Programa - Sessão de Poster - Sistemas de informação em saúde
ANÁLISE TEMPORAL DOS SISTEMAS DE SAÚDE
Pôster
Nascimento, J. W.1, Arruda, L. E. S.2, Silva, L. R3, Silva, M. G. G.2, Freitas, M. V. A.4, Santos, I. S. F.2, Anjos, K. R. B.1, Maia, L. T. S.4
1 UPE
2 FIOCRUZ
3 USP
4 UFPE
OBJETIVO: analisar as estatísticas de acesso ao Datasus no período de 2014 a 2018. MÉTODO: estudo descritivo, quantitativo realizado a partir dos dados de acesso às informações do sistema nos anos de 2014 a 2018. Foram analisados os tipos de informações mais buscadas pelos usuários, bem como a evolução no número de acessos, utilizando medidas de estatística descritiva e de tendência central. RESULTADOS: diante dos anos estudados registrou-se um total de 24.947.844 acessos, uma média de 2.078.987 por mês, mais de 13.670 por dia, obtendo um crescimento de 89,6% no número de acessos entre os anos de 2014 e 2018. Ademais, as informações sobre internações hospitalares foram as mais consultadas (30,1%), seguidos de mortalidade (22,5%) e de nascimentos (9,9%). As informações com menor proporção de acessos foram educação, inquérito, saneamento, perfazendo se somados, pouco mais de 1% das buscas, seguido pelos dados sobre recursos financeiros (1,1%). O crescimento mais expressivo foi observado na busca por dados de atendimentos ambulatoriais (0,2% para 9,1%) e sobre indicadores de saúde e pactuações (0,4% para 5,1%). CONCLUSÃO: Na comparação entre os anos de 2014 e 2018, de maneira geral, observa-se um aumento no número de consultas às informações, para quase todos os tipos, exceto para os dados sociodemográficos, de atenção básica e de recursos financeiros. Portanto, é possível verificar que a população ainda se encontra leiga, no que diz respeito a empregabilidade do dinheiro nos recursos administrativos da saúde.
EPIDEMIOLOGIA DA NATALIDADE E MORTALIDADE INFANTIL-FETAL NO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR
Pôster
Vianna, P. J. S.1, Souza, K. T.2
1 Instituto de Saúde Coletiva/UFBA
2 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador
Objetivos: Realizar análise epidemiológica descritiva da natalidade e da mortalidade infantil e fetal no Distrito Sanitário Centro Histórico (DSCH) de Salvador. Métodos: Foi realizado um estudo observacional ecológico retrospectivo do perfil de nascidos vivos e de óbitos infantis e fetais residentes no DSCH no período de 2017 a 2022. Resultados: Registaram-se 4.065 nascidos vivos, concentrados bairros do Centro, Nazaré e Macaúbas e com tendência de declínio ao longo dos anos. A maioria provinientes de mães pretas e pardas (90%), solteiras (70%), jovens 10 a 29 (50%) e que realizaram o parto cesáreo (54%). No mesmo período, ocorreram 66 óbitos infantis, resultando em uma taxa de 16,2 por 1.000 nascidos vivos (10,1 precoces, 1,2 tardios e 4,9 pós-neonatais) e 51 óbitos fetais com uma taxa 9,3 por 1.000 nascimentos totais, incluindo 19,2 óbitos perinatais. Os bairros do Centro, Macaúbas e Barris apresentaram a maior concentração dos casos e no ano de 2021 observou-se uma variação considerável em ambas as taxas da mortalidade infantil (32,2) e fetal (16,7) em comparação ao cumulativo no período. A maioria dos óbitos foram de fetos prematuros e partos vaginais cujas principais causas de mortalidade foram afecções perinatais, influenciadas por fatores maternos. Conclusões: Apesar da redução da natalidade, a mortalidade infantil e fetal no DSCH não reduziu na mesma proporção com possíveis fatores associados e disparidades locorregionais. Evidenciou-se o impacto do período pandêmico no óbito perinatal impulsionado pela desestabilização da saúde materno-infantil.
ESTRATÉGIA DE CAPACITAÇÃO DE REGISTROS EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA EQUIPES DE SAÚDE DO
Pôster
Carneiro Alves, J. X.1, Santos, L. D. S.2, Barbosa, M. C.2, Araújo, A. C. F.2, Santos, J. V. P. A.3, Silva, M. D. O.3, Santos, R. L.3
1 UEFS
2 prefeitura municipal de Camaçari
3 Prefeitura Municipal de Camaçari
Introdução: No município de Camaçari/Ba, a Atenção primária em saúde (APS) em parceria com a Gerência de Vigilância em Saúde do Distrito Sede (GEVISA) criou uma estratégia de capacitação para seus profissionais de sala de vacina, com ênfase nos sistemas de registros visando às melhorias dos lançamentos no sistemas de informação.
Objetivo: Relatar a experiência de capacitação para profissionais da atenção primária, especificamente técnicos de enfermagem de salas de vacina nos sistemas de informação.
Método: A capacitação foi realizada entre os meses de março e maio de 2023, com seis turmas de oito técnicos de enfermagem e quatro turmas de doze técnicos de enfermagem, onde foram dadas orientações sobre: o acompanhamento e busca ativa das crianças com vacinação em atraso; atualização de cadastros; registro de doses aplicadas; transcrição de caderneta; monitoramento das crianças identificadas na lista de apoio ao cuidado disponibilizadas no SISAB, além de esclarecimento de dúvidas e troca de experiências compartilhadas pelos profissionais.
Resultado: Os encontros foram momentos de grande troca de informações e com atividades em tempo real utilizando os sistemas de informação para realizar tanto lançamento de dados de vacinação, mediante planilhas previamente elaboradas nas unidades, quanto para correção de possíveis inconsistências apresentadas nos relatórios do Esus AB. Os profissionais foram assessorados pela equipe da GEVISA e APS durante todas as tarefas, mastriciando as dúvidas e construindo resultados.
A HISTÓRIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE IMUNIZAÇÃO NO BRASIL: DO PAPEL AO ONLINE
Pôster
Paula, O.F. P.1, Ribeiro, M.C.S.A.1
1 PPG/CCD/SES-SP
Objetivo descrever o processo de desenvolvimento do sistema de informação de imunização no Brasil, caracterizar inovações tecnológicas e identificar políticas públicas influentes. Métodos envolvem a seleção de artigos e documentos relevantes, seguida por uma busca sistemática em plataformas acadêmicas e solicitação de informações via Lei de Acesso à Informação. Resultados principais são padronização de formulários, sistematização de recebimento de dados, uso da internet, registro nominal e integração de dados mostram a evolução do registro de imunização no Brasil, destacando a transição de registros manuais para sistemas informatizados e a importância da informatização para a gestão eficiente de programas de imunização. Conclusões o esforço do Programa Nacional de Imunização em desenvolver o sistema de informação que atenda a capilaridade da a rede de saúde no Brasil e a necessidade de dados oportunos e qualificados para a tomada de decisão em saúde pública, ressaltando o papel crucial dos sistemas de informação na vigilância das coberturas vacinais e na resposta a surtos de doenças.
