-3,54) e nas que apresentaram elevado comportamento sedentário (RP: 1,88; IC95%: 1,19-2,98). Conclusões: Identificou-se elevada prevalência de baixa FPM na população idosa de Aiquara, Bahia, Brasil. Adicionalmente, os fatores associados ao desfecho foram: idade avançada, nível de atividade física insuficiente, elevada exposição ao comportamento sedentário e baixo peso.
BAIXO PESO E COMPROMETIMENTO COGNITIVO EM PESSOAS IDOSAS DA COMUNIDADE
Pôster
Castro, J. S.1, Almeida, L. F. F2, Ribeiro, A. Q.1, Guimarães, M. S. A.3
1 Universidade Federal de Viçosa (UFV)
2 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
3 Universidade Federal do Tocantins (UFT)
Objetivo: investigar a associação entre diferentes classificações para baixo peso e o comprometimento cognitivo em pessoas idosas da comunidade. Métodos: Foi avaliada amostra representativa de 449 idosos (≥ 60 anos) cadastrados na Estratégia de Saúde da Família em Palmas, Tocantins, em 2018. Baixo peso foi classificado segundo pontos de corte da Organização Mundial da Saúde (OMS), Lipschitz e Organização Panamericana da Saúde (OPAS). Desempenho cognitivo foi avaliado pelo Mini-Exame do Estado de Saúde Mental, considerando comprometimento cognitivo com pontuação ≥ 20 (sem escolaridade) e ≥ 24 (escolarizados). A associação do baixo peso com o comprometimento cognitivo foi estimada por meio de regressão logística binária com ajuste por sexo, idade, escolaridade, prática de atividade física, tabagismo, consumo de álcool, autorrelato de diabetes e de hipertensão. Resultados: Após ajuste por todas as covariáveis, pessoas idosas com baixo peso segundo classificação de Lipschitz tiveram chance de comprometimento cognitivo 2,79 vezes maior quando comparados àqueles sem baixo peso (OR=3,79;IC95%:1,50–9,58). Da mesma forma, pessoas idosas com baixo peso pela OPAS tiveram 1,82 vezes mais chance de comprometimento cognitivo (OR=2,82;IC95%:1,51–5,29). Pessoas idosas com baixo peso pela OMS tiveram 9,9 vezes mais chance de comprometimento cognitivo (OR=10,9; IC95%:1,07–111,86). Conclusões: o baixo peso está associado ao comprometimento cognitivo em pessoas idosas, independentemente de fatores sociodemográficos, hábitos de vida e condições de saúde. Sugere-se que pontos de corte propostos por Lipschitz tenham melhor desempenho preditivo para comprometimento cognitivo. A possibilidade de causalidade reversa, em que o comprometimento cognitivo influencia o estado nutricional, não pode ser descartada.
CAPITAL SOCIAL EM ADULTOS MAIS VELHOS BRASILEIROS: ACHADOS DO ELSI-BRASIL
Pôster
Corrêa, V. P.1, Rocha, B. V.1, Oliveira, C.2, Gabriel, I. R1, Sanchez, M. G.3, Vieira, D. S. R.1, Schneider, I. J. C.1
1 UFSC
2 UCL
3 UMA
Objetivo: Investigar a prevalência dos domínios de capital social em adultos mais velhos brasileiros.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal com dados do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), de 2015-2016. A prevalência de capital social foi avaliada através da prevalência dos seus domínios: laços sociais, suporte social, confiança e engajamento cívico. Os resultados são expressos, de acordo com o tipo de variável, em frequências relativas, médias e respectivos intervalos de confiança.
Resultados: Foram incluídos 9412 participantes com 50 anos de idade ou mais. A maioria era do sexo feminino (53,9%; IC95%: 51,0-56,9) e a média de idade foi 62, 9 (IC95%: 62.1-63.8). Em relação aos domínios do capital social, a maioria declara ter amigos (89,3; IC95%: 87,8-90,4), declaram ter apoio social (81,5%; IC95%:77,7-84,7) e tem confiança na vizinhança (54,1; IC95%: 51,1-57,0). Entretanto, em relação ao engajamento cívico, a maioria declara não participar de nenhum tipo de atividade social organizada (51,2%; IC95%: 48,1-54,4).
Conclusões: Os domínios cognitivos – relações sociais, apoio social e confiança – do capital social estão mais presentes que os domínios estruturais – engajamento cívico – do capital social entre os adultos mais velhos brasileiros. Entretanto, trata-se de resultados preliminares que apresentam limitações para a validação externa.
COBERTURA DO SISVAN E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS
Pôster
Piulats, B.1, Berti, T.1, Oliveira, N.1
1 UNIFASE
Objetivo: Descrever a cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e o estado nutricional antropométrico entre idosos avaliados na atenção básica do município de Petrópolis em 2023. Métodos: Estudo transversal com dados secundários provenientes do SISVAN-web e da plataforma e-SUS Gestor. A unidade de análise foi o município de Petrópolis e suas sete regiões de saúde. A população do estudo foram idosos usuários da atenção básica. A cobertura do SISVAN foi obtida pela razão entre o total de idosos com diagnóstico nutricional sobre os cadastrados nas unidades básicas de saúde. A partir do diagnóstico do estado nutricional dos dados consolidados do SISVAN, foi calculada a frequência de idosos em baixo peso, eutrofia e sobrepeso na população avaliada. Resultados: Dos 26.990 idosos cadastrados nas unidades de saúde, 6.815 tinham dados antropométricos, representando uma cobertura do SISVAN de 25,3%. Observou-se diferença significativa da cobertura entre as regiões de saúde, sendo menor na região VII (15,3%) e maior na região IV (37,2%). Em relação ao estado nutricional, 11% dos idosos se encontravam em baixo peso e 55,3% com sobrepeso. Conclusões: Destaca-se baixa cobertura do SISVAN, alta frequência de idosos com sobrepeso e relevante baixo peso, com disparidades entre as regiões de saúde do município, com piores resultados na região mais distante do centro. O monitoramento contínuo e a capacitação de profissionais é essencial para melhorar a cobertura do SISVAN, além de ações para a prevenção e tratamento do sobrepeso e baixo peso entre os idosos.
COMPORTAMENTOS DO ESTILO DE VIDA ASSOCIADOS AO CONSUMO ABUSIVO DE ÁLCOOL EM IDOSOS
Pôster
Fonseca, L. B.1, Pereira, L. P.2, Souza, A. P. A.1, Ferreira, M. G.1
1 UFMT
2 UNIC
Objetivos: avaliar a associação dos comportamentos do estilo de vida com o consumo abusivo de álcool entre idosos da comunidade. Métodos: estudo transversal com 485 idosos de 60 a 89 anos frequentadores de centros de convivência de município do Centro-Oeste brasileiro. Os dados foram coletados por entrevistadores treinados. O consumo abusivo de álcool foi considerado quando este foi igual ou superior a cinco doses (para homens) ou quatro doses (para mulheres) em uma mesma ocasião de consumo. Os comportamentos de estilo de vida investigados foram tabagismo, comportamento sedentário, atividade física e a duração do sono. Utilizou-se a regressão logística múltipla com entrada simultânea para estimar a razão de chances da associação entre as variáveis, ajustada pela idade, sexo, classe econômica e condição de peso. Considerou-se o nível de significância de 5% (p<0,05). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso (parecer nº 3.598.400). Resultados: O consumo abusivo de álcool foi observado em 8,4% dos idosos, sendo maior entre os homens (15,8% vs 7,1%; p=0,012). Entre as variáveis do estilo de vida, apenas o tabagismo foi associado ao consumo abusivo de bebidas alcóolicas, sendo que os idosos fumantes apresentaram 3,5 vezes mais chance de apresentar consumo abusivo de álcool do que os não fumantes (ORaj=4,52; IC95%:1,22-16,79). Conclusões: o tabagismo aumentou as chances do consumo episódico excessivo de álcool em idosos da comunidade, independente dos demais comportamentos do estilo de vida, idade, sexo, classe econômica e da condição de peso.
COMPORTAMENTOS SEDENTÁRIOS EM IDOSOS BRASILEIROS ANTES E APÓS A PANDEMIA DE COVID-19
Pôster
Dourado, T. E. P. S.1, Andrade, A. C. S.1, Muraro, A, P1, Rodrigues, P. R. M1
1 UFMT
Objetivo: Comparar mudanças em indicadores de comportamento sedentário antes e ao final da terceira onda da pandemia de COVID-19 em idosos brasileiros.
Métodos: Análise de painel do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) entre 2019 e 2021, avaliando idosos ≥ 60 anos de idade (N= 36.507). Os indicadores de comportamento sedentário foram: hábito de ver ou utilizar televisão, uso de telas como computador, tablet ou celular (excluindo TV) e tempo de tela total por ≥ três horas/dia. Foram estimadas as prevalências dos indicadores e as mudanças foram avaliadas com modelos de regressão de Poisson, obtendo-se a razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança de 95% (IC95%).
Resultados: O tempo de TV aumentou de 32,0% para 35,3% (RP: 1,10, IC95%: 1,03;1,18) na população total e de 26,6% para 34,5% (RP: 1,29, IC95%: 1,14;1,46) nos homens. O uso de telas aumentou de 4,5% para 7,4% (RP: 1,65, IC95%: 1,37;1,99) na população total e de 4,4% para 8,2% (RP: 1,88, IC95%: 1,38;2,58) nos homens. E o tempo total de tela aumentou de 47,6% para 53,2% (RP: 1,12, IC95%: 1,07;1,17) na população total e de 43,1% para 53,9% (RP: 1,25, IC95%: 1,15;1,36) nos homens. Para mulheres, apenas o uso de telas apresentou aumento significativo de 4,5% para 6,8% (RP: 1,49, IC95%: 1,19;1,88).
Conclusão: Após a pandemia de COVID-19 houve aumento significativo nos indicadores de comportamento sedentário em idosos brasileiros, especialmente entre os homens.
CORRELAÇÃO ENTRE PRESSÃO PALMAR E MASSA CORPORAL EM MULHERES IDOSAS
Pôster
ATAIDES, V. M.1, SANTOS, L. O.1, MARTINS, G. M. T.1, BEZERRA, A. R.1, OLIVEIRA, D. V. R.1, JALES, A. G. S.1, FONTANA, I. A.1, ANDRADE, K. C.1
1 UNITINS
Objetivos: Investigar a relação entre a força muscular periférica, coletada a partir do nível de pressão palmar, e a massa corporal em mulheres idosas. Métodos: Estudo transversal com 53 idosas residentes em Augustinópolis, Tocantins. A pressão palmar foi medida utilizando um dinamômetro manual, enquanto a massa corporal foi registrada em quilogramas. As correlações entre a pressão palmar e a massa corporal foram analisadas pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), utilizando testes de correlação de Pearson para determinar a força e a direção das associações. Resultados: Os resultados mostraram que não há uma correlação direta significativa entre a massa corporal e a pressão palmar nas idosas estudadas. A análise estatística indicou que as variações na massa corporal não influenciam diretamente os níveis de pressão palmar medidos. A média da pressão palmar e a distribuição das massas corporais foram analisadas, mas nenhuma tendência clara foi observada. Os achados sugerem que a pressão palmar, como medida de força muscular periférica, não depende unicamente da massa corporal em idosas. Fatores como a composição corporal (percentual de gordura e massa magra), índice de massa corporal (IMC), estado de saúde geral, e níveis de atividade física podem desempenhar papéis mais críticos na determinação da força muscular. Conclusões: Com o estudo, foi constatado a necessidade de considerar múltiplos fatores ao avaliar a força muscular em idosas, e não apenas a massa corporal, visto que não existe uma correlação direta e isolada entre massa corporal e pressão palmar em mulheres idosas de Augustinópolis, Tocantins.
DECLÍNIO COGNITIVO: EFEITO DE IDADE, COORTE, PERÍODO E SOBREVIDA EM PESSOAS IDOSAS
Pôster
Figueiró, T. H.1, Hillesheim, D.1, Zorzi, V. N. de1, Quialheiro, A.2, Rech, C. R.1, d´Orsi. E.1
1 UFSC
2 CESPU, Portugal
Objetivo: descrever o efeito de idade, coorte, período e sobrevida de pessoas idosas de acordo com o declínio cognitivo.
Métodos: dados das entrevistas domiciliares de 2009/10 (onda 1, n=1.702), 2013/14 (onda 2, n=1.197) e 2017/19 (onda 3, n=1.335) do Estudo de Coorte EpiFloripa Idoso em Florianópolis, SC. O desfecho foi tempo até o óbito, em meses, entre a data da primeira entrevista e a data do óbito ou último contato com o participante. A exposição foi o declínio cognitivo, investigado pelo Mini Exame do Estado Mental, definido por pontuação ≤19 (sem escolaridade) e ≤23 (com escolaridade). Foi estimado o hazard ratios (HR) bruto e ajustado para fatores sociodemográficos e de saúde.
