Programa - Sessão de Poster - Outros tópicos em Epidemiologia
LETALIDADE E GRAVIDADE DO OFIDISMO SEGUNDO POLOS DE APLICAÇÃO DE SORO NA BAHIA: 2016/2023
Pôster
Ferreira, D. S.1, Mise, Y. F.1
1 UFBA
Objetivo: Estudar a letalidade e gravidade do ofidismo na Bahia, comparando municípios que sediam polo de aplicação de soro antiofídico (PASA) e que não sediam (NPASA), no período de 2016 a 2023, Métodos: Dados de acidentes ofídicos foram obtidos através do SINAN/DATASUS. Dados de hospitais foram obtidos através do site do Ministério da Saúde. Foi estimada a letalidade do acidente ofídico nos municípios baianos. As letalidades entre municípios PASA e NPASA foram comparadas através do teste de Mann-Whitney. Foram estimadas as proporções de casos leves e não leves (moderados e graves) entre municípios PASA e NPASA. A comparação foi feita através do teste Qui-quadrado. Todas as análises foram realizadas no software R Versão 4.3.3. Resultados: A letalidade média dos acidentes ofídicos dos municípios da Bahia foi 0,09%. A letalidade em municípios PASA foi de 0,24% e de 0,00% em NPASA (p<0,05). Em relação a gravidade, foram notificados 34,60% de casos não leves em municípios NPASA e 42,44% nos municípios PASA (p<0,05). Conclusão: A distribuição desigual da letalidade entre municípios PASA e NPASA possivelmente indica o direcionamento de casos moderados e graves a hospitais de referência. É possível que a peregrinação enfrentada pelas pessoas picadas em municípios NPASA para aqueles que são PASA contribua com a gravidade do acidente e consequentemente para seu possível desfecho letal.
A IMPLEMENTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO AOS EVENTOS AGUDOS DAS ARBOVIROSES NA APS.
Pôster
Bezerra, C. M. J.1, Sousa, L. F. L.1, Veloso, M. D.1
1 SES MA
OBJETIVO GERAL: Implementar Classificação de Risco para os Eventos Agudos nas Unidades Básicas de Saúde com foco na Dengue e outras Arboviroses. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Fortalecer a APS como ordenadora do cuidado; Apropriar os profissionais da APS no manejo adequado aos eventos agudos; Reduzir o fluxo de pessoas com casos leves de dengue e outras arboviroses na unidade hospitalar. METODO: Relato de experiência numa abordagem qualitativa, realizado no período de fevereiro a maio de 2024 em 13 Unidades Básica de Saúde, que estão como Unidades Laboratório da Planificação da Atenção à Saúde, distribuídos em 13 municípios da Região de Saúde de Pedreiras – MA. RESULTADOS: Ambiente e profissionais preparados para eventos agudos, identificação precoce e tratamento imediato das condições agudas, assim como, uma melhoria das notificações de casos de Dengue e outras Arboviroses. CONCLUSÃO: O estudo além de trazer uma reflexão, revela a importância da Atenção Primária à Saúde como ordenadora do cuidado e que a Unidade Básica de Saúde também é lugar de urgência/emergência e que os profissionais precisam estar capacitados para atender e estabilizar o paciente e encaminhar o usuário para unidade de referência, quando necessário, contribuindo para fortalecimento da capacidade da APS em lidar eficazmente com eventos agudos, melhorando os resultados clínicos e a satisfação do usuário.
A LUA, O NASCIMENTO E O SEXO DOS BEBÊS: CRENÇAS VERSUS EVIDÊNCIA
Pôster
Gentil, J. P.1, Guimarães, ME. B. R.1, Gall, J. P.1, Loureiro, AC. T.1, Jacques, A. D.1
1 UNIFASE
A observação das fases lunares remonta aos primórdios da humanidade, representando a aparência visual da parte iluminada da lua conforme vista da Terra. Profissionais da saúde materno infantil têm observado uma possível ligação entre as fases lunares e a frequência de partos, embora os resultados dos estudos sejam variados.
Objetivos: Este estudo buscou investigar a hipótese de uma maior ocorrência de partos vaginais espontâneos durante o ciclo da lua cheia e examinar possíveis variações na distribuição entre os sexos ao longo dos ciclos lunares, utilizando dados de uma maternidade.
Metodologia: Como critério de inclusão, foram utilizados os números de partos a termo, espontâneos, de nascidos vivos, no período entre 3 de fevereiro de 2022 até 6 de fevereiro de 2024, totalizando 24 ciclos lunares. Foram excluídas as cirurgias cesarianas e uso de indução do parto vaginal. Foram analisados os números de indivíduos nascidos por sexo e ciclo lunar.
Resultados: Não foram observadas associações estatisticamente significativas entre as fases da lua e os partos. Houve predomínio do nascimento de meninos nas fases de lua cheia, nova e crescente. O número de meninos que nasceram no período da lua nova foi significativo.
Conclusão: Outros fatores podem influenciar o trabalho de parto, sendo necessários estudos para que se possa entender melhor os determinantes do trabalho de parto e sua possível relação com as fases lunares e sazonalidades.
ACURÁCIA DOS APLICATIVOS PARA SMARTPHONE NA MEDIÇÃO DE RUÍDO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster
CARVALHO, V. S.1, MEIRA, T. C.1, CORONA, A. P.1
1 UFBA
Objetivo: identificar a acurácia de aplicativos para smartphones na medição de ruído ambiental e ocupacional. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, realizada nas bases de dados PubMed, Lilacs e Medline, no período de junho a agosto de 2023. A seleção dos descritores utilizados na revisão foi realizada mediante consulta ao Medical Subject Heading e aos Descritores em Ciências da Saúde, bem como considerou-se palavras chaves utilizadas em estudos prévios. A estratégia de busca foi elaborada a partir da metodologia PICO, na qual foi estabelecida como P “noise measurement”, como I “mobile applications”, como C “noise meters” e como O “accuracy”. Foram incluídos estudos primários e que compararam os achados com instrumento padrão-ouro. Realizou-se a síntese das seguintes informações: autor, país e ano de publicação, aplicativos testados e plataforma, métodos de investigação e principais resultados. Resultados: Foram localizados 47 estudos e incluídos 16, publicados entre 2013 a 2021. Dentre estes, 43 aplicativos foram avaliados, sendo 32 da plataforma iOS e 11 da plataforma Android. Os estudos incluídos na revisão apresentam métodos distintos de avaliação da acurácia. Os aplicativos Sound Meter Pro, SPLnFFT, Noisee e SLA Lite da plataforma iOS apresentaram uma mensuração do ruído ambiental e/ou ocupacional similar a dos equipamentos padrão-ouro. Já na plataforma Android, apenas o Audio Tool, com o uso de microfone externo e calibração, foi preciso. Conclusões: Existem aplicativos para smartphones precisos para a mensuração de ruído ocupacional e/ou ambiental, desde que respeitada as características de teste como utilização de recursos adicionais, faixa de medição específica e calibração.
AMPLIANDO ACESSO À PREP: PARCERIAS COM ESTABELECIMENTOS DA CENA SEXUAL DE HSH EM SÃO PAULO
Pôster
Bueno, F. M. B.1, Queiroz, A. S.1, Sala, E. A.1, De Paula, C. A.1, Souza, M. A. F.1, Abbate, M. C.1
1 Coordenadoria de IST/Aids da cidade de São Paulo - SMS
Objetivo: Facilitar o acesso ao Teste Rápido (TR) de HIV e às profilaxias pré (PrEP) e pós (PEP) exposição ao HIV para gays e homens que fazem sexo com homens (HSH) frequentadores de estabelecimentos que promovem encontros sexuais.
Métodos: Entre janeiro/2023 e abril/2024, a Coordenadoria de IST/Aids de São Paulo (CIST/Aids) e a Rede Municipal Especializada em IST, HIV/Aids (RME) desenvolveram 19 atividades extramuros, com cadastro, TR de HIV, exame com point of care de creatinina, acolhimento/aconselhamento e disponibilização de PrEP e PEP, em festas, saunas, boates e cinemas, que promovem encontros sexuais entre HSH. Em 7 atividades, foram ofertados TR de sífilis. As atividades ocorreram com uma equipe de profissionais adequada a cada espaço, antes/durante o horário de funcionamento dos estabelecimentos, nas unidades móveis (caminhão e trailer) da CIST/Aids, adaptadas internamente para atender integralmente os usuários, ou em estruturas concedidas pelos locais parceiros.
Resultados: Dos 417 TR de HIV realizados, 15 casos resultaram positivo, 2 pessoas já conheciam o diagnóstico, uma estava em abandono de tratamento e a outra já em uso da TARV. Foram realizados 125 TR de sífilis, com 36 positivos, 13 PEP dispensadas e 252 PrEP iniciadas no local, totalizando 60,4% de adesão à profilaxia, tendo em vista o número de HSH atendidos.
Conclusões: A articulação entre esses estabelecimentos e a RME facilita o acesso de gays e HSH à Prevenção Combinada. O interesse pela PrEP mostrou-se significativa nesses espaços, assim como as taxas de positividade para sífilis e HIV, sendo assim, é importante ampliar tais parcerias na cidade.
ANÁLISE DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL ATRAVÉS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE (PNS), 2013 E 2019
Pôster
Rocha, N. M.1, Szwarcwald, C. L.1, Almeida, W. S.1
1 FIOCRUZ
Objetivos: Analisar indicadores da atenção pré-natal utilizando dados das duas edições da PNS.