ANÁLISE DO SISVAN INDÍGENA: VIGILÂNCIA NUTRICIONAL NO POVO XAVANTE
Pôster
Lucena, J. R. M.1, Costa, D. M. A.2, Vilela, A. P.2, Matias, H. V.2, Mandu, L. C. S.2, Vasconselos, M. A. S.2, Melo, W. E. S.2, Silva, G.R. A. R.2, Silva, A. C. R.2, Pires, A. P. D.2, Amaral, D. H. A.2, Rodrigues, M. S. R.2, Arcoverde, J. H. V.2
1 Autarqui de Ensino Superior de Arcoverde PE; Faculdade de Medicina do Sertão/São Leopoldo Mandic - PE; SES-PE/VI GERES
2 SES-PE/VI GERES
Objetivo: analisar os atributos do Sisvan entre os Xavante. Método: a análise da qualidade da base de dados do Sisvan foi realizada por meio dos quesitos qualitativos: duplicidade, completitude e consistência. Além disso, foram analisados a simplicidade e a representatividade do sistema. A avaliação foi realizada segundo a metodologia das Diretrizes Atualizadas para Avaliação do Sistema de Vigilância em Saúde Pública (Updated Guidelines for Evaluating Public Health Surveillance Systems) do Centro de Controle de Doenças de Atlanta. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena. Resultados: A completitude dos dados do Sisvan nas microáreas de São Marcos e Nossa Senhora de Guadalupe para o peso e altura foram classificadas como “Regular”. Em relação a inconsistências dos dados, para todas as microáreas do Polo Base São Marcos foram classificados como excelente. Apenas nas microáreas de São Marcos e Namunkurá foram encontradas duplicidades. No quesito simplicidade, houve dificuldade no acesso a informações demográficas atualizadas pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, assim como monitorar mensalmente todas as crianças. Os dados se mostraram representativos dentro do contexto Xavante. Conclusões: Os resultados aqui apresentados apontam para uma necessidade já evidenciada por outros autores de que o Sisvan indígena, mesmo com seus avanços, ainda apresenta vários desafios a ser ultrapassados, especialmente por estar inserido no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no SUS. Recomenda-se que o Sisvan indígena seja avaliado em todos os Distritos Sanitários Especiais Indígenas para que possa ser identificado as principais dificuldades e planejar ações para sua melhoria.
ANÁLISE LONGITUDINAL DO REGISTRO DE VARIÁVEIS CLÍNICAS EM UNIDADES NEONATAIS
Pôster
Barros, L.1, Magluta, C.1, Gomes, M. A.1, Nicolotti, C. A.2, Costa-Nobre, D. T.3
1 IFF/FIOCRUZ
2 SES/RS
3 UNIFESP
Objetivos: Analisar a qualidade das variáveis de um sistema de monitoramento do cuidado neonatal utilizado por unidades do Sistema Único de Saúde.
Métodos: Foi realizada uma análise longitudinal (2021 à 2023) do registro de variáveis clínicas relevantes para o monitoramento do cuidado neonatal. A qualidade do registro foi avaliado com base no percentual de unidades que tem menos de 10% dos registros sem informação (registro considerado bom). Foram incluídas as unidades que realizaram pelo menos 30 registros por semestre. As variáveis selecionadas foram: uso na gestação de esteróide antenatal; apgar no 5º minuto e medidas para evitar hipotermia ao nascimento; temperatura medida e 1ºcontato pele a pele na internação unidade neonatal; CPAP nasal; infecção precoce; nutrição enteral; exame de rastreamento para retinopatia da prematuridade e dieta na alta.
Resultados: A adesão das unidades cresceu, sendo 58 no 1º semestre de 2021 e 81 no final do período, gerando cerca de 15000 registros por semestre. Observa-se uma estabilidade na qualidade do registro ao logo do período: apgar 5º minuto, dieta na alta, CPAP nasal, infecção precoce, e nutrição enteral foram as variáveis que se destacaram com o melhor registro, acima de 85%. Em contrapartida, medidas para evitar hipotermia ao nascimento e 1ºcontato pele a pele na internação unidade neonatal mostraram pior desempenho.
Conclusões: O impacto do monitoramento na melhoria do cuidado depende da precisão e completude dos registros. Apesar da relativa estabilidade, foi possível identificar variação no registro, análises adicionais devem identificar suas causas e possibilitar melhorias.
AUMENTO DE SÍFILIS APÓS INFORMATIZAÇÃO DA NOTIFICAÇÃO NA APS DE BETIM-MG, 2015 A 2023.
Pôster
Monteiro, C.C.1, Veloso, I.F.1, Santos, V.M.C.A.1, Paula, L.A.1, Silva, I.A.1, Clementino, Y.D.1
1 Secretaria de Saúde de Betim-MG
Objetivo: Mostrar a importância da integração dos sistemas de informação no aumento da sífilis adquirida a partir da implantação da notificação no sistema de prontuário eletrônico da Atenção Primária à Saúde de Betim.
Método: Estudo descritivo e comparativo dos dois sistemas de notificação utilizados em Betim-MG: SINANnet (Sistema de Notificação de Agravos de Notificação) e SIGSS (Sistema Integrado de Gestão de Serviços de Saúde), acerca da notificação de sífilis adquirida no município de Betim-MG, entre 2015 e 2023.
Resultado: Em 2016 foi implantada a ficha de notificação de sífilis adquirida no prontuário eletrônico das 38 unidades de Atenção Primária à Saúde de Betim, para o preenchimento durante os atendimentos de pacientes com diagnóstico da doença e evitar o preenchimento manual. Com esta estratégia, entre 2016 e 2023 (n=4.322), houve um aumento de 31,4% das notificações (n=1.386). O aumento de notificação no município foi progressivo após implantação do sistema do SIGSS, registrando notificações equivalentes a: 2016 (0,8%), 2017 (9,2%), 2018 (35,6%), 2019 (30,2%), 2020 (36,2%), 2021 (31,1%), 2022 (41,2%) e 2023 (41,3%). Apesar da pandemia de Covid-19 em 2020 e 2021, esses anos mostraram aumento ou manutenção desta proporção de casos no sistema de prontuário eletrônico.
Conclusão: Melhora da subnotificação de sífilis, doença epidêmica no Brasil, a partir da disponibilidade da ficha de notificação no sistema de prontuário eletrônico da atenção primária à saúde.
AVALIAÇÃO DA COBERTURA DE REGISTRO DE PARTOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR, BRASIL
Pôster
Marques, J. A.1, Domingues, R. M. S. M.2, Dias, M. A. B.3, Coeli, C. M.4, Saracenni, V.5, Pinheiro, R. S.4
1 Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUCPR
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz
3 Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz
4 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro
5 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: avaliar a cobertura nacional de registro de partos no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH), segundo o hospital de ocorrência e verificar características institucionais associadas. Métodos: Estudo ecológico descritivo com dados do SIH, do Sistema Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) de acesso público, 2012-2020. Internações de mulheres de 10 a 49 anos para parto vaginal ou cesariana no SIH foram comparadas aos registros de nascidos vivos (NV) ocorridos em partos hospitalares em estabelecimentos com convênio SUS e mais de 100 NV/ano no SINASC. A cobertura foi medida pela proporção de internações para partos (SIH) em relação ao total de NV SINASC. Modelos de classificação supervisionada, árvore de decisão e floresta aleatória, foram utilizados para identificação das características hospitalares para predição da cobertura. Resultados: A cobertura no SIH foi estimada em 86,9%, e em 80,6% após exclusão de hospitais com cobertura >100%. Maiores coberturas foram observadas nas regiões Norte e Nordeste, menores no Sul e Centro-Oeste. Houve aumento da cobertura nacional de 77,9% para 82,3% no período. Os principais fatores preditivos foram a proporção de cesarianas, leitos obstétricos SUS, a esfera administrativa e o porte do hospital, com menor cobertura em serviços com maior proporção de cesarianas. Falhas no registro do CNES foram identificadas no SINASC. Conclusões: A cobertura de registro de partos no SIH é elevada, sendo menor em hospitais com elevada proporção de cesarianas. Estratégias de melhoria contínua da qualidade de registro nos sistemas de informação são necessárias.
CO-DETECÇÃO DO VÍRUS INFLUENZA E OUTROS VÍRUS RESPIRATÓRIOS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS
Pôster
Siqueira, B. A.1, Silva, A. E. F.1, Bredariol, K. O.1, Boschiero, M. N.1, Marson, F. A. L.1
1 USF
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de pacientes hospitalizados por vírus influenza que apresentaram co-detecção com outro vírus respiratório.
Métodos: Os dados foram coletados a partir do Open-Data-SUS e incluiu pacientes infectados pelo vírus influenza A ou B com co-detecção positiva de outros vírus respiratórios. Marcadores epidemiológicos foram utilizados como preditores para o risco de óbito.