Resultados: na faixa etária de 60-69 anos, a prevalência de declínio cognitivo diminuiu de 16,4% (onda 1) para 14,2% (onda 2) e 8,7% (onda 3). Nas outras faixas etárias a prevalência da condição foi semelhante: 70-79 anos: 28,5%, 23,9% e 17,9%; 80 anos ou mais: 42,3%, 42,1% e 38,7%. A probabilidade de passar a ter declínio cognitivo foi 12,4% e de deixar de ter foi 31,3%. A taxa de mortalidade, por 1.000 pessoas/mês, foi 3,0 para ausência de declínio cognitivo na linha de base e de 6,1 para aqueles com declínio cognitivo. O declínio cognitivo aumentou em 60% o risco de morrer (HR ajustada:1,60; IC95%:1,40-1,84).
Conclusões: a prevalência de declínio cognitivo diminuiu ao longo das gerações e aumenta o risco de óbito entre pessoas idosas, independentemente de fatores sociodemográficos e de saúde.
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 EM IDOSOS ASSISTIDOS EM UM PSF EM PETRÓPOLIS/RJ
Pôster
Alcântara-Sá, M. R. C. G.1, Silva, J. P.1, Wilbert, L.1, Borsato, M. L.1, Normando, P.1, Berti, T. L1, Oliveira, N.1
1 UNIFASE
Objetivos: Descrever a frequência da deficiência da vitamina B12 em idosos assistidos em um Posto de Saúde da Família (PSF) em Petrópolis/RJ e os fatores socioeconômicos associados. Métodos: Estudo transversal retrospectivo, quantitativo, com dados de prontuários. As informações foram coletadas através de formulário padronizado que incluíram dados socioeconômicos (sexo, idade, renda familiar per capita e escolaridade) e a concentração sérica de B12. A deficiência foi classificada pelo critério da Organização Mundial da Saúde (OMS) (<203pg/mL), e adicionalmente <298pg/mL, ponto de corte específico para idosos (Wolters et al, 2004). Foram descritas as frequências relativas e Intervalos de Confiança de 95% (IC95%), sendo a ausência de sobreposição dos IC95% considerada como diferença significativa. Resultados: Dos 107 prontuários analisados, 39,3% (30,4-48,8) dos idosos tinham deficiência de vitamina B12 usando o critério da OMS e 74,8% (65,6-82,1) usando o ponto de corte <298pg/mL. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas segundo os fatores socioeconômicos avaliados, usando os diferentes pontos de corte. Porém, ressalta-se frequência maior da deficiência em idosos entre 60–74 anos de idade [42,1% (31,4-53,6)], comparados com ≥75 anos [32,2%(17,8-51,1)] e entre aqueles com <1 salário mínimo per capita [50,0%(33,7-66,3)], comparados com idosos com renda maior ou igual a 1 salário mínimo per capita [32,0%(20,3-46,4) e 38,0%(19,4-61,1), respectivamente]. Conclusão: A frequência da deficiência da vitamina B12 foi elevada entre idosos considerando ambos pontos de corte e sem diferenças segundos os fatores socioeconômicos. No entanto, idosos de menor renda e até 74 anos podem estar mais suscetíveis à deficiência.
DESIGUALDADE SOCIAL E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DA PESSOA IDOSA: EVIDÊNCIAS DO ELSI-BRASIL
Pôster
Carvalho, H. M. R.1, Carvalho, P. F.2, Mambrini, J.V. M.2
1 UFMG
2 Instituto René Rachou
Objetivos: Avaliar a desigualdade social no envelhecimento saudável dos idosos brasileiros. Métodos: Estudo transversal, baseado em dados da segunda onda do ELSI-Brasil. O construto envelhecimento saudável foi avaliado com base em cinco indicadores, conforme orientação da OMS: memória tardia (tercis), força de preensão palmar (FPM) (adequada/não adequada) e dificuldade para vestir-se, administrar os próprios medicamentos e o próprio dinheiro (sim/não), e seu escore mensurado por modelo da Teoria de Resposta do Item. Cor autorreferida (branca/preta/parda), escolaridade (<4 /4-7/8+ anos) e renda domiciliar per capita (tercis) foram os marcadores socioeconômicos avaliados. Como ajuste, foram incluídos sexo (feminino/masculino), faixa etária (60-69/70-79/80+), arranjo domiciliar (mora só/não mora só) e número de doenças crônicas (0/1/2+). A caracterização da amostra foi baseada em distribuições de frequências. Associações brutas e ajustadas entre o escore de envelhecimento saudável (dicotomizado) e as covariáveis foram estimadas por modelo logístico, considerando a complexidade da amostra e α=5%. A adequação do modelo foi avaliada pelo teste de Hosmer-Lemeshow. Resultados: Foram incluídos 6.929 participantes idosos. Com relação aos indicadores de envelhecimento saudável, 47,2% estavam no tercil inferior de memória, 82,5% possuíam FPM adequada e mais de 90% não apresentavam dificuldades nas atividades diárias. Envelhecimento saudável apresentou associação com renda (OR:1,5;IC95% 1,1-1,9) e escolaridade (OR:3,1;IC95% 2,4-4,1), com maior chance de melhores escores de envelhecimento saudável entre os de maior renda e escolaridade, mesmo após ajuste. Conclusões: Os resultados apontam para a existência de desigualdades no envelhecimento saudável e podem auxiliar na implementação de políticas e ações multisetoriais que atuem na redução das iniquidades.
DESIGUALDADE SOCIAL NA INCAPACIDADE FUNCIONAL NUMA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL: ELSI-BRASIL
Pôster
Carvalho, F.R.M.1, Carvalho, P.F.1, Mambrini, J.V.M.1
1 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, Fundação Oswaldo Cruz - Instituto René Rachou
Objetivos: Avaliar, numa abordagem interseccional, como sexo, raça/cor e escolaridade diferenciam os padrões de incapacidade funcional e de necessidade de ajuda não atendida entre idosos brasileiros. Métodos: Estudo transversal, baseado nos dados da segunda onda (2019-2021) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A incapacidade funcional e a necessidade de ajuda não atendida foram avaliadas no domínio das atividades básicas de vida diária (ABVD), com base no autorrelato de alguma dificuldade para atravessar um cômodo, vestir-se, tomar banho, comer, deitar-se/levantar-se da cama ou usar o banheiro. Sexo (feminino/masculino), raça/cor autorreferida (branca/parda/preta) e escolaridade (<4/4+ anos) foram os marcadores socioeconômicos considerados. Associações entre incapacidade funcional e necessidade de ajuda não atendida e os fatores socioeconômicos, independentes e em perspectiva interseccional foram avaliadas utilizando o teste Qui-Quadrado de Pearson com correção de Rao-Scott (α=5%), considerando a complexidade da amostra. Resultados: A amostra incluiu 6.673 participantes idosos, com idade média de 70,2 anos, 54,5% mulheres, 59,5% com 4 anos ou mais de estudo e 49,4% brancos. A prevalência de incapacidade funcional em ABVD foi estimada em 12,8%, e 1,8% dos participantes declararam não receber ajuda, apesar de necessitarem. Os desfechos foram significativamente associados aos marcadores socioeconômicos. Observou-se efeito significativo da interseccionalidade, com maior prevalência de incapacidade funcional (27,2%) e de necessidade de ajuda não atendida (4,6%) entre as mulheres pretas de baixa escolaridade. Conclusão: Sob a perspectiva da interseccionalidade, conclui-se que o acúmulo de vulnerabilidades sociais amplia as desigualdades na limitação funcional e no recebimento de ajuda entre idosos brasileiros.
DESVIOS NUTRICIONAIS EM IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA DE LONGA PERMANÊNCIA
Pôster
Silva, A.C. G.1, Luminato, V. A.1, Santos, A. C. F.1, Pereira, M. M.1, Silva, D. A. S.2, Ferreira, L. S.1
1 UNIRIO
2 UNISUAM
Objetivo: Avaliar a ocorrência de desvios nutricionais em idosos de uma instituição de longa permanência (ILPI) nos anos de 2021 a 2023. Métodos: Estudo de coorte descritiva, com amostra de idosos de ambos os sexos (n=15), residentes em ILPI filantrópica no Rio de Janeiro. Desvios no estado nutricional foram identificados pelo índice de massa corporal (peso/altura2 aferidos), sendo baixo peso < 22 Kg/m2 e excesso de peso > 27 Kg/m2, e perímetro de panturrilha (PP), indicando reduzida massa muscular quando < 31 cm; 33 e 34 cm para sexo feminino e masculino, respectivamente. Resultados: De 2021 a 2023, a idade mediana dos idosos foi de 81 a 82 anos. Observou-se desvios nutricionais importantes no início do acompanhamento, tanto para o baixo, quanto para o excesso de peso, condições com a mesma prevalência em 2021 (35%). Ao longo do estudo, as taxas de baixo peso reduziram a 12% e atingiram um quarto dos idosos em 2023. Em contraposição, o excesso de peso foi crescente ao longo do período, ultrapassando metade dos idosos em 2023 (53%). O declínio da massa muscular foi detectado em cerca de 39% dos mesmos no começo do acompanhamento, mantendo-se em um terço ao final do período. Com ponto de corte mais sensível para baixo PP, a taxa alcançou 60% dos idosos em 2023. Conclusão: verificou-se a coexistência de desvios nutricionais em um grupo de idosos residentes em ILPI filantrópica, com ênfase no excesso de peso. Indica-se estudos que possam avaliar a existência de
obesidade sarcopênica nessa população.
DISFUNÇÃO ERÉTIL EM HOMENS IDOSOS DA COMUNIDADE: CENSO POPULACIONAL
Pôster
Winckler, D. C.1, Alves, A. L. S.1, Marcarelo, A.1, Portella, M. R.1, Pimentel, M.1
1 UPF
OBJETIVO: Identificar a prevalência de disfunção erétil e fatores relacionados em homens idosos através de um censo populacional em um município do interior do sul do Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de estudo transversal censitário com homens idosos residentes no município de Coxilha (RS) nos meios urbano e rural. O desfecho, disfunção erétil, foi avaliado através do questionário International Index of Erectile Function. As variáveis independentes foram: idade, estado marital, meio de moradia, escolaridade, tabagismo, presença autorreferida de diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica, Índice de Massa Corporal, circunferência da cintura, força de preensão palmar, risco nutricional e presença de sintomas urinários. Foi realizada análise bivariada por meio do teste qui-quadrado. Para a regressão de Poisson, foram incluídas no modelo todas as variáveis com p-valor ≤0,20 na análise bivariada, sendo calculada a razão de prevalência e respectivo intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: Foram avaliados 231 idosos, a prevalência de disfunção erétil foi de 61%, sendo associada a maior idade (RP=1,023; IC95% 1,008;1,038), menor entre os idosos sem diabetes (RP=0,0678; IC95% 0,558;0,824) e maior entre os idosos em risco nutricional ou desnutridos. Identificamos menor prevalência de disfunção erétil nos indivíduos STUI normal (RP=0,374; p<0,001) e leve (RP=0,523; p=0,015). CONCLUSÕES: Nosso estudo aponta uma importante prevalência de disfunção erétil em homens idosos da comunidade. A análise multivariada ajustada indica que a prevalência aumenta com a idade e associa-se a presença de diabetes melitus, desnutrição ou maior risco nutricional e a presença sintomas do trato urinário inferior moderados ou severos.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS IDOSAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM
Pôster
Barros, J.D.C.1, Alcântara, J.V.1, Conceição, I. A.1, Silva, M.G.1, Dias, L.R.1
1 UNISALES
Objetivo: Descrever ações de educação em saúde desenvolvidas por acadêmicas de enfermagem, voltadas para pessoas idosas residentes em quatro comunidades de Vitória-ES. Metodologia: estudo descritivo, tipo relato de experiência, sobre projeto de extensão realizado, por meio de encontros quinzenais, em centro de convivência de idosos, Projeto Social, no Centro Universitário Salesiano e visitas acompanhadas em pontos turísticos de Vitória-ES. Os idosos foram convidados por líderes comunitários, mantendo uma parceria desde 2023. Resultados: as acadêmicas se reuniam semanalmente para planejamento e desenvolvimento das dinâmicas e dos materiais utilizados nas ações de educação em saúde. As atividades evidenciaram variações na adesão e frequência dos participantes, mas apesar de uma participação inicialmente limitada em alguns encontros, a consistência na oferta de espaço físico resultou em melhoria da frequência. As atividades abordaram diversos temas como, papel dos idosos na sociedade, também incluíram montagem de mosaicos, visitas educacionais, além de discussões sobre saúde e direitos dos idosos, com participação ativa deles. Também foram abordados temas relevantes como, cuidados domiciliares e saúde em relação às mudanças climáticas. Os encontros enfatizaram a importância do envelhecimento ativo e incentivaram a participação em atividades físicas e culturais para promover o bem-estar geral dos idosos, resultando em ambiente acolhedor e retorno positivo deles. Conclusão: Essa experiência surgiu na gerontologia, ressaltando desafios e recompensas da educação em saúde para as acadêmicas. Destacou-se a urgência de informações sobre autocuidado com participantes engajados e comprometidos. O papel crucial do enfermeiro foi evidenciado, ampliando a perspectiva da importância da profissão para a sociedade.
