Programa - Sessão de Poster - Saúde ambiental
A DESORDEM FÍSICA URBANA E O CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE ADOLESCENTES BRASILEIROS
Pôster
Dias, R. M.1, Cortes, T. R.1, Bloch, K. V.2, Lopes, C. S.1, Junger, W. L.1
1 IMS/UERJ
2 IESC/UFRJ
Objetivo:
Estimar a associação entre a desordem física urbana e o consumo de álcool entre adolescentes brasileiros.
Métodos:
Estudo seccional com dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, realizado nos anos 2013 e 2014. A amostra incluiu 2.384 adolescentes, de 12 a 17 anos, residentes nas capitais brasileiras Fortaleza, Porto Alegre e Rio de Janeiro. A variável desfecho foi consumo de bebidas alcoólicas e a exposição foi a desordem física urbana mensurada a partir dos dados de características urbanísticas no entorno dos domicílios. Foram calculadas razões de prevalência e intervalos de 95% de confiança por meio de modelos de regressão de Poisson com variância robusta, ajustados por fatores de confusão, com o programa estatístico R, versão 4.1.2.
Resultados:
A amostra foi composta por 49,6% sexo feminino e 50,4% sexo masculino. Houve relato de ingesta de pelo menos 1 copo (ou dose) de álcool nos últimos 30 dias por 572 participantes, resultando na prevalência geral de consumo de 19,6% (17,1 - 22,1). Foram observadas associações entre adolescentes que residiam em locais com presença de calçada [RP = 1,24 (1,02 - 1,50)], bueiro [RP = 1,36 (1,01 - 1,84)], rampa [RP = 0,79 (0,62 - 0,99)] ou esgoto a céu aberto [RP = 0,8 (0,66 - 0,97)] e o consumo de álcool.
Conclusões:
A associação entre indicadores de desordem física urbana e o consumo de álcool faz urgir a necessidade de maiores estudos que avaliem a influência de fatores de risco contextuais no consumo de álcool entre adolescentes em ambientes urbanos.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE CHAFARIZES NA CIDADE DE TEIXEIRA DE FREITAS-BA
Pôster
Hombre, J. H.1, Oliveira, C. S.1, Santos, S. M.1, Gama, S. F.1, Junior, A. L. M.1, Campos, J. M. S.1, Campos, J. V. S.1, Neves, Z. J.2, Cunha, A. H.2, Anjos, A. O.3
1 UFSB
2 VISA Teixeira de Freitas
3 UNEB
A presente pesquisa teve como objetivo analisar a qualidade da água fornecida em chafarizes na cidade de Teixeira de Freitas-BA por meio dos critérios de potabilidade. Método: as coletas foram realizadas conforme estabelecido na Portaria GM/MS nº 888 de 2021, no mês de abril de 2023, pela equipe da Vigilância Sanitária e Ambiental. Realizou-se coleta de amostras de água em 12 chafarizes públicos e foram encaminhadas ao LACEN do Núcleo Regional da Saúde. Os laudos com resultados foram disponibilizados no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), em 24/04/2023. Resultados: Nas análises para os fatores cor aparente e turbidez apenas o chafariz localizado no bairro Bela Vista, apresentou valores extremamente acima dos aceitáveis. Os demais chafarizes encontraram-se de acordo com as normas estabelecidas pela legislação vigente. Na análise do PH, verificou-se como valor mínimo 4.38 e valor máximo 7.43, valores próximos ao ideal (6,0 a 9.5), sem grandes discrepâncias. As análises demonstraram que a água consumida em 11 equipamentos Chafarizes apresentaram resultados satisfatórios, exceto o chafariz localizado no bairro bela vista, onde a água já não vinha sendo utilizada para o concurso humano ou animal visto que as características já se mostraram insatisfatórias, o que foi comprovado por meio dessa pesquisa. Conclusões: Os dados apresentados mostram a importância do trabalho de monitoramento da qualidade da água de chafarizes, uma vez que existe uma quantidade muito grande de habitantes que fazem uso contínuo desse recurso para preparo de alimentos e consumo direto.
MONITORAMENTO DE AGROTÓXICOS EM ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO EM TEIXEIRA DE FREITAS-BA.
Pôster
Oliveira, C. S.1, Hombre, J. H.1, Santos, S. M.1, Gama, S. F.1, Junior, A. L. M.1, Campos, J. M. S.1, Campos, J. V. S.1, Neves, Z. J2, Cunha, A. H.2
1 UFSB
2 VISA / Teixeira de Freitas
Integrante ao programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA) do Ministério da Saúde, o presente trabalho teve como objetivo: analisar resíduos de agrotóxicos na água para consumo humano disponibilizada nas Estações de Tratamento de Água (ETAs) no município de Teixeira de Freitas-BA. Métodos: as amostras de água foram coletadas, no mês de abril de 2023, pela equipe da vigilância sanitária e ambiental, na ETA de Teixeira de Freitas (zona urbana) e nas ETAs do povoado de Duque de Caxias, Cachoeira do Mato e do Distrito de Santo Antônio, totalizando quatro (4) frascos com 1000 ml de água cada, mantidos sob refrigeração, remetidos à diretoria de vigilância ambiental da secretaria de saúde da Bahia, em Salvador. Que por sua vez, as encaminhou ao Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana / Fiocruz, no Rio de Janeiro, para as análises laboratoriais. Resultados: Os laudos foram disponibilizados no mês de julho de 2023. As análises toxicológicas contemplaram 16 tipos de agrotóxicos, tais como Alacloro, Aldrin + Dieldrin, Atrazina, Clorpirifós + Clorpirifós-Oxon, Clordano (Gama), DDT + DDD + DDE, Endrin, Tebuconazol, entre outros. Com base nos valores máximos permitidos (VMP) ambos os ensaios apresentaram resultados abaixo do limite de detecção do método (LDM) e se mostraram satisfatórios. Conclusões: São necessários a manutenção e ampliação do monitoramento integrado de resíduos de agrotóxicos em água, para o monitoramento dos recursos hídricos que são utilizados (direta ou indiretamente) no consumo humano, uma vez que a exposição constitui importante impacto na saúde pública.
NO RASTRO DOS AGROTÓXICOS: FINANCIAMENTO ELEITORAL, PDL E A REGULAÇÃO DA ANVISA
Pôster
Costa, P. B. M.1, Rodrigues, P. H. A.1, Delphim, C. S. T2
1 UERJ
2 ANVISA
Este estudo analisa a relação entre as autorias de Projetos de Decretos Legislativos que visam sustar ações regulatórias da ANVISA sobre agrotóxicos e as doações eleitorais recebidas pelos proponentes desses projetos durante as 55ª e 56ª legislaturas nacionais. Utilizando uma abordagem exploratório-descritiva, o trabalho examina registros oficiais e dados de campanha eleitoral para identificar correlações entre o apoio financeiro e as posturas dos parlamentares sobre a flexibilização da regulamentação de agrotóxicos. Os resultados mostram uma forte correlação entre as doações e as posições dos parlamentares favoráveis à flexibilização das normas sobre agrotóxicos. Especificamente, 42,4% das empresas e 59,4% dos indivíduos doadores estão vinculados ao setor agropecuário. Este número cresce para 47,1% entre os doadores de CNPJ e 93,3% entre os doadores de CPF quando focado nos parlamentares pró-flexibilização. Esta tendência sugere que os interesses do setor agropecuário possam estar influenciando significativamente as políticas de agrotóxicos por meio de financiamento de campanha. As descobertas apontam para a necessidade de medidas rigorosas que assegurem a transparência e independência das decisões políticas, especialmente em áreas sensíveis que impactam a saúde pública e o meio ambiente. Estes padrões de doação ilustram como setores específicos buscam influenciar legislações e decisões políticas, sublinhando a importância de monitorar e regulamentar o financiamento eleitoral para proteger a integridade das políticas públicas.