Resultados: Dente os 477 pacientes, o vírus influenza A foi detectado em 83,9%. A co-detecção ocorreu para VSR (53,0%), rinovírus (14,0%), adenovírus (13,4%), vírus parainfluenza 1 (10,7%), vírus parainfluenza 3 (5,2%), metapneumovírus (3,8%), vírus parainfluenza 2 (3,6%), bocavírus (3,4%) e vírus parainfluenza 4 (1,5%). A taxa de co-detecção foi maior no sexo masculino (50,7%), faixa etária de 0 a 12 anos (65,8%) e brancos (61,8%). Os sintomas clínicos mais comuns foram a tosse (90,6%), dispneia (78,8%) e febre (78,6%). 35,0% dos indivíduos apresentavam pelo menos uma comorbidade, principalmente cardiopatia (14,3%), asma (8,4%) e diabetes mellitus (7,3%). 30,8% dos indivíduos estiveram em tratamento na UTI, destes, 66,8% necessitaram de suporte ventilatório, principalmente não invasivo (57,2%). 6,9% dos pacientes faleceram, tendo como principais preditores a infecção por bocavírus (OR=14,78 [IC95%=2,84-76,98]) e metapneumovírus (OR=8,50 [IC95%=1,86-38,78]), raça (outras raças vs. brancos) (OR=3,67 [IC95%=1,39-9,74]), cardiopatia (OR=3,48 [IC95%=1,13-10,71]) e necessidade de UTI (OR=7,64 [IC95%=2,44-23,92]).
Conclusões: A co-detecção ocorreu, principalmente, para VSR, rinovírus e adenovírus, sendo mais comuns em homens, brancos e na fase juvenil. A co-detecção do vírus influenza com bocavírus e metapneumovírus foi associada ao aumento da chance de óbito, bem como raça, doenças cardíacas e necessidade de UTI.
COMPLETUDE DOS REGISTROS DE NOTIFICAÇÕES DE SÍFILIS EM GESTANTE
Pôster
Tetemann, E.C1, Tetemann, E.C1, Tetemann, E.C1, Starnini, C.1, Ribeiro, J.H.M1, Tetemann, E.C1
1 UNISA
Objetivo: Descrever a completude dos dados de Sífilis em gestante do Sistema de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN). Método: os dados foram coletados do SINAN utilizando as seguintes variáveis: Classificação clínica, escolaridade, raça/cor e faixa etária. A completude dos dados foi calculada através da proporção do número de dados ignorados/ branco pelo total de casos notificados para os anos de 2017 a 2022. A classificação final foi realizada com base nos parâmetros do Sinan (Brasil, 2019) quanto ao grau de completude ordenada em: excelente (≥95,0%), bom (90-94,9%), regular (70-89,9%), ruim (50-69,9%) e muito ruim (<50%). Resultados: De acordo com os dados coletados a completude foi considerada excelente na variável faixa etária (99,8%), bom na variável: raça (93,5%) e regular nas variáveis: classificação clínica (77,45%) escolaridade (73,2%). Lopes et al (2018) demonstraram que nos anos de 2007 a 2013 as variáveis classificação clínica (67,82%) e escolaridade (67,82%) apresentaram escores ruins, o que difere dos dados encontrados neste estudo apresentando uma melhoria na completude. A única variável a se manter excelente foi faixa etária. Já a variável raça, considerada excelente por Lopes et al (2018) neste estudo foi classificada como boa. Foi observado que variáveis importantes para a caracterização da sífilis em gestante apresentaram completudes insatisfatórias. Isso pode dificultar a formulação de políticas públicas que sejam competentes no enfrentamento da doença.
COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA GESTAÇÃO NA FAIXA ETÁRIA DE 10 A 14 ANOS NO RECIFE-PE
Pôster
BEZERRA, T. S.1, MAGALHÃES, T. B. S.1, SOUZA, S. E. P.1, OLIVEIRA, C. M.2
1 Escola da Secretaria de Saúde do Recife – Programa de Residência em Vigilância em Saúde
2 Secretaria de Saúde do Recife, Recife-PE, Faculdade de Medicina de Olinda, Olinda-PE.
Objetivo: descrever o comportamento epidemiológico da gestação na faixa etária de 10 a 14 anos na cidade do Recife-PE. Métodos: estudo exploratório descritivo, quantitativo, usando dados de nascidos vivos, óbitos fetais e infantis de parturientes da faixa etária 10 a 14 anos residentes no Recife-PE, no período de 2013 a 2022. Os dados de nascidos vivos foram obtidos através do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), os de mortalidade pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). A análise foi realizada por meio de estatísticas descritivas. Resultados: foram registrados 1.346 nascidos vivos (NV), sendo a maioria de parturientes negras (87,0%), que realizaram <7 consultas de pré-natal (56,5%), de gestação a termo (81,2%) e cujo recém-nascido nasceu com >2.500g (84,5%). Segundo o SIM, ocorreram 21 óbitos fetais e 30 infantis, perfazendo um coeficiente de mortalidade fetal de 15,4/mil nascimentos e um infantil de 22,3/mil NV. Dos óbitos fetais, 87,5% tiveram baixo peso ao nascer, e 47,6% tiveram como causa básica da morte sífilis congênita. A principal causa dos óbitos infantis foi a septicemia bacteriana do RN (26,7%). Conclusão: destaca-se a necessidade de medidas preventivas e de intervenção durante a gestação deste grupo etário, especialmente à prevenção de infecções e à melhoria da assistência perinatal. A taxa de mortalidade fetal e infantil de parturientes de 10 a 14 anos foi maior quando relacionada às adultas, portanto é urgente a promoção de mudanças do acesso à saúde e de uma abordagem educativa adequada em relação à sexualidade para este grupo etário.
DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO PARA FORTALECER A VIGILÂNCIA DAS LEISHMANIOSES
Pôster
CODENOTTI, S. B.1, Moura, N. F. O.2, ANDRADE, P. F.1, Cabral, L. S.1, BRANT, V. M.1, GOMES, M. L. S.3, COSTA, J. N. G.3, DONATO, L. E.3, NORMANDO, P.3, ARAUJO, B. T.3, MACÁRIO, A. M.1, SANTOS, D.1, VEROTTI, M. P.1, HENRIQUES, C. M. P.1
1 Fiocruz Brasília
2 Friocruz Brasília
3 Ministério da Saúde
Objetivo: Aprimorar processo de disseminação das informações com desenvolvimento de painel de monitoramento público das leishmanioses.
Métodos: Realizado, em parceria com o Ministério da Saúde (MS), mapeamento do ciclo de dados das leishmanioses desde a notificação até consolidação automática no Datasus/MS; identificação das bases de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan); definição dos indicadores de monitoramento; desenvolvimento de painel na ferramenta Elastic Search e preparação de dados para visualização com Kibana e implantação no parque tecnológico do MS.
Resultados: O ciclo de dados das leishmanioses inicia-se com registro de casos no Sinan pelas unidades de saúde e segue fluxo de transferência padronizado. Para a disseminação das informações por meio do painel, os dados são consolidados, passam por processo de higienização e são apresentados em estrutura desenvolvida com funcionalidades para explorar visualmente todo o território e visualizar tendências por gráficos e indicadores. Também é possível acessá-los georreferenciados para facilitar a análise e o monitoramento dos casos. Os indicadores disponíveis no painel são: coeficientes de incidência, distribuição por raça/cor, faixa etária, escolaridade, letalidade, coinfecção/HIV, entre outros, além de opções de seleção para busca a partir do usuário. Esta ferramenta será disponibilizada pelo MS na página da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA).
Conclusão: O painel apoiará os processos de tomada de decisão, com a identificação de aspectos epidemiológicos e operacionais que apontem, de maneira mais oportuna, as necessidades locais para controle das leishmanioses. Será facilitado o acesso à sociedade, que poderá participar de maneira mais ativa.