Métodos: Em 2013 e 2019, foram consideradas as mulheres que tiveram algum parto nos dois anos anteriores à pesquisa. Os indicadores incluíram a realização e o trimestre de início do pré-natal, número de consultas, exames realizados e orientações recebidas. Foram estimadas as prevalências e respectivos intervalos de confiança (IC95%) dos indicadores. Para comparação das prevalências em 2013 e 2019, foram estimadas as razões de prevalência e respectivos IC 95%, assim como o nível de significância do teste. As análises levaram em consideração o desenho complexo de amostragem.
Resultados: O percentual de mulheres com pelo menos uma consulta de pré-natal foi de 97,4% (IC 95%: 96,3%; 98,1%) em 2013, e 98,1% (IC 95%: 97,3%; 98,6%), em 2019, a maioria iniciando no primeiro trimestre de gestação, com proporções de 88,5% (IC 95%: 86,0%; 90,5%) e 88,8% (IC 95%: 87,0%; 90,3%), respectivamente. Houve um aumento significativo na proporção de gestantes que realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal (72,2%-76,6% p=0,029), medida de peso corporal (91,9%-95,3%; p=0,002), medida de circunferência abdominal (79,2%-85,6%; p<0,001), testes para sífilis (66,4%-79,7%; p<0,001) e HIV (95,5% -99,3%; p<0,001), e na orientação sobre o local do parto (75,1%-83,0%; p<0,001). Já a realização de exames nas mamas diminuiu significativamente (37,7% -21,9%; p<0,001).
Conclusões: Embora a comparação temporal dos dados tenha mostrado uma melhoria no acesso e nos cuidados à gestação, ainda há desafios, como a realização completa das recomendações preconizadas e a orientação sobre o local do parto
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE ANTIFUNGIGRAMA E DESFECHOS DE GATOS COM ESPOROTRICOSE
Pôster
de Souza, B.M.1, Araujo, E. L. M.1, Salvato, L. A.1, Keller, K.M.1, Azevedo, M.I.1, Oliveira, C.S.F1, Colombo, S.A1
1 UFMG
Um passo significativo para o controle da esporotricose felina e zoonótica é o tratamento correto dos gatos infectados. O tratamento da esporotricose humana e animal é frequentemente realizado com agentes antifúngicos, sendo a primeira escolha o itraconazol, no entanto a emergência de cepas resistentes a antifúngicos de espécies de Sporothrix tem sido relatada. O antifungigrama visa a determinação de resistência a antifúngicos. Nosso objetivo foi analisar a correlação do antifungigrama pelo método de disco-difusão com os principais antifúngicos utilizados, com o desfecho clínico dos animais com esporotricose. Foram avaliados 16 cepas de Sporothrix sp., inoculadas em placas contendo meio e depois foram adicionados os discos que continham antifúngicos nas seguintes concentrações: anfotericina B 100 mcg, cetoconazol 50 mcg, Itraconazol 10 mcg e fluconazol 25 mcg (Cecon – Brasil). Os resultados foram avaliados em correlação com os desfechos clínicos, 43,75 %(7/16) das cepas foram resistentes a três antifúngicos ( Fluconazol, itraconazol e Anfotericina B), 100%(16) das cepas foram resistentes ao fluconazol e 93,75 %(15/16) foram resistentes ao itraconazol. Os desfechos foram categorizados em óbito, alta e em tratamento há mais de quatro meses. Como resultado da análise estatística, não houve associação entre os desfechos e a resistência das cepas, concluindo que este método sozinho é insuficiente para correlação clínica.
ANÁLISE ESPACIAL DA LETALIDADE POR SEPSE E FATORES DE RISCO NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL
Pôster
Vieira, L. H. A.1, Costa, J. E. M.1, Souza, B. C.2, Sousa, B. Y. S.1, Costa, S. B. N.1, Santos, L. A. S.1, Nahum, C. V. C.1, Guimarães, H. M. M. S.2, Paixão, J. G. M.2, Leal, A. L.2, Miranda, C. S. C.1, Gonçalves, N. V.1
1 UEPA
2 UFPA
objetivo: analisar a distribuição espacial da letalidade por sepse e sua relação com a implantação do protocolo surviving sepsis 3 e fatores de risco socioeconômicos e de políticas públicas em saúde, nas regiões de integração (ri) do estado do pará, nos períodos de 2010 a 2015 e de 2017 a 2022. métodos: este trabalho descritivo, transversal e ecológico utilizou dados do ministério da saúde e do instituto brasileiro de geografia e estatística. foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais com cálculos percentuais da cobertura de médicos por 100 mil habitantes e média aritmética dos índices de desenvolvimento humano municipal (idhm), além da aplicação do teste qui-quadrado de proporções esperadas iguais com p-valor <0,05, utilizando o bioestat 5.4. foram realizadas também análises espaciais com a elaboração de mapas coropléticos, a partir do programa arcgis 10.5. resultados: foi observado que o maior número de óbitos por sepse ocorreu principalmente em pacientes homens, idosos e pardos, em ambos os períodos. foram identificados gradientes significativos das taxas de letalidade associadas com muito baixo ou baixo idhm e baixa e moderada cobertura de médicos nas ri, quando comparados os dois períodos. conclusão: desta forma, o cenário epidemiológico observado pode estar relacionado às precárias condições socioeconômicas e de políticas públicas em saúde nos territórios analisados. assim, foi evidenciada a necessidade de ampliação da cobertura de médicos e implementação de ações de educação continuada, no sentido da mitigação da ocorrência da doença estudada.
ANÁLISE SITUACIONAL: EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA CICLO SAÚDE PROTEÇÃO SOCIAL NOS MUNICÍPIOS
Pôster
Paula, J. P.1, Pessanha, M. T. C.1, Carvalho, E. S.1, Chaves, B. A. V.1, Oliveira, N.C.V.C1, Edmundo, K. M. B.1, Guimarães, B.2
1 Centro de Promoção da Saúde/Cedaps
2 Fundação Vale
Em setembro de 2023, o Programa Ciclo Saúde Proteção Social (CSPS), iniciativa da Fundação Vale, formalizou parceria com a iniciativa Fundo Juntos pela Saúde do BNDES, gerida pelo IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), para atuar em 8 municípios do Pará e 24 do Maranhão, com o objetivo de contribuir para o fortalecimento da Atenção Básica (AB) do SUS e da Proteção Social Básica no (SUAS). Objetivo: apresentar os principais resultados da análise situacional realizada com os 32 municípios e como esta análise contribuiu para a organização do Plano de Trabalho Compartilhado. Métodos: A Análise Situacional possui 3 módulos, sendo o Módulo I - Linha de Base (formulários com 11 eixos temáticos) preenchido por pontos focais designados pelos gestores municipais, posteriormente é realizada a análise descritiva das respostas, identificando os atuais cenários, desafios, potencialidades e possibilidades de contribuição do CSPS para o fortalecimento da Atenção Básica do SUS e SUAS dos municípios. Resultados: 91 % dos municípios identificaram dificuldade em cumprir as metas dos indicadores de desempenho da Atenção Básica; 40% avaliam que o preenchimento do E-SUS pode melhorar; no Maranhão, 45,9% dos municípios sinalizam que há necessidade de melhoria nas atividades relacionadas a Identificação e Cadastramento das populações vulnerabilizadas. Conclusões: O processo de análise dos dados, transformando-os em informação, possibilita que o CSPS ofereça ações e atividades para gestão e profissionais, com o intuito de aprimorar o planejamento e processos de trabalho de cada município no que diz respeito à Atenção Básica da saúde e assistência social.
APLICAÇÃO WEB PARA A ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster
FERREIRA, GO1, TAVARES, LH1, SANTOS, PHR1, LARA, AP1, SILVA, IVG2, FIGUEIREDO, RC2
1 CEFET-MG
2 UFSJ
O presente projeto visa criar meios digitais para divulgar conteúdos de saúde pública. O objetivo envolve o desenvolvimento de uma aplicação web que possibilita a visualização de notícias bem como a navegação em um mecanismo de busca avançada, ou seja, um programa de computador capaz de conversar com as pessoas a partir de troca de mensagens, projetado para fornecer respostas para as perguntas de saúde, além da criação de materiais no YouTube e Instagram. Para alcançar esses objetivos, serão utilizadas abordagens de desenvolvimento web e produção de conteúdo digital. Espera-se que os resultados sejam um aumento significativo na literacia em saúde entre os jovens. A criação de plataformas digitais e conteúdos multimídia pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a literacia em saúde pública. Este modelo pode servir de referência para futuras iniciativas de promoção da saúde digital.
AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR PARA O PNAE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Mocellin, M.C1, Ribeiro, E.C.S.1, Ribeiro, A.S.1, Monteiro, M.P.1, Lima, E.C.S.1, Souza, T.S.N1, Serra, G.M.1, Carvalho, M.V.1, Oliveira, L. C. D.1, Silva, M.1, Pereira, A.S.1
1 UNIRIO
Introdução: O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) possui desde 2009 a obrigatoriedade de utilização de, no mínimo, 30% dos recursos financeiros repassados pelo FNDE para a compra de alimentos da Agricultura Familiar (AF). O Estado do Rio de Janeiro (ERJ) possui historicamente baixa aquisição da AF, e existem lacunas temporais a serem compreendidas. Objetivo: Analisar a aquisição de alimentos da AF para o PNAE no ERJ. Metodologia: Estudo temporal com dados secundários do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sobre a aquisição da AF para o PNAE expresso em % do valor repassado entre 2011 e 2022 pelas Entidades Executoras (EEx), além da reprogramação orçamentária. Os dados foram analisados e apresentados na forma de mediana e Intervalo Interquartil, e avaliou-se diferenças estatísticas entre cada painel temporal. Resultados e discussão: A série temporal demonstrou valores crescentes do percentual de aquisição até 2019. Apenas em 2018, 2019 e 2022, as EEx obtiveram mediana de aquisição acima dos 30%. A aquisição pela Secretaria Estadual de Educação do RJ manteve-se adequada apenas em 2014, em que 52% do valor repassado foi empregado. As regiões Centro Sul, Serrana, Noroeste e Norte tiveram o maior percentual de aquisição na maioria dos painéis temporais analisados. Na pandemia (2020/2021) houve uma queda expressiva da compra, e a reprogramação chegou a 40-50%. Conclusões/Considerações Finais: Embora tenha ocorrido o aumento gradual da aquisição de AF no ERJ, ainda necessita de incentivo à estratégias de produção e oferta destes alimentos, assim como articulações entre os agricultores e as EEX.
CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE CONSTRUÍDO PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ADULTOS
Pôster
BOTELHO, V. H.1, CROCHEMORE-SILVA, I.2
1 Universidade Federal de Pelotas, Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
2 Universidade Federal de Pelotas, Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Programa de Pós-Graduação em Educação Física
Objetivo: Descrever as desigualdades socioeconômicas nas características do ambiente construído para a prática de atividade física ao redor das residências de participantes da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1982, aos 30 anos.
Métodos: Estudo transversal descritivo baseado na geocodificação dos endereços dos participantes da Coorte no acompanhamento de 2012 e avaliação por meio de um buffer de 500m ao redor das residências. Foram avaliadas características do entorno dos domicílios (Censo Demográfico de 2010), as ciclovias e os espaços públicos de lazer (Sistema de Informações Geográficas e auditagem). Desigualdades socioeconômicas foram descritas a partir do indicador econômico nacional (IEN, categorizado em quintis).
Resultados: Entre os 2808 participantes, 31% e 55% das residências do quintil mais pobre (Q1) e 45% e 60% do quintil mais rico (Q5) localizavam-se em ruas pavimentadas e com iluminação pública, respectivamente. Calçada (35% do Q1 e 47% do Q5) e arborização (49% do Q1 e 53% no Q5) também foram mais comuns entre os mais ricos. Para cada participante, havia em média 3,3 espaços públicos de lazer, entretanto no Q1, havia em média 2,9 e no Q5, 4,4. A média de ciclovias para cada participante foi de 0,9 sendo do Q1 0,7 e Q5 1,4.
Conclusões: Os participantes de maior nível econômico possuem maior disponibilidade de características positivas do ambiente construído para atividade física no entorno de suas residências.
COMPORTAMENTO OBESOGÊNICO DE ESCOLARES E SEUS RESPONSÁVEIS
Pôster
Fróis, L.F1, Rodrigues, E.C1, Tavares, N.F1, Camargo, P.P1, Barbosa. B.C.R1, Mendonça, R.M1, Meireles, A.L1
1 Universidade Federal de Ouro Preto
Objetivo: Investigar o tempo de tela entre estudantes e seus responsáveis, antes e durante a pandemia da covid-19 e os fatores sociodemográficos associados. Métodos: Estudo transversal, realizado entre junho/julho de 2020, com responsáveis por escolares de escolas públicas de Mariana e Ouro Preto – Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada por inquérito telefônico, sendo investigadas características sociodemográficas e o tempo gasto por dia frente a telas (TV/vídeo-game/computador/tablet/celular). O tempo de tela foi avaliado em minutos e classificado segundo diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria. Foi aplicado o teste T student pareado para comparar médias do tempo de tela antes e após o início da pandemia, e regressão logística ajustada por sexo e idade para estimar fatores associados entre o tempo de tela elevado com as condições sociodemográficas. Resultados: Participaram do estudo 590 pares (responsável/estudante). A prevalência de tempo de tela elevado dos estudantes durante a pandemia foi de 83,5%. Houve aumento na média diária de tempo de tela de 158 minutos antes da pandemia para 316 minutos após início da pandemia, pelos estudantes (p <0.001). Fatores associados ao tempo de tela elevado dos estudantes após o início da pandemia foram maior classe socioeconômica (OR= 2,74; IC95%: 1,47;3,10), residir em área urbana (OR=1,81; IC95%: 1,05;5,91), elevado tempo de tela dos responsáveis (OR= 3,03; IC95%: 1,56;5,91) e estudantes que já apresentavam comportamento sedentário antes da pandemia (OR=9,40; IC95%: 4,79;18,45). Conclusão: Condições sociodemográficas e familiar contribuiu para maior exposição de estudantes a telas, durante a pandemia de covid -19.
CONHECIMENTO SOBRE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL E HÁBITOS DE VIDA EM GESTANTES
Pôster
Dias, R.R.1, Carvalho, H.T.1, Martins, P.B.2, Betat, L.P.2, Cruz, F.C.1, Pereira, H.S.1, Dias, A.M.1
1 UFMG
2 UFRS
Objetivo: estimar a associação entre o conhecimento sobre diabetes mellitus gestacional (DMG) e hábitos de vida em gestantes com a doença. Métodos: Estudo transversal, realizado em Belo Horizonte com 391 gestantes de 18 anos ou mais, com diagnóstico de DMG. Como desfechos foram considerados: prática de exercício físico e consumo de frutas, verduras e alimentos ultraprocessados. Como exposição, foi considerado o somatório de acertos a perguntas sobre DMG, categorizado em valores acima e abaixo da mediana de acertos. Para analisar a associação entre conhecimento sobre DMG e hábitos de vida, foi realizada regressão de Poisson multivariada, ajustada por idade, raça/cor, renda e escolaridade. Resultados: na análise ajustada, mulheres com melhor conhecimento sobre DMG realizaram atividade física com maior frequência (RP= 2.22;IC 95%1.17-4.22) e consumiram frutas e verduras por 5 ou mais vezes na semana com mais frequência (RP= 2.00;IC 95%1.38-2.91; RP1.81;IC 95%1.32–2.49, respectivamente), em relação a mulheres com baixo conhecimento sobre DMG. Entretanto, o conhecimento sobre DMG não foi associado ao consumo de alimentos ultraprocessados (RP= 1.37- IC 95%0.94- 2.00). Conclusões: ter conhecimento em relação ao DMG foi associado à prática de atividade física e consumo adequado de frutas e verduras, porém não foi associado ao consumo de alimentos ultraprocessados.
DESAFIOS DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM EPIDEMIOLOGIA: RESULTADOS DE UM LABORATÓRIO DA USP
Pôster
Jesus, S.1, Savalli, C.1, Chiavegatto Filho, A.1
1 USP
A divulgação científica é uma iniciativa cada vez mais essencial para compartilhar novas descobertas e desmistificar concepções equivocadas. De abril a junho de 2024, o Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps) da Faculdade de Saúde Pública da USP, realizou postagens no Instagram, com foco em vídeos, notícias, Journal Club e respostas de perguntas. Foi utilizado o Meta Suite Business para analisar alcance e curtidas das postagens. Um total de 33 postagens foram produzidas no período: vídeos (10), notícias (13), Journal Club (7) e respostas a perguntas (3). O alcance médio das postagens foi maior para vídeos (768.7 visualizações, com desvio padrão de ± 330.7), seguido por resposta a perguntas (691.3 ± 425.2), notícias (617.9 ± 409.6) e Journal Club (392.0 ± 93.4). A resposta a perguntas recebeu mais curtidas em média (70.7 ± 51.4), seguido por notícias (59.0 ± 31.5), vídeos (52.7 ± 20.4) e Journal Club (23.7 ± 8.3). Em termos de resultados qualitativos, as edições em reels, incluindo sobreposições, efeitos sonoros e legendas, tiveram um maior alcance, levando a uma maior entrega para não seguidores. Notícias com títulos mais deterministas a respeito de IA alcançaram mais contas, enquanto títulos mais supositivos apresentaram menor engajamento. O Journal Club atraiu um público mais técnico, com conhecimento prévio na área, resultando em um menor alcance. A partir desses resultados, o Labdaps irá ampliar e diversificar sua divulgação em vídeo, usar títulos objetivos em suas notícias e permanecer com o Journal Club para um público mais seleto.
DESAFIOS DO USO DE ÁGUA POTÁVEL EM UMA COMUNIDADE CARENTE DO BICO DO PAPAGAIO
Pôster
Martins, G. M. T.1, Porto, A. C. S.1, Pires, N. M. C.1, Ataides, V. M.1, Andrade, J. P.1, Oliveira, N. S. D.1, Oliveira, M. C. A.1, Sallet, L. A. P.1
1 UNITINS
Objetivos: Este relato visa descrever os desafios enfrentados por uma comunidade carente no município do Bico do Papagaio no uso de água potável, destacando as disparidades no acesso ao saneamento básico e às diferentes fontes de água. Métodos: Este estudo transversal coletou dados sobre o acesso a diferentes fontes de água potável em uma população de 1.511 pessoas do município do km 16 em Augustinópolis no Tocantins. As fontes de água analisadas incluem água filtrada, água clorada, água mineral e água sem tratamento direto da torneira. Resultados: A pesquisa revelou que apesar de não existir saneamento básico no município, contribuindo para o resultado de apenas 185 pessoas (12,2%) tendo acesso a água filtrada por meio de filtros de barro. Outras 161 pessoas (10,6%) utilizam água clorada e uma pequena parcela da população recorre à água mineral, necessitando comprar os galões de água. No entanto, a maioria significativa de 597 pessoas (39,5%) usa água sem qualquer tratamento diretamente da torneira. Estes números refletem uma disparidade preocupante na qualidade da água consumida pela comunidade. Conclusões: A falta de existência de saneamento básico na cidade não garante o acesso equitativo a água potável de qualidade. A maioria da população depende de água não tratada, aumentando os riscos à saúde. Este relato de experiência destaca a necessidade urgente de intervenções que promovam a ampliação do acesso a fontes seguras de água potável e a conscientização sobre a importância do tratamento adequado da água para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida da comunidade.
