Programa - Sessão de Poster - Vigilância epidemiológica e vigilância em saúde
A EXPERIÊNCIA DO CIEVS NACIONAL COM VIGILÂNCIA BASEADA EM EVENTOS PARA DETECÇÃO PRECOCE DE
Pôster
Carvalho, S. S. S. D.1, Casaroto, V. S.1, Gusmão, J. O.2, Silva, M. M. N.1, Azevedo, M. A.1, Santos, C. N.1, Francisco, A. K. P. R.1, Nienov, O. H.1
1 Ministério da Saúde
2 Fiocruz
Objetivos
Descrever a aplicação da Vigilância Baseada em Eventos (VBE) pelo CIEVS Nacional para a detecção precoce de potenciais emergências em saúde no ano de 2024.
Métodos
Estudo descritivo que analisa a utilização da ferramenta Epidemic Intelligence from Open Sources (EIOS) e do instrumento de relevância desenvolvido pelo CIEVS Nacional para sua rotina. A ferramenta EIOS foi configurada com uma sintaxe específica, baseada na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e ESP, para captar rumores sobre doenças e eventos de interesse. Diariamente, os rumores captados pelo EIOS são avaliados utilizando a matriz de relevância do CIEVS Nacional, que classifica os rumores como relevantes (≥ 6 pontos) ou não-relevantes (< 6 pontos).
Resultados
Entre 01/01/2024 e 17/05/2024, foram captados 116.000 rumores pelo painel do EIOS. Desses, 442 rumores foram selecionados para avaliação de relevância. Após a avaliação, 260 rumores (58,8%) foram classificados como relevantes e 181 (41,0%) como não-relevantes. Destes 260 rumores relevantes, 70 (26,9%) entraram no Comitê de Monitoramento de Eventos, reunião semanal para compartilhamento de informações, presidido pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Conclusões:
A Vigilância Baseada em Eventos é uma vigilância ativa que preconiza a rapidez na captura de informações. A experiência do CIEVS Nacional permitiu a captação e avaliação eficiente de rumores, auxiliando na detecção precoce de potenciais emergências em saúde. A ferramenta EIOS, juntamente com a matriz de relevância, permitiram a sensibilidade e oportunidade necessárias e mostraram-se eficazes na triagem e classificação de rumores, contribuindo para a pronta resposta a eventos críticos.
AÇÕES EXTRAMUROS DO PSE E A VERIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO VACINAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Nunes, A.A1, Santos, G.P1, Sousa, B.R1, Rodrigues, M.V.S1, Kramer, I.N1, Valim, A.C2, Nunes, F.A2
1 ICEPi
2 UFMG
Objetivo: Relatar a experiência dos residentes do programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva sobre uma ação referente ao Programa Saúde na Escola (PSE), em um município localizado no sudeste brasileiro. Método: Foi realizada uma visita a uma escola municipal para verificação da situação vacinal de crianças e adolescentes entre 10 a 14 anos 11 meses e 29 dias para a vacina da dengue e posterior conferência das informações de cadastro dos discentes na unidade de saúde analisada, em maio de 2024. Com base nos dados obtidos, procedeu-se à busca das informações relacionadas à situação vacinal dos usuários no sistema estadual de imunização, em seguida, os dados foram agrupados utilizando uma planilha no Google Sheets, analisados e descritos. Resultados: A amostra final deste estudo foi constituída por 56 participantes, dos quais 26 eram do gênero feminino e 30 do gênero masculino. Dos participantes, 17 deram início ao esquema vacinal, representando 64,71% do gênero masculino e 35,29% do gênero feminino. Conclusão: Os resultados evidenciam uma adesão à primeira dose da vacina contra a dengue de 30,35% na população analisada. Diante disso, faz-se necessário intensificar, desenvolver e implementar estratégias que possibilitem aumentar a adesão, por exemplo, através da busca ativa. Além disso, deve-se aprimorar os sistemas de registro e monitoramento, visando uma vigilância mais eficaz e abrangente da situação vacinal.
ADESÃO AO TRATAMENTO DE SÍFILIS EM UMA MATERNIDADE DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
DIAS, A.L.S.1, ARAÚJO, E. M.1, SANTOS, D.C1, AZEVEDO, M.A.J2, ABREU, J.A.R.2
1 UFRJ
2 HMCD
A sífilis é uma doença com grande incidência e prevalência, pode ser assintomática, é prevenível com tratamento disponível nas unidades básicas de saúde (Sociedade de Pediatria, 2008). Objetivo: Apresentar a adesão ao tratamento e acompanhamento da sífilis em um ambulatório do município do Rio de Janeiro. Método: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Foram analisadas 314 formulários de dispensação de penicilina benzatina no período de maio de 2023 a maio de 2024. Foi evidenciado que o quantitativo de pacientes que tomaram a primeira dose do tratamento, não retornaram para a sequência do tratamento completo. Foi realizada busca ativa para a identificação dos não retornos e alinhar a aderência ao tratamento proposto. Resultados: A busca ativa é uma atividade crucial da atenção primária que contribui para uma melhor conscientização e sensibilização da importância do tratamento e seu acompanhamento. Porém, os resultados deste levantamento foram alarmantes evidenciando a fragilidade e o alto índice de abandono que ocorre ao longo do tratamento, expondo dificuldades na continuidade do cuidado e também na busca ativa desses usuários. Conclusão: Há necessidade de alinhamento das atividades desenvolvidas entre equipe e usuários do sistema de saúde para redução da taxa de abandono, através do fomento e estímulo ao protagonismo e autonomia desse usuário, frente ao seu autocuidado.
ANÁLISE DE COMPLETUDE E OPORTUNIDADE DAS NOTIFICAÇÕES DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA
Pôster
Nobre, S. V.1, Vasconcelos, A. O.1, Afonso, L. R.2, Freitas, C. F.3
1 Fiocruz
2 UECE
3 HRC
Objetivos: Analisar a completude e oportunidade das notificações de violência interpessoal/autoprovocada no SINANNET de um hospital de referência. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com a finalidade de analisar a completude e oportunidade das notificações de violência interpessoal/autoprovocada no Hospital Regional do Cariri, Ceará, Brasil, no período de 2018-2022. A elaboração do presente estudo se deu nos meses de setembro e outubro de 2023. Após realizar o cálculo de cada variável, foram classificadas de acordo com o percentual de completude, a saber: ≥90%: excelente; 70-89%: regular; e <70: ruim. Quanto à oportunidade da digitação das notificações, os resultados foram classificados como: ≤7 dias: oportuno; e >7 dias: não oportuno. Quanto à oportunidade de encerramento foi classificada em: ≤60 dias: oportuno; e >60 dias: não oportuno. Foram utilizadas as medidas de frequência relativa e absoluta. Os dados foram representados por meio de tabelas e quadros. Resultados: Das variáveis avaliadas observou-se que a maioria (55%) teve uma completude excelente, 30% regular e 15% ruim. Entretanto, embora a classificação “excelente” tenha sido mais frequente, aquelas classificadas como ruins são relevantes para melhor caracterização e tipificação da violência, dificultando análises mais detalhadas. Em se tratando da oportunidade, obteve-se uma classificação excelente para oportunidade de encerramento e ruim para oportunidade de digitação. Conclusões: A maioria das variáveis avaliadas tiveram uma completude excelente. Entretanto, as variáveis classificadas como ruins são relevantes para melhor caracterização e tipificação da violência, dificultando análises mais detalhadas.
AVALIAÇÃO DAS LIMITAÇÕES DAS ATIVIDADES E DEFICIÊNCIA PROVOCADAS PELA HANSENÍASE
Pôster
Luna Neto, R.T.1, Tavares, N. B. F.1, Soares, M.X.1, Lima, J.S.1, Carvalho, R.S.C1, Silva, C. A.1
1 Estácio IDOMED Iguatu
Objetivo: mensurar o grau de incapacidade física nos pacientes em tratamento e no pós-tratamento de hanseníase. Método: pesquisa exploratória e descritiva, realizada nas Estratégias Saúde da Família (ESF) da zona urbana do município de Iguatu-CE. Para a amostra de 45 participantes, aplicou-se questionário socioeconômico e escalas que avaliaram o grau de limitação de cada paciente (SALSA e grau de incapacidade da OMS), aprovação ética de número: 2.475.726. Resultados: Gênero predominante feminino (53,3%), estado civil (46,7%) casados, escolaridade (80%) não havia concluído o ensino fundamental. (53,3%) relatou ter lesões sequelar, (80%) não necessitam de adaptadores para as atividades diárias. (73,3%) relataram realizar tratamento pós-hanseníase. (60%) apresentava a forma paucibacilar da doença, (53,3%) apresentava grau I de limitação. Na escala SALSA, (60%) apresentavam uma Leve Limitação, (60%) não apresentavam consciência dos riscos que essas limitações poderiam trazer para o seu cotidiano. Resultados: percebeu-se que apesar de alguns pacientes apresentarem grau I de incapacidades físicas desencadeadas pela hanseníase, essas não interferem em suas atividades diárias, visto que são leves limitações onde à maioria está relacionada à diminuição da sensibilidade em olhos, mãos e pés. Contudo, seria interessante que os serviços de saúde intensificassem a busca ativa, principalmente em casos de recidiva, para assim garantir que o tratamento ocorra de maneira correta prevenindo o aparecimento dessas sequelas.
BRONQUIOLITE: PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS NO HRL, 2020-2024
Pôster
Ferreira, P.H.M1, Leme, A, F. S. P.2, Galdino, J.P.S1
1 Escola de Governo - Fiocruz-Brasília
2 SES-DF Hospital da Região Leste (HRL)
Objetivo: Analisar o perfil clínico-epidemiológico das internações hospitalares de crianças menores de 2 anos, no Hospital da Região Leste (HRL) de Brasília, no período de 2020 a 2024. Método: Trata-se de um estudo descritivo no Hospital da Região Leste (HRL) cuja fonte de dados da pesquisa foram os bancos de dados secundários do SIVEP-GRIPE, Ministério da Saúde. Realizada análise descritiva do perfil das internações, através do Excel e software RStudio. Resultados: No HRL, entre Janeiro de 2020 e Junho de 2024, foram internadas 1511 crianças, menores de 2 anos. Observa-se que, do total de casos de bronquiolite, 4,30% (64) em 2020, 16,55% (250) em 2021, 27,93% (422) em 2022, 35,27% (533) em 2023 e 15,95% (241) em 2024. Do total de pacientes hospitalizados, 57,31% do sexo masculino e 42,69% feminino, sendo 84,38% classificados como pardos. Dentre as 1511 crianças hospitalizadas, 25,68% pacientes necessitaram de Unidade de Terapia Intensiva. Destaca-se que, 16,64% necessitem de suporte ventilatório invasivo. Daqueles hospitalizados, 43,72% (754) obteve a identificação viral, e destes, 78,49% estão com Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Desses total de hospitalizados, 1,13% (17) foram a óbitos. Conclusão: Por meio desta pesquisa, conclui-se que houve aumento das internações e dos casos graves dentro das faixas etárias pesquisadas e reitera-se a relevância da atenção primária de qualidade para prevenção de internações por condições sensíveis.
INVESTIGAÇÃO DE RAIVA EM MORCEGOS EM UMA LOCALIDADE DO DISTRITO FEDERAL
Pôster
Lima, F. S.1, Rocha, I. N.1, Tiussi, I.2, Cunha, J. G.1, Costa, J. R. B. S.1, Oliveira, K. M. M.1, Neto, A. F. C.3, Freitas, F. S.3, Braz, F. T.3, Costa, G. R. T.3, Farias, J. R.3, Morales, L. E. A.3, Oliveira, V. P. S.3
1 Fiocruz
2 FEPECS
3 DIVAL
Objetivos: Relatar o trabalho de vigilância em uma ocorrência de raiva em morcegos, realizado pela equipe da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (DIVAL/SES-DF). Métodos: No dia 02/05/24 foi entregue à DIVAL um morcego, da espécie Artibeus lituratus, encontrado morto no jardim de um condomínio na região da Octogonal, pelo síndico. Foi coletada amostra cerebral e feito o diagnóstico de raiva pela técnica de imunofluorescência direta (IFD), com resultado positivo. Em 09/05/24 o síndico entregou um segundo morcego, da mesma espécie, encontrado morto no mesmo local, também positivo para raiva por IFD. As medidas tomadas pela equipe de trabalho seguiram as recomendações do Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e demais normativas. Resultados: Um cão, sem histórico de vacinação antirrábica, foi identificado como contactante do primeiro morcego. O protocolo vacinal foi imediatamente iniciado e o tutor assinou um termo de responsabilidade para isolamento do animal, observação e acompanhamento veterinário por 180 dias, com supervisão da DIVAL. O síndico, o tutor do cachorro e seu núcleo familiar foram encaminhados ao serviço de saúde de referência para avaliação de medidas profiláticas. Foi solicitado a poda e coleta de frutos das árvores do local. Uma ação de vacinação e educação sobre a raiva foi realizada na região, com ampla divulgação comunitária e 147 animais vacinados. Conclusões: As medidas desencadeadas desde a identificação do primeiro morcego positivo foram essenciais para conscientização e diminuição do risco de transmissão da raiva.
MAPA DE MONITORAMENTO DIÁRIO DE ATENDIMENTO DE CASOS SUSPEITOS DE DENGUE NA APS
Pôster
Abritta, F.A.1, Paiva, B.S1, Barbosa, E.R.M2, Becker, A.C.A.F2, Magalhães, M.J.S1
1 SES/DF
2 FIOCRUZ/DF
Objetivo: Houve um crescimento do número de casos de dengue no final de 2023, que se intensificou nos primeiros meses de 2024. Essa situação levou a um aumento significativo na busca por atendimentos nas unidades de saúde, sobrecarregando os serviços da rede de saúde. O monitoramento do número de pacientes com suspeita de dengue atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) é essencial para direcionar ações de controle e de prevenção da doença. Este trabalho objetivou construir um mapa de monitoramento utilizando o número de pacientes com suspeita de dengue atendidos na APS do Distrito Federal (DF). Métodos: Para a construção do mapa foram utilizados dados de atendimentos diários e de cadastros dos usuários, oriundos do sistema e-SUS. Os pacientes foram aglomerados por quadra de residência, possibilitando assim ações mais direcionadas às áreas com maior concentração de casos suspeitos. Resultados: O primeiro resultado da análise do mapa de monitoramento dos atendimentos de pacientes com suspeita de dengue na APS evidenciou uma distribuição espacial heterogênea da doença, com maior número de casos em algumas Regiões Administrativas (RAs). Além disso, o mapa possibilitou também dimensionar de maneira mais precisa as quadras residenciais com maior concentração de casos suspeitos desse agravo. Conclusões: O mapa de monitoramento de atendimentos de pacientes com suspeita de dengue na APS do DF é uma ferramenta útil para subsidiar a tomada de decisões estratégicas, direcionando ações de forma mais eficaz, ao identificar áreas prioritárias para ações assistenciais e de vigilância ambiental, para atendimento, controle e prevenção da dengue.
MAPA FALANTE DIGITAL: ESTRATÉGIAS PARA VIGILÂNCIA DA DENGUE NA UBS 17 DE CEILÂNDIA - DF
Pôster
Magalhães, M.J.S.1, Silveira, D.A.2, Santos, I.S.2
1 Fepecs/SESDF
2 SES/DF
Objetivo: Relatar a implementação do Mapa Falante Digital na Unidade Básica de Saúde (UBS) 17 de Ceilândia para mapear os casos de dengue ocorridos no ano de 2022, bem como identificar as áreas com maior concentração de casos e correlacionar aos fatores ambientais e estruturais. Métodos: Entre os meses de setembro e outubro de 2023 foram realizados estudos, reuniões e visitas de campo para a elaboração do mapa digital da UBS 17. Foi criado no My Maps (google) um mapa com camadas delimitadas do território e de cada equipe da UBS 17, dos setores, conjuntos e lotes residenciais. Utilizando o endereço de cada caso notificado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), cada caso de dengue foi georreferenciado dentro do seu lote de moradia. Foram adicionadas também camadas com informações de infraestrutura urbana e fatores ambientais, que se correlacionam com o agravo mapeado. Posteriormente, foi utilizado o QGIS para elaborar um mapa de calor identificando as áreas com maior concentração de casos. Resultados: Com a utilização do mapa falante digital foi possível verificar que os casos de dengue se concentraram em regiões com vulnerabilidade social acentuada, problemas relacionados à infraestrutura urbana e saneamento básico, além de áreas que possuem piscinas, lagos e áreas com depósito irregular de lixo, contribuindo assim para a procriação do vetor da doença. Conclusões: A utilização do mapa falante digital para mapear a dengue proporcionou uma visão estrutural e contextualizada da doença, subsidiando estratégias das equipes e intersetoriais para o seu enfrentamento.
MAPEAMENTO DAS ÁREAS ESPECIAIS DO PROGRAMA NACIONAL DA MALÁRIA NO ESTADO DO PARÁ
Pôster
Oliveira, J.S.1, San Pedro, A.1, Albuquerque, H. G.2, Gibson, Gerusa.1
1 UFRJ
2 FIOCRUZ
Objetivo: mapear as áreas especiais malarígenas segundo o Programa Nacional de Controle de Malária do Ministério da Saúde – PNCM e entender suas distribuições no estado do Pará, na região da Amazônia Legal. Métodos: Foram calculados e mapeados indicadores para as cinco tipologias de áreas malarígenas definidas pelo PNCM: extensão das áreas indígenas, número de assentamentos, áreas de mineração (legal e ilegal), áreas urbanas e áreas rurais. Resultados: Foram identificadas 58 áreas indígenas localizadas, principalmente, na região do Baixo Amazonas, Tapajós, porção central e norte do Xingu e noroeste do Araguaia. Em relação aos assentamentos, foram 1.058 áreas distribuídas entre 120 municípios do estado, com maior concentração em Marabá, Conceição do Araguaia, Itupiranga, Novo Repartimento e Cametá. Áreas de mineração ilegal concentraram-se na porção oeste do Tapajós enquanto as áreas de garimpo legal concentram-se na região do Rio Capim. Em relação às áreas urbanas, foram mapeadas 5.087, 85% do tipo área urbanizada. Em relação às áreas rurais, foram identificadas 2.559, sendo 59,4% delas destinada às pastagens, grande parte localizadas na faixa leste do estado. Conclusão: A categorização e mapeamento das áreas especiais na Amazônia Legal é uma estratégia necessária para compreensão dos padrões de transmissão de malária no Brasil e cada contexto distinto deve ser tratado de forma distinta. No entanto, seu uso possui limitações que precisam ser superadas. Novas categorias de áreas especiais trarão novas perspectivas para uso na vigilância, e na estruturação de políticas públicas mais específicas para cada contexto de transmissão da malária.
MATRICIAMENTO DOS NHE NA REGIÃO NORDESTE DA BAHIA NO ENVIO IMEDIATO DOS COMUNICADOS DE DAE
Pôster
Silva, T. L.1, Andrade, S. J.1, Vieira, D. S. J.1
1 Núcleo Regional de Saúde Nordeste - SESAB
Os Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (NHE) são equipamentos fundamentais para o sistema de Vigilância Epidemiológica, responsável por monitorar e notificar eventos adversos à saúde pública. A região de Saúde Nordeste do estado da Bahia tem uma rede hospitalar composta por 26 unidades e possui apenas dois NHE implantados. O processo de matricamento aos núcleos são essenciais para o envio imediato dos Comunicados de Doenças, Agravos e Eventos (DAE) em saúde pública devido ao aumento de surtos e epidemias que demandam respostas imediatas. Esse relato objetiva descrever o processo de matriciamento dos NHE e qualificação dos técnicos para efetivo preenchimento e envio dos Comunicados de DAE para a Secretária Municipal de Saúde, Secretária Estadual de Saúde e Ministério da Saúde. O método utilizado foi avaliação inicial da situação dos núcleos: infraestrutura, recursos humanos e processo de trabalho, em seguida, foram organizadas oficinas de capacitação para preenchimento do Comunicado, Lista Nacional e Estadual de Doenças de Notificação Compulsória (DNC) e preenchimento das fichas de DNC. Assim, houve resultado significativo na redução do tempo para identificação e envio em até 24h dos Comunicados para as estâncias responsáveis, melhora na completude dos dados coletados, qualificação do processo de trabalho dos NHE e o fortalecimento da rede de profissionais para cultura de notificação imediata, além de promover uma resposta coordenada às emergências em saúde pública. O processo de matriciamento dos NHE da Região de Saúde Nordeste da Bahia é fundamental para manter a continuidade do monitoramento e investimento na formação de profissionais, tecnologia e infraestrutura.
O FORTALECIMENTO DA VIGILÂNCIA E CÂMARA TÉCNICA DO ÓBITO NO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR
Pôster
Vianna, P. J. S.1, Souza, K.T.2
1 Instituto de Saúde Coletiva/UFBA
2 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador
Objetivos: Fortalecer as ações distritais da Vigilância Epidemiológica e o trabalho desenvolvido pela Câmara Técnica do Óbito (CTD) Infantil e Fetal no Centro Histórico de Salvador. Métodos: Foi implementado um plano de atividades para potencializar o processo de investigação e análise dos óbitos infantis e fetais através da criação de um banco de dados de Monitoramento Distrital dos casos e de Recomendações geradas nas análises da CTD de 2017 a 2024. Em seguida, foi elaborado paineis dinâmicos com gráficos e tabelas sobre os problemas identificados, análise de evitabilidade e a descritiva das recomendações. Resultados: Nesse período, quase todos os casos de óbitos foram investigados e considerados evitáveis, classificados como mortes fetais anteparto ou infantis reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação. Os principais problemas identificados e recomendações foram relacionados às falhas na assistência e no acesso à nível de atenção primária tanto no pré-natal quanto no planejamento reprodutivo/familiar. Já com com relação à organização dos sistemas e serviços de saúde, observou-se problemas de referência e contra-referência, leitos UTI - Neonatal, cobertura de atenção primária e central de regulação. Conclusões: A implantação de dashboard dos dados da vigilância do óbito potencializou a atuação da câmara técnica distrital ao produzir evidências provenientes da criteriosa análise e investigação dos casos. Diante do monitoramento dos problemas identificados foram geradas recomendações visando superar os nós críticos necessárias para melhoria da gestão local do cuidado e da rede de saúde materno-infantil.
PERCEPÇÃO DE ESTRESSE E SUA ASSOCIAÇÃO COM O HISTÓRICO DE ADVERSIDADES NA INFÂNCIA
Pôster
Silva, G.G.1, Siqueira, L. L. C.1, Leite, F. M. C.1
1 UFES
Objetivos: avaliar a associação entre a percepção de estresse e as experiências de adversidades na infância, entre mulheres residentes no município de Vitória, no Espírito Santo. Métodos: estudo epidemiológico transversal com mulheres de 18 anos ou mais, considerando aquelas com histórico de adversidades na infância e aquelas sem histórico. O período de coleta de dados ocorreu de janeiro a maio de 2022, com um total de 1086 entrevistadas. Para rastreamento das adversidades na infância, foi utilizado o Questionário Internacional de Experiências Adversas na Infância (ACE-IQ), e para avaliar o Estresse Percebido, utilizou-se o instrumento psicológico Perceived Stress Scale (PSS). As análises foram realizadas utilizando o software Stata® versão 17. Resultados: entre as mulheres que não relataram nenhum evento, a média de percepção de estresse foi de 14,2 pontos, enquanto aquelas com 2 e 3 ou mais eventos apresentaram 18,1 e 19,4 pontos, respectivamente. Na análise bruta, mulheres que experimentaram 2 ou 3 eventos adversos na infância e adolescência apresentaram, em média, 3,88 e 5,17 pontos a mais no escore de estresse na vida adulta em comparação com o grupo de referência. Após ajuste, mulheres com 2 e 3 ou mais eventos adversos apresentaram 2,97 e 4,4 pontos, respectivamente, no escore de estresse em comparação com o grupo controle. Conclusões: os resultados indicam uma associação entre adversidades na infância e o aumento do estresse percebido pelas mulheres, destacando a importância da prevenção dessas adversidades, bem como da abordagem junto a essas mulheres com intervenções.
PERFIL DAS NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS IMEDIATAS RECEBIDAS PELO NRS-NE/CIEVS NO ANO DE 2023
Pôster
Vieira, D.S.J1, Silva. T.L1, Andrade. S.J1, Ramos. J.S.S1, Costa. E.S.T1, Machado. L.M.V1
1 Núcleo Regional de Saúde Nordeste - SESAB
Objetivos: Apresentar os agravos, doenças e eventos de notificação compulsória imediata emitida pelos hospitais situados na região de saúde Nordeste com Núcleos de Epidemiologia Hospitalar ativos durante o ano de 2023. Métodos: Estudo descritivo de caráter qualitativo realizado por meio dos dados contidos nos Comunicados de doenças agravos e eventos - DAE emitidos pelos hospitais situados na Região de Saúde Nordeste com Núcleos de Epidemiologia ativos durante o ano de 2023. Os dados foram processados e analisados por meio da plataforma EpiInfo e Word 2013. Resultados: Foram realizados 103 comunicados de DAE durante o ano de 2023 pelos hospitais com NHE implantados, as DAE com maiores emissões foram para meningite e Covid-19, as quais somaram 50,4% do total de comunicados de DAE durante o ano de 2023. A distribuição temporal dos comunicados mostrou um aumento do número de casos nos meses de julho, agosto, outubro e dezembro, o que corrobora com o período sazonal no estado da Bahia para as afecções virais. Conclusão: A busca ativa realizada pelos integrantes do Núcleo de Epidemiologia Hospitalar permite a implementação de estratégias oportunas visando o controle e resposta eficaz frente a doença, agravo ou evento com potencialidades para se tornar uma emergência em saúde pública, otimizando, desta forma a identificação precoce.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS NOTIFICADOS PARA DENGUE NO MUNICÍPIO DE CAMAÇARI
Pôster
Silva, M.D.O1, Carneiro Alves, J.X.2, Araujo, A.C.F1, Santos, R.L2, Santos, J.V.P.A1
1 Prefeitura Municipal de Camaçari
2 UEFS
A incidência da Dengue nos municípios da Bahia vem alarmando as equipes de vigilância em saúde e se agravou desde 2020, muito além do risco de epidemia é preciso ressaltar a importância da notificação e diagnóstico precoce para adequado manejo e redução de mortalidade.
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo realizar a comparação do quantitativo de notificações realizadas nos anos de 2023 e 2024.
Metodologia: Os dados foram extraídos do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), filtrando as notificações realizadas até a semana 22 dos respectivos anos. Para uma melhor análise estes foram tabulados com o auxílio do microsoft excel.
Resultados: Foi possível concluir que até a semana 22 do ano de 2023, Camaçari havia registrado 627 notificações para Dengue. Em comparação à mesma semana de 2024, o município registrou 1215 notificações no SINAN, um aumento de aproximadamente 94% em comparação ao ano anterior. O aumento das notificações pode estar relacionado à realização de oficinas para sensibilização dos profissionais, ocorridas no final de 2023, favorecendo a compreensão sobre a importância de notificar, vislumbrando ações de desdobramento que se sucedem após a notificação do caso. Outro fator influenciador são as campanhas de mobilização contra a Dengue realizadas pelos entes federados.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR DOENÇA DE CHAGAS NO DISTRITO FEDERAL
Pôster
Fragoso, B.M.M.A.1, Almeida, A.B.J.1, Aragão, N.F.1, Santos, J.L.C.1, Ferreira, L.D.1, Silva, S.S1, Brant, J.L1
1 UnB
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos indivíduos residentes do Distrito Federal (DF) que possuem como causa base de mortalidade a doença de chagas (DC) no período de 2015 a 2022. Métodos: Estudo descritivo de abordagem quantitativa, a partir do levantamento de dados secundários disponíveis no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/DATASUS) entre os anos de 2015 a 2022. Para tabulação dos dados utilizou-se as variáveis: sexo, raça/cor, idade e escolaridade. As taxas de mortalidade foram calculadas a partir da extração da mortalidade por DC no Brasil e no DF em 2022. Resultados: No período de 7 anos ocorreram 34.056 óbitos no Brasil por DC, e destes, 5% são do DF. A mortalidade em 2022 no país correspondeu a 2 óbitos/100.000 habitantes, e no DF, foram 7 óbitos/100.000 habitantes. Sobre o perfil epidemiológico no DF, 52% são do sexo feminino, 49% da população parda, 32% da faixa etária de 70 a 79 anos e 37% possuem nível fundamental incompleto. Conclusão: O perfil epidemiológico do DF é equivalente à literatura e ao Brasil, atingindo principalmente pessoas de baixo nível de escolaridade, de provável moradia rurais e de baixa infraestrutura, e consequentemente, os locais de maior prevalência do triatomíneo. E com vista à alta taxa de mortalidade no DF, atrela-se à maior hospitalização desses pacientes, afetando o envelhecimento ativo e as pessoas socioeconomicamente ativas, gerando maior sobrecarga e despesas honorárias à assistência à saúde referente à doença.
PREVALÊNCIA DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO DISTRITO FEDERAL
Pôster
Costa, J. R. B. S.1, Lima, F. S.1, Rocha, I. N.1, Tiussi, I.2, Cunha, J. G.1, Oliveira, K. M. M.1, Oliveira, V. P. S.3
1 Fundação Oswaldo Cruz
2 Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde
3 Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses - DIVAL/SVS/SES DF
Objetivos
O objetivo deste estudo é descrever as características epidemiológicas dos casos de leishmaniose visceral canina (LVC) no Distrito Federal.
Métodos
Foi realizado estudo descritivo transversal, tendo como população alvo cães do Distrito Federal que foram testados para LVC na Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses da Diretoria de Vigilância Ambiental do Distrito Federal em 2023.
Para o diagnóstico foi utilizado o teste imunocromatográfico rápido Dual Path Platform (TR DPP®) e o ELISA.
Resultados
No ano de 2023 foram realizados 1.281 testes, com 266 (20,8%) resultados positivos por ELISA, 1.010 (78,8%) resultados negativos e cinco inconclusivos (0,4%).
Em relação ao número bruto, as Regiões Administrativas (RA) que tiveram número mais altos de casos positivos foram Sobradinho, com 86 (32,3%) casos positivos e o Lago Norte, com 35 (13,1%) casos.
Em número bruto, Sobradinho foi a região com maior número de casos, com 86 dos casos positivos, mas também foi a região que mais realizou testes, totalizando 191 testes.
Conclusão
Foi indicada uma taxa significativa de infecção entre os cães testados. A distribuição dos locais onde os cães positivos dormem fornecem informações acerca de condições ambientais que favorecem a infecção. A análise da distribuição geográfica dos casos positivos destaca as áreas onde a doença é mais prevalente.
PROCESSO DA CERTIFICAÇÃO SUBNACIONAL DA ELIMINAÇÃO DA TV DE HIV E SÍFILIS: ATUAÇÃO DA ENV
Pôster
Silva, C.F.1, Gaspar, P.C.1, Moherdaui, F.1, Matos, A.T.B.1, Lannoy, L.H.1, Machado, N.M.S1, Silva, A.P.B1, Steenhouwer, R.B.1, Aragón, M.G1, Junior, L.F.A1, Junior, S.F.1, Colombo, M.1, Barreto, L.S.A.1, Souza,I.M.C.D1, Oliveira, M.G1, Lima, A. M1, Miranda, A.E1
1 Ministério da Saúde
Objetivo: A certificação subnacional dos municípios no processo da eliminação da transmissão vertical (TV) HIV e/ou sífilis constitui estratégia de saúde pública no Brasil. O processo conta com visita da Equipe Nacional de Validação (ENV) aos municípios solicitantes, composta por especialistas em eixos temáticos: programas e serviços; vigilância epidemiológica; capacidade diagnóstica e Direitos Humanos. Este trabalho relata a experiência exitosa da ENV em 2023.
Métodos: Foram efetuadas visitas técnicas em 76 municípios. Durante as visitas foram verificados in loco indicadores epidemiológicos presentes nos relatórios municipais apresentados à CGIST/Ministério da Saúde. Para verificação dos dados realizou-se conferências de prontuários, análise de indicadores e da qualidade de serviços e programas, da rede laboratorial e capacidade diagnóstica. O processo está em consonância com as diretrizes do Guia nacional adaptado do Global Guidance On Criteria And Processes For Validation: Elimination Of Mother-To-Child Transmission Of Hiv, Syphilis And Hepatitis B Virus. Cada visita resultou na elaboração de um relatório técnico, que subsidiou a decisão da concessão da certificação.
Resultados: A atuação da ENV possibilitou repensar nos processos de cumprimento das medidas de prevenção da TV HIV e sífilis, verificar os processos de registro e qualidade dos dados, monitoramento dos indicadores, investigar a adequação da rede de serviços, diagnóstico e monitoramento, verificar a execução dos testes diagnósticos, e promover a garantia dos Direitos Humanos.
Conclusões: Este processo estimula os municípios a reverem suas estratégias, melhorando a qualidade da assistência ofertada, atingindo os indicadores que impactam diretamente a saúde das mulheres e crianças brasileiras.
SITUAÇÃO DA SÍFILIS CONGÊNITA E GESTACIONAL NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS, SEGUNDO O PQA-VS
Pôster
Souza, C. R. L.1, Coelho, R. A.1, Spinelli, M. F.1, Cunha, A. R. C.1, Domingues, C. S. B.1, Pereira, G. F. M.1, Scher, F. S.1, Kalichman, A. O.2
1 Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ministério da Saúde
2 Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis
Objetivo: Descrever a situação dos municípios brasileiros em relação ao percentual de casos de sífilis congênita (SC) em comparação ao total de casos de sífilis em gestantes (SG) conforme o indicador 2023-11 do Progama de Qualificação das ações de Vigilância em Saúde (PQA-VS) em 2022.
Métodos: Os dados de SC e SG foram coletados no Sinan para os municípios do Brasil. O indicador foi calculado para cada município com base no ano de 2021 e descritos em frequências absolutas e percentuais para avaliar a meta de redução de um ponto percentual do valor do ano base ou manutenção de percentual zero.
Resultados: Em 2022, o percentual de SC em relação SG foi de 31,9% no Brasil, representando uma redução 4,1 pontos percentuais em relação ao ano base (36,0%). Dos 5.570 municípios, 2.658 (47,7%) alcançaram a meta do indicador 2023-11 do PQA-VS. Dos 2.685 municípios que registraram ao menos um caso de SC em 2022, 981 (36,5%) atingiram a meta de redução do indicador. Dos 2.994 municípios que não registraram casos de SC em 2021, apenas 1.038 (34,7%) atingiram a meta em 2022. Amapá e Rio de Janeiro foram os estados com maior proporção de municípios que alcançaram a meta do indicador 2023-11 do PQA-VS em 2022.
Conclusões: O alcance da meta nos municípios reflete a capacidade de acesso e qualidade da assistência pré-natal, diagnóstico oportuno e tratamento adequado de SG, acompanhamento das parcerias sexuais das gestantes, e qualidade das ações de vigilância epidemiológica.
SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR COVID-19 EM GESTANTES E PUÉRPERAS EM PERNAMBUCO
Pôster
Silva, R. C.1, Silva, A. P. S. C.2, Bonfim, C. V.3
1 FIOCRUZ - IAM
2 CAV - UFPE
3 FUNDAJ
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da SRAG por covid-19 em mulheres no ciclo gravídico puerperal, em Pernambuco entre 2020 e 2022.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, que teve como população de estudo as gestantes e puérperas residentes em Pernambuco, notificadas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) com SRAG por covid-19, entre 2020 e 2022. Foi analisado o perfil epidemiológico por meio de frequências absolutas (n) e relativas (%), sendo consideradas a seguintes variáveis: trimestre da gestação ou puerpério, faixa etária, raça/cor, residência da macrorregião de saúde, necessidade de suporte de UTI e ocorrência de óbitos, por ano de ocorrência da doença.
Resultados: Ocorreram 1.252 casos de SRAG por covid-19 em gestantes e puérperas, sendo 880 (70,4%) em 2020, 331 (26,4%) em 2021 e 40 (3,2%) em 2022. Destacaram-se as ocorrências no 3º trimestre de gestação (n=560; 44,7%) e puerpério (n=284; 22,7%); na faixa etária entre 20 e 29 anos (n=573; 45,8%) e em negras (n= 772; 61,7%). Houve predomínio de residentes das macrorregiões de saúde Metropolitana e Agreste (n=1.034; 82,6%). O suporte de UTI foi necessário em 205 casos, sendo 96 (46,8%) em 2020. Ocorreram 66 óbitos, sendo 36 (54,5%) no ano de 2021.