O CONVÍVIO COM ATERRO SANITÁRIO E IMPACTOS PARA A SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Oliveira, K. K. D.1, Freitas, A. B. M. de1, Paiva, A. V. de m.1, Epaminondas, F. S.1, Dantas, J. G.1, Lima, M. V. C. de2
1 UERN
2 UECE
Objetivo: discutir os impactos na saúde e qualidade de vida dos habitantes que estão expostos aos poluentes de um aterro sanitário. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre uma visita técnica a um aterro sanitário de um município no interior do Rio grande do Norte. Resultados: evidenciou-se que o processo de descarte dos dejetos não é realizado adequadamente e o local não possui uma estrutura adequada para destinação dos resíduos. Em relação a saúde dos trabalhadores que realizam o manejo dos resíduos, tem contato direto com odores fortes, poeira, produtos químicos e outros fatores, expondo-os a doenças respiratórias, dermatites, lesões musculoesqueléticas. Vale destacar a saúde da população que vive nas proximidades do aterro com comprometimento da qualidade do ar, da água e do solo, contribuindo para o adoecimento frequente, especialmente as que já possuem condições de doenças pré-existentes. Constatou-se também a pratica a de queimadas, sendo que a fumaça contém substâncias tóxicas que podem ser transportadas pelo ar e inaladas pelas pessoas. A exposição à fumaça leva a sintomas como irritação nos olhos, nariz e garganta, tosse, falta de ar, dores de cabeça e tonturas. Conclusões: é necessária a mobilização dos poderes públicos, com projetos e materialização de aterros sanitários. É imprescindível que seja fortalecida a prática de separação dos resíduos para reciclagem, uma atividade que já realizada, mas que precisa ser organizada e com condições adequadas. Ademais, medidas de punições cabíveis aos indivíduos que provocam queimadas, visto que essa prática acarreta problemas sérios de saúde.
O IMPACTO DOS PROJETOS DE DECRETOS LEGISLATIVOS NA REGULAÇÃO DE AGROTÓXICOS PELA ANVISA
Pôster
Costa, P. B. M.1, Rodrigues, P. H. A.1, Delphim, C. S. T2
1 UERJ
2 ANVISA
Este estudo objetiva compilar, classificar e analisar Projetos de Decretos Legislativos que sustam ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com foco especial nas 55ª e 56ª legislaturas nacionais. Utilizando uma abordagem exploratória-descritiva, o trabalho se baseia em pesquisa documental e bibliográfica realizada através de plataformas digitais para identificar projetos com impacto potencial sobre a regulação sanitária. A fase exploratória busca identificar projetos relevantes, enquanto a fase descritiva envolve a sistematização e categorização dos dados obtidos, incluindo escopo, proponentes e desdobramentos legislativos. Os resultados revelam uma predominância de iniciativas da Câmara dos Deputados, destacando-se a temática dos agrotóxicos como uma das mais frequentes e polêmicas. Esta questão reflete uma intensa polarização de opiniões e a influência significativa de interesses econômicos e políticos no setor agrícola. A análise mostrou que a regulamentação de agrotóxicos é um foco recorrente, evidenciando não apenas preocupações ambientais e de saúde pública, mas também a dinâmica das relações de poder e a influência dos lobbies políticos. A distribuição geográfica e partidária dos projetos indica desigualdades regionais e ideológicas significativas, com uma concentração de iniciativas em estados de grande relevância agrícola. Em conclusão, o estudo evidencia uma complexa interação entre o Poder Legislativo e a ANVISA, onde os Projetos de Decreto Legislativo funcionam como mecanismos que podem restringir ou condicionar o poder regulatório da agência. Tal dinâmica legislativa sublinha as desigualdades e as lutas de poder no processo legislativo brasileiro, que impactam diretamente a eficácia da regulação sanitária e a proteção da saúde pública.
ANÁLISE DE CONTAMINANTES INORGÂNICOS EM ATUM E SARDINHA ENLATADOS
Pôster
Perez, C. P.1, De Oliveira, J. M.1, Ribeiro, A. P. B.1
1 UNICAMP
OBJETIVOS
Analisar a presença de contaminantes inorgânicos em marcas de atum e sardinha enlatados comercializados em Campinas/SP.
METODOLOGIA
Foram analisadas amostras de 3 marcas de atum e sardinha enlatados, coletados em setembro de 2013. Para a detecção e quantificação na composição em minerais e contaminantes inorgânicos nas amostras, foi utilizada a espectrometria de fluorescência de raios-X, e a determinação dos elementos químicos foi realizada pela Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Os valores obtidos foram comparados com os limites máximos estabeleidos pela Portaria nº 685 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), datada de 27/08/1998.
RESULTADOS
As análises revelaram que todas as amostras analisadas de atum e sardinha enlatadas apresentaram concentrações de arsênio (As), cádmio (Cd), chumbo (Pb) e mercúrio (Hg) abaixo dos limites máximos estabelecidos. Embora os níveis de contaminantes estejam dentro dos parâmetros legais e sejam considerados seguros para o consumo humano, praticamente 100% das amostras continham níveis detectáveis destes contaminantes, mesmo que em quantidades-traço. O contaminante Hg apresentou-se como o menos expressivo nas amostras, enquanto o Pb foi o mais destacado no atum enlatado em salmoura e o As foi o mais relevante na sardinha enlatada em óleo.
CONCLUSÕES
Estes resultados ressaltam a importância de monitorar continuamente a presença de contaminantes inorgânicos nos alimentos, particularmente em produtos pesqueiros, mesmo quando os níveis detectados estão abaixo dos limites regulamentares, considerando o potencial acumulativo e os efeitos a longo prazo dessas substâncias.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE MESQUITA, RIO DE JANEIRO
Pôster
Alves, J. N.1, Costa, M. C.1
1 Fundação Oswaldo Cruz
Descrever o perfil epidemiológico dos casos confirmados de dengue no município de Mesquita de janeiro de 2023 a março de 2024. Trata-se de um estudo descritivo, cujos dados foram coletados no Sistema de Informação de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis selecionadas para o estudo foram as sociodemográficas (sexo, raça/cor, faixa etária e bairro de residência) e as clínico-epidemiológicas sinais e sintomas relatados). Foi realizada uma análise dos dados e feita a comparação entre os anos. De janeiro a março de 2024, houve um aumento de 3.471% nos casos confirmados de dengue em comparação com todo o ano de 2023. A maioria dos casos confirmados de dengue foram em indivíduos do sexo feminino, na população de raça/cor parda e na faixa etária de 12 a 18 anos em 2023 e de 19 a 29 anos em 2024. Os sintomas mais frequentes foram febre, cefaleia e mialgia. Os bairros com os maiores números de casos em 2024 foram Chatuba, Centro e Coreia. É crucial que as unidades de saúde atuem como ponto de referência para a população e que os profissionais de saúde estejam atentos ao perfil epidemiológico da doença e aos sintomas suspeitos de dengue na população.