FATORES PREDITIVOS DO REGISTRO DE ÓBITO DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL NO SIH, BRASIL
Pôster
Marques, J. A.1, Domingues, R. M. S. M.2, Dias, M. A. B.3, Coeli, C. M.4, Pinheiro, R. S.4, Saraceni, V.5
1 Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUCPR
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fiocruz
3 Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira/Fiocruz
4 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva/Universidade Federal do Rio de Janeiro
5 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivos: Estimar a cobertura de registro de óbito de mulheres em idade fértil de 10 a 49 anos (MIF) no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), segundo hospital de ocorrência e verificar os preditores associados à cobertura. Métodos: Estudo ecológico descritivo com dados públicos do SIH, Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2012- 2020. Óbitos em internações de MIF no SIH foram comparados aos do SIM. Calculou-se a cobertura pela proporção de óbitos no SIH em relação ao SIM. Modelos de classificação supervisionada - árvore de decisão e floresta aleatória - foram utilizados para identificação das características hospitalares relacionadas à cobertura. Resultados: A cobertura de registro de óbito de MIF foi estimada em 78,0% e em 71,8% após exclusão de hospitais com cobertura >100%. Menor cobertura foi observada na região Norte (67,7%) e maior na Sul (76,9%). Houve aumento da cobertura de 69,0% para 74,4% no período. Os principais fatores preditivos da cobertura foram instalação física de urgência/emergência, esfera administrativa, nível de complexidade, proporção de leitos adultos conveniados ao SUS e atividade de ensino, com menor cobertura naqueles com instalação de urgência/emergência e maior cobertura com maior complexidade, esfera federal, atividade de ensino e maior proporção de leitos adultos conveniados ao SUS. Falhas no registro do CNES foram identificadas no SIM. Conclusões: A cobertura de registro de óbito de MIF no SIH no país é elevada e crescente. Diferenças regionais reforçam a necessidade de estratégias de melhoria da qualidade dos sistemas de informação.
INTELIGÊNCIA EM C NCER: UMA NOVA ABORDAGEM ATRAVÉS DO ONCOLLECT
Pôster
Scaff, A. J.M.1, Reis, R. S.1, Maltonio Jr., L. A.1
1 Fundação do Câncer
Introdução: É uma ferramenta única capaz de coletar e receber informações de diferentes tipos de registros de câncer: ambulatoriais, hospitalares e populacionais. Sua concepção foi construída de forma que permita a inclusão de múltiplas unidades de saúde e grupos que atendem as unidades.
Objetivo: Estruturar de forma hierárquica e segura os dados de serviços de saúde públicos - SUS - e privados (saúde suplementar) do Brasil.
Método: Desenvolvimento de um sistema integrado de registros de câncer, em plataforma web, responsivo a dispositivos (como tablet e notebooks), além de ser compatível com os sistemas existentes como por exemplo, os sistemas do INCA. Seu desenvolvimento é composto de três fases. A primeira fase já foi concluída com a criação da plataforma web , com premissas de cultura e coleta ativa de dados. Na fase dois, estão em rotinas planejadas para coleta passiva e automatizada de dados com aprimoramento das validações. E na fase três será utilizada inteligência artificial, possibilitando escanear outras bases de dados para complementar as informações.
Resultados: Plataforma web operacional, com diferentes formulários padronizados para tipos de registros de câncer. Está sendo utilizado para a coleta do RCBP do município de Niterói, no estado do Rio de Janeiro.
Conclusão: O sistema - Oncollect é amigável podendo ser utilizado no SUS e na rede de saúde suplementar do país. Além disso, apresenta as vantagens de coletar diferentes tipos de notificação e registros de câncer em uma única ferramenta, agilizando o processo de coleta e análise das informações sobre câncer.
LINGUAGEM DE PROGRAMACAO R NA BUSCA DE INCONSISTENCIAS NO SIM CURITIBA
Pôster
Goes, G.A R.1, Nakamura, C.Y.1, Libel, S.R.1, Oliveira, A.A.S.1, Carli, A.V.A.1, Rusyk, A.R. R.1, Tonon, L.H.1, Laplechade, V.F.P.1
1 PMC - Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba
OBJETIVOS. Identificar as inconsistências existentes no banco do Sistema de Informação sobre Mortalidade de Curitiba, e o tempo gasto nos processos de busca manual no banco de 2017 e de busca automatizada por linguagem de programação R, no banco de 2022.
MÉTODOS. A busca manual contemplava 28 inconsistências e realizada por filtros no Excel®, elencando as relacionadas com causas básicas do óbito. Para a busca automatizada foi escrito um código em linguagem de programação R, permitindo ampliar para 95 inconsistências.
Esse código foi rodado nos bancos já qualificados e consolidados, para comparar o tempo despendido no processo de busca e a quantidade de inconsistências entre o processo manual realizado em 2017 e automatizado em 2022. Os dados foram tabulados no Excel para comparação. RESULTADOS. Avaliou-se 1.367.335 dados passíveis de correção no banco de 2017 (14.393 registros x 95 buscas) e 1.746.100 no banco de 2022 (18.380 registros x 95 buscas). No banco de 2017 ainda foram encontrados 4.211 dados inconsistentes (0,308%), enquanto no banco de 2022 somente 85 (0,005%). Nos anos anteriores, o tempo empregado para a busca das inconsistências era próximo a 640 horas. O tempo para rodar o código com as 95 buscas foi de 51 segundos. CONCLUSÕES. O uso da linguagem de programação R tornou o processo mais eficiente, com ampliação para 95 buscas, em menos tempo e de forma padronizada, uma vez que pode ser reproduzida a qualquer momento.
MANIFESTAÇÕES SOBRE SAÚDE BUCAL NA OUVIDORIA DO SUS: UMA ANÁLISE DESCRITIVA E TENDÊNCIAS
Pôster
Silva, C.C.1, Ferreira, R. C. G1, Arruda, J. L.2, Silva, V. L.1, Sá, D. A3, Santos, D. F. S4, Moreira, R. S.5
1 UFPE
2 IMIP-PE
3 FIOCRUZ-PE
4 UNIBRA
5 UFPE/FIOCRUZ-PE
Objetivo desta pesquisa foi analisar as principais manifestações sobre a. assistência odontológica na ouvidoria do SUS (Sistema Único de Saúde). Método:Estudo descritivo, realizado por meio do painel de dados de manifestações registradas (https://www.gov.br/saude/pt-br/canais-de-atendimento/ouvidoria-do-sus/p…), com filtro em saúde bucal, considerando todo período disponível (2010 a 2024), com atualização em 09.06.2024. Foram analisadas as seguintes variáveis: classificação por tipo (reclamação, solicitação, denúncia, informação, elogio, sugestão); meio de atendimento (telefone, formulário web, e-mail, carta, pessoalmente, outros); assunto (setor direcionado), e sub assuntos predominantes (item 1-estrutura, 2-queixa e 3-especificação).Resultados: Foram Registradas 54.859 manifestações cadastradas por 491 ouvidorias no Brasil.(Média anual de > 50 mil, com 90% respondidas), sendo São Paulo o estado com maior número de manifestações. Os meios de atendimento mais utilizados foram o telefone (65,5%) e pessoalmente (16,2%). Entre os tipos de manifestações, predominaram solicitações (46,8%) e reclamação (37,5%). E os destaques de assunto assistência odontológica foram os subassuntos 1: assistência especializada (30,11%), recursos humanos (27,1%), assistência básica (20,5%). Discussão:As manifestações dos cidadãos brasileiros revelam sensibilidade e coerência com a realidade. Desde a implantação do programa Brasil Sorridente em 2004, medidas de aprimoramento dos serviços de saúde vêm sendo incorporadas para permitir a garantia do acesso e a integralidade do cuidado no território. No ano de 2023, a Política Nacional de saúde bucal foi incorporada à lei orgânica da saúde 8080 de 1990.Conclusão: Tais evidências demonstraram que o painel de dados da ouvidoria do SUS é uma potente ferramenta de acesso à informação para os gestores do SUS e para sociedade em geral.
MODELO CONCEITUAL DE CONSTRUÇÃO DE PAINÉIS ANALÍTICOS EM SAÚDE: TRILHA DE DESENVOLVIMENTO
Pôster
Ferreira, C. D.1, Pinheiro, R. S.2, Souza, R. C.3
1 IESC/UFRJ e SMS-Rio
2 IESC/UFRJ
3 FCM/UERJ
Objetivo: Descrever uma proposta de modelo conceitual para desenvolvimento de painéis analíticos em saúde. Métodos: Realizada revisão da literatura sobre ciência de dados, avaliação de serviços de saúde e indicadores de saúde. A partir disso, foi construído um modelo conceitual para subsidiar a construção de painéis analíticos úteis na área da saúde. Resultados: O modelo conceitual possui oito etapas: (1) Fase inicial, mapeamento das necessidades e interesses; (2) Fase de operacionalização, distinção e classificação dos indicadores; (3) Fase de aquisição dos dados; (4) Fase de processamento e análise de dados; (5) Fase de construção das camadas de visualização; (6) Validação dos painéis; (7) Implementação e (8) Disseminação e Comunicação. A segunda etapa prevê instrumentos padronizados para facilitar sua consecução como (i) ficha resumo; (ii) definição dos indicadores e suas qualificações e (iii) categorização dos indicadores. As etapas de aquisição, processamento e análise são as mais extensas. Nelas serão aplicadas as regras de negócio definidas na etapa de operacionalização, o cálculo de indicadores e a construção do modelo relacional de dados. A camada de visualização é orientada pela premissas da epidemiologia descritiva com apresentação dos dados sobre tempo, pessoa e lugar organizados hierarquicamente, segundo levantado da fase de operacionalização, seguida da validação dos painéis pelos interessados, a implementação da ferramenta e disseminação e comunicação. Conclusão: A crescente popularização de ferramentas tecnológicas para visualização de dados e a proliferação de painéis é um fenômeno atual, espera-se que a proposta de um modelo conceitual promova a construção de painéis úteis e orientados à tomada de decisão baseada em dados.