Conclusões: A tendência de redução pode ser reflexo da administração da vacina contra a covid-19 ao longo do tempo. Os resultados revelam grupos prioritários para o planejamento de ações de prevenção de SRAG por covid-19 em mulheres no ciclo gravídico puerperal.
TAXA DE CURA DA TUBERCULOSE E COBERTURA DA APS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2010-2021
Pôster
Fernandes, S.S.1, Turques, W.F.1, Tavares, F.G.1
1 Universidade Federal Fluminense
Objetivo: Descrever a cobertura da APS e a taxa de cura de tuberculose no Estado do Rio de Janeiro. Metodologia: Estudo ecológico sobre a cobertura da Atenção Primária à Saúde e a taxa de cura de Tuberculose no estado do Rio de Janeiro por regiões de saúde no período de 2010 a 2021. Foram utilizadas as variáveis raça/cor, coinfecção pelo HIV e a escolaridade. Os dados correspondentes à tuberculose e as variáveis socioeconômicas foram extraídos do DATASUS/TABNET e a cobertura da Atenção Primária foi observada por meio do e-Gestor. Os dados foram tabulados por meio do programa Excel. Resultados: Ao analisar os dados colhidos, percebe-se que a Baía da Ilha Grande, dentre os anos escolhidos, apresenta a maior cobertura da APS, sendo a única região de saúde a atingir a cobertura de 100% em algum momento da série temporal, seguido da Região Centro-Sul. No entanto, a taxa de cura de tuberculose foi maior no ano de 2011 na Região Centro-Sul, alcançando 85,4%, seguido da Região Serrana. Conclusão: Não houve uma relação clara da taxa de cura por Tuberculose com a porcentagem de cobertura da APS quando se trata do Estado do Rio de Janeiro. Mas, a partir dos dados, percebe-se que a APS ainda apresenta deficiências no que diz respeito ao diagnóstico, controle e tratamento dessa condição de saúde, pois, na maioria dos casos analisados, a taxa de cura não atingiu 85% ou mais, como preconizado pela OMS, sendo necessária estratégias para a melhora dos resultados observados.
A AQUISIÇÃO DE GASES HOSPITALARES E A PANDEMIA DE COVID-19
Pôster
de Mattos, R. T.1, Napoleão, F.2, Coscarelli, P. G.2, Neves, G.R.1
1 UERJ
2 Núcleo de Vigilância em Saúde - Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ
Objetivos
Observar as alterações na quantidade de gases medicinais associado à pandemia de COVID-19 adquiridos por um hospital universitário do estado do Rio de Janeiro.
Métodos
O estudo avalia os gases medicinais: oxigênio, ar sintético e óxido nitroso, adquiridos pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Por meio das notas fiscais de 2017 a 2021 do setor de engenharia clínica, as quantidades adquiridas e o valor pago foram tabulados em planilhas de cálculo e as séries temporais foram analisadas. Estima-se o impacto pandêmico pelas alterações nas curvas de aquisição de gases a partir do primeiro trimestre de 2020. Considerando a inexistência de outras fontes para sua obtenção, se não houver perda, a aquisição é um excelente proxy para o consumo desses produtos.
Resultados
Houve aumento de 31,5% da aquisição de oxigênio em 2020 (649.830m³) quando comparado com 2017 (494.118m³). Em 2021, a sua aquisição aproxima-se novamente do valor de 2017 (566.589m³). Com a curva mês-a-mês observa-se ainda uma queda na segunda metade de 2018 e na primeira de 2019. Há aumento de aquisição de oxigênio no primeiro bimestre de 2020, antes do início da pandemia de covid-19, que se manteve elevada por quase todo este ano. Aprofunda-se em 2020 uma redução da aquisição de óxido nitroso iniciada em 2019. Há pouca alteração na aquisição de ar sintético no período que se segue à pandemia.
Conclusões
A partir das séries temporais da aquisição de gases medicinais é possível concluir que no período pandêmico houve modificação da aquisição e, portanto, do consumo.
A IMPLEMENTAÇÃO DE UM GUIA DE CADASTRO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Gil, A.C1, LIMA, E. F. F.1, ALMEIDA, J. C.1, ALMEIDA, A. C. G. B.1, AYRES, A. R. G.1, BRASIL, T. A.1
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro/Coordenadoria Geral de Atenção Primária da Área de Planejamento 3.3/ Divisão de Vigilância em Saúde
OBJETIVOS: RELATAR A EXPERIÊNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM GUIA DE CADASTROS DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS CONSTRUÍDO PELA DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE (DVS) DA ÁREA PROGRAMÁTICA (AP) 3.3. MÉTODOS: A EQUIPE DA DVS DA COORDENADORIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DA AP 3.3 ELABOROU UM GUIA DE CADASTRO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2023. O LANÇAMENTO DO DOCUMENTO OCORREU NA REUNIÃO DA REDE DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO EM MAIO DE 2023. EM JUNHO DO MESMO ANO, REALIZOU-SE UM TREINAMENTO SOBRE O GUIA COM A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE LOCAL, A SABER: 34 UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE; 6 UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO; E 5 HOSPITAIS, TANTO PÚBLICOS QUANTO PRIVADOS. O NÚMERO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE TREINADOS FORAM 56, INCLUINDO AS CATEGORIAS DE ENFERMAGEM E DE MEDICINA, COM A FINALIDADE DE FORMAR PROFISSIONAIS MULTIPLICADORES. RESULTADOS: NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2023, 1.147 CADASTROS DE AMOSTRAS FORAM REALIZADOS, SENDO 35,32% APRESENTARAM ALGUM TIPO DE INCONSISTÊNCIA. NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2023, APÓS O LANÇAMENTO DO GUIA, OBSERVOU-SE UMA REDUÇÃO DAS INCONSISTÊNCIAS PARA 27% (N=1.048 CADASTROS). EM MAIO DE 2024, O PERCENTUAL DE INCONSISTÊNCIAS REDUZIU PARA 13,19% (N=3.227 CADASTROS). CONCLUSÕES: A PARTIR DA ANÁLISE DOS RESULTADOS, CONCLUIU-SE QUE O GUIA MITIGOU INCONFORMIDADES NOS CADASTROS DAS AMOSTRAS DESTINADO À REDE DE LABORATÓRIO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA. ESPERA-SE QUE ESSE DOCUMENTO SEJA UM IMPORTANTE INSTRUMENTO DE CONSULTA AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA AP 3.3, ALÉM DE CONTRIBUIR NO APRIMORAMENTO DAS ROTINAS DA FASE PRÉ-ANALÍTICA DE VIGILÂNCIA LABORATORIAL.
A IMPORTANCIA DO MONITORAMENTO DOS CASOS DE TB NA INFANCIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Nogueira, T.R.M.1, Franco, D.R.1, Martins, M.P.1
1 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
A tuberculose (TB) na infância é um grave problema de saúde pública, pois a criança é uma sentinela epidemiológica, reforçando a necessidade das ações de vigilância serem contínuas e sistemáticas. O monitoramento dos casos de TB na infância é importante para avaliar a eficácia das estratégias de prevenção e controle da TB no território.
Objetivo: Possibilitar a qualificação da rotina de vigilância dos casos de tuberculose na infância nos municípios do estado do Rio de Janeiro.
Método: Estudo descritivo, utilizou como base para elaborar as ações estratégicas a completude das notificações de tuberculose em menores de 10 anos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Resultados: As ações relacionadas ao monitoramento e avaliação da vigilância tem o intuito de ser um processo contínuo e progressivo de melhoria. Para que a melhora da qualidade da vigilância ocorra da forma desejada se faz necessário que se estabeleça um plano que envolva desde o monitoramento no território, com visitas domiciliares, avaliação de contatos e busca de sintomáticos respiratórios, até a rotina de qualificação dos dados do SINAN, a fim de fortalecer a vigilância da TB.
Conclusão: Foi possível identificar nós críticos na qualidade da notificação, evidenciando elementos determinantes para uma vigilância e monitoramento efetivos que podem fortalecer ações relacionadas à vigilância de casos de TB na infância.
A SIMPLICIDADE E FLEXIBILIDADE DA VIGILANCIA DE LEISHMANIOSE VISCERAL ENTRE 2014 E 2024
Pôster
Tiussi, I.1, Abadia, M. R.2
1 FEPECS/DF
2 DIVAL/SES-FE
Objetivo: Avaliar a simplicidade e flexibilidade do sistema de vigilância epidemiológica da Leishmaniose Visceral Humana (LVH) no Brasil entre 2014 e 2024. Metodologia: Foi utilizado o Guia de Avaliação de Sistemas de Vigilância em Saúde Pública do CDC. A simplicidade do sistema foi avaliada pelo número de organizações envolvidas na notificação de caso e pela definição de caso fácil de ser aplicada, enquanto a flexibilidade foi medida pela capacidade de adaptação a mudanças, observando retrospectivamente como o sistema respondeu a novas demandas. Resultados: O sistema de vigilância da LVH é complexo, requerendo várias organizações e fluxos específicos. As unidades de saúde coletam exames e notificam a vigilância epidemiológica, que conduz investigações e notifica a vigilância ambiental para classificar áreas, controlar vetores e reservatórios. Há ações complexas, como busca ativa de casos, inquéritos e saneamento ambiental. A definição de caso é complexa devido à necessidade de muitas informações, dificultando o encerramento da investigação. Em 2014, o teste rápido IT LEISH® foi introduzido no SUS para diagnosticar a LVH e melhorar a vigilância epidemiológica. Porém, o SinanNet tem limitações na inclusão de novas variáveis para registrar o uso desse teste, demonstrando baixa flexibilidade. Conclusão: A avaliação do sistema de vigilância da LVH revela sua complexidade, envolvendo organizações e fluxos distintos. Apesar de melhorias, como a introdução do teste rápido, limitações persistem, como a rigidez do SinanNet para incorporar novas variáveis. Essas análises podem orientar intervenções para aprimorar o sistema de vigilância e reduzir o impacto da leishmaniose na saúde pública.
ABORDAGEM PARA O ENFRENTAMENTO DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM UMA PERSPECTIVA DE SAÚDE ÚNICA
Pôster
Meneleu, A.M.1, Moura, A.C.C.A.1, Corrêa, H.F.S.C.1, Saucha, C.V.V.1, Ribeiro, M.S.R.1, Silva, F.D.1, Silva, G.C.S.1, Pinheiro, R.N.1, Fagundes, P.M.1, Gomes, M.M.1, Castro, C.O.1, Carvalho, L.F.1, Aguilar, G.M.O.1
1 SMS RIO / SVS / CVE
Os objetivos do Projeto de Desenvolvimento de Estratégias de Intensificação da Vigilância em Saúde da Leishmaniose Visceral (LV) na cidade do Rio de Janeiro foram: estruturar a investigação entomológica, intensificar as ações da vigilância epidemiológica de casos humanos e mapear os casos confirmados de Leishmaniose Visceral Canina. Métodos: Trata-se de um projeto de intervenção pensado a partir de uma abordagem integrada, apoiada no conceito de Saúde Única, iniciado em março de 2021 nas 10 regiões de saúde do município chamadas Áreas Programáticas (AP). Sobre a investigação entomológica foram adquiridas 200 armadilhas luminosas tipo CDC e identificados 250 estratos nas 10 AP., onde a AP 3.2, apresentou 37% dos estratos positivos para a presença da Lutzomyia longipalpis. As ações de intensificação da vigilância epidemiológica foram iniciadas em 03 AP, com adesão inicial de 19 Unidades de Atenção Primária, sendo realizadas ações de qualificação no manejo clínico de casos e manejo do teste rápido. Em relação à saúde animal, em 2023, foram diagnosticados 107 cães, desses 57% na AP 3.2. Para a sensibilização da população, foram propostas ações nos territórios, capitaneadas pelas equipes de saúde da família, com a utilização de material com conteúdo integrado para saúde humana, animal e controle de vetores. Com a iniciativa desse projeto espera-se fortalecer as ações de vigilância, diagnóstico e assistência da LV, evitando, principalmente, casos graves e óbitos pela doença.
ACEITABILIDADE DO AUTOTESTE PARA COVID-19 ENTRE USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster
Soares, F.1, Magno, L.2, Rossi, T. R. A.2, Seixas, S.2, Torres, T. S.3, Castanheira, D.3, Prates, A. P. P.4, Lima, H.4, Veloso, V. G.3, Dourado, I.1
1 ISC/UFBA
2 UNEB
3 FIOCRUZ
4 Secretaria Municipal da Saúde de Salvador
Verificar os fatores associados à aceitabilidade do autoteste para C-19 entre pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Estudo transversal com dados do “TQT Covid-19”, que envolveu usuários de 19 unidades da Atenção Primária à Saúde (APS), localizadas em áreas de alta vulnerabilidade socioeconômica em Salvador-BA e Rio de Janeiro-RJ. A coleta de dados ocorreu entre julho/2022 a julho/2023. Realizada análise descritiva da aceitabilidade de autoteste de C-19 e regressão logística para estimar fatores associados à aceitabilidade do autoteste para C-19 e respectivos intervalos de confiança a 95% (IC95%).
Dos 7.939 participantes do estudo, 45,8% (IC95%: 44,75 – 46,95) afirmaram estar dispostos a utilizar o autoteste de C-19. Na análise de fatores associados, em relação ao perfil sociodemográfico, pessoas não-negras (ORaj=1,25; IC95%:1,09-1,43), homens cisgênero (ORaj=1,24; IC95%:1,12-1,38) e indivíduos com maior nível de escolaridade (ORaj=1,57; IC95%:1,41-1,76) foram os que mais aceitaram o autoteste. Aqueles que já tinham conhecimento sobre o autoteste (ORaj=2,23; IC95%:2,03-2,47) e os que haviam sido diagnosticados anteriormente (ORaj=1,19; IC95%:1,09-1,32) relataram maior aceitação do método.
É importante considerar a disponibilização do autoteste para C-19 como complemento à testagem no sistema de saúde público, especialmente devido à sua aceitação entre populações vulneráveis e a dificuldades de acesso à testagem em muitas localidades brasileiras. Em situações de aumento da incidência de C-19, o autoteste pode ser uma estratégia importante para a detecção em massa de novos casos, desde que ampliado o acesso e o conhecimento sobre o mesmo, de modo que as comunidades possam desempenhar um papel ativo na vigilância epidemiológica do SARS-CoV-2.
ACIDENTES ESCORPIÔNICOS RELACIONADOS AO TRABALHO NOTIFICADOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO,
Pôster
Alves Filho, P.1, Souza, CMV.2, Cunha, LER.2
1 Instituto Vital Brazil/SUBVAPS/SES-RJ
2 Instituto Vital Brazil/SES-RJ
Resumo: Objetivo - descrever a ocorrência de acidentes escorpiônicos relacionados ao trabalho no estado do Rio de Janeiro (2014-2023) e o grau de completude do campo ocupação, nesse período. Métodos: estudo observacional, descritivo e transversal. Dados sobre acidentes por animais peçonhentos (escorpiões) foram obtidos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN. Casos classificados como acidente de trabalho foram identificados pelo campo “doenca_tra” na base de dados. Estimou-se a frequência absoluta e relativa de casos classificados e não classificados como AT. Resultados: foram notificados no SINAN, no período de 2014-2023, 6.056 acidentes com escorpiões no estado do Rio de Janeiro. Deste total, 624 (10,3%) foram notificados como acidentes relacionados ao trabalho. Quanto à ocupação dos casos, 10 ocupações corresponderam a 80,4% do total das notificações relacionadas ao trabalho, com 16,5% destas relacionadas a atividades agropecuárias. Somando-se o total de campos com ocupação em branco ao total de ignorados e categorias não classificáveis pela CBO (estudante, aposentado, dona de casa, presidiário e desempregado), obteve-se 52,2% de incompletude para o campo ocupação nas fichas. Conclusões: Há necessidade de qualificar o processo de notificação nos sistemas de informação existentes e melhorar a investigação de casos de acidentes com animais peçonhentos, especificamente os escorpiônicos, no intuito de fortalecer a identificação do trabalho como determinante/condicionante de saúde e oferecer subsídios para planejar e otimizar adequadamente as ações de vigilância em saúde.
ACIDENTES OFÍDICOS RELACIONADOS AO TRABALHO NOTIFICADOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Alves Filho, P1, Machado, C1, Cunha, LER1
1 IVB/SES RJ
Objetivo - descrever a ocorrência de acidentes por ofídicos relacionados ao trabalho no estado do Rio de Janeiro (2014-2023) e o grau de completude do campo ocupação, nesse período. Métodos: estudo observacional, descritivo e transversal. Dados sobre acidentes por animais peçonhentos (serpentes) foram obtidos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN. Casos classificados como acidente de trabalho foram identificados pelo campo “doenca_tra” na base de dados. Estimou-se a frequência absoluta e relativa de casos classificados e não classificados como AT. Resultados: foram notificados no SINAN, no período de 2014-2023, 6.638 acidentes ofídicos no estado do Rio de Janeiro. Deste total, 1.013 (15,3%) foram notificados como acidentes relacionados ao trabalho. Quanto à ocupação dos casos, 10 ocupações corresponderam a 88,5% do total das notificações relacionadas ao trabalho, com 31% destas relacionadas a atividades agropecuárias. Somando-se o total de campos com ocupação em branco ao total de ignorados e categorias não classificáveis pela CBO (estudante, aposentado, dona de casa, presidiário e desempregado), obteve-se 47,4% de incompletude para o campo ocupação nas fichas. Conclusões: Há necessidade de qualificar o processo de notificação nos sistemas de informação existentes e melhorar a investigação de casos de acidentes com animais peçonhentos, especificamente os ofídicos, no intuito de fortalecer a identificação do trabalho como determinante/condicionante de saúde e oferecer subsídios para planejar e otimizar adequadamente as ações de vigilância em saúde.
ANÁLISE DA COMPETÊNCIA VETORIAL DE POPULAÇÕES DE AEDES AEGYPTI DE CIDADES BRASILEIRAS
Pôster
Freitas, A.C1, Ferreira, A. G. F1
1 Fiocruz Minas
O Aedes aegypti é um mosquito de grande importância médica por transmitir arboviroses, como dengue (DENV) e chikungunya (CHIKV), que impactam a saúde pública em regiões tropicais e subtropicais. A competência vetorial refere-se à capacidade do mosquito de se infectar, multiplicar e transmitir esses vírus a hospedeiros vertebrados. Compreender essa competência é crucial para avaliar e desenvolver estratégias de controle do mosquito e das doenças. Este estudo analisou a competência vetorial para arbovírus em populações de Ae. aegypti de Araraquara/SP, Belo Horizonte/MG, Campo Grande/MS, Petrolina/PE, Porto Alegre/RS e Santos/SP. Ovos de mosquitos foram coletados, eclodidos em laboratório e as fêmeas alimentadas com sangue de camundongos infectados com DENV ou CHIKV. Após alimentação, as fêmeas foram dissecadas em dois períodos: 4 e 8 dias pós-repasto (dpr). A análise das amostras por RT-qPCR determinou as taxas de infecção e disseminação. Os resultados mostraram que Araraquara teve a maior taxa de infecção para DENV (95%), enquanto Belo Horizonte (100% - 4dpr) e Araraquara (95% - 8dpr) apresentaram as maiores taxas para CHIKV. A disseminação foi maior em Petrolina para DENV (78,6%) e em Araraquara para CHIKV (95%). As diferenças nas taxas de infecção e disseminação entre as populações indicam que a taxa de disseminação e infecção para CHIKV é maior e ocorre mais rapidamente. Estudos adicionais são necessários para entender o impacto dessas diferenças na disseminação de doenças e na saúde pública local.
ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE SÍFILIS GESTACIONAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NO ANO DE 2022
Pôster
FARIA, L. C. C.1, LEMOS, E. B.1, GOMES, J. R.1, TEOFILO, M. M. A.1
1 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
A sífilis na gestação é um grave problema de saúde pública, responsável por altos índices de morbimortalidade intrauterina. As evidências indicam que o pré-natal adequado é um fator importante na redução da incidência de agravos como infecções congênitas e óbito perinatal.
Objetivo: Descrever inconsistências relacionadas à notificação de sífilis em gestante.
Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, no qual analisou os casos notificados por Sífilis em gestante, no Estado do Rio de Janeiro, sem identificação, contidas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. O período analisado compreendeu o ano de 2022.
Resultados: No ano de 2022 foram notificados 15.266 casos de sífilis em gestante no Sinan e a taxa de incidência foi de 85,6 casos por mil nascidos vivos. A distribuição dos casos segundo a faixa etária materna concentra-se entre 20 a 34 anos de idade (53,6%). Observa-se 10,9% dos casos de sífilis em gestante com a variável raça/cor materna ignorado/em branco. As variáveis “outro esquema”, “tratamento não realizado” e “ignorado ou em branco” somam-se 1.194 casos.
Conclusão: Os resultados demonstram a necessidade de intervenções visando melhorar a atenção durante o pré-natal, de modo a garantir a prevenção e redução da transmissão vertical da sífilis, a qualidade das informações para implementação de ações. Conclui-se que é importante incluir educação permanente destinadas aos profissionais de saúde e da vigilância, além da ampliação ao acesso da população e melhorias na qualidade da rede de serviços disponibilizados pelo SUS.
ANÁLISE DE CAUSAS MÚLTIPLAS DE ÓBITOS POR CAUSAS MATERNAS COM MENÇÃO DE COVID-19 NO BRASIL
Pôster
MEIJINHOS, L.S.1, COSTA, A.J.L1
1 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ
Objetivos: Analisar os óbitos por causas maternas com menção de COVID-19 ocorridos no Brasil, nos anos de 2020 a 2022, sob o enfoque das causas múltiplas de morte. Métodos: Estudo de série de casos de óbitos por causas maternas com menção de COVID-19 utilizando o método de análise de causas múltiplas de morte para fins de análise do perfil de causas básicas e associadas segundo características relacionadas ao tempo, ao lugar e às pessoas. Utilizou-se o software R. Resultados: Foram identificados 1.979 (86,8%) óbitos por causas maternas com COVID-19 mencionada como causa básica e 301 (13,2%) como causa associada, somando um total de 2.280 óbitos por causas maternas com menção de COVID-19, com maior proporção em mulheres na faixa etária de 20 a 34 anos, de raça negra, de nível médio de escolaridade, com companheiros(as) e residentes na região Sudeste. Cerca de 66,3% dos óbitos ocorreram no puerpério até 42 dias após o parto. As causas associadas mais frequentemente mencionadas foram doenças respiratórias, diabetes mellitus, obesidade, transtornos hipertensivos, doenças cardiovasculares, pneumonia e SRAG. Conclusões: A análise de causas múltiplas permite uma compreensão mais abrangente das circunstâncias que levaram ao óbito por causas maternas, evidenciando a necessidade de considerar não apenas as causas básicas de morte relacionadas à gravidez e ao parto, mas também as condições subjacentes e contribuintes que influenciaram o desfecho.
ANÁLISE DESCRITIVA DA MENINGITE VIRAL NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DE 2019 A 2023
Pôster
SILVA,M.A.1, MOURA,A.C.C.C.A.1, SILVA,F.D.1, SILVA,G.C.S.1, RIBEIRO,M.S.R.2, COUTINHO,M.S.C.2
1 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Coordenação de Vigilância Epidemiológica
2 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Coordenação de Vigilância Epidemiologica
Objetivos, Métodos, Resultados e Conclusões.
Objetivo: Descrever os casos confirmados de meningite viral em residentes no município do Rio de Janeiro (MRJ) entre 2019 a 2023.
Métodos: Análise descritiva dos casos confirmados de meningite viral residentes no MRJ notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação entre 2019 a 2023. Para análise, foram utilizados os softwares Epiinfo e Excel.
Resultados/ Conclusão: Foram confirmados 815 casos de meningite viral. A distribuição por ano de sintomas demonstrou um maior número de casos em 2019 com um decréscimo importante nos anos pandêmicos 2020-2021. Houve predomínio em menores de 10 anos (57%), em especial de 01 a 04 anos (25,9%) e no sexo masculino (57,7%). A maioria dos casos evolui com cura (93,4%), observando uma baixa taxa de letalidade (5,2%, n=42). Relacionando a evolução com a faixa etária, observou-se maior número de óbitos em adultos (90,5%, n=38), principalmente acima de 70 anos (n=18, 42,8%), o que pode estar relacionado às questões individuais, comorbidades e possíveis complicações secundárias. O intervalo de tempo entre início dos sintomas e óbito foi superior a 7 dias em 45,5% dos casos. Quanto à classificação pelo agente etiológico observou-se que em 48% dos casos não foi possível a identificação viral e dentre os identificados verificou-se que o enterovírus foi o de maior predominância (28,6%). As meningites virais são importantes doenças do ponto de vista da saúde pública, devido sua magnitude e capacidade de ocasionar surto. A análise demonstrou sua relevância na infância, entretanto, chama atenção sua gravidade quando acometem a população adulta/ idosa.
ANÁLISE DESCRITIVA DOS CASOS DE MENINGITE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DE 2019 A 2023
Pôster
Coutinho, M.S.C.1, Moura, A.C.C.C.A.1, Silva, F.D.1, Silva, G.C.S.1, Ribeiro, M.S.R.R.1, Silva, M.A.1
1 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Coordenação de Vigilância Epidemiológica
Objetivo: Descrever os casos confirmados de meningite em residentes no município do Rio de Janeiro (MRJ) entre 2019 a 2023.
Métodos: Análise descritiva dos casos confirmados de meningite residentes no MRJ notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação entre 2019 a 2023. Para análise, foram empregados o software Epiinfo e Excel, sendo os dados populacionais obtidos do censo IBGE 2010.
Resultados/Conclusão: Foram notificados 2953 casos sendo 64% (1890) confirmados. Dentre estes, houve predomínio em menores de 10 anos (40%), em especial de 01 a 04 anos (17%) e sexo masculino (57,7%). A distribuição por ano de sintomas demonstrou queda em 2020-2021 e aumento a partir de 2022 com taxa de incidência de 0,08% em 2023. A classificação mais predominante foi a asséptica (43,1%), seguida da meningite por outras bactérias (22,4%) e meningite por pneumococos (11,1%). Apesar da maioria dos casos evoluírem com cura (78,1%), observou-se uma letalidade de 17,3%. O potencial de agravamento e evolução ao óbito foi proporcional ao tipo de meningite, onde destaca-se a meningite bacteriana, em especial a pneumocócica com 22,9% do total de óbitos. Correlacionando evolução e faixa etária, constatou-se maior número de óbitos em adultos, acima de 70 anos, o que pode estar relacionado às questões individuais. A partir desta análise demonstrou-se a relevância desta doença, sendo os vírus e bactérias os mais importantes a nível epidemiológico. Sendo problema de saúde pública, é essencial manter os esforços da vigilância na notificação e investigação laboratorial.
ANÁLISE DOS DADOS RELACIONADOS ÀS DCNT NO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS - RJ
Pôster
Araújo, M.M.S1
1 Prefeitura Municipal de Angra dos Reis
Objetivos: A pesquisa realizada pela necessidade de conhecer o quantitativo e a distribuição geográfica da população portadora de DCNT do município, bem como as principais causas básicas de óbitos prematuro pelo grupo das 4 principais doenças crônicas não transmissíveis.
Métodos: Iniciou-se pelo levantamento no cadastro individual por CNES e equipe realizado em março de 2023 e análise das causas básicas de óbitos de 2022. Foi criada uma planilha identificando cada unidade de saúde, extraindo os dados dos seguintes campos do cadastro individual: usuários ativos, diabetes, hipertensão, câncer, AVC, Infarto, doença respiratória, doença cardíaca, doença renal e peso. Para a análise das causas básicas de óbitos de 2022 considerou-se o número de óbitos dos CIDs das principais causas de DCNT.
Resultados: Na análise dos dados do cadastro individual os resultados encontrados mostram a falta de preenchimento, indefinição ou desconhecimento do paciente da sua condição de saúde, visto que o campo “não informado” apresentou números expressivos para todas as condições avaliadas. Consideramos o grupo das 4 principais doenças crônicas, comparadas às outras causas de óbito no município, para todas as faixas etárias. Nesse cenário, pudemos perceber que as 4 doenças em conjunto foram responsáveis por 48% das causas de óbito.
Conclusões: Os cadastros individuais dos usuários da atenção primária devem ser constantemente atualizados para que tenhamos dados reais quantificando a população portadora dessas doenças. Essa ação favorece o monitoramento e a aplicação de estratégias para prevenção da morte prematura e manutenção da saúde da população.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA OCORRÊNCIA DO MORMO NO BRASIL
Pôster
Silva, J. G. R. M.1, Barros, C. C.1, Gonçalves, D. L. N.1, Marquis, E. K. D. F.1, Costa, J. S.1, Serra, D. G.1, Vidal, L. S. O.1, Alves, S. I. S.1, Goulart, F. K. L. A.1, Coimbra, V. C. S.1
1 PPGPDS/UEMA
Objetivo: Analisar e comparar a média nacional de casos e a prevalência de mormo de 2021 a 2023, considerando as modificações ocorridas na Instrução Normativa nº 6 de 16 de janeiro de 2018, a qual define as diretrizes gerais para prevenção, controle e erradicação dessa doença. Essa análise decorre da alteração realizada pela Portaria nº 593 de 30 de junho de 2023, que retirou a exigência do resultado negativo para mormo no trânsito de equídeos. Métodos: Realizou-se um estudo descritivo e retrospectivo sobre os casos de mormo registrados no Brasil no período de 2021 a 2023, utilizando dados secundários do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e dados sobre as populações de equídeos obtidos no último censo agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: Antes da alteração da IN nº 6, a média total foi de 129,2 casos confirmados entre os primeiros semestres de 2021 e 2023. Após a nova redação, observou-se uma diminuição de 89,94% de casos confirmados no segundo semestre de 2023, com destaque para as médias dos estados do Amazonas, que passaram de 21 casos confirmados para apenas um; Rio Grande do Sul, de 18 para nenhum caso; e Pernambuco, de 16 para 6 casos. A prevalência nacional da enfermidade no segundo semestre de 2023 foi 88,63% menor em comparação à média dos semestres anteriores. Conclusões: A queda abrupta dos casos registrados sugere que a dispensa da realização de exame pode estar contribuindo para uma subnotificação e possível disseminação da doença, que possui grande potencial zoonótico.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS NOTIFICADOS DE ESPOROTRICOSE HUMANA EM NOVA IGUAÇU-RJ
Pôster
Souza G.F.1, Ferrão L.C.S.1, Rodrigues C.M.2
1 Superintendência de Vigilância Sanitária (SUVISA)/ Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/ Secretaria de Saúde (SEMUS)
2 Fiocruz/Presidência/Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde
Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das notificações de Esporotricose Humana em Nova Iguaçu - RJ entre 2019 e 2023.
Métodos: Estudo descritivo com dados das fichas de investigação de casos notificados de 2019 a 2023 em Nova Iguaçu-RJ. O banco de dados foi obtido através dos microdados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde, sem dados sensíveis.
Resultados: De 632 casos notificados entre 2019 e 2023, 555 (87,82%) foram confirmados. Em 2019, dos 160 casos notificados, 158 foram confirmados (98,75%). Em 2020, todos os 121 casos notificados foram confirmados (100%). Em 2021, dos 109 casos notificados, 106 foram confirmados (97,25%). Em 2022, 134 dos 167 casos notificados foram confirmados (80,24%). Em 2023, a taxa de confirmação caiu para 48%, com 36 dos 75 casos notificados sendo confirmados.
Discussão: A alta taxa de confirmação nos primeiros anos sugere boa capacidade dos profissionais de saúde em identificar a esporotricose, considerando sua apresentação clínica característica. A queda na taxa de confirmação em 2022 e 2023 pode sugerir dificuldades no diagnóstico ou problemas no processo de notificação. A maioria dos casos foi confirmada sem diagnóstico laboratorial, possivelmente devido à apresentação clínica e contato com gatos doentes, facilitando o reconhecimento.
Conclusões: A queda na taxa de confirmação em 2022 e 2023 destaca a necessidade de capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde para a correta identificação e notificação dos casos de esporotricose. É importante manter estratégias de vigilância garantindo a precisão dos dados e a compreensão da prevalência da doença em Nova Iguaçu.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE GESTANTES E CRIANÇAS ATÉ 5 ANOS PORTADORAS DE HEPATITE B
Pôster
Miodownik, C.G.1, Fernandes, C.A.S.1, Pereira, L.S.2, Farias, J.N.B.2, Moraes, S.R.S.1, Fernandes, S.S.3, Oliveira, V.T.N.O.1
1 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
2 Organização Pan-Americana da Saúde
3 Universidade Federal Fluminense
Objetivo: Este trabalho busca analisar os dados epidemiológicos de gestantes e crianças até 5
anos notificadas com hepatite B em municípios do Estado do Rio de Janeiro para o Processo de
Certificação de Eliminação da Transmissão Vertical do Ministério da Saúde. Metodologia: A
coleta dos dados necessária para análise foi obtida por meio do SINAN NET, tendo como
critério de escolha os municípios do Rio de Janeiro com mais de 100 mil habitantes, gestantes
de todos os trimestres e crianças de até 5 anos de idade com HBsAg reagente. Após extraídos,
os dados foram tabulados pelo Excel 2010. Resultados: Mediante os dados, constatou-se que,
nos anos de 2021 e 2022, 91 gestantes foram notificadas com hepatite B, sendo 47 gestantes
em 2021 e 44 gestantes em 2022. Em se tratando de crianças até 5 anos, 9 foram notificadas
em todo o estado do Rio de Janeiro. Conclusões: A partir da análise dos dados levantados é
possível identificar os municípios com maiores notificações casos de hepatite B em gestantes e
crianças, bem como quais atendem aos critérios do Ministério da Saúde para a certificação da
eliminação de transmissão vertical.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS REGISTROS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE
Pôster
SALVATO, S1, RAINONE, F. N.2, L. D3
1 UFRGS
2 Diretoria de Vigilância em Saúde - DVS
3 UNISINOS
Objetivos: Relacionar bancos de dados presentes no sistema com informações da violência contra a mulher (VCM) e realizar a análise epidemiológica e o georreferenciamento dos achados.
Métodos: O estudo é uma análise exploratória voltada para VCM de uma faixa etária de 18-59 anos, que tiveram ou tem um relacionamento afetivo/amoroso com o agressor. Obteve-se dados de 2017 a 2021 do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, para a cidade de Porto Alegre. Empregaram-se análises espaciais para verificar os fatores associados à VCM e seu agrupamento espacial. O georreferenciamento foi realizado pelo sistema ARCGIS, criando um mapa dinâmico para visualizar e explorar em quais locais do município de Porto Alegre ocorrem as VCM, permitindo definir quais regiões possuem percentuais mais elevados de registros.
Resultados: A análise espacial revelou que a distribuição espacial da VCM variou significativamente na cidade. Os focos de VCM em Porto Alegre localizavam-se próximos aos bairros Sarandi, Santa Rosa de Lima, Parque Santa Fé, Rubem Berta e Costa e Silva na zona norte, seguidos pela Lomba do Pinheiro, Pitinga e Restinga, na zona leste zona da cidade. Os preditores mais importantes segundo o algoritmo Random Forest são idade, escolaridade e local, estando significativamente associados à VCM.
Conclusão: Analisando epidemiologicamente os casos de violência interpessoal contra as mulheres, é possível obtermos maiores informações sobre a ocorrência destas violências e assim, dar continuidade no manejo deste problema de saúde pública com melhores políticas públicas, bem como aprimorar o monitoramento dos casos de VCM.
ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DA JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE EM MINAS GERAIS: UM ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster
Barbosa, E.M.1, Paes Sousa, R.2, Simoes, T.C.3
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Instituto René Rachou – Fiocruz Minas
2 Políticas de Saúde e Proteção Social (GPPSS) - Instituto René Rachou –Fiocruz Minas
3 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) - Instituto René Rachou – Fiocruz Minas
Objetivos: Analisar as heterogeneidades temporal e espacial, e a dispersão geográfica das taxas de ações judiciais em saúde, impetradas contra o estado de Minas Gerais (MG), no período de 2013 a 2020, bem como as associações com variáveis socioeconômicas, de acesso à saúde e de características dos processos judiciais. Metodologia: Os dados são do Ministério Público e Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, integrados e analisados pelo grupo de Políticas de Saúde e Proteção Social (GPPSS) - Fiocruz Minas. As mudanças temporais foram avaliadas por meio de Modelos Aditivos Generalizados. Taxas de judicialização foram mapeadas ao longo do tempo e as associações espaciais com os indicadores de interesse exploradas por Índices de Moran bivariado. As análises foram realizadas em R, QGiS e GeoDa. Resultados: A ocorrência de judicialização da saúde em MG variou no espaço e tempo. Houve tendência crescente da judicialização no período, especialmente após 2015. O estudo ainda permitiu destacar que as macrorregiões do Triângulo Norte, Oeste e Noroeste apresentaram taxas de judicialização acima do esperado. Houve associação das taxas de judicialização com indicadores observados, indicando sub-regiões com ocorrência simultânea de altas taxas de judicialização e condições mais socioeconômicas e de acesso à saúde mãos vulneráveis. Conclusões: As demandas judiciais ocorrem de forma distinta em Minas Gerais, fazendo-se necessário traçar o panorama da judicialização da saúde e monitoramento contínuo nos territórios a fim de otimizar decisões administrativas e jurídicas, além de dar respaldo a proposição de políticas públicas que garantam o direito à saúde da população brasileira.
ANÁLISE SAZONAL DOS ALERTAS DE TECNOVIGILÂNCIA EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
OLIVEIRA, L. S.1, 1, 1
1 UERJ
Objetivo
Avaliar a variação temporal do fluxo de comunicação interna para o disparo de alertas internos de tecnovigilância para os diversos setores em um hospital universitário participante da Rede Sentinela.
Método
O estudo foi conduzido através da análise secundária do banco de dados de todos os disparos internos de alertas de tecnovigilância no período de 2017 até 2023 no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) na capital do Estado do Rio de Janeiro.
Os dados foram coletados por meio de comunicações internas enviadas aos setores do hospital e organizados em um banco de dados elaborado no Libre Office, com análise e visualização em tabelas e gráficos gerados no programa R.
Resultado
Houve aumento do número de disparos desde 2017, o ano inicial de análise (224 disparos) até o ano de 2021 (2.139 disparos). Nos anos seguintes houve pequena redução, e em 2023 foram realizados 1.569 disparos. A análise mês-a-mês com auxílio de suavização por média móvel simples evidencia um aumento importante do número de disparos a partir de 2018 com pico em final de 2019, seguido de queda importante no início de 2020, coincidente com o início da pandemia de covid-19. A partir do 2º semestre de 2020 há retorno aos valores de 2019. A análise de autocorrelação não sugere tendência ou sazonalidade.
Conclusão
A análise de série temporal dos disparos intra-hospitalares de alertas de tecnovigilância observa a dinâmica dos alertas enviado pelo Ministério da Saúde, as alterações do processo de trabalho da Gerência de Risco e da influência da pandemia de covid-19.
APRIMORAMENTO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE A PARTIR DO EPISUS FUNDAMENTAL RIO.
Pôster
SILVA, J.M.1
1 Secretaria municipal de saúde - Rio de Janeiro
O trabalho tem como objetivo descrever o boletim epidemiológico realizado como um dos produtos para conclusão do curso EpiSUS Fundamental Rio no ano de 2023. O objetivo geral foi descrever os casos de sífilis em gestantes, residentes na Área Programática 2.2 do município do Rio de Janeiro, no período de 2018 a 2022. A metodologia foi a realização de um estudo descritivo retrospectivo exploratório; usando como base de dados secundários o banco de dados do SINAN. Sobre os resultados, destacaram-se: aumento contínuo do número de notificação de sífilis gestacional dos anos de 2018 a 2020; aumento contínuo da taxa de detecção dos anos de 2018 a 2020; a maior parte dos diagnósticos feita no primeiro trimestre gestacional; maior distribuição de gestantes apresentando entre 8 e 11 anos de estudo; maior número de diagnósticos em gestantes pardas, seguidas de gestantes pretas, evidenciando que as gestantes negras foram mais afetadas pela sífilis; faixa etária das notificações em grande parte na faixa etária de 21 a 30 anos. Conclui-se,então, as recomendações a partir dos resultados: reforço da atualização sobre o tema por educação continuada; garantia de fluxos que promovam o diagnóstico de sífilis na primeira consulta de pré-natal nas unidades de atenção primária; monitoramento e avaliação dos números de notificação da unidade, com realização de estatísticas; realização de grupo de planejamento reprodutivo, com promoção de realização de testes rápidos; trabalho permanente de educação popular em saúde sobre a importância de detecção e tratamento de IST.
AS AÇÕES ADOTADAS CONTRA A COVID-19 PELA UFSCAR E SEUS RESPECTIVOS EFEITOS
Pôster
Souto, B. G. A.1, Oliveira, G. N.1, Santos de Souza, F. F.1, Araújo Neto, R. G.1, Melger, M. J. C.1
1 UFSCar
Objetivo.
Descrever as ações contra a transmissão do SARS-CoV-2 na UFSCar e seus respectivos efeitos.
Métodos.
Implantação de um pacote de medidas de contingência e vigilância epidemiológica estruturadas, ampliadas, participativas e monitoradas, baseadas em evidência científica e apoiadas por novas tecnologias, avaliada por estudo transversal bioestatístico de casos e contatos de Covid-19 na comunidade universitária.
Resultados.
Implantaram-se planos de contingência monitorados e ações de vigilância epidemiológica intensiva e participativa operada em tempo real. Resultou que a incidência de Covid-19 na Universidade e sua subnotificação foram menores que nas cidades-sede dos campi. Os preditores da confirmação diagnóstica foram: trabalho remoto, contato com sintomáticos e presença de sintomas. A probabilidade de contato com pessoa com diagnóstico confirmado foi semelhante entre quem esteve em trabalho presencial ou remoto, mas a probabilidade de confirmação diagnóstica entre contactantes com sintomáticos foi 93% menor entre quem esteve em trabalho presencial. O contato com sintomáticos só se sustentou como preditor de confirmação diagnóstica entre pessoas em trabalho remoto. Ou seja, a transmissão viral foi menor entre pessoas em trabalho presencial.
Conclusão.
As ações da UFSCar contra a Covid-19 devem ter colaborado pelo melhor controle desse agravo dentro da Universidade, comparado ao ambiente externo. O trabalho remoto foi proposto para reduzir a transmissão do SARS-CoV-2, mas teve efeito inverso: a circulação viral foi menor entre quem esteve em trabalho presencial. Provavelmente porque essas pessoas ficaram sob vigilância e monitoramento da aplicação das medidas preventivas propostas pela instituição, ao contrário do que ocorreu com quem esteve em trabalho remoto.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DENGUE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Coutinho, M.S.C.1, Almeida, P.D.1, Araujo, T.M.E.2, 3, 3, 3
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro
2 Universidade Federal do Piauí
3
Objetivo: analisar os casos de dengue no município do Rio de Janeiro (MRJ). Métodos: estudo descritivo sobre os casos de dengue do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponíveis pelo Departamento Nacional de Informática do SUS. Como objeto de estudo foram selecionados os casos com classificação final para dengue (dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave), residentes no MRJ e notificados entre 2022 à 03 de junho de 2024. Consideraram-se como variáveis: mês de notificação, faixa etária, sexo, evolução e se ocorreu hospitalização. Após a tabulação pelo TABNET, foi realizada a exportação para o Excel® para realização das análises de frequência. Resultados: Foram registradas 129.502 casos, dos quais 121.264 estavam classificados como dengue. Verificou-se que 2024 apresentou o maior número de casos (78,85%) sendo os meses de fevereiro a maio os mais frequentes em todos os anos (82,7% do total). A faixa etária de 20 a 39 anos (39,79%), o sexo masculino (55,66%), a evolução cura (82,23%) e casos sem hospitalização (86,07%) foram os mais frequentes. Conclusão: Conclui-se que ainda que, as hospitalizações e cura tenham prevalecido, o número elevado de casos, principalmente em 2024, é alarmante, diante do amplo espectro clínico da doença que pode variar em cada pessoa e evoluir para formas graves, incluindo o óbito. Por ser uma doença com padrão sazonal, os casos foram mais frequentes ocorreram nos cinco primeiros meses do ano, período mais úmido e chuvoso. As demais variáveis podem contribuir no aprimoramento e das estratégias de prevenção e cuidados.
ATUAÇÃO DA RESIDENTE NA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS
Pôster
Sousa, A. F.1, Albuquerque, A. V. T.2, Mendes Neta, B.2, Alves, M. M. R.2, Silva, A. E. B.3, Santos, V. P.2, Vasconcelos, A. M.2
1 IAM - Fiocruz
2 Secretaria Municipal de Saúde e Bem-estar de Vitória de Santo Antão
3 UFRPE
Objetivos: Compartilhar a atuação da residente de saúde coletiva no processo de implementação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas A Agrotóxicos (VSPEA). Métodos: Trata-se da experiência vivenciada pela residente de saúde coletiva do Instituto Aggeu Magalhães - Fiocruz, vinculada ao setor de Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, na implementação da VSPEA, no período de julho de 2023 a maio de 2024. Resultados: A VSPEA visa atender de forma integral a saúde de populações expostas a agrotóxicos, compreendendo medidas de promoção à saúde, vigilância, prevenção e controle dos agravos e doenças decorrentes da intoxicação exógena por agrotóxicos. Nessa perspectiva, ao iniciar as atividades na Vigilância em Saúde Ambiental, a residente comprometeu-se com a implementação desse programa no município. Dessa forma, as seguintes atividades foram realizadas: apresentação da proposta de implementação à diretoria de Vigilância em Saúde, análise das notificações de intoxicação exógenas por agrotóxicos, organização do plano de ação municipal, auxílio na formação de grupo técnico, educação permanente com os agentes de combate as endemias a respeito dos químicos utilizados na rotina de trabalho e da importância dos equipamentos de proteção individual e com os agentes comunitários de saúde acerca da VSPEA, além de roda de conversa com agricultores. Conclusões: a residente atuou de forma ativa no desenvolvimento da VSPEA contribuindo com a sua implementação no município e no processo de atenção integral a saúde da população, além de adquirir conhecimentos e experiências importantes para a sua formação enquanto sanitarista.
AVALIAÇÃO DE INCOMPLETUDE DOS REGISTROS DE ÓBITOS EM SALVADOR, BAHIA, 2014 A 2023
Pôster
Souza, A. P. R.1, Junqueira, M. E. R.2, Souza, C. R. C. S.2, Freitas, J. T.2, Andrade, J. R.2, Santos, I. B.2, Gomes, T. M. D2, Figueredo, J. B. V.2, Gonzalez, J. C. V.2, Livramento, H. L.2, Hora, M. P.2, Bomfim, B. F.2, Brito, Z. M. M.2, Veloso, S.2, Oliveira, A. L. A.2
1 Universidade do Estado da Bahia
2 Subcoordenadoria de Informação em Saúde
Objetivo: avaliar a incompletude dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para óbitos em Salvador/Bahia, 2014 a 2023. Métodos: trata-se de um estudo quantitativo, transversal, de série histórica - 2014 a 2023, do município de Salvador/Bahia. A ênfase recai sobre o preenchimento de variáveis ou “campos” dos blocos I e V da declaração de óbito (sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, ocupação), para definição do percentual de ignorados ou em branco (não informados) no SIM. Os dados foram tabulados pelo Tabnet Salvador. Resultados: ao longo dos anos estudados, observa-se melhora da completude das variáveis avaliadas. Destaca-se raça/cor com 13% de dados incompletos em 2014 e redução para 8% em 2023. Ademais, a partir de 2017 a portaria nº 344, de 1º de fevereiro de 2017, dispõe sobre o preenchimento obrigatório do quesito raça/cor nos formulários dos sistemas de informação em Saúde. Outra variável que demanda visibilidade e fomento à qualidade do preenchimento diz respeito à ocupação, em 2014 apresentou 37% de incompletude, com redução em 2024 para 16%. Quando associamos não informado e ignorado do campo ocupação, observa-se 22% de registros. Conclusões: a lacuna nas informações impacta nas análises da situação de mortalidade. Estratégias incorporadas ao longo dos anos estudados, mais veementemente a partir de 2018, contribuíram para a melhoria da qualidade dos dados no SIM de Salvador. Ações como Educação em Saúde, investigações com os Estabelecimentos de Saúde e monitoramento da base de dados são alternativas para a transformação dessa realidade.
AVALIAÇÃO DO PROJETO DE RESPOSTA RÁPIDA À SÍFILIS: ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL EM MINAS GERAIS
Pôster
Oliveira, T.A.1, Simoes, T.C.2, Ferreira Junior, C.L.1, Carneiro, M.3
1 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Infectologia e Medicina Tropical, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
2 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) - Instituto René Rachou – IRR (Fiocruz Minas)
3 Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Infectologia e Medicina Tropical, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Objetivo: Avaliar a efetividade do Projeto de Resposta Rápida à Sífilis em Minas Gerais, implantado em 2018. Métodos: Estudo ecológico da heterogeneidade das taxas de detecção em gestantes e incidência/mortalidade por sífilis congênita entre 2013 e 2022 em municípios elegíveis e não elegíveis para implantação do Projeto na região metropolitana de Belo Horizonte. Na análise temporal, foram ajustados modelos lineares e aditivos generalizados. Taxas suavizadas foram mapeadas e associações espaciais com fatores socioeconômicos e de acesso à saúde exploradas através de Índice de Moran Bivariado. Resultados: Houve aumento médio do risco de ocorrência de sífilis em gestantes e congênita, antes (2013-2017) e após a implementação do Projeto (2018-2022) nos dois grupos de municípios, com tendência de aumento de casos em gestantes, e queda pouco significativa na incidência de sífilis congênita. Houve tendência de queda da mortalidade após a implementação do Projeto. Municípios com maior vulnerabilidade socioeconômica e de acesso a saúde apresentaram maiores incidências médias de sífilis congênita e taxas médias de detecção em gestantes no período. A maioria dos municípios elegíveis apresentou aumento ou estabilidade da morbimortalidade da sífilis, assim como foram observadas altas taxas com aumento significativo em municípios não elegíveis. Alguns municípios se destacaram com altas e persistentes taxas de morbimortalidade pela doença. Conclusão: Os resultados apontam pouca efetividade e necessidade de adequações das estratégias do Programa, de forma distinta para municípios prioritários. O Projeto e demais políticas e intervenções traçadas necessitam de constante monitoramento, com adequações e expansão para territórios com foco em populações mais suscetíveis.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DA HANSENÍASE NA REGIÃO DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
Pôster
Bezerra, J. J.1, JESUS, S. S.1, SILVA, K. R.1, WRASSE, M.L.1
1 NRSCL - SESAB
A hanseníase é uma infecção crônica causada pelos bacilos Mycobacterium leprae, apesar da diminuição nas taxas de prevalência devido à efetividade do tratamento poliquimioterápico, o Brasil continua a ocupar a segunda posição mundial em número de casos.
Objetivo: Avaliar o Sistema de Vigilância (SV) da Hanseníase da Região de Saúde de Feira de Santana, estado da Bahia, Brasil, no período de 2018 a 2022.
Métodos: Analisou-se dados secundários de notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, seguindo as diretrizes do Center for Disease Control and Prevention (CDC). No atributo qualidade dos dados de campos obrigatórios foi avaliada com os seguintes parâmetros: Excelente = 100%, Regular = 70% a 99,9% e Ruim < 70. No atributo de oportunidade utilizou-se Excelente ≥ 90%, Regular = 70% a 89,9% e Ruim < 70%, como parâmetro.
Resultados e Conclusão: Foram identificadas 484 notificações. A completitude dos campos obrigatórios teve um desempenho médio regular, com 99,9% de preenchimento. Em relação aos campos essenciais, todos anos com 100% de registro para esquema terapêutico inicial, 99,4% para modo de detecção e 92,6% para registro de bairro. Quanto à oportunidade, apenas 86,2% dos pacientes iniciaram o tratamento até 7 dias após o diagnóstico, classificando-se como regular. Nesse estudo a qualidade dos dados e a oportunidade foram regulares, isto é, pouco completo e pouco oportuno. Recomenda-se fortalecer a rede de atenção ao paciente e integrar as ações de Vigilância Epidemiológica às atividades da Atenção Primária à Saúde para garantir todas as etapas da vigilância em tempo hábil.
AVALIAÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS DE SIM-P ASSOCIADOS À COVID-19
Pôster
Brito, M. P. M1, Pinto, A. G. C. P2, Pessoa, F. S3, Campos, A. S. F3, Figueredo, V. S. L3
1 HU-UFMA
2 UFMA
3 HUUFMA
Objetivo: Analisar os casos suspeitos de SIM-P notificados pela Vigilância Epidemiológica que acometeram a população pediátrica. Métodos: estudo retrospectivo, quantitativo com amostra não probabilística por conveniência. Foram incluídos no estudo os casos de crianças notificadas em hospital de referência como caso suspeito de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) temporalmente associada a COVID-19. Os dados foram compilados no programa Microsoft Office Excel para análises. O trabalho possui aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa (CAAE: 65790322.0.0000.5086). Resultados: as crianças eram predominantemente do sexo masculino, pardas, com idade entre 1- 5 anos, provenientes de São Luís , sem comorbidades. Os sintomas manifestados foram: febre, manifestações gastrointestinais agudas e marcadores de inflamação elevados. A principal complicação foi a Necessidade de Ventilação Invasiva. Além disso, Convulsões, Insuficiência Renal aguda, Sepse e Hipotensão também foram achados frequentes. Conclusão: a SIM-P apresentou-se como uma complicação rara e grave da COVID-19 que necessita de monitoramento devido a sua recente aparecimento e semelhança com outras patologias.
AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE ESCOLARES DO RIO DE JANEIRO PRÉ E PÓS PANDEMIA
Pôster
Silva, G. M.1, Espindola, L. O.1, Rodrigues, L.1
1 UNIRIO
OBJETIVOS
Comparar os dados antropométricos de escolares pré e pós pandemia de uma escola municipal do RJ.
MÉTODOS
Realizou-se estudo observacional descritivo transversal, em dois períodos, o primeiro entre 2016/17 e o segundo em 2022, com alunos de 5 a 18 anos de uma escola municipal do Rio de Janeiro. Para obtenção do peso, utilizou-se balança digital (Getch®) e a estatura antropômetro (Sanny®). O indicador IMC/I calculado pelo Anthro, e classificado utilizando-se referências OMS (2006/07). O excesso de adiposidade central considerada quando RCAE >= a 0,5. O intervalo de excesso de peso z-score >=+1 e obesidade >=+2. Análise de dados no SPSS 17.0 com estatística descritiva, teste de normalidade de Shapiro Wilk, teste de Mann Whitney para as variáveis RCAE e IMC-, E/Idade teste T, qui quadrado para as variáveis categóricas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética(CAAE 20757213.5.0000.5285).
RESULTADOS
No período pré-pandêmico avaliaram-se 350 escolares, 54,8% (n=192) do sexo feminino, 58,2% (n= 204) idade média de 9,2±1,7 anos. No pós-pandemia foram 361, 55,9% (n=202) meninas e 50,9% (n=184) de mesma idade média. No pré-pandemia, apresentaram IMC de 18,4±3,7 kg/m2 e z-score de 0,6±1,3, RCAE de 0,45±0,06, com 35,2% (n=123) apresentando excesso de peso. No pós-pandemia, observou-se IMC (18,4±4,2 kg/m2); z-score 0,4±1,5; RCAE (0,48±0,07) e 35,8% (n=126) com excesso de peso (p=0,48).
CONCLUSÃO
O estudo inferiu leve alteração nos índices antropométricos coletados pré e pós-pandemia. Sendo estatisticamente significativos as alterações dos índices RCAE e EI. São necessários estudos futuros que correlacionam outros fatores além das medidas antropométricas.
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS EM GATOS COM ESPOROTRICOSE
Pôster
Araujo, E. L. M.1, Souza, B. M.1, Ramos, B. O. L.1, Soares, D. F. M.1, Leme, F. O. P.1, Teixeira, R. C.1, Bruno, L. L. G.1, Couto, M. P. V.1, Sousa, M. F.1, Küster, P. H. P.1, Barrado, W. S.1, Oliveira, C. S. F.1
1 UFMG
Objetivou-se avaliar os parâmetros hematológicos e bioquímicos de gatos diagnosticados com esporotricose antes ou durante o tratamento com Itraconazol. Foi coletado um volume de 1,5ml de sangue total para hemograma e para bioquímica. Ao todo, 38 resultados de 29 gatos com esporotricose, sendo que 22 animais tiveram exames coletados após 30 dias de tratamento e 7 gatos tiveram exames coletados antes e 30 dias após o início, por questões de recursos. Foram avaliados: hematócrito, concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), leucócitos totais, creatinina, ureia, alanina aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA) e aspartato aminotransferase (AST). Os parâmetros foram comparados aos estabelecidos na literatura. 50% dos exames apresentaram alterações e apenas 2,63% dos hemogramas estavam dentro dos valores de referência. 10,52% apresentaram anemia, 26,31% leucocitose e 10,52% CHCM diferente dos valores de referência para a espécie, apresentando hipercromia (7,98%) e hipocromia (2,63%). Na bioquímica, 94,73% estavam fora dos valores de referência, sendo: ureia (55,26%), creatinina (31,57%), FA (42,1%), ALT (28,94%) e AST (39,73%). Em gatos, o aumento das enzimas hepáticas pode não indicar uma doença significativa. Foi considerada relevante quando os níveis estavam de 2 a 3 vezes acima da referência, pois não houve jejum antes da coleta. Isso foi observado nas enzimas ALT (10,52%) e AST (7,89%) de quatro animais. Existem indícios de que tanto a doença quanto o tratamento podem gerar alterações hematológicas e bioquímicas, logo, a realização de exames laboratoriais é de suma importância.
BOLETINS EPIDEMIOLÓGICOS COMO FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO SOBRE DCNT EM UMA OPERADORA
Pôster
Bernardo, R.F.B.1, Cavalcante, D. M.1, Oliveira, D.F.1, Freiras, F. A.1, Lima, F.N.S.1, Oliveira, J .A.C.1
1 CASSI
Objetivo: Compreender a ocorrência e a distribuição da Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial e Dislipidemia numa população de, aproximadamente, 590 mil beneficiários de uma operadora de autogestão em saúde, de abrangência nacional. Métodos: Foram utilizados dados combinados de sistemas de informação, como Prontuário Eletrônico do Paciente e sistema de pagamentos, associados a estudos preditivos que selecionaram beneficiários confirmados para essas doenças e detectaram possíveis doentes. Resultados: Foram elaborados três boletins epidemiológicos, um para cada doença, com o intuito de dar conhecimento da situação de saúde para os colaboradores da instituição e para os próprios beneficiários, e para subsidiar à gestão na tomada de decisão para implementação e revisão de estratégias de cuidado mais eficientes. Foi retratado o panorama epidemiológico dessa população, entre agosto de 2016 e julho de 2021, por meio de análise descritiva de alguns indicadores demográficos, espaciais e de saúde. Análises regionais permitiram identificar as diferenças de prevalência e de características da população acometida, a fim de permitir a implementação de estratégias regionalizadas, para enfrentar os desafios impostos por estas doenças. Conclusões: Percebeu-se que com a maior circulação de informações, exemplificada pelos boletins, maior foi o interesse dos colaboradores e gestores nos temas prioritários. Os boletins tornam-se instrumentos de transformação político institucional, no qual as análises permitem estabelecer prioridades e planejar estratégias nos diferentes níveis de atuação baseado em evidências.
CAFÉ COM VIGILÂNCIA:ESTRATÉGIA PARA FORTALECIMENTO DA VIGILÃNCIA EM SAÚDE NA AP 2.2 NO MRJ
Pôster
Almeida, B. A.1, Santos,G.A.C.1, Cruz,G.C.S.1, Mainenti,H.R.D.1
1 PCRJ-SMS
O Objetivo é descrever a experiência da elaboração de um encontro presencial com profissionais de saúde para o fortalecimento da vigilância em saúde no território. Métodos: A Divisão de Vigilância em Saúde, que está inserida no território convidou um representante de cada um dos 26 hospitais da área de planejamento 2.2 para esse encontro, iniciamos a apresentação da caracterização da área, mostrando os bairros pertencentes, a população, o número de unidades e o formato que a vigilância se organiza dentro da rede municipal de saúde do Rio de janeiro. Após, utilizamos o gerador de nuvem de palavras, foi solicitado através do Qrcode duas palavras que significassem vigilância em saúde, iniciamos o intervalo para o “café” aquele momento informal, que promoveu uma network entre os profissionais presentes, onde ocorreram conversamos de forma descontraída, assim os profissionais foram se apresentando e se desinibindo. Após, mostramos o resultado da nuvem de palavras e discutimos as ideias encontradas, falamos de conceito e leis da vigilância em saúde, da importância da notificação compulsória, do panorama epidemiológico da área, elencamos algumas doenças e agravos e ranqueamos os hospitais pelo número de notificações realizadas em um período de dois anos. Resultado: Após o Café com Vigilância, ocorreu a sensibilização dos profissionais, pactuação de novos fluxos, recebemos um aumento das notificações oriundas das unidades hospitalares, melhora na comunicação, na oportunidade e na qualidade das informações. Conclusão: esse encontro é uma ferramenta de sucesso, que contribuiu de forma significativa no processo de trabalho da vigilância em saúde no território.
CAPACIDADE INOVADORA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Pôster
Lowen, I.M.V.1, Peres, A.M.2, Krulikowski, I.B.O.3, Gaioski, J.1
1 SMS Curitiba
2 UFPR
3 Unicentro
Objetivo: analisar a capacidade inovadora da Atenção Primária de Saúde (APS) de Curitiba a partir das ações inovadoras dos serviços de vigilância epidemiológica e sanitária.
Métodos: estudo qualitativo realizada com 86 gestores e profissionais de saúde da APS de Curitiba em 2018 por meio de entrevistas a partir de ações inovadoras implantadas na APS relatadas. Para a análise de dados foi utilizado o modelo conceitual de Bravo-Ibarra e Herrera (2009) da Capacidade de Inovação e o referencial metodológico da hermenêutica dialética. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da UFPR sob o Parecer nº 606.957-0.
Resultados: dentre as ações inovadoras foram citadas intervenções nos processos de trabalho da vigilância sanitária e epidemiológica, classificação de risco dos estabelecimentos de saúde para agilizar e aprimorar o serviço prestado e a estruturação da vigilância em saúde para ações na Copa do Mundo, evento inédito na cidade. Essas ações foram caracterizadas pelos processos de criação, absorção, integração e reconfiguração do conhecimento, para os quais predominaram dois recursos organizativos: liderança e capital humano. Também foi identificada a presença da cultura organizacional e estrutura e sistemas que promovem a inovação.
Conclusões: gestores das Unidades de Saúde e profissionais assistenciais foram identificados como principais protagonistas das ações inovadoras. Enfatiza-se a importância da gestão participativa para fomentar espaços de discussão para a crianção do conhecimento e demais processos e os recursos organizativos necessários para promover a capacidade de inovação em prol do gerenciamento da organização e assistência à saúde da população.
CARACTERIZAÇÃO DO ESCORPIONISMO EM MOGI MIRIM, SP, 2018 A 2022
Pôster
Germano, L. C.1, Paiva, R. F.1, Alonzo, H. G. A.2
1 FMPFM
2 UNICAMP
Objetivo: Analisar a epidemiologia dos acidentes escorpiônicos em Mogi Mirim-SP, entre 2018 e 2022, identificando padrões sazonais, demográficos, e clínicos, além das associações estatísticas significativas entre variáveis sociodemográficas e do acidente. Métodos: Este estudo descritivo utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) municipal, incluindo todas as ocorrências de acidentes escorpiônicos no período mencionado. Análises descritivas e o teste de Fisher com simulação de Monte Carlo foram empregados para avaliar a associação entre variáveis. Resultados: Foram registrados 632 acidentes, com a maioria ocorrendo na zona urbana (86,7%) durante a primavera e verão. A incidência variou de 11 a 20 acidentes por 100 mil habitantes ao ano. A população afetada foi predominantemente masculina (53%) e branca (67,2%), com a maioria dos incidentes ocorrendo em casa (70,1%). Os membros foram as regiões mais afetadas (88,7% dos casos), e a maioria dos acidentes resultou apenas em manifestações locais (89,3%). A administração de soro antiescorpiônico foi necessária em apenas 0,8% dos casos. A análise estatística revelou associações significativas entre sexo e zona de ocorrência/acidente de trabalho, e faixa etária e tempo entre a picada e o atendimento. Conclusão: Os acidentes escorpiônicos em Mogi Mirim são mais frequentes em áreas urbanas e durante meses mais quentes, afetando principalmente homens e ocorrendo predominantemente em residências. A maioria dos casos é leve e sem necessidade de atenção médica intensiva. Essas informações são cruciais para direcionar estratégias de prevenção e atendimento mais eficazes.
CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES OFÍDICOS NA REGIONAL NOROESTE DE MINAS GERAIS
Pôster
Silva, A.V.1, Diniz, S.A.1
1 UFVJM
Objetivo: Caracterizar epidemiologicamente os acidentes ofídicos envolvendo humanos na região Noroeste de Minas Gerais de 2011 a 2021. Método: Estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo, baseado em dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação de Acidentes Ofídicos, fornecidos pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais. Analisaram-se variáveis como faixa etária, sexo, ano do acidente, microrregião, evolução, gênero do animal envolvido e tempo entre a picada e o atendimento hospitalar. Utilizaram-se os softwares InfoStat e Excel 2016 para análise de frequências absolutas, relativas e taxa de prevalência.Resultados: A microrregião de Saúde de Unaí/Paracatu registrou 1.072 casos (3,99 casos/1.000 habitantes). Os municípios com maior prevalência foram Unaí (6,44 casos/1.000 habitantes), Buritis (4,91 casos/1.000 habitantes) e Formoso (3,27 casos/1.000 habitantes). A serpente Bothrops foi a mais prevalente (3,03 casos/1.000 habitantes). A maioria dos casos ocorreu na zona rural (55,73%), com pouca diferença em relação à zona urbana (41,27%). Homens foram mais afetados (80,1%), principalmente na faixa etária de 25-59 anos (54,64%). A maioria dos casos foi leve, com atendimento entre 1-3 horas após a picada (71%), e o pé foi o local mais acometido (50,5%). Conclusão: Os municípios com maior incidência de acidentes ofídicos estão em áreas rurais e envolvem atividades agropecuárias, com predominância de casos em homens adultos, o que pode ser atribuído a condições de vida que aumentam a vulnerabilidade. Os achados fornecem informações essenciais para auxiliar e fortalecer a saúde pública nas decisões municipais e regionais.
COMISSÃO DE REVISÃO DE ÓBITOS POR ARBOVIROSES: EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Freitas, D.A.1, Moura, A.C.C.C.A.1, Silva, F.D1, Silva, G.C.S.S.1, Agostinho, M.1, Alvarenga, C.1, Ribeiro, M1, Coutinho, M.S.C.1
1 SMS-RJ
As arboviroses são um problema de saúde pública, especialmente a dengue pelo número de óbitos. O objetivo é relatar a experiência do município do Rio de Janeiro na implantação da comissão de revisão de óbito (CRO) por arboviroses. A implementação teve 4 dimensões: 1) Qualificação da Vigilância Epidemiológica (VE) local: ofertado curso básico em Vigilância Epidemiológica e oficina de investigação de óbitos por arboviroses. 2) Composição da CRO: equipe multiprofissional, atuando na gestão da atenção primária, hospitalar, análise de óbitos e VE central. 3) Padronização dos processos de trabalho: identificação de exames positivos, de notificações por múltiplos meios e das declarações de óbito (DO) com menção; linkage dos bancos de informações de casos e óbitos; acompanhamento dos casos internados. 4) Investigação epidemiológica: preenchimento dos formulários disponibilizados pelo ministério da saúde e relatórios contendo o histórico clínico e epidemiológico: 1) hospitalar com sequência lógica do agravamento; 2) Domiciliar com temporalidade dos sinais e sintomas, acesso à serviços de saúde e acompanhamento na atenção primária. A CRO analisa os dados coletados; agenda a reunião; discute os casos considerando as doenças preexistentes, a sequência dos sinais e sintomas, a adequação do manejo, a causalidade e a evitabilidade do óbito; encerra nos sistemas de informações, envia os desfechos para a Secretaria Estadual de Saúde e para as unidades que participaram do cuidado. Os membros da CRO realizam recomendações à nível local nas suas áreas de atuação, articulando estratégias para redução de óbitos e qualificação das equipes.
CONCENTRAÇÃO DE IODO NA ÁGUA DE MUNICÍPIOS BRASILEIROS EM DIFERENTES ESTAÇÕES CLIMÁTICAS
Pôster
Pinto, C. A.1, Silva, D. L. F.2, Crispim, S. P.2, Pizato, N. M. P.3, Faria, F. R. de4, Silva, D. G da5, Carvalho, C. A. de6, Pereira, R. J.7, Navarro, A. M.8, Fontes, E. A. F.1, Macedo, M. de S.9, Franceschini, S. do C.C.1, Priore, S.E.1
1 UFV
2 UFPR
3 UNB
4 UFMT
5 UFS
6 UFMA
7 UFT
8 USP
9 UFVJM
Objetivo: Avaliar diferenças na concentração de iodo na água potável de municípios brasileiros em diferentes estações climáticas. Métodos: Amostras de água foram coletadas nas Unidades Básicas de Saúde de oito municípios brasileiros (Aracaju/SE; Brasília/DF; Rondonópolis/MT; Viçosa/MG; Pinhais/PR; São Luís/MA; Palmas/TO; Ribeirão Preto/SP). O método espectrofotométrico “leuco cristal violeta" foi utilizado para determinar a concentração de iodo na água e diferenças nessas concentrações foram avaliadas por teste de comparação de medianas com nível de significância de 5%. Resultados: A concentração mediana de iodo na água potável foi de 2,9 µg/L (P25: 1,0 µg/L – P75: 3,6 µg/L), sendo maior em Pinhais/PR (7,8 µg/L (P25: 6,7 µg/L – P75: 8,8 µg/L)) e menor em São Luís/MA (0,0 µg/L (P25: 0,0 µg/L – P75: 0,9 µg/L)). Apenas em Pinhas/PR foi observada diferença na concentração de iodo na água entre as estações outono (5,45 µg/L) e verão (13,04 µg/L) (p = 0,041) e as estações inverno (4,60 µg/L) e verão (p = 0,003). Conclusão: A concentração de iodo na água potável dos municípios avaliados não diferiu entre as estações climáticas, exceto em Pinhais/PR. Ainda, foram constadas diferenças potenciais na concentração de iodo na água potável entre os municípios e que podem futuramente ser investigadas.
CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SOBRE SEGURANÇA DO PACIENTE
Pôster
Santos, J. P. F.1, Ferreira, M. C.1, Melo, J. B.2, Oliveira, E. C.2, Pires, K. P. B. C.3
1 UNICEUMA
2 UFMA
3 HU-UFMA
Objetivo: Investigar incidentes relacionados à segurança do paciente e o conhecimento dos profissionais de enfermagem de um hospital público no nordeste brasileiro.
Métodos: Estudo descritivo quantitativo realizado com profissionais de enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem) de uma Unidade de Clínica Médica de um Hospital Público. Foram utilizados dois instrumentos, o primeiro com dados pessoais dos profissionais incluídos e outro voltado para informações sobre incidentes relacionados à segurança do paciente e que devem ser notificados.
Resultados: Foram entrevistados 73 profissionais de enfermagem, destes 66 (90,4%) do sexo feminino, 56 (76,7%) técnicos de enfermagem, faixa etária entre 46 e 55 anos (36,4%), com tempo de trabalho no hospital de 1 a 5 anos (54,8%) e 43 profissionais (58,9%) trabalhavam também em outro hospital. No que se refere ao conhecimento sobre incidentes, observou-se que 83,6% afirmaram ter recebido treinamento sobre a temática; 28,8% disseram ser o enfermeiro que deve notificar e 57,5% conhecem o “sistema online” para notificação de eventos. Quanto aos incidentes ocorridos, os mais notificados foram: queda (43,8%); flebite (39,7%); falha na identificação do paciente (37%); lesões de pele (34,2%) e incidentes com medicamentos (32,9%).