EFEITOS DO EXERCÍCIO DOMICILIAR NO MEDO DE CAIR, EQUILÍBRIO E MOBILIDADE DE IDOSOS
Pôster
Maas Gastaud, N.M.1, Steffens, T.1, Silva, M.P.1, Meucci, R.D.1
1 FURG
As quedas são um grande problema na população idosa, e a perda de mobilidade, as alterações de equilíbrio e o medo de cair estão diretamente ligados à ocorrência e às consequências de uma queda. O objetivo foi avaliar o efeito de um programa de exercícios domiciliares, baseado no protocolo de Otago, no medo de cair, equilíbrio e mobilidade em idosos no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS). Foi realizado um Ensaio Clínico Randomizado de dois braços, com intervenção de 12 semanas, em idosos com 70 anos ou mais, residentes em áreas cobertas por equipes de Estratégia Saúde da Família em um município de médio porte. Os participantes eram capazes de ler e entender instruções, e caminhar independentes. Foram randomizados aleatoriamente para o Grupo Controle (GC) e Programa de Exercícios de Otago (PEO). Os do grupo PEO receberam visitas mensais de um fisioterapeuta, que forneceu orientações sobre os exercícios, além de ligações telefônicas. Ao final os parâmetros de medo de cair, equilíbrio e mobilidade foram avaliados nos dois grupos. De acordo com uma análise por equações de estimativas generalizadas não houve efeito da intervenção sobre o medo de cair, equilíbrio e mobilidade nos idosos avaliados. O programa de exercícios domiciliares baseado no protocolo de Otago, apesar de ser de baixo custo não se mostrou factível para modificar parâmetros relacionados à quedas em idosos. Recomenda-se a realização de estudos adicionais com períodos de intervenção mais longos para avaliar os desfechos avaliados e a adesão dos idosos ao programa.
ENVELHECER NO INTERIOR DA BAHIA: DIREITO DO IDOSO A PARTIR DE UM ESTUDO DE FRAGILIDADE
Pôster
Melo, C.M.A1, Alves, J.J.S.2, Medeiros, D.S.1
1 UFBA
2 Centro Universitário de Guanambi
Objetivos: Estudo transversal que objetivou discutir aspectos do direito do idoso a partir de um estudo de prevalência e fatores associados num município do interior do Nordeste do Brasil. Métodos: Realizado entre março e abril/23, através de entrevista e coleta de medidas objetivas. A prevalência do fenótipo de fragilidade foi calculada e as associações com as variáveis explicativas foram avaliadas por meio de regressão logística multinomial (Razão de Prevalência - RP e Intervalo de Confiança 95%). Resultados: Dos 449 entrevistados, a fragilidade foi observada em 25,6%, 51,7% eram pré-frágeis e 22,7% eram idosos robustos. Estiveram positivamente associados à fragilidade: residir na zona urbana (RP=3,51); idade de 70 a 79 anos (RP=3,49) e 80 anos e mais (RP=24,60); nunca ter estudado (RP=3,14); autorrelato de saúde regular (RP=2,91) e ruim ou muito ruim (RP=21,69); saúde física ruim em pelo menos um dia nos últimos 30 dias (RP=2,61); e relato de diagnóstico duas e mais morbidades (RP=2,85). Conclusões: O reconhecimento dos fatores associados à fragilidade pode ajudar a direcionar as necessidades de cada idoso. Desse modo, seria possível garantir um envelhecimento saudável aos idosos que não apresentam o fenótipo, reverter o quadro de pré-fragilidade ou de fragilidade quando possível, e de garantir dignidade e autonomia àqueles que precisam de maior assistência.
ENVELHECIMENTO ATIVO NAS DISPARIDADES DE SAÚDE DA POPULAÇÃO IDOSA DO NORDESTE BRASILEIRO
Pôster
Daniele, T.M.C.D.1, Sousa, J.S.2, Nascimento, L.O.1, Caetano, F.A.O.3, Frota, M.A.1, Abdon, A.P.V.1, Silva, A.F.4
1 UNIFOR
2 UECE
3 ESTÁCIO
4 UFBA
Objetivo: Avaliar as disparidades na vulnerabilidade em saúde da população idosa no Nordeste do Brasil, focando na Política de Saúde do Envelhecimento Ativo nas áreas urbanas e rurais. Métodos: A pesquisa utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, aplicando análise fatorial para desenvolver o Índice de Vulnerabilidade da Saúde da População em Envelhecimento Ativo (IVSPEA). O IVSPEA, que considera indicadores socioeconômicos, acesso a saúde e condições de vida. As variáveis foram agrupadas em dimensões de exposição, sensibilidade e capacidade adaptativa. Resultados: A análise revelou que a população idosa rural apresenta maior vulnerabilidade, com desafios significativos no acesso a serviços de saúde e infraestrutura precária. Em contraste, as áreas urbanas mostraram melhores indicadores de saúde e maior suporte social. A análise fatorial permitiu uma compreensão mais aprofundada das diferentes dimensões que contribuem para essa vulnerabilidade, destacando áreas específicas que requerem intervenção. Conclusões: A implementação de políticas de saúde que atendam às necessidades específicas das áreas rurais é crucial para reduzir as desigualdades e promover um envelhecimento ativo e saudável em toda a região.
ENVELHECIMENTO E AUDIÇÃO: FATORES ASSOCIADOS À DESVANTAGEM AUDITIVA EM IDOSOS NA APS
Pôster
Martins, FG1, Rocha, IA2, Jacintho, PS2, Santiago, LM2
1 SMSRJ; ENSP-Fiocruz
2 UFRJ
Objetivo: Estimar a prevalência de problema auditivo autorreferido com impacto na realização de atividades cotidianas e identificar fatores associados em usuários idosos de uma unidade de atenção primária à saúde. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo transversal, com amostra composta por 120 indivíduos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, cadastrados em uma equipe de Estratégia de Saúde da Família do município do Rio de Janeiro. Para o presente estudo foi considerada como variável dependente a autoavaliação de problema auditivo com impacto na realização de atividades cotidianas. Resultados: Participaram do estudo indivíduos com idades entre 60 e 94 anos, com média de idade de 72,9 anos (mediana 70,0 e DP ± 8,2). A maior parte era formada por mulheres n= 92 (76,7%), viúvos(as) n= 36 (30,0%) e com escolaridade superior ou ensino médio n= 51(42,9%). Do total de indivíduos da amostra, 15 (12.5%) responderam de forma afirmativa à questão relativa a “problema de audição capaz de impedir a realização de atividades cotidianas”. A variáveis faixa etária e “Algum familiar ou amigo falou que você está ficando esquecido?” apresentaram associações estatisticamente significativas com a autoavaliação do problema de audição. Conclusões: O avançar da idade cronológica, frequentemente, é acompanhado de diversas perdas funcionais com grande impacto para os indivíduos. Avaliar questões sensoriais que vão além de seus limiares, incluindo as relacionadas à qualidade da função, é primordial para a identificação de queixas e problemas que afetam o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos.
FAORES ASSOCIADOS À AUTOAVALIAÇÃO RUIM EM BRASILEIRAS CUIDANDO DE IDOSOS NA PANDEMIA
Pôster
Romero, D.1, Maia, L.1, Muzy, J.1, Andrade, N.1, Borges, P.1
1 FIOCRUZ
Durante a primeira onda da pandemia de COVID-19, mulheres que viviam com idosos dependentes enfrentaram desafios significativos em relação à sua saúde e qualidade de vida. Este estudo buscou analisar os fatores associados à piora da autoavaliação da saúde (AAS) nesse grupo, comparando-as com mulheres que moravam com idosos independentes.
Utilizando dados da Pesquisa de Comportamentos relacionados à COVID-19 (ConVid), foram examinados os impactos socioeconômicos e de saúde da pandemia. Os resultados indicaram que a piora da AAS foi mais comum entre as mulheres que residiam com idosos dependentes, especialmente entre aquelas em situação socioeconômica desfavorável.
Fatores como raça, renda per capita e os efeitos da pandemia na saúde mostraram associações significativas com a piora da AAS. Observou-se que mulheres negras e com renda per capita inferior a um salário-mínimo foram particularmente afetadas. Além disso, problemas de saúde, dificuldades na realização de atividades rotineiras e sentimentos de solidão foram associados à piora da AAS nesse grupo.
Esses resultados destacam a necessidade de políticas públicas específicas para apoiar mulheres que residem com idosos dependentes durante crises de saúde pública. Não apenas as cuidadoras principais, mas todas as mulheres que enfrentam essa situação, devem ser consideradas ao desenvolver estratégias de intervenção e suporte. As conclusões deste estudo ressaltam a importância de uma abordagem holística e inclusiva ao lidar com os impactos da pandemia na saúde das mulheres residentes com idosos dependentes.
FATORES ASSOCIADOS AO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS EM IDOSOS
Pôster
Souza, A.P. A1, Toledo, L.1, Fonseca, L. B1, Ferreira, M. G1
1 UFMT
Objetivo: Analisar os fatores sociodemográficos, do estilo de vida e condição de peso associados ao consumo de bebidas alcoólicas entre idosos. Métodos: Estudo transversal realizado com 485 idosos frequentadores de centros de convivência em Cuiabá-MT. Os dados foram coletados por entrevista com questionário estruturado. O consumo de bebidas alcóolicas foi avaliado a partir da frequência de consumo de pelo menos um copo ou uma dose de bebida alcoólica nos últimos 30 dias. As variáveis independentes foram: sexo, idade, com quem reside, tabagismo, comportamento sedentário, nível de atividade física, condição de peso e autopercepção da saúde. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso (parecer nº 3.598.400). O teste do qui-quadrado foi utilizado para estimar as associações. Resultados: A frequência do consumo de bebidas alcoólicas foi de 24,9% e maior entre os homens comparados às mulheres (35,5% vs 23,0; p-valor= 0,03), entre os idosos que apresentaram comportamento sedentário em comparação aos ativos (28,4% vs 20,0%; p-valor= 0,04), entre os idosos com sobrepeso comparado aos idosos com a condição de peso adequada (28,2% vs 19,2%; p-valor= 0,02), e entre os idosos que tiveram autopercepção da saúde positiva comparados aos idosos com autopercepção negativa da saúde (30,8% vs 20,1%; p-valor<0,01). Conclusões: A prevalência do consumo de bebidas alcoólicas foi maior entre os homens, entre os idosos sedentários, com excesso de peso e com autopercepção da saúde positiva.
FATORES ASSOCIADOS À INCIDÊNCIA DE COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE: COORTE EPIFLORIPA IDOSO
Pôster
Siqueira Junior, J.A.1, Paiva Neto, F.T.1, Santos, C.E.S1, Alves, L.G.1, Quialheiro, A.1, d‘Orsi, E.1, Rech, C.R.1
1 UFSC
Objetivo: verificar a associação dos fatores sociodemográficos e comportamentais com a incidência de comprometimento cognitivo leve (CCL) em idosos de uma cidade do sul do Brasil. Métodos: Estudo longitudinal com dados do Estudo de Coorte EpiFloripa Idoso 2009/2010 e seguimentos realizados em 2013/2014 e 2017/2019. A amostra incluiu idosos de ambos os sexos, com 60 anos ou mais de idade, residentes em Florianópolis. O CCL foi verificado pelo Mini-Mental State Examination (<19 pontos: idosos sem escolaridade; <24 pontos: idosos com escolaridade) e a incidência como novos casos após a linha de base. Foi utilizada Razão de Taxas de Incidência (IRR) e seus intervalos de confiança (IC95%) para verificar as associações. Resultados: A amostra incluiu 731 idosos (66,6% mulheres), com média de idade de 76,5 anos e tempo médio de acompanhamento de 8,1 anos. A incidência de CCL foi de 104 novos casos (18,5%; IC95%: 14,8-20,9) e a incidência cumulativa em 21,0 por 1000 pessoas-ano. Maior incidência de CCL foi identificada em idosos com 80 anos ou mais (IRR: 4,04; IC95%: 2,17–7,55) e cor de pele preta, parda, amarela e indígena (IRR:1,98; IC95%: 1,24–3,19). Idosos com nove anos ou mais de escolaridade (IRR: 0,19; IC95%: 0,09-0,42), tiveram menor risco de desenvolver CCL. Conclusão: Idosos mais velhos e de cor de pele preta, parda, amarela e indígena tem maior risco de desenvolver CCL, enquanto maior escolaridade reduz esse risco. Isso destaca a necessidade de políticas de saúde e educação para diminuir disparidades e melhorar a saúde cognitiva dos idosos.