MONITORASB: UMA INOVAÇÃO PARA O MONITORAMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL NA APS
Pôster
Ferreira, R. C.1, Chalub, L. L. F. H.1, Amaral, J. H. L1, Prado, R. L.1, Rocha, N. B.1, Pereira, H. B.1, Santos, J. S.2, Santos, M. P. A.3, Colussi, C. F.4, Bomfim, R. A.5, Lima, R. T. S. L6, Cruz, D. S.7, Lima, A. M. F. S8, Senna, M. I. B.1
1 UFMG
2 SESMG
3 UFRJ
4 UFSC
5 UFMS
6 Fiocruz
7 CGSB
8 UFBA
Objetivo: Este estudo descreve a metodologia utilizada no desenvolvimento do MonitoraSB, uma inovação no campo da avaliação e monitoramento dos serviços de saúde bucal na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil e discute suas características e possíveis utilizações. Métodos: O MonitoraSB inclui uma matriz de indicadores e ferramentas digitais, desenvolvidas em colaboração com cirurgiões-dentistas das Equipes de Saúde Bucal e gestores de saúde bucal, de 2014 a 2022. Os indicadores avaliam o provimento e gestão dos serviços de saúde bucal e foram desenvolvidos com base no modelo de avaliação da efetividade da atenção em saúde bucal. Ferramentas digitais incluem um painel de monitoramento e uma calculadora, que desenvolvidos para facilitar o uso operacional dos indicadores. Essa inovação será avaliada no nível da gestão municipal em Minas Gerais e, no Brasil, no nível estadual por meio de pesquisa de implementação. Resultados: Os 54 indicadores da matriz, com validade de conteúdo e mensurabilidade demonstradas, abrangem diversos aspectos do cuidado em saúde bucal na APS, desde a organização e capacidade dos serviços até o perfil de atendimento e resolutividade. O painel oferece navegação e interatividade, permitindo análises nos níveis regional, estadual e municipal e realizar comparações geográficas e temporais. A calculadora permite a obtenção dos indicadores no nível local. Conclusão: A implementação do MonitoraSB poderá promover o fortalecimento da APS, sustentando a tomada de decisões informadas e a consolidação do modelo de cuidado em saúde bucal universal, integral e equânime.
ÓBITOS POR INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS EM INDÍGENAS, MINAS GERAIS: QUALIDADE DOS DADOS.
Pôster
Alves, W.A.1, Teixeira, G.C1, Santos, M.S.1, Moreira, A.F.G1, Santos, J.F.1
1 UFJF-GV
Objetivo: Avaliar a qualidade dos registros de óbitos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) (acesso público) por doenças respiratórias infecciosas (DRI) na população indígena residente em Minas Gerais, Brasil.
Método: Estudo avaliativo da qualidade dos registros de óbitos de 2009 a 2022. A qualidade foi avaliada através da incompletude (proporção de campos não preenchidos pelo médico na declaração de óbito) das variáveis do sistema. Variáveis estudadas: sexo, faixa etária, estado civil, escolaridade, macrorregião, assistência médica, necropsia, causa básica da morte (agente etiológico e sítio anatômico). A incompletude (campos em branco/ignorados), foi classificada de acordo com Romero e Cunha (2007), nas categorias: muito ruim (≥50% sem preenchimento), ruim (20,0-49,9%), regular (10,0-19,9%), bom (5,0-9,9%) e excelente (menor que <5%).
Resultados: 60% das variáveis estudadas foram consideradas excelente: sexo, faixa etária, macrorregião, causa básica de morte, agente etiológico e sítio anatômico, com 0,0% de incompletude. Porém, 30,0% das variáveis analisadas foram classificadas como ruins: estado civil (30,1%), escolaridade (39,2%) e necropsia (42,0%). A variável assistência médica foi a única classificada como muito ruim (51,8%).
Conclusão: Os registros de óbitos da população indígena mostram fragilidades, com alta incompletude na variável de assistência médica, dificultando a avaliação do cuidado prestado. A carência no preenchimento das variáveis demográficas impede o conhecimento completo do perfil populacional. Estratégias são necessárias para melhorar o preenchimento correto das variáveis, incluindo o treinamento dos profissionais de saúde responsáveis pelas notificações.
PAINEL DE INDICADORES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Saucha, C. V. V.1, Moura, A. C. C. C. A.1, Corrêa, H. F. S.1, Lima, J. D. V.1, Silva, F. D.1, Silva, G. C. S.1, Carvalho, M. M. B.1, Caetano, S. C.1, Carvalho, L. F.2, Aguilar, G. M. O.2
1 SMS RIO/SVS/CVE
2 SMS RIO/SVS
Objetivo: Apresentar a experiência do painel de indicadores da Vigilância Epidemiológica no município do Rio de Janeiro. Método: O painel de indicadores foi construído com a participação dos diversos atores envolvidos, abarcando os 03 eixos temáticos da Vigilância Epidemiológica: doenças e agravos transmissíveis agudos; doenças e agravos não transmissíveis e sistemas de informação. Os indicadores estão alicerçados nos atributos de qualidade dos dados, sensibilidade e oportunidade das ações da Vigilância Epidemiológica. A publicização do painel de indicadores é feita mensalmente, por meio eletrônico e por quadrimestre na reunião da Rede de Vigilância Municipal. Resultados: Foram construídos 8 indicadores para compor o painel, sendo 4 de oportunidade (realização do RT-PCR para as arboviroses, oportunidade de digitação das violências e de encerramento dos casos de SRAG e das doenças de notificação compulsória imediata). Para o atributo de sensibilidade foram elaborados indicadores que avaliassem a interrupção do tratamento por abandono nos casos de atendimento antirrábico, a detecção de doenças exantemáticas e de violência. Em relação a qualidade dos dados é avaliado o preenchimento do campo raça/cor nas notificações de violência. Entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024 observamos progresso em todos os indicadores, exceto o indicador de encerramento das doenças de notificação compulsória imediata, provavelmente justificado por alteração no parâmetro estabelecido. Conclusão: O painel de indicadores contribuiu para o monitoramento tanto da gestão regional das áreas programáticas quanto das unidades de saúde do território, proporcionando o estreitamento de vínculos e senso de pertencimento do processo de trabalho da Vigilância Epidemiológica.
PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO NO BRASIL ATRAVÉS SISCAN
Pôster
Tomasi, Y. T.1, Drexler, C. N.2
1 UFFS
2 UCEFF
Objetivo: analisar o panorama epidemiológico e rastreamento do câncer do colo uterino através do exame citopatológico no Brasil entre 2013 a 2022. Métodos: estudo epidemiológico do tipo transversal, utilizando dados do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), referentes ao rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil. Foram analisadas informações acerca do ano de realização do exame, idade, escolaridade, região do país, período de realização, adequabilidade da coleta, a normalidade, atipias e outras neoplasias. Estimou-se as coberturas do exame segundo variáveis sociodemográficas, e as prevalências do período de realização, de alterações, além de estimativas de adequabilidade na coleta. Resultados: houve um aumento da cobertura do exame no país, passando de 56,9% em 2013 para 68,1% em 2022, sendo a faixa etária com maior cobertura do exame de 35 a 44 anos. A prevalência de alterações no exame citopatológico aumentou no período devido à elevação da cobertura do rastreamento, com uma taxa de adequabilidade da coleta do superior à 98,0%, porém, com dados preocupantes de 59.749 exames considerados como amostra insatisfatória em 2022 que necessitam de nova coleta. A maior prevalência na realização do exame ocorreu no primeiro ano, e a prevalência de citologia anterior no exame de citologia uterina atual aumentou no período. Conclusões: os resultados do estudo indicam que no período houve uma melhoria significativa no rastreamento do câncer de colo do útero no país, no entanto, ainda detectamos disparidades no acesso e a necessidade de qualificação dos profissionais na detecção e seguimento adequado da rotina de rastreamento.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES RELACIONADAS A TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS
Pôster
Barbosa, C. A.1, Bento, G.1, Romeu, B. C.1, Cabral, E. R. M.1, Emerich, B. F.1, Rodrigues, C. C. O.1, Bastos, T. F.1, Melo, M. C.1
1 Faculdade São Leopoldo Mandic de Araras
Objetivo: analisar a tendência das internações por transtorno mental e comportamental em uma cidade de médio porte do interior paulista, no período de 1998 até 2023. Método: estudo ecológico de série temporal, com dados do Sistema de Informações Hospitalares analisando dados sociodemográficos e clínico/epidemiológicos em Araras, SP. A série temporal baseou-se em modelo de regressão segmentada. Foi observado um total de 2662 internações, 71,0% masculinas. Quanto à variável idade, 73,1% eram entre 20 e 49. 76,8% das pessoas se declaram brancas. De acordo com a lista de morbidades, 31,0% das internações foram devido ao uso de outras substâncias psicoativas e 24,0% por uso de álcool. Segundo o regime de internação, 78,6% foram privados, e, 95,2% foram em caráter de urgência. Evidenciou-se na série temporal uma redução anual de 23,3% da frequência de internações entre os anos de 2008 e 2015, e entre 2015 e 2022, uma redução de 3,1%, com variação anual percentual média de -13,8%. Para a taxa de internação por 10 mil habitantes, houve uma redução anual de 26,2% no período de 2008 e 2014, e de 2014 a 2022 a taxa foi de -6,1%, a variação anual percentual média foi de -15,3%. A principal morbidade associada à internação se refere ao uso de substâncias psicoativas, como o álcool, cocaína e/ou múltiplas drogas. Conclusão: Tal resultado parece estar certamente está ligado ao processo de transformação das formas de cuidado em saúde mental proposto pelo movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira a partir da reestruturação dos serviços e do modelo de atenção psicossocial.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E SOCIODEMOGRÁFICO DE MÃES DE NASCIDOS VIVOS NO DISTRITO FEDERAL
Pôster
Smith, M. J.1, Escalda, P. M. F.1
1 UnB
objetivo: descrever o perfil sociodemográfico e epidemiológico de mães de nascidos vivos no distrito federal (df). métodos: estudo observacional, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com 216.291 registros de nascidos vivos de mulheres residentes no df, no período de 2018 a 2021, utilizando dados contidos no sistema de informação sobre nascidos vivos e na secretaria de saúde do df. resultados: verificou-se redução de 10,3% no número de nascidos vivos. a maioria das mães tinha entre 25 e 29 anos, eram solteiras, pardas, com 8 a 11 anos de estudo, tiveram uma gestação entre 37 e 41 semanas, efetuaram mais de 7 consultas pré-natal e realizaram parto cesáreo. a maioria dos nascimentos ocorreu em ceilândia e samambaia. as regiões administrativas com maior frequência de gestação na adolescência foram ceilândia e brazlândia, estando também entre as regiões com o maior número de gestantes que fizeram entre nenhuma e 3 consultas pré-natal, enquanto as regiões do plano piloto, lago sul e norte e octogonal foram as menores frequências tanto de gestação na adolescência como na ocorrência de 3 ou menos consultas pré-natal. a maioria dos nascimentos no df ocorreu em estabelecimentos públicos de saúde, com apgar no 1º e 5º minutos de 8 a 10, com recém-nascidos de peso normal e sem anomalia congênita. conclusões: observou-se redução de nascimentos dentro do período, especialmente nos anos após o início da pandemia de covid-19. observou-se também uma distinção entre as regiões administrativas diretamente relacionada com a renda, demonstrando uma desuniformidade ocasionada por diferenças socioeconômicas e demográficas.
QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO DE FEBRE MACULOSA: ANÁLISE ENTRE 2007-2020
Pôster
Rodrigues, C.M.1, Maciel, C.J.V.G.2
1 Fiocruz/CDTS
2 SMS Rio de Janeiro
Objetivos: Analisar o grau de completude das fichas de investigação de casos notificados e confirmados para Febre Maculosa (FM) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) no período de 2007 a 2020. Métodos: Análise dos casos confirmados para FM no período estudado com cálculo da taxa unitária da completude dos dados entre os campos considerados obrigatórios e essenciais da ficha de investigação para a doença, conforme parâmetros adaptados aos desenvolvidos por Romero e Cunha (2007). Utilizou-se um banco de dados disponibilizado pelo Ministério da Saúde a partir da Lei de Acesso à Informação, previamente submetido à exclusão das variáveis sensíveis à identificação dos usuários. Resultados: Foram notificados 33.278 casos de FM, sendo 2.216 (6,67%) confirmados. Dentre os conjuntos de dados que formam a ficha de investigação, foram analisados 81 campos de preenchimento obrigatório ou essencial, sendo aqueles relacionados à autoctonia da doença os de menor qualidade de preenchimento entre os campos obrigatórios e, dentre os de preenchimento facultativo, 20 campos da ficha de investigação mantiveram um resultado satisfatório quanto à completude, relacionando-se aos dados demográficos e ambientais, importantes para a caracterização ecoepidemiológica da doença. Conclusão: Campos obrigatórios possuem elevados índices unitários de completude, estando relacionados ao curso clínico da doença, assim como aos aspectos da vigilância epidemiológica. Campos essenciais tiveram um resultado razoável quanto à completude, estando relacionados aos aspectos de diagnóstico laboratorial e de vigilância ambiental (local de provável infecção), o que poderia incentivar a investigação de possíveis cenários ecoepidemiológicos para a FM.
QUALIDADE DOS DADOS DOS REGISTROS HOSPITALARES DE CÂNCER NO BRASIL ENTRE 2000 E 2020
Pôster
Santos Junior, É.C.A1, Azevedo e Silva, G.1, PAIVA, N. S2
1 IMS-UERJ
2 IESC-UFRJ
Objetivos: Avaliar a completude e inconsistência da base de Registros Hospitalares de Câncer (RHC) no Brasil, de 2000 a 2020. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de avaliação da qualidade dos dados do Sistema de Informação de Registros Hospitalares de Câncer (SisRHC) no Brasil. Os dados para câncer (CID10, C00-C80) foram coletados no IntegradorRHC no dia 29 de julho de 2023 e estão disponibilizados de forma pública. Calcularam-se indicadores de Completude e Inconsistência para avaliar a qualidade dos dados e utilizou-se o escore de Romero & Cunha para a sua classificação. Resultados: Foram constatadas piores completudes nas variáveis Ocupação, Pathological Tumor-Node-Metastasis (PTNM) e Estado da doença ao final do primeiro tratamento em todo o período de estudo. Com relação à inconsistência, as combinações entre Data da primeira consulta, Data do diagnóstico durante o período de 12 meses, Data do início do tratamento posterior a 12 meses e Data do óbito posterior a 12 meses aproximaram-se de zero durante todos os anos. Conclusão: Os dados apresentados mostram que a qualidade dos dados do SisRHC, apesar de baixo preenchimento em algumas variáveis obrigatórias, o Sistema tem indicado uma melhoria na qualidade ao decorrer dos anos. A utilização desses dados deve ser estimulada e a melhoria no preenchimento das variáveis serve de subsídio para a vigilância e controle do câncer no Brasil, desde o diagnóstico precoce até o tratamento nas unidades hospitalares.