Conclusão: Com base nos achados, conclui-se que os enfermeiros respondem pela notificação dos incidentes e o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre segurança do paciente ainda é insuficiente; além disso, foi visto que a ocorrência de quedas foi o incidente mais notificado. Assim, há necessidade de intervenções educativas contínuas junto à equipe de enfermagem para sensibilização na disseminação da segurança do paciente na instituição estudada.
Palavras-chave: Conhecimento; Incidentes; Segurança do paciente; Profissionais de saúde.
CONSTRUINDO UM PAINEL DINÂMICO DE DENGUE COMO FERRAMENTA DE APOIO À GESTÃO EM NOVA LIMA/MG
Pôster
Ferraz, G. T.1, Oliveira, H. P.1, Costa, A. R.2, Lima, K. M. S. V.2, Castro, D. M. de2
1 Hospital Universitário de Ciências Médicas de Minas Gerais
2 Secretaria Municipal de Saúde de Nova Lima
Introdução: A epidemia de Dengue de 2024 foi uma das mais graves em décadas, aumentando a pressão assistencial do sistema de saúde. Em Nova Lima/MG, médicos residentes e gestores buscaram construir ferramentas para melhor compreender a situação epidemiológica e a demanda assistencial. Objetivos: Quantificar a demanda gerada pelos casos de dengue entre Novembro/2023 e Abril/2024 em Unidades Básicas de Saúde do município e analisar a distribuição territorial dos casos atendidos pelos profissionais da saúde de nível superior. Criar painel de dados para facilitar a interpretação das informações obtidas. Métodos: Foram extraídos dados de prontuário eletrônico dos atendimentos individuais de Dengue realizados no período. Para seleção dos casos, foram utilizados os códigos CID-10 A90 e A91 e CIAP-2 ABP019 e A77. Os dados foram sistematizados em Excel e foram utilizadas ferramentas do Looker Studio para criação de um painel gerencial. Resultados: O painel evidenciou um crescimento da demanda entre Janeiro e Março, com tendência de queda a partir da primeira semana de Abril. Foi perceptível uma repetição do padrão da curva de atendimentos, que diminui aos fins de semana, forma um pico às segundas-feiras e se mantém estável entre as terças e sextas-feiras. Este comportamento foi atribuído à organização dos serviços e ao predomínio dos casos entre a população economicamente ativa. Conclusões: O caráter dinâmico do painel, que é atualizado diariamente e permite a desagregação por local de atendimento, auxiliou a determinar quais unidades apresentavam maior pressão, favorecendo a tomada de decisões gerenciais, como distribuição de recursos humanos.
CONTRIBUIÇÃO DO SAL UTILIZADO EM NÍVEL DOMICILIAR PARA A INGESTÃO DE IODO DE GESTANTES
Pôster
Silva, D.L.F.1, Crispim, S.P.1, Pinto, C.A.2, Fontes, E.A.F.2, Macedo, M. de S.3, Franceschini, S. do C.C.2
1 UFPR
2 UFV
3 UFVJM
Objetivo: Avaliar a contribuição do sal iodado para a ingestão de iodo de gestantes brasileiras. Métodos: Estudo transversal realizado com dados de consumo alimentar de gestantes (n=2247) do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo e amostras de sal utilizado em nível doméstico por uma subamostra (n=377). O consumo alimentar foi coletado com aplicação do recordatório de 24 horas, que foram processados no software GloboDiet. O conteúdo de iodo do sal foi determinado por solução padronizada de tiossulfato de sódio e amido como indicador. A contribuição do consumo de sal para a ingestão de iodo foi avaliada pelo método de proporção de médias. Resultados: Aproximadamente 79% (IC95%: 76,9-80,5) da amostra relatou o uso de sal em sua forma pura. Dessas, 93% (IC95%: 91,8-94,0) indicaram o uso do sal refinado iodado e 16,1% (IC95%: 14,3-17,9) tinham o hábito de adicionar sal nos alimentos após o preparo/cozimento. O consumo de sal pelas gestantes (2,3 g (IC95%: 2,2-2,3)) contribuiu com 45% da ingestão total de iodo (163,1 µg (IC95%: 162,9-163,2)). Conclusão: Este estudo reforça a importância do sal iodado para a ingestão de iodo. Apesar disso, a contribuição não é majoritária, indicando a participação de outros alimentos para a ingestão de iodo.
CONTRIBUIÇÃO DO TESTE RAPIDO MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO DA TB PULMONAR NO ESTADO DO RJ
Pôster
Nunes, M.A.S.1, Martins, M.P.1, Ribeiro, J.W.M.2, Rezende, B.2, Souza, S.H.G.2, Saboia, A.3, Andrade, E.F.3, Fontenele, A.L.1
1 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
2 Organização Panamericana de Saúde - OPAS
3 Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels - Lacen RJ
Resumo: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis (MTB), que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. Um diagnóstico rápido, preciso e acessível é importante para detectar o sintomático respiratório (SR). A oferta de teste molecular é importante para o diagnóstico rápido e oportuno, interrompendo a cadeia de transmissão.
Objetivos: Categorizar os casos novos pulmonares inseridos no sistema GAL de informação laboratorial e no SINAN; distinguir os casos novos pulmonares com detecção do MTB
Métodos: Análise dos dados nos sistemas GAL de informação laboratorial e SINAN dos anos 2022 e 2023. Total de exames realizados para casos novos pulmonares, entre esses, total de detecção do MTB.
Resultados: No ano de 2022, foram realizados 32.827 TRM-TB para casos novos pulmonares, sendo 6.765 (20 %) detectados para MTB;
Em 2023 houve a realização de 51.843 TRM-TB para casos novos pulmonares, em 8.894 (17%) houve a detecção do MTB.
Conclusão:
Em 2022, foram notificados no SINAN, 12.186 casos novos pulmonares, destes, 8.650 foram diagnosticados por confirmação laboratorial. O TRM-TB contribuiu em diagnosticar 78% dos casos novos pulmonares.
Em 2023, os casos novos pulmonares notificados no SINAN foram 12.567, destes, 9.544 foram diagnosticados por confirmação laboratorial. A contribuição do TRM-TB foi de 93%. A inserção do teste molecular que possui alta sensibilidade, é uma ferramenta importante no diagnóstico da TB.
CONTROLE DAS ARBOVIROSES DURANTE A COVID-19: DESAFIOS DA ATUAÇÃO DOS AGENTES DE ENDEMIAS
Pôster
Chaiblich, J.V.1, Miyashiro , G.M.1, Valente, B.C.S.1, Arjona, F.B.S.1, Oliveira, R.F.1, Gondim, G.M.M.1, Monken, M.1, Ribeiro, M.G.1, Pereira, E.M.1, Dias, A.P.1, Monteiro, S.C.S.1, Faria, P.A.1, Stephanelli, L.L.1, Pereira, R.J.N.P.1
1 EPSJV/FIOCRUZ
Objetivo: O objetivo do estudo foi discutir o processo de trabalho dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs) no controle das arboviroses durante a pandemia da Covid-19, considerando a relevância destes trabalhadores como elo entre a comunidade no território e o serviço de saúde.
Métodos: Trata-se de um estudo exploratório descritivo, que utilizou metodologias qualitativa e quantitativa por meio da triangulação de métodos, no qual os participantes da pesquisa foram ACEs do município do Rio de Janeiro. A pesquisa baseou-se na análise de conteúdo e na análise descritiva dos territórios da atenção primária do município entre o período novembro/2020 a dezembro/2021
Resultados: Os resultados indicaram que, no início da pandemia, os ACEs atuaram simultaneamente no enfrentamento da COVID-19 e das arboviroses sem orientação e capacitação adequadas, além da falta de medidas de biossegurança. Isso prejudicou a atuação desses trabalhadores em territórios com forte desigualdade na prestação de serviços.
Conclusões: A pandemia de COVID-19 impactou de forma diferenciada os profissionais de saúde e os moradores dos territórios da Atenção Primária em Saúde. Os ACEs poderiam ter colaborado de forma diferenciada no enfrentamento da Covid-19 nos territórios da APS, mas não houve orientação específica nesse sentido, nem tiveram capacitação técnica sobre aspectos ligados à nova doença. Possibilitar a fala dos ACEs foi fundamental, apontou a necessidade do diálogo e pactuação entre gestores e ACEs, como processo primordial para mudanças sugeridas.
COVID LONGA E FATORES ASSOCIADOS: NECESSIDADES SUBESTIMADAS?
Pôster
Borges, P.K.O1, Martins, C.M.1, Muller, E.V.1, Borges, W.S.2, Coradassi, C.E.1, Silva, M.Z.1, Jungles, M.K.1, Pacheco, E.C.1, Avais, L.S.1, Schimichel, L.3, Waldman, E.A.4
1 UEPG
2 Unicesumar
3 FMS/Ponta Grossa
4 FSP/USP
Objetivo: Investigar e descrever a frequência de casos de COVID Longa, segundo pessoa, tempo e lugar, internação hospitalar, aparelhos mais acometidos e verificar os fatores associados. Método: estudo transversal realizado no Inquérito Telefônico “COVID Longa Ponta Grossa”. Entrevistou-se residentes de Ponta Grossa-Paraná, >18anos, que tiveram COVID-19, diagnosticada por RT-PCR em 2020/2021, independente da gravidade dos casos na fase aguda, notificados no sistema estadual NOTIFICA-COVID. Foi elaborado questionário na plataforma Redcap e a coleta de dados realizada entre junho e outubro/2023. Utilizou-se a definição de COVID Longa proposta pela OMS. Os dados foram descritos em frequência e medidas de tendência central. A associação entre as variáveis foi verificada por testes estatísticos e razão de prevalência (IC95%). Modelos de regressão logística múltipla foram construídos, e as interações entre as variáveis testada. As análises foram realizadas no R 4.1.0. Resultados: Participaram 1721 pessoas. Segundo a OMS, 78,42% tiveram COVID Longa. Nestes, 64,41% eram do sexo feminino. As faixas etárias mais prevalentes foram 30-59 e 60-79 anos. Foram fatores independentes para a presença da COVID Longa: doença crônica renal (OR=2,64; IC95% 1,32-5,29), doença crônica neurológica (OR=4,30; IC95%: 1,87-9,92), transtornos psiquiátricos (OR=2,72; IC95%: 1,83-4,02). Sexo masculino, renda 5-7 salários-mínimos, não ter internado para a COVID-19 e ter sido atendido em consultório privado na fase aguda foram fatores protetores independentes da COVID Longa. Conclusão: A COVID Longa apresentou elevada prevalência, associou-se a morbidades pré-existentes e fatores sociodemográficos. Políticas públicas de vigilância e intervenção são necessárias para atender as demandas dos inúmeros casos de COVID Longa.
CURSO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DAS POPULAÇÕES EXPOSTAS AOS AGROTÓXICOS PARA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
LIMA, I.M.1, BEZERRA, E.A.D.1, LIRA, P.V.R.A.1, LIMA, S.A.A.1, BRAZ, C.F.M.1, SILVA, C.S.1, SILVA, R.N.1, NASCIMENTO, C.H.T.A.1, MORAIS, D. A.1, GURGEL, A.M.2
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco - SES/PE
2 Instituto Aggeu Magalhães - Iam/Fiocruz
A Vigilância em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA) foi instituída em Pernambuco em 2012. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar o curso de Vigilância em Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos para a Atenção Primária em Saúde, realizado em cinco municípios prioritários para a estratégia no Estado de Pernambuco. O trabalho é de caráter transversal e descritivo. O curso que teve início em abril e segue com a programação até junho de 2024. A estratégia foi promovida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), em parceria com o Instituto Aggeu Magalhães (Iam/Fiocruz), para cinco municípios localizados em duas regiões de saúde do estado. O objetivo do curso inclui o aprofundamento e a compreensão dos problemas de saúde associados à exposição aos agrotóxicos utilizados no cultivo de cana-de-açúcar na Zona da Mata de Pernambuco, no âmbito da Atenção Primária. Ao todo, são mais de 80 inscritos, dentre eles profissionais da estratégia de saúde da família (médicos, enfermeiros, Agentes Comunitários de Saúde, técnicos de enfermagem, entre outros), coordenações de Vigilância em Saúde e Atenção Primária, referências técnicas de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador e da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. Utilizando a pedagogia da alternância, a metodologia inclui seis momentos teóricos quinzenais, intercalados com atividades práticas a serem desenvolvidas no território. Durante a realização do curso, foram cadastrados mais de 250 agricultores aplicadores de agrotóxicos. O curso representa um avanço na vigilância em saúde das populações expostas aos agrotóxicos, qualificando ações de atenção desenvolvidas nos territórios.
DESCRIÇÃO DOS CASOS DE LEPTOSPIROSE DA ÁREA PROGRAMÁTICA 2.1 NO MUNICÍPIO RIO DE JANEIRO.
Pôster
Brito, F. S.1, Santana, G. N. C.2
1 UFRJ
2 Fiocruz/ Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
A Leptospirose é uma doença infecciosa febril, endêmica no Brasil. Transmitida por contato direto ou indireto com água, solo ou superfícies contaminadas com a urina de animais, sua transmissão se agrava com as inundações. O objetivo foi descrever os casos de Leptospirose notificados na população residente da Área Programática (AP) 2.1 no município do Rio de Janeiro (MRJ), de 2018 a 2022. O método foi um estudo quantitativo do tipo descritivo, que utilizou um banco de dados secundários com os casos notificados de leptospirose no SINAN. Nos resultados, a maior incidência observada ocorreu na Rocinha, a predominância dos casos foi no sexo masculino. A faixa etária mais expressiva foi a de 50 a 59 anos. A raça parda tem o maior número de casos. As manifestações clínicas mais reportadas são mialgia, prostração e febre. Seus sintomas se confundem facilmente com viroses comuns podendo acarretar a subnotificação dos casos. A conclusão foi que a área programática 2.1 e suas divisões de vigilância devem monitorar mais intensamente períodos após inundações, alertando sobre o risco da doença e ao surgimento de casos com notificação oportuna aos profissionais de saúde, prover parcerias com as companhias de tratamento do lixo, água e esgoto, buscando minimizar a contaminação causada principalmente pela proliferação de roedores que transmitem a doença.
DESENVOLVIMENTO DE DASHBOARDS PARA VIGILÂNCIA DAS SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS E GRIPAIS
Pôster
Carneiro, L. O.1
1 Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde - FEPECS
Objetivo: Desenvolver um dashboard de monitoramento automatizado semanalmente para vigilância das síndromes respiratórias e gripais no Distrito Federal. Metodologia: Os dados de Covid-19, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Síndrome Gripal são captados por meio de bases já consolidadas dos sistemas de informações em saúde. Adiante, por meio do Power BI©, foram criadas medidas que permitiram as análises epidemiológicas dados, que possibilitaram o monitoramento por meio do painel que possui dados dos três agravos, apresentando informações sobre casos e óbitos acumulados, assim como a incidência e mortalidade. Também permite, por ajuste nos filtros, apresentar casos e óbitos por semana epidemiológica, o mesmo para a incidência e mortalidade semanal. Resultados: O painel de monitoramento permite que a equipe de vigilância epidemiológica sistematize de forma automatizada informações cruciais para compreensão do comportamento das síndromes por semana epidemiológica, permitindo também ao gestor subsídio para tomada de decisão pautada no cenário epidemiológico. Conclusão: A descentralização das informações de saúde amparadas pelo Sistema Único de Saúde contribui para a tomada de decisão oportuna, permitindo que gestores e profissionais de saúde tenham acesso facilitado a dados estratégicos. A sistematização de informações para visualização direcionada e adequada ao gestor propicia realização de ações na assistência em tempo hábil para melhora da situação de saúde.
DESENVOLVIMENTO DE UM PAINEL EPIDEMIOLÓGICO DA COVID-19 EM UMA REGIÃO DE SAÚDE, SP
Pôster
Germano, L. C.1, Alonzo, H.G.A.2
1 SES-SP
2 Unicamp
Objetivo: Este estudo teve como propósito fornecer dados epidemiológicos para a gestão da pandemia de Covid-19 (2020-2022) na Região de Saúde XIV, São João da Boa Vista, SP, por meio de um painel interativo de dados. Métodos: Utilizamos dados de casos, óbitos e coberturas vacinais do OpenDatasus e Vacivida, processados em R. Desenvolvemos um painel interativo em RMarkdown, hospedado no GitHub e acessível via Netlify (https://gve26.netlify.app/), permitindo a seleção de ano e apresentando tabelas, gráficos, mapas geográficos e séries temporais. Resultados: O painel proporcionou aos gestores de saúde uma ferramenta para monitorar a situação epidemiológica de forma atualizada, apoiando decisões no combate à Covid-19 e avaliando a eficácia das ações de vacinação. Além disso, possibilitou a análise de padrões geográficos e temporais da disseminação do vírus. Disponibilizamos o código fonte para adaptação em outros contextos de vigilância epidemiológica. Conclusão: O processo de elaboração e monitoramento do painel foi bem-sucedido, oferecendo pronto acesso aos dados, no entanto, enfrentamos desafios em acesso aos dados fonte, interatividade e opções de visualização, requerendo ajustes contínuos. Recomendamos investimentos em iniciativas similares para qualificar os serviços de vigilância epidemiológica e fornecer informações confiáveis, atualizadas e acessíveis à população e aos serviços de saúde.
DESMISTIFICANDO O HTLV POR MEIO DA GAMIFICAÇÃO NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Mariz Neto, A.A.1, Santos, J.P.B.2, Cruz, S.M.L.T.2, Barros, G.S.P.2, Rodrigues, M.G.L.2, Silva, R.S.B.2, Cruz, T.K.B.2, Goes, P.S.A.2, Morais, C.N.L.3, Araujo, C.3
1 UNINASSAU
2 Faculdade de Medicina de Olinda
3 Instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz,PE
Objetivo: Relatar o uso da gamificação para desmistificar o Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV) durante ação de educação em saúde envolvendo pessoas saudáveis, portadores do vírus, profissionais e gestores de saúde. Métodos: Relato da ação realizada no XVI Simpósio Internacional sobre HTLV no Brasil, João Pessoa, 2023, em colaboração com o canal de Instagram @htlvbrasil. Foi desenvolvido um avatar por meio do aplicativo ZEPETO, versão 3.55.000 iOS. O avatar, batizada de SUSete, em alusão ao Sistema Único de Saúde (SUS), foi criada com características fenotípicas e sociais semelhantes a população mais afetada pelo HTLV no Brasil: mulheres pardas e de meia idade. As informações sobre o HTLV foram disponibilizadas por meio de vídeo interativo da SUSete, produzido com o auxílio da versão PRO do aplicativo CANVA. O game da trilha, foi construído por meio da plataforma on-line Mentimeter que oferece recursos interativos e permite o compartilhamento via internet com o público. Foram disponibilizados problemas com diferentes níveis de dificuldade sobre o vírus. Ao acertar ou errar, o usuário recebia um feedback instantâneo sobre o problema. Resultados: A utilização de recursos inovadores e interativos contribuíram para o engajamento do público e a assimilação das informações sobre o vírus. Verificou-se que o feedback instantâneo do game aumentou a motivação dos participantes. Muitos portadores do HTLV se identificaram com a semelhança da SUSete. Conclusões: A gamificação se mostrou uma aliada poderosa para a vigilância em saúde e na superação das barreiras que impedem o acesso à informação sobre o HTLV.
DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA SEGUNDO SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Pôster
Pinto, A. G. A.1, Nobre, S. V.2, Vasconcelos, A. O.2, Feitosa, S. S.3, Oliveira, K. N. S.1
1 URCA
2 Fiocruz
3 HRC
Objetivos: Analisar o diagnóstico epidemiológico de um hospital regional do Nordeste brasileiro, a partir dos Sistemas de Informação em Saúde. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, com notificações de um hospital de referência na região do Cariri, Ceará, Brasil, no período de 2018-2022, a partir dos Sistemas de Informação em Saúde SINANNET e SINAN Online, SIM, SIH e SIVEP-Gripe. A elaboração ocorreu no período de julho a setembro de 2023. A análise descritiva dos dados se deu através do Microsoft Excel e apresentação dos resultados através de tabelas e figuras. Resultados: Identificou-se maior frequência de homens em todos os sistemas, exceto no SINAN Online; a raça/cor parda predominou, exceto no SIVEP-gripe onde se apresentou como ignorada. O perfil etário de adultos jovens (20-39 anos) foi mais frequente no SINAN Online e SINANNet, e de idosos (60-79 anos) nos sistemas SIVEP-gripe; SIH e SIM. Quanto às DAE estudadas, destacou-se “Violência Interpessoal/Autoprovocada” (682; 38,61%) como mais frequente no SINANNet; e Infecção por Coronavírus de localização não especificada nos sistemas SIH (2.257; 16%) e SIM (1.141; 48%). Em relação ao comportamento dos agravos durante a série estudada, observou-se que no período não pandêmico os agravos notificados no SINAN Online e SINANNET foram mais frequentes. No período pandêmico observou-se aumento nos agravos notificados no SIVEP-gripe, SIH e SIM. Conclusões: O presente estudo permitiu identificar o perfil epidemiológico da instituição estudada como forma de subsidiar ações de intervenção e reconhecer fragilidades como forma de melhorar as condutas de gestão e cuidado.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO ESCORPIONISMO EM RELAÇÃO A CEMITÉRIOS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
Pôster
Germano, L. C.1, Paiva, R. F.1, Alonzo, H. G. A.2
1 FMPFM
2 UNICAMP
Objetivo: Examinar a proximidade de cemitérios e a ocorrência de escorpionismo em Mogi Mirim, SP. Métodos: Dados sobre acidentes escorpiônicos de 2018 a 2022 foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação de Mogi Mirim, SP, município com 92.559 habitantes, 42.000 imóveis e dois cemitérios, sendo um público e um privado. Os endereços dos incidentes foram geocodificados e mapeados usando a densidade de Kernel para identificar áreas de alta concentração de acidentes próximas aos cemitérios, considerando um perímetro de 5km. A análise incluiu o cálculo de distâncias ortodrômicas, medidas de tendência central e de dispersão, e a correlação das distâncias dos acidentes em relação aos cemitérios foi avaliada pelo coeficiente de correlação de Spearman (IC 95%). Resultados: Dos 443 registros de escorpionismo, 93,2% ocorreram dentro do perímetro do Cemitério A e 85,3% no Cemitério B. A maioria dos acidentes (75%) ocorreu entre 1250 a 4854 metros do Cemitério A (mediana = 2465 metros) e 2351 a 4982 metros do Cemitério B (mediana = 3055 metros). As correlações de Spearman foram rho = -0,053 (p>0,05) para o Cemitério A e rho = 0,594 (p<0,05) para o Cemitério B. Conclusões: Os resultados indicam que a maioria dos acidentes ocorre distante dos cemitérios, com uma correlação fraca e não significativa para o Cemitério A e moderada para o Cemitério B. Os dados não suportam a hipótese de que a proximidade de cemitérios aumenta o risco de escorpionismo, sugerindo a necessidade de investigar variáveis ambientais.
EGRESSOS DO TÉCNICO EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE UMA ESCOLA DO SUS: ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Pôster
VAZ, R.M.1, MASSOTE, A. W.1, COSTA, F. G. C.1, SILVA, J. A. T. A.1, ROCHA, L. B. M.1, AGUIAR. J. P.1
1 ESP-MG
Objetivos:
Analisar a atuação profissional dos egressos das três turmas do Curso Técnico em Vigilância em Saúde (TVS), realizadas entre 2013 e 2016, pela Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG).
Métodos:
Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa. Os dados foram coletados por meio de questionário estruturado, autoadministrado, abordando temas relacionados à atuação profissional dos egressos, com questões fechadas, de múltipla escolha, estruturadas por meio da Escala de Likert. Os instrumentos foram elaborados e respondidos por meio do software online Formulários Google. O link foi enviado por e-mail e Whatsapp para os 84 egressos. Os dados coletados foram transcritos e codificados em banco de dados no programa Excel® 2010.
Resultados:
Compuseram a amostra 39 egressos (46%), 61,5% mulheres, com idade média de 43 anos; 82% possuíam outra formação técnica ou superior. 85% dos respondentes atuavam no SUS. 76% afirmaram atuar na vigilância em saúde, sendo a maioria na Vigilância Sanitária (14), seguidos pelos que atuam na Vigilância Ambiental (8), enquanto 2 afirmaram atuar na Vigilância Epidemiológica e 1 na Vigilância em Saúde do Trabalhador. 97% dos respondentes consideraram que o curso atendeu às expectativas profissionais em relação à formação.
Conclusões:
Os egressos do curso TVS atuam majoritariamente nas áreas da Vigilância em Saúde, enquanto a menor parte atua em outras áreas do SUS. Adicionalmente à avaliação positiva dos egressos, conclui-se que o curso atendeu às demandas de formação para o SUS.
ELABORAÇÃO DA MATRIZ CURRICULAR DE UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Pôster
Silva, J. A. T. Á1, Carmo, R. F.1, Costa, F. G. S.1, Vaz, R. M.1
1 ESP-MG
Objetivo
Apresentar a experiência de elaboração da matriz curricular da primeira turma de Especialização em Vigilância em Saúde (VS) da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG).
Método
Considerando a abrangência, as especificidades e a complexidade da VS, foi realizada, em agosto de 2022, uma oficina com 8 horas de duração para elaboração da matriz curricular do curso. Participaram das oficinas representantes da academia, dos serviços e da gestão da saúde dos níveis estadual e municipal de Minas Gerais.
Resultados
Composição da matriz curricular: Módulo Introdutório – temas que alicerçam a construção de conhecimentos sobre a VS no Brasil, incluindo a interface entre VS e Promoção da Saúde e a Comunicação e Informação em Saúde; Módulo Específico- normatização, campo de atuação e operacionalização das áreas que compõem a VS: vigilância epidemiológica, vigilância em saúde ambiental, vigilância em saúde do trabalhador e vigilância sanitária; Módulo Integrador – integração das áreas que compõem a VS, integração entre VS e Atenção Primária à Saúde e intersetorialidade, aspectos fundamentais em cenários de emergência em saúde pública, por exemplo. O curso foi composto por 360 horas de atividades teórico-práticas e 20 horas de atividades relacionadas a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.
Conclusões
A elaboração coletiva da matriz curricular coaduna com a Educação Permanente em Saúde, referencial político pedagógico que norteia as ações educacionais da ESP-MG e contribuiu para elaboração de um curso coerente com o conhecimento técnico científico mais atual e com a sua aplicação efetiva no cotidiano de trabalho dos alunos.
EPIDEMIOLOGIA DE ÓBITO DE MULHERES EM IDADE FERTIL NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO
Pôster
Barbare, N.1, Coscarelli, P.1, Pacheco, M. C.1, Napoleão, F.1
1 UERJ
Objetivo:
O estudo visa analisar os óbitos de mulheres em idade fértil no Hospital Universitário Pedro Ernesto, compreendendo as causas dessas mortes entre 2018 e 2024.
Método:
Realizou-se uma análise secundária dos registros do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do hospital, abrangendo os casos de julho de 2018 a abril de 2024. Os óbitos foram categorizados em gestantes, neoplasias, colagenoses, HIV/AIDS, COVID-19 (após 2020) e "outros", permitindo múltiplas classificações.
Resultado:
Foram examinados 334 óbitos de mulheres em idade fértil. A principal causa foi neoplasia, representando 38,9% dos casos, seguida por COVID-19 (18,3% após 2020), colagenoses (15,9%), e AIDS (5,1%). Quinze casos (4,5%) foram de gestantes, com a maioria associada à infecção por SARS-CoV-2.
Conclusão:
Embora predominem causas complexas como câncer e doenças autoimunes, o elevado número de mortes de gestantes, especialmente relacionadas à COVID-19, evidencia a necessidade de aprimorar a atenção obstétrica para reduzir a mortalidade materna.
EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA DAS NOTIFICAÇÕES DE COVID-19 POR UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RJ
Pôster
Salgado, R. N.1, Oliveira, M. V. C.1, Pacheco, M. C. A.1, Napoleão, F.1, Coscarelli, P. G.1
1 UERJ
Objetivos: Analisar as notificações de covid/SRAG em 2020/2022 em um hospital universitário do RJ. Métodos: Análise secundária do banco de dados de notificações de covid/SRAG feitas pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto, sediado na cidade do Rio de Janeiro no período de 2020/2022. As notificações para a SMS do Rio de Janeiro são sistematicamente anotadas em planilha. A análise descritiva e espacial foram realizadas com os recursos da planilha eletrônica e em R. Resultados: Foram analisadas 3.652 notificações. Há uma quantidade maior de casos femininos (1.946) do que masculinos (1.672). A idade média foi de 46,0 anos. Foram 147 notificações de crianças com ≤2 anos. 24 crianças tinham até 30 dias de vida. O maior percentual de raça/cor foi de pessoas pardas (1.190; 42,8% dos casos com informação), seguidos de brancas (1.017; 36,6%), pretas (377; 13,6%) e amarelas (196; 7,1%). Não havia informação sobre raça/cor em 23,9% do total de notificações. A distribuição espacial mostra que a maior parte dos casos vem da cidade do Rio de Janeiro (2.970, 81,3%), mas 537 (14,7%) pessoas eram moradoras de outros municípios da região Metropolitana. Conclusão: Apresentamos os dados epidemiológicos descritivos básicos da experiência com covid/SRAG durante o período de 2020/2022. O HUPE ainda é uma das principais referências para atendimento de covid no estado do RJ e a casuística de vigilância epidemiológica é relevante para a compreensão do impacto da pandemia.
ESTIMATIVA DO CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS NOS 5.570 MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Pôster
Cacau, L. T.1, Monteiro, C. A.1, Levy, R. B.1, Louzada, M. L. C.1
1 Nupens/USP
Objetivo: Estimar a participação calórica de alimentos ultraprocessados (% AUP) nos 5.570 municípios brasileiros. Métodos: A estimativa de % AUP nos municípios foi realizada através de um modelo de predição construído com base nos dados de 46.164 indivíduos com idades >10 anos participantes da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018). Regressão linear múltipla foi usada para estimar a % média de AUP (medida por meio de dois recordatórios alimentares de 24 horas) em função das variáveis preditoras (características socioeconômicas e demográficas). O modelo foi avaliado quanto a sua adequabilidade por meio de análise de resíduos e pela comparação entre valores preditos e mensurados por meio do coeficiente de correlação-concordância de Lin (CCC). Os coeficientes lineares obtidos no modelo de regressão linear múltiplo foram aplicados aos dados socioeconômicos e demográficos do Censo de 2010 (aferidos de forma semelhante à da POF) para estimar o % AUP de cada um dos municípios. Resultados: O modelo mostrou-se adequado, apresentando distribuição normal dos resíduos e um CCC de 0,84, indicando concordância quase perfeita. Foi observada uma heterogeneidade na distribuição das estimativas de % AUP, variando de 5,75% em Aroeiras do Itaim (PI) a 30,5% em Florianópolis (SC). As estimativas de % AUP foram mais altas (>20%) em municípios do Sul e do estado de São Paulo. As capitais tendem a ter estimativas superiores de % AUP em comparação com outros municípios do interior dos estados. Conclusões: O modelo preditivo revelou diferenças de % AUP entre os municípios brasileiros, devido a distribuição desigual das características socioeconômicas do país.
ESTRATÉGIA DA VIGILÂNCIA DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE COM COVID-19, CONTAGEM/MG
Pôster
Veloso, I.F.1, Gonçalves, A.V.1, Castro, C.D.1, Matos, D.L.1, Neves, J.A.C.1, Esteves, R.S.S.1, Valério, S.A.N.1
1 SMS Contagem/MG
Objetivos: analisar dimensão de completude e riscos associados as variáveis sócio econômicas e de vacinação nos óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com Covid-10 em residentes de Contagem no período de 2021 a 2023
Métodos: Estudo descritivo e analítico de residentes de Contagem, entre 2021 e 2023 dos dados referentes a raça, escolaridade e vacinação contra a Covid-19, realizado a partir da integração de dados registros de óbitos entre o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe – SIVEP-Gripe, Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). Foram utilizados os seguintes parâmetros para avaliação da completude: excelente (≥90%), regular (≥70%-89%) e ruim (<70%).
Resultados: No período de 2021 a 2023 foram notificados 5.565 casos e 1.603 óbitos, com uma letalidade de 28,8% de SRAG com Covid-19. A freqüência de óbitos em 2021, 2022 e 2023 foram 1.363, 219, 21, respectivamente. Analisando a completude das variáveis nos óbitos, após a integração de dados, observou-se o percentual de preenchimento entre 2021 e 2023 nos óbitos: raça/cor 90,5% (excelente); escolaridade 68,6% (ruim); vacinação contra a Covid-19 100% (excelente). Revelaram-se fatores associados ao óbito a raça não preta/parda, escolaridade analfabeto e ensino fundamental e não ser vacinado contra a Covid-19.
Conclusões:
O estudo propiciou qualificar os dados dos óbitos com Covid-19 no SIVEP-Gripe e, com isso, identificar os fatores socioeconômicos e epidemiológicos associados aos óbitos a partir da integração de dados entre sistemas nacionais de informação.
ESTRATÉGIA PARA REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL NA AP 3.2: UM RELATO DE EXPERÊNCIA
Pôster
Mary Fonseca1, Adriana Feques1, Juliana Araujo2, Augusta Porto2, Maria Fernanda Ferrão2, Carla Marciel1, Paula Carneiro3
1 DVS CAP 3.2/ SMS-Rio
2 DAPS CAP 3.2/SMS-Rio
3 CAP 3.2 /SMS-RJ
Objetivo: Relatar a experiência da comissão de mortalidade na redução dos óbitos infantis residentes da área programática 3.2 o município do Rio de Janeiro com critérios para investigação. Métodos: Trata-se de um relato de experiência sobre um conjunto de ações estabelecidas a partir de 2021: recomposição da equipe de vigilância dos óbitos da AP 3.2, com realinhamento de fluxos de processos de trabalho; implantação de planilha com relação nominal dos óbitos infantis da AP, compartilhada com gestores das unidades de atenção primária (UAPs); análise epidemiológica dos casos atualizados semanalmente, compartilhada com os gestores das UAPs; inserção de enfermeiras obstetras na equipe multidisciplinar para qualificação do pré-natal; construção e preenchimento de matrizes de recomendações baseadas nos problemas encontrados junto à gestora de saúde da AP. Resultados: A partir das ações realizadas, a taxa de mortalidade infantil da área reduziu e permaneceu em torno de 10/1.000NV (nascidos vivos) em 2022 e 2023, segundo a análise disponibilizada pelo EpiRio. Ratificando a importância da identificação dos problemas que contribuíram para o óbito e a implementação de medidas para a prevenção de novos casos. Conclusão: A redução da mortalidade infantil, um dos objetivos do desenvolvimento sustentável, é um desafio para a saúde pública. Faz–se necessário que haja maior divulgação dos dados epidemiológicos para que as unidades de saúde possam construir e implantar medidas eficazes que impliquem na redução de óbitos residentes em sua área.
EXPERIÊNCIA DE INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE MENINGITE MENINGOCÓCICA NO RIO DE JANEIRO
Pôster
Nasser, M.R.M.1, Freitas, J.V.1, Rocha, N.M.1, Barbosa, C.1
1 DVS/CAP3.2/SMS-RJ
Objetivo: Descrever a experiência da Vigilância Epidemiológica de uma Área Programática (AP) do município do Rio de Janeiro (MRJ) durante a investigação de um caso confirmado de meningite meningocócica em uma creche municipal. Métodos: Relato de experiência sobre a investigação epidemiológica de um caso confirmado de meningite meningocócica em uma creche municipal localizada na comunidade do Jacarezinho, no MRJ, em maio de 2024. Foram coletadas informações como: sinais e sintomas, histórico clínico e vacinal, locais que frequentou quinze dias antes do início dos sintomas e contatos próximos. Resultados: Trata-se do caso de um pré-escolar de 2 anos que teve início com quadro de febre, tosse, cefaleia, coriza, sufusões hemorrágicas, evoluindo para óbito em quatro dias. A criança possuía histórico vacinal completo e residia com seus pais e mais 3 irmãos. Não frequentou, no período, outros locais, exceto a creche. Nela convivia diariamente com 12 crianças, na mesma turma, e participou de atividades coletivas com os demais alunos e funcionários. Foi realizada a quimioprofilaxia em todos os contactantes (N=78) em tempo oportuno. Conclusões: Nesta experiência foi possível constatar a importância da etapa de coleta adequada dos dados, necessária aos demais desdobramentos e com vistas à qualificação do sistema de vigilância epidemiológica.