DESCRIÇÃO DOS ATENDIMENTOS ANTIRRÁBICOS HUMANOS NOTIFICADOS NA UNIDADE REGIONAL DE SAÚDE
Pôster
Silva, P.C1
1 SES-MG , Superintendência Regional de Saúde de Pouso Alegre
Objetivo: descrever o perfil das notificações de atendimentos antirrábicos na Unidade Regional de Saúde de Pouso Alegre entre os anos de 2017 a 2021. Métodos: estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo dos atendimentos antirrábicos humanos de profilaxia antirrábica que foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: foram notificados 18.922 atendimentos antirrábicos, com uma média de 3.784 notificações por ano. Houve maior percentual de atendimentos em pessoas do sexo masculino (n = 10.215; 53,98%), a faixa etária mais acometida foi a de 20 a 34 anos (n: 4.463; 23,6%), residentes em área urbana (n = 15.369; 81,22%). As espécies animais mais envolvidas nos acidentes/agressões foram a canina (82%), a felina (12,12%). A conduta profilática mais frequente foi a observação do animal (44,02%) e 64,04% dos animais apresentavam-se sadios no momento da agressão. Na análise de completude dos campos, destacaram-se negativamente os campos 49; 37, 48 e 42 que foram preenchidos como ignorado ou deixados em branco em 50,13%; 30%; 27,62% e 9% das notificações, respectivamente. Em 11,3% dos acidentes causados por quirópteros, observamos tratamentos incompatíveis ou insuficientes, como dispensa de tratamento, observação do animal. Conclusão: Melhorias no preenchimento das fichas de notificação do SINAN e na investigação dos acidentes são necessárias, assim como o conhecimento das espécies animais potencialmente transmissoras da raiva, tanto pelos profissionais de saúde, quanto pela população, indicando necessidade de capacitação dos profissionais da assistência sobre os ciclos da raiva e adoção de medidas socioeducativas junto à população sobre o risco de acidentes.
FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA SEPSE/CHOQUE SÉPTICO EM PACIENTES DE UNIDADE INTENSIVA
Pôster
Bezerra, A. D. C.1, Maciel, N. S.2, Pinto, J. F. M.1, Silva, L. M. S.1
1 Universidade Estadual do Ceará (UECE)
2 Universidade Federal do Ceará (UFC)
Objetivo: analisar fatores de risco e proteção para sepse/choque séptico em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: estudo transversal, com dados de prontuários de pacientes da UTI, de um Hospital Geral de Fortaleza-CE, de agosto de 2018 a julho de 2023, coletados no período de junho a agosto de 2023. No cálculo da amostra considerou-se: prevalência de 30%, erro amostral de 3,5% e nível de significância de 5%, totalizando 659 pacientes. Foram utilizadas análises de Qui-quadrado, e na impossibilidade do teste, a Razão de Verossimilhança para verificar associações entre sepse/choque séptico e variáveis categóricas, com análise não ajustada para variáveis com p<0,2 e significância estabelecida em p<0,05, no modelo ajustado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), sob o número 6.168.884. Resultados: fatores de proteção identificados incluíram glicemia <100 mg/dl (p<0,001; RP=0,7; IC 95%: 0,6-0,9), bilirrubina total baixa (p<0,001; RP=0,5; IC 95%: 0,3-0,7), não uso de vasopressor (p=0,001; RP=0,7; IC 95%: 0,5-0,9) e temperatura controlada (p<0,001; RP=0,7; IC 95%: 0,6-0,8). Fatores de risco incluíram raça/cor anca (p<0,001; RP=1,9; IC 95%: 1,5-2,4) e preta (p<0,001; RP=1,7; IC 95%: 1,3-2,2), plaquetas elevadas (p<0,001; RP=1,9; IC 95%: 1,6-2,3), e contagem de glóbulos brancos <4.000/µL (p<0,001; RP=1,9; IC 95%: 1,4-2,5) ou entre 4.000-10.000/µL (p=0,032; RP=1,3; IC 95%: 1,02-1,6). Conclusão: a gestão adequada da glicemia, bilirrubina, uso de vasopressores e temperatura pode proteger contra sepse/choque séptico, enquanto raça/cor, contagem de plaquetas e anomalias nos glóbulos brancos são fatores de risco importantes.
GASTOS COM INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM PERNAMBUCO
Pôster
Farias, S.J.M.1, Geraldo, S.M.2, Silva, L.M.1, Silva, M.L.F.I.2, Rodrigues, B.L.S.2, Marinho, R.B.B.1
1 Fiocruz/PE
2 UFPE
Objetivo: Descrever os gastos com internação por condições sensíveis à atenção básica(ICSAB) em Pernambuco no ano de 2023. Método: Realizou-se um estudo do tipo descritivo de corte transversal para identificar e descrever os gastos com internações hospitalares por ICSAB em Pernambuco no ano de 2023. Os dados foram coletados no Sistema de Informações Hospitalares com auxílio da ferramenta Tabnet da Secretaria Estadual de Saúde/PE e no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os dados foram processados no software Microsoft Excel, utilizando procedimentos de estatística descritiva. Resultado: No estado de Pernambuco, foram registradas 94.954 internações e 5.620 óbitos com uma taxa de mortalidade específica de 57,42/100.000 habitantes em 2023. Essas representaram um gasto total de R$ 122.176.068,52 o que equivale a 12,31% do valor total gasto com internação no estado em 2023 e representa um valor médio per capita de R$12,48, sendo 51,99% no sexo masculino (R$ 13,52). Cabe destacar ainda que entre as causas a que teve maiores gastos foram Insuficiência Cardíaca R$ 29.996.150,83 e Doenças cerebrovasculares R$15.034.440,64, dentre essas causa vale salientar ainda as doenças imunopreveníveis obtiveram um gasto significante (R$4.825.424,13) representando 3,95% dos gastos totais por ICSAB. Conclusão: As internações por ICASB ainda se configuram como uma problemática para o Sistema Único de Saúde, especialmente quando causadas por morbidade ou agravos como as preveníveis por imunização. Assim, faz-se necessário a realização de estudos que possam avaliar as causas dessas internações e estratégias de expansão e qualificação da Atenção básica para intervir e atenuar essa problemática.
INTERVALOS DE REFERÊNCIA DOS ÍNDICES HEMATOLÓGICOS: ELSA BRASIL
Pôster
Almeida, NA1, Barreto, SM2, Ferreira, LGR1, Maluf, CB2, Vidigal, P2, Rios, DRA1, Figueiredo, RC1
1 UFSJ
2 UFMG
Objetivo: Determinar intervalos de referência (IR) de índices hematológicos derivados de parâmetros do hemograma em indivíduos saudáveis. Método: Este estudo incluiu participantes da linha de base (Minas Gerais/Rio Grande do Sul) do estudo ELSA-Brasil com informações do hemograma. Foram excluídos participantes com proteína C reativa>10mg/dL; auto relataram: problemas de saúde/últimas 12h, usar medicação contínuo, saúde regular/ruim/muito ruim, diabetes mellitus, hipertensão arterial, doença cardiovascular, doença hepática, câncer e tabagismo; obesidade (IMC≥30kg/m2), taxa de filtração glomerular <60mL/min e com subtipos leucocitários fora do IR estabelecido pela Pesquisa Nacional de Saúde. Os índices avaliados foram: razões neutrófilos/linfócitos (RNL), plaquetas/linfócitos (RPL), linfócitos/monócitos (RLM), neutrófilos/global leucócitos – neutrófilos (derived NLR), índices resposta à inflamação sistêmica (SIRI), índice agregado de inflamação sistêmica (AISI), índice imunoinflamação sistêmica (SII). Utilizou o teste Dixon para verificar outliers, Kolmogorov-Smirnov a distribuição, Mann Whitney diferenças entre subgrupos de sexo e idade e indicar IR pela estatística de Harris/Boyd. O IR correspondeu ao intervalo entre percentis 2,5-97,5. Resultados: A amostra analítica totalizou 759 indivíduos. A maioria era homem (54%), idade entre 35-59 anos (92%). Os valores das medianas da RML e SIRI foram estatisticamente maiores nos homens e RPL, RLM e SII nas mulheres (p<0,05). Os IR foram categorizados para parâmetros que atenderam pelo menos um critério da estatística Harris/Boyd e recomendações do documento C28‐A3 Clinical and Laboratory Standards Institute(CLSI). Os IR foram: RNL:[0.843.77]; RLM:[1.95-7.39]; dNLR:[0.65-2.50]; SIRI:[0.29-2.19]; AISI:[61.72–521.60]; SII:[168.17-871.72]; RPL:[mulheres:75.99–236.34; homens:69.31–206.10]; RML:[mulheres:0.13–0.45; homens:0.15–0.53]. Conclusão: Devido à qualidade dos dados foi possível garantir uma amostra saudável e estabelecer IR.