ATUAÇÃO IN LOCO DO CONTROLE E PREVENÇÃO DAS ZOONOSES EM VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE
Pôster
Silva, M.E.M.1, Vasconcelos, A.M.1, Santos, V.P.1, Alves, M.M.R.1, Albuquerque, A.V.T.1, Ramos, R.F.C.1, Lima, S.K.D.1, Lima, E.T.P.1, Silva, J.F.L.1, Silva, A.E.B.2
1 SMSBE
2 PRMAV-UFRPE
Objetivos: Relatar atuação in loco de vigilância, controle e prevenção de doenças de caráter zoonótico pela vigilância ambiental, em bairros selecionados estrategicamente, como ferramenta de territorialização. Métodos: A vigilância ambiental investigou casos, denúncias e solicitações relacionadas à zoonoses no período de 2023 a abril de 2024. A partir do levantamento foi construído um mapa de casos, no qual a escolha das três localidades, Matriz, Água Branca e Bela Vista. Áreas com maior densidade foram eleitas para o projeto piloto, realizado uma manhã por bairro e composto por um ponto fixo, em locais estratégicos das comunidades, oferecendo, vacinação antirrábica, testagem para leishmaniose, recebimento de solicitações para vacinação em domicílio, cadastramento para animais suspeitos de esporotricose e fornecimento de tratamento, além de orientações a respeito de zoonoses. Concomitantemente, educação popular em saúde nas salas de espera das Unidades Básicas de Saúde do bairro e vizinhas, apresentando informações acerca de zoonoses e importância da saúde animal para a saúde humana; ainda, visitas domiciliares, oferecendo vacinação antirrábica para animais não-vacinados, orientação para prevenção de zoonoses e cuidado pessoal no manejo de animais suspeitos. Resultados: As ações impactaram aproximadamente 280 pessoas, incluindo salas de espera, visitas à domicílio e ao ponto fixo, e 170 cães e gatos: 7 testes de leishmaniose, negativos, 158 vacinações e 5 suspeitas de esporotricose. Conclusões: A ação materializou a territorialização em saúde, por compreender necessidades e saberes populares; a grande demanda evidenciou uma carência da comunidade em ações contra zoonoses e os animais atendidos auxiliarão na prevenção dessas doenças.
ÁREAS VERDES E MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA EM OITO ANOS DE SEGUIMENTO NO ELSA- BRASIL
Pôster
Almeida, L.F.F1, Barreto, S.M.2, Griep, R.H.3, Fonseca, M.J.M.4, Almeida, M.C.C.5, Benseñor, I.J.M6, Lotufo, P.A.6, Molina, M.C.B7, Cardoso, L.O.4, Giatti, L.2
1 Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde, Instituto Oswaldo Cruz; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Fundação Oswaldo Cruz
2 Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas/EBSERH, Universidade Federal de Minas Gerais
3 Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz
4 Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz
5 Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz
6 Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica, Hospital Universitário; Departamento de Medicina Interna, Universidade de São Paulo
7 Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo
Objetivo: Investigar associação entre áreas verdes e atividade física no lazer, independente da segurança percebida, quantidade de calçadas e iluminação pública e condição socioeconômica da vizinhança em oito anos. Métodos: Participaram 4.800 residentes em duas capitais do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) presentes nas Visitas 1 (2008-2010), 2 (2012-2014) e 3 (2017-2019). Áreas verdes públicas foram avaliadas em quintis de valores médios positivos do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) e a atividade física, como número de visitas com prática de atividade física moderada/vigorosa: nenhuma, 1 a 2 visitas e 3 visitas. Regressão logística multinomial com ajustes sequenciais por características individuais sociodemográficas e segurança percebida; seguidos por caraterísticas contextuais quantidade de calçadas, iluminação pública e condição socioeconômica da vizinhança. Resultados: Após ajuste por características sociodemográficas, quarto e quinto quintis de NDVI mostraram 73% maior chance de atividade física em 3 visitas (4º: IC95%=1,24–2,43; 5º: IC95%=1,24–2,41). Resultados semelhantes após ajuste por segurança percebida. Após ajuste por calçadas e iluminação pública, quarto e quinto quintis de NDVI mostraram, respectivamente, 66% (IC95%=1,18–2,33) e 62% (IC95%=1,16–2,28) maior chance de atividade física em 3 visitas. Ajuste por condição socioeconômica da vizinhança mostrou maior impacto na chance de atividade física em 3 visitas, que passaram a ser 48% (IC95%=1,04–2,12) e 43% (IC95%=1,00–2,04; p=0,053) maior no quarto e quinto quintis de NDVI, respectivamente. Conclusões: Maiores quantidades de áreas verdes contribuíram para a manutenção da atividade física em oito anos de seguimento, independentemente das características individuais e contextuais.
ÁREAS VERDES, TEMPERATURA, POLUIÇÃO DO AR E VULNERABILIDADE SOCIAL NA GRANDE SÃO PAULO
Pôster
Kanai, C. M.1, Buralli, R. J.1, Gouveia, N. G.1
1 FMUSP
Objetivo: Descrever a cobertura de áreas verdes, temperatura e poluição do ar em setores censitários urbanos por categorias de vulnerabilidade social na Região Metropolitana de São Paulo. Métodos: Obtivemos o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), para quantificar áreas verdes, e a Temperatura da Superfície Terrestre (TST) com dados de satélite. Medições de dióxido de nitrogênio (NO₂) foram obtidas através de modelos de regressão de uso do solo. Os setores foram classificados em 6 categorias de vulnerabilidade com base no Índice Paulista de Vulnerabilidade Social. Descrevemos medianas e intervalos interquartis (IIQ) para NDVI, TST e NO₂. Resultados: O NDVI teve mediana de 0,22 (IIQ 0,18–0,28), o TST registrou 33,39 °C (IIQ 32,13–34,18) e o NO₂, 17,50 ppb (IIQ 14,90–19,59). O NDVI foi mais elevado nos setores de alta vulnerabilidade, seguido pelos setores de baixíssima vulnerabilidade. Houve redução do NDVI nos setores de baixíssima para os setores de média, seguido de aumento no grupo de alta vulnerabilidade. A TST foi mais baixa nos setores de baixíssima vulnerabilidade com aumento de temperatura desse grupo para o de baixa vulnerabilidade, seguido de uma queda gradual nos outros grupos. Níveis de NO₂ foram menores nos setores de alta vulnerabilidade, aumentando à medida que a vulnerabilidade diminui. Conclusão: Setores com menor vulnerabilidade tiveram maiores níveis de poluição, mas menor temperatura e maior cobertura de área verde. Já setores com maior vulnerabilidade apresentam menor poluição, porém temperaturas mais altas e menor cobertura de área verde, exceto no grupo de alta vulnerabilidade.
CARACTERIZAÇÃO DE RISCO PARA A SAÚDE HUMANA PELA PRESENÇA DE CÃES E GATOS EM QUITO-EQUADOR
Pôster
Valladares, D.A.P.1, Rivadeneira, M.F.1, Oenning, N.S.X.1
1 Pontificia Universidad Católica del Ecuador
Objetivo: Caracterizar o risco potencial da presença de cães e gatos para a saúde humana na cidade de Quito - Equador. Metodologia: Estudo transversal e descritivo realizado nos anos de 2020 e 2021 em uma amostra de habitantes da região de Guamaní, sul da cidade de Quito. A população em análise foi composta por animais (cães e gatos) e humanos, com dados obtidos de quatro fontes secundárias - Ministério da Saúde, organização CatDog, unidade de bem-estar animal da cidade e agência metropolitana de controle da prefeitura. As variáveis foram extraídas a partir de 614 formulários sobre saúde, posse responsável, estado nutricional e reprodutivo de cães e gatos; 32 registros de saúde humana após mordidas ou ataques de cães; 23 registros de cães que atacaram pessoas. Nas análises estimou-se prevalências de variáveis de saúde humana e animal. Resultados: De um total de 1.469 animais mapeados, 76,3% (1.120 casos) nunca frequentaram serviços veterinários, 73,9% (1.085 casos) não foram vacinados contra a raiva e 86% (1.263 casos) não receberam vermífugos. 79,6% (1.168 casos) são caninos, dos quais, mais de um terço circula sem coleira e supervisão. No período foram registrados 32 ataques de cães a pessoas, 87% eram animais não castrados e com tutor. Conclusões: observa-se um risco à saúde humana caracterizado pela exposição a animais sem assistência veterinária, com ausência de vacinação e vermifugação que podem impedir a transmissão de agentes zoonóticos. Diagnósticos de saúde animal contribuem para elaboração de políticas públicas de saúde e privilegiam o conceito integral de “one health”.