FATORES ASSOCIADOS À INCIDÊNCIA DE SÍNDROME GRIPAL: UMA ANÁLISE DE CORRESPONDÊNCIA
Pôster
Pimenta, I. T.1, Duffrayer, K. M.1, Souto, A. P. M.1, Marsico, E. F. C.1, Amaral, F. L.1, Pinto, L. A.1, Geraldo, M. C. H. M.1, Ferreira, A. S. B.2, Aguiar, G. M. O.2, Ribeiro, C. L. P.1
1 Coordenação de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2 Superintendência de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: Avaliar a associação entre a incidência de síndrome gripal (SG), situação vacinal e fatores sociodemográficos. Métodos: Foram analisados dados do SIVEP Gripe de 5.001 casos confirmados de SG em 2023, com coleta de amostra para a Vigilância Sentinela de vírus respiratórios da cidade do Rio de Janeiro. A associação foi avaliada utilizando análise de correspondência múltipla (ACM). Resultados: A maioria dos casos era do sexo feminino (62,9%), possuía 18 a 59 anos (64,3%), raça parda (51,9%), SG de causa não especificada (75,5%), havia recebido três ou mais doses de vacina contra a COVID-19 (62,4%), não havia recebido a vacina bivalente (84,5%) e nem a vacina contra Influenza (90,4%) nos 12 meses anteriores ao início dos sintomas. O percentual total de explicação da variabilidade dos dados na ACM foi de 76,7%. A SG de causa não especificada e a ocasionada por SARS-CoV-2 foram associadas às raças preta e parda, ter recebido apenas duas doses de vacina contra a COVID-19 e a não ter recebido as vacinas bivalente e contra Influenza. A SG ocasionada por Influenza foi associada a ter recebido a vacina contra Influenza, possivelmente pela composição da vacina utilizada. A SG ocasionada por outros vírus respiratórios foi associada a ter recebido apenas três doses de vacina contra a COVID-19, possuir raça branca e idade adulta. Conclusão: Os resultados reforçam a necessidade de atualização periódica da composição da vacina contra Influenza para abarcar novos subtipos e linhagens do vírus e a ampliação da cobertura vacinal contra a COVID-19 e Influenza.
FORMANDO MINI ACE, PARA UM NOVO MUNDO SEM ARBOVIROSE.
Pôster
Morais, D. D.1, Silva, M. A. F.1, Máximo, P. V. F.1, Costa, N. M.1, Neto, J. A. A.1
1 Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Alegre - CE
A UBS–Calabaça, Várzea Alegre–CE, realizou uma ação intersetorial junto a escola da comunidade para intervir de forma propositiva no controle das arbovisores. O objetivo foi traçar estratégias inovadoras, impactante, diferente das anteriores, para o público infantil no dia 26 de março de 2024, tema: Todos Contra as Arboviroses. A Escola apresentou um teatro com fantoches explicando o que são arboviroses, como combater e por que combater. Em seguida iniciou a sessão cinema com um vídeo lúdico reforçando as informações e mostrando a importância do ACE junto a comunicada para combater o mosquito. Finalizando o vídeo a equipe realizou perguntas sobre o tema e para nossa gratificação eles contaram toda história apresentada no teatro e no vídeo. finalizou-se ofertando um mimo e Carteiras de Identificação Profissional Mini ACE, confeccionada pela UBS informando que todas as crianças que participaram do evento agora passaram a ser Mini Profissional de Saúde na função de ACE, no cuidado com a comunidade. A “Carteirinha” tem foto da criança, idade e nome dos responsáveis. Conclui-se “Há sempre um mundo, apesar de já começado, há sempre um mundo para a gente fazer um mundo”. Elisa Lucinda e Emicida. Cuidar da saúde e promover saúde é um desafio, precisamos estar fundamentados nas políticas públicas de saúde vinculada ao contexto em que irá desenvolver uma ação. As Crianças pertencem ao futuro mundo, são elas responsáveis pelo novo, incorporar educação em saúde para crianças é efetivar o verdadeiro significado da palavra saúde, construindo uma sociedade menos adoecida.
IMPACTO DA POLUIÇÃO DO AR NA INFECÇÃO E MORTALIDADE POR COVID-19 NO RIO DE JANEIRO, BRASIL
Pôster
Oliveira, M.S.1, Santana, M.F.E.1, Marques, M. C.1, Magalhães, M.A.F.M.1, Farias, V.L.V.2
1 Fundação Oswaldo Cruz
2 Escola Nacional de Ciências Estatísticas
Objetivo: avaliar a associação entre os casos diários confirmados, internações e a evolução para óbito por COVID-19 e as concentrações de quatro poluentes atmosféricos no Rio de Janeiro, durante a primeira onda da pandemia (março a junho de 2020).
Método: foram utilizados dados de casos confirmados e internações por COVID-19, além de informações ambientais sobre PM10, PM2.5, O3, SO2, condições meteorológicas, densidade populacional, tráfego, entre outros. A análise foi realizada através de modelos de exposição por Land Use Regression (LUR), utilizando regressão linear e avaliação de desempenho pelo método LOOCV. Para aplicar o modelo de exposição foi estimada a razão de chances utilizando-se de modelos de regressão logística (GLM) com o teste de Hosmer and Lemeshow para medir a qualidade do ajuste.
Resultados: a exposição a níveis de PM10 superiores aos estabelecidos pela Res. CONAMA Nº 491/2018 aumentou em 4,53% a chance de confirmação de COVID-19. Embora os modelos não tenham mostrado significância para internações, houve um aumento de 10,84% na chance de óbito entre os internados. A exposição ao PM2.5 aumentou em 8,03% a chance de óbitos entre internados, sem significância para notificações positivas e internações. O3 e SO2 não apresentaram modelos significativos.
Conclusões: há uma relação estatisticamente significativa entre poluição do ar e infecção por COVID-19, com maior exposição a PM10 e PM2.5 associada ao aumento de casos graves e mortalidade.
IMPACTOS DE PROJETOS PÚBLICOS PARA NOTIFICAÇÕES DE ESPOROTRICOSE ANIMAL EM NOVA IGUAÇU-RJ
Pôster
Souza G.F.1, Ferrão L.C.S.1, Rodrigues C.M.2
1 Superintendência de Vigilância Sanitária (SUVISA)/ Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/ Secretaria de Saúde (SEMUS)
2 Fiocruz/Presidência/Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde
Objetivos: Demonstrar o incremento de notificações para esporotricose animal por meio do projeto de castração e diagnóstico clínico de cães e gatos realizado em parceria de instituições de ensino superior no município de Nova Iguaçu - RJ
Métodos: Comparação de notificações em ficha de Epizootia de 2013 a 2023
Resultados: A análise dos dados de notificações de epizootia, com foco em esporotricose animal, revelou um aumento significativo em 2023, ano de implementação do projeto de castração e diagnóstico clínico de cães e gatos. Em 2023, foram notificadas 44 ocorrências de esporotricose em felinos, com 28 casos de doença ativa através do projeto. Em comparação, os anos anteriores apresentaram números significativamente menores: em 2016 tiveram 5 notificações. Não houveram notificações de esporotricose em outros animais nos anos analisados.
Discussão: O aumento nas notificações de esporotricose em 2023 pode ser atribuído à implementação do projeto, que facilitou o acesso ao diagnóstico e tratamento da doença. A parceria com instituições de ensino superior, como a Universidade Iguaçu (Unig) e o Hospital Veterinário da Estácio, foi crucial para a realização de diagnósticos precisos e intervenções adequadas.
Conclusão: A implementação do Projeto de Castração e Diagnóstico Clínico em Nova Iguaçu resultou em um aumento significativo nas notificações de esporotricose animal, destacando a importância de programas públicos de castração e diagnóstico clínico para o controle de zoonoses. A parceria com instituições de ensino superior foi fundamental para o sucesso do projeto, demonstrando que iniciativas colaborativas podem efetivamente melhorar a saúde pública animal.
IMPLANTAÇÃO DA VIGILÂNCIA DO NEAR MISS MATERNO ATRAVÉS DO PROGRAMA SUS DIGITAL
Pôster
Silva, J.M.P.1, Góes, G.O.2, Nascimento, A.C.3, Almeida, S.M.C.B.3, Faria, L.L.F.3, Machado, L3
1 IESC/UFRJ - FMS Niterói
2 Fiocruz
3 FMS Niterói
A mortalidade materna é uma das mais graves violações dos direitos das mulheres e representa apenas a ponta do iceberg das disfunções maternas: para cada morte materna há um número maior de mulheres sobreviventes. Por isso a OMS propôs a vigilância do near miss materno e de outras condições. Objetivo: Propor a implantação da vigilância do near miss materno, por meio do programa SUS Digital. Métodos: Estudo descritivo utilizando como fonte de dados o prontuário eletrônico da maternidade de um hospital universitário no Estado do Rio de Janeiro entre junho e outubro de 2023. As variáveis analisadas foram as propostas pela OMS para a abordagem do Near Miss materno. Resultados: Foram analisados 462 prontuários de mulheres no ciclo gravídico-puerperal: 40,3% de alto risco e 59,7% de risco habitual; 35% (162) tinha uma ou mais morbidade, 10% (46) tiveram complicação materna grave, 1,7% (8) sofreram intervenção crítica/UTI e 1,1% (5) foram near miss. A razão do near miss materno foi de 9,5/1000 partos. Conclusões: Estudos apontam que a razão de near miss materno dos países em desenvolvimento é de 18/1000 partos, enquanto nos países desenvolvidos é de 3,4/1000 partos, indicando evitabilidade. A OPAS desenvolveu um sistema para tal vigilância e, pensando na realidade nacional, propõe-se por meio do programa SUS Digital, a utilização do prontuário eletrônico customizado para a vigilância do near miss materno, não apenas para coleta das informações, mas, sobretudo, para alertas oportunos de risco, visando assistência qualificada e oportuna, evitando maior gravidade dos casos e o óbito materno.
INCIDÊNCIA DA SÍFILIS E SUA RELAÇÃO COM O TERMO DE RESPONSABILIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Menezes, L.M1, Amorim, A.M.O1, Teixeira, C.A1, Castro, J.M1, Medeiros, W.1, Oliveira, A.C.M1, Santana, E.A1
1 Prefeitura de Municipal de Ipatinga
A sífilis congênita representa um agravo de considerada morbidade e mortalidade intrauterina e perinatal, ainda vista como um sério problema de saúde pública. É uma doença de caráter prevenível e passível de controle, desde que a gestante infectada seja diagnosticada precocemente e que seja instituído um tratamento adequado. Com intuito de favorecer a adesão ao tratamento e diminuir a incidência do agravo no município de Ipatinga-MG, em 2021 a vigilância epidemiológica municipal, criou o “Termo de Declaração de Comunicação, Ciência e Esclarecimento sobre a necessidade da realização do tratamento da sífilis em gestante e parceiro” e o “Termo sobre a Necessidade da Realização dos Exames e Consultas da Criança com Sífilis Congênita e da Criança Exposta”. Os termos são utilizados durante as consultas de pré-natal no momento em que o teste rápido para sífilis detectar reagente. Trata-se de um documento que a gestante e/ou parceiro devem assinar comprometendo-se com seu tratamento, além do acompanhamento da criança exposta a sífilis ou com sífilis congênita. Elaborado pela equipe da epidemiologia em conjunto com a rede assistencial e a partir da capacitação dos profissionais implementou-se os termos. Após, houve uma queda no número de sífilis congênita. As gestantes e os parceiros se comprometeram a serem tratados. Em 2021, foram notificados 62 casos de sífilis congênita, em 2022, 53 casos e em 2023, 46 casos. Conclui-se que ao assinarem os termos durante a consulta os usuários se sentem envolvidos e responsáveis por manterem o tratamento, além de perceberem a importância e seriedade da infecção a qual estão tratando.
INFECÇÃO POR SARS-COV-2 IMPACTADA POR CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E COMPORTAMENTAIS
Pôster
Ferreira, O. S.1, Dias França, J. I.2, Braga, P. E.1, Barros, E. N. C. de2, Silveira, D. H. R.1, Oliveira, M. A. de2
1 Insituto Butantan
2 Instituto Butantan
Objetivos: Avaliar a incidência de infecção por SARS-CoV-2 no Brasil segundo características sociodemográficas e de exposição ao vírus. Métodos: Em meio às limitações que a pandemia de COVID-19 impôs ao sistema de saúde e à indisponibilidade de testes para diagnosticar todos os casos suspeitos, em outubro de 2020, quando não haviam vacinas registradas no Brasil, o Instituto Butantan conduziu um estudo de coorte prospectivo, realizado em 10 centros de pesquisas localizados em quatro regiões geográficas do Brasil. Em um modelo de regressão logística, foram considerados 1978 participantes selecionados a partir do sorteio dos domicílios em que residiam. Resultados: Foi observado que participantes de 10 a 19 anos apresentaram cerca de duas vezes a chance de ter infecção em relação aos participantes de 0 a 9 anos (OR = 1,98; IC95%: 1,02 – 3,84); participantes que recebiam entre >½ a <=1 salário mínimo aumentaram a chance de serem infectados em 5,39 vezes (IC95%: 2,27 – 12,79) em comparação aos participantes cuja renda era até ½ salário mínimo; e participantes expostos via contato com pessoas fora do vínculo familiar, com pessoas suspeitas ou confirmadas para COVID-19 e fazendo uso de transporte público, comparados àqueles sem quaisquer exposições dessas naturezas, tinham mais chance da infecção em 86% (IC95%: 1,13 – 3,08), 57% (IC95%: 1,14 – 2,15) e 59% (IC95%: 1,16 – 2,18), respectivamente. Conclusão: Este estudo evidenciou a relação de aspectos socioeconômicos na dinâmica social de infecção por SARS-CoV-2 no Brasil que devem ser considerados na definição de medidas de saúde pública adequadas e mais eficientes em cenários pandêmicos semelhantes no país.
INFLUÊNCIA DA PANDEMIA NO COMPORTAMENTO DA DOENÇA MENINGOCÓCICA NO BRASIL
Pôster
Lima, J. C.1, Masuda, E. T.2, Sato, A. P. S.3, Waldman, E. A.3
1 UFMT
2 Hospital Israelita Albert Einstein
3 USP
Objetivo: Descrever a influência da pandemia no comportamento da doença meningocócica (DM) no Brasil, segundo Macro-Regiões, e no desempenho da vigilância entre 2016 e 2023. Métodos: Trata-se de estudo ecológico, incluindo análise de séries temporais da incidência, mortalidade e letalidade da DM. Utilizou-se modelos de regressão linear para séries temporais, utilizando o método de Prais-Winsten entre os períodos pré-pandêmico (2016-2019) e pandêmico e pós pandêmico de covid-19 (2020-2023). Resultados: Foram registrados 5.625 casos confirmados de DM no Brasil entre 2016 e 2023. A incidência anual média variou de 0,52, 0,32 e 0,11/100 mil habitantes-ano, respectivamente, em 2016-2018, 2019-2020 e 2021-2023 em menores de cinco anos de idade. As taxas de mortalidade reduziram no Brasil em 92% (p<0,001) entre 2016 e 2023, de 0,12, 0,08 e 0,02 óbitos por 100 mil habitantes-ano, respectivamente, em 2016-2018, 2019-2020 e 2021-2023. A letalidade apresentou aumento entre os períodos pré-pandêmico e pandêmico no Norte com 21% no período pré e 26% no período pandêmico e Nordeste de 27% a 33% para os mesmos períodos. As coberturas vacinais da vacina meningocócica C (VCMC) diminuíram em todas as regiões do país de 91,7% em 2016 para 51,6% em 2023 (p<0,001). Conclusões: observou-se redução das notificações de DM, da cobertura vacinal da VCMC, colaborando para um possível ressurgimento de casos de DM. Medidas de afastamento social durante a pandemia influenciaram no comportamento da DM. A vigilância deverá ser contínua em todas as regiões brasileiras para garantir uma resposta de saúde pública bem-sucedida em termos de prevenção e controle.
INOVAÇÃO NO PROCESSO DE VERIFICAÇÃO DE RUMORES DE INTERESSE PARA A SAÚDE PÚBLICA
Pôster
Nascimento, H.S.1, Velasque, L.S.1, Rodrigues, D.O.1, Santos, M.O.A.1, Peixoto, E.M.1, Nazario, G.C.1, Silva, M.M.1, Carvalho, P.R.D.B.1, Bedin, S.B.1, Silva, M.I.L.1, Resendes, A.P.C1, Almeida, A.M.P.1, Cardoso, S.C.C.1
1 SES
Objetivos: A vigilância de rumores é uma ferramenta utilizada pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância para detecção e monitoramento de eventos e agravos de interesse para a saúde pública. No Estado do Rio de Janeiro ocorre através da verificação de notícias, nacionais e internacionais, avaliadas e classificadas quanto a sua relevância através de um conjunto de perguntas. Este trabalho objetivou reduzir o número de perguntas capazes de predizer a relevância dos rumores avaliados.
Métodos: Para avaliar a contribuição de cada pergunta na classificação da relevância do rumor, foram utilizadas cinco estratégias: Análise de Correspondência Múltipla, Regressão Lasso, Regressão Logística, Random Forest e Análise Fatorial. Foram elencadas as variáveis com maior importância e contribuição individual para a classificação do rumor, além da significância estatística. A seleção final se baseou naquelas coincidentes entre as diferentes estratégias testadas.
Resultados: O instrumento inicial era composto por um total de 21 perguntas para avaliação. A aplicação das estratégias resultou no conjunto final de sete perguntas, representando uma redução de 66,7% do conjunto inicial. As perguntas selecionadas foram consistentes entre as diferentes estratégias, indicando sua importância para a classificação da relevância do rumor. A análise da acurácia revelou uma boa predição da relevância do rumor.
Conclusões: A redução no número de perguntas simplifica a análise dos rumores e agiliza o processo de vigilância baseada em eventos. As perguntas selecionadas fornecem uma compreensão equivalente dos fenômenos investigados em relação ao conjunto completo de perguntas e, assim, podem predizer a relevância do rumor igualmente.
INTERNAMENTO POR ANEMIA FERROPRIVA NAS REGIÕES DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, 2018 A 2022
Pôster
Melo, WES1, Sousa, RM2, Macedo, SKM2, Vilela, AP3, Silva, ACR3, Pires, APD3, Amaral, DHA3, Costa, DMA3, Silva, GRAR3, Matias, HV3, Arcoverde, JHV3, Mandu, LCS3, Vasconcelos, MAS3, Rodrigues, RMS3, Lucena, JRM3
1 VI Gerência Regional de Saúde de Pernambuco; Faculdade de Medicina do Sertão
2 Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde - AESA
3 VI Gerência Regional de Saúde de Pernambuco
A anemia consiste em um processo patológico em que a concentração de hemoglobina, presente nas hemácias, encontra-se abaixo da normalidade, conforme percentuais de variações relacionados a idade, sexo e altitude em relação ao nível do mar. À vista da insuficiência de dados epidemiológicos na literatura, os objetivos deste trabalho foram descrever as internações por anemia ferropriva nas regiões de saúde em Pernambuco, estabelecer o perfil sociodemográfico das internações e apontar taxas de hospitalização e óbito por anemia ferropriva. Os dados secundários foram obtidos a partir do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) do Ministério da Saúde, disponíveis de modo público no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), no período de 2018 a 2022. Analisaram-se um total de 3.402 internações segundo Região de Saúde em Pernambuco decorrente da anemia ferropriva. Verificou-se que faixa etária mais frequente foi a 80 anos e mais com 550 internações. As regiões de saúde com maior número foram: Recife (1.004) e Serra Talhada (528). A cor parda somou 2.088 internações, sem informações sobre raça/cor foram 849. A média de permanência hospitalar total foi de 5,4 dias. O gasto médio por Autorização de Internação Hospitalar foi de R$ 431,97 reais e o gasto total foi de R$ 1.469,558,90. As maiores taxas de mortalidade no internamento foram registradas nas regiões de Petrolina e Garanhuns. Não foram localizados trabalhos na literatura abordando o perfil das internações por anemia ferropriva, evidenciando a importância do presente estudo, tendo em vista que deve-se medir o impacto da doença nos sistemas de saúde das regiões do Estado de Pernambuco.
INTERRUPÇÃO DA CIRCULAÇÃO DO VÍRUS DO SARAMPO NO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Meneleu, A.M.1, Moura, A.C.C.A.1, Corrêa, H.F.S.1, Saucha, C.V.V.1, Ribeiro, M.S.R.1, Silva, F.D.1, Silva, G.C.S.1, Greffe, N.2, Marques, R.V.2, Tenorio, U.3, Carvalho, L.F.4, Aguilar, G.M.O.4
1 SMS RIO / SVS / CVE
2 SMS RIO / SVS / CPI
3 SMS RIO / SVS / CADV
4 SMS RIO / SVS
Os objetivos do projeto de intensificação das ações de vigilância em saúde no enfrentamento da reativação da circulação do vírus do sarampo são apresentar as ações executadas durante o surto de sarampo entre os anos de 2021 e 2023, analisar os indicadores de qualidade da vigilância epidemiológica e explicitar a operacionalização das estratégias de vigilância ativa. Métodos: Trata-se de um projeto de intervenção com ações estruturadas em 03 eixos: Sensibilidade, Seguimento e Sistema de Informação. Na Sensibilidade foram elaborados fluxogramas de notificação e investigação epidemiológica, cards de orientação para o trabalho de campo, remodelação do curso básico de vigilância epidemiológica e implantação da busca ativa institucional e comunitária de casos suspeitos. No Seguimento foi implementado protocolo de varredura vacinal, criação de monitor automatizado de acompanhamento de casos notificados e um roteiro eletrônico de investigação. No Sistema de Informação foi implantado o painel automatizado de inconsistências e o monitoramento mensal dos indicadores OPAS. Resultados/Conclusão: Os indicadores de qualidade/OPAS, inseridos no monitor de acompanhamento mensal, foram alcançados de forma global, exceto a taxa de notificação de casos suspeitos de doença exantemática no ano de 2021. A implementação das Semanas S ao longo do período, reconheceu as buscas institucionais e comunitárias como estratégias essenciais para a identificação de casos suspeitos. A revisão de processos de trabalho, ancorada no tripé supervisão-treinamento-formação, teve papel basilar no reposicionamento das equipes nos territórios, para garantir a oportunidade das ações em todas as etapas do ciclo de vigilância para enfrentamento do sarampo.
INTERRUPÇÃO LEGAL DA GESTAÇÃO E VIOLÊNCIA SEXUAL: REFLEXÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Pôster
VICTA, AGLB1, TANAJURA, HFA1, RAMOS, LP1
1 Maternidade Climério de Oliveira – EBSERH/UFBA
Objetivo
Refletir as ações do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) nos casos de violência sexual, que implicam em interrupção legal da gestação, com repercussões na vigilância do óbito fetal.
Métodos
Relato de experiência do processo de trabalho de um NHE, integrante da Rede nacional de vigilância epidemiológica hospitalar (RENAVEH), de uma maternidade pública nordestina, que, desde 2021, recebe declarações de óbitos fetais, por meio da atuação da Comissão de Investigação de Óbito Perinatal (CIOP), decorrentes de interrupção legal da gestação por violência sexual.
Resultados
Nessa articulação dos agravos “violência sexual” e “óbito fetal”, o NHE atua em dois eixos. No primeiro, notifica em até 24 horas ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) os casos de violência interpessoal atendidos no ambulatório, informados pela equipe assistencial. No segundo, o NHE monitora os óbitos fetais, acima de 20 semanas, resultante de interrupção legal da gestação por violência sexual. Apesar de a declaração de óbito fetal ser realizada e enviada a CIOP, a comissão não faz a investigação de óbito. Para justificar a ausência daquela investigação, envia regularmente uma lista dos óbitos não passíveis de investigação para o distrito sanitário, que dá seguimento ao fluxo da informação.
Conclusões
O NHE identificou uma fragilidade da informação neste fluxo. Município e Estado negligenciavam essa situação até o NHE sinalizar esta demanda. Era mantido o status “não investigado” no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) de maneira equivocada, pois a causa do óbito é conhecida (interrupção legal da gestação).
INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR POMADA CAPILAR: EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO DE VIGILÂNCIA HOSPITALAR
Pôster
Paula, F.C.1, Lima, G. S. F.2, Neurauter, M.L. A.1, Ferraz, R.1, Meneses, T. M. X.1, Werneck, G. S. C.1
1 HMSA
2 CMSEA
Em dezembro de 2022, o serviço de oftalmologia do Hospital Municipal Souza Aguiar / RJ (HMSA/RJ) observou aumento expressivo dos atendimentos de lesões nas córneas após o uso de pomada modeladora de cabelos. Pacientes que fizeram uso destes produtos referiram intoxicação acidental com início de sintomas após contato com água. Coube ao Núcleo de Vigilância Hospitalar Epidemiológica (NVEH) um trabalho intenso de notificar esse agravo. Objetivos: Descrever as estratégias adotadas pelo NVEH do HMSA/ RJ para enfrentamento e resposta rápida aos casos de intoxicação exógena ocular por pomada modeladora de cabelos no período de 2022 a 2024. Métodos: Trata-se de um estudo de caso descritivo, onde inicialmente, o NVEH sensibilizou e capacitou os profissionais da unidade mobilizados nesse enfrentamento para preenchimento adequado das notificações. Posteriormente, criou um formulário digital utilizando o aplicativo Google Forms para otimização da coleta de dados. O formulário é conciso e foi adaptado a partir da ficha de notificação de intoxicação exógena. Composto em sua maior parte por perguntas fechadas, contém dados de identificação do paciente e informações específicas sobre o produto capilar. Resultado: O formulário gerou uma planilha que juntamente com informações retiradas do prontuário eletrônico geraram notificações mais qualificadas e oportunas que foram digitadas no SINAN NET pelo NVEH. Conclusões: As estratégias adotadas pelo NVEH foram exitosas porque foi um conjunto de medidas associadas. Forneceram informação para ação em tempo oportuno produzindo frutos como educação em saúde para a população e fiscalização de produtos.
INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR POMADAS CAPILARES: DESCRITIVO DA EMERGÊNCIA EM 2022 E 2023.
Pôster
Pinheiro, E.C.F.1, Silva, F.D.1, Caetano, S.C.1, Santos, J.F.M.1, Carvalho, M.M.B.1, Rocha, B.1, Abreu, S.J.1
1 SMSRJ
A vigilância de Intoxicações Exógenas (IE) vem se aprimorando desde 1997 com a inclusão na Lista Nacional das Doenças de Notificação Compulsória até as notificações relacionadas não apenas à saúde do trabalhador (2011), com avanços na compreensão do agravo e nos registros no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) com a inclusão de diversos agentes tóxicos. Recentemente, destacaram-se intoxicações por uso de pomadas capilares. Objetivo: apresentar dados sobre as notificações de IE por pomadas capilares, no município do Rio de Janeiro, em 2022 e 2023. Método: análise descritiva das notificações de IE por pomadas capilares do banco de dados do SINAN Net em 2022 e 2023. Resultados: em 2022 notificaram-se 272 casos de IE por pomadas capilares e em 2023, foram 1048 casos, quase quatro vezes mais. Houve um predomínio do sexo feminino com 235 notificações (86,4%) em 2022 e 918 notificações (87,6%) em 2023. Quanto à faixa etária, em 2022, 61 crianças e pré-adolescentes (22,4%), seguidos por 50 adolescentes e adultos jovens (18,4%) notificaram mais; já em 2023 houve predomínio de 207 adultos (19,8%), seguidos por 193 adolescentes e adultos jovens (18,4%). As raças/cor preta e parda (negros) predominaram em ambos os anos e somaram 199 casos (73,2%) em 2022 e 549 casos (52,4%) em 2023. Quanto aos meses com mais notificações, dezembro predominou em 2022 com 245 casos (90,1%); já em 2023, janeiro apresentou 356 casos (34%). Conclusões: identificou-se considerável aumento no número de notificações, indicativo de maior sensibilização na identificação dos casos e consequente notificação.
INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICOS NA V REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO NO PERÍODO DE 2014 A 2023
Pôster
Albuquerque, T.S.L1, Nunes Serafim, E.R.C2, Santana, M.C2, SANTOS, J.R.2, PIMENTEL, I.T.2, ALVES, K.M.L.2, SILVA, C.R.S2
1 Residente de Saúde Coletiva com ênfase em Agroecologia, Universidade de Pernambuco
2 Secretaria de Saúde de Pernambuco, V Região de Saúde de Pernambuco
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das notificações de intoxicação exógena por agrotóxico na V Região de Saúde de Pernambuco, entre 2014 à 2023. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa sobre intoxicação exógena relacionada ao uso de agrotóxico na V Região de Saúde de Pernambuco no período de 2014 a 2023. Os dados foram obtidos utilizando a ferramenta TABNET/SUS a partir do banco do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis pesquisadas analisada foram: sexo, faixa etária, cor/raça, agente tóxico, circunstância e evolução. Resultados: No período analisado foram observadas 4.575 intoxicações exógenas, destes 12,1% estão relacionados com agrotóxicos registrados em 85,7% dos 21 municípios que compõem a região de saúde. Observou-se maior ocorrência em pessoas do sexo masculino (53,5%), faixa etária entre 20 e 39 anos (51,5%), de raça parda (57,3%). A principal circunstância para uso do agrotóxico foi à tentativa de suicídio (63,6%), com 4,7% dos casos evoluindo para óbito. Os principais agentes tóxicos utilizados consecutivamente foram agrotóxico agrícola, raticida, agrotóxico doméstico, produto veterinário e agrotóxico de saúde pública. Conclusões: Os profissionais de saúde que atuam na região estão sensíveis à notificação de intoxicação exógena por agrotóxico. No entanto, é preciso intensificar as estratégias de promoção em saúde para reduzir as tentativas de suicídio por agrotóxico no território sanitário.
INVESTIGAÇÃO DE ÓBITO PERINATAL DE UMA MATERNIDADE PÚBLICA NORDESTINA: PERFIL EM 2023
Pôster
VICTA, AGLB1, TANAJURA, HFA1, REECK, GSD1, CALDEIRA, JP1, SILVA, MBR1, RAMOS, MABL1, MONTE, NCBL1, MARQUES, PS1
1 Maternidade Climério de Oliveira – EBSERH/UFBA
Objetivo
Descrever o perfil dos óbitos fetais e infantis encaminhados para a Comissão de Investigação do Óbito Perinatal (CIOP) de uma maternidade pública nordestina.
Métodos
Trata-se de recorte de um estudo quantitativo, retrospectivo, transversal, com caráter exploratório – descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa institucional. Foram analisados 109 prontuários relacionados aos óbitos encaminhados a CIOP em 2023.
Resultados
Do total dos óbitos, quase a metade não era investigável: 27 (24,8%) tinham alguma malformação incompatível como a vida; e 21 (19,3%) foram decorrentes de interrupção legal da gestação (acima de 20 semanas) por violência sexual. Dos 61 óbitos investigados (55,9% do total), identificaram-se: 26 (42,6%) neonatal precoce; 24 (39,3%) fetal antes do trabalho de parto; 6 (9,8%) pós-neonatal; 4 (6,6%) neonatal tardio; e 1 (1,6%) fetal durante o trabalho de parto. As genitoras dos casos investigados são, na maioria, mulheres negras (91,8%), de 30 a 39 anos (47,5%), com até o ensino médio completo (93,4%); com idade gestacional entre 22 e 27 semanas (40,9%); portadoras de comorbidades (34,4%), a exemplo de hipertensão, diabetes, infecção sexualmente transmissível e/ou fatores de risco materno (80,3%), como alteração de líquido amniótico, gemelaridade e parto prematuro.
Conclusões
A quantidade dos óbitos não investigáveis pode ser relacionado a alta complexidade oferecida pela instituição, que dispõe de serviço de medicina fetal e unidade de terapia intensiva neonatal, atraindo este público específico. Dos óbitos investigados, a maioria foi de neonatal precoce, muitas vezes evitável e provavelmente relacionado a uma fragilidade do atendimento pré-natal.
INVESTIGAÇÃO DE ÓBITOS HOSPITALARES COM MENÇÃO DE TUBERCULOSE EM RORAIMA
Pôster
Feitosa, M. C.1, Martins, A. G.2, Balmante, M. E. M2, Dos Anjos, M. H. B1, Dias, B. A. S1
1 UFRR
2 SESAU-RR
Objetivos: Relatar a implementação da vigilância hospitalar de óbitos com menção de tuberculose no maior hospital público de Roraima.
Métodos: Trata-se de um relato de experiência sobre a implementação da vigilância de óbitos com menção de tuberculose, como causa básica ou associada, no maior hospital público de Roraima, o qual atende por demanda espontânea e referenciada de média e alta complexidade.
Resultados: A vigilância de óbitos com menção de tuberculose no referido hospital começou a ser otimizada no ano de 2020, quando a equipe do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) passou a adotar o roteiro de investigação padronizado pelo Ministério da Saúde para unidade hospitalar, o qual contempla: história clínica do paciente, exames laboratoriais e de imagem, e história de tuberculose. A partir da identificação de uma Declaração de Óbito (DO) com menção de tuberculose, o NHE inicia o processo de investigação, levantando dados no prontuário do paciente, com entrevista com a família e equipe médica, além de levantar o histórico de tratamentos prévios de tuberculose com as equipes de vigilância municipal e estadual. De 2020 a 2024, já foram investigados 107 óbitos, dos quais 90% foram confirmados como óbito por tuberculose e 30% não possuíam notificação de tuberculose anterior ao óbito, o que indica diagnóstico tardio.
Conclusões: A implementação da investigação hospitalar de óbitos com menção de tuberculose têm contribuído para qualificação dos dados de mortalidade, melhorando a informação sobre a realidade epidemiológica local, o que é fundamental para implementação de medidas de prevenção de óbitos mais efetivas.
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO FENÔMENO MARÉ VERMELHA EM UM MUNICÍPIO DE PERNAMBUCO
Pôster
BRAZ, C.F.M.1, LIRA, P.V.R.A.1, LIMA, I.M.1, LIMA, S.A.A.1, BAÊTA, K.F.1, SILVA, C.S.1, BEZERRA, E.A.D.1
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco - SES/PE
O relato traz uma análise sobre os desafios e necessidades identificadas durante investigação epidemiológica em Pernambuco entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024. Será apresentada a atuação da equipe, por meio, das ações realizadas em campo e suas reflexões. A investigação ocorreu após alerta enviado pela presidente da associação de pescadores às autoridades de saúde de Pernambuco, referente ao surgimento de machas no mar, compatíveis como fenômeno conhecido como Maré Vermelha, o adoecimento de pescadores, residentes, com queixa de frio, febre, dor de cabeça, diarréia, vômito e coriza. Segundo especialistas o período da Maré Vermelha ocorreu entre os dias 25 e 30 de janeiro de 2024. A partir do conhecimento do rumor foram desenvolvidas ações de: busca ativa de casos suspeitos, realizada por equipe da vigilância em saúde composta por técnicos da SES/PE, juntamente com as equipes de saúde do município de Tamandaré. As áreas técnicas Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde levantaram e analisaram os prontuários dos pacientes que buscaram o Hospital Municipal, no período de 25 a 30 de janeiro, sintomatologia sugestiva de exposição à maré vermelha, diarreia, dor abdominal, febre, vômito, náuseas, cefaleia, tosse, coriza, irritação nos olhos e alterações na pele com contato direto ou indireto com o mar. Em uma análise preliminar, do período, identificaram 277 casos suspeitos identificados. No período de investigação enfrentamos algumas dificuldades, prontuários mal preenchidos, ou poucos dados da clínica no atendimento, fato que dificultou a confirmação dos casos.
LINKAGE MORTALIDADE DE ACIDENTE DE TRABALHO X ACIDENTE DE TRÂNSITO, BETIM-MG, 2019-2023
Pôster
Monteiro, C.C.1, Santos, V.N.C.A1, Veloso, I.F.1, Silva, I.A.1
1 Secretaria de Saúde de Betim-MG
Objetivo: Mostrar a subnotificação de óbitos de acidente de trabalho no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINANnet) a partir do relacionamento de bancos de dados dos sistemas de informação de vigilância do trânsito e mortalidade, ocorridos em Betim, 2019 a 2023.
Método: Realizado relacionamento de bancos de dados dos óbitos registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) como acidente de trânsito com menção de acidente de trabalho com as notificações de Acidente de Trabalho no SINANnet, ocorridos em Betim, entre 2019 e 2023.