INVESTIGAÇÃO DE INFORMAÇÃO: PRODUÇÃO DE BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
Pôster
Cordeiro, L. C. A. C.1, Coimbra, V. C. S.2
1 UFF
2 UEMA
Com o uso de registros epidemiológicos, é possível entender a dinâmica de prevalência e incidência de algumas doenças em determinada região, o que pode ajudar a desenvolver programas de prevenção mais eficazes para cuidar da saúde animal e humana na área. O objetivo deste projeto foi elaborar um boletim epidemiológico mensal com informações sobre atendimento clínico, procedimentos cirúrgicos, exames de imagem, testes diagnósticos laboratoriais e doenças zoonóticas atendidas, durante o período de setembro de 2022 a julho de 2023. A coleta de dados foi realizada diariamente por meio do levantamento das fichas clínicas (prontuários) de pacientes com diagnósticos definitivos e presuntivos atendidos no HVU-UEMA. Os dados obtidos foram compilados e analisados estatisticamente para obter frequências absolutas e relativas na plataforma Excel, em seguida foram usados para elaborar boletins epidemiológicos mensais. Foram elaborados 11 boletins epidemiológicos que permitiram uma visão abrangente das ações realizadas no HVU-UEMA, abordando variáveis referente às informações gerais dos atendimentos, informações obtidas durante a anamnese dos animais atendidos, informações obtidas nas fichas cirúrgicas e doenças zoonóticas encontradas na população animal, os boletins foram distribuídos e divulgados dentro da instuição e por meio de redes socias. A partir desse estudo possível observar a sazonalidade de enfermidades, demandas específicas e criar um espaço onde foi possível se informar sobre a saúde animal e epidemiologia. o projeto, contribuiu para instrução de médicos veterinários que atendiam no HVU-UEMA e para criação de políticas públicas de prevenção de zoonoses.
MACHINE LEARNING PARA PREDIÇÃO DE MORTALIDADE: META-ANÁLISE DE 88 ESTUDOS
Pôster
Delpino, F. M.1, Pimenta, L. P.2, Gonzalez, D. F.1, Victor, A.2, Araújo, C.1, Moura, K. A.2, Batista, S. R.3, Chiavegatto Filho, A. D. P.2, Nunes, B. P.1
1 UFPel
2 USP
3 UFG
Objetivos: A Machine Learning tem ganhado destaque na predição de mortalidade; no entanto, é fundamental identificar a capacidade dos modelos em prever a mortalidade por todas as causas em diferentes contextos. Este estudo objetivou revisar a literatura e realizar uma meta-análise sobre o desempenho de modelos de machine learning na predição de mortalidade por todas as causas.
Métodos: Uma revisão sistemática com meta-análise foi realizada utilizando as bases de dados Pubmed, LILACS, Web of Science e Scopus, incluindo estudos publicados até o final de 2023. A revisão incluiu estudos que fizeram predição de mortalidade por todas as causas utilizando machine learning (registro PROSPERO: CRD42023476567). A meta-análise foi realizada utilizando Python, empregando um modelo de efeitos fixos. A heterogeneidade foi avaliada pelo teste I². Os resultados foram reportados como a Área Sob a Curva ROC (AUC) com intervalos de confiança de 95% (IC 95%).
Resultados: No total, 88 estudos foram incluídos, a maioria realizada nos Estados Unidos (n = 25). Os resultados da meta-análise demonstraram alto desempenho preditivo para mortalidade por todas as causas (AUC: 0.866; IC 95%: 0.866, 0.867, I²: 99.95%). Os modelos tiveram melhor desempenho em países de alta renda (AUC: 0.869; IC 95%: 0.868, 0.869, I²: 99.97%) em comparação aos de baixa e média renda (AUC: 0.828; IC 95%: 0.824, 0.833, I²: 97.97%).
Conclusões: Os resultados são promissores, mas indicam para uma alta heterogeneidade entre os estudos, que pode refletir diferenças metodológicas. Além disso, os novos estudos precisam focar na obtenção de equidade entre países e grupos populacionais.
MACHINE LEARNING PARA PREDIÇÃO DE ÓBITO DE PACIENTES COM ENDOCARDITE INFECCIOSA
Pôster
Furtando, M.1, Savali,C.2, Chiavegatto,A.3, Focaccia, R.S.4, Medeiros, D.4, Varejão, T.M.4, Paixão, M.R.4, Machado, R.C.G3
1 Harvard
2 Unifesp
3 FSP USP
4 Incor HCFMUSP
A endocardite infecciosa (EI) é uma doença de alta letalidade que se caracteriza por um processo infeccioso das válvulas cardíacas. A utilização de algoritmos de ML como ferramenta de predição de óbito nos portadores de EI pode auxiliar a estratificar pacientes com alto risco. Foram analisados dados de uma coorte retrospectiva, composta por 957 pacientes com endocardite infecciosa de um hospital de São Paulo, dividida em dois grupos: grupo A - pacientes com idade inferior a 60 anos e grupo B - pacientes com idade superior a 60 anos. Foram desenvolvidos algoritmos de ML com o objetivo de predizer o risco de óbito nesses pacientes. As variáveis utilizadas para desenvolver os modelos de predição incluíram histórico de saúde prévio e dados de exames laboratoriais. Nas duas análises, os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, em que 70% constituíram o grupo de treinamento e 30% o grupo de teste. Foi avaliada a performance preditiva dos algoritmos XGBoost, LightGBM, CatBoost e Random Forest. O modelo com o melhor desempenho preditivo nos dois grupos foi o algoritmo CatBoost, apresentando para o grupo A uma AUC de 0,74, acurácia de 0,82 e sensibilidade de 0,11, e para o grupo B uma AUC de 0,73, acurácia de 0,71 e sensibilidade de 0,31. Foi também aplicada a técnica Shapley Additive exPlanations (SHAP) para avaliar quais variáveis tiveram o maior impacto no desfecho. Os resultados apontam para a possibilidade de construção de modelos que possam predizer precocemente o risco de mortalidade em pacientes com endocardite infecciosa.
MORBIMORTALIDADE POR DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO NO PARÁ, 2013 A 2022
Pôster
Costa, S.R.1, Reis, E.A.C.1, Santiago, F.G.S.1, Farias, Y.N.2
1 UEPA
2
Objetivo: Descrever o perfil da morbimortalidade por doenças neurológicas em residentes do Estado do Pará no período de 2013 a 2022. Métodos: Estudo descritivo com dados de livre acesso oriundos dos Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM) e hospitalizações do SUS (SIH-SUS), selecionando os registros com causas do capítulo VI – CID10 - ocorridos em residentes do estado do Pará entre 2013 e 2022. Foram realizadas tabulações e análises com programas Tabwin e Excel. Resultados: No período de 2013 a 2022 ocorreram um total de 7.086 óbitos e 34.941 internações por doenças do sistema nervoso no Estado do Pará, com um aumento de 115% e 80% no período, respectivamente. A morbidade hospitalar foi maior na faixa etária até 59 anos (80%), enquanto a mortalidade se concentra em maiores de 60 anos (62,0%). A variável raça/cor apresentou elevada proporção de dados faltantes nas hospitalizações (> 25%). Nos óbitos, cerca de 65,5% são pardos. Em relação ao sexo, ambos são afetados de maneira similar. Entre as causas de mortalidade, a doença de Alzheimer se destaca como principal causa específica (36%), principalmente em mulheres (63%). O maior percentual de internações ocorreu por Epilepsia (26%). Conclusões: A morbimortalidade por doenças neurológicas vem aumentando no estado do Pará, com destaque para a maior letalidade de doenças como o Alzheimer na faixa etária mais idosa e a Epilepsia, particularmente na morbidade hospitalar e pessoas mais jovens. Esses resultados refletem as necessidades de organizações dos serviços de saúde para atender esta demanda no Pará.
PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA: INDICADORES DA AGENDA 2030 RELACIONADOS À SAÚDE, 1990 A 2030
Pôster
Cardoso, L. S. de M.1, Araújo, V. E. M. de1, Silva, A. G. da1, Veloso, G. A.2, Vasconcelos, N. M. de1, Santos, S. L. A. dos1, Hartz, Z. M. A.3, Ferrinho, P.3, Barros, F. P. C. de4, Ferreira, A. V. L.5, Cardoso, P.6, Mendonça, M. da L. L.7, Sidat, M.8, Faria, T. M. T. R.1, Ribeiro, A. L. P.1, Malta, D. C.1
1 UFMG
2 UFF
3 Universidade Nova de Lisboa
4 Universidade Federal de Goiás
5 Universidade Katyavala Bwila
6 Ministério da Saúde Pública, Guiné-Bissau
7 Instituto Nacional de Saúde Pública de Cabo Verde
8 Universidade Eduardo Mondlane
Objetivos: Analisar os indicadores da Agenda 2030 relacionados à saúde em países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), sua evolução temporal e investigar a existência de correlação com o status sociodemográfico desses países. Métodos: Estudo ecológico e de série temporal, descritivo e analítico. Foram analisadas estimativas referentes a quinze indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à saúde entre 1990 a 2021, e respectivas projeções até 2030, dados esses produzidos no estudo Global Burden of Disease (GBD) 2021. Para o ano de 2021, foram avaliadas as correlações de Spearman entre o Sociodemographic Index (SDI) do GBD e os indicadores selecionados, sendo reportados os valores de p do teste de hipótese ao nível de significância estatística de 5%. Resultados: No geral, Portugal e Brasil apresentaram os melhores desempenhos dos indicadores, seguidos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Nos demais países, verificou-se altas taxas de doenças infecciosas, desnutrição, mortalidade materna e na infância, e baixas coberturas vacinais e de esgotamento sanitário. O SDI apresentou correlação negativa com a taxa de mortalidade na infância (R=-0,82; p<0,05), a desnutrição (R=-0,7; p<0,05), a incidência de tuberculose (R=-0,73; p<0,05) e positiva com a cobertura de esgotamento sanitário (R=-0,83; p<0,05). Conclusões: Os países da CPLP diferiram no desempenho dos indicadores analisados. Portugal e Brasil apresentaram os melhores desempenhos e, contrariamente, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Guiné Equatorial e Timor-Leste os piores. As projeções para 2030 seguiram o mesmo padrão e, embora apontem para uma tendência de melhora, metas dos ODS poderão não ser alcançadas.