CARACTERÍSTICAS DO SONO DE ADULTOS EXPOSTOS À POLUIÇÃO DE UMA USINA SIDERÚRGICA NO BRASIL.
Pôster
1, 1, Azevedo, T. M2, Andrade, C. A. F. de2, Teixeira, L. R.2
1
2 ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA
Objetivo: Avaliar a qualidade do sono em população exposta a cádmio, manganês, níquel e tolueno provenientes de usina siderúrgica no Brasil. Métodos: Estudo transversal com 189 residentes de Volta Redonda (Rio de Janeiro). Aplicamos o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh e correlacionamos os escores com os níveis urinários de cádmio, manganês, níquel e tolueno, determinados por espectroscopia de absorção atômica com forno de grafite e espectrometria de massa por cromatografia gasosa. Realizamos cálculos descritivos e aplicamos o teste de Mann-Whitney para duas amostras independentes (nível de significância de 0,05). Resultados: A maioria dos participantes (57%) relatou má qualidade do sono. Os níveis medianos de urina foram significativamente maiores para cádmio em residentes com escores mais altos para disfunção diurna (U = 1.707,5; p = 0,01) e perturbação do sono (U = 1.513; p < 0,01); manganês (U = 1.665; p < 0,01) e níquel (U = 1.875,5; p = 0,027), para perturbação do sono; e tolueno, para duração do sono (U = 1.043; p = 0,049).Conclusões: Este é o primeiro estudo a investigar a qualidade do sono de indivíduos que residem perto de usina siderúrgica. Outras populações brasileiras tendem apresentar prevalências menores de má qualidade do sono do que a observada neste estudo (50% em Baependi/Minas Gerais e 49,4% em São Leopoldo/ Rio Grande do Sul). Esses dados sugerem que metais e tolueno provenientes de resíduos de usina siderúrgica no Brasil podem ser ativadores do sistema circadiano neural, afetando a qualidade do sono dos adultos que residem próximo.
CLIMA E A OCORRÊNCIA DE DENGUE NA ZONA URBANA DE MANAUS
Pôster
Araújo, M. R.1, Figueiredo, G.M.2
1 Doutoranda em Saúde Coletiva - FMUSP
2 Departamento de Medicina Preventiva, Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Objetivos: Investigar a associação dos casos de dengue e variabilidade climatológica em Manaus; descrever a evolução da doença e das variáveis climatológicas; identificar o período sazonal da dengue; analisar a incidência da doença com a variação de indicadores climáticos locais; Métodos: Estudo ecológico realizado de 2016 à 2022 na zona urbana de Manaus, usando dados mensais agregados dos casos de dengue concedidos pela SEMSA e variáveis climatológicas locais tabulados na base do INMET. Foi aplicado o modelo de regressão binomial negativo ajustado para sazonalidade com defasagem (p-valor <0,05 e IC de 95%), por meio do software Stata 18.0. Resultados: Sem defasagem, foram associadas à menor número de casos as temperaturas média (38%), temperatura máxima (33%) e velocidade máxima do vento (26%). Incluindo um mês de defasagem, as preditoras temperatura média (49%) e temperatura máxima (40%) se mantiveram associadas e com mais intensidade. Na defasagem de dois meses, o efeito protetor das variáveis média de temperatura (61%), temperatura máxima (49%) se acentuou e, a cada 1km/h a mais na velocidade média do vento o risco de novos casos foi 84% menor. Na defasagem para três meses o resultado foi similar à defasagem de dois meses. Conclusões: O clima e sua variabilidade exercem importante papel na ocorrência de dengue, porém, para melhor compreensão das áreas de risco é necessário associar a doença com fatores socioeconômicos e espaciais urbanos.
CORRELAÇÃO ENTRE MORTALIDADE POR CÂNCER E PROXIMIDADE DE BARRAGENS DE MINERAÇÃO.
Pôster
Avelar, P.A.C.1, Souza, M.T.P.1, Nogueira, M.C.1
1 UFJF
Objetivos: Investigar a associação entre a proximidade de barragens de rejeitos de mineração e a mortalidade por câncer em municípios de Minas Gerais (MG).
Métodos: Estudo agregado, com os municípios de MG como unidades de análise. O desfecho foi a taxa de mortalidade por câncer, por sexo, padronizada por idade, para o período de 2010-2019; e a exposição a distância (em Km) entre o centroide da sede de cada município e a barragem mais próxima. Foram elaborados mapas temáticos com a distribuição espacial das variáveis e sua associação foi analisada por coeficiente de correlação de Spearman.
Resultados: Nos mapas temáticos observam-se cluster espaciais de altas taxas de mortalidade em regiões próximas de barragens. A distância até a barragem mais próxima teve correlação negativa com a taxa de mortalidade por câncer tanto no sexo feminino (coeficiente: -0,169; p<0,001) quanto no masculino (coeficiente: -0,161; p<0,001).
Conclusões: Nesta análise exploratória espacial, a maior proximidade de barragens de rejeitos de mineração teve associação com maiores taxas de mortalidade por câncer tanto no sexo masculino quanto no feminino.
DESAFÍOS EN LA INTERVENCIÓN DE GEOHELMINTIASIS EN INFANCIAS DE GENERAL SAN MARTÍN
Pôster
Aranda, MJ1, Gagliolo, GM2, Saulino, JC3, Conti, ML4, Flamenco Marucco, A5, Iovane, AN6, Arín, M7, Barrios, RN6
1 Dirección de epidemiología, Municipalidad de General San Martín - Buenos Aires, Argentina
2 Programa de Antropología y Salud, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires - Argentina
3 Centro de Atención Primaria de la Salud N° 4 Dr. Luis Agote, Municipalidad de General San Martín - Buenos Aires, Argentina
4 Facultad de medicina Universidad Nacional de Jose C. Paz - Argentina
5 Autoridad de Cuenca Matanza-Riachuelo - Argentina
6 Ministerio de Salud de la Nación - Argentina
7 Subsecretaría de Cuidados Integrales, Gestión y Planificación, Municipalidad de General San Martín - Buenos Aires, Argentina
Objetivos: Indagar las percepciones sobre la geohelmintiasis en las infancias que tienen los equipos de salud (ES) y personas a cargo de infancias (PCI) que residen en el área lindantes a un río altamente contaminado en la ciudad de General San Martín (GSM), Buenos Aires, Argentina.
Métodos: Estudio cualitativo. Se realizaron entrevistas semiestructuradas con enfoque relacional: 17 a ES y 19 a PCI residentes. Análisis mediante la teoría fundamentada.