Resultado: No SIM, foram encontrados 43 óbitos classificados como acidente de trânsito com menção de acidente de trabalho. Nos relacionamento destes óbitos com o SINANnet, para verificar os casos de acidente de trabalho, 69,8% (n=30) estavam qualificados corretamente como Acidente de Trabalho que evoluíram para óbito, mas 30,2% (n=13) estavam inadequados: 23,3% (n=10) sem notificação no sistema e três foram notificados como intoxicação exógena com evolução para cura. Conclusão: O estudo permitiu identificar subnotificação de óbitos por Acidente de Trabalho, qualificando o sistema de notificação nacional para acidentes de trabalho e o sistema de vigilância epidemiológica municipal para acidentes de trânsito.
LOGÍSTICA REVERSA DE DOMISSANITÁRIOS E IMPACTOS AMBIENTAIS UM ESTUDO DE CASO EM PERNAMBUCO
Pôster
SILVA, C. S.1, BEZERRA, E. A. D.1, LIRA, P. V. R. A.1, LIMA, S. A. A.1, DRECHSLER, A. M.1, BRAZ, C. F. M.1, LIMA, I. M.1, MELO, W. T.1, SANTOS, E. D. B. X2, ARAUJO, M. M. S3
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco - SES/PE
2 Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
3 Instituto Aggeu Magalhães - Fundação Oswaldo Cruz
A Lei Federal nº 12.305/2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O objetivo do presente trabalho é caracterizar o processo de logística reversa de mais de vinte e sete toneladas de produtos domissanitários fora do prazo de validade armazenados no depósito da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES). Trata-se de um estudo transversal. O período para retirada sistemática dos domissanitários ocorreu entre março a agosto de 2023, no município de Agrestina, localizado a aproximadamente a 149 km da capital do Estado. O local armazena os insumos empregados no controle de vetores de importância na Saúde Pública, como larvicidas, adulticidas, pesticidas e agrotóxicos, utilizados no enfrentamento de doenças endêmicas de transmissão vetorial no Estado. Ciente da situação de degradação, incluindo problemas estruturais e produtos domissanitários fora do prazo de validade, a SES realizou cinco inspeções técnicas no local para averiguar a situação que o depósito e os produtos domissanitários se encontravam. Foi observado o armazenamento inadequado, produtos com prazo de validade vencidos, empilhamento fora do estabelecido pelo fabricante e o vazamento de um produto a base de Malathion, que apresenta alto poder inflamável e risco de dano ambiental. A SES, em parceria com a Agência Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (ADAGRO), articulou o recolhimento de mais de vinte e sete toneladas de domissanitários que representam considerável impacto ambiental. O processo de recolhimento foi executado utilizando a logística reversa das empresas produtoras, além da colaboração das associações que fazem esse recolhimento na impossibilidade de localizar os fabricantes.
MINERAÇÃO DE TEXTO EM REGISTRO ELETRÔNICO DE SAÚDE: CONTRIBUIÇÕES PARA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Pôster
Varela, M. C.1, Cerbino-Neto, J.2, Coeli, C. M.3
1 Fiocruz
2 SMS-Rio
3 UFRJ
Objetivos: Desenvolver uma ferramenta de vigilância sindrômica em Registro Eletrônico de Saúde com dados não estruturados.
Métodos: As fontes de dados do estudo foram as anotações de atendimentos médicos, registradas em formato de texto livre e em linguagem natural, no sistema de prontuário eletrônico de uma unidade de saúde de assistência de referência, no período de 2010 a 2019. A população do estudo foi composta por 247.613 registros eletrônicos de saúde, sendo elegíveis 160.195. Sobre uma seleção aleatória de 10% desses registros, foi feita uma revisão manual por especialistas, com o apoio de uma ferramenta digital desenvolvida para criação automática de um banco de dados de treinamento e validação da aplicação dos algoritmos de mineração de texto.
Resultados: Foram definidos 22 sinais e sintomas de interesse para classificação dos registros em seis grandes grupos de síndromes: Diarreicas, Exantemáticas, Neurológicas Febris, Febris Indeterminadas com Manifestações Hemorrágicas, Febris Indeterminadas com Manifestações Ictéricas e Síndrome Respiratória Aguda Grave. Os 3 itens presentes mais frequentes na tabela de resultados da classificação da base de treinamento foram febre (16,4%), tosse (13,5%) e cefaleia (10,8%). O total de registros sem informação para cada item variou de 66% a 99,8%.
Conclusões: Algoritmos e técnicas de mineração de texto são utilizados em diversas áreas do conhecimento humano. Implementá-las da melhor forma sobre registros eletrônicos de saúde, para classificá-los em grupos de síndromes diagnósticas, apoia as atividades de vigilância, monitorando as fontes de dados não estruturados para a detecção precoce e conscientização das potenciais ameaças à saúde pública.
MONITORAMENTO E ANÁLISE DA SÍFILIS CONGÊNITA EM NITERÓI/RJ, 2023: PISTAS PARA A ELIMINAÇÃO
Pôster
Souza, F. L.1, Pontes, B. S.1, Manhães, A. C.1, Santana, M.1, Eppinghaus, A. L. F.1
1 Secretaria Municipal de Saúde de Niterói/RJ
Objetivos: Este trabalho visa apresentar a vigilância dos casos de sífilis congênita (SC) em Niterói/RJ, diagnosticados em 2023; caracterizar o fluxo das notificações; identificar categorias de conclusão após investigação. Métodos: Todos os casos são analisados pela equipe da vigilância e organizados em planilha de EXCEL®. Há comunicação com profissionais para qualificar informações, e solicitação de investigação do pré-natal (PN) à unidade de referência, utilizando instrumento do Ministério da Saúde. Resultados: Recebemos 250 notificações de SC, 105 residentes e 145 não residentes. Para 105 residentes, encaminhou-se instrumento de investigação; 23 destes, considerou-se criança exposta à sífilis; 82 preencheram critério para SC e digitamos no Sinan. Dentre esses 82, após investigação: 15 excluídos, sendo crianças expostas; 08 eram de outros municípios; 54 ficaram como SC; 05 estão no Sinan, mas sem investigação concluída. Um, inicialmente criança exposta, foi considerado SC e inserido no sistema. Dentre 55 concluídos: 11 não realizaram PN; 2 não tiveram diagnóstico de sífilis no PN; 2 tiveram diagnóstico de sífilis no PN, mas não realizaram tratamento; 16 foram reinfecção ou infecção no final da gestação; 2 foram negativos no PN e reagentes no parto; 3 considerados cicatriz sorológica no PN; 2 trataram adequadamente, porém considerados SC por outros critérios; 1 realizou PN em outro município, não diagnosticado no PN; 16 tiveram acesso diagnóstico e terapêutico, mas tratamento considerado inadequado. Conclusão: A investigação propicia banco de dados atualizado, identificação de vulnerabilidades, avaliação do PN, capacidade diagnóstica, terapêutica e monitoramento, e subsidia ações sobre fatores determinantes da SC no município.
MONITORAMENTO SEMANAL DE SÍNDROME GRIPAL E TESTES COVID-19: USO DE DADOS ASSISTENCIAIS
Pôster
Freitas, J.V.1, Nascimento, A.O1, Espósito, S.V.1, Pimenta, I. T.2, Maciel, C.J.V.G.3
1 DVS CAP 3.2/CIEVS Rio/SMS RJ
2 Cievs Rio/SMS RJ
3 DVS CAP 3.2/SMS RJ
Objetivos: Descrever experiência sobre o uso de dados assistenciais como estratégia de monitoramento semanal, desde o ano de 2023, de casos de síndrome gripal (SG), controle de estoque e distribuição de testes rápidos (TR) de Covid-19. Métodos: Foram elaboradas planilhas contendo informações acerca do número de TR realizados por dia, durante os anos de 2023 e 2024, das 24 Unidades de Atenção Primária (UAPs) da Área Programática (AP) 3.2 do município do Rio de Janeiro (MRJ), bem como a quantidade de TR positivos. A partir desses dados, realiza-se, semanalmente, o controle de estoque de TR, empregam-se estratégias de distribuição deles na AP e elaboram-se os boletins epidemiológicos semanais para acompanhamento de casos de SG ao longo do ano. Resultados: O uso da ferramenta criada pela equipe de Divisão de Vigilância em Saúde (DVS) da AP 3.2 se mostrou um avanço nos seguintes aspectos: otimizou a comunicação entre a DVS e as UAPs acerca da disponibilidade de TR e o perfil de consumo deles e; facilitou o monitoramento e a vigilância dos casos de SG, já que o boletim apresenta semanalmente a quantidade de testes rápidos consumidos por cada UAP do território da AP 3.2, bem como o percentual de positividade dos casos de SG. Conclusões: A planilha eletrônica utilizada mostrou-se uma ferramenta capaz de auxiliar no monitoramento, vigilância e identificação dos casos de SG. Contribuiu, também, como instrumento de planejamento de distribuição de TR no território.
MORTALIDADE INFANTIL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ANÁLISE DE TENDÊNCIAS E EVITABILIDADE
Pôster
Reis, R. M.1, Moraes, C. L.2, Reis, T. R. R.3
1 Universidade Estácio de Sá/IDOMED
2 IMS/Universidade do Estado do Rio de Janeiro
3 Secretaria Municipal de Saúde de Angra dos Reis
Objetivo: Analisar as tendências da mortalidade infantil no Estado do Rio de Janeiro (ERJ) segundo os grupos e subgrupos da Lista Brasileira de Evitabilidade (LBE), no período de 1996 a 2022. Métodos: Trata-se de estudo descritivo, com dados secundários obtidos por meio do Sistema de Informação sobre Mortalidade, de residentes ERJ no período supracitado. Foram calculadas as taxas de mortalidade infantil (TMI) em cada ano bem como as específicas por grupo e subgrupo da LBE. A série temporal foi dividida em três períodos (1º de 1996 a 2004; 2º de 2005 a 2013; 3º de 2014 a 2022), e para cada um deles foi feita análise de tendência por meio de regressão linear generalizada pelo método de Prais-Winsten e calculado a variação percentual anual (VPA). Resultados: Percebe-se tendência de queda significativa na TMI por causas evitáveis nos dois primeiros períodos (1º: VPA: -6,37%, IC95% -7,95%/-4,76%, p=0,00), (2º: VPA -2,14%, IC95% -2,80%/-1,49%, p=0,00) e tendência estacionária no terceiro (3º: VPA: -0,09%, IC95% -0,75%/0,57%, p=0,75). Já quando avaliado pelo subgrupo dos óbitos evitáveis por adequada atenção à mulher na gestação, pode-se observar estacionariedade nos três períodos (1º: VPA: -1,26%, IC95% -3,03%/0,54%, p=0,14), (2º: VPA: -0,65%, IC95% -1,91%/0,62%, p=0,26), (3º: VPA: -0,47%, IC95% -1,21%/0,28%, p=0,18). Conclusão: Tem-se observado uma tendência de queda das TMI por causas evitáveis no ERJ cada vez menor ao longo das três últimas décadas, e nenhuma evolução quando consideradas aquelas relacionadas à atenção à mulher na gestação, o que sugere a necessidade de melhorias na assistência materno-infantil.
MORTALIDADE INFANTIL SEGUNDO RAÇA/COR E CAUSA BÁSICA NO ESTADO DE RORAIMA, 2011-2022
Pôster
Martins, A.G.1, Feitosa, M.F.2, Wanderley, K.B.1, Castro, S.C.T.1, Tavares, F.G.1
1 UFF
2 UFRR
Objetivo: Descrever a mortalidade infantil, segundo raça/cor e causa básica, em Roraima de 2011 a 2022.
Método: Trata-se de um estudo descritivo ecológico a partir dos óbitos ocorridos em menores de 1 ano de residentes de Roraima registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), disponibilizados no site do DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram calculados as Taxa de Mortalidade Infantil (TMI), tendo como denominador o quantidade de nascidos vivos registrados no Sistema de Informação sobre nascidos vivos (SINASC) e mortalidade proporcional segundo causa para cada categoria de raça/cor.
Resultados: No período estudado a TMI aumentou de 12,6 para 18,7/1000 nascidos vivos (NV) entre 2011 e 2022. Quando analisada segundo raça/cor, este indicador foi maior na população indígena, com aumento ainda mais expressivo de 18,3 para 31,5/1000 NV, no período analisado. Para todos os óbitos, as principais causas relatadas foram afecções perinatais (40%), seguidos de malformações congênita (18,4%), causas externas (11,9%), doenças do aparelho respiratório (10,1%), doenças infecciosas e parasitárias (3,7%), e causas mal definidas (3,5%). Em indígenas, a principal causa de óbito foram as causas externas (24,9%), seguido de afecções perinatais (20,6%), doenças aparelho respiratório (18,3%), doenças infecto parasitárias (10,4%), mal formações congênitas (8,5%) e doenças endócrino metabólicas (6,7%).
Conclusão: As taxas de mortalidade infantil em Roraima evidenciam discrepâncias importantes segundo grupos raciais, e possíveis fragilidades das políticas em saúde voltadas para população indígena, o que representa ocorrência de iniquidades em saúde.
NEAR MISS NEONATAL PRECOCE NA AP 5.2, NO PERÍODO DE 2017 – 2022
Pôster
SILVA, L.S.S.L. da.1, ROSA, M.N.1, GUEDES, A.1, OLIVEIRA, G.1
1 SMS/RJ
Analisar os casos de near miss neonatal precoce entre os nascidos vivos residentes da Área de Planejamento 5.2, no período de 2017 - 2022. Estudo descritivo transversal com dados disponíveis nos bancos de Mortalidade (SIM) e nascidos vivos (SINASC). Os critérios utilizados foram peso ao nascer < 1.500g, idade gestacional < 32s, Apgar no 5º minuto < 7 e ausência de anomalias congênitas observadas no nascimento. As variáveis maternas avaliadas foram faixa etária e escolaridade. Os dados foram analisados pelo software Tabwin e Microsoft Office Excel. Dentre 61.722 nascidos vivos, o número de casos de near miss neonatal foi de 247, sendo o ano de 2017 com maior proporção de casos. Na avaliação do baixo peso ao nascer, o ano de 2022 apresentou a maior proporção (1,91%). Prematuridade (IG < 32s) e Apgar 5º minuto (< 7), apresentaram as maiores proporções em 2021. A escolaridade materna predominante no período analisado foi ensino superior incompleto. Conforme apresenta o Guia de Vigilância do Ministério da Saúde (2022) estratégias de vigilância de mortalidade podem ser utilizadas para identificar falhas na atenção à saúde recebida antes do evento abordado. O desenvolvimento deste trabalho busca explorar aspectos relacionados aos near miss neonatal ainda pouco explorados nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) e auxiliando com levantamento de dados para a melhoria na assistência materno-infantil na rede de atenção à saúde.
NOTIFICAR: ALÉM DO DEVER, UMA AÇÃO DE CUIDADO À SAÚDE
Pôster
Viana, AIS1, Lima, MC2, Sousa, JR3, Ribeiro, MP4
1 UFMA
2 Comitê Regional de Prevenção do Suicídio e Valorização da Vida, Região de Saude Imperatriz,Ma.
3 Escola de Saúde Pública do Maranhão-ESPMA
4 Secretaria Municipal de Saúde de Imperatriz, Ma.-SEMUS
Objetivo: Qualificar e sensibilizar profissionais de saúde para ação cuidadora de Notificação de violência autoprovocada com ênfase no suicídio. Métodos: Realizou-se oficinas baseada na concepção de Educação Permanente em Saúde, desenvolvida nos hospitais da rede pública e privada, destinada à equipe responsável pelo acolhimento e atendimento. Atividade executada por membros do Comitê Regional de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio da Região de Saúde Imperatriz, MA. no período 2019-2022. Constou das etapas: Apresentação da Lei 13.819/2019 que institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio e Portaria 1271/2014 que define a obrigatoriedade da notificação imediata de tentativa de suicídio; Apresentação da Ficha de Notificação em slides com explicação dos campos de preenchimento; Esclarecimentos de dúvidas e questionamentos; Proposta de multiplicação das informações em outros turnos de trabalho. Resultados: Oficinas realizadas em 100% dos hospitais públicos e privados de Imperatriz em um total de 10 hospitais, incluindo 02 Unidades de Pronto Atendimento (UPA). As notificações apresentaram os seguintes resultados: Em 2018, ano anterior à realização das oficinas foram notificadas 267 violências, sendo 56 autoprovocadas. Em 2019 foram notificadas 348 violências, 177 autoprovocadas; 2020 351 violências, sendo 145 autoprovocadas; 2021 351 violências, 135 autoprovocadas; 2022 510 violências, 173 autoprovocadas. Conclusões: A experiência demonstrou a importância da Educação Permanente em Saúde como estratégia de mudanças no processo de trabalho nas unidades de saúde. Através da qualificação no cotidiano em serviço foi possível verificar o compromisso da equipe para realizar as notificações como dever profissional e de cuidado à saúde.
OVERVIEW DE MÉTODOS PARA LA VIGILANCIA DE RESISTENCIA ANTIMICROBIANA EN AGUAS RESIDUALES
Pôster
Correa, M1, Balbuena, C1, Espinosa, C1, Madamo, A1, Osterkamp, K1, Méndez, A1, Alemán, A1
1 Universidad de la República (UdelaR)
Objetivos. Realizar una búsqueda de revisiones sistemáticas que abordarán metodologías para la detección de resistencia antimicrobiana (RAM) en aguas residuales con el fin de optimizar su vigilancia.
Métodos. “Overview” de revisiones sistemáticas que describieron métodos utilizados en la vigilancia de RAM en aguas residuales. Se realizó un análisis cualicuantitativo de la evidencia sobre muestreo y técnicas de análisis y se evaluó la calidad de las revisiones utilizando AMSTAR-2.
Resultados. Se incluyeron 3 revisiones sistemáticas, que incluyen 104 estudios primarios. En todas las revisiones se estudiaron genes de resistencia y en dos casos fenotipos. Las bacterias más frecuentemente estudiadas fueron bacilos gram-negativos y Enterococcus spp. El lugar de muestreo más frecuente fueron las plantas de tratamiento, seguido por alcantarillados y hospitales. El cultivo fue la técnica de laboratorio más utilizada, seguida de PCR y metagenómica. Un solo estudio describió la técnica de muestreo, siendo más frecuentes los muestreos múltiples y prospectivos, simples o compuestos. El período de toma de muestras se describió en una sola revisión, en la que la mayoría de los estudios reportaron muestreos de más de 1 año. Ninguno de los estudios describió la frecuencia de muestreo. Dos revisiones vincularon los hallazgos en aguas residuales con los encontrados en muestras humanas.
Conclusiones. Esta revisión aporta insumos para la sistematización de formas de muestreo y técnicas de detección de RAM en aguas residuales, pero no es concluyente en cuanto a la definición del mejor estándar a ser utilizado.
PAPEL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR – RELATO DE EXPERIENCIA
Pôster
V Jose Pio Alves1, Oliveira, A. S1, M de Oliveira Mota2
1 HGCC - SESA - CE
2 UECE - CE
As boas práticas assistenciais decorrem da integração de todos os Serviços e o Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) que assume um papel relevante de assessoria junto a gestão hospitalar. A rápida disseminação dos microrganismos resistentes a agentes antimicrobianos representa um enorme problema para hospitais em âmbito mundial. Uma revisão de literatura realizada em 2019 apontou que enfermeiros dedicados ao programa de controle de infecção atuam como um elo entre sua própria área clínica e a equipe de enfermagem assistencial, aumentando a conscientização sobre prevenção e controle de infecção. Quatro temas centrais norteiam o papel dos enfermeiros no controle de infeção: atuação como modelo e defensor visível, formador de indivíduos e na prevenção e controle de infecções aplicado a prática, comunicador local e apoio na auditoria e vigilância em saúde OBJETIVO: Descrever o fazer da equipe de enfermagem do setor de controle de infecções e a importância da categoria nas ações de prevenção de infeção hospitalar. MÉTODO: Relato de experiência de caráter descritivo, utilizando a vivência da equipe em um hospital terciário de grande porte. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre as principais ações desenvolvidas pela enfermagem no setor, o monitoramento das infecções em pacientes internados, evolução em prontuário sobre as orientações de precaução, supervisão dos leitos em isolamento, a prática, dos profissionais quanto à higienização das mãos; busca ativa diária de infecções relacionadas à assistência à saúde; participação em reuniões; orientações sobre medidas de precaução; exposição a material biológico e perfuro cortante; acompanhamento nas atividades de educação em serviço de saúde.
PERCEPÇÃO SOBRE SEGURANÇA DO ALIMENTO E GESTÃO DO RISCO SANITÁRIO: UM ESTUDO QUALITATIVO
Pôster
Vieira, L.L.1, Capobiango, A.H.M.2, Costa, G.D.2
1 UFMG
2 UFV
O estudo objetiva explorar a percepção de fiscais sanitários e proprietários de estabelecimentos alimentícios sobre a atuação da Vigilância Sanitária em Viçosa, Minas Gerais. Trata-se de um estudo qualitativo utilizando a técnica de grupos focais (GF) e posterior análise de conteúdo com ênfase na garantia da segurança alimentar e no controle do risco sanitário. O GF foi realizado de forma presencial, apoiado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) e com duração de 60 minutos cada. Participaram do estudo 8 fiscais (GF1) e 10 proprietários (GF2), a maioria do sexo feminino, com idade entre 28 a 45 anos. A partir da análise de conteúdo foram identificadas duas categorias: “Desconhecimento das ações da Vigilância Sanitária” e “Falta de assistência dos fiscais sanitários”.Os fiscais (GF1) afirmaram que os proprietários desconhecem a importância da atuação da vigilância, a relevância do poder de polícia e executam de forma ineficiente as Boas Práticas de Fabricação (BPF). Enquanto os manipuladores (GF2) relatam que falta a assistência por parte dos profissionais nas ações de BPF, pois só realizam a fiscalização. Há divergências entre as percepções dos sujeitos, visto que foram identificadas barreiras quanto ao desconhecimento do processo de trabalho da Vigilância e das ações de BPF e seus impactos na saúde pública. Sendo assim, é imprescindível fortalecer as ações e estratégias de atuação da vigilância sanitária em âmbito local. O estudo aponta a necessidade de políticas e programas que incentivem sobre a garantia da segurança alimentar e o gerenciamento do risco sanitário em estabelecimentos alimentícios.
PERFIL CLÍNICO E CONDIÇÕES ASSOCIADAS AOS ÓBITOS POR COVID-19 EM HOSPITAIS PÚBLICOS (AL)
Pôster
Mello, J. M. B.1, Andrade, P. H. L.1, Arinísio, L. S.1, SIL, K. K. S.1, Pereira Junior, A. F. B.1, Silva, L. E. O.1, Maia, F. L. A.1, Rocha, T. J. M.1
1 UNCISAL
Objetivos: avaliar o perfil clínico e as condições associadas à mortalidade de pacientes com COVID-19 em hospitais de Alagoas no período de março de 2020 a março de 2023. Métodos: foi realizado estudo transversal, retrospectivo e descritivo. Os dados foram coletados a partir de pesquisa em prontuários de casos de COVID-19 ocorridos em hospitais de Alagoas. Essas informações foram selecionadas por conveniência, de maneira não aleatória, e organizados em um formulário específico e em formato de planilhas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual de Ciências da Saúde, sob nº: 6.152.678. Resultados: A maioria dos pacientes internados tinha mais de 60 anos, correspondendo a cerca de 70% dos óbitos. As comorbidades mais verificadas foram do cerne cardiovascular e metabólico, estando mais ligadas aos óbitos junto com as renais e as pulmonares. Os sintomas predominantes foram tosse, dispneia, febre, mialgia e cefaleia, sendo dispneia o de maior taxa de morte. Sobre as complicações observadas, a hipoxemia foi a de maior ocorrência, porém com menor relação com óbitos em comparação à injúria renal e distúrbios cardíacos. Quanto à terapêutica adotada, usaram-se antibióticos, anticoagulantes, corticosteroides, antiviral, droga vasoativa e broncodilatadores. Acerca do suporte ventilatório, a intubação orotraqueal mostrou-se mais associada a óbitos. Conclusão: A maioria dos pacientes internados foram idosos, compondo extensa porção dos óbitos, além dos cuidados intensivos oferecidos. Injúria renal aguda e distúrbios cardíacos são complicações da Covid-19 mais relacionadas a óbitos.
PERFIL DAS NOTIFICAÇÕES DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA NO CHC-UFPR, 2007-2022
Pôster
Szyhta, C.C.1, Freitas, D.P.T.1, Carmes, E.R.2, Farias, F.C.S.A.2, Mottin, J.V.1, Ribeiro, L.L.1
1 Ebserh
2 UFPR
Objetivos: Identificar o perfil das notificações de intoxicação exógena no Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR).
Métodos: Análise dos dados das notificações de intoxicação exógena do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do hospital, do período de 2007-2022.
Resultados: Foram registradas 1739 notificações de intoxicação exógena, com valores crescentes no período. Ocorreram em todas as faixas etárias, de 0-97 anos, com distribuição semelhante entre os sexos (49,7% feminino; 51,3% masculino). Os principais locais de exposição ao agente tóxico foram residência (72,6%) e serviços de saúde (17,6%). Os agentes de intoxicação mais frequentes foram medicamentos (79,9%) e drogas de abuso (6,2%). Quanto às circunstâncias da exposição ao agente tóxico, as maiores incidências foram o uso terapêutico (51,0%), acidental (14,3%), tentativa de suicídio (14,3%) e drogas de abuso (6,2%). Farmacodermias e reações adversas relacionadas ao uso terapêutico de medicamentos foram notificadas especialmente entre idosos acima de 65 anos, população que mais consome medicamentos. Crianças entre 1-12 anos foram responsáveis por 84,3% das intoxicações acidentais, com predomínio de medicamentos e produtos de uso domiciliar como agente tóxico. Intoxicações intencionais acometeram principalmente adultos jovens, com 34% dos casos em indivíduos entre 19-30 anos. As drogas de abuso mais uma vez se revelaram como um problema de saúde pública, levando à internação de pacientes por alterações clínicas.
Conclusões: O conhecimento do perfil das intoxicações exógenas é essencial para que sejam realizadas ações de prevenção e promoção à saúde direcionadas às necessidades específicas de cada faixa etária.
PERFIL DAS TENTATIVAS DE SUICÍDIO POR INTOXICAÇÃO EXÓGENA COM AGROTÓXICO NO BRASIL
Pôster
Sousa, A. F.1, Silva, M. T. A.1, Silva, A. E. B.2, Albuquerque, A. V. T.3, Arruda, L. E. S.1, Silva, M. G. G.1, Silva, E. R. B.1, Santos, E. M. P.1, Silva, M. E. S.1
1 IAM - Fiocruz
2 UFRPE
3 Secretaria Municipal de Saúde e Bem-estar de Vitória de Santo Antão
Objetivos: Traçar o perfil epidemiológico das tentativas de suicídio por intoxicação exógena com agrotóxicos no Brasil entre 2014 e 2023. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e ecológico realizado através de dados secundários a respeito das notificações de tentativas de suicídio por intoxicação exógena com agrotóxicos no Brasil, dos anos de 2014 a 2023. A pesquisa e delineamento dos dados foram realizados através do painel de Vigilância em Saúde de Populações Expostas A Agrotóxicos (VSPEA), no site do Ministério da Saúde. O estudo utilizou as variáveis ano de notificação, circunstância da intoxicação, sexo, faixa etária, local de exposição e tipo de agente. Resultados: No Brasil, entre 2014 e 2023, foram registradas aproximadamente 138.000 notificações de intoxicações exógenas por agrotóxicos. Dessas, 69.167 (50,12%) foram caracterizadas como tentativas de suicídio, sendo 36.041 (52,10%) referente a população do sexo feminino e 33.117 (47,87%) ao sexo masculino, apresentando uma maior proporção na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida de 30 a 39 anos. O ano com maior número de notificações foi 2019, com cerca de 8.045 casos. Além disso, destaca-se que o principal local de exposição foi a própria residência e que o principal tipo de agente utilizado foi o raticida, seguido de agrotóxico de uso agrícola. Conclusões: As tentativas de suicídio foram mais prevalentes na população do sexo feminino, na faixa etária de 20 a 29 anos, no ano de 2019, tendo como principal local de exposição a própria residência e o raticida como agente mais utilizado.
PERFIL DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NA VI REGIÃO DE SAÚDE-PE
Pôster
Barros, G. R. A. R. S.1, COSTA, D. M. A2, VILELA, A. P2, MATIAS, H. V2, MANDU, L. C. S2, VASCONCELOS, M. A. S.2, MELO, W. E. S.2, SILVA, A. C. R2, PIRES, A. P. D2, AMARAL, D. H. A2, RODRIGUES, R. M. S2, LUCENA, J. R. M2, ARCOVERDE, J. H. V2
1 Vi GERES
2 VI GERES
Objetivo: Identificar o perfil das notificações de acidentes por animais peçonhentos na VI Região no ano de 2023. Método: Trata-se de um estudo quantitativo do tipo descritivo, através de dados coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: Com base nos dados coletados e variáveis analisadas, o Município com maior número de registros de acidentes por animais peçonhentos foi Arcoverde (509), em relação ao animal o maior número de acidentes registrado foi por abelhas (1.584), seguido por escorpiões (1.564), no que se refere ao sexo destaca-se o masculino com maior número, já no que se diz respeito a soroterapia aplicada nas pessoas acidentadas, o Município que realizou maior número de intervenções foi Sertânia (103). Conclusão: Portanto, o período avaliado foi caracterizado pelo predomínio de acidentes com abelhas, no sexo masculino, o que sugere campanhas educativas e a adoção de medidas de prevenção, as quais são fundamentais para diminuir o registro desses agravos nos municípios que pertencem à VI Região.
PERFIL DOS CASOS DE MPOX: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
Pôster
PEREIRA, A.P.M.1, MERCES, M.L.S.2, ABADE, E.A.F.2, FIGUEIREDO, J.O.2, DANTAS, T.C.S.2, CARDOSO, C.W.3
1 SMS Salvador/ISC-UFBA
2 SMS Salvador
3 SMS Salvador/FioCruz
Objetivos: descrever as características sociodemográficas dos casos de mpox de Salvador e discutir a utilização das categorias de orientação sexual e identidade de gênero na vigilância em saúde. Métodos: estudo transversal e descritivo dos casos de mpox de residentes de Salvador, notificados nos sistemas REDCap e e-SUS Sinan no período de 12 de junho de 2022 a 16 de agosto de 2023. Resultados: Foram notificados 1498 casos suspeitos de mpox em residentes de Salvador. Desses, 155 (10,3%) classificados como casos (124 confirmados e 31 prováveis). Salvador apresentou um perfil semelhante ao Brasil e estudos em outros países, com maioria de casos em homens cisgênero (73,2%), homossexuais ou bissexuais (63,4%), com idade entre 20 a 39 anos (65,2%), diferindo apenas no quesito raça/cor com maior notificação em pessoas negras (60,6%). A imunossupressão foi declarada por 31 casos (19,2%), 43 casos vivem com HIV (35,3%; 43̸121), e 09 casos (5,8%; 9/104) apresentaram outra Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ativa A hospitalização devido aos sintomas clínicos foi necessária para 14 casos (9,0%) e não foi registrado óbito pela doença em Salvador. Conclusão: Nesse estudo foi possível descrever as populações atingidas pelo mpox devido a disponibilidade de variáveis especificas no sistema de informações. No entanto, a maioria dos sistemas de informações de saúde utilizados no Brasil, não possuem variáveis capazes de identificar grupos vulneráveis. Para a vigilância, a análise abrangente dos dados é necessária para melhor identificação dos grupos de risco visando ações de prevenção e promoção à saúde voltadas aos grupos mais vulneráveis quando necessário, levando-se em consideração as especificidades do agravo.
PERFIL DOS ÓBITOS COM CÓDIGO POUCO ÚTIL PRIORITÁRIOS (CPUP) 2022, SALVADOR, BAHIA
Pôster
Souza, A. P. R.1, Junqueira, M. E. R.2, Souza, C. R. C. S.2, Freitas, J. T.2, Andrade, J. R.2, Santos, I. B.2, Gomes, T. M. D.2, Figueredo, J. B. V.2, Gonzalez, J. C. V.2, Livramento, H. L.2, Hora, M. P.2, Bomfim, B. F.2, Brito, Z. M. M.2, Veloso, S.2, Oliveira, A. L. A.2
1 Universidade do Estado da Bahia
2 Subcoordenadoria de Informação em Saúde
Objetivos: estimar o número de notificações de óbitos como CPUPs, investigar e comparar o perfil de óbitos antes e depois das investigações no município de Salvador, em 2022. Métodos: foram tabulados os óbitos no Tabnet Salvador, no ano de 2022 e identificados segundo CPUP GBD2017 (versão atualizada com Diabetes Mellitus). As variáveis foram pesquisadas para o município de instalação e residência em Salvador. A lista de CPUPs foi distribuída para investigações no Instituto Médico Legal e estabelecimentos de Saúde, com retorno para certificação, codificação e alteração da causa básica no Sistema de Informação sobre Mortalidade. Resultados: ocorreram 18.586 óbitos, no ano e local referido, desses, 5.327 (28,66%) foram CPUPs, após investigações pelas Comissões de Revisão de Óbito, reduziu para 4.441 (23,89%). Destaca-se redução em todas as categorias de CPUPs, como causas mal-definidas, 1.414 (26,54%) mortes para 901. A maioria dos locais de ocorrência são hospitais 2.009 (45,23%), domicílios 1.331 (29,97%) e outros estabelecimentos de saúde 976 (21,97%). Conclusões: Cerca de 1/3 dos óbitos registrados foram CPUPs, o que sugere falhas no preenchimento do campo 40 das Declarações de Óbito (DO). Essa situação é um dos desafios enfrentados pela Vigilância do Óbito. O fato de a maioria dos CPUPs terem sido registrados em estabelecimentos de Saúde, demonstra a importância de Educação em Saúde para a equipe por meio da qualificação dos profissionais e estudantes de Medicina, especialmente para o correto preenchimento da causa básica de óbito.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA FEBRE MACULOSA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (2007-2019)
Pôster
Ferrão L.C.S.1, Souza G.F.1, Rodrigues C.M.2
1 Superintendência de Vigilância Sanitária (SUVISA)/ Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/ Secretaria de Saúde (SEMUS)
2 Fiocruz/Presidência/Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde
Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico de casos notificados de febre maculosa no estado do Rio de Janeiro entre 2007 e 2019.
Métodos: Estudo descritivo utilizando dados das fichas de investigação de casos notificados da doença de 2007 a 2019 no estado do Rio de Janeiro. O banco de dados foi obtido por meio de acesso aos microdados disponibilizados no website do Datasus, sendo livres de dados considerados sensíveis para identificação de pacientes.
Resultados: De 1118 casos notificados, 175 (15,65%) foram confirmados. A alta proporção de casos descartados sugere necessidade de anamnese e avaliação clínica mais apuradas, o que impacta no diagnóstico mais acurado da febre maculosa, ainda que possa haver sintomas inespecíficos facilmente confundidos com outras doenças febris agudas. Além disso, a elevada taxa de desfechos classificados como "ignorado/vazio" aponta para possíveis falhas no preenchimento das fichas de investigação, comprometendo a qualidade dos dados e a compreensão da verdadeira prevalência da doença no território estudado.
Conclusões: Os resultados reforçam a necessidade de aprimorar a capacitação dos profissionais de saúde na identificação correta dos casos, bem como a importância de estratégias de vigilância mais eficazes. A discussão sobre a dificuldade diagnóstica e a confusão de sintomas com outras enfermidades ressalta a urgência de protocolos claros de investigação e de sensibilização dos profissionais de saúde para a febre maculosa.