PERFIL DE USO DE IMUNOSSUPRESSORES PARA TRANSPLANTADOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM 2023
Pôster
Okamoto, F.K.1, Coutinho, M. A.1, Schneiders, R. E.1, Pereira, M. A.1
1 Ministério da Saúde
Objetivo: Analisar o perfil de utilização de medicamentos imunossupressores adquiridos pelo Ministério da Saúde (MS) para transplantados renais, cardíacos e hepáticos pelo Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) no SUS em nível nacional.
Métodos: trata-se de um estudo descritivo transversal a partir da utilização da base de dados de solicitação de medicamentos pelas Secretarias Estaduais de Saúde ao MS em 2023 para os medicamentos em análise. Foram excluídos dados duplicados ou em desconformidade com os critérios definidos nos PCDTs do MS.
Resultados: Houve o pedido de medicamentos para 547.838 usuários, sendo encaminhado 154.000.920 unidades farmacêuticas. A região sudeste apresenta 49,45% deste total de pacientes e consumiu 52,25% do total de imunossupressores. O estado de São Paulo possuiu maior número de pacientes cadastrados (28,56%), com uso de 30,81% dos medicamentos em nível nacional, enquanto o menor número de pacientes (0,09%) e de utilização (0,09%) foi observado no Amapá. O tacrolimo 1 mg é o imunossupressor mais solicitado (55,51%) seguido de micofenolato de sódio 360 mg (25,09%), e sirolimo 2 mg é o menos solicitado (0,45%). O gasto do MS para aquisição desses imunossupressores em 2023 foi de R$ 239.060.777,10, representando 0,69% do gasto total do CEAF para aquisição centralizada de medicamentos.
Conclusão: Esses dados fornecem subsídios ao MS para o planejamento e aprimoramento das políticas de saúde, permitindo uma melhor alocação de recursos e uma abordagem mais direcionada às necessidades específicas dos usuários do SUS.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE MATERNA DE UMA MATERNIDADE EM RECIFE-PE
Pôster
Londres, S. M. D. N.1, Ferreira, C. N.2, Queiroz, A. M.1, Azevêdo, R. S. A.1, Silva, B. M.1
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE)
2 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
A mortalidade materna é considerada um grave problema de saúde pública, uma vez que, na maioria das vezes, suas causas são evitáveis. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico da mortalidade materna de uma maternidade de referência em gestação de alto risco, em Recife- PE. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal, realizado a partir de dados secundários de óbitos maternos investigados pela vigilância epidemiológica da maternidade, no período de 2015 a 2021. Os dados foram organizados no Microsoft Excel e posteriormente processados pelo Software GNU PSPP. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, relativas ao pré-natal, morbidade, parto, puerpério e óbito. Resultados: Observou-se predominância de gestantes e puérperas na faixa etária entre 20 e 29 anos (39,0%), com nível de escolaridade de 8 a 11 anos de estudo (24,4%), solteiras (43,9%), de cor parda (75,6%), provenientes de municípios adjacentes à região metropolitana. Foi predominante o óbito por causas obstétricas diretas (65,9%), no período puerperal, com desfecho da gestação por meio de cesariana. Destacou-se as síndromes hipertensivas na gestação como principal causa obstétrica direta (31,7%), seguida pelas infecções puerperais (12,2%) e hemorragias pós-parto (9,8%). No que se trata das causas obstétricas indiretas, prevaleceram as complicações cardiovasculares (17,1%). Conclusões: Este estudo demonstrou que existe uma população mais vulnerável e com maior risco para complicações e óbito, baseado nos fatores sociais como idade, raça, estado civil e escolaridade. Esses achados direcionam para a necessidade de readequação da assistência à mulher que está vivenciando o período gravídico-puerperal.
PREP NA RUA EM CASAS DE PROSTITUIÇÃO - ACESSANDO TRABALHADORAS DO SEXO EM SÃO PAULO
Pôster
Bueno, F. M. B.1, Queiroz, A. S.1, Sala, E. A.1, De Paula, C. A.1, Souza, M. A. F.1, Abbate, M. C.1
1 Coordenadoria de IST/Aids da cidade de São Paulo - SMS
Objetivos: Ampliar o acesso à profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) a trabalhadoras do sexo da cidade de São Paulo, assim como diminuir barreiras de acesso aos Testes Rápidos (TR) de HIV e sífilis para essa população.
Métodos: Foram desenvolvidas 225 atividades de testagem e prevenção em casas de prostituição em São Paulo, entre agosto/2022 e abril/2024. Em tais atividades foram ofertadas às trabalhadoras do sexo atendidas TR de HIV, PrEP, PEP, com cadastro, exame com point-of-care de creatinina, e dispensação das profilaxias no local. Foi ofertado TR de sífilis em 207 das atividades. Elas ocorreram em datas/horários acordados com os estabelecimentos, antes ou durante o horário de funcionamento dos locais. Foram realizadas com equipes reduzidas - 2 a 4 profisisionais -, intencionando adequação aos espaços acessados.
Resultados: Foram realizados 1.553 TR de HIV, com 4 resultados positivos, 1.285 TR de sífilis, com 157 positivos, em mulheres cisgênero, transexuais e travestis trabalhadoras do sexo. Do total de atendimentos realizados pela RME nas atividades que ocorreram nas casas de prostituição da cidade, aproximadamente 61,9% (961) retiraram a PrEP, dando continuação ou iniciando o seu uso.
Conclusões: Tendo em vista que a população acessada demonstrou interesse significativo em fazer uso da PrEP como estratégia de prevenção ao HIV, fica evidenciada a necessidade de ofertar cuidados especializados a essas mulheres para além do modelo convencional de atendimento, ao levar testagens e prevenção em seu local de trabalho.
PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE EM USUÁRIOS ADULTOS E IDOSOS COM COVID LONGA EM JOÃO PESSOA - PB
Pôster
Alverga, C. C. F.1, Carvalho, A, L. B.1, Freitas, G. R. M1, Amorim, M. C.2, Oliveira, C. R.1, Anacleto, R. M. M.1, Moraes, J. A. C.1, Rocha, I. S.1, Silva, L. T.1, Alves, B. C. P. S.1, Cardoso, J. R. A.1, Ferreira, F. E. L. L.1
1 UFPB
2 SMS - João Pessoa
Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar a prevalência da ansiedade em usuários com COVID longa em João Pessoa - PB.
Métodos: A população do estudo foi composta por 222 usuários pertencentes as principais unidades de saúde dos distritos sanitários de João Pessoa- PB, no qual foram definidos elegíveis por meio de diagnóstico laboratorial para COVID-19 no ano de 2021. Os participantes preencheram um instrumento construído e validado sobre os aspectos sintomatológicos da COVID longa. A prevalência da ansiedade no que concerne como sintomatologia da COVID longa foi definida quando vislumbrado a persistência por mais de três meses após a infecção por SARS-CoV-2. Os dados obtidos foram analisados através de estatística descritiva.
Resultados: A população obtinha uma média de idade de 49 anos, com maioria de mulheres (68%). Além disso, a maioria da população era parda ou preta (72,1%). Quando observado sobre a ocorrência permanente da ansiedade após a COVID aguda, 56,6 % da população relatou ter sentido em algum momento, seja por menos de 1 mês, de 1 a 2 meses, de 2 a 3 meses ou por mais de 3 meses. Ademais, quando analisado sobre a especificidade da categoria de “por mais de 3 meses”, apresenta-se prevalência de 38,74%.
Conclusão: Este estudo demonstra a recorrência da ansiedade como sintoma presente na COVID longa, viabilizando possíveis insights em relação aos impactos sobre a qualidade de vida, como também em relação aos protocolos de cuidado e manejo, principalmente quando relacionado a diagnósticos psiquiátricos e ou a pacientes hospitalizados
PREVALÊNCIA DE BAIXO LETRAMENTO EM SAÚDE NO BRASIL: UM INQUERITO DOMICILIAR MULTICÊNTRICO
Pôster
de Jesus, P.R.1, Sempé, T. da S.2, Mengue, S.S.1, Flores, L.M.3, Ries, E..F.3, da Silva, J.F.M.4, Corrêa, P.M.4, Alvarenga, M.R.M.5, Renovato, R.D.6, Maciel, R.F.7, da Silva Dal-Pizzol, T.8
1 Programa de Pos-Graduação em Epidemiologia, UFRGS
2 Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica, UFRGS
3 Departamento de Saúde Coletiva, UFSM e Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, UFSM
4 Curso de Farmácia, UFPel
5 Programa de Pós-Graduação Ensino em Saúde, UEMS
6 Curso de Enfermagem, UEMS e Programa de Pós-graduação Ensino em Saúde, UEMS
7 Curso de Medicina, Curso de Letras, UEMS, Programa de Pós-graduação em Letras da UEMS
8 Programa de Pos-Graduação em Epidemiologia e Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica, UFRGS
Objetivo: Avaliar a prevalência do baixo letramento em saúde da população brasileira residente em municípios da região Sul e Centro-Oeste.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado por meio de amostragem por conglomerados em três estágios: setor censitário, quadra e domicílio. Foram entrevistados residentes de três municípios do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas) e dois municípios do Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Dourados). Com auxílio do aplicativo Redcap, foram coletados dados sociodemográficos e aplicado o Teste de Letramento em Saúde modificado. O teste avalia habilidades de numeramento e de compreensão de textos da área da saúde. O letramento em saúde foi classificado em três categorias: adequado, limitado e inadequado. Os dados foram analisados no programa RStudio versão 2023.12.1.