Resultados: Se identificó una naturalización de la geohelmintiasis en las infancias por parte de los ES y de las PCI. Si bien cuando se mencionan las parasitosis se lo hace en el marco de muchas otras problemáticas de salud, la mayoría asume que es muy frecuente. Los ES tienen medicación disponible para dar, pero refieren que encuentran limitaciones en sus intervenciones debido a la “complejidad” de las situaciones que requieren ser abordadas. Aluden a limitaciones de acceso a servicios (agua potable, productos de higiene, baño, etc), concurrencia de varios padecimientos; precariedad habitacional; múltiples formas de violencia; vivir en el “fondo”. Este último término corresponde a una construcción socio-histórica que refiere a la marginalidad, donde todas las problemáticas antes mencionadas se articulan y sinergian negativamente cobrando vidas.
Conclusión: La naturalización de la geohelmintiasis en las infancias en GSM refleja la complejidad de las condiciones de vida en las áreas lindantes al río. A pesar de contar con medicación disponible, los ES se enfrentan a limitaciones estructurales que dificultan su intervención efectiva, destacando la necesidad de abordar las causas subyacentes de esta problemática.
DESIGUALDADES NA FALTA DE ACESSO A ÁGUA SEGURA ENTRE CRIANÇAS NO EQUADOR
Pôster
Rivadeneira, M. F.1, Mesenburg, M. A.2
1 Pontificia Universidad Católica del Ecuador
2 Fiocruz, Pontificia Universidad Católica del Ecuador
Introdução: A falta de acesso à água segura é uma das principais causas da desnutrição e da mortalidade, principalmente em crianças nos países em desenvolvimento.
Objetivo: Analisar desigualdades no acesso a água segura entre crianças menores de 5 anos residentes no Ecuador.
Métodos: Utilizou-se dados da Encuesta Nacional de Desnutrición Infantil (ENDI), inquérito de base populacional nacional, realizado no Equador em 2022/2023. População alvo foram crianças menores de 5 anos. Domicílios com menores de 5 anos foram incluídos no estudo por amostragem probabilística complexa. Considerou-se como falta de acesso a água segura domicílios que não utilizavam água de fonte melhorada ou longe de casa ou em quantidade insuficiente ou contaminada com Escherichia coli. Variáveis independentes incluídas foram região do país, área urbana/rural, renda familiar, grupo de idade e sexo da criança; etnia, situação conjugal, idade e escolaridade materna. Razões de prevalência (RP) foram obtidas por Regressão de Poisson.
Resultados: Falta de acesso a água segura atinge 45% das crianças equatorianas. Análise ajustada mostrou associação entre falta de acesso e todas as variáveis independentes, exceto situação conjugal e àquelas da criança (grupo de idade e sexo). Mais forte associação foi evidenciada entre falta de acesso e região Amazonía (RP1.60; IC95%1.50-1.71), área rural (RP1.86; IC95%1.72-2.01), e dois quintis mais pobres (RP1.40; IC95%1.27-1.54).
Conclusões: A prevalência de falta de acesso a água segura entre crianças equatorianas menores de cinco anos é alta. Fatores contextuais como região e área urbano/rural são os principais determinantes da desigualdade do desfecho.
DISPARIDADES NA EXPOSIÇÃO AO RADÔNIO: RESULTADOS NO CANADÁ E APLICAÇÕES NO BRASIL
Pôster
Caicedo-Roa, M.1, Goodarzi, A.1, Peters, C.2
1 University of Calgary
2 University of British Columbia
O radônio é um gás inodoro, insípido e sem cor com propriedades radioativas e carcinogênicas. É a segunda causa de câncer de pulmão no mundo. O radônio pode concentrar-se nas casas aumentando seu risco de desenvolver câncer.
Objetivos Investigar as diferenças no impacto da exposição domiciliar ao radônio em pessoas com e sem deficiências.
Método Empregamos medidas de longo prazo com detectores alpha-track para determinar os níveis domiciliares de radônio e analisamos as características sociodemográficas e tempo que as pessoas permanecem em 4 diferentes entornos: 1. residência primária, 2. Outras residências, 3. Locais não residenciais e 4. ao ar livre desde antes do início da pandemia de Covid-19 até 2023 e calculamos as exposições ao radônio residencial.
Resultados Nossa análise incluiu 2.999 adultos canadenses, 11% dos quais relataram experimentar algum tipo de deficiência (mobilidade, sensoriais e cognitivas). Foram determinados níveis semelhantes de radônio nas residências dos dois grupos, média geométrica 102,6 vs. 108,7 Bq/m³. No entanto, os indivíduos com deficiências passaram significativamente mais tempo na residência principal resultando em maior tempo de exposição ao radônio. A pandemia de Covid-19 teve um impacto desproporcionado em pessoas com deficiência, aumentando o tempo de permanência nas casas, bem como um retorno mais lento aos padrões de comportamentos pré-pandêmicos.
Conclusão Nossos achados enfatizam na necessidade de estratégias educacionais e de medição direcionadas para abordar os riscos de radônio em ambientes domiciliares. No Brasil são pouquíssimos os trabalhos sobre os efeitos na saúde do radônio tanto da população geral como das pessoas com deficiência.
DOENÇAS RENAIS CRÔNICAS E SUA ASSOCIADAS À EXPOSIÇÃO AMBIENTAL AOS AGROTÓXICOS
Pôster
Costa, V.L.S1, Pignati, w.1, Corrêa, M.L.M.1
1 UFMT
Estima-se, em escala mundial, que o número total de indivíduos com DRC e outros tipos de lesão renal aguda ultrapassa 850 milhões, um número que causa alarde, visto que é o dobro do número estimado de pessoas com diabetes mellitus (DM) em todo o mundo. Desta forma, vale refletir que a DM não é a única causa que leva ao desfecho das IRC, que é hoje uma das doenças mais comuns em todo o mundo. Objetivo: Analisar as associações das DRC com a exposição ambiental aos agrotóxicos. Método: Foi realizado uma revisão sistemática, na base de dados do PUBMED e MEDLINE, no período de 2019 a 2023. Resultados: Foram selecionados 23 artigos, onde é apresentado a prevalência de 139.691 casos de paciente em IRC dialítico no Brasil até julho de 2019. Já a taxa anual de incidência de pacientes dialíticos no Brasil em 2019 foi de 218/ mil.hab., sendo maior em relação à do ano anterior e maior também que a taxa global da América Latina (154/mil.hab.) e da Europa (127/ mil.hab.). Os fatores de risco ambientais/ocupacional que podem estar associados são citadas a exposição a agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes), exposição a metais pesados (cádmio, arsênico) em alimentos e água e desidratação crônica. Conclusões: Enquanto em países “desenvolvidos” a DM e HAS seguido por processos infecciosos que geram a glomerulonefrite, são as principais causas de DRC, nas últimas duas décadas uma forma grave de DRC foi relatada em indivíduos sem esses fatores de risco.