Além disso, a alta taxa de descartes sugere a importância de melhorias nos processos de notificação e preenchimento das fichas de investigação, visando uma coleta de dados mais precisa e completa.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS NOTIFICAÇÕES DE VIGILÂNCIA INTERPESSOAL E AUTOPROVOCADA
Pôster
Pinto, A. G. A.1, Nobre, S. V.2, Vasconcelos, A. O.2, Sampaio, L. C.3, Oliveira, K. N. S.1
1 URCA
2 Fiocruz
3 HRC
Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das notificações de violência interpessoal/autoprovocada de um hospital de referência no SINANNET. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, com notificações de violência interpessoal/autoprovocada de um hospital de referência na região do Cariri, Ceará, Brasil, no período de 2018-2022. A elaboração se deu nos meses de setembro e outubro de 2023. Para organização e análise dos dados, utilizou-se o programa Microsoft Excel 2016. Para a análise descritiva foram utilizadas as medidas de frequência relativa e absoluta. Resultados: Como características predominantes das vítimas: mulheres (406; 59%), pardas (425; 62%), jovens (289; 42%), com escolaridade de 5ª à 8ª série (124; 18%), residentes em zona urbana (566; 82%) e no município da unidade (460; 60%), sem transtorno/deficiência (450; 65). Quanto ao sexo da vítima de acordo com o tipo de lesão: mulheres vítimas de lesão autoprovocada (200; 49%), seguida da violência física (191; 314%), município da unidade (460; 67%) como o mais frequente; a violência era provocada por homens (366; 53%), adultos (261; 38%), sendo a residência (449; 65%) o local mais frequente de ocorrência. Conclusões: Embora seja um importante problema em saúde pública, ainda existe uma grande subnotificação, prejudicando o conhecimento do real perfil e frequência de sua ocorrência em uma população. Posto isto, torna-se necessário ações de educação em saúde junto aos profissionais para que se atentem ao ato de notificar esses casos, além preencher corretamente os campos para que os dados obtidos nas fichas de notificação possam subsidiar ações de prevenção e controle de violência interpessoal/autoprovocada.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CRIANÇAS ACOMETIDAS PELO ROTAVÍRUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Lindoso, M. C.1, Correia, C. P.1, Campos, S. S.1, Santos, T. V.1, Gualter, J. F.1
1 SEMUS - HOSPITAL DA CRIANÇA
Objetivo: analisar o perfil epidemiológico de crianças acometidas pelo Rotavírus-RT em uma unidade pediátrica em São Luís -MA. Métodos: trata-se de relato de experiência para analisar o perfil epidemiológico das crianças que testaram positivo para o exame de RT. Os dados foram extraídos de janeiro a março de 2024, através do núcleo hospitalar de epidemiologia local, com as seguintes variáveis: Idade, sexo, casos detectáveis, município de residência e se tomou vacina para RT. A pesquisa foi realizada no hospital Dr. Odorico Amaral de Mattos-HC, localizado no município de São Luís – MA. Resultados: Com o intuito de fazer o monitoramento do RT, o Ministério da Saúde implanta unidades sentinelas em todos os estados brasileiros. O HC dispõe de uma dessas unidades sentinelas que deve encaminhar até 05 amostras mensais para o laboratório central de referência do estado para análise (fezes in natura). No período, foram analisadas 34 amostras, sendo 07 casos (4,8%) detectáveis para RT. Entre os casos detectáveis teve maior prevalência em crianças do sexo feminino 06 casos (85,7%). A faixa etária de 0 a 1 representou 100% da totalidade dos casos confirmados. O município de São Luís (85,7%) caracterizou-se como a residência da maioria dos casos. Sendo que dos 07 casos positivos, 05 crianças não tinham tomado nenhuma dose da vacina. Conclusão: observa-se que a vacina é o meio mais eficaz para evitar o agravo da doença. É importante que os responsáveis estejam cientes da necessidade da vacinação para que as crianças estejam protegidas contra a infecção viral.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS CONGÊNITA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO, 2022 A 2023
Pôster
Machado, C. B.1, Guimarães, M. V. R.1, Amorim, J. F.1
1 Hospital Universitário Antônio Pedro/UFF
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis congênita em um Hospital Universitário da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro, nos anos de 2022 e 2023. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo exploratório, realizado a partir da base de dados do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia e da coleta de dados em fichas de investigação epidemiológica de sífilis congênita do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados: No período avaliado, foram notificados 47 casos. O maior número de notificações foi em 2023, com 31 casos notificados. Com relação a mãe, 65,9% concentravam na faixa etária de 20 a 29 anos e 25,5% tinham como escolaridade o ensino médio completo. 85,1% realizaram pré-natal, dessas, 80% tiveram diagnóstico de sífilis no pré-natal, 81,2% realizaram tratamento, sendo 73% considerado inadequado. Das 47 notificações, 43 foram de recém-nascidos, 2 de natimortos e 2 casos de abortos. Quanto aos recém-nascidos, 53,5% eram do sexo masculino e 46,5% feminino; 13,9% eram sintomáticos. O sintoma mais frequente foi icterícia, presente em 66,6% dos casos, seguido de hepatoesplenomegalia em 50% dos sintomáticos e lesões cutâneas e plaquetopenia em 33,3%. Quanto a evolução, todos os recém-nascidos receberam alta hospitalar após o tratamento. Conclusões: Para a redução dos casos de da sífilis congênita, é necessária uma assistência de qualidade no pré-natal, com medidas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado da gestante com sífilis.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM UM HOSPITAL, 2022 E 2023.
Pôster
Amorim, J.F1, Machado, C.B1, Ratto, M.V1
1 HUAP-UFF
Objetivo: avaliar os casos notificados de acidente por animal peçonhento em um Hospital do Estado do Rio de Janeiro. Método: estudo retrospectivo com análise das notificações realizadas no período de 2022 e 2023 em um Hospital, referência para atendimentos de acidente com animal peçonhento. Os dados foram tabulados através de Planilha Excel e as variáveis coletadas para análise foram: data da notificação, tipo de acidente, sexo, faixa etária, município de ocorrência, internação, classificação e indicação de soro. Resultados: No ano de 2022 e 2023 foram notificados 99 casos de acidentes por animais peçonhentos, os meses com maior número de notificações foram novembro, dezembro e março. Em relação ao tipo de acidente, 52 foram por serpente, 41 por aranha, 4 por escorpião e 2 por lagarta. Quanto a classificação: 52 foram leve, 41 moderado e 6 graves. A maior parte dos acidentes ocorreu no sexo masculino (70%), a faixa etária mais atingida foi de 29 a 59 anos. Em relação ao município de ocorrência, a maior parte foram no município de Niterói-RJ. Em 60% dos casos houve necessidade de internação, em 48% das notificações foi indicado soro. Não houve óbitos no período analisado. Conclusão: a maior parte dos acidentes ocorreu no período quente e chuvoso e por serpente, o que corrobora com os dados do Brasil. A maior parte dos acidentes foi no sexo masculino, na faixa etária produtiva, alguns por acidente de trabalho. Para a realização de soro é necessária internação, o que justifica seu alto índice no período analisado.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS ANTIRÁBICOS NO NRS CN DA BAHIA DE 2013 A 2023
Pôster
Almeida, L.M.B.1, Albuquerque, Mª.L. de S.1
1 SESAB
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos atendimentos antirrábicos humanos ocorridos na macrorregião de Saúde Centro-Norte do Estado da Bahia, no período de 2013 a 2023. Método: Estudo descritivo retrospectivo referente ao atendimento antirrábico humano notificado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram utilizadas variáveis sociodemográficas e variáveis específicas (tipo de exposição ao vírus rábico, localização, tipo e extensão do ferimento, espécie do animal agressor, profilaxia indicada). Para a análise dos dados descritivos foram empregadas frequências simples e relativas e usados os softwares STATA 16 e Microsoft Excel. Resultados: Ocorreram 24.760 notificações de atendimento antirrábico humano, uma média de 2.476 ao ano. A Região de Saúde de Jacobina concentrou 53,5% dessas notificações. As variáveis sociodemográficas mais frequentes foram: faixa etária de 35 - 49 anos 19,1%, sexo masculino 53,5%, raça/cor parda 67,4%, escolaridade com ensino básico incompleto 11,4% e residência na zona urbana 92,1%. A exposição por mordedura correspondeu a 85,5%, ferimento profundo a 42,4% e ferimento único a 58,4% dos atendimentos. Os locais mais acometidos foram os membros inferiores 37,8% e os mãos/pés 37,9%. A espécie animal agressora mais frequente foi a canina com 77,8% dos atendimentos. A indicação e soro + vacina 4,4 % dos atendimentos. Conclusão: Ficou evidenciado uma alta ocorrência de acidentes com animais domésticos potencialmente transmissores de raiva na macrorregião analisada, diante desse fato, torna-se necessário ter alta cobertura vacinal antirrábica desses animais com o propósito de prevenir a raiva animal e consequentemente a raiva humana.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL NOTIFICADOS EM UM HOSPITAL
Pôster
Machado, C. B.1, Guimarães, M. V. R.1, Amorim, J. F.1
1 Hospital Universitário Antônio Pedro/UFF
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de violência sexual em um Hospital na Região Metropolitana II do estado do Rio de Janeiro nos anos de 2022 e 2023. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo exploratório, realizado a partir da base de dados do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia e da coleta de dados em fichas de investigação epidemiológica de violência do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados: No período avaliado foram notificados 60 casos de violência sexual, sendo o ano de 2023 com o maior número de casos, 37 notificações. O sexo feminino foi o mais acometido, com 96,6%. A faixa etária de 10 a 19 anos concentrou 56,6% dos casos, no entanto, foram registrados casos em pacientes de 1 a 55 anos. A raça/cor com maior número de casos registrados foi a branca, com 45% e a parda com 26,6%. Quanto ao grau de escolaridade,38,4% tinha o ensino fundamental completo. Em 45% dos casos, as vítimas informaram violência de repetição. Com relação ao vínculo/grau de parentesco da vítima, o agressor era amigo/conhecido (33,3%), desconhecido (18,3%) e pai (11,6%). Quanto ao local de ocorrência, 58,3% ocorreram na residência, 13,3% ignorado e em 11,6% na via pública. Conclusões: Houve um aumento do número de casos notificados em 2023. As mulheres jovens são a principais vítimas da violência sexual, sendo necessário a formulação de políticas públicas para a prevenção e redução da incidência nessa população.
PREVALÊNCIA DE NASCIDOS VIVOS COM ANOMALIAS CONGÊNITAS, PERNAMBUCO, 2013 A 2022
Pôster
Santos Filho, E. J.1, Bonfim, C. V.2
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e Insituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE
2 Fundação Joaquim Nabuco e Insituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE
Objetivo: Estimar a prevalência de nascidos vivos (NV) com anomalias congênitas (AC) em Pernambuco, nos anos de 2013 a 2022. Métodos: Estudo descritivo e transversal. Os dados foram obtidos por meio do sítio eletrônico do DATASUS e oriundos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Realizou-se o cálculo da prevalência para cada ano da série histórica analisada por meio do software Microsoft Excel. Utilizou-se no numerador o número de NV com anomalia congênita divido pelo total de NV (denominador) multiplicado por 10.000 NV. Posteriormente, analisou-se a tendência temporal deste indicador por meio do software JoinPoint. Resultados: Entre anos de 2013 e 2022 nasceram em Pernambuco 1.340.436 crianças, variando entre 117.437 NV (2022) e 145.024 NV (2015). Destas, 13.532 nasceram com algum tipo de anomalia congênita, variando entre 1.199 NV com AC (2013) e 1.809 NV com AC (2015). A prevalência do período foi de 101,0 por 10.000 NV, variando entre 84,8 por 10.000 NV (2013) e 124,7 por 10.000 NV (2015). Constatou-se um incremento de 1,25% neste indicador durante o período avaliado, mas sem significância estatística. Conclusão: O número e a prevalência de nascidos vivos com anomalia congênita variaram ao longo do período estudado, sobretudo no ano de 2015, em virtude da epidemia de Síndrome Congênita do Zika Vírus e Microcefalia. Apesar do incremento identificado, este não foi estatisticamente significativo.
PROJETO APRENDER, BRINCANDO: QUIZ EDUCATIVO SOBRE A DENGUE NAS ESCOLAS DE MENDES/RJ
Pôster
Alves, M. B.1, Morra, M.F.A.2
1 Universidade de Vassouras
2
A iniciativa de desenvolver um projeto de educação em saúde nas escolas do município de Mendes no interior do Rio de Janeiro, deu-se após o decreto em janeiro/2024 de epidemia de casos de Dengue em todo o Estado, a proposta foi programada após algumas reuniões da sala de situação de agravos sanitários, sendo assim, integrando o leque de ações estratégicas do Centro de Operações de Emergências de Arboviroses. Portanto, visando usar métodos lúdicos através da tecnologia, o setor de planejamento em saúde juntamente com a coordenação de Arboviroses desenvolveu o QUIZ da Dengue.
O QUIZ é apresentado após uma explanação sobre a Dengue, através de um método simples, porém eficaz para fixação e aprendizado das ações preventivas de combate ao mosquito, consiste em 10 questões com variações do tipo múltipla escolha ou verdadeiro/falso, são diretamente relacionadas aos principais pontos onde são encontrados os vetores no município e todas as perguntas foram estruturadas tendo como base a campanha “Combate ao Mosquito”, produzida pelo Ministério da Saúde
Conclui-se, então, que através da iniciativa do projeto foi possível observar um dos princípios do Sistema Único de Saúde sendo executado, a participação social. A partir da educação em saúde, as crianças desempenharam um papel de propagadores das boas práticas de saúde na prevenção da Dengue, de maneira que os seus responsáveis também tenham consciência das ações. Desse modo, o alvo estratégico formulado na sala de situação de agravos sanitários foi atingido, contribuindo para a execução do planejamento apresentado pela gestão
QUALIDADE DOS DADOS DE CAUSA DE MORTE POR COVID-19 EM CURITIBA – PR
Pôster
Krik, M. W.1, Siqueira, D. L. S.1, Goes, G. A. R.2, Rusyk, A. R. R.2, Carli, A. V. A.2
1 UFPR
2 PMC - Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba
OBJETIVOS. Avaliar o efeito da qualificação das declarações de óbito (DO) no perfil de mortalidade por covid-19 em residentes de Curitiba e comparar a taxa de mortalidade por 1.000 habitantes classificados como causa básica covid-19 antes e após a qualificação da DO. MÉTODOS. Foi realizado estudo observacional com dados coletados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) na Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba das DO por covid-19 de residentes de Curitiba, entre 20 de março de 2020 a 20 de março de 2022. Foram comparadas informações de causas de morte na DO original com a causa básica (CB) final após investigação. Foram analisadas causas garbage por covid-19 e comparado o perfil etário por sexo e por distribuição temporal dos dados originais e finais da DO. RESULTADOS. Dos 31.598 óbitos totais, 8.142 foram classificados como causa básica covid-19 antes da investigação e 8.791 após investigação. De maneira geral, doenças respiratórias foram mais requalificadas, o número absoluto de óbitos aumentou e a taxa de mortalidade foi de 4,59/1.000 habitantes (IC95% 4,49-4,69/1.000 habitantes) para 4,96/1.000 habitantes (IC95% 4,85-5,06/1.000 habitantes). Houve elevação em números absolutos no segundo trimestre de 2021, e maior proporção de subnotificação no primeiro trimestre de 2022. A comparação do perfil etário por sexo não se alterou. CONCLUSÕES. A qualificação das DO impactou o perfil de mortalidade por covid-19 em residentes de Curitiba, aumentando o número de óbitos e a taxa de mortalidade. Esforços devem ser direcionados para melhorar o preenchimento da DO, principalmente durante a formação médica.
QUÃO COMPLETOS SÃO OS DADOS DE MORTALIDADE POR COVID-19 NO BRASIL? ANÁLISE EXPLORATÓRIA
Pôster
Alvis-Zakzuk, NJ1, Diaz-Quijano, FA1
1 Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Programa de Pós-graduação em Epidemiologia, Laboratório de Inferência Causal em Epidemiologia (LINCE-USP), São Paulo - SP, Brasil.
Objetivo: Descrever a completude do banco de dados de SRAG (SIVEP-Gripe) que foram a óbito por covid-19, 2020-2022.
Métodos: Estudo descritivo. As opções de resposta “ignorado” e sem resposta foram consideradas como dados incompletos (missing). A descrição do banco foi feita por estados usando a percentagem de preenchimento, selecionando 15 variáveis: sociodemográficas (idade, raça/cor, escolaridade), sintomas (febre, tosse, dor de garganta, dispneia), fatores de risco (algum fator de risco, cardiopatia, diabetes, asma), informações clínicas (coleta de amostra, UTI, raio X de tórax, classificação final).
Resultados: Houve 842.482 óbitos por SRAG, 639.128 (75.8%) por covid-19. 34,9% das variáveis tinham >=90% de completude. A idade, fator de risco e classificação final foram preenchidas para todos os estados. Amapá teve a menor percentagem de missing (18,0%), Pernambuco a maior (46.7%). Raça/cor teve em média 14,8% de missing (2,8% Roraima; 48,8% Distrito Federal), escolaridade 61% (13% Roraima, 89% Alagoas); para sintomas, a febre teve em média 17,7% (2,9% Amapá; 36,5% Espírito Santo), tosse 15% (2,7% Amapá; 33,2% Rio de Janeiro), dor de garganta 32,9% (6,5% Amapá; 65,5% Espírito Santo), dispneia 10,8% (1,8% Amapá; 30% Acre). Os missing para fatores de risco foram 42,7%, 46,1% e 57,2% (diferença média de ~3 vezes entre estados) em média para cardiopatia, diabetes e asma, respetivamente. Coleta de amostra teve a menor percentagem de missing (5.3%). UTI foi preenchida em 89,3% dos estados.
Conclusões: O banco SIVEP-Gripe tem limitações na análise de fatores associados à mortalidade, considerando a alta prevalência de missing, especialmente em variáveis de fatores de risco.
RELACIONAMENTO DE DADOS: ESTRATÉGIA DE VIGILÂNCIA DA CHIKUNGUNYA, BETIM-MG, 2023 E 2024.
Pôster
Veloso, I.F.1, Amado, R.C.2, Monteiro, C.C.2, Cruz, T.M.A.2, Clementino, Y.D.2, Silva, I.A.2
1 SMS Contagem/MG
2 SMS Betim/MG
Objetivos: Analisar o incremento das notificações de chikungunya (CHIKV), nos anos de 2023 e 2024, a partir de resultados laboratoriais de residentes em Betim, processados pelos laboratórios públicos e privados de MG e o perfil clínico da doença.
Métodos: Estudo descritivo, analítico e comparativo sobre as notificações de CHIKV de residentes em Betim, entre 2023 e 2024, analisadas a partir do relacionamento de dados dos sistemas SINANonline, Sistema Integrado de Gestão de Serviços de Saúde (SIGSS/MV) de Betim, Sistema de Gerenciamento de Amostras Laboratoriais (GAL) e resultados de laboratórios públicos e privados de MG.
Resultados: Observou-se que do total de confirmações de chikungunya em 2023 (n=1.010) e 2024 até a SE 20 (n=1.530), houve um incremento das notificações de 65,0% e 58,9%, respectivamente, resultante do relacionamento de dados entre os sistemas, pela Vigilância Epidemiológica municipal. Os registros de sinais e sintomas foram qualificados, em 2024, após a implantação da ficha de investigação de CHIKV no SIGSS em janeiro desse ano, nas 38 Unidades Básicas de Saúde, para preenchimento durante o atendimento médico. Nessas notificações prevaleceram sinais clínicos de mialgia (33,5%), febre (31,7%), cefaleia (31,2%), artralgia (17,2%), náusea (11,0%), dor nas costas (10,3%) e dor retrorbitária (8,65%).
Conclusões: Com o relacionamento de dados de diversas fontes de informação, o estudo propiciou um melhor conhecimento da magnitude da chikungunya e do quadro clínico agudo no município.
RELAÇÃO ENTRE INCIDÊNCIA DE COVID-19 EM PESSOAS IDOSAS E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
Pôster
Reis, T. V. S.1, Uehara, S. C. S. A.1
1 Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Objetivo: Analisar a relação entre o coeficiente de incidência por Covid-19 em pessoas idosas e indicadores socioeconômicos no estado de São Paulo. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, foram considerados todos os casos notificados de Covid-19 em idosos de todos os municípios paulistas. Os dados foram coletados por meio do acesso ao sistema da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando o período de 25 de fevereiro de 2020 a 25 de fevereiro de 2023. Para avaliar as auto correlações espaciais das variáveis de interesse, foram calculados os Índices de Moran Global Bivariado. Além disso, foram avaliadas as formações de clusters através de análise do Índice de Moran Local Bivariado, para todas as análises adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: As Regiões Administrativas (RAs) de São José do Rio Preto e Araçatuba apresentaram os maiores coeficientes de incidência, respectivamente, 88,4 e 70,1 casos/1000 habitantes. Destaca-se uma correlação espacial positiva fraca entre a incidência de Covid-19 por 1000 habitantes/ano e a taxa de analfabetismo em indivíduos com mais de 60 anos, ou seja, maior incidência Covid-19 era registrada na população com mais de 60 anos analfabetos. Ainda, verificou-se uma correlação espacial positiva fraca, ou seja, pessoas com mais de 60 anos e com renda de até um salário mínimo apresentavam maior risco de contrair a doença. Conclusão: Os idosos em situações de vulnerabilidade social foram desproporcionalmente afetados pela Covid-19.
RELAÇÃO ENTRE MICRORGANISMOS PRODUTORES DE CARBAPENEMASE E DESFECHO CLÍNICO DE PACIENTES
Pôster
Souza, P. R. H.1, Vasconcelos, A. L. F.1, Oliveira, T. L.1, Sousa, P. C. P.2, Castelo-Branco, D. S. C. M.1, Guedes, G. M. M.1, Correia, G. R. B.1
1 UFC
2 EBSERH
Objetivos: Analisar a relação entre a presença de isolados produtores de carbapenemase com o desfecho clínico de pacientes internados em um hospital de ensino localizado em Fortaleza/CE. Métodos: trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e transversal de dados de pacientes internados entre o período de janeiro a dezembro de 2022. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o parecer de aprovação de número 3.697.674. Os dados coletados foram tabulados em planilha e analisados para validação estatística no SPSS Statistics (versão 17.0) quanto ao valor da Odds Ratio (OR). Resultados com p<0,05 foram considerados significativos Resultados: foram coletadas 398 amostras de microrganismos Gram-negativos oriundas de 236 pacientes. Foram identificados um total de 100 isolados resistentes aos carbapenêmicos. O maior número de óbitos ocorreu na UTI. Mediante análise observou-se o valor de OR de 6,017 quando analisado os desfechos clínicos dos pacientes. Ou seja, evidenciando que a internação na UTI aumenta em 6,017 vezes as chances de óbito em pacientes que isolaram carbapenemase (p<0,001). Conclusões: Entende-se que a presença de microrganismos com perfis de resistências está associado a maior chance do óbito do paciente. Dessa forma, isolar para identificar possíveis perfis de resistência e aplicar o tratamento mais adequado torna-se de suma importância para um melhor desfecho clínico do paciente e melhoria do sistema público de saúde.
RELAÇÃO ENTRE MORTALIDADE POR COVID-19 EM IDOSOS E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
Pôster
Reis, T. V. S.1, Uehara, S. C. S. A.1
1 Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Objetivo: Analisar a relação entre o coeficiente de mortalidade por Covid-19 em pessoas idosas e indicadores socioeconômicos no estado de São Paulo. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, foram considerados todos os casos notificados de Covid-19 em idosos de todos os municípios paulistas. Os dados foram coletados por meio do acesso ao sistema da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando o período de 25 de fevereiro de 2020 a 25 de fevereiro de 2023. Para avaliar as auto correlações espaciais das variáveis, foram calculados os Índices de Moran Global Bivariado. Para todas as análises adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: O maior coeficiente de mortalidade foi verificado nas Regiões Administrativas (RAs) de São José do Rio Preto e Santos, respectivamente 20,7 e 19,0 óbitos/1.000 habitantes. Foi encontrado uma correlação espacial positiva fraca entre a mortalidade por Covid-19 e taxa de analfabetismo, ou seja, municípios que apresentaram maior mortalidade tinham maior população de idosos analfabetos. Foi observado uma correlação espacial positiva fraca entre a mortalidade por Covid-19 e pessoas com mais de 60 anos com renda de até um salário mínimo, portanto; municípios que apresentaram maior mortalidade tinham maior população de idosos com renda de até um salário mínimo. Conclusões: Resultados indicam que idosos em situações de vulnerabilidade social foram desproporcionalmente afetados pela Covid-19.
RELAÇÕES ACERCA DO CONHECIMENTO SOBRE FEBRE AFTOSA EM ZONAS LIVRES SEM VACINAÇÃO NO BRASIL
Pôster
Araujo, E. L. M.1, Ramos, B. O. L.1, Coelho, I. M. P.1, Nicolino, R. R.1
1 UFMG
Para compreender o conhecimento sobre Febre Aftosa dos trabalhadores de propriedades bovinas em Zonas Livres de Febre Aftosa sem vacinação (ZLSV) no Brasil, foram aplicados 1.499 questionários, pelo serviço veterinário oficial dos estados do AC, RO, RS, PR e SC. Foi realizada uma análise de correspondência múltipla (MCA) utilizando perguntas relacionadas ao conhecimento do respondente acerca da febre aftosa, características sociodemográficas e dos sistemas de produção. Foi identificado que a variável "não conheço febre aftosa" se relacionou com o tipo de criação de gado leiteiro, criação mista, respondentes não alfabetizados, respondentes com ensino fundamental completo e propriedades de 11 a 50 bovinos. Foi identificada a relação entre assinalar incorretamente as espécies suscetíveis, com respondentes acima de 51 anos, ensino fundamental incompleto, propriedades de até 10 bovinos e os estados Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por fim, foi relacionado com não identificar corretamente os sinais clínicos da Febre Aftosa, com respondentes até 50 anos, ensino médio incompleto, ensino médio completo, Rondônia e propriedades de 51 a 500 bovinos. A análise permitiu a identificação da relação entre variáveis sociodemográficas, os sistemas de produção e o conhecimento dos que atuam na pecuária em ZLSV com relação à febre aftosa, identificando possíveis lacunas para o sistema de vigilância. Essas lacunas podem acarretar na não notificação de casos suspeitos. A partir dos agrupamentos identificados pela MCA, podemos direcionar e implementar medidas educacionais estratégicas, buscando fortalecer o sistema de vigilância passiva, essencial para manutenção do status sanitário livre de febre aftosa do Brasil.
RESPOSTA RÁPIDA A SURTOS DE DOENÇA DIARREICA AGUDA EM ÁREA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Freitas, J.V.1, Nascimento, A.O1, Espósito, S.V.1, Filha, M.L.F.S.F1, Pimenta, I. T.2, Maciel, C.J.V.G.3
1 DVS CAP 3.2/CIEVS Rio/SMS RJ
2 Cievs Rio/SMS RJ
3 DVS CAP 3.2/SMS RJ
Objetivos: Descrever experiência da Unidade de Resposta Rápida da Área Programática (AP) 3.2 do município do Rio de Janeiro em investigações de campo de surtos de doença diarreica aguda (DDA). Métodos: Em dezembro de 2023, foram notificados e investigados sete surtos na AP 3.2, dos quais seis ocorreram em Unidades de Atenção Primária e um ocorreu em uma padaria. A investigação consistiu em visita in loco, aplicação de formulário eletrônico estruturado, elaborado pela Divisão de Vigilância em Saúde do território, que continha variáveis contínuas e categóricas sobre identificação, sintomatologia e história de exposição a alimentos ou água contaminados. Também, foi realizada coleta de amostras biológicas (fezes frescas ou swab retal) para pesquisa bacteriológica e viral (PCR Multiplex Nested) do agente etiológico, enviadas posteriormente ao laboratório de saúde pública de referência, e orientadas medidas de prevenção e controle. Resultados: Foram identificados 139 casos sintomáticos, todos eram funcionários dos estabelecimentos, com idade variando entre 19 e 69 anos (média de 44 anos) e 87,8% eram do sexo feminino. A maioria dos casos (87,9%) apresentou diarreia, dor abdominal (83,5%), vômito (64%) e não soube informar a fonte de exposição (86,3%), apenas 13,7% apontaram o bebedouro ou filtro como fonte provável. Das 15 amostras coletadas, na maioria (53 %) foi detectado E.coli, eventualmente associada ao Norovirus (51%).Conclusões: Não foi possível confirmar o foco da contaminação, mas a investigação fomentou o reforço de medidas de higienização do ambiente e individual, contribuindo para o rompimento do ciclo de transmissão.
SABERES E PRÁTICAS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
Pôster
SILVA, Alexandre Bezerra.1, COSTA, W. A. G.2, CAMPOS; JDF3, LIMA,S.S.1, OLIVEIRA,W.R.B1, MAIA, Allyssandra Maria Lima Rodrigues4
1 Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP/RN)
2 Secretaria Municipal de Saúde de Natal/RN
3 Secretaria Municipal de Saúde de Taipu/RN
4 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
Objetivo: Relatar uma experiência referente a ações de Vigilância Epidemiológica em Saúde do Trabalhador (VESAT) desenvolvida para identificar o perfil epidemiológico de dezesseis acidentes de trabalho ocorridos em 2023 devido à exposição a material biológico. Método: Foram desenvolvidas as seguintes ações de VESAT no Hospital Dr. José Pedro Bezerra, localizado em Natal/RN: notificação dos casos, busca ativa, investigação, confirmação e monitoramento da morbimortalidade relacionada ao trabalho. Resultados: Identificou-se que a maior parte das notificações foi relativa a sujeitos do sexo feminino (86%); em relação à exposição a material orgânico observou-se exposição a líquido com sangue (7%), e sangue (93%); sobre o tipo de exposição, 100% dos acidentes ocorreram de forma percutânea em 46,8% de técnicos de enfermagem, 26,6% de médicos,13,3% de agente de higiene hospitalar e em 13,3% de estudantes do curso de graduação em enfermagem. Verificou-se que 14% dos acidentes ocorreram com agulha com lúmen, e 1% com agulha sem lúmen. Conclusões: Constatou-se a necessidade da implantação da vigilância dos ambientes e processos de trabalho e da adoção de medidas de prevenção e controle dos acidentes de trabalho com exposição a material biológico. Recomenda-se que a vigilância epidemiológica em saúde do trabalhador proporcione mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-doença das diversas categorias ocupacionais.
SITUAÇÃO DE ENCERRAMENTO DOS CASOS DE TUBERCULOSE EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA I GERES- PE
Pôster
Oliveira, B. J.1, Gomes , S. M.1, Albuquerque , A. N.1, Leite , A. C.2, Silva, E. P. S.2, Costa , C. E. M.2, Andrade, W. S.2, Santos, J. M.2, Araujo, J. M. A.2, Souza , K. P. S.2, Souza, J. A. N.2, Santos , G. M. S.2, Britto, A. M.2, Monte, A. C. P.2, Ribeiro, M. F. P.2
1 Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva, Secretaria de Saúde de Recife, COREMU IMIP
2 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil
Objetivo: Analisar a situação de encerramento das notificações de tuberculose em profissionais de saúde residentes na I Regional de Saúde de Pernambuco (I GERES- PE). Método: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo e retrospectivo a partir de dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2014 a 2022. Resultados: Ao total, foram encontrados 427 casos de tuberculose em profissionais de saúde na I Região. Destes, 66,9% tiveram cura como situação de encerramento, 7,5% abandonaram o tratamento, 2,3% foram a óbito por outras causas, 1,2% foram a óbito por tuberculose e 14% fizeram transferência do tratamento. Durante o período é possível observar um aumento gradativo do número de casos, cuja maior expressividade ocorre em 2020 (n=75) e 2022 (n=81). Conclusão: Com base nos dados, é possível inferir que mais da metade dos profissionais realizaram o tratamento para a tuberculose de forma adequada, resultando em cura. Contudo, é importante destacar o número de abandono pelos profissionais de saúde, visto que a desistência no tratamento pode gerar drogarresistência e/ou ocasionar a transmissão da tuberculose para outras pessoas atendidas por este profissional.
SÍFILIS CONGÊNITA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: INOVAÇÃO COM SAÚDE DIGITAL
Pôster
Kassada, D. S.1, Carvalho, C. C. de1, Castro, G. B. de1, Amorim, Y. R. S.1, Almeida, B. B.1
1 UNICAMP
Objetivo: Descrever as atividades de telemonitoramento de sífilis congênita realizadas por estudantes de Enfermagem por meio de plataforma digital na Atenção Primária à Saúde. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em relato de experiência, conduzido por estudantes de Enfermagem e extensionistas do projeto "VigiON: Ações de Vigilância em Saúde articuladas com a Atenção Primária à Saúde e Comunidade" em um Centro de Saúde no interior de São Paulo. Foram realizadas consultas de telemonitoramento de sífilis congênita por meio da plataforma Saúde Digital, com o objetivo de atender e monitorar o seguimento do protocolo para sífilis congênita. Resultados: Entre abril e maio de 2024, foram realizadas duas consultas para telemonitoramento de casos de sífilis congênita. As principais demandas identificadas incluíram a falta de monitoramento, atraso ou não coleta dos exames de controle, falta de conhecimento e necessidade do monitoramento e consultas com a atenção especializada (oftalmologista, otorrinolaringologista e neurologista infantil). Através da teleconsulta, foi possível reforçar a necessidade de realizar exames, como o VDRL e de comparecer às consultas agendadas, além de realizar intervenções nas demandas, promovendo uma alta taxa de resolubilidade das questões apresentadas. Conclusão: Apesar dos benefícios das teleconsultas, é importante destacar que dificuldades no acesso à internet pela população, o uso de novas tecnologias e a resistência dos profissionais em utilizar a plataforma são barreiras importantes para inserção da nova modalidade de atendimento. A vigilância em saúde oportuna permite intervenções precoces, protegendo a saúde e garantindo a qualidade do cuidado ao binômio materno-infantil.
SÍNTESE DE INDICADORES INTRAURBANOS PARA O CONTROLE VETORIAL DO AEDES AEGYPTI
Pôster
Anjos, A. P. R.1, Ferreira, A. D.1, Friche, A. A. L.1, Magalhães, A. S.1, Salles-Dias, M. A1, Caiaffa, W. T.1
1 UFMG
Objetivo: Construir indicadores intraurbanos associados à presença do vetor Aedes aegypti e caracterizar o ambiente construído de duas vilas/favelas e bairros de seus entornos no munícipio de Belo Horizonte. Métodos: Dados foram coletados em outubro de 2019 por Observação Social Sistemática em 373 segmentos de ruas de 63 setores censitários. Foram selecionadas 26 variáveis relevantes ao tema e agrupadas em 3 domínios: Estruturas/objetos capazes de acumular água, Infraestrutura urbana e Cobertura vegetal. A análise de componentes principais (ACP) via matriz de correlação identificou indicadores com coeficientes acima de 0,30 e a consistência interna foi avaliada com Alfa de Cronbach acima de 0,60. Resultados: Após a ACP restaram 15 variáveis nos 3 domínios, com Alfa de Cronbach variando de 0,708 a 0,879. Nas vilas/favelas prevaleceu o indicador Estruturas/objetos capazes de acumular água representado por lajes de casas sem telhado, passeios e pavimentação de ruas públicas danificados (p < 0,05). Potenciais acumuladores de água adicionais como elementos do mobiliário urbano (laje de abrigo de ônibus, caixa de correios, luminárias públicas, placas de trânsito e lixeiras), contêineres diversos (pneus, garrafas, latas, copos e sacolas de plástico), outros possíveis reservatórios a céu aberto (pratinho de vasos de plantas, baldes, cisternas) e entulho e material de construção tiveram maior presença nos bairros do entorno (p < 0,05). Também nos entornos, os indicadores Infraestrutura urbana (segmentos do tipo via, presença de passeio, meio fio e recipientes para lixo) e Cobertura vegetal (árvores, arbustos e mudas) foram mais frequentes (p < 0,01). Conclusão: Indicadores construídos revelaram heterogeneidade territorial e auxiliam no planejamento da vigilância local.