Resultados: A média da taxa de resposta variou de 33,0% a 58,1%. A amostra foi composta por 1.181 indivíduos, sendo 50,8% mulheres, com idade média de 44,9 (DP 0,9) anos e média de escolaridade de 11,6 (DP 0,2) anos. O percentual de letramento inadequado em saúde variou de 7,6% a 20,1% entre os municípios investigados, enquanto o letramento limitado variou de 11,7% a 19,8%.
Conclusão: A população dos municípios investigados apresentou percentual substancial de baixo letramento (limitado e inadequado), sugerindo que as dificuldades em usar e interpretar textos, documentos e números efetivamente podem influenciar negativamente nos desfechos em saúde.
PREVALÊNCIA DO BAIXO LETRAMENTO EM SAÚDE NO BRASIL: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE
Pôster
Jesus, P.R.1, Bianchini , B.V.1, Ziegelmann, P.K.1, Dal Pizzol, T.S1
1 UFRGS
Objetivo: Estimar a prevalência de baixo letramento em saúde (LS) no Brasil por meio de uma revisão sistemática e metanálise.
Métodos: Foram incluídos estudos observacionais avaliando a prevalência de baixo LS na população residente no Brasil. A busca foi realizada em junho de 2023 nas seguintes bases de dados: PubMed, CINAHL, EMBASE, ERIC, LILACS, PsycINFO, Redalyc, SciELO, Web of Science, PQDT e nas listas de referências dos estudos incluídos. Dois revisores realizaram de forma independente a seleção, extração e avaliação do risco de viés (JBI Critical Appraisal Checklist para estudos de prevalência). Foram coletados dados sobre a prevalência e local de coleta. Os instrumentos usados para medir o LS foram classificados conforme o método de avaliação: compreensão de leitura e numeramento, reconhecimento de palavras e autorrelato. A metanálise foi conduzida utilizando modelos de efeitos aleatórios com intervalos de confiança de 95%.
Resultados: Foram incluídos 57 estudos, totalizando 11.445 participantes. A estimativa de prevalência de baixo LS foi de 46,28% (37,46% a 55,34%) para instrumentos que avaliam leitura e numeramento, 65,72% (59,48% a 71,45%) para instrumentos que avaliam o reconhecimento de palavras, e 43,90% (37,04% a 51,00%) para instrumentos que avaliam o autorrelato. A maioria dos participantes foram entrevistados em serviços de saúde (55,09%). No geral, os estudos apresentaram alto risco de viés.
Conclusão: A alta prevalência de baixo LS no Brasil destaca a necessidade de políticas públicas que facilitem o acesso às informações de saúde por meio de uma linguagem simples e acessível, promovendo a melhoria do LS da população.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À LACERAÇÃO PERINEAL NO BRASIL
Pôster
Mamede, L.1, Marano, D.2, Dias, M.A.B.2, Junior, P.R.B.S.3
1 Fundação Oswaldo Cruz, Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher e da Criança, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2 Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
3 Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Informação e Comunicação Científica e Tecnológica da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Descrever a prevalência de laceração perineal segundo a percepção autorrelatada da puérpera, e analisar os fatores associados à sua ocorrência no Brasil. Métodos: Estudo transversal conduzido em 23.894 puérperas, excluindo-se gestações gemelares, cesarianas e partos com episiotomias entre 2011 e 2012. Razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%) da associação entre o evento e as características maternas, feto/recém-nato, obstétricas e manejo clínico foram estimadas em modelos de regressão de Poisson hierarquizados. Resultados: Entre 4.606 puérperas, 49,5% (IC95% 46,1;42,9) autorrelataram laceração perineal. Ser adolescente (RP = 1,12;IC95% 1,02;1,25), primípara (RP = 1,47; IC95% 1,33;1,63), ter tido ganho de peso gestacional excessivo (RP= 1,17; IC95% 1,07;1,29) e ter sido submetida à manobra de Kristeller (RP = 1,18; IC95% 1,08;1,29) elevaram a proporção do desfecho. Conclusão: Os resultados encontrados demandam atenção e educação pré-natal, adequações na formação profissional e na assistência interdisciplinar ao parto conforme recomendações vigentes.
SINTOMAS DE COVID LONGA APÓS INTERNAÇÃO NO SUS POR COVID-19 NA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Pôster
Amaral, C.A.1, Amaral, T.L.M.2, Vasconcellos, M.T.L.3, Caldas, B.N.4, Portela, M.C.4
1 IFAC | ENSP
2 UFAC
3 SCIENCE
4 ENSP
Objetivos. Identificar a prevalência de sintomas de COVID Longa (CL) em pacientes hospitalizados no SUS por COVID-19 na região Norte do Brasil. Métodos. Estudo de coorte com adultos com alta entre dezembro de 2020 e novembro de 2022 nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Tocantins e Pará. Dados do SIVEP-Gripe subsidiaram a amostragem conglomerada em dois estágios (hospital e paciente) e informações da internação. Foram realizadas 654 entrevistas telefônicas com pacientes ou representantes e 577 estavam vivos na entrevista, permitindo estimativas de CL, dentre outras variáveis relevantes, para 31.033 indivíduos. Resultados. Os pacientes, majoritariamente, tinham 40-59 anos, eram homens e sem comorbidades prévias. A ocorrência eventual ou persistente de ao menos um sintoma de CL foi referido por 91,7%, compreendendo sintomas neurológicos (80%), mentais (73,6%), sintomas gerais (63,4%), musculoesqueléticos (57,3%), respiratórios (47%), otorrinolaringológicos (45,1%), cardiovasculares (44,4%), dermatológicos (36,4%) e gastrointestinais (32,6%). Destacando-se individualmente ansiedade (59,5%), fadiga (58,9%), distúrbios cognitivos (57,8%), mal-estar pós esforço (56,3%), dores articulares (54,5%) e musculares (52,6%). Ao menos um sintoma persistente de CL foi citado por 67,9%, envolvendo os grupos de sintomas neurológicos (46,5%), mentais (26,7%), musculoesqueléticos (24,1%) e sintomas gerais (21,7%), sendo particularmente proeminentes dor articular (23,1%), distúrbios cognitivos (22,8%), dor muscular (22,2%), problemas no sono (19,1%), ansiedade (19%), mal-estar pós esforço (18,6%) e fadiga (18,5%). Conclusões. Os achados sugerem a adoção de estratégias em saúde pública de reabilitação e monitoramento prolongado dos sobreviventes de COVID-19 com COVID Longa, cuja qualidade de vida e capacidade funcional são comprometidas, garantindo acesso a tratamentos e suporte psicossocial.
SISTEMA COMPUTACIONAL PARA SUPORTE A REVISÕES DE LITERATURA
Pôster
Escaldelai, F.M.D.1, Escaldelai, L.2, Bergamaschi, D.P.1
1 FSP/USP
2 FATEC
Introdução: Em revisões de literatura, o uso de softwares é recomendado principalmente na eliminação de referências duplicadas e na seleção de estudos elegíveis, reduzindo a carga de trabalho e a introdução de vieses. Objetivo: Descrever as principais funcionalidades do sistema computacional Apoio à Revisão Sistemática (AReS). Método: O sistema AReS foi desenvolvido utilizando-se processo incremental, com a realização simultânea de atividades de especificação, desenvolvimento e validação, intercaladas pelo feedback da pesquisadora (FMDE). O AReS foi planejado para auxiliar na condução de diferentes tipos de revisões de literatura, com acesso gratuito pela web, auxiliando na identificação e eliminação de duplicatas de maneira acurada e na identificação de estudos elegíveis de maneira cega, com recursos de verificação de divergências após a quebra de cegamento. Resultados: O AReS encontra-se disponível em http://revisaosistematica.com.br/, conforme o planejado. Apresenta vantagens, como interfaces amigáveis e em língua portuguesa; menu principal em sequência que favorece a aprendizagem; possibilita o armazenamento de várias revisões; facilita o compartilhamento de dados com os demais revisores; apresenta resumos e critérios de elegibilidade em uma única tela e gráficos para acompanhamento da evolução dos trabalhos. Como limitação, a versão 1.4.0 requer a solicitação de login por e-mail. Conclusão: O AReS é direcionado à área de saúde com funcionalidades para eliminação de duplicatas e seleção de estudos, que otimizam o tempo de estudantes, profissionais e pesquisadores na condução de revisões de literatura, como a sistemática, a narrativa e a de escopo. Novas funcionalidades poderão ser implementadas a cada versão.