EPIDEMIOLOGIA DA ESPOROTRICOSE FELINA NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, PERNAMBUCO
Pôster
Alves, M.M.R.1, Vasconcelos, A.M.1, Santos, V.P.1, Albuquerque, A.V.T.1, Lima, S.K.D.1, Ramos, R.F.C.1, Silva, M.E.M.1, Lima, E.T.P.1, Silva, J.F.L.1, Silva, A.E.B.2
1 SMSBE
2 PRMAV-UFRPE
Objetivo: Realizar um levantamento dos casos de esporotricose felina reportados a Vigilância Ambiental no município de Vitória de Santo Antão-PE, no período de 2021 a abril de 2024. Métodos: Através da Vigilância Ambiental, a Secretaria Municipal de Saúde recebeu, por demanda espontânea ou encaminhamentos dos ACE, cadastros de animais com lesões sugestivas da esporotricose. Com auxílio de médicos veterinários, após avaliação do animal, é preenchido um questionário com informações do animal e do tutor, dados de anamnese, tratamento prévio, evolução da lesão e um termo de responsabilidade do tratamento. Na primeira visita e nas posteriores, realizadas a cada 30 dias após o início da terapia, os responsáveis apresentaram imagens das lesões do paciente. Nos casos cabíveis, eram ofertados tratamento, Itraconazol 100mg, uso diário, por tempo médio de 6 meses ininterruptos. Um banco de dados foi criado para acompanhamento dos animais em tratamento, altas e abandono da terapia. Resultados: No período de estudo foram registrados 1.021 casos suspeitos de esporotricose, dos quais 23,4% estão em tratamento, 21,8% receberam alta, confirmando o diagnóstico terapêutico, 48,3% abandonos de tratamento e 6,5% dos animais foram a óbito. Conclusões: Compreende-se uma alteração na epidemiologia da doença, uma vez cerceada a centros urbanos. Percebe-se uma dificuldade da população com o tratamento, associada a fatores como tempo prolongado de terapia. Evidencia-se a importância da Vigilância Ambiental na caracterização da área de transmissão, orientação, tratamento e área estratégica no processo de investigação e adoção de medidas de controle.
EXPOSIÇÃO MATERNA À POLUENTES DO AR E OCORRÊNCIA DE BAIXO PESO AO NASCER - RIO DE JANEIRO
Pôster
Maturana, R. M. A.1, Lopes, I. H. S.1, MORAES, J. F.1, Barbosa, J. P.1, Lima, P. N.1, FIGUEIREDO, N. D.1
1 Curso de medicina da Faculdade Souza Marques
Objetivos: Verificar a associação entre a combinação da exposição aos poluentes atmosféricos e condições de renda, com a ocorrência de baixo peso ao nascer no município do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo ecológico de múltiplos grupos tendo como unidade de análise as 8 Regiões administrativas (RA) do município de Rio de Janeiro (MRJ) que possuem estações de medição de poluentes atmosféricos. Foram analisados os nascimentos ocorridos entre os meses de janeiro a dezembro de 2016 e o período de exposição considerado foi o ano de 2015. Resultados: Na análise da ocorrência de BPN segundo grupos de exposição aos poluentes atmosféricos, observou-se uma menor proporção de baixo peso na RA classificada como Baixa Exposição Atmosférica (BEA) 2.11%. (Centro). Nas RAs classificadas como Média Exposição Atmosférica (MEA) a proporção variou de 2.19% a 3.22%, e na RA com Alta Exposição Atmosférica (AEA) a proporção foi de 3.26% (Bangu). A categoria AEA apresentou um risco 55% maior, e a categoria MEA 42% maior, de ocorrência de baixo peso, em comparação a baixa exposição atmosférica. Vale ressaltar que esses resultados, mesmo estando no limite dos valores de intervalo de confiança, não apresentaram significância estatística. Conclusão: Os resultados deste estudo mostraram uma maior proporção de nascimentos com baixo peso para a idade gestacional em áreas com piores condições de qualidade do ar e renda per capita no município do Rio de Janeiro, demonstrando resultados consistentes quando comparados à literatura existente.
IDENTIFICAÇÃO DE RICKETTSIA EM CARRAPATOS EM SURTO DE FEBRE MACULOSA NO ES EM 2022 E 2023
Pôster
Oliveira, R. T.1, Del Carro, K. B.2, Silva, M. B.2, Zanotti, R. L.3, Fux, B.1
1 UFES
2 SESA-ES
3 SESA_ES
No Espírito Santo (ES), entre 2013 e 2023, foram confirmados 101 casos de Febre Maculosa (FM), desses, 45 óbitos. Em 2023, notificaram 851 casos, dos quais 35 confirmados e nove óbitos, resultando em uma taxa de letalidade de 25,7%. A FM é uma doença com alta letalidade na região sudeste do Brasil, sendo agente etiológico a bactéria Rickettsia rickettsii, comumente associada ao carrapato Amblyomma sculptum como vetor competente.
Durante os surtos em 2022 e 2023 no Estado, foram realizadas coletas de carrapatos nos locais prováveis de infecção (LPIs) e atividades de vigilância acarológica. As técnicas de coleta incluíram arrasto e catação direta. Os ambientes pesquisados abrangeram orlas de lagoas, rios, matas, pastos e incluíram animais como equinos e cães, com os espécimes acondicionados em álcool isopropílico a análise por PCR, conduzida pelo LACEN/ES. Foram coletados o total de 4825 espécimes.
Em 2022, foram coletados em sete LPIs e em duas ações de vigilância, resultando em 1121 espécimes, apenas A. auricularium apresentou PCR detectável para Rickettsia spp. Já em 2023, as coletas abrangeram 18 LPIs e 14 ações de vigilância, resultando em 3704 exemplares, sendo 7 foram positivas.
Importante destacar que carrapatos do gênero Amblyomma foram coletados em 14 dos 15 municípios investigados. Na nota técnica 41/2022 do MS, a presença desse gênero classifica a área como infestada, e a detecção da circulação da Rickettsia spp. a reclassifica como área em transmissão, ressaltando a necessidade de ações de vigilância e monitoramento acarológico, assim como de um atendimento adequado ao paciente.
MÉDIA ANUAL DE MATERIAL PARTICULADO ESTIMADOS POR SENSORIAMENTO REMOTO E QUALIDADE DE VIDA
Pôster
Rios, I.H.R.1, Ribeiro, H.1
1 USP
Introdução. Dentro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, no âmbito da saúde ambiental, discute-se o uso de indicadores para mensurar qualidade de vida. Nesse contexto, fatores como a densidade demográfica, a quantidade de áreas verdes e a frota de veículos podem estar relacionados com a concentração de poluentes atmosféricos nas cidades.
Objetivos. O objetivo deste trabalho é correlacionar espacialmente dados de densidade demográfica e áreas verdes com dados de material particulado 2,5 gerados por sensoriamento remoto em grandes cidades brasileiras, entendendo o possível impacto destas variáveis na qualidade de vida populacional.
Métodos. O indicador de poluição material particulado 2,5μm (MP2,5) obtido por dados de sensoriamento remoto do Centro de Aplicação e Dados Sócio Econômicos da NASA (SEDAC-NASA) surgem nesse contexto como uma oportunidade de pesquisas. É possível cruzar essas informações com dados espaciais de densidade populacional e de quantidade de áreas verdes (NDVI) e entender qual o grau de relação entre a densidade e a porcentagem de áreas verdes com a qualidade do ar de uma certa localização.
Resultados esperados. É esperado que espacialmente a densidade tenha uma relação positiva média a alta, com R² entre 0,4 e 0,8 em todas as áreas analisadas. É esperado também encontrar uma relação espacial inversa média a alta entre a quantidade de áreas verdes e os dados do poluente. O mapeamento destas variáveis pode ser cruzado ainda com dados de morbidade do DATASUS, como internações por doenças respiratórias (CID 10-X) a exemplo, visando averiguar o efeito na saúde respiratória.
MISTURA DE METAIS E DESFECHOS DO NASCIMENTO: COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE ANALISE.