FOME NA INFÂNCIA OU ADOLESCÊNCIA E DESFECHOS ADVERSOS À SAÚDE ENTRE IDOSOS: ELSI-BRASIL
Pôster
Ygnatios, N. T. M.1, Torres, J. L.2, Avelar, N. C. P.3, Braga, L. S.2, Rodrigues, T. M.4, Lima-Costa, M. F.5, Moreira, B. S.6
1 Centro Universitário Santa Rita (UNIFASAR). Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
2 Departamento de Medicina Preventiva e Social, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
3 Departamento de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
4 Centro Universitário Santa Rita (UNIFASAR).
5 Instituto René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Departamento de Medicina Preventiva e Social, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universi
6 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Objetivo: Avaliar se a fome na infância ou adolescência está associada a desfechos adversos à saúde na velhice. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com dados nacionalmente representativos de 6.822 idosos (≥60 anos) brasileiros participantes da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2019-2021). Os desfechos adversos à saúde na velhice incluíram: obesidade (índice de massa corporal ≥30kg/m²); multimorbidade (≥2 diagnósticos médicos de doenças); limitação nas atividades básicas de vida diária (ABVD) (avaliada pelo índice de Katz modificado); fragilidade (≥3 critérios positivos do fenótipo de Fried e colaboradores); comprometimento cognitivo (z-escore ≤1 desvio-padrão considerando testes de orientação temporal, recordação imediata/tardia e fluência verbal semântica); sintomas depressivos (≥4 pontos na CES-D8). Na análise dos dados foi utilizada regressão logística ajustada por características sociodemográficas e de saúde. Resultados: Após ajustes, a fome na infância e adolescência foi significativamente associada a maiores chances de multimorbidade (odds ratio [OR] 1,17; intervalo de confiança de 95% [IC95%] 1,01-1,35), limitação nas ABVD (OR 1,38; IC95% 1,03-1,87), fragilidade (OR 1,35; IC95% 1,03-1,77) e sintomas depressivos (OR 1,42; 95% 1,15-1,76). Não foram observadas associações significativas entre fome na infância ou adolescência e obesidade (OR 1,01; IC95% 0,86-1,18) e comprometimento cognitivo (OR 1,07; IC95% 0,82-1,39). Conclusões: Este estudo demonstrou associação independente e positiva entre fome vivenciada durante a infância ou adolescência e vários desfechos adversos à saúde na velhice. Os resultados enfatizam a necessidade de políticas públicas que garantam uma nutrição adequada na infância e adolescência para promover o envelhecimento saudável nas próximas gerações.
FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM MULHERES MAIS VELHAS
Pôster
Dalberto, A.P.1, SCHNEIDER, I.J.1, SILVA, N. C.1
1 UFSC
Objetivo
Investigar a relação entre redução da força de preensão manual (FPM) e o relato de incontinência urinária (IU) em mulheres mais velhas.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal, com 3660 mulheres com 50 anos ou mais, participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos no Brasil (ELSI-Brasil) 2015-2016. A IU foi autorrelatada e a FPM foi mensurada com um dinamômetro SAEHAN-SH5002. A FPM foi categorizada em quintis, ajustada para índice de massa corporal (IMC). A regressão logística ajustada por faixa etária, cor ou raça, situação conjugal, gestação, escolaridade, atividade física, tabagismo, IMC e multimorbidade, foi utilizada para analisar a associação da IU com os quintis de FPM.
Resultados
A prevalência de IU foi de 6,7%. A população foi composta predominantemente por mulheres de 50 à 69 anos (76,5%), cor ou raça branca (44,2%) e parda (43,2%), com companheiro (55,5%), que relataram alguma gestação (86,6%), com baixa escolaridade, principalmente séries iniciais (38,4%), com baixa atividade física (52,3%), que nunca fumaram (55,6%), com excesso de peso (71,9%) e sem multimorbidade (80,9%). A regressão logística ajustada, mostrou que o quintil mais alto de força reduziu a chance de ocorrência IU em 49% (IC95%:0,27-0,96), comparado ao quintil mais baixo.
Conclusões
A FPM está associada com a IU, uma vez que, o nível mais alto apresentou diminuição de sua prevalência. Esse achado ressalta a importância de testar a FPM como uma medida preventiva para IU, visto que é uma condição desagradável e afeta o indivíduo em esferas físicas, psíquicas e sociais.
FRAGILIDADE E HOSPITALIZAÇÃO EM ADULTOS MAIS VELHOS: RESULTADOS DO ELSI-BRASIL
Pôster
Fontanela, L. C.1, Vieira, D. S. R.1, Corrêa, V. P.1, de Oliveira, C. M.2, Schneider, I. J. C.1
1 UFSC
2 UCL
Objetivo: Analisar a associação entre a fragilidade física e a hospitalização em adultos mais velhos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado entre 2015 e 2016, que incluiu 7.104 adultos de 50 anos ou mais, participantes do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A fragilidade foi investigada pelo Fenótipo de Fried, considerando cinco componentes: perda de peso não intencional, fraqueza muscular, exaustão, redução da velocidade de marcha e baixa atividade física. A presença de três ou mais desses componentes foi considerada indicativa de fragilidade, enquanto um ou dois, pré-fragilidade. A hospitalização foi determinada por meio da pergunta: "Nos últimos 12 meses, o(a) Sr(a) foi internado em um hospital por 24 horas ou mais?". Foi realizada análise de regressão logística bruta e ajustada para fatores sociodemográficos e de saúde através do software Stata 16.0. Resultados: A maioria era do sexo feminino (52,4%), com idade de 50-59 anos (50,2%). A hospitalização foi reportada por 6,9% (IC95%:6,2-7,7) e, 50% (IC95%:48,3-51,7) foram classificados como pré-frágeis e 7% (IC95%:6,1-8,0) como frágeis. Indivíduos pré-frágeis (OR:1,65; IC95%:1,12-2,25) e frágeis (OR: 2,45; IC95:1,65-3,63) apresentaram maior chance de internação comparados aos não frágeis, ajustado por condições sociodemográficas e de saúde. Conclusão: A fragilidade associou-se significativamente com a hospitalização em adultos mais velhos. Compreender essa associação pode orientar estratégias de gestão em saúde, visando prevenir a fragilidade e a hospitalização nesta população.
FRAQUEZA MUSCULAR DOS MEMBROS INFERIORES EM PESSOAS IDOSAS RESIDENTES EM COMUNIDADE
Pôster
Andrade, J. P.1, De Oliveira, M. C. A.1, Porto, A. C. S.1, Martins, G. M. T.1, Campos, N. M.1, Neto, P. F. V.2, De Almeida, C. B.3, Mera, S. S.1, Da Silva, D. J.4, Casotti, C. A.4, Do Santos, L.1
1 UNITINS
2 Ministério da Saúde (MS)
3 UNEB
4 UESB
Objetivo: Investigar a prevalência e os fatores associados à fraqueza muscular dos membros inferiores (MMII) em pessoas idosas residentes em comunidade. Métodos: Este é um estudo epidemiológico de base populacional, com delineamento transversal, realizado com 194 pessoas idosas (58,20% mulheres) residentes na comunidade urbana de Aiquara, Bahia, Brasil. As variáveis preditoras foram: socioeconômicas, comportamentais e relacionadas às condições de saúde; enquanto o desfecho foi determinado pelo baixo desempenho no teste de levantar e sentar da cadeira em trinta segundos (mulheres: ≤ 8 repetições; homens: ≤ 10 repetições). Nas análises inferenciais, foram construídos modelos brutos e, posteriormente, um modelo explicativo hierárquico múltiplo (Nível 1: variáveis socioeconômicas; Nível 2: aspectos comportamentais; Nível 3: condições de saúde). Isso utilizando a Regressão de Poisson, com estimador robusto, cálculos das Razões de Prevalência (RP) e de seus respectivos Intervalos de Confiança (IC) de 95%. Resultados: A prevalência da fraqueza muscular dos MMII foi de 30,40% (mulheres: 31,90%; homens: 28,40%). Além disso, observou-se maior probabilidade à fraqueza muscular dos MMII com o avançar da idade (RP: 1,05; IC95%: 1,02-1,07); nas pessoas idosas que tinham o hábito de fumar (RP: 2,31; IC95%: 1,23-4,42); em indivíduos insuficientemente ativos (RP: 1,98; IC95%: 1,13-3,46); e nos avaliados com elevado comportamento sedentário (RP: 1,72; IC95%: 1,08-2,72). Conclusões: Verificou-se alta prevalência de fraqueza muscular dos MMII na população idosa de Aiquara, Bahia, Brasil. Ademais, os fatores associados ao desfecho foram: idade avançada, tabagismo, nível de atividade física insuficiente e elevada exposição ao comportamento sedentário.
FUNCTIONAL LIMITATION OF OLDER ADULTS LIVING IN A RURAL AREA OF ECUADOR
Pôster
Marroig, A.1, Domingorena, S.1, Massa, F.1, Muniz-Terrera, G.2
1 Universidad de la República
2 Ohio University
Objectives. The objective was to analyze the association between functional capacity with sociodemographic characteristics and depressive symptoms of older adults living in a rural area of Ecuador.
Methods. Data from a prospective study of older adults living in rural communities in the Calvas and Gonzamá Counties of Province of Loja, Ecuador (N=254). Data collection was conducted in July 2023. To assess functional capacity, we considered the ability to perform 5 basic Activities of Daily Living (ADLs) included in the Katz index (Bathing/Showering, Dressing, Toilet use, Transfers, and Continence). We fitted generalized linear models with binomial distribution for the number of ADLs with functional limitations of the 5 considered. The models were adjusted by sociodemographic characteristics (age, sex, education) and depressive symptoms of the Geriatric Depression Scale (GDS-15).
Results. The results show that age and the presence of depressive symptoms have a significant effect on the number of basic ADLs with limitations. One more year of age increases ADLs with limitations by 3 percentage points (p=0.009). The presence of an additional depressive symptom on the GDS-15 scale increases ADLs with limitations by 14 percentage points (p=0.010). In contrast, the relationship between the number of ADLs with limitations with sex or education was not statistically significant (p=0.9748 for sex, p=0.2503 for years of education).
Conclusions. Health interventions for people living in rural areas of developing countries should consider the mental health conditions of older adults, such as depression, to better understand their functional limitations.
HIPERCOLESTEROLEMIA EM PESSOAS IDOSAS RESIDENTES EM COMUNIDADE
Pôster
De Oliveira, M.C.A.1, Andrade, J.A.1, Porto, A.C.S.1, Martins, G.M.T.1, Campos, N.M.1, Neto, P.F.V.2, Almeida, C.B.3, Mera, S. S.1, Silva, D.J.4, Casotti, C.A.4, Do Santos, L.1
1 UNITINS
2 Ministério da Saúde
3 UNEB
4 UESB
Objetivo: Averiguar a prevalência e os fatores associados à hipercolesterolemia em pessoas idosas. Métodos: Estudo epidemiológico de base populacional, com delineamento transversal, realizado com 232 pessoas idosas (58,60% mulheres) da comunidade urbana de Aiquara, Bahia, Brasil. As variáveis preditoras foram: aspectos socioeconômicos, comportamentais e relacionados às condições de saúde; o desfecho foi determinado pela seguinte pergunta: “Algum médico já lhe disse que o senhor (a) tem hipercolesterolemia, ou seja, que tem colesterol alto?” De acordo com a resposta, esta variável foi dicotomizada (hipercolesterolemia: sim ou não). Na análise inferencial, a Regressão de Poisson foi utilizada com um estimador robusto para calcular as Razões de Prevalência (RP) e seus respectivos Intervalos de Confiança (IC) de 95%. Para tanto, foram elaborados modelos brutos, seguidos de um modelo explicativo hierárquico múltiplo (Nível 1: variáveis socioeconômicas; Nível 2: aspectos comportamentais; Nível 3: condições de saúde). Resultados: A prevalência observada de hipercolesterolemia foi de 34,50% (homens: 21,90%; mulheres: 43,40%). Ademais, verificou-se maior probabilidade de hipercolesterolemia no sexo feminino (RP: 1,94; IC95%: 1,27-2,97); nos participantes com elevado comportamento sedentário (RP: 1,47; IC95%: 1,03-2,09); nos avaliados com obesidade abdominal (RP: 1,65; IC95%: 1,06-2,57); e naqueles que apresentavam diabetes mellitus (RP: 1,54; IC95%: 1,04-2,29). Conclusões: Observou-se elevada prevalência de hipercolesterolemia na população idosa de Aiquara, Bahia, Brasil. Além disso, os seguintes fatores estiveram associados ao desfecho: sexo feminino, alta exposição ao comportamento sedentário, diabetes mellitus e obesidade abdominal.
INCAPACIDADE FUNCIONAL NAS ABVD EM IDOSOS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR BAIANO
Pôster
Macedo, S. C. O.1, Alves, J. J. S.2, Carvalho, A. R.1, Almeida, B. E. M.1, Araujo, E. S.1, Melo, C. M. A.1, Medeiros, D. S.1
1 UFBA
2 UniFG
Objetivo: Estimar a prevalência da incapacidade funcional nas Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) em idosos de um município do interior baiano e fatores associados. Métodos: Estudo transversal de base populacional com abordagem domiciliar, realizado entre março e abril de 2023. A incapacidade funcional nas ABVD foi determinada a partir da escala de Katz. Foi estimada a prevalência e associações com variáveis explicativas, através de regressão de Poisson com variância robusta, com estimativas da razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança 95% (IC95%). Resultados: Do total de 449 idosos entrevistados, a prevalência de incapacidade funcional nas ABVD foi de 21,3%, ocorrendo em maior proporção para as atividades: atravessar um cômodo ou andar de um cômodo para outro (14,1%), e deitar-se e/ou levantar da cama (10,6%). Em análise multivariada encontrou-se associação da incapacidade com morar na zona urbana (RP=1,46; IC95%=1,21-1,76), idade de 80 anos ou mais (RP=1,97; IC95%=1,23-3,15), inatividade física (RP=1,98; IC95%=1,36-2,89), saúde física ruim nos últimos 30 dias (RP=1,57; IC95%=1,09-2,26), queda nos últimos 12 meses (RP=1,54; IC95%=1,11-2,14), exaustão física (RP=1,47; IC95%=1,07-2,04) e com a dinapenia manual (RP=1,92; IC95%=1,32-2,79). Conclusão: Os fatores associados à incapacidade funcional nas ABVD, especialmente os modificáveis, devem ser alvo de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dos idosos, garantindo um envelhecer ativo e saudável.