SURTO DE INFLUENZA AVIÁRIA NO BRASIL: RELATOS SOBRE A VIGILÂNCIA ATIVA DOS CASOS
Pôster
Vidal, L. S. O.1, Barros, C. C.1, Gonçalves, L. N. G.1, Serra, D. G.1, Marquis, E. K. D. F. S.1, Costa, J. S.1, Silva, J. G. R. M.1, Alves, S. I. S.1, Goulart, F. K. L. A.1, Coimbra, V. C. S.1
1 PPGPDS/UEMA
Objetivos: Descrever a ocorrência de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no Brasil entre 2023 e 2024, as espécies afetadas, distribuição por estado e meses de maior incidência. Métodos: Realizou-se um estudo descritivo, longitudinal e retrospectivo, utilizando dados secundários do Ministério da Agricultura e Pecuária sobre os casos de IAAP (cepa H5N1) ocorridos de maio de 2023 a maio de 2024. Resultados: Durante o período avaliado, foram realizadas 1.957 investigações, com coleta de 723 amostra e confirmação laboratorial de 176 focos distribuídos em diferentes estados, envolvendo 25 espécies distintas. A maior casuística foi observada em aves silvestres de vida livre (93,8%), incluindo trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus) e trinta-réis-real (Thalasseus maximus), com 34,7% e 30,7%, respectivamente. Registros indicam uma porcentagem menor de casos em mamíferos marinhos (4,5%) e aves domésticas de subsistência (1,7%). Os estados com maior ocorrência de casos foram São Paulo (30,7%), Espírito Santo (23,9%) e Rio de Janeiro (17,6%). O surto teve início em maio de 2023, com o maior registro de focos nos meses de junho (29%), setembro (17,6%) e outubro (14,8%). A vigilância ativa realizada pelo serviço oficial de defesa sanitária permitiu o controle dos focos nos meses subsequentes. Conclusões: Aves silvestres de vida livre foram as mais acometidas pela IAAP, e a vigilância realizada nas áreas de ocorrência evidenciou a relação dos casos com as rotas das aves migratórias. Embora não tenha havido registro de casos da doença em humanos no período avaliado, destaca-se o potencial zoonótico da enfermidade, reforçando a necessidade de vigilância epidemiológica contínua.
TENDÊNCIA TEMPORAL DE PRÁTICAS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ACOMPANHADOS NO SUS
Pôster
Carvalho, J. B.1, Salviano, A. F.2, Lourenço, B. H.2, Tomita, L. Y.3
1 UNIFSP
2 USP
3 UNIFESP
Objetivos: Avaliar a tendência temporal de práticas alimentares de adolescentes acompanhados na Atenção Primária à Saúde, 2015-2019. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais com microdados de marcadores do consumo alimentar de adolescentes (n=674.280, média de idade: 14,9 [DP: 3,0] anos, 65% meninas) no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Calcularam-se prevalências anuais de cada marcador, além dos indicadores: i) consumo combinado de feijão, frutas, legumes e verduras (FFLV) e ii) consumo máximo de alimentos ultraprocessados (AUP). Utilizou-se regressão de Prais-Winsten com cálculo da taxa de incremento anual (TIA), segundo sexo, faixa etária (10-14, 15-19 anos) e macrorregiões. Tendências crescentes ou decrescentes foram denotadas por TIA positiva ou negativa com valores de p<0,05. Resultados: Prevalências do consumo de feijão, frutas, verduras e legumes em 2019 foram 83%, 69% e 65%, respectivamente. O indicador FFLV ocorreu em 48% dos adolescentes em 2019, com tendência crescente no país (TIA: +4%, IC95%: 0,4;6,6), em ambos os sexos na faixa etária 15-19 e apenas no Sudeste entre as macrorregiões. Em 2019, o consumo de marcadores de alimentos ultraprocessados foi frequente entre adolescentes (hambúrguer/embutidos: 45%, bebidas adoçadas: 65%, macarrão instantâneo/salgadinhos: 46%, doces: 55%). A prevalência do indicador AUP em 2019 foi 23%, com tendência crescente nacionalmente (TIA: +7%, IC95%: 2,9;11,7), similarmente entre sexos e faixas etárias. Houve incremento nas macrorregiões Sul e Sudeste. Conclusão: Ainda que alguns indicadores saudáveis tenham aumentado, a prevalência de consumo de ultraprocessados entre adolescentes é elevada.
TRIAGEM AUDITIVA EM FEIRAS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Xavier Ramos, M.S.1, Ribeiro, A.S.R.1, Cerqueira, E.C.S.1, Santos, T.C.1, Ribeiro, D.R.1, Aragão, T.E.B.1, Guimarães, A.B.O.1, Almeida, A.M.1, Marques, A.A.1, Vieira, M.R.1, Xavier, J.P.1, Costa, E.E.S.1, Silva , M.D.C.1, Andrade, C.P.M.1, Cruz, S.S.1
1 UFRB
Objetivo: Relatar vivência da aplicação de triagem auditiva durante a execução de duas feiras de saúde em municípios do Recôncavo da Bahia. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência sobre ações realizadas entre os meses de abril e maio de 2024, com população idosa presente na feira de saúde. Para sua execução foi realizado o Teste do Sussurro preconizado pelo Ministério da Saúde para detecção precoce da perda auditiva. Resultados e discussão: Aos 4 (quatro) dias de participação foram triadas 146 pessoas. Inicialmente eram realizados questionamentos sobre as atividades diárias e situações sociais de modo a avaliar possíveis situações sugestivas de perda auditiva. Em seguida, o avaliador realizava teste do sussurro propriamente dito. Considera-se falha no teste a não repetição ou repetição incorreta de 3 ou mais frases/palavras em cada ouvido. Desse modo, ao fim da participação na feira, obtiveram a média de 50 falhantes no teste. Em caso de falha, a pessoa participante era encaminhada para atendimento por uma fonoaudióloga participante do Projeto Saj 60+ (instagram: @projeto_saj.60) e do Projeto AISA (Instagram: @aisa_ufrb) e para as unidades de saúde para seguir os devidos encaminhamentos. Considerações finais: Diante do explicitado, entende-se a importância de realizar a triagem da acuidade auditiva entre idosos, para que se possa diminuir e/ou tratar previamente os possíveis danos à saúde de forma integral (auditiva, psicossocial e emocional). E, a participação nas feiras de saúde se tornam uma importante ferramenta para realizar a captação do público alvo.
UMA REVISÃO DE ESCOPO SOBRE AGENTES TÓXICOS E CIRCUNSTÂCIAS DE EXPOSIÇÃO NO BRASIL
Pôster
Germano, L. C.1, Alonzo, H.G.A.1
1 Unicamp
Objetivo: Identificar os principais agentes tóxicos e circunstâncias de exposição, segundo o sexo e letalidade das ocorrências no Brasil. Métodos: Revisão de escopo de artigos nacionais, publicados entre 1990 e 2016, a partir de bases eletrônicas indexadas. Os artigos foram categorizados em grupos conforme o enfoque do estudo e os dados foram analisados quanto a proporção de sexo, grupos de agentes, circunstâncias de exposição e letalidade. Resultados: Foram incluídos 68 artigos, a maioria delimitados a agentes tóxicos específicos (41,2%). Os toxicantes mais frequentes foram os medicamentos, agrotóxicos, produtos domésticos, raticidas e drogas de abuso; e as circunstâncias da exposição: acidentais, por tentativa de suicídio, ocupacionais, abuso de drogas e automedicação. As proporções de sexo relatadas pela literatura indicam possível associação em cenários específicos de exposição (ex: medicamentos, agrotóxicos, tentativas de suicídio). Conclusão: É provável que às exposições a medicamentos, agrotóxicos, produtos domésticos, raticidas e drogas de abuso, em situações de acidentes, tentativa de suicídio, ocupacionais, abuso de drogas e automedicação respondam pela maior carga de atendimentos nos serviços hospitalares e CIATox, uma vez que são os eventos mais evidenciados pela literatura e nos dados de sistemas de informação em saúde.
UNIDADE AMIGA DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Pôster
Crepaldi, MM1, Roque, TS1, Ferreira, VFB1, Guedes, FR1
1 SMS Cataguases
A estratégia Unidade Amiga da Vigilância Epidemiológica foi desenvolvida para congratular 6 Equipes em Estratégia em Saúde da Família, dentre as 19 que compoe o municipio de Cataguases em Minas Gerais.
Essa estratégia contou com avaliação dos seguintes indicadores: Equipe menos silenciosa na busca ativa de doenças exantemáticas. Equipe que mais esteve sensível para o monitoramento das Doenças diarreicas agudas. Equipe com maior número de notificações. Equipe que mais adotou a estratégia de coleta de teste rápido molecular para diagnótico de tuberculose e Equipe que mais realizou testagem rápida para as IST's.
As equipes que mais pontuaram nesses indicadores recebeu um "prêmio", que foi uma bolsa contendo a camisa da estratégia, um copo térmico, bloco de anotações, caneta e o certificado de Unidade amiga da Vigilância Epidemiológica.
Essa estratégia visa reconhecer o trabalho integrativo entre Vigilância e APS
VALIDAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR DO SUS PARA VIGILÂNCIA DA MORBIDADE MATERNA
Pôster
Meijinhos, L.S.1, Domingues, R.M.S.M.2, Guillen, L.C.T.1, Dias, M.A.B.3, Saraceni,V.4, Pinheiro, R.S.1, Paiva, N.S.1, Coeli, C.M.1
1 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ
2 Fundação Oswaldo Cruz, Laboratório de Pesquisa Clínica em DST/Aids
3 Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente
4 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivos: Validar o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) para vigilância da morbidade materna no Brasil nos anos de 2021 e 2022. Métodos: Estudo transversal, de 2021-2022, utilizando-se como referência dados de estudo nacional sobre morbidade materna (MMG) realizado em 50 hospitais públicos e 28 privados; foram comparados frequência, motivo e tipo de saída das internações, segundo SIH/SUS e MMG, e calculadas sensibilidade, especificidade, razão de verossimilhança positiva e negativa para sete diagnósticos e quatro procedimentos. Resultados: Internações identificadas no SIH/SUS (32.212) corresponderam a 95,1% das internações avaliadas no MMG (33.867), tendo-se observado menor registro no SIH/SUS (85,5%) em hospitais privados [10.036 (SIH/SUS); 11.742 (MMG)]; comparado ao MMG, o SIH/SUS apresentou menor proporção de internações por “intercorrências na gestação” (9,7% versus 16,5%), bem como sub-registro de todos os diagnósticos e procedimentos avaliados, exceto “gestação ectópica”. Conclusões: Melhor registro de diagnósticos e procedimentos no SIH/SUS é essencial para sua utilização na vigilância da morbidade materna.
VIGILÂNCIA DE ÓBITOS ASSOCIADOS A COVID-19 NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DE 2020 A 2024
Pôster
Cardoso, B.B.1, Vieira, F.M.S.B.1, Melo, M.F.R.S.1, Penha, A.S.1, Zapata, G.O.G1, Meijinhos, L.S.1, Santos, A.F.1, Tenorio, U.S.1
1 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro
Objetivo: Descrever a vigilância de óbitos associados a COVID-19 no município do Rio de Janeiro de 2020 a 2024.
Métodos: Publicada Resolução Municipal normatizando a vigilância de óbitos (abril/ 2020). Identificados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) óbitos com menção de COVID-19 ou causa básica (CB) Síndrome Respiratória Aguda Grave e Pneumonia viral. Identificados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) casos de COVID-19 com encerramento óbito e óbito por outras causas. Relacionados SIM e SIVEP-Gripe pareando óbitos. Realizada busca no GAL e E-SUS. Realizada qualificação dos registros no SIM e SIVEP-Gripe. Descritos os resultados na base do SIM.
Resultados: Investigados 32.822 óbitos. Destes, 87,4% identificados no SIM e 12,6% no SIVEP-Gripe. Óbitos com CB COVID-19 variaram de 28.902 pré-investigação para 35.586 pós-investigação. Incremento de 23,1%, sendo maior em 2020 (34,7%) e menor em 2023 (5,2%). Confirmação laboratorial foi de 60,5 % (2020) para 100% (2023 e 2024). Principal faixa etária foi de 70 a 74 anos no período e de > 90 anos a partir de 2022. Ocorreram 36,9% dos óbitos na rede privada e 34,3% na rede municipal (34,3%). Doença pelo HIV foi a CB mais frequentemente associada à menção de COVID-19 na DO (33,9%), seguido das neoplasias (13,0%) e causas obstétricas (12,5). Houve registro de comorbidades em 70,4% dos óbitos, sendo elas: Hipertensão arterial (25,8%), Diabetes Mellitus (25,5%), Obesidade (7,6%), Insuficiência renal (4,2%) e DPOC (4,1%).
Conclusão: Resolução Municipal padronizou os procedimentos de investigação que determinaram identificação mais precisa dos óbitos por COVID-19.
VIGILÂNCIA DO ÓBITO FETAL INFANTIL E SUA REPERCUSSÃO NA SAÚDE PÚBLICA
Pôster
Carneiro, S.R.L1, Souza, J.A.N2, Araújo, J.M.A.3, Monte, A.C.P.3, Leite, A.C.3, Britto, A.M.3, Santos, G.M.3, Santos, J.M.3, Souza, K.P.S.2, Andrade, W.S2, Costa, C.E.M.2, Silva, E.P.S.2, Ribeiro, M.F.P.2
1 SES- PE
2 SES-PE
3 SES - PE
Objetivos – análise das principais causas básicas do Óbito Fetal (OF) e Infantil (OI) resultantes das discussões de um Grupo Técnico de óbito (GT) em uma Gerência Regional de Saúde (GERES). Métodos – foram processados em excel os dados das planilhas controle dos GTs (de julho de 2022 a junho 2024). Resultados - ocorreram 188 discussões, sendo excluídos óbitos maternos (12) e sem alterações (55), resultando em 121 discussões, dessas, 88 foram discussões de OF e apenas 33 de OI. Esse baixo número de OI se deu devido à ausência de profissional habilitado na GERES nos anos de 2022 e 2023, já em 2024, das 39 discussões, 32 foram de OI (até junho de 2024) e apenas cinco discussões do óbito fetal. O CID com maior ocorrência foi o P00.0 (37 ou 30,57% - Feto e recém-nascido afetados por transtornos maternos hipertensivos), seguido do A5.2 (17 ou 14,05% Sífilis congênita precoce), e P95 (sete) em 2022, esse não ocorrendo em 2023 nem em 2024. Já O CID P00.1 (Feto e recém-nascido afetados por doenças maternas renais e das vias urinárias) e o CID P70.0 (Síndrome do filho de mãe com diabetes gestacional), apresentaram o mesmo quantitativo cada, 4 ou 5,78%. Conclusões – os CIDs indicam doenças de caráter evitável, como a hipertsão arterial e a sífilis, as discussões na Vigilância do Óbito identificam a causa básica, sendo instrumento relevante para condução de políticas públicas que visem a evitabilidade das doenças e contribuam para a saúde materna, feta e infantil.
VIGILÂNCIA DO ÓBITO HOSPITALAR POR CAUSAS MAL DEFINIDAS NO NORTE DO BRASIL
Pôster
Martins, A.G.1, Feitosa, M.C.2, Souza, A.V.M1, Wanderley, K.B.1, Tavares, F.G.1
1 UFF
2 UFRR
Objetivo: Relatar o processo de vigilância do óbito por causas mal definidas no maior hospital adulto de Roraima.
Método: Trata-se de um relato sobre a implementação da vigilância do óbito por causa mal definida no maior hospital público de Roraima, o qual atende por demanda espontânea e referenciada de média e alta complexidade, onde se registra os maiores percentis de óbitos no estado.
Resultados: A ocorrência de todos os óbitos no referido hospital é notificada ao Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE). O NHE realiza a vigilância de óbitos que engloba a vigilância de óbitos de mulheres em idade fértil, maternos, fetais e implementou, a partir de 2017, a vigilância do óbito com causa mal definida, objetivando qualificar os dados. O processo se inicia quando a equipe é acionada para entrega da declaração de óbito (DO). Nesse momento, investiga-se se foi atribuído ao óbito uma causa mal definida e a investigação é realizada, utilizando os roteiros propostos pelo Ministério da Saúde, com levantamento de informações no prontuário, resultados de exames, entrevista familiar e com médico assistente. Em 2019, analisou-se 222 óbitos com causas mal definidas, já em 2023 esse número caiu para 140, redução de 63,69% atribuída a ampliação de orientação ao corpo clínico através de cartas, palestras e orientações in loco sobre o adequado preenchimento da DO.
Conclusões: A implementação da vigilância dos óbitos por causa mal definida no âmbito hospitalar vem melhorando a qualidade dos dados sobre mortalidade em Roraima.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS ARBOVIROSES ORIENTANDO AÇÕES DE ENFRENTAMENTO EM PERNAMBUCO
Pôster
Bezerra, E. A. D.1, Rio, A. M. D.1, Azevedo, B. A. S.1, Dimech, G. S.1, Pazzola, C. M.1, Ferreira, D. M.1, Silva, E. C.1, Melo, W. T.1, Ferreira, F. M. S.1, Silva, C. M.1, Magalhães, L. M. V.1, Neto, J. H. S.1
1 SES/PE
Objetivando demonstrar como a Vigilância Epidemiológica orientou ações de enfrentamento às arboviroses em Pernambuco, usou-se o relato de experiência para contribuir na construção do conhecimento por intermédio do registro de vivências. Enquanto estado com expressão endêmica para arboviroses, seu enfrentamento necessita de intervenções programadas e forte retaguarda epidemiológica para tomada de decisões. Inicialmente se reformulou o boletim semanal das arboviroses favorecendo um acompanhamento melhor pela sociedade. A iniciativa determinante para mudança no acompanhamento da sazonalidade foi o lançamento precoce do Plano de Enfrentamento das Arboviroses ainda em novembro de 2023, fazendo de Pernambuco o primeiro a lançar estratégia. Partindo dele, uma série de indicadores foi acompanhado de forma preditiva. Assim, decisões como a não declaração de situação de emergência e o reconhecimento do caráter atípico das notificações de dengue, foram frutos desse monitoramento. Isso favoreceu a realização das rodadas de capacitação no manejo clínico, assim como uma mobilização que movimentou o estado por uma semana, envolveu todos os 184 municípios, chegou diretamente a cerca de 1,1 milhão de pessoas e foi chamada de Dia Enfrentamento das Aboviroses nas Escolas de Pernambuco. A interface com Uma Só Saúde deixou o Oropouche no radar da SES de maneira que, ao apresentar seus primeiros casos, foram mobilizadas as ações pertinentes. O resultado da estratégia focada em Vigilância Epidemiológica foi a construção de um panorama ao grau de município das arboviroses, contraponto sobretudo ao tom alarmista motivada pela situação do restante do país. Assim, foi possível tomar decisões de forma exclusivamente técnica no estado.
VIGILÂNCIA LABORATORIAL DA AIDS: O QUE REVELA O LABORATÓRIO DE FRONTEIRA DE TABATINGA-AM
Pôster
Pereira, .A. C.1
1 Lafron
O Brasil assumiu junto ao Programa Conjunto das Nações Unidas HIV/AIDS (UNAIDS) o compromisso de interromper a epidemia de AIDS até 2030. Para interromper a transmissão do vírus é condicional que as pessoas vivendo com HIV (PVHIV) permaneçam com carga viral indetectável, assim, intransmissível (I=I). No Amazonas, o desafio aumenta, devido às condições de acessibilidade aos laboratórios públicos fora da capital, influenciando, consequentemente, no estado de I=I. O Laboratório de Fronteira de Tabatinga (LAFRON) é fundamental para obtenção da condição do I=I por ser o único Laboratório público executante do exame na região do Alto Solimões/AM. Desta forma, questiona-se qual proporção de pessoas vivendo com o vírus com carga viral indetectável nos municípios do Alto Solimões – AM (2021 a 2023).
O objetivo geral é investigar a epidemia de HIV no Alto Solimões/AM, mediante análises dos resultados das cargas virais realizadas no LAFRON (2021 e 2023), tendo como objetivos específicos: 1- Descrever a população vivendo com HIV nos municípios do Alto Solimões/AM atendidos pelo LAFRON Tabatinga. 2- Analisar as frequências das cargas virais; 3-Recomendar ações para fortalecimento da vigilância laboratorial. Metodologia utilizada foi descritiva retrospectiva através dos dados secundários obtidos da plataforma SISCEL sendo analisados com pacotes estatísticos.
Resultados preliminares demonstram execução de 1560 cargas virais de 536 PVHIV; Mediana de idade de 35 anos (Recém-nascido - 91anos), sendo maioria homens (67,54%), cor/raça predominante: pardos (69,21%); indígenas (17,79%), brancos (7,01%) e pretos (1,09%). Tendo atendimento do Laboratório ultrapassa a Região do Alto Solimões com pessoas atendidas de vários estados do país.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM MINAS GERAIS: DISSEMINAÇÃO DE DADOS ABERTOS INTERSETORIAIS
Pôster
Carvalho, A. P. M.1, Rabelo, A. R. M.1, Barros, F. C. R.1, Souza, S. R. S. M.1, Mesquita, T. G.1
1 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG)
A vigilância em saúde abrange a análise de dados e disseminação de informações, direcionada para públicos específicos com a utilização dos meios mais adequados para cada finalidade. Este relato de experiência descreve a divulgação de dados abertos sobre violência contra a mulher, por uma equipe da gestão estadual de saúde de Minas Gerais, com o objetivo de facilitar o acesso às informações aos diferentes segmentos da sociedade. Foram utilizados dados de 2016 a 2022. Os dados de saúde pública foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e os dados de segurança pública foram extraídos do Registro de Evento de Defesa Social. As estratégias de divulgação compreenderam a elaboração de dashboard e a disponibilização dos dados em formatos legíveis por máquina. O dashboard “Olhares sobre a violência contra as mulheres” foi estruturado em 19 páginas, com informações sobre características das mulheres vítimas de violência. Em cada página é possível selecionar os dados por município e ano, o que contribui para o conhecimento sobre a violência de cada território. Além disso, também está disponível a interpretação dos dados apresentados, como forma de facilitar a compreensão pela sociedade civil. No portal de dados abertos do estado de Minas Gerais, os dados e respectivos metadados foram disponibilizados em formatos estruturados e legíveis por softwares, contribuindo para ampliar o acesso e a utilização por cientistas de dados e pela comunidade acadêmica. A utilização de estratégias complementares de disponibilização de dados potencializa a visibilidade aos problemas sociais, como a violência contra a mulher.
VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO EM MINAS GERAIS, 2019-2023
Pôster
Tourinho, B. D.1, Rezende, B. E.1, Rodrigues, G.C.1
1 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
Objetivos: Descrever os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causados pelo vírus sincicial respiratório (VSR) notificados em Minas Gerais no período de 2019 a 2023 considerando tempo, pessoa e lugar. Métodos: Estudo descritivo do tipo coorte de casos de SRAG/VSR detectados por Reação de Cadeia de Polimerase por Transcriptase Reversa (RT-PCR), segundo variáveis sociodemográficas, clínicas e laboratoriais. Dados foram obtidos dos sistemas Sivep-Gripe e Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) utilizando o pacote estatístico Epi-Info e planilha eletrônica Excell. Dados foram avaliados com medidas de frequência, tendência central e dispersão. O risco para óbito foi calculado pelo teste qui-quadrado, com intervalo de confiança (IC) de 95% e nível de significância de 0,05 (p<0,05). Resultados: 3.096 casos de SRAG/VSR foram notificados, com idade inferior a dois anos (n=2.366; 76,4%), raça parda (n=1.780; 57,5%) e sexo masculino (n=1.648; 53,2%). Tosse (n= 2.815; 90,9%) e dispneia (n=2.431; 78,5%) foram sintomas mais frequentes; e entre as comorbidades (n=598; 19,3%), destaca-se a cardiopatia (n=222; 37,1%) e a asma (n=137; 22,9%). A assistência ocorreu nas macrorregiões centro (n=1.971, 63,7%) e leste (n=328, 10,6%) e as internações em unidade de terapia intensiva (UTI) (n=1.075; 34,7%) ocorrem principalmente em menores de 2 anos (n=881; 82%). A cura ocorreu em 94,7% dos casos (n=2.993) e o risco para óbito em UTI foi de 2,68 vezes em relação aos não internados em UTI (RR= 2,69, IC:2,03-5,13). Conclusões: Casos de SRAG/VSR são frequentes na população pediátrica e esforços relacionados à alocação de leitos, manejo clínico e vigilância devem ser priorizados.
IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE ATENDIMENTO À PARTURIENTE COM HIV E RECÉM-NATO EXPOSTO AO HIV
Pôster
Azevedo, M.A.J1, Sento Sé, C.C.1, Abreu, J.A.R1
1 Hospital Maternidade Carmela Dutra / SMS-RJ
Objetivo: relatar a experiência do processo de implantação do protocolo de atendimento à parturiente com HIV e recém-nato exposto ao HIV em uma maternidade pública do município do Rio de Janeiro (MRJ). Método: Trata-se de estudo descritivo, de relato de experiência, por meio da descrição das fases do processo de implantação do protocolo de atendimento à parturiente com HIV e recém-nato exposto ao HIV em uma maternidade pública do MRJ, ocorrido no período de 2021 a 2023. Resultados: O processo de implantação passou pelas seguintes etapas: elaboração de planilha eletrônica de acompanhamento dos casos atendidos na maternidade, com atuação conjunta dos Núcleos de Vigilância Epidemiológica e Hospitalar e Segurança do Paciente; levantamento das fragilidades do processo de cuidado ao binômio na maternidade, a partir da avaliação de todos os casos atendidos nos anos de 2021 e 2022; elaboração e apresentação do protocolo institucional de acordo com as recomendações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do HIV do Ministério da Saúde; reunião com a gestão e lideranças da maternidade para definição de estratégias multiprofissionais para redução das fragilidades encontradas; criação de grupo de alerta institucional como forma de comunicação efetiva entre lideranças e serviços; treinamento de médicos e enfermeiros para realização de teste rápido de HIV em parturientes; início e aplicabilidade da testagem; acompanhamento e divulgação dos resultados, com avaliação contínua do processo de cuidado. Conclusão: A padronização por protocolos é uma etapa importante para qualificação do cuidado, porém há desafios estruturais para sua implementação efetiva.
REPERCUSSÕES DO DIAGNÓSTICO TARDIO DA HANSENÍASE
Pôster
Teixeira, L.M.C.1, Tavares, J.N.1, Rodrigues, R.P.1, Lima, M.A.1, Oliveira, C.M.2
1 Faculdade de Medicina de Olinda - Olinda-PE
2 Secretaria de Saúde do Recife - Recife-PE
Objetivos: Descrever as repercussões do diagnóstico tardio na qualidade de vida dos pacientes com hanseníase. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, de corte transversal, realizado com os dados de todas as notificações de hanseníase de residentes em Pernambuco, ocorridos no período de 2018 a 2022. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação disponibilizados no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, avaliados por estatísticas descritivas, frequência absoluta, relativa e taxa de prevalência. Resultados: Registraram-se 13.094 casos de hanseníase no período, sendo que os anos de 2018 e 2019 abrangeram metade dos episódios (48,8%), com redução em 2020. A maior prevalência ocorreu em 2019 com 3,5 casos por 10.000 habitantes, e a menor em 2020 com 2,2. A forma dimorfa predominou, variando de 1,6 casos por 10.000 habitantes em 2019 para 1,0 em 2020 e 2021, enquanto a tuberculoide apresentou as menores taxas de prevalência, variando de 0,4 nos dois primeiros anos para 0,2 nos demais anos. Em 77,3% dos casos identificou-se formas multibacilares, cerca de 30,3% manifestaram mais de cinco lesões e 75,9% foram de casos novos. O grau 1 de incapacidade afetou 20,7% dos casos notificados e 8,1% o grau 2. A variável reação hansênica não foi preenchida em mais de 40% das notificações. Conclusão: O diagnóstico da hanseníase em tempo oportuno minora os impactos negativos da doença, advindos da sobrecarga do sistema de saúde associado ao despreparo dos profissionais acerca dessa enfermidade.
DESCRIÇÃO DE INDICADORES DE SAÚDE PACTUADOS NO RIO GRANDE DO SUL EM 2022-2023
Pôster
Bortolotto, C.C.1, da Silva, M.C.B1, Gueterres, E.C.2, de Souza, S.1, Andriotti, M.G.C.1, Fischer, C.A.1, Nunes, P.S.1, Gomes, I.S.3, Merlo, L.S.4
1 Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul
2 Organização Pan-Americana da Saúde
3 Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Objetivo: Descrever os indicadores de saúde pactuados no estado do Rio Grande do Sul (RS) que não atingiram as metas propostas e pioraram entre 2022 e 2023.
Métodos: Análise transversal e descritiva de 5 indicadores de saúde pactuados coletivamente entre estado e municípios, que não atingiram a meta proposta e apresentaram pior desempenho entre 2022-2023.
Resultados: Dos 20 indicadores pactuados em 2022-2023, observou-se que 11 (55%) atingiram a meta pretendida. Dentre os 9 que não atingiram a meta, mais da metade (n=5) apresentaram pior desempenho ao comparar os anos de 2022 e 2023. A Razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em mulheres de 50 a 69 anos reduziu de 0,31 para 0,26; o Índice de infestação predial pelo Aedes Aegypti que estava 1,1 em 2022 aumentou para 1,2 em 2023; o Índice de internações por Transtorno Mental e Comportamental passou de 291 para 292,16; o Percentual de excesso de peso na população adulta do RS aumentou de 14% para 14,16% e a realização das cinco coletas de amostras por semana com RT-PCR, realizado nos casos de Síndrome Gripal (SG) atendidos em cada unidade sentinela (US), reduziu de 3640 para 2962. Conclusão: A análise dos indicadores de saúde 2022-2023 revela que 25% deles não atingiram as metas estabelecidas e apresentaram piora em seus resultados. Esses indicadores demandam atenção especial do estado, pois sinalizam áreas críticas do sistema de saúde que podem estar comprometidas. É fundamental que sejam avaliados individualmente para identificar as causas específicas dos resultados.
DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS NA ATIVIDADE FÍSICA DE LAZER EM NÍVEL GLOBAL
Pôster
Crochemore-Silva, I.1, Botelho, V. H.2, Ricardo, L. I. C.3, Wendt, A.4
1 Universidade Federal de Pelotas, Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia e Programa de Pós-Graduação em Educação Física
2 Universidade Federal de Pelotas, Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
3 Medical Research Council - Epidemiology Unit, University of Cambridge
4 Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Programa de Pós-graduação em Tecnologia da Saúde
Objetivos: Descrever as desigualdades socioeconômicas de atividade física de lazer (AFL) entre e dentro dos países.
Métodos: Foram utilizados dados do sistema de vigilância da Organização Mundial da Saúde (OMS) (STEPwise approach). A proporção de pessoas atingindo as recomendações de atividade física da OMS considerando o lazer foi obtida a partir do Questionário Global de Atividade Física (GPAQ). Nível socioeconômico foi estimado a partir da escolaridade, classificada de forma harmonizada entre os países como nenhuma, primária, secundária ou superior. Índica angular de desigualdade (Slope Index of Inequality - SII) foi calculado como medida sumária de desigualdade.
Resultados: No total, 68 países foram analisados (9 países de renda alta, 16 média-alta, 28 média-baixa e 15 países de renda baixa). A desigualdade na prevalência de AFL foi consistentemente identificada em todos os grupos de renda do Banco Mundial, sendo aproximadamente 20 pontos percentuais menor entre aqueles com os mais baixos níveis educacionais. Entretando, comparando a prevalência do grupo com menor nível de educação de país de renda baixa com o maior grupo de educação de país de renda alta, a diferença absoluta chega a 35 pontos percentuais. Em termos de desigualdade dentro dos países, Afeganistão (2018), Equador (2018), Malawi (2017) Vanuatu (2011) apresentaram a maior desigualdade (aproximadamente 40 pontos percentuais).
Conclusões: Desigualdades socioeconômicas na prática de AFL são marcantes em todas as categorias de renda do Banco Mundial. Políticas públicas específicas aos domínios e com lentes de equidade são urgentes para promoção de atividade física em nível nacional e global.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ÓBITOS MATERNOS EM UMA MICRORREGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA
Pôster
Barbosa,H.L1, Freitas, K.S2, Bezerra, J.J2, Wrasse, M.L1, Santos, E.G1, Jesus, A.P.S2
1 NRS/CL
2 UEFS
Objetivo: Este estudo investigou os óbitos maternos na microrregião de Saúde da Bahia entre 2020 e 2022, analisando faixa etária, ano do óbito, raça/cor das mulheres e locais dos óbitos. Método:Utilizou-se a plataforma DATASUS para coletar dados sobre frequência desses eventos, considerando o município de residência. Resultados: Em relação aos óbitos maternos por Região de Saúde (CIR) e Ano do Óbito, 20,83% ocorreram em 2020, 62,50% em 2021 e 16,67% em 2022. Houve uma variação significativa, com aumento em 2021 seguido de redução em 2022, indicando possíveis influências de fatores sazonais, políticas de saúde ou outras variáveis.Quanto aos locais de ocorrência, 87,5% dos óbitos maternos ocorreram em hospitais, enquanto domicílio e outros locais representaram 4,16% cada. A maioria das gestantes estava recebendo cuidados médicos durante o parto ou complicações relacionadas à gravidez, mas é essencial investigar mais a fundo as circunstâncias desses óbitos hospitalares para identificar possíveis lacunas nos serviços de saúde. A distribuição dos óbitos por cor/raça mostrou uma disparidade significativa: 62,5% das mulheres eram pardas, 20,84% eram pretas e 8,33% eram brancas. Essa discrepância levanta questões sobre equidade no acesso aos cuidados de saúde materna e a necessidade de abordar disparidades raciais nos sistemas de saúde. Conclusões: A alta incidência de óbitos maternos em 2021 e a predominância de óbitos em mulheres pardas indicam a necessidade de melhorias nas políticas de saúde pública, especialmente no pré-natal e no tratamento hospitalar. O estudo destaca a importância de abordar disparidades raciais e melhorar os cuidados para reduzir a mortalidade materna
ÓBITOS NEONATAIS EM HOPITAL DE REFERÊNCIA: PERFIL MATERNO E NEONATAL
Pôster
Cruz, E.R.C.1, Moura, S.R.S.1, Silveira, S.M.M.1, Oliveira, M.M.M.R.1, Souza, S.R.S.1, Lima, A.M.1
1 IMIP
A mortalidade neonatal no Brasil é um indicador sensível para o desenvolvimento e melhoria da saúde pública. Sendo a Região Nordeste, a que apresenta maior concentração de óbitos infantis e neonatais. O óbito neonatal é aquele que ocorre antes do 28º dia de vida do recém nascido e sua ocorrência tem grande influência dos determinantes sociais maternos e assistência materna durante o pré-natal e parto. OBJETIVO: Descrever o perfil clínico epidemiológico dos óbitos neonatais em um hospital de referência na assistência neonatal da região norte-nordeste do Brasil. MÉTODO: Trata-se de um estudo de corte transversal descritivo e exploratório, utilizando os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, alimentado pelas Declarações de Óbito dos anos de 2018 a 2022 e instalado na Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - IMIP. RESULTADOS: Foram identificados 1.117 óbitos neonatais no período do estudo, o que representa um coeficiente de mortalidade neonatal de 48,9 por mil nascidos vivos. Predominando os neonatos < 7 dias de vida (69,7%), com peso adequado (38,2%), oriundos de gestações únicas (89,2%) e com idade gestacional entre 22 e 36 semanas (57,1%). E as principais causas de óbito estão relacionadas aos capítulos XVII e XVI da CID-10, 54,6% e 42,8% respectivamente. CONCLUSÃO: Os dados encontrados em nosso estudo corroboram com a literatura, quando equiparados à instituições de alta complexidade. Conclusão: As principais causas de óbito estão relacionadas a malformações e afecções originadas na gestação, enfatizando a importância da realização oportuna e adequada do pré-natal.
CASO DE RAIVA HUMANA EM ANGRA DOS REIS (RJ) - RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Sanches, P. B. D.1, Assis, C. H. C.1, Costa, L. O. C.1, Almeida, P. M.1, Dias, C. M. G.1
1 SES-RJ
Objetivos: Relatar o caso de um paciente adolescente infectado pelo vírus rábico após a ocorrência de acidente por mordedura de quiróptero (morcego) em 2020 no município de Angra dos Reis- Rio de Janeiro.
Métodos: As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, pareceres clínicos, entrevista com os familiares e equipe de vigilância epidemiológica municipal.
Resultados: A história clínica de mordedura por animal silvestre (morcego), associada a sintomas sugestivos (paresia de membro inferior e febre), e a profilaxia antirrábica inadequada, levantaram a suspeita de Raiva Humana. O quadro clínico do paciente iniciou-se 26 dias posteriores ao acidente e após 2 semanas do início dos sintomas foi internado com piora do estado geral. Necessitou de transferência para UTI de hospital de referência e iniciado Protocolo de Recife. Passados 18 dias sem melhoras, evoluiu a óbito.
Conclusões: O caso relatado traz à luz a importância da realização da profilaxia pós-exposição com o uso de vacina e soro antirrábico, quando indicados e em tempo oportuno. Além da importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado são condutas que permitem um melhor prognóstico da doença.