Pôster
Figueiredo, N. D.1, LUIZ, R.R.1, Asmus, C.I.R.F.2
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro
Objetivo: Analisar efeitos combinados do chumbo(Pb), mercúrio (Hg) e arsênico(As) no peso ao nascer e comparar métodos de análise. A população do estudo compreende 744 recém-nascidos com concentrações de metal analisadas no sangue do cordão umbilical. Um questionário foi aplicado a mães do terceiro trimestre para coletar dados sociodemográficos. Uma matriz de exposição por cada mediana do metal foi realizada para estimar os efeitos da co-exposição. Analise de componentes principais (PCA) e Modelos de regressão de soma quantil ponderada bayesiana (BWQS) foram aplicados. Foram considerados como confundidores: sexo recém-nascido, idade da mãe, massa de índice corporal da mãe (IMC), exposição ao tabaco, álcool e idade gestacional. A taxa de detecção foi 99,9% para o PB, 94, 5% Hg de 66% As. Foi observada uma correlação positiva de 0,158 (p = 0,001) entre Pb e Hg e 0,2245 (p = 0,001) entre Hg e As. Os recém -nascidos com valores de Pb e Hg, ambos acima da mediana, tiveram um maior risco de classificação grande para a idade gestacional (LGA) do que os bebês com valores abaixo da mediana para ambos os metais (RR 3,02 p = 0,001). Quando os três metais (Pb+Hg+AS) foram combinados com valores acima da mediana, o risco foi 3 vezes maior (RR = 2,99 p = 0,05). Tanto a analise com PCA (p=0,002) quanto o BWQS (p=0,001)encontrou correlação positiva com o peso ao nascer. Os resultados sugerem um efeito combinado de PB, HG e, As nos desfecho investigado. Os diferentes métodos sugeriram resultados nas mesmas direções.
MOINHOS DE MODOS DE VIDA: DENÚNCIAS ACERCA DA GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA EM PERNAMBUCO
Pôster
Gominho Filho, A. C.1, Santos, S. E. de B.2, Melo, A. L. C. de3, Ferreira, A. R. B.2, Serpa, A. de S.2
1 UFPE
2 UPE
3 UFAL
A utilização de recursos naturais renováveis para a geração de energia elétrica tem sido ampliada nas últimas décadas, já que tecnicamente são consideradas de menor impacto ao meio ambiente. No entanto, a experiência dos moradores de uma comunidade rural no Agreste pernambucano, na qual foram instaladas 220 torres de geração de energia eólica, denunciam impactos de outra natureza. Objetivo: discutir os impactos da instalação de uma Usina Eólica na qualidade de vida da população camponesa residente na comunidade rural de Sobradinho, no município de Caetés. Métodos: trata-se de um relato de experiência a partir de uma ação de saúde multiprofissional, na qual foram ofertados Plantão Psicológico, consultas médicas e Práticas Integrativas e Complementares (PICs) ao território. Resultados: a partir dessa ação foi possível perceber que o megaempreendimento, além de não gerar grandes benefícios financeiros para os camponeses/camponesas donos/donas das terras contratadas, também têm aumentado o êxodo rural e a utilização de psicofármacos nos membros dessa comunidade, que sofrem devido ao ruído constante, às sombras do movimento das hélices e ao medo de acidentes. Conclusões: para a instalação de usinas eólicas é imprescindível um processo de avaliação do terreno, considerando os possíveis impactos biopsicossociais. No entanto, visando o lucro, as empresas não avaliam com precisão e propõem contratos abusivos. Desta forma, urge a necessidade de que haja a regulação estatal nos contratos, bem como a movimentação dos setores de saúde para que a população não fique desassistida.
MONITORAMENTO DE CIANOBACTÉRIAS E CIANOTOXINAS EM MANANCIAIS DA VI REGIÃO DE SAÚDE - PE
Pôster
Costa, D. M. A.1, Vilela, A. P.1, Matias, H. V1, Mandu, L. C. S.1, Vasconcelos, M. A. S.1, Melo, W. E. S.1, Silva, G.R. A. R1, Silva, A. C. R.1, Pires, A. P. D1, Amaral, D. H. A.1, Rodrigues, R. M. S.1, Lucena, J. R. M.2, Arcoverde, J. H. V.1
1 VI GERES
2 MS
OBJETIVO: monitorar a presença de cianobactérias e cianotoxinas em mananciais que abastecem 05 municípios da VI região de Saúde no estado de Pernambuco, entre os anos de 2023 e 2024. METÓDO: Os reservatórios do estudo integram uma área localizada em Pernambuco na VI Região de Saúde. Amostras de água dos mananciais Barra, Marrecas, Mororó, Ingazeira e Riacho do pau foram coletadas por técnicos da Vigilância da qualidade da água para consumo humano (VIGIAGUA) entre julho/23 a março/24 e enviadas ao LACEN para análises. Os dados foram tabulados em programa Microsoft Excel. RESULTADOS: Identificaram-se 9 gêneros de cianobactérias nos mananciais estudados, sendo eles: Planktothrix sp, Pseudanabaenas, Microcystis sp, Anabaenopsis sp, Planktolyngbya sp, Geitlerinema sp., Merismopedia sp. Dolichospermu e Raphidiopsis. A densidade de células de cianofíceas apresentou uma variação entre 0.0 Cel/mL (out./23) e 2.699.923 Cel/mL(fev./24), no mesmo período observou-se que em 90% das análises os resultados mostraram-se acima do valor máximo permitido (VMP) pela portaria GM/MS nº 888/2021 (≤10.000 células/mL). Nesse monitoramento detectou-se em fevereiro/2024, a presença de saxitoxinas (3,51 µg/L), potencialmente tóxica e produzida pelas cianobactérias, em número acima do VMP (3.0 µg/L), no reservatório que abastece o município de Arcoverde, açude Riacho do Pau. CONCLUSÃO: As saxitoxinas (neurotoxinas) podem causar graves problemas de saúde, havendo o risco de óbito. É essencial a realização de políticas públicas voltadas ao monitoramento das condições de qualidade da água, do tratamento de esgoto doméstico e fiscalização de empresas quanto ao despejo de efluentes químicos e orgânicos em mananciais, precavendo problemas de saúde pública.
PERFIL DE CIANOBACTERIA E CIANOTOXINA EM UM MUNICIPIO DO SERTÃO PERNAMBUCANDO (2019–2023)
Pôster
GONÇALVES, A. B.1, LIMA, K. T. M.2, TORRES, M. N.3
1 UPE
2 FIOCRUZ/PE
3 APEVISA
Objetivo – Traçar o perfil da concentração de cianobactérias e cianotoxinas presentes em um manancial superficial utilizado para o abastecimento de água em uma comunidade rural do sertão pernambucano. Metodologia – Estudo descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa, a partir dos dados disponíveis no sistema Sisagua no período de 2019 a 2023. Resultados – No ano 2019 foi observado uma maior concentração (2.655 cél/mL) de cianobactérias (Jaaginema) no mês de agosto; não há registro para o ano de 2020; já no ano seguinte tem-se uma elevada concentração de cianobactéria (478.874 cél/mL) no mês de abril com predominância da Raphidiopsis (419.720 cél/mL) sendo que a maior concentração de cianotoxina (0,89 µg/L) ocorreu no mês de agosto principalmente por microcistinas (0,86 µg/L). Outubro de 2022 foi marcado com o maior nível de cianobactérias (749.772 cél/mL) destacando-se a Planktothrix (690.300 cél/mL) por enquanto setembro apresentou uma elevada concentração de toxinas (0,49 µg/L) em especial a microcistina (0,45 µg/L). Para o ano de 2023, o ápice da presença de cianobactéria (1.573.619 cél/mL) aconteceu no mês de abril prevalecendo a presença da Planktothrix (1.449.630 cél/mL), com novembro apresentando o maior nível de cianotoxinas (0,53 µg/L) sobretudo de Saxitoxinas (0,33 µg/L). Conclusão – valores mais elevados de cianobactéria e cianotóxina tendem a se mostrar presente no transcorrer do segundo semestre do ano, com predominância da Planktothrix capaz de produzir a microcistina que pode gerar agravos à saúde humana, incluindo dano hepático. Sendo importante que os órgãos de gestão desenvolvam estratégia que garantam um fornecimento alternativo de água a essa população.