SONO E SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO PÓS-PANDEMIA DE COVID-19: ESTUDO DE CORRELAÇÃO
Pôster
Cardoso, R. S.1, Pinheiro, E. S.1, Lima, M. E.1, Lemos, L. M.1, Adorno, M. V.1, Lua, I.1, Moraes, A. C.1, Araújo, T. M.1
1 UEFS
Objetivo: Analisar a correlação entre qualidade do sono e desfechos em saúde mental em contexto pós pandêmico. Métodos: Estudo transversal incluindo amostra de 3872 indivíduos com 15 anos ou mais residentes em zona urbana de município do interior da Bahia, com dados coletados em 2022-23 através de questionário estruturado, incluindo os seguintes instrumentos de mensuração, Self Report Questionnaire (SQR-20) para avaliar Transtornos mentais comuns (TMC), o Mini Sleep Questionnaire (MSQ) para qualidade do sono, Patient Health Questionnaire (PHQ-9) para depressão e Generalized Anxiety Disorder (GAD-7) para o transtorno de ansiedade generalizado (TAG). Resultados: A população estudada tinha média de idade de 50,69 anos (dp: 18,6) e 70% eram mulheres. A prevalência de problemas com sono, TMC, TAG e depressão foi de 37,9% (MSQ>7), 26,28 % (SQR-20 ≥ 5 para mulheres e ≥ 7 para homens), 7,9% (GAD ≥ 10) e 5,5% (PHQ-9 ≥ 10), respectivamente. Correlações positivas e significantes foram observadas entre qualidade sono e todos os desfechos avaliados: TMC [coeficiente de correlação de Spearman(r) = 0,480, p <0,001], depressão (r = 0,498, p < 0,001) e TAG (r = 0,436, p < 0,001). Conclusão: No contexto pós-pandêmico são observadas altas prevalências de problemas com sono e de transtornos mentais, os quais estão correlacionados. Destaca-se a alta prevalência de TMC. As repercussões da COVID sobre a saúde mental já são evidentes, nosso estudo corrobora para direcionar ações de promoção da qualidade do sono e auxiliar no enfrentamento do caos psíquico deixado pela pandemia.
TRÁFEGO DIGITAL DO PAINEL DE MONITORAMENTO DA DENGUE DE CURITIBA-PR
Pôster
D. S. Santos1, C. Y. Nakamura1, C. E. Viana2, A. A. S. Oliveira1, F. C. Quadros1
1 Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba
2 Secretaria Estadual da Saúde do Paraná
Objetivos: Descrever o tráfego digital do painel de monitoramento da Dengue realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba-PR. Métodos: O painel, construído no Looker Studio® (Google), possui 5 páginas: Informações Técnicas, Série histórica de Notificações, Notificações de 2024, Casos confirmados de 2024 e Focos de Aedes Aegypti. Atualizado semanalmente, tem como fontes de dados SINAN Online e planilha Excel do Programa Municipal de Controle do Aedes. A partir de um código realizado em linguagem de programação R, elabora-se planilhas com dados agregados que alimentam Google Sheets®, conectadas ao painel. Vinculou-se o painel ao Google Analytics® para acompanhamento do tráfego. Resultados:
Da publicação do dashboard em 12/03/24 até 30/05/24, ocorreram 15.257 visualizações realizadas por 3.916 utilizadores, dos quais 54,9% realizaram acesso por dispositivos móveis. A média de visualizações por utilizador foi de 2,47 e o tempo médio de permanência por página foi de 1min20seg. As páginas mais acessadas foram a de casos confirmados e a de focos com 6.599 e 1.883 visualizações, respectivamente. Também foram as páginas com maior tempo médio de interação com 1min12seg e 1min27seg, respectivamente. Conclusões:
Ao consolidar dados de diferentes fontes em uma interface visual clara e acessível, os painéis permitem o monitoramento de situações de saúde e divulgação ágil de informações de forma transparente. Acompanhar o tráfego digital para entender o acesso a essas informações, possibilita ajustes na comunicação. Infere-se, pelo tráfego digital, que o painel de monitoramento da dengue de Curitiba-PR foi acessado com frequência.
VALIDADE CONVERGENTE E DIVERGENTE DO MÓDULO DE QUALIDADE DE VIDA DE FAMILIARES
Pôster
BASTOS, A. O. S.1, OLIVEIRA, M. O.1, FREITAS, K. S.1, PORTELA, P. P.1, CARDOSO, M. S. L.2, ALMEIDA, I. F. B.2, SANTOS, L. R.1, BRITO, V. L.1, SANTOS, D. S.1, CERQUEIRA, S. S. B1
1 UEFS
2 UFRB
Objetivo: Investigar as validades convergente e divergente do módulo de qualidade de vida de familiares de pessoas com câncer (MQV-FAMC). Método: estudo tranversal de cunho psicométrico que ocorreu entre julho de 2022 a agosto de 2023, envolvendo 202 familiares de pessoas com câncer que realizavam tratamento oncológico em uma unidade de alta complexidade em oncologia numa cidade do interior da Bahia. Os instrumentos utilizados foram a ficha de caracterização para a obtenção dos dados sociais e econômicos do familiar e clínicos do parente em tratamento oncológico, o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL) – bref, o Patient Health Questionnaire-8 (PHQ-8), Generalized Anxiety Disorder (GAD-7), a Escala de Apoio Social do Medical Outcomes Study (MOS) e o MQV-FAMC. Os dados foram armazenados no RedCap e analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Resultados: Correlações positivas e significativas moderadas foram obtidas entre os escores dos domínios e geral do WHOQOL-bref em relação ao escore do MQV-FAMC, e negativas e significativas fortes com os escores gerais do PHQ-9 e GAD-7. Obteve-se também uma fraca e pouco significativa relação com os escores geral e dos domínios do instrumento MOS e o escore do MQV-FAMC. Conclusões: Os achados fornecem, portanto, evidências iniciais acerca da validade convergente e divergente do MQV-FAMC e aprimoram suas qualidades psicométricas no que diz respeito à avaliação da qualidade de vida de familiares de pessoas com câncer.
QUALIDADE DE VIDA DE FAMILIARES DE PESSOAS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO
Pôster
Santos, S.E.S1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1
1 UEFS
Objetivo: Investigar a qualidade de vida de familiares de pessoas em tratamento oncológico Métodos: Estudo transversal realizado em Unidade de Alta Complexidade em Oncologia de referência no interior baiano, entre setembro de 2022 a janeiro de 2023. Entrevistados 84 familiares de pessoas em tratamento oncológico que atenderam aos critérios de elegibilidade e assinaram TCLE. Utilizados instrumentos para a coleta dos dados: Questionário de Caracterização dos Familiares de Pessoas com Câncer e WHOQOL-bref (com interpretação de quanto maior escore, pior qualidade de vida) Dados armazenados no REDCap e analisados por meio do software SPSS® versão 22.0. Utilizada a estatística descritiva com medidas de tendencia central ( x̅, SD) e frequências absoluta e relativa., . Resultados: predominância de familiares do sexo feminino (76,2%), apesar do índice geral de qualidade de vida enquadrar-se como satisfatório 62,9 (±11,9), a auto-avaliação da QV evidenciou que 48,8% dos familiares classificou-a como “nem ruim, nem boa”. No que tange aos domínios específicos, o escore total do domínio Físico (facetas Sono e repouso, Dor e desconforto, Dependência da medicação ou tratamentos e Mobilidade) apresentou a maior média (65,5) em relação aos demais. Domínio de Relações sociais 65,4 (facetas Atividade sexual e Relações Sociais e suporte social); Psicológico 64,3 (facetas Sentimentos positivos, Espiritualidade, religião e crenças pessoais; Imagem corporal e aparência, e Autoestima) e Meio ambiente 54,4 (facetas Recursos financeiros, Recreação/lazer; Ambiente físico e no lar). Conclusão: a qualidade de vida de familiares de pessoas em tratamento oncológico evidenciou alterações distintas em relação aos diferentes domínios investigados com piora da QV para a dimensão Meio ambiente.
RESULTADOS DE SAÚDE DO CENSO DISCENTE DA FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL DA UERJ
Pôster
Baldo, V. S. S.1, Oliveira, D. L.1
1 UERJ
Objetivos: O Censo discente realizado na Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no ano de 2023, teve como objetivo produzir dados estatísticos que permitissem conhecer diversos aspectos da realidade das(os) estudantes de graduação.
Métodos: O Censo foi realizado através de um questionário disponível mediante o software Google Formulários. Foi respondido por 63,5% do universo de estudantes de graduação com matrícula ativa no primeiro semestre de 2023.
Resultados: As respostas dos módulos do Censo referentes à situação de saúde e ao acesso a serviços de saúde mostraram que: (a) 44,9% das(os) estudantes afirmaram ter recebido diagnóstico de doença crônica ou de longa duração ; (b) 33,4% das(os) estudantes realizava atendimento voltado à saúde mental, enquanto 30,7% reconhecia a necessidade, mas não tinha acesso; (c) 75,7% das(os) estudantes declarou acessar serviços de saúde através do SUS, enquanto 20,4% o fez mediante plano de saúde privado; (d) em caso de doença ou necessidade de atendimento de saúde, 62% disse procurar a UPA; (e) diante da necessidade de fazer uso de medicamentos, 71,1% declarou pagá-los diretamente na farmácia.
Conclusões: Os resultados mostram alta prevalência de doenças crônicas e uma demanda expressiva de atendimento de saúde mental. Também revelam uma tendência à emergencialização da atenção à saúde - possivelmente relacionada à baixa cobertura da atenção básica na Região Metropolitana I do Estado do Rio de Janeiro - e um nível elevado de gasto de bolso para o acesso a medicamentos.