QUALIFICA SINASC: QUALIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS NO RIO DE JANEIRO
Pôster
Vieira, F.M.S.B1, Melo, M.F.R.S1, Penha, A.S1, Cardoso, B.B1, Gerassi, C.D1, Meijinhos, L.S1, Zapata, G.O.G1, Santos, A.F1, Tenório, U.S1
1 Secretaria Municipal de Saúde - SMS-RJ
Objetivo: apresentar o "Qualifica Sinasc”, ferramenta de qualificação das informações do bloco V – Gestação e parto - da DNV (Declaração de Nascido Vivo), desenvolvida pelo município do Rio de Janeiro.
Métodos: criado protocolo de qualificação das informações da DNV, com dados do cartão de pré-natal e do prontuário na Atenção Primária em Saúde (APS) de forma auxiliar às informações fornecidas pelo local de parto. Priorizou-se a busca pelas variáveis com informações ignoradas, em branco e inconsistentes com outros campos. Foi criado um Sistema de Informação de Vigilância de Dados Vitais para registro da informação qualificada. Avaliou-se o ano de 2023, utilizando 2022, ano anterior ao início do protocolo, para comparação dos resultados.
Resultados: houve qualificação de todas as informações em branco/ignoradas, com destaque para as variáveis “número de consultas de pré-natal”, “mês de início do pré-natal”, “idade gestacional” e “números de gestações anteriores” com redução de, respectivamente, 72%, 78%, 59% e 91%. Ao dicotomizar a variável “número de consultas de pré-natal”, foi possível verificar queda de 15% das DNV com menos de 6 consultas e aumento de cerca de 4% dos registros com 7 ou mais consultas, a partir do uso correto dos dados do pré-natal.
Conclusão: o uso sistematizado dos dados da APS pode aumentar a completude e sensibilidade do SINASC, melhorando as estatísticas vitais. Maior empenho precisa ser dado durante o preenchimento do formulário no estabelecimento de saúde, ao utilizar-se do cartão de pré-natal, entrevista com a parturiente e exames complementares para preenchimento da DNV.
REDE DE INFORMAÇÕES SOBRE A OBESIDADE NO BRASIL
Pôster
Ramos, D.B.N.1, Gentil, J1, Nafalski, G.1
1 Instituto Cordial/Painel Brasileiro da Obesidade
Objetivo: Esta pesquisa objetivou levantar os principais estudos populacionais e sistemas de informação nacionais que permitem estimar o número de pessoas com sobrepeso e obesidade no Brasil.
Métodos: Guiada pela questão: “Quais inquéritos populacionais e sistemas permitem a identificação da obesidade? Estes inquéritos podem ser comparáveis?”, a revisão incluiu estudos e sistemas que identificassem sobrepeso e obesidade pelo Índice de Massa Corporal (IMC), focando em dados do setor público de saúde e inquéritos recentes. Foram analisados os seguintes inquéritos e sistemas: Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição infantil (ENANI), Estudo de Risco Cardiovascular em Adolescentes (ERICA), Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA), Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI), Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE), Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), bem como o Sistema de Vigilância Alimentar Nutricional (SISVAN) e o Sistema de Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
Resultados: A comunicação entre inquéritos enfrenta barreiras como metodologias diversas, segmentação distinta e falta de financiamento contínuo. Há sobreposição de dados e variáveis entre inquéritos, especialmente sobre adolescentes e consumo alimentar. A ausência de dados específicos sobre obesidade dificulta uma compreensão mais aprofundada da doença.
Conclusões: A obesidade ainda é abordada de forma tangencial nessas bases, dificultando o aprofundamento em questões relevantes. As bases nacionais apresentam sobreposições populacionais e variáveis de interesse, diferenças metodológicas e amostrais, além de mudanças entre edições, o que dificulta a integração e comunicação entre os inquéritos e sistemas.
RETOMADA DO GRUPO TÉCNICO (GT) DE MORTALIDADE MATERNO-INFANTIL NO MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN
Pôster
Silva, G.A.P.1, Morais, J.B.S.1
1 SMS Macaíba
Objetivos: Retomar as investigações com intuito de identificar os óbitos maternos, fetais e infantis, avaliar políticas públicas e ações pertinentes à assistência à saúde, garantindo medidas de intervenção para a redução desses eventos. Métodos: Análise descritiva e quantitativa dos óbitos maternos, fetais e infantis, realizada através das notificações. O GT trata-se de um Organismo interinstitucional, de caráter eminentemente educativo e formativo, com atuação sigilosa, contando com participação multiprofissional, cuja atribuição é dar visibilidade, acompanhar e monitorar os óbitos infantis e fetais, além de propor intervenções para redução da mortalidade. O instrumento de gestão permite avaliar a qualidade da assistência à saúde prestada à gestante, ao parto, ao nascimento e à criança no primeiro ano de vida, para subsidiar as políticas públicas e as ações de intervenção. Resultados: No ano de 2023, retomada do GT, foram encerradas trinta e nove investigações, sendo dois maternos, vinte e dois de Mulheres em Idade Fértil, seis fetal e nove infantil. Observou-se que 54% dos óbitos fetal e infantil são óbitos evitáveis e reduzíveis a qualificação da assistência à saúde e atuação nas causas externas. Conclusões: Os resultados construídos com o retorno das atividades do GT de mortalidade no município, após mais de 10 anos, orienta por meio da visibilidade dos dados e recomendações para o planejamento de melhorias e fortalecimento da atenção primária e, sobretudo de intervenções intersetoriais.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO AMBULATORIAL (SIA) COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO EM SAÚDE
Pôster
SIMÕES, P.P.1, TREMARIN, A.C.1, MOTA. G.A.1, RAMOS, A.L.P.1, ESPIRITO-SANTO, M.P1, SOUSA. M.R.O.1, BRITTO, F.A.1
1 SMS-RJ
Introdução: Informações em saúde no âmbito do SUS subsidiam regulação, planejamento, programação, avaliação, controle e auditoria da assistência. Seu monitoramento está associado à manutenção e aumento do repasse financeiro ao teto MAC, FAEC e à formulação de políticas públicas de saúde. Objetivo: Descrever estratégias da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ) para aumento da aprovação da produção ambulatorial. Método: Análise temporal da da produção ambulatorial entre 2018 e 2023 das unidades de saúde municipais e contratualizadas com a SMS-RJ. Resultados: Predominância de inconsistência pelos motivos: CNS do profissional não encontrado e Profissional em Desacordo com a Portaria n. 134/2011 representando 90% das glosas. Os demais estavam relacionados aos motivos: Procedimento sem orçamento; CBO não cadastrado e Procedimento exige serviço/classificação. Após implementando ações de correção da Ficha de Programação Orçamentária (FPO); visitas in loco nas unidades; capacitação em faturamento em saúde; participação na elaboração de regras e fluxos dos registros de saúde junto ao Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); correção oportuna de inconsistências; transparência e criação de dashboards, registrou-se expressivo aumento da aprovação da produção de 93,5% (2018) para 95,6% (2022) e 98,7% em 2023, sendo os maiores da série histórica da SMS-RJ. Conclusão: Estratégias implementadas promoveram maior captação de recursos federais, promovendo incremento da oferta de serviços em saúde, possibilitando um sistema de saúde equânime e integral. Compartilhar a experiência exitosa da SMS-RJ contribui para o aprimoramento da informação em saúde das diversas realidades locais.
SUBNOTIFICAÇÃO DE TUBERCULOSE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, 2019-2022
Pôster
Rodrigues, N. C. P.1, Saraceni, V.2, Coeli, C. M.3, Santos, B. G. S.3, Paiva, S. P.3, Siqueira, A. S. P.3, Pinheiro, R. S.3
1 UERJ/FIOCRUZ/UFRJ
2 PMRJ
3 UFRJ
OBJETIVOS: Estimar o efeito de características sociodemográficas, período, e área de residência na subnotificação de TB no Rio de Janeiro de 2019 a 2022.
MÉTODOS: Os dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foram obtidos na Secretaria Municipal. Variável resposta: subnotificação; preditores: sexo, idade, escolaridade, raça, estado civil, causa básica do óbito, ano do óbito e área programática (AP). medidas de frequência e testes estatísticos foram usados nas comparações. Modelo de regressão logística foi utilizado na análise.
RESULTADOS: O percentual de subnotificação aumentou 3% durante a pandemia de COVID-19 alcançando 41%. Em 2022 houve uma redução de 8% nas subnotificações. O número de notificações no período variou de 166 (38%) em 2019 a 241 (41%) em 2021. Idade do indivíduo, estado civil, causa básica do óbito e local de residência foram as características que contribuíram para aumentar ou diminuir a chance de notificação. Para cada ano de idade, há um aumento de 1% na chance de subnotificação; indivíduos com estado civil ignorado têm chance 70% maior de serem subnotificados do que os solteiros; indivíduos cuja causa básica do óbito foi TB apresentam 39% menos chance de serem subnotificados do que os que foram notificados com causas associadas. Os residentes das AP 2.2, 3.1, 3.3, 4.0, 5.3 e com residência ignorada têm mais chance de subnotificação do que os residentes da AP 1.0.
CONCLUSÃO:
Características sociodemográficas, período e área de residência mostraram contribuir para a subnotificação de tuberculose.
TENDÊNCIA DE CESARIANA NO BRASIL ENTRE 2014 E 2022 SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON
Pôster
Martinelli, K. M.1, Castro-Souza, S. Q.1, Mendes, V.1, Passinho, R. S.1
1 UFSB
Objetivo: Analisar a tendência de cesariana no Brasil utilizando a classificação de Robson, entre 2014 e 2022. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, em que foram calculadas as proporções de cesariana para cada Grupo de Robson, além da contribuição de cada grupo para o total de cesarianas, a partir dos dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Sequencialmente foram aplicados modelos de regressão polinomial para análise de tendência temporal. Resultados: Foram registrados 25.541.508 nascidos vivos no SINASC, com percentuais de cesariana variando entre 55,4% e 58,1% e tendência crescente para o período (β1=0,284, p=0,008). Os grupos cinco, dois e um contribuíram com mais de 60% do total de cesariana durante todo período, sendo que os grupos um e dois apresentaram contribuição decrescente (β1= -0,233; -0,363; p< 0,001, e o grupo cinco apresentou contribuição crescente (β1=0,835; p< 0,001). O percentual de cesariana dentro dos grupos de Robson decresceu ao longo do tempo nos grupos um, onze e de 2018 em diante no grupo nove; cresceu nos grupos dois, quatro, seis, sete, oito e dez; e por fim apresentou estabilidade para o início do período e tendência crescente após 2017 nos grupos três e cinco.
Conclusões: Apesar da taxa de cesariana ter crescido no Brasil, a contribuição dos grupos de nulíparas com gestação considerada habitual para o total de cesariana diminuiu ao longo do tempo, possibilitando uma possível diminuição no futuro, já que mulheres com cesariana prévia apresentam uma contribuição substancial no total de cesariana.
TENDÊNCIA DE INCOMPLETUDE DAS VARIÁVEIS DE ROBSON NO SINASC, PERNAMBUCO, 2018 A 2022
Pôster
Santos Filho, E. J.1, Pereira, C. C. B.2, Barbosa, C. C.1, Oliveira, H. J. P.1, Frutuoso, L. A. L. M.2, Lima, J. L.2, Mendonça, E. F.1, Ishigami, B. I. M.2
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e Insituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE
2 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
Objetivo: Analisar a tendência de incompletude das variáveis da Classificação de Robson no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) em Pernambuco, nos anos de 2018 a 2022. Métodos: Estudo descritivo e transversal. Os dados foram obtidos por meio do sítio eletrônico do DATASUS. As variáveis analisadas foram: número de partos vaginais anteriores, número de cesáreas anteriores, semanas de gestação, tipo de gravidez, apresentação, o trabalho de parto foi induzido?, Cesárea ocorreu antes do trabalho de parto iniciar?. Para o cálculo da incompletude considerou-se a soma dos valores não informados e ignorados; e a análise se deu à luz dos parâmetros definidos por Romero e Cunha (2007). Por fim, utilizou-se o software Joinpoint para a análise de tendência da incompletude de cada variável no período estudado. Resultados: Todas as variáveis analisadas apresentaram grau de incompletude excelente (<5%) em todos os anos do estudo, onde o maior percentual foi observado em 2018 para a variável cesárea ocorreu antes do trabalho de parto iniciar? (3,8%) e o menor para a variável tipo de gravidez (0,1% em todos os anos). A análise de tendência constatou redução na incompletude de todas as variáveis, com exceção de tipo de gravidez, que se manteve estável. Contudo, apenas as variáveis apresentação, cesárea ocorreu antes do trabalho de parto iniciar? e tipo de gravidez apresentaram tendência estatisticamente significante (p<0,05%). Conclusão: Todas as variáveis apresentaram excelente grau de incompletude, com tendência estatística significante em parte delas. Logo, a manutenção deste grau de qualidade é fundamental para credibilidade do SINASC.
TIPO DE APLICAÇÃO PARA O ENVIO DE FICHAS ODONTOLÓGICAS PELOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Pôster
Aires, A.V.1, Vicente, G.M.R.B.2, Abreu, M. H. N. G.3, Martins, R. C.3
1 Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
2
3 Departamento de Odontologia Social e Preventiva, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Objetivos: Analisar o tipo de aplicação usada pelos municípios brasileiros para enviar as fichas de atendimento odontológico aprovadas na APS, para o SISAB. Métodos: Dados secundários de 2022 foram extraídos do SISAB. As variáveis foram categorizadas de acordo com o tipo de aplicação utilizada (CDS online, CDS offline, PEC, Sistema Próprio, ou mais de um tipo de aplicação). Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel, analisados descritivamente por meio de frequências utilizando o SPSS v.22 e espacialmente no Microsoft Power BI, por regiões do país. Resultados: Um total de 24 municípios foram excluídos, por não apresentarem dados. Dos 5546 municípios analisados, 41,96% (n=2327) utilizam exclusivamente uma aplicação para envio das fichas odontológicas, sendo o Sistema Próprio (n=1068; 19,26%), seguido do PEC (n=948; 17,09%) os mais utilizados, e o CDS offline o menos utilizado (n=44; 0,79%). Quando mais de uma aplicação foi utilizada pelos municípios (n=3219; 58,04%) a combinação de PEC e CDS online foi a mais utilizada (n = 2379; 42,90%). A aplicação por CDS online foi mais frequente nas regiões Norte e Nordeste, e por PEC nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A aplicação por Sistema Próprio foi a segunda mais frequente na região Sul e por CDS offline a terceira mais usada nas regiões Norte e Nordeste. Conclusões: A maioria dos municípios brasileiros usaram mais de um tipo de aplicação para o envio das fichas de atendimento odontológico aprovadas para o SISAB, sendo PEC e CDS Online as mais utilizadas, mas com diferenças regionais.
USO DE SISTEMA PRÓPRIO PARA ACOMPANHAMENTO DO BOLSA FAMÍLIA - O CASO DO MUNICÍPIO DO RJ
Pôster
Dias, M. A. E.1, Silva, N. M.1, Silva, F. M.1, Reis, L. E.1
1 SMSRJ
Dentre os municípios brasileiros, o município do Rio de Janeiro vem apresentando uma das melhores coberturas de acompanhamento das condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família (PBF), tendo alcançado 92% na última vigência de 2023. A alta cobertura de famílias acompanhadas deve-se a investimentos da gestão municipal em um sistema próprio de informação para registro do PBF. O objetivo deste relato é descrever como o uso de um sistema próprio no acompanhamento das condicionalidades de saúde no PBF contribui para o alcance na cobertura de acompanhamento. O sistema próprio desenvolvido pelo município do Rio de Janeiro, por ser online, possibilita acompanhar os beneficiários em tempo real, assim que ocorrer qualquer atualização. O profissional tem o acesso na medida de sua lotação na Unidade de Atenção Primária (UAP), sendo possível atualizar dados do acompanhamento como medida antropométrica e vacina. O sistema próprio garante a migração de dados para o e-Gestor (PBF) geralmente em dois carregamentos ao longo de cada vigência. A garantia de registro atinge o nível de microárea de equipe, utilizando o georreferenciamento para vinculação ao agente comunitário de saúde. Assim, é possível visualizar a cobertura ao longo de toda a vigência, o que torna o monitoramento dinâmico e contínuo, evitando altas variações de acompanhamento entre unidades, pois cada regional consegue monitorar as UAP do seu macroterritório. A organização do processo de trabalho se torna mais próxima ao território e as ações são mais efetivas.