PREVALÊNCIA E EVOLUÇÃO TEMPORAL DE DESLOCAMENTO ATIVO EM CAMPO GRANDE, MS E BRASIL
Pôster
Rabacow, F. M.1, Santos, T. F.1, Garcia, M. S.1
1 UCDB
Objetivo: Investigar a prevalência e a evolução temporal do deslocamento ativo (uso de modais de transporte autopropulsados e de propulsão humana) no Brasil e em Campo Grande, MS. Método: estudo epidemiológico observacional, de corte transversal, com uso de base de dados secundárias provenientes do sistema Datasus e inquérito Vigitel, considerando pessoas com 18 ou mais anos, de todas as capitais do país. Para investigar evolução temporal, foi considerado o período entre 2012 e 2021. Foram classificados como ativos no deslocamento indivíduos que relataram acumular o mínimo de 150 minutos por semana de atividade física como meio de transporte. Além da frequência e tempo de deslocamento ativo, foram consideradas as variáveis sexo, idade e anos de escolaridade. Resultados: O deslocamento ativo foi maior em homens, em pessoas mais jovens e naqueles com menor escolaridade. No Brasil foi observado um declínio na prevalência de deslocamento ativo em 2021, possivelmente influenciado pela pandemia COVID-19. Campo Grande demonstrou prevalências de deslocamento ativo menores em relação ao Brasil em todo o período estudado. Observou-se um aumento nos níveis de deslocamento ativo na capital, principalmente entre os anos 2014 e 2019, que pode ser reflexo do investimento urbano em ciclovias e ciclofaixas. Conclusões: Campo Grande é uma cidade arborizada, com geografia e clima propício para intervenções urbanas que visem a promoção de modos de vida mais ativos e saudáveis. Sendo assim, políticas públicas direcionadas para a criação de estrutura segura, organizada e atrativa de mobilidade alternativa têm grande potencial para promoção de saúde da populacional e ambiental.
VIGILANCIA EM SAÚDE DE BASE TERRITORIAL EM UM TERRITÓRIO DA BACIA DO RIO PARAOPEBA, MG
Pôster
CARDOSO, N. V.1
1 INSEA
Objetivo: Esta experiência teve por objetivo elaborar indicadores de vigilância em saúde de base territorial, tendo surgido diante da problemática envolvendo a situação de saúde e ambiental em um território na bacia do rio Paraopeba, atingido por rejeitos de mineração. Métodos: Partiu da compreensão do conceito de conhecimento concreto, elaborado pela epidemiologia crítica, na definição de Jaime Breilh, e de ferramentas de diálogo para a elaboração de indicadores, sugerido pelo guia "Vigia, Povo. Um guia de Vigilância Popular em Saúde”. O guia é produzido a partir de experiências de Vigilância Popular em Saúde em territórios alvo de violações de direitos, transformados em “zonas de sacrifício". Resultados: Tendo em vista o contexto, e a não investigação de queixas e sintomas, sem levar em consideração possíveis causadores externos, próprios das condições ambientais daquele território, foi identificado que pode haver uma negação da atual situação de saúde da comunidade pela assistência. Os indicadores produzidos demonstraram que a prática da Vigilância em Saúde de base Territorial como ferramenta de intervenção das comunidades em quadros territoriais específicos é capaz de revelar novos pontos de vista sanitários. Conclusões: os indicadores de Vigilância em Saúde de base Territorial produzidos a partir das denúncias concretas, operada por meio da interação entre as escalas, permitiu “olhar” as queixas de saúde das pessoas e grupos sociais, tendo em vista os contextos em que se inserem. A partir de novas interpretações, também abriu para elaboração dos "anúncios", ou seja, para as ações e medidas de transformação do quadro pela prática em saúde.
INFLUÊNCIA DAS QUEIMADAS NA SAÚDE RESPIRATÓRIA DE INDÍGENAS NO BRASIL
Pôster
Abrahão, A. A1, Garcia, K. K. S1
1 UNB
O aumento de queimadas e incêndios florestais tornou-se uma preocupação global, afetando tanto o meio ambiente quanto a saúde humana devido aos poluentes atmosféricos emitidos pela fumaça. Este estudo teve como objetivo analisar a relação entre queimadas e a incidência de doenças respiratórias em populações indígenas no Brasil, de 2011 a 2019. Trata-se de um estudo ecológico que utilizou dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI) para doenças respiratórias (CID-10: J00-J99) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para focos de queimadas. Foram realizadas análises descritivas e de correlação. No período estudado, registraram-se 873.594 casos de doenças respiratórias em populações indígenas, sendo 460.397 (53%) em mulheres e 413.197 (47%) em homens. Os DSEIs com maiores incidências foram Yanomami (23%), Mato Grosso do Sul (10%) e Minas Gerais e Espírito Santo (7%). O ano com maior número de casos foi 2019, com 165.975 (19%). Houve 1.618.375 focos de queimadas, com os anos de 2012 e 2015 apresentando os maiores números (13,4%), seguidos por 2017 (12,8%) e 2019 (12,2%). Os estados com mais focos foram Pará (18%), Mato Grosso (14%) e Maranhão (13%). A correlação entre focos de queimadas e doenças respiratórias em indígenas foi de 42,1%. Os estados com as maiores correlações foram: Amazonas (0,56), Roraima (0,54) e Mato Grosso (0,41). Os resultados mostram uma relação significativa entre queimadas e doenças respiratórias em populações indígenas, destacando a necessidade de intervenções direcionadas e mais estudos para promover políticas públicas que respeitem os aspectos culturais e garantam a saúde dessas comunidades.
QUEIMA DE BIOMASSA PARA COCÇÃO: EFEITOS DA POLUIÇÃO INDOOR E SAÚDE RESPIRATÓRIA NO BRASIL
Pôster
Abrahão, A. A1, Garcia, K. K. S1
1 UNB
Este estudo teve como objetivo analisar a relação entre o uso de biomassa como combustível para cocção e a ocorrência de internações por doenças respiratórias no Brasil em 2013. Trata-se de um estudo transversal ecológico que utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 e do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) sobre internações por doenças respiratórias (CID-10: Capítulo X). De acordo com dados da PNS 2013, estima-se que 9,9 milhões de pessoas utilizam fogão a lenha e cerca de 2,9 milhões utilizam carvão para cocção de alimentos. Dentre estas populações que utilizam biomassa, predominam pessoas de raça/cor negra (69,4%) com maior frequência na região Nordeste (50,4%). Em 2013, foram registradas 1.316.636 internações hospitalares por doenças respiratórias, predominando na região Norte. A correlação entre internações hospitalares e o uso de fogão a lenha foi de 50,1%, enquanto com fogão de carvão foi de 20,2%. Considerando a utilização combinada de biomassa (lenha e carvão), a correlação foi de 44,6%. A regressão de Poisson revelou que para cada aumento de 100.000 pessoas expostas à queima de biomassa, há um aumento de 6,58% na ocorrência de internações por doenças respiratórias no Brasil. Esses dados indicam uma associação significativa entre o uso de biomassa e a incidência de doenças respiratórias. É crucial a formulação de políticas públicas para monitorar e proteger essas populações. Medidas alternativas mais saudáveis e sustentáveis precisam ser promovidas pelo governo para proteger a saúde dessas comunidades.