INIQUIDADES NA AUTOAVALIAÇÃO DE SAÚDE ENTRE BRASILEIROS MAIS VELHOS (50+): ELSI-URBE
Pôster
SILVA, A. L.1, COELHO, D. M.2, BRAGA, L. S.2, LIMA-COSTA, M. F.3, ANDRADE, A. C. S.4, CAIAFFA, W. T.2, VAZ, C. T.1
1 UFSJ
2 UFMG
3 FIOCRUZ-MG
4 UFMT
Objetivo: Avaliar a associação de fatores individuais e do contexto com autoavaliação de saúde (AAS) entre brasileiros mais velhos. Métodos: Estudo transversal, que analisou dados da linha de base (2015-2016) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), conduzido em amostra nacionalmente representativa, e incluiu 6.768 participantes residentes na área urbana. AAS foi medida pela pergunta “Em geral, como o Sr(a) avalia a sua saúde?” e uma medida dicotômica (boa vs ruim) foi utilizada. As variáveis explicativas incluíram: cor autorreferida, situação conjugal, escolaridade, comportamentos de saúde, multimorbidade e acesso aos serviços de saúde (nível individual); e o Índice Brasileiro de Privação (IBP), (nível contextual). Sexo e idade foram usados como variáveis de ajuste. Foram utilizados modelos de regressão logística multinível (indivíduos e setores censitários). Resultados: A prevalência de autoavaliação ruim foi de 53,74% (IC95%=51%-57%). No nível individual, AAS ruim foi positivamente associada à se autorreferir negro, pardo, asiático ou indígena, à comportamentos de saúde inadequados, à multimorbidade e realização de ≥1 consultas médicas no último ano e, negativamente associada à escolaridade. No nível contextual, AAS ruim foi positivamente associada ao IBP (OR=1,21; IC95%= 1,17-1,24). Conclusões: A AAS se caracteriza como indicador confiável do estado de saúde geral amplamente utilizado. Os resultados destacam a associação entre fatores individuais e do contexto na AAS de adultos brasileiros mais velhos, evidenciam disparidades entre grupos e destacam a importância da implementação de políticas públicas voltadas para a melhoria da infraestrutura urbana, acesso à educação, saúde e justiça social, reduzindo as iniquidades observadas.
INSUFICIÊNCIA DE VITAMINA D E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM UM PAÍS TROPICAL: ESTUDO ELSI-BRASIL
Pôster
Ygnatios NTM1, Moreira BS2, Avelar NCP3, Braga LS4, Pereira LF5, Machado EL6, Lima-Costa MF7, Torres JL4
1 Centro Universitário Santa Rita (UNIFASAR). Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
2 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
3 Departamento de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
4 Departamento de Medicina Preventiva e Social, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
5 Centro Universitário Santa Rita (UNIFASAR).
6 Departamento de Medicina Preventiva e Social, NESPE e Universidade Federal de Minas Gerais
7 Instituto René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Departamento de Medicina Preventiva e Social, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universi
Objetivo: Investigar a associação entre níveis de 25-hidroxivitamina D (25OHD) e sintomas depressivos em amostra nacionalmente representativa de adultos mais velhos (≥50 anos) brasileiros. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que utilizou dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2015-2016). A insuficiência da vitamina D (concentrações séricas de 25OHD <50 nmol/L) foi mensurada por meio de imunoensaio quimioluminescente. Os sintomas depressivos (≥4 pontos) foram avaliados pela escala de depressão CES-D8 (Center for Epidemiological Studies - Depression Scale). Os dados foram analisados usando regressão logística ajustada por características sociodemográficas (sexo, faixa etária, escolaridade e macrorregião geográfica) e de saúde (tabagismo, consumo excessivo de álcool e polifarmácia). Resultados: Uma subamostra probabilística de 2.361 participantes tiveram o sangue coletado e 1.983 possuíam dados válidos para a presente análise. A prevalência de insuficiência de vitamina D foi de 14,7% (Intervalo de Confiança de 95% [IC95%] 10,7-19,9) e de sintomas depressivos foi de 34,1% (IC95% 30,9-37,5). A insuficiência de vitamina D não foi associada a sintomas depressivos em adultos mais velhos brasileiros. Modelo bruto: Odds Ratio (OR) 0,90 (IC95% 0,60-1,34); Modelo 1 (ajustado por características sociodemográficas): OR 0,89 (IC95% 0,59-1,32); Modelo 2 (ajustado por características de saúde): OR 0,90 (IC95% 0,59-1,37); Modelo 3 (Modelo 1 + Modelo 2): OR 0,91 (IC95% 0,61-1,35). Conclusão: Os resultados demonstram que não há associação entre baixos níveis de vitamina D e sintomas depressivos em uma amostra nacionalmente representativa de adultos mais velhos vivendo em um país tropical.
INTERAÇÕES SOCIAIS E QUALIDADE DE VIDA REDUZEM O RISCO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM IDOSOS
Pôster
Elias, A. L.1, Silva, A. Q. A.2, Lindner, S. R.1, Figueiro, T.H.1, Hillesheim, D.1, Oliveira, C.3, Rech, C.R.1, d‘Orsi, E.1
1 UFSC
2 CESPU, Portugal
3 UCL, Londres
Objetivo: Testar a associação entre as interações sociais, a qualidade de vida e o risco de violência doméstica em idosos do estudo EpiFloripa. Métodos: Foram utilizados os dados das entrevistas realizadas em 2009/10 (onda 1, n=1.702), 2013/14 (onda 2, n=1.197) e 2017/19 (onda 3, n=1.335) da coorte que acompanha uma amostra de indivíduos com 60 +, residentes na área urbana de Florianópolis/SC, há mais de dez anos. O desfecho foi 3 ou mais pontos na escala H-S/EAST de risco de violência. As exposições foram: o uso de internet (sim/não), trabalho remunerado (sim/não), participação em grupos sociais (sim/não), apoio social (mediana da escala MOS-SSS), qualidade de vida - controle/autonomia e autorrealização/prazer (tercil superior do CASP-19), em cada onda. Utilizado o modelo de análise longitudinal (Equações de Estimativa Generalizadas), estimando as razões de chances (OR) com intervalos de confiança de 95%, brutas e ajustadas (sexo, faixa etária, escolaridade e renda). Resultados: O risco de violência doméstica nas Ondas 2 e 3 teve uma prevalência de 32,7% (IC 95% 30,0-35,5) e de 22,5% (IC 95%: 20,2-24,9), respectivamente. Houve redução significativa na chance de violência para aqueles no tercil superior do controle/autonomia (OR: 0,29, IC 95%: 0,22-0,58), autorrealização/prazer (OR: 0,43, IC 95%: 0,34-0,54) e apoio social (OR: 0,43, IC 95%: 0,33-0,58); bem como trabalho remunerado (OR: 0,67, IC 95%: 0,49-0,91), participação em grupos (OR: 0,76, IC95%: 0,63-0,92) e o uso de internet (OR: 0,78, IC95%: 0,64-0,95). Conclusões: As interações sociais e a qualidade de vida reduzem as chances de violência doméstica em idosos.
INTERNAÇÕES HOSPITALARES E ÓBITOS POR QUEDAS EM PESSOAS IDOSAS NO BRASIL ENTRE 2010 E 2022
Pôster
Alexandre, D. J. A.1, Maito, A. J.1, Pereira, B. B. C. M.1, Ferreira, C. A.1, Oliveira, F. F. L.1, Rosseto, G. V.1, Hadade, J. G.1, Almeida, M. F. S. O.1, Cisne, P. C.1, Xavier, R. O.1, Duchemin, S. A.1, Kubota, T. M.1, Boclin, K. L. S.1
1 IDOMED
Objetivos: Investigar fatores sociodemográficos e geográficos associados a internações hospitalares e mortalidade por quedas em pessoas idosas no Brasil entre 2010 e 2022. Métodos: Estudo de séries temporais usando dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM/SUS). Foram calculadas as frequências e taxas de internação e mortalidade por quedas considerando características sociodemográficas (idade, sexo, cor de pele/raça, escolaridade) e geográficas (regiões do Brasil). Resultados: No período estudado, houve um aumento nas taxas de internação, de 382,55 para 448,04 por 100.000 habitantes, e de mortalidade, de 32,60 para 43,80 por 100.000 habitantes. As internações foram mais frequentes em pessoas idosas de 60 a 69 anos de idade (37,69%), em homens (60,80%) e em indivíduos de cor de pele/raça branca (63,64%). A mortalidade foi maior entre pessoas idosas de 80 anos de idade ou mais (55,49%), em homens (50,88%), em indivíduos de cor de pele/raça branca (73,94%) e com um a três anos de estudo (39,11%). A região Sul mostrou as maiores taxas de internação (487,66) e a Centro-Oeste as maiores taxas de mortalidade (57,27). Conclusões: Houve um aumento substancial nas taxas de internação e mortalidade de pessoas idosas entre 2010 e 2022 no Brasil. As frequências de internação foram maiores em pessoas idosas de 60 a 69 anos de idade, em homens e em indivíduos de cor de pele/raça branca, enquanto as taxas de internação foram maiores na região Sul. Essas informações devem ser consideradas na formulação de políticas/práticas singulares de prevenção de quedas.
MEDICAMENTOS E SATISFAÇÃO COM TRATAMENTO NO PROGNÓSTICO DA DOR LOMBAR EM PESSOAS IDOSAS.
Pôster
Caldeira, E.A.C.1, Silva, S.L.A.1, Pereira, L.S.M.2, Gonçalves, L.1, Leite, I.C.G.1
1 Universidade Federal de Juiz de Fora
2 Universidade Federal de Minas Gerais
Objetivo: avaliar a influência do tratamento realizado e da satisfação com este tratamento para dor lombar aguda inespecífica (DL) no seu prognóstico em um ano em pessoas idosas.
Métodos: estudo longitudinal com dados do Estudo Back Complaint in the Elders (Bace Brasil). As variáveis independentes foram o uso de medicamentos para a dor e satisfação com o tratamento na linha de base. A variável dependente foi o prognóstico da dor em 01 ano, considerando 6 semanas, 3,6 e 12 meses após. O prognóstico foi avaliado pela intensidade da dor, segundo escore da Escala Visual Analógica (EVA). A análise da trajetória da intensidade da DL e a influência das variáveis independentes foi verificado pelo modelo Generalized Estimation Equation (GEE), considerando todas as avaliações.
Resultados: Foram avaliadas 602 pessoas idosas com DL no baseline e em todos as avaliações a maioria apresentou intensidade entre 4 -7 pontos na EVA, considerada dor intermediária. Ao longo das avaliações a intensidade da DL apresentou tendência de redução, não influenciada pelo uso de medicamentos para dor no baseline. A satisfação com algum tratamento recebido aumentou a chance de redução da intensidade da DL em 1 ano.
Conclusões: a DL em pessoas idosas tem tendência a melhora de sua intensidade sem influencia do uso de medicamentos, e este ponto deve ser considerado por profissionais para evitar a medicalização deste grupo nem necessidade, e estimular a busca por terapias alternativas.
MUDANÇA DO ESTÁGIO DE SARCOPENIA EM PESSOAS IDOSAS E FATORES DETERMINANTES
Pôster
Pedreira, R. B. S.1, Pinto Junior, E. P.2, Brito, T. A.1, Coqueiro, R. S.1, Fernandes, M. H.1, Carneiro, J. A. O.1
1 UESB
2 CIDACS/FIOCRUZ
Objetivo: Analisar a mudança do estágio de sarcopenia em pessoas idosas e identificar os fatores determinantes para a melhora, piora ou óbito em oito anos de acompanhamento. Métodos: Coorte prospectiva realizada com 240 pessoas idosas (≥60 anos) residentes em comunidade. A sarcopenia foi diagnosticada segundo os critérios atualizados do European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP2), considerando: ausência de sarcopenia, provável sarcopenia e sarcopenia. Para verificar a mudança do estágio de sarcopenia considerou-se a classificação na linha de base e no seguimento, ou ocorrência de óbito. Para identificar os fatores determinantes para mudança de estágio foram considerados fatores sociodemográficos, comportamentais e condições de saúde a partir de regressão logística multinomial, sendo obtidas as odds ratio (OR) ajustadas e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Das pessoas idosas sem sarcopenia, 53,8% mantiveram-se nesse estágio, 14,6% pioraram e 31,6% morreram. Entre os prováveis sarcopênicos 28,0% mantiveram a condição, 16,0% melhoraram, 6,0% pioraram e 50,0% morreram. Já entre os sarcopênicos 21,1% melhoraram, 5,3% mantiveram a condição e 73,6% foram a óbito. Ter ≥80 anos (OR=3,51; IC95%:1,56-7,90) e comportamento sedentário elevado (OR=2,40 IC95%:1,10-5,20) determinou a evolução para óbito, e maior consumo de bebida alcoólica (OR=8,59; IC95%:1,95-37,88) determinou a piora do estágio de sarcopenia. Conclusão: Houve mudança no estágio de sarcopenia em oito anos, e uma quantidade considerável dos prováveis sarcopênicos e sarcopênicos evoluiu para óbito. Ter 80 anos ou mais, comportamento sedentário elevado e consumo mais frequente de bebida alcoólica determinaram a mudança do estágio de sarcopenia e ocorrência de óbito.
MUDANÇA NO ESCORE DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DE IDOSOS NO PERÍODO PRÉ/PÓS PANDEMIA DA COVID19
Pôster
Belchor, A. L. L.1, Ceolin, G.2, Figueró, T. H.1, Barros, V. N.1, Vequi, M. A.1, Moreira, J. D.1, d’Orsi, E.1, Xavier, A. J.1
1 UFSC
2 UBC, Canadá
Objetivo
Avaliar a associação dos fatores sociodemográficos com a mudança no escore de alimentação saudável de idosos no período pré/pós pandemia da covid19.
Métodos
Dados do Estudo longitudinal EpiFloripa Idoso, coletados em 2017/19 (onda 3) e 2023/24 (onda 5), n= 593. O desfecho foi a mudança no escore de alimentação saudável (0-42 pontos) criado com a frequência semanal (0-7) de consumo de alimentos saudáveis (legumes, verduras, carne, frango, peixe, frutas, feijão, leite e integrais) e não saudáveis (frituras, bebidas açucaradas e doces). Quanto maior a pontuação melhor a qualidade da alimentação. Exposições: sexo, idade, escolaridade e renda. Análise de regressão logística multinomial estimou o risco relativo (RR) da mudança do escore.
Resultados
16% mantiveram escore ≥24 pontos, 56% mantiveram escore ≤21 pontos, 19% reduziram para ≤21 pontos e 9% aumentaram para ≥24 pontos. Comparado com quem manteve um escore ≥24 pontos (referência), mulheres tiveram menor RR de manter score ≤21 pontos (0.35, p<0.05); renda entre 1 a 5 salários mínimos (SM) apresentou menor RR de manter escore <22 pontos (0.40, p<0.05) e menor RR de aumentar para ≥24 pontos (0.32, p<0.01) quando comparado a renda <1SM. Quanto ao nível de escolaridade, houve uma redução do RR de mudança para ≤21 pontos (p>0.05) comparado com <1 ano de estudo; e pessoas com ≥12 anos de estudo tiveram RR menor de aumentarem o escore de alimentação (0.07, p>0.05).
Conclusões
Mulheres idosas apresentaram um escore de alimentação mais saudável. A renda e o nível de escolaridade influenciaram na manutenção da qualidade nutricional neste período, fato que pode refletir dificuldades escancaradas na pandemia.
MULTIMORBIDADE E CAPACIDADE INTRÍNSECA EM ADULTOS MAIS VELHOS: RESULTADOS DO ELSI-BRASIL
Pôster
Silva, J. D. P.1, Silva, U. M.1, Braga, L. S.1, Aliberti, M. J. R.2, Bertola, L.2, Suemoto, C. K.2, Lima-Costa, M. F.3, Torres, J. L.1
1 UFMG
2 USP
3 FIOCRUZ-MG
Objetivo: Analisar a associação entre multimorbidade e capacidade intrínseca em homens e mulheres com 50 anos ou mais. Método: Estudo transversal baseado nos dados da linha de base da coorte Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos brasileiros (ELSI-Brasil) (2015/16). O escore da capacidade intrínseca foi definido a partir do modelo do Envelhecimento Saudável, e compreendeu os domínios, cognitivo (orientação temporal, fluência verbal, memória tardia e semântica), psicológico (sintomas depressivos e qualidade do sono), sensorial (acuidade visual e auditiva), locomotor (velocidade da marcha e equilíbrio) e vitalidade (força de preensão palmar, perda de peso, exaustão e baixa resistência). O escore foi modificado para uma escala de 0 à 100, com maiores escores indicando melhor capacidade intrínseca. A variável multimorbidade foi determinada por meio da contagem de 15 doenças crônicas autorrelatadas, sendo operacionalizada da seguinte maneira: sem multimorbidade e nenhuma doença crônica; sem multimorbidade e uma doença crônica e com multimorbidade (≥2 doenças crônicas). Para análise estatística foi realizada a regressão linear. Resultados: Foram incluídos 7.260 participantes, sendo 3.228 (46,8%) homens e 4.032 (53,2%) mulheres. A ausência de multimorbidade com presença de uma doença crônica não foi associada à capacidade intrínseca. Porém, a multimorbidade (≥2 doenças crônicas) foi associada negativamente (p<0,05) à capacidade intrínseca tanto para homens (β = -2,35; IC95% = -3,70; -1,00) quanto para mulheres (β = -1,74; IC95% = -3,09; -0,38). Entretanto, mesmo com essa diferença, os valores finais foram semelhantes entre homens e mulheres (interação: p=0,34). Conclusão: A multimorbidade foi associada à pior capacidade intrínseca, para ambos os sexos.
NÃO RECEBIMENTO DE APOIO SOCIAL E LIMITAÇÃO FUNCIONAL ENTRE IDOSOS: DADOS DA PNS 2019
Pôster
Venturin, B.1, Thumé, E.1, Facchini, L. A.1
1 Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Objetivo: descrever a frequência de não recebimento de apoio social do tipo familiar e de amigos entre idosos brasileiros e sua associação com características socioeconômicas e de limitação funcional. Métodos: estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, com recorte para idosos (60 anos ou mais) que responderam ao bloco K e M sozinhos (N=21.704). A variável dependente foi o não recebimento de apoio social do tipo familiar e de amigos, a ausência foi dada quando o idoso respondeu nenhum para cada pergunta. A limitação funcional para atividades básicas de vida diária (ABVD) foi mensurada mediante uma resposta negativa a atividade de comer, banhar-se, ir ao banheiro, andar de um cômodo ao outro, deitar-se ou levantar-se da cama e/ou sentar-se ou levantar-se da cadeira sozinho e a limitação instrumental (AIVD) refere-se a não fazer compras, administrar as finanças, tomar remédio, sair utilizando um transporte e/ou ir ao médico sozinho. Todas as análises foram realizadas pelo Stata®, utilizando o comando svy. Resultados: A frequência de ausência de apoio familiar foi de 4,9%, enquanto a ausência de apoio de amigos foi de 21,9%. A ausência de apoio familiar esteve associada ao sexo, renda domiciliar per capita, estado civil, cor da pele e situação censitária (p<0,05). Observou-se associação entre a ausência de apoio social de amigos e escolaridade, renda, estado civil, cor da pele, situação censitária e incapacidade de realizar ABVD e AIVD (p<0,05). Conclusão: A ausência de apoio social está associada às características socioeconômicas e à limitação funcional.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL DE IDOSOS NO BRASIL: DADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2019
Pôster
Santana, A. S. R.1, Nascimento, C. F.2, Almeida, M. C.1
1 Universidade Federal da Bahia
2 Universidade do Estado da Bahia
RESUMO
Objetivo: Descrever o perfil da participação social de idosos residentes no Brasil, além de caracterizar os aspectos sociodemográficos e clínicos dessa população. Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal, descritivo, com dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, sendo incluído indivíduos a partir de 60 anos. As variáveis sociodemográficas de destaque correspondem a sexo, raça/cor, idade, escolaridade, estado civil e a renda. O aspecto clínico foi avaliado pela prevalência de doenças crônicas e a participação social pela frequência com que os idosos realizavam atividades voluntárias, atividades físicas em grupo, participavam de movimentos sociais e integravam atividades religiosas. As variáveis numéricas apresentam-se em média e desvio padrão e as variáveis categóricas descritas de acordo com percentual. Resultados: Cerca de 65,7% dos sujeitos não realizavam atividade física em grupos, 85,9% dos indivíduos não participavam de movimentos sociais, 87,0% dos idosos nunca fizeram trabalho voluntário. A prática de atividades religiosas foi a mais frequente entre os idosos, sendo que 48,1% deles participavam duas a três vezes por mês e apenas 3% alegavam nunca participar de ações religiosas no ano. Conclusão: A participação social de idosos brasileiros é pouco frequente, principalmente no que diz respeito às ações voluntárias, o engajamento em movimentos sociais e a prática de atividade física coletiva. A participação em atividades religiosas é a mais comum, relatada por cerca de metade dos idosos brasileiros, com frequência quase semanal.
PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES COM LESÃO POR PRESSÃO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Pôster
Barros, C.F.R.D.1, Barros, C.F.R.D.1, Pereira, A.S.1, Pereira, A.S.1
1 UNIRIO
Lesão por pressão evidenciam um relevante problema de saúde hospitalar com aumento do tempo de internação. O presente trabalho objetivou avaliar o perfil nutricional de pacientes hospitalizados com lesão ou risco de lesão por pressão. Trata-se de estudo observacional, transversal, descritivo, que avaliou pacientes internados em um hospital universitário no Rio de Janeiro, de janeiro a maio de 2024. Dados dos prontuários foram avaliados e foram coletadas as seguintes variáveis: peso (kg), altura (m), Índice de Massa Corporal (IMC - kg/m2), sexo e idade (anos). O IMC foi classificado de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e risco de lesão por escala de Braden®. Foi avaliada a prevalência de lesão já existente e o risco nutricional pela Triagem de Risco Nutricional (NSR, 2002). Foram avaliados 32 pacientes, sendo 56% do sexo feminino, média±dp de idade, peso e IMC, respectivamente, foi de: 69,2±17,8 anos; 63,48±18,0kg e 23,9±7,2 kg±m2. Pelo IMC (n=21), 33,0% encontrava-se com baixo peso, 19,1% eutróficos e 47,9% com excesso de peso. Em relação a lesão existente, 46,9% apresentaram lesão sacra estágio II e de acordo com a NSR, 81,8% encontravam-se em risco nutricional. De acordo com a escala de Braden® 59,4% foram considerados risco severo, 25,0% moderado e 15,6% brandos. A maior parte dos pacientes eram idosos, sob risco nutricional, demonstrando a importância da avaliação e monitoramento do estado nutricional em pacientes hospitalizados, com vistas a intervenção precoce.
PERFIS DE MULTIMORBIDADE, FATORES SOCIOECONÔMICOS E LIMITAÇÃO FUNCIONAL EM IDOSOS DE MG
Pôster
Bof de Andrade, F1, Barbosa, KL2, Borges, ACR2, Oliveira, KAAS3, Borges, VS4, Santos, JLF5
1 Fiocruz Minas
2 Programa de Inciação cientíica - Fiocruz Minas
3 Programa de Pós-Graduação - Fiocruz Minas
4 Universidade de Itaúna
5 USP
Objetivos: Avaliar a associação entre perfis de multimorbidade e limitações em atividades básicas (ABVD) e instrumentais de vida diária (AIVD) em uma amostra representativa de idosos de Minas Gerais. Investigar o efeito moderador das condições socioeconômicas nesta relação. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Foram incluídos 1518 idosos com 60 anos ou mais. As variáveis dependentes foram as limitações funcionais em ABVD e AIVD. As variáveis independentes de interesse foram os perfis de multimorbidade e as condições socioeconômicas. As covariáveis foram: sexo, idade, atividade física e tabagismo. Os perfis de multimorbidade foram definidos com base em 14 doenças autorreferidas utilizando-se uma análise fatorial exploratória. A associação entre os perfis de multimorbidade e as variáveis dependentes foi testada por meio de modelos de Regressão de Logística ajustados por covariáveis. Resultados: Todos os perfis de multimorbidade (metabólico, metal/osteomuscular e outro) apresentaram mais chances de limitações em ABVD quando comparados aos indivíduos sem multimorbidade. Achados semelhantes foram observados para AIVD, com exceção do perfil metabólico que não foi associado ao desfecho. Não foi observado efeito moderador das condições socioeconômicas na associação entre os perfis de multimorbidade e as limitações funcionais. Conclusão: Em Minas Gerais, houve associação entre perfis de multimorbidade e limitações funcionais em ABVD e AIVD, porém estas associações não foram moderadas pelas condições socioeconômicas.
PREVALÊNCIA DE SARCOPENIA EM IDOSOS ATENDIDOS PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM URUTAÍ-GO
Pôster
Santana, I.M1, Santos, E.L1, Pereira, C. C2, Perfeito, D. G. A1
1 IF Goiano
2 UFG
Objetivo: Estimar a prevalência de sarcopenia em idosos da comunidade usuários da Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde em Urutaí, Goiás. Métodos: Estudo transversal com coleta de dados realizada entre Abril e Maio de 2024 por meio de visitas domiciliares. Durante essas visitas, foram aplicados questionários e realizadas medidas físicas. A sarcopenia foi definida segundo os critérios do European Working Group on Sarcopenia in Older People (2019), que incluem baixa força e massa muscular. A força muscular foi avaliada pelo teste de Força de Preensão Palmar, com limiares de <27 kgf para homens e <16 kgf para mulheres. A massa muscular foi medida pela circunferência da panturrilha (CP), considerando baixa massa muscular CP ≤34 cm para homens e ≤33 cm para mulheres. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal Goiano (protocolo nº 6.509.874), e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As análises foram realizadas no software Stata 15.0, utilizando análise descritiva e o teste qui-quadrado de Pearson para verificar diferenças estatísticas entre os grupos, com nível de significância de 5%. Resultados: Foram incluídos 137 idosos (média de idade: 70,82 ± 7,12 anos; faixa etária: 60-91 anos). A maioria eram mulheres (63,0%). A prevalência de sarcopenia foi de 11,0%, sendo maior entre homens (73,3%) comparado às mulheres (26,7%) (p=0,002). Conclusão: A prevalência de sarcopenia foi significativamente maior no sexo masculino.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À DIFICULDADE FUNCIONAL NAS AIVD EM IDOSOS DO NORDESTE
Pôster
SANTOS, L. K. G. G1, De Jesus, S. R.1, Matias, A. G. C.1, Lago, D. C.1
1 UFBA
Objetivo: Estimar a prevalência e os fatores associados à dificuldade funcional nas atividades instrumentais da vida diária (AIVDs) em idosos residentes na região Nordeste do Brasil.
Método: Estudo transversal com amostra de 7.736 idosos participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (2019). Variáveis sociodemográficas, comportamentais e de condições de saúde foram utilizadas no modelo hierárquico proposto para analisar os fatores associados à AIVDs. Modelos de regressão de Poisson foram utilizados para estimar as razões de prevalências (RP) brutas e ajustadas e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). As análises estatísticas foram realizadas no Stata 15.0, utilizando o módulo survey para amostra complexa.
Resultados: A prevalência de incapacidade funcional em AIVDs foi de 87,12% (IC95%: 85,84 – 88,29). Após análise multivariada, a prevalência de dificuldade funcional em AIVDs foi maior em mulheres, em idosos na faixa etária igual ou superior a 80 anos, com tempo de tela igual ou superior a 3 horas por dia, diagnóstico de depressão, portador de duas ou mais doenças crônicas, com deficiência auditiva, relato de queda nos últimos 12 meses e percepção ruim do estado de saúde. A prevalência de dificuldade funcional em AIVDs foi menor entre os idosos com consumo leve a moderado de álcool.
Conclusão: A prevalência de incapacidade funcional em AIVDs foi elevada e teve como fatores associados às características demográficas, comportamentais e de condições de saúde
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À MULTIMORBIDADE EM IDOSOS NO BRASIL
Pôster
Jesus, A. C. S1, Pereira, M.1, Norie, V. B1, Souza, A. S. S1, Borges, B. D1
1 UFBA
Objetivo: Estimar a prevalência de multimorbidade em idosos brasileiros (≥ 60 anos) e os fatores associados. Métodos: Trata-se de um estudo transversal utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Foi considerado como multimorbidade o diagnóstico de duas ou mais doenças crônicas pesquisadas no estudo. Em relação aos fatores associados à presença de multimorbidade foram analisadas variáveis socioeconômicas, de estilo de vida, condições de saúde e utilização dos serviços de saúde. Utilizou-se razões de prevalência por meio da regressão logística, com nível de confiança de 95%. Resultados: Foram avaliados 43.554 idosos, com média de idade 70,05 anos, variando entre 60 e 112 anos. Desses idosos 56% foram do sexo feminino, 44,6% eram pardos e 43,2% de brancos, 51% eram casados, 25,43% tinham plano de saúde, 45,1% tinham o ensino fundamental incompleto, 71% não praticam atividade física, 25% consomem bebida e ácoolica e 12% fumavam. Para o ano do estudo (2019) a prevalência de multimorbidade foi de 96%, muito acima do relato no ultimo estudo (53,1%). Observou-se associação de multimorbidade com sexo feminino (RP ajustado: 1,02, IC: 1,01-1,03), baixa escolaridade (RPa: 0,98, IC: 0,96-0,99), consumo de bebida alcoólica (RPa: 0,98, IC: 0,97-0,99) e possuir plano de saúde no ato da entrevista (RPa: 0,98, IC: 0,97-0,99). Conclui-se que a prevalência de multimorbidade em idosos brasileiros elevou-se em 2019 e esteve associada aos fatores socioeconômicos e pouco relacionada ao estilo de vida.
RISCO DE VIOLÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS EM UMA COORTE DE IDOSOS NO SUL DO PAÍS
Pôster
Xavier, N. P.1, Machado, K. P.1, Krolow, M. R.1, Volz, P. M.1, Quadros, L. C. M.1, Dilélio, A. S.1, Soares, M. U.2, Thumé, E.1
1 UFPel
2 Prefeitura de Arroio do Padre
Objetivos: Identificar a prevalência e fatores associados ao risco de violência na população idosa não institucionalizada de Bagé/RS.
Métodos: Os dados foram obtidos no acompanhamento da coorte de idosos SIGA-Bagé, realizado em 2016/2017, com 735 idosos. O “risco de violência” foi avaliado através do instrumento “H-S/EAST” com 15 perguntas que identificam aspectos relacionados ao abuso potencial, abuso direto e características de vulnerabilidade. Escore de três ou mais pontos indica risco aumentado de algum tipo de violência. Foi realizada análise ajustada através da regressão de Poisson para verificar os fatores associados ao risco de violência.
Resultados: O risco de violência foi de 18,1% (IC95% 15,1;21,5). Observou-se prevalência de 23% (n=131 IC95% 19,7;26,6) entre idosos que referiram “sentimento de tristeza e solidão” no domínio das vulnerabilidades. Os idosos que moravam sozinhos tiveram 47% (IC95% 1,03; 2,10) maior probabilidade de terem risco de para violência. Quando estratificado por modelo de atenção, idosos que moravam em áreas de abrangência da Saúde da Família tiveram 69% (IC95% 1,10; 2,61) maior probabilidade de sofrerem risco de violência dos que residiam em áreas de modelo de atenção tradicional.
Conclusões: O estudo constatou que um a cada cinco idosos sofre risco de algum tipo de violência. O H-S/EAST contribui na identificação da magnitude da violência contra a pessoa idosa, um problema social complexo, sobre o qual os profissionais de saúde devem exercer estratégias de monitoramento para prevenção e promoção do envelhecimento saudável.
SARCOPENIA, OBESIDADE E INCAPACIDADE EM IDOSOS: ANÁLISES POR SEXO DO ESTUDO ELSI-BRASIL
Pôster
Freitas, B. P.1, Moreira, B.S.2, Lopes, E. C.1, Rosa, R. A.1, Lima-Costa, M.F.2, Avelar, N.C.P.1, Danielewicz, A.L.1
1 UFSC
2 UFMG e Fiocruz Minas
Objetivo: Analisar as associações entre sarcopenia isolada e combinada com obesidade geral (OG) e abdominal (OA) e incapacidade nas atividades básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD) de vida diária, conforme o sexo, em idosos. Métodos: Estudo transversal conduzido com 6.874 idosos (≥60 anos), 54,3% mulheres, participantes da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2019-21). As exposições foram sarcopenia (velocidade de marcha <0,8m/s + força de preensão manual <35,5kg para homens e <20,0kg para mulheres), OG (índice de massa corporal ≥30,0kg/m2) e OA (circunferência da cintura ≥102cm para homens e ≥88cm para mulheres). Os desfechos de incapacidade foram determinados conforme relato de dificuldade para realizar pelo menos uma atividade dentre 5 ABVD e 9 AIVD. As variáveis de ajuste foram faixa etária, anos de estudo, situação conjugal, nível de atividade física e multimorbidade. Resultados: Nas mulheres, observaram-se associações significativas entre sarcopenia combinada com OG (OR: 3,37; IC95%: 1,47-7,71) e OA (OR: 2,59; IC95%:1,16-5,76) e incapacidade nas ABVD, assim como entre sarcopenia isolada (OR: 2,14; IC95%: 1,56-2,94) e combinada com OG (OR: 2,52; IC95%: 1,64-3,87) e OA (OR: 2,46; IC95%: 1,59-3,79) e incapacidade nas AIVD. Nos homens, verificaram-se associações significativas entre sarcopenia isolada (OR: 2,50; IC95%: 1,48-4,22) e combinada com OG (OR: 2,23; IC95%: 1,01-4,91) e OA (OR: 2,52; IC95%: 1,30-4,90) e incapacidade nas AIVD. Conclusão: Os resultados demonstram a importância da prevenção da sarcopenia e da obesidade, isoladas e conjuntamente, visando diminuir as chances de incapacidade nas atividades de vida diária nos idosos brasileiros.
SARCOPENIA, SINTOMAS DEPRESSIVOS E QUEDAS EM IDOSOS: ACHADOS TRANSVERSAIS DO ELSI-BRASIL
Pôster
Oliveira, L. G.1, Moreira, B. S.2, Lima-Costa, M. F.2, Avelar, N. C. P.3, Danielewicz, A. L.3
1 UFSC
2 NESPE/UFMG/Fio Cruz Minas
3 UFSC/NESPE/UFMG/Fio Cruz Minas
Objetivo: Analisar a associação isolada e combinada de sarcopenia e sintomas depressivos com o histórico de queda e quedas recorrentes em idosos brasileiros. Métodos: Estudo transversal conduzido com 6.866 idosos (≥60 anos), de ambos os sexos, participantes da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2019-21). As exposições foram a sarcopenia (velocidade de marcha <0,8m/s + força de preensão manual <35,5kg para homens e <20,0kg para mulheres) e os sintomas depressivos (≥4 pontos na Center for Epidemiological Studies Depression Scale), analisadas isoladamente e conjuntamente. Os desfechos foram o autorrelato de queda e quedas recorrentes (≥2 quedas) no último ano. Para a análise dos dados, aplicou-se a regressão logística multivariada ajustada para faixa etária, anos de estudo, nível de atividade física e multimorbidade. Resultados: Os sintomas depressivos isolados (OR: 1,88; IC95%: 1,29-2,73) e combinados com sarcopenia (OR: 2,32; IC95%: 1,64-3,27) foram significativamente associados a maiores chances de queda. A combinação de sarcopenia e sintomas depressivos foi significativamente associada às quedas recorrentes (OR: 2,01; IC95%: 1,09-3,71). Conclusão: Estes resultados demonstram a importância da prevenção dos sintomas depressivos, em especial em idosos com sarcopenia, visando diminuir a ocorrência de quedas.
SEGURANÇA NO TRÂNSITO E RELACIONADA AO CRIME AUMENTAM QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS
Pôster
Marques, L. P.1, Bastos, J. L.2, d’Orsi, E.2
1 Fiocruz
2 UFSC
Objetivo: investigar o efeito da percepção de segurança no trânsito e relacionada ao crime sobre duas dimensões de qualidade de vida (QV) em uma coorte de idosos de Florianópolis, Sul do Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal com 1.137 idosos da onda 2 (2013/14) e 642 idosos da onda 3 (2017/18), com 60 anos ou mais residentes em Florianópolis/SC. A QV foi avaliada pelo CASP-19, constituído por 19 itens e organizados em dimensões Controle/Autonomia e Autorrealização/Prazer. A percepção de segurança no trânsito e segurança relacionada ao crime foi aferida com a versão adaptada do Neighborhood Environment Walkability Scale. Utilizou-se a Regressão de Poisson Multinível para a análise bruta e a ajustada para sexo, faixa etária, morar só, renda e tempo de residência no bairro, sendo estimada a razão de incidência e o respectivo IC95% dos efeitos fixos e aleatórios. Resultados: O modelo nulo revelou variação no escore de Controle/Autonomia (RI 0,95; IC95% 0,93-0,97), mas estabilidade no escore de Autorrealização/Prazer entre as ondas. As análises revelaram que o aumento de uma unidade no escore de segurança no trânsito e de segurança relacionada ao crime correspondeu a um ganho médio de 1% (IC95% 1,01-1,02) e 3% (IC95% 1,02-1,04), respectivamente, no escore de Controle/Autonomia. Não houve efeito significativo da percepção de segurança no trânsito ou relacionada ao crime sobre a dimensão de Autorrealização/Prazer ao longo do acompanhamento. Conclusões: Uma melhor percepção de segurança modula positiva e prospectivamente a QV de idosos, afetando especialmente uma dimensão central no processo de envelhecimento, Controle/Autonomia.
SOBREVIDA DE PESSOAS IDOSAS COM MULTIMORBIDADE: ESTUDO LONGITUDINAL EPIFLORIPA IDOSO
Pôster
Hillesheim, D.1, Figueiró, T. H.1, Zorzi, V. N.1, Nickel, J. B.1, Quialheiro, A.2, Oliveira, C.3, d’Orsi, E.1
1 UFSC
2 CESPU
3 UCL
Objetivo: Investigar a sobrevida de pessoas idosas participantes do estudo EpiFloripa segundo a presença de multimorbidade. Métodos: Foram utilizados dados das entrevistas domiciliares de 2009/10 (onda 1, n=1.702), 2013/14 (onda 2, n=1.197), 2017/19 (onda 3, n=1.335) e 2023/24 (onda 5, n= 695) do Estudo de Coorte EpiFloripa Idoso, aplicado em Florianópolis. O desfecho deste estudo foi o tempo até o óbito. A exposição foi a presença de multimorbidade (nenhuma doença; duas ou mais doenças), considerando apenas doenças avaliadas em todas as ondas do estudo. Utilizou-se o tempo de sobrevida, em meses, entre data da primeira entrevista e data do óbito ou último contato com o participante. Foram estimadas hazard ratios (HR) brutas e ajustadas para fatores sociodemográficos (sexo, escolaridade, faixa-etária e renda percapita). Resultados: Na faixa etária de 60 a 69 anos, a prevalência de multimorbidade aumentou de 64,0% na onda 1 para 67,7% na onda 2, diminuiu para 63,0% na onda 3 e aumentou novamente para 66,1% na onda 5. Padrão semelhante foi observado para a faixa-etária de 70 a 79 (77,6%; 80,9%; 72,9%; 70,2%) e 80 anos ou mais (76,9%; 78,6%; 75,6%; 81,8%). As mulheres apresentaram maior prevalência de multimorbidade em comparação aos homens em todas as ondas do estudo. A presença de multimorbidade aumentou em 16% o risco de morrer (HR ajustada:1,16; IC95%:1,02-1,33). Conclusões: A presença de multimorbidade aumentou o risco de óbitos de pessoas idosas do estudo EpiFloripa, independente de fatores sociodemográficos.
SOBREVIDA, CAPACIDADE FUNCIONAL E FELICIDADE EM IDOSOS: ISACAMP COORTE (2008-2018)
Pôster
Souza, DBO1, Alves, LC1, Barros, MBA1, Fehlberg, BK1, Lima, MG1
1 Unicamp
Objetivo: Investigar a sobrevida e o risco de morte em um período de dez anos, segundo incapacidade funcional e felicidade. Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo, conduzido com a base de dados do Inquérito de Saúde de Campinas realizado em 2008/2009 (ISACamp), com 1.519 pessoas com 60 anos e mais. A mortalidade desses idosos foi rastreada até 2018 no SIM da Secretaria de Saúde de Campinas. Análises de sobrevivência e regressão de Cox foram realizadas. As variáveis independentes foram incapacidade funcional e bem-estar subjetivo (sentimento de felicidade). Resultados: O percentual de mortalidade foi maior entre aqueles com incapacidade funcional severa (65,4%; IC 95%:55,3-74,3) comparado à ausência de incapacidades (27,3%; IC 95%:24,1-30,8) e maior nos que relataram menor frequência de felicidade (45,7%; IC 95%:39,9-51,5) comparado aos mais frequentemente felizes (30,6%; IC 95%:26,9-34,5). O teste de Kaplan-Meier mostrou diferenças estatisticamente significativas na sobrevivência de acordo com a incapacidade funcional e felicidade (p<0,05). No modelo de Cox, o risco de morte foi maior entre indivíduos com incapacidade funcional severa (HR= 2,79; IC 95%:2,04-3,81) e nos que relataram raramente sentir-se felizes (HR= 1,60 IC 95%:1,26-2,03), mesmo após ajustes por sexo, idade, escolaridade e número de doenças crônicas. Conclusões: O risco de óbito em 10 anos foi cerca de 3 vezes maior nos idosos com incapacidades severas em relação àqueles com funcionalidade física boa. O risco também foi 60% maior nos idosos menos frequentemente felizes em relação aos que declararam sentir-se felizes com maior frequência, indicando a importância destes dois indicadores para o aumento da longevidade.
SUPORTE SOCIAL E SINTOMAS DEPRESSIVOS ENTRE BRASILEIROS MAIS VELHOS (ELSI-BRASIL)
Pôster
Carvalho, B.O.1, Castro-Costa, E.2, Lima-Costa, M. F.2, Loyola Filho, A. I.2
1 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Instituto René Rachou/Fundação Oswaldo Cruz
2 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Instituto René Rachou/Universidade Federal de Minas Gerais
Objetivo - Investigar a associação entre sintomas depressivos e suporte social junto a amostra representativa da população brasileira com 50 anos ou mais de idade. Metodologia – Estudo transversal, baseado nos dados coletados junto a 8.074 participantes da segunda onda do Estudo Longitudinal Brasileiro do Envelhecimento - ELSI-Brasil. Os sintomas depressivos foram rastreados com base no instrumento CES-D8 e o suporte social foi investigado em suas dimensões estrutural e funcional. Variáveis sociodemográficas e de condições de saúde foram consideradas para ajuste na investigação da associação entre suporte social e sintomas depressivos, por meio do modelo de regressão de Poisson. Resultados - A prevalência de sintomas depressivos foi estimada em 19,1% (IC95%:16,7;21,7). Na análise ajustada por possíveis fatores de confusão, os sintomas depressivos foram independentemente associados ao suporte social negativo nos itens não ser casado (RP=1,24; IC95%: 1,07-1,44), não ter em quem confiar (RP=1,31; IC95%: 1,10-1,56) e não ter a quem pedir dinheiro ou objeto emprestado, em caso de necessidade (RP=1,46; IC95%: 1,21-1,75). Conclusão - Os resultados deste trabalho ressaltam a importância das relações sociais na determinação da presença de sintomas depressivos e reforçam a necessidade da implementação de políticas públicas voltadas para o fortalecimento das redes sociais visando minimizar esse problema de saúde pública.
TENDÊNCIA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES EM IDOSOS DE UM MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA OCIDENTAL
Pôster
Ribeiro, T. S.1, Sampaio, A. F. S1, Ferreira, D. F.1, Santana, T. C1
1 UFAC
Objetivos: descrever o perfil epidemiológico das internações hospitalares em idosos e analisar a tendência temporal das internações em idosos no município de Cruzeiro do Sul-Acre, no período de 2017 a 2021.
Métodos: Estudo de séries temporais das internações hospitalares de idosos registrados no município de Cruzeiro do Sul de 2017 a 2021. Foram calculadas as taxas de internações geral e realizada a estimativa da variação percentual anual da taxa de internação com nível de significância de 5%, com o programa Joinpoint Regression Program versão 4.9.0.1
Resultados: Ocorreram 5.976 internações em idosos no município de Cruzeiro do Sul – AC, mais frequentes na idade ente 60 a 69 anos e sexo masculino. A principal causa de internação foi por doenças infecciosas e parasitárias seguidas de doenças do aparelho circulatório. As doenças infecciosas e parasitárias apresentaram tendência crescente constante e significativa com um aumento anual de 41,83% (p<0,05) as taxas variaram de 282/10.000habitantes em 2017 para 981.7/10.000habitantes em 2021, as doenças do aparelho circulatório as taxas variaram de 257/10.000 habitantes a 315/10.000hanitantes, e digestivo 178/10.000habitantes a 239/10.000habitantes para 2017 e 2021 respectivamente, no que tange a tendência temporal das taxas de internação, apresentaram-se crescente e constante porém não significativas (p≥0,05).
Conclusões: Foi possível observar a presença da polarização epidemiológica no município de Cruzeiro do Sul, em que as principais causas de internações são doenças infecciosas e parasitária e crônicas e não transmissíveis, cenário desafiador para saúde pública.
VULNERABILIDADE CLÍNICO-FUNCIONAL DE IDOSOS HOSPITALIZADOS E FATORES ASSOCIADOS
Pôster
Moreira, A. C. A.1, Holanda, M. A. A.1, Silva, M. A. M.1, Azevedo, S. G. V. A.2, Teixeira, I. X.3
1 UVA
2 UFC
3 FLF
Objetivo: analisar o índice de vulnerabilidade clínico-funcional em idosos hospitalizados e seus fatores sociodemográficos associados. Método: estudo transversal, realizado entre setembro e dezembro de 2019, com 121 idosos internados em hospital de referência no Ceará. Os dados foram coletados por meio da aplicação de formulário, composto por informações sociodemográficas e clínicas; e do instrumento validado Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional (IVCF). Os dados foram apresentados em tabelas, onde a análise descritiva incluiu o cálculo de frequências absolutas e percentuais. E a análise inferencial ocorreu verificando-se a associação entre o IVCF e os dados sociodemográficos. Foram aplicados os testes de Wilcoxon, de Kruskal-Wallis, ANOVA e Correlação de Spearm a depender do tipo de variável. Resultados: Predominaram homens (61,16%), a maioria tinha entre 60 a 74 anos (74,38%), casados (60,33%) e aposentados (81,82%). Os principais motivos para internação foram: neoplasias (22,31%), seguida de doenças do aparelho digestivo e do aparelho geniturinário, ambas perfazendo cerca de 10% da amostra. A maioria dos idosos apresentaram alto risco de vulnerabilidade (38,84%). Houve diferença estatisticamente significativa entre IVCF e as variáveis: idade (r = 0,284; p<0,001); trabalho (p = 0,016); suporte para AVD (p < 0,001); suporte para ABVD (p < 0,001); suporte para AIVD (p<0,001) e dificuldade para sair ou andar pelas redondezas (p<0,001). Conclusão: A vulnerabilidade clínica-funcional de idosos esteve associada a fatores individuais e sociais, sendo assim requer atenção de profissionais e gestores para estabelecer estratégias de cuidado mais amplas, na perspectiva da atenção integral a pessoa idosa.
VULNERABILIDADE CLÍNICO-FUNCIONAL EM USUÁRIOS IDOSOS DE UMA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Pôster
Martins, FG1, Santiago, LM2
1 SMSRJ; ENSP-Fiocruz
2 UFRJ
Objetivo: Estimar a prevalência da incapacidade em usuários idosos da Atenção Primária à Saúde (APS), aferida pelo Índice de Vulnerabilidade Clínico-funcional (IVCF-20) e identificar os fatores associados. Métodos: Estudo transversal, com indivíduos de 60 anos ou mais, de uma unidade de APS do Rio de Janeiro. Utilizou-se um instrumento contemplando variáveis sociodemográficas, de saúde e hábitos de vida e o IVCF-20. Foi realizada análise descritiva dos dados, calculadas as razões de prevalência (RP) e efetuada a análise múltipla de Poisson. Resultados: A amostra foi composta por 120 indivíduos, com média de idade de 72,9 anos (DP= 0,75), a maioria do sexo feminino. Segundo o IVCF-20, 61 (50,8%) dos indivíduos eram robustos, 41 (34,2%) encontravam-se em potencial declínio funcional e 18 (15,0%) em declínio funcional estabelecido. Na análise bivariada, não realizar atividade física regular (RP 2,60 IC95% 1,21-5,57), não acreditar que tem uma vida saudável (RP 4,39 IC95% 1,92-10,06), não estar satisfeito com o modo em que vive (RP 6,74 IC95% 2,51-18,11) e referência à doença crônica (RP 4,57 IC95% 1,22-17,14) mostraram associação com declínio funcional. No modelo de Poisson, as variáveis idade (RP 1,37 IC95% 1,07-1,75), acreditar que não tem uma vida saudável (RP 1,54 IC95% 1,01-2,33) e a não satisfação com a forma em que vive (RP 1,75 IC95% 1,18-2,60) mantiveram-se associadas. Conclusão: O estudo possibilitou traçar um perfil dos idosos acompanhados por uma equipe na APS, contribuindo para discussões de propostas de cuidado ao idoso com enfoques na prevenção do declínio funcional.
USO DE INTERNET AUMENTA A SOBREVIDA DE IDOSOS, ESTUDO DE COORTE EPIFLORIPA IDOSO
Pôster
Quialheiro, A.1, Figueiró, T.H.2, Hillesheim, D.2, Oliveira, C.3, Rech, C.R.2, d´Orsi, E.2
1 ESSVA/CESPU, Portugal
2 UFSC
3 UCL, UK
Objetivo: Descrever a prevalência do uso de internet e sua relação com a sobrevida em idosos. Métodos: Dados das entrevistas domiciliares de 2009/10 (onda1, n=1.702), 2013/14 (onda2, n=1.197), 2017/19 (onda3, n=1.335) e 2023/24 (onda5, n=695) do Estudo de Coorte EpiFloripa Idoso. Desfecho: sobrevida. Exposição: uso de internet (sim, não). Tempo de sobrevida calculado em meses entre data da primeira entrevista e data do óbito ou último contato com participante. Estimadas hazard ratios (HR) brutas e ajustadas para fatores sociodemográficos, multimorbidade e declínio cognitivo. Resultados: A prevalência do uso de internet foi de 20,2% na onda1 para 53,5% na onda5; e foi maior nos homens. Na faixa etária de 60 a 69 anos esta prevalência foi 29,3% (onda1), 30,4% (onda2), 67,0% (onda3) e 80,9% (onda5); 70 a 79 anos: 13,2%, 24,4%, 49,2% e 64,0%; e nos 80+: 5,9%, 12,8%, 20,3% e 28,7%. A probabilidade de tornar-se usuário de internet foi 13,8% enquanto a probabilidade de tornar-se um não usuário foi 13,5%. A taxa de mortalidade (por 1.000 pessoas/mês) foi de 1,8 para usuários de internet na linha de base e 4,3 para não usuários. Usar internet teve efeito protetor de 61,0% (HR=0,39 IC95%: 0,32-0,47) comparado aos que não usam. Conclusões: A prevalência de usuários de internet aumentou em todas as faixas etárias em idosos. A probabilidade de deixar de usar internet foi menor do que a de passar a usar. O uso de internet tem diminuído o risco de morrer entre os idosos, independente de fatores sociodemográficos, multimorbidade e declínio cognitivo.