Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - 1. Doenças cardiovasculares
ASSOCIAÇÕES ENTRE AMBIENTES SOCIAL E CONSTRUÍDO E MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Pôster
Oliveira D.C.R.S.1, Bilal U2, Gouveia3, Oliveira L.T.4, Miranda J.5, Kroker-Lobos M.F.6, Ramírez-Zea M.6, Alfaro T.7, Nazzal C.7, Tumas N.8, Caiaffa W.T.4, Yamada G.2, Cardoso L.O.1
1 FIOCRUZ
2 Drexel University
3 Universidade de São Paulo
4 Universidade Federal de Minas Gerais
5 Universidad Peruana Cayetano Heredia
6 INCAP Research Center for the Prevention of Chronic Diseases
7 Universidade del Chile
8 Universidad Nacional de Córdoba
Objetivos: Descrever a variabilidade na mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV) em cidades e países latino-americanos e investigar sua associação com características do ambiente social e construído.
Método: Utilizamos dados do projeto SALURBAL (Saúde Urbana na América Latina) sobre ambiente urbano e mortalidade por DCV em 342 cidades latino-americanas, 1.252 unidades submunicipais, em 9 países (Panamá, Chile, Argentina, Costa Rica, México, Brasil, Colômbia, El Salvador e Guatemala). A mortalidade foi obtida a partir de estatísticas vitais nacionais e os denominadores populacionais pelos censos nacionais. O ambiente social foi mensurado pela escolaridade. Para o ambiente construído, usamos indicadores de forma urbana, paisagem, design de ruas, transporte e áreas verdes. Aplicamos modelos multiníveis binomiais negativos com interceptos aleatórios para unidades submunicipais aninhadas dentro de cidades para estimar as associações de caracterisitcas urbanas com a mortalidade por DCV, ajustadas por idade e sexo em cada país.
Resultados: Observamos taxas de mortalidade heterogêneas entre sub-cidades dentro e entre países da América Latina. Estimamos menor mortalidade por DCV em sub-cidades com maior nível educacional (RR: 0.95, IC: 0.94-0.96) e em cidades com maior fragmentação da paisagem (RR: 0.97, IC: 0.95-0.99). Observamos maior mortalidade por DCV em sub-cidades com maior conectividade das ruas (RR: 1.02, IC: 1.01-1.04). No entanto, áreas verdes, densidade populacional e infraestrutura de transporte coletivo não mostraram associações claras com a mortalidade por DCV.
Conclusão: Desigualdades urbanas e sociais impactam a saúde cardiovascular, identificando características urbanas que poderiam ser modificadas por políticas de saúde urbana para reduzir disparidades na mortalidade por DCV.
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS MAIS PREVALENTES EM HAITIANOS
Pôster
Lexius, O.1, Ribeiro, M. N. S.2, Diniz, C. X.2, Santo, F. H. E.3
1 UFBA
2 UEA
3 UFF
Introdução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são atualmente as principais causas de morte no mundo, reduzindo a esperança de vida. Objetivo: Identificar as Doenças Crônicas Não Transmissíveis mais prevalentes nos haitianos que vivem no Haiti e no mundo, no intuito de construir uma tecnologia educacional e social na língua crioula com orientações para prevenção e autocuidado para DCNT. Metodo: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura realizada nos meses Maio-julho de 2022 com estudos publicados de 2017 a 2022 nas bases de dados Medical Literature Analyses and Retrieval System (MEDLINE) por meio do portal PubMed da National Library of Medicine, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Banco de Dados em Enfermagem (BDENF) e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). Resultados: Foram encontrados 1000 artigos, e após a análise, 25 foram selecionados. As DCNT mais prevalentes em haitianos residentes no país ou migrante foram: Hipertensão Arterial, Diabetes, Cânceres e Transtornos Psicológicos. Escassos estudos foram encontrados sobre câncer de mama, colo do útero, próstata, porém, mostraram uma alta prevalência nas amostras utilizadas e foram diagnosticados na fase avançada. Conclusões: Os resultados mostraram que as DCNT e seus fatores de risco continuam sendo um grande problema saúde pública, causando grandes impactos nos haitianos independentemente do país residente, revelando piores resultados em idades precoces e com diagnóstico tardio. Com relação ao atendimento de imigrantes haitianos por profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, é necessária uma maior sensibilidade às diferenças culturais durante a avaliação dos pacientes quanto a necessidades especiais.
IMPACTO DA COVID-19 NAS PARADAS CARDIORRESPIRATÓRIAS NA BAHIA ENTRE 2019 E MAIO DE 2023
Pôster
Anjos, K. C.1
1 UFRB
Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise epidemiológica do impacto da pandemia da COVID-19 na incidência de Paradas Cardiorrespiratórias no estado da Bahia entre o anterior a notificação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil e mês em que foi decretado o fim da pandemia da COVID-19 pela OMS. Para tanto foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, transversal e quantitativo, desenvolvido a partir de dados secundários do DATASUS. A pesquisa mostrou que houve um aumento de aproximadamente 314% de internações decorrentes do tratamento de parada cardíaca com ressuscitação em outubro de 2021, com 29 casos. Foi analisado, também, as internações por doenças cardíacas que são fatores de risco para uma parada cardiorrespiratória, sendo estas a insuficiência cardíaca, o infarto agudo do miocárdio e os transtornos de condução e arritmias cardíacas. Em comparação ao mesmo período do ano anterior foi registrado aumento de aproximadamente 12% nas internações por insuficiência cardíaca em setembro de 2021, com 1221 casos, nas internações por infarto agudo do miocárdio houve um aumento de aproximadamente 23% em agosto de 2021, com 697 casos e nas internações por transtornos de condução e arritmias cardíacas houve um aumento de aproximadamente 16% em novembro de 2021, com 319 casos. Dessa forma, foi observado a prevalência do aumento de casos no ano de 2021, ano em que houve o pico de notificações de casos e óbitos decorrentes da COVID-19 na Bahia, com 777,46K casos e 18,38K óbitos.
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 SOBRE A MORTALIDADE CARDIOVASCULAR NO BRASIL, 2000-2022
Pôster
Leite, C. E. A.1, Sobral, A.1, Guimarães, R. M.1
1 Fiocruz
Objetivo: Analisar o impacto da pandemia de COVID-19 sobre a mortalidade por doença cardiovascular (DCV) no Brasil, Regiões e estados. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais das taxas de mortalidade por DCV ajustada pela idade por 100 mil habitantes. Foram empregados modelos de regressão por pontos de inflexão (joinpoint) para o período de 2000 a 2022, utilizando dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram calculadas a variação percentual anual (VPA) e a variação percentual média anual (VPMA) com p-valor <0,05. Resultados: A mortalidade por DCV foi mais predominante entre homens (52,5%), indivíduos raça/cor branca (54,3%) e pessoas casadas (38,4%). O infarto agudo do miocárdio foi a principal causa de mortalidade (24,5%). Entre 2000 e 2022, houve tendência decrescente na mortalidade por DCV no Brasil [VPMA -1,4 (IC95%= -1,5; -1,2)], Sul [VPMA -2,4 (IC95%= -2,7; -2,2)], Sudeste [VPMA -2,0 (IC95%= -2,7; -1,3)] e Centro-Oeste [VPMA -1,7 (IC95%= -1,9; -1,5)]. Quase todas as unidades apresentaram um desempenho inferior na redução da taxa de mortalidade por DCV entre homens com taxas mais elevadas. Os maiores declínios foram observados nas faixas etárias de 50 a 69 anos. Entre 2020 e 2022, houve uma mudança na tendência no Brasil [VPA: 2,1 (IC95% = -0,3; 3,9)] e em alguns estados, indicando coeficientes positivos contrários aos valores dos períodos prévios. Conclusões: A mortalidade por DCV no Brasil apresentou tendência decrescente, mas com diferenças regionais e entre estados importantes afetando principalmente homens e com alterações nos coeficientes indicando impacto da pandemia de COVID-19 entre 2020 e 2022.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO MUNICIPIO DE JEQUIÉ-BA
Pôster
SILVA, A. T. P. S.1, NERY, A. A.1, CAIRES, E. S.1, ALMEIDA, P. S.1, COSTA, M. O.1, SANTANA, K. D.1, SANTANA, F. G. R.1, FILADELFO, S. R.1
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Objetivo: analisar o perfil epidemiológico das doenças cardiovasculares no município de Jequié-BA. Métodos: A pesquisa consiste em um estudo descritivo, retrospectivo, a partir da utilização de dados do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados coletados foram sobre sexo, faixa etária, internação e óbito por sexo de doenças cardiovasculares, no período de janeiro de 2022 a março de 2024. Resultados: foram registrados 650 casos de internação por doenças cardiovasculares no DATASUS. Observou-se uma predominância do sexo masculino, com 366 casos (56,3%), seguido pelo sexo feminino, com 284 casos (43,7%). Em relação à distribuição por faixa etária, foram registrados 4 casos no grupo de 15 a 19 anos (0,6%), 5 casos de 20 a 29 anos (0,8%), 24 casos de 30 a 39 anos (3,7%), 57 casos de 40 a 49 anos (8,8%) e 100 casos de 50 a 59 anos (15,4%), a faixa etária de 60 anos ou mais representou 460 casos (70,7%). No que se refere aos óbitos, ocorreram 125, sendo 70 (56,0%) em indivíduos do sexo masculino e 55 (44,0%) no sexo feminino. Conclusões: Os dados do DATASUS indicam predominância de internações por doenças cardiovasculares em indivíduos com 60 anos ou mais. A mortalidade é maior entre os homens. Esses achados destacam a necessidade de focar em estratégias de prevenção e intervenção direcionadas principalmente aos grupos mais afetados, particularmente os homens e os idosos.
PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS
Pôster
Silva, M.E.G.1, Lisboa, G.J.1, Silva, M.L.B.M.2, Mulder, A.R.P.1
1 UERJ
2 UFRJ
Objetivo: Avaliar o risco cardiovascular (RCV), através da determinação da prevalência de Síndrome Metabólica (SM) e seus critérios diagnósticos, de mulheres adultas com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). Métodos: Estudo transversal realizado numa amostra de conveniência de mulheres com SOP (n = 29), na cidade do Rio de Janeiro. A SM foi definida de acordo com os critérios diagnósticos da International Diabetes Federation, que incluem valores elevados para circunferência da cintura (CC) e dois ou mais dos seguintes: glicemia em jejum (GJ), triglicerídeos (TG) e pressão arterial (PA), e baixa lipoproteína de alta densidade (HDL). Os dados foram analisados por frequência. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto, nº: 60519722.5.0000.5259. Resultados: A prevalência de SM, foi de 24,1% em mulheres com SOP, na faixa etária de 18-40 anos. A presença de 2 componentes foi verificada em 24,1%. Ainda, a partir da avaliação individual dos critérios diagnósticos, observou-se: CC ≥80 cm em 65,5%, GJ ≥100 mg/dl em 27,6%, TG ≥150 mg/dl em 24,1%, HDL <50 mg/dl em 27,6% e PA ≥130/85 mmHg em 17,2%. Apenas 20,7% não apresentaram nenhum critério. Conclusão: Foi verificada elevada prevalência de SM em mulheres com SOP, e de pelo menos 1 critério, sendo a circunferência da cintura o mais prevalente. Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de abordar acerca do RCV em mulheres com SOP e desenvolver medidas de prevenção, de forma multidisciplinar.
A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FATOR PREDITOR PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL NUMA COMUNIDADE CAIÇARA.
Pôster
Miranda, F.M.D1, Birolo, F.B.1, Paes, R.G.1, Ferreira, S.I.R.1, Cirino, E.C.B1, Petters, B.1
1 UFPR
Sensibilizar a população sobre a hipertensão arterial sistêmica e hábitos alimentares saudáveis. Método: Relato de experiência sobre ação em saúde com usuários vinculados à unidade de saúde da família em Guaraqueçaba - Paraná. O município possui 7380 habitantes e estima-se que 20% da população adulta seja portadora deste agravo. O índice de Desenvolvimento Humano de 0,587 está abaixo do nacional e do Estado, o que amplifica necessidades importantes de educação e saúde. O acesso ao município depende de condições climáticas favoráveis para travessia marítima. Foram realizadas 3 ações em 2023 e 2 ações em 2024, no qual foram abordados temas referentes a doenças crônicas não transmissíveis. Para a hipertensão arterial foi realizada uma capacitação em 2 etapas: 1- realizou-se uma apresentação expositiva dialogada para desmistificar e compreender aspectos importantes relacionados à hipertensão arterial e 2 - em formato de jogo, os participantes tiveram a oportunidade de montar pratos com alimentos do cotidiano com imagens que apresentavam alimentos positivos e negativos para o portador de hipertensão arterial. Em seguida, os pratos foram discutidos em grupo. Resultados: A intervenção permitiu que os usuários compreendessem o que é a doença crônica e seu papel na coparticipação do cuidado, a partir de hábitos saudáveis. Houve o monitoramento dos hipertensos pelos enfermeiros locais para verificar mudanças de hábitos alimentares. Conclusão: A ênfase nos hábitos alimentares contribui para um melhor manejo da hipertensão arterial resultando no empoderamento e responsabilidade do paciente no processo terapêutico. Para que indicadores de comorbidades reduzam faz-se necessário investir em educação em saúde.
ADOLESCENTES COM OBESIDADE APRESENTAM MAIOR RISCO ATEROGÊNICO COMPARADOS AOS EUTRÓFICOS
Pôster
Ricarte, J.R.O1, Martins, X.M.X1, Nogueira, M.D.A1, Lourenço, E. W.R1, Maia, C.S.C1
1 UECE
Objetivo: Avaliar o risco aterogênico entre adolescentes com obesidade comparados a um grupo de adolescentes eutróficos.
Métodos: Estudo transversal de base escolar que utilizou dados de dois estudos com adolescentes entre 10 e 17 anos da mesma população. Foram utilizados dados bioquímicos lipídicos para o cálculo dos seguintes índices aterogênicos: razão triglicerídeos (TG)/HDL-c; índices de Castelli-I (IC-I) (colesterol total/HDL-c) e II (IC-II) (LDL-c/HDL-c) e coeficiente aterogênico (Não-HDL-c/HDL-c). Para verificar a associação entre os índices aterogênicos (desfechos) e a variável de exposição (adolescentes com obesidade vs. eutróficos) foi realizada uma regressão linear múltipla ajustada por sexo e idade. Foi adotado o nível de significância de 5% (p˂0,05). A análise estatística foi realizada no programa SPSS versão 22.
Resultados: Foram avaliados 142 adolescentes com obesidade e 588 eutróficos. A regressão linear mostrou que a presença de obesidade foi positivamente associada à razão TG/HDL-c (β: 0,16; IC 95% 0,12-0,21), ao IC-I (β: 0,05; IC 95% 0,04-0,07), ao IC-II (β: 0,06; IC 95% 0,03-0,09) e ao CA (β: 0,07; IC 95% 0,05-0,10), independente do sexo e idade.
Conclusões: O risco aterogênico é maior em adolescentes que possuem obesidade em relação aos eutróficos.
ANÁLISE DA MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UMA REGIÃO DE ALTA VULNERABILIDADE
Pôster
da SILVA, I. R.1, MACEDO JR, H.2, Pimentel, R.M.M.3, SOUZA, E.F.S.4, ABREU, L.C5, GUERRIERO, I.C.Z.6
1 FUABC
2 FUABC - FMABC
3 USCS
4 FSP -USP
5 UFES
6 USP
Objetivo: Identificar a tendência temporal da mortalidade por doença cardiovascular em mulheres residentes em uma região da zona leste do Município de São Paulo. Método: Trata-se de um estudo descritivo sobre perfil de mortalidade por doenças cardiovasculares em uma região da zona leste de São Paulo; no período de 2007 a 2017. Resultados: As doenças cardiovasculares foram responsáveis por 7.775 óbitos (36,8%) do total de óbitos da região, apresentaram as maiores taxas em relação ao município e estado de São Paulo, todos os anos da série. A mortalidade proporcional por DCVs apresentou valores maiores para o sexo feminino, 38,5; porém, a taxa de mortalidade foi maior para o sexo masculino, sendo 368,95/100.000 habitantes, contra 295,26/100.000 habitantes para o sexo feminino. A análise por faixa etária demonstrou aumento progressivo da mortalidade a partir dos 40 anos, com os maiores valores para 70 anos e mais. A região apresentou as maiores taxas de mortalidade padronizada por idade, 435, 06/100.000 habitantes; acompanhou a tendência de redução do Município e Estado de São Paulo; porém observou-se desigualdade na redução entre os sexos. A redução média da região foi de -6,41 (IC95%: -9,70; -3,12 p= 0,002) com expressividade para o sexo masculino -12,63 (IC95%: -17,00; -8,26 p<0,001). Conclusão: A região de São Mateus apresenta maior risco de morte por DCVs para mulheres e homens, em todas as faixas etárias. A tendência de redução é decrescente, porém não homogênea para sexo e faixa etária. Sendo maior a redução no sexo masculino.
ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS E ÍNDICES ATEROGÊNICOS: UM ESTUDO DE BASE ESCOLAR
Pôster
Martins, G.S.1, Nogueira, M. D. A.1, Valentim, A. B.1, Maia, C. S. C.1
1 UECE
Objetivos: Avaliar associação entre índices antropométricos e índices aterogênicos em adolescentes.
Métodos: Estudo transversal de base escolar realizado com 828 adolescentes (10 a 17 anos) da cidade de Fortaleza-Ce. Foram calculados os índices antropométricos: Body Roundness Index (BRI), que utiliza a estatura e a circunferência da cintura (CC); A Body Shape Index (ABSI), que considera a CC, o IMC e a estatura; e o Índice de Conicidade (IC), que emprega CC, peso e estatura. Também foram calculados o índice aterogênico do plasma (IAP) pela fórmula: log10(TG/HDL-c); e o coeficiente aterogênico (CA) pela fórmula: Não-HDL-c/HDL-c. Para verificar a associação entre o IAP e CA e cada variável de exposição (BRI, ABSI e IC) foi realizada uma regressão linear múltipla ajustada por sexo e idade.
Resultados: O IAP foi associado ao BRI (β:0,059; IC95% 0,044-0,074) e IC (β:0,550; IC95% 0,314-0,786). O CA também foi associado ao BRI (β:0,035; IC95% 0,025-0,045) e IC (β:0,314; IC95% 0,158-0,470). Não foram encontradas associações entre ABSI e os índices aterogênicos avaliados.
Conclusões: Os índices antropométricos BRI e IC foram associados positivamente ao risco aterogênico pelo IAP e CA em adolescentes.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E SOCIODEMOGRÁFICAS DO AVC: ESTUDO ECOLÓGICO DE 2013 A 2023
Pôster
Sousa, L. V. A1, Pontim, N. S.1, Alcantara, S. S. A.1, Nascimento, V. B.1, Maia, L. C. P.2, Fonseca, F. L. A.1, Paiva, L. S. P.1
1 FMABC
2 USCS
Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior causa de morte e a terceira principal causa de incapacidade física no mundo, com altos índices de mortalidade e morbidade. No entanto, observou-se uma redução na mortalidade nas últimas décadas. Objetivo: Investigar a evolução temporal e os fatores influentes na mortalidade associada ao AVC nas regiões do Grande ABC, em São Paulo, abrangendo Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Método: Realizou-se um estudo ecológico utilizando dados de 2013 a 2023, coletados junto ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil, através do SIM/DATASUS. A análise de regressão linear estimou a tendência temporal da mortalidade relacionada ao AVC, considerando faixas etárias, gênero, escolaridade e IDH. O nível de confiança adotado foi de 95%. Resultados: O estudo analisou um total de 23.042 internações por AVC, com 12.258 casos em homens e 10.784 em mulheres. A variação percentual anual mostrou uma tendência mais pronunciada no sexo masculino (VPA = 39,82%, p = 0,008) em comparação com o feminino (VPA = 36,72%, p = 0,002). Observou-se um aumento nas admissões hospitalares em São Bernardo do Campo e Santo André. A taxa de mortalidade por AVC aumentou em Diadema e Ribeirão Pires para mulheres e reduziu progressivamente em Mauá, Rio Grande da Serra, São Caetano do Sul, Santo André e São Bernardo para ambos os sexos. Conclusão: O estudo revela disparidades na variação temporal da mortalidade entre sexos e municípios, indicando a necessidade de intervenções específicas.
COMPARAÇÃO ENTRE FERRAMENTAS DE PREDIÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
RODRIGUES, L.L.G.S.1, MAZZETI, C.M.S.1, SILVA, A.J.2, SOARES, L.T.L.2, RAFACHO, B.P.M.1
1 UFMS
2 Uniderp
Objetivo(s): avaliar o risco cardiovascular (RCV) por diferentes ferramentas em usuários da Atenção Primária à Saúde em Campo Grande-MS. Métodos: Pesquisa transversal, com coleta de dados primários, realizada em unidades de saúde no município de Campo Grande-MS com adultos acima de 20 anos sobre questões sociodemográficas, condições crônicas, medidas antropométricas, escala de Framinghan, calculadora HEARTS, hábitos de vida e exames bioquímicos. A análise dos dados foi conduzida por meio de medidas de frequência, tendência central, dispersão, sensibilidade, especificidade pelo Stata 17.0®. Estudo aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da UFMS (6.229.734). Resultados: Foram estudadas 383 pessoas com mediana de idade de 58 anos, 63,7% do sexo feminino, IMC médio de 29,9kg/m², pressão média de 128/74 mmHg, 14,34% tabagistas, 23,45% com diabetes tipo 2 e 51,9% não realizavam atividade física regularmente. Pela escala de Framinghan, 65,0% da amostra possuía RCV baixo, já a escala de HEARTS (colesterol) e HEARTS (IMC) indicaram 33,16% e 39,16%. Na comparação dos três diagnósticos no mesmo indivíduo, estes são diferentes (p<0,001). Quando comparamos HEARTS IMC e colesterol contra escala de Framinghan, obtemos sensibilidade e especificidade, respectivamente: 0,58/0,97 em relação ao baixo risco, 0,73/0,63 para risco moderado e 0,65/0,91 para risco alto. Conclusão: Existe o movimento no Brasil de avaliação de RCV pela escala HEARTS no SUS, porém existe uma grande discrepância em relação à outra escala clássica.
CONHECIMENTO, TRATAMENTO E CONTROLE DA HIPERTENSÃO E COLESTEROL EM DIABÉTICOS NO BRASIL
Pôster
Tonaco, L.A.B.1, Gome, F.S.L.1, Moreira, A.D.1, Mendes, M.S.F.1, Melendez , G.V.1
1 UFMG
Objetivo: Estimar as proporções de conhecimento, tratamento e controle de hipertensão e colesterol total em pacientes com diabetes mellitus (DM) na população adulta brasileira. Métodos: Estudo transversal com 8.432 adultos com DM que responderam a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2014/2015. Foram considerados diabéticos aqueles com valores de hemoglobina glicada (HbA1C ≥ 6,5), diagnostico de DM autorreferido e uso de hipoglicemiantes orais ou insulina. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi definida como pressão sistólica ≥ 140mmHg, e diastólica ≥ 90mmHg, ou uso de anti-hipertensivos. Colesterol total alto (CT) foi definido como fração de CT ≥ 200mg/dL ou LDL-colesterol ≥ 130mg/dL. Foram estimadas as proporções de conhecimento, tratamento e controle da HAS e CT em pacientes com DM e IC95%. A proporção de hipertensão nesta população de diabéticos foi 69,6% (IC95% 65,4-73,5); 82,7% (IC95% 77,8-86,7) tinham conhecimento de seu diagnóstico; 97,7% (IC95% 96,0-98,8) dos que tinham conhecimento realizavam tratamento medicamentoso; e, desses, 50,9% (IC95% 44,8-56,8) tinham os níveis de hipertensão controlados. A proporção com CT alto foi de 50,9% (IC95% 44,8-56,8); 37,9% (IC95% 33,6-42,3) tinham conhecimento de seu diagnóstico. Conclui-se, pois, que mais da metade da população brasileira diabética tem HAS e CT alto; que a maioria tem conhecimento e realiza tratamento para a HAS, mas a minoria tem conhecimento para a hipercolesterolemia.
CUSTO, MORTALIDADE E INTERNAÇÕES POR DOENÇAS CEREBROVASCULARES NO BRASIL (2017-2022): SUS
Pôster
Silva, G. M. C.1, Soares, L. K. C1, Gianelli, A. C. R1, Oliveira, F. R2, Sousa, L. V. A.1, Paiva, L. S.1
1 FMABC
2 EMESCAM
Objetivos: Analisar as hospitalizações, mortalidade e os custos relacionados às doenças cerebrovasculares (DC) no Brasil, por sexo entre 2017 e 2022. Métodos: Estudo ecológico que utilizou dados secundários obtidos do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Conforme a Classificação Estatística Internacional de Doenças, foram considerados como sendo DC os códigos I60-I69. Foram calculadas a mortalidade, incidência por admissões hospitalares por DC através da divisão do número de óbitos e de hospitalizações pela população multiplicado por 100.000 habitantes. Essas taxas foram padronizadas pelo método direto proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A tendência temporal da mortalidade, hospitalizações e custo por DC foi estimada no Brasil e por sexo. Essa análise, foi utilizada o modelo de regressão de Prais-Winsten e calculada a Variação Percentual Anual (APC). Resultados: Os dados de mortalidade por DC revelam reduções estatisticamente significativas no Brasil (APC: -2.36; IC95%: -4.20; -0.49) e no sexo masculino (APC: -2.06; IC95%: -3.67; -0.42) e no sexo feminino (APC: -2.73; IC95%: -4.79; -0.62). Em relação à incidência de internações hospitalares observam-se variações estacionárias no Brasil em ambos os sexos. Os custos por hospitalizações revelam aumentos estatisticamente significativos no Brasil (APC: 5.90; IC95%: 0.80; 11.26), quando ao considerar o sexo masculino (APC: 6.89; IC95%: 1.39; 12.69) e feminino (APC: 4.92; IC95%: 0.20; 9.86). Conclusões: Entre 2017 e 2022, o Brasil registrou uma redução no risco de morte por doenças cerebrovasculares. No entanto, as hospitalizações mantiveram-se estáveis, enquanto os custos hospitalares aumentaram significativamente para ambos os sexos.
DOENÇAS CRÔNICAS AUTORREFERIDAS EM RESIDENTES DO PARQUE NACIONAL CHAPAPADA DOS GUIMARÃES
Pôster
Pereira, L.P.1, Shimoya Bittencourt, W.1
1 UNIC
Objetivo: verificar a prevalência de hipertensão arterial e da hipercolesterolemia autorreferidas e os fatores associados. Métodos: trata-se de um estudo transversal com 127 moradores residentes no entorno do Parque Nacional Chapada dos Guimarães. Os dados foram coletados utilizando o método de entrevista, por entrevistadores treinados durante o período de março a outubro de 2023. A hipertensão arterial/hipercolesterolemia autorreferidas foram investigadas por meio da pergunta: “Algum médico já lhe disse que o(a) Sr.(a) tem/teve hipertensão (pressão alta)/colesterol elevado?”. Para as análises estatísticas categorizou-se as variáveis hipertensão e colesterol em sim/não utilizando o software STATA. O teste do qui-quadrado foi utilizado para verificar a associação dos desfechos com as demais variáveis. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Cuiabá (UNIC). Resultados: nessa população, a maioria era do sexo feminino (92,9%), casados (56,3%) e que se autodeclararam pardos (74%). Em relação a idade, 77,8% estavam na faixa etária de 18 a 44 anos, 48,3% com renda maior de um e até 2 salários mínimos e, 78,7% pertencentes às classes econômicas C, D, e E. A prevalência de hipertensão arterial e hipercolesterolemia entre a população entrevistada foi de 39,6% e 29,2%, respectivamente, ambas se associaram diretamente com o aumento da idade (p<0,01) e, a hipertensão se associou ao estado civil sendo maior entre os solteiros (37,9 vs 15,4%; p<0,01). Conclusão: a prevalência de hipertensão arterial e hipercolesterolemia foram elevadas e associaram-se diretamente com o aumento da idade. Apenas a hipertensão arterial se associou ao estado civil.
EPIDEMIOLOGIA DOS ÓBITOS POR ENDOCARDITE INFECCIOSA NO NORDESTE DO BRASIL DE 2014 A 2022
Pôster
Amorim, J. M.1, Maciel, J. C.2, Mota, L. O.3, Fernandes, A. B.1, Tomm, G. V. F.1, Jales, A. G. S.1, Ataides, V. M.1
1 Universidade Estadual do Tocantins
2 Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão
3 Universidade CEUMA
Objetivos: Descrever as características epidemiológicas dos pacientes que vieram a óbito por endocardite infecciosa (EI) no Nordeste no período de 2014 a 2022. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa epidemiológica descritiva de abordagem quantitativa, exploratória e retrospectiva. Os dados foram obtidos através do instrumento de investigação do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), contabilizando as mortes de pacientes nos anos de 2014 a 2022. Para a coleta dos dados, foram utilizadas as variáveis: faixa etária, cor, sexo e escolaridade.Nos anos de 2014 a 2022, ocorreram 1.606 óbitos por EI no Nordeste. Os estados mais prevalentes foram a Bahia (25,9%), Ceará (24,71%), Pernambuco (17,87%) e Rio Grande do Norte (8,59%). As menores taxas foram nos estados do Alagoas (5,54%), Paraíba (4,79%), Sergipe (4,35%), Maranhão (4,17%) e o Piauí (4,04%). A faixa etária predominante foi a de 55 a 64 anos, o que representa 19,61% (n=315) dos casos. O sexo predominante foi o masculino, com 62,57% (n=1.005) indivíduos. Com relação à cor, a parda foi a mais acometida, totalizando 55,79% (n=896). No que tange à escolaridade, 21,66% (n=348) possuíam entre 8 a 11 anos de escolaridade. Conclusões: A pesquisa evidenciou o perfil dos nordestinos acometidos por EI, podendo-se concluir que o estado da Bahia é o mais prevalente, predominando entre indivíduos com pelo menos 8 anos de escolaridade; ainda, os homens pardos, entre 55 a 64 anos, são os mais acometidos pela doença.
ESTADIAMENTO E ÓBITO EM 5 ANOS EM MULHERES DIAGNOSTICADAS COM CÂNCER DE MAMA
Pôster
Silva, G. S.1, Pradella, F. F. F.1, Barreto, A. B. P.1, Ries, E. F.1
1 UFSM
Objetivo: Avaliar a associação entre o estadiamento do câncer de mama em mulheres e o óbito em 5 anos após diagnóstico em pacientes de um Hospital Terciário. Métodos: Coorte histórica composta por 827 pacientes com câncer de mama tratadas no Hospital Universitário de Santa Maria, Santa Maria-RS no período de 2010 a 2014 e seguimento via prontuário por 5 anos. Realizou-se análise descritiva das variáveis e associação verificada pelo Qui-quadrado, com significância de 5% (p <0,05). O estudo foi aprovado pelo CEP da Universidade Federal de Santa Maria (CAAE 29816220.6.0000.5346). Resultados: Das 827 pacientes, 152 (18,4%) vieram a óbito em até 5 anos após o diagnóstico do câncer de mama. Quanto ao estadiamento, 177 (21,4%) eram estádio I, 271 (32,8%) estádio II, 140 (16,9%) estádio III, 86 (10,4%) estádio IV. Na análise de óbito em 5 anos, verificou-se 11 (6,2%) pacientes do estádio I, 23 (8,5%) do estádio II, 38 (27,1%) do estádio III e 49 (57%) do estádio IV. Para 153 (18,5%) pacientes não se obteve o estadiamento por meio da revisão de prontuários e 31 (20,3%) pacientes desse grupo foram a óbito. Conclusões: O estadiamento clínico avançado (graus III e IV) apresentou pior desfecho entre as mulheres com câncer de mama, mostrando a importância do diagnóstico precoce.
FATORES ASSOCIADOS A ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS EM HIPERTENSOS E DIABÉTICOS NO ACRE
Pôster
MAGALHAES, A.C.P.S.1, MONTEIRO, G.T.R.2, AMARAL, T.L.M.1
1 UFAC
2 FIOCRUZ
Objetivos: Verificar os fatores associados a alterações eletrocardiográficas em pessoas com diabetes mellitus (DM) ou hipertensão arterial (HAS) em Rio Branco, Acre. Métodos: Estudo transversal, com duas amostras expandidas e independentes: 2.245 pessoas com diagnóstico de DM e 7.865 com HAS. Definidas como alterações, a presença de fibrilação ou flutter atrial, sobrecarga de câmaras cardíacas esquerdas, bloqueios de condução, área eletricamente inativa, presença de onda Q e anormalidades de onda T em eletrocardiograma de 12 derivações. Os dados foram analisados utilizando-se estatística descritiva e regressão logística multivariada, com nível de significância de 95%. Resultados: Alterações eletrocardiográficas foram identificadas em 48% das pessoas com HAS e os fatores associados: sexo masculino (ORaj 1,71; IC95% 1,16 – 2,51), não ter companheiro (ORaj 1,53; IC95% 1,12 – 2,08), ter 60 anos ou mais (ORaj 1,97; IC95% 1,02 – 3,80), cor da pele branca (ORaj 1,63; IC95% 1,08 – 2,42), duas ou mais internações por HAS (ORaj 1,61; IC95% 1,12 – 2,30) e ser analfabeto (ORaj 1,87; IC95% 1,10 – 3,15). Já nas pessoas com DM, foram encontradas alterações em 50,4% dos participantes e os fatores associados: sexo masculino (ORaj 2,68; IC95% 1,50 – 4,80), ter HAS (ORaj 2,41; IC95% 1,45 – 4,00), ter 60 anos ou mais (ORaj 1,58; IC95% 1,04 – 2,40). Conclusão: Aproximadamente metade das pessoas com HAS ou DM nesta casuística apresentavam alterações eletrocardiográficas, com fatores associados que reiteram as particularidades destas populações e devem ser consideradas nas estratégias de acompanhamento nas unidades básicas de saúde.
FATORES ASSOCIADOS À ESPESSURA DAS CARÓTIDAS DIFEREM ENTRE ADULTOS E IDOSOS: SHIP-BRAZIL
Pôster
Sousa, C.A.1, Liz, S.A.1, Mafra, N.J.1, Silva, K.C.1, Venera, M.E.1, Bracht, M.A.1, Santa Helena, E.T.1
1 FURB
Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados à espessura íntima-média carotídea (EMIC) de adultos e idosos de ambos os sexos. Métodos: Estudo transversal de base populacional, com 2.488 pessoas entre 20 e 79 anos, participantes do Estudo Vida e Saúde em Pomerode - SHIP-Brazil. Avaliou-se a EMIC por ultrassonografia e para o espessamento alterado foram considerados valores ≥0,90mm. As variáveis independentes envolveram aspectos socioeconômicos (faixa etária, sexo, escolaridade, cultura alemã e classe econômica de consumo), de estilo de vida (tabagismo, consumo de álcool e atividade física moderada e vigorosa incluindo caminhada) e condições de saúde e doenças crônicas (índice de massa corporal, razão cintura-quadril, uso de medicamento para hipertensão, presença autorreferida de hipertensão arterial e de diabetes, multimorbidade e a presença de placas nas carótidas). Utilizou-se regressão de Poisson bruta e ajustada com estimativas de razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95%. Resultados: A prevalência de EMIC elevada foi 10,9%, maior entre os idosos (42,5%) em comparação aos adultos (4,7%). Em idosos, os fatores associados envolveram ser do sexo masculino (RP=1,33), insuficientemente ativos (RP=1,39), razão cintura-quadril elevada (RP=1,34) e placas nas carótidas (RP=1,54). Nos adultos, sexo masculino (RP=1,75), ex-tabagista (RP=2,06), tabagista (RP=2,15), razão cintura-quadril elevada (RP=2,09), hipertensão (RP=2,19), e presença placas nas carótidas (RP = 2,34) foram associados com EMIC elevada. Conclusões: Ações de prevenção e controle da EMIC elevada entre os idosos envolvem elevar o nível de atividade física. Nos adultos, envolve não fumar e prevenir a hipertensão e o excesso de gordura abdominal.
FERRAMENTAS ANTROPOMÉTRICAS PARA DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME METABÓLICA
Pôster
RODRIGUES, L.L.G.S.1, MAZZETI, C.M.S1, SILVA, A.J.2, SOARES, L.T.L.2, RAFACHO, B.P.M.1
1 UFMS
2 Universidade Anhanguera Uniderp
Objetivo(s): Avaliar o desempenho de medidas antropométricas como triagem para diagnóstico de síndrome metabólica em usuários da Atenção Primária à Saúde. Métodos: Pesquisa descritiva, transversal, com coleta de dados primários, realizada em unidades de saúde no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A coleta de dados foi realizada com adultos acima de 20 anos por meio de exames bioquímicos e medidas antropométricas de peso, perímetro de cintura, estatura e perímetro do pescoço. O critério diagnóstico de síndrome metabólica utilizado foi National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa local (6.229.734). A análise dos dados foi conduzida no programa Stata 17.0® de forma descritiva, com utilização de curva ROC. Foi adotado nível de significância de 5% (p < 0,05). Resultados: A pesquisa avaliou 475 pessoas no período, sendo 40% com diagnóstico de síndrome metabólica. A acurácia diagnóstica do perímetro do pescoço apresentou sensibilidade de 0,44, especificidade de 0,87 e área sob a curva=0,629. Já a acurácia diagnóstica da relação cintura-estatura apresentou sensibilidade de 0,22, especificidade de 0,94 e área sob a curva=0,769. Conclusão: A realização de medidas antropométricas como forma de triagem para síndrome metabólica, oferece uma alternativa menos invasiva e barata, e sua exploração como método diagnóstico como rotina de trabalho, pode ser economicamente mais viável aos serviço de saúde.
INTERNAÇÕES POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PESSOAS IDOSAS NO TOCANTINS DE 2019 A 2023
Pôster
SOUZA, A. S.1, FRANÇA, M. E. F.1, SANTOS, L.1
1 UNITINS
Objetivo: Averiguar o quantitativo de casos de internações notificados por doenças do aparelho circulatório na população idosa no estado do Tocantins. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, do tipo ecológico, baseado em dados coletados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde do Brasil. Foram incluídos todos os casos de internação por doenças do aparelho circulatório, ocorridos na faixa etária com idade igual ou superior a 60 anos, de 2019 a 2023, no Tocantins. Os dados foram analisados por meio do Software Microsoft Excel 2019, o qual permitiu o cálculo das frequências relativas e das absolutas. Resultados: De 2019 a 2023 foram internadas 17.786 pessoas com idade igual ou superior a 60 anos por doenças do aparelho circulatório, no estado do Tocantins. Em tal período, observou-se um crescimento no número de casos registrados de 2020 a 2023, com 3.140 internações em 2020, 3.207 em 2021 e 3.763 em 2022, atingindo seu pico em 2023, com 4.285 casos. As principais causas de internações foram acidentes vasculares encefálicos (24,91%), seguidas por insuficiência cardíaca (21,29%) e outras doenças isquêmicas do coração (12,27%). Conclusão: O estudo revela uma tendência crescente nas internações por doenças do aparelho circulatório na população idosa no estado do Tocantins, especialmente de 2020 a 2023, no qual foram identificados como a etiologia mais frequente, no período analisado, os acidentes vasculares encefálicos.
MORTALIDADE CARDIOVASCULAR E USO DE CLOPIDOGREL E OMEPRAZOL: ELSA BRASIL
Pôster
Parreiras, CM1, Barreto, SM2, Silva, IVG1, Figueiredo, RC1
1 UFSJ
2 UFMG
Resumo: O clopidogrel é prescrito para reduzir eventos aterotrombóticos associados a várias complicações vasculares. O uso do omeprazol, junto ao clopidogrel, é recomendado para proteger a mucosa gástrica. Estudos demostraram que a administração simultânea de omeprazol pode reduzir a eficácia antiplaquetária do clopidogrel. Objetivo: Investigar a associação entre o uso conjunto de clopidogrel e omeprazol e a ocorrência de eventos cardiovasculares fatais e não fatais em comparação ao uso isolado do clopidogrel. Métodos: Foram incluídos 58 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) que faziam uso de clopidogrel. Os eventos cardiovasculares não fatais incluiram Infarto Agudo do Miocardio, Acidente Vascular Cerebral, Insuficiência Cardíaca e Doença Arterial Periférica. Análise de regressão de Cox foi utilizada para estimar as associações entre o uso dos medicamentos e os desfechos. Resultados: Dos 58 participantes incluídos, 50 usavam apenas clopidogrel e 8 faziam uso de clopidogrel e omeprazol, 6 (10,3%) tiveram algum evento cardiovascular não fatal durante um seguimento médio de 3,6 ± 0,8 anos e 5 (8,6%) foram a óbito por DCV durante um seguimento médio de 9 ± 2,86 anos. Não houve diferença na sobrevida entre pacientes que usam tanto clopidogrel quanto omeprazol, em comparação com aqueles que usam apenas clopidogrel, em termos de mortalidade por DCV ou ocorrência de eventos cardiovasculares não fatais. Conclusão: Os resultados obtidos podem ter sido influenciados pelo tamanho amostral relativamente pequeno, mais estudos são necessários a fim de se estabelecer orientações mais coerentes sobre o uso combinado de omeprazol e clopidogrel.
MORTALIDADE POR AVC E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS: ESTUDO ECOLÓGICO NO BRASIL POR SEXO
Pôster
Paiva, L. S.1, Oliveira, F. R.2, Paiva, C. A3, Paiva, C. P1, Nascimento, V. B1, Sousa, L. V. A1
1 FMABC
2 EMESCAM
3 UNILEÃO
Objetivo: Analisar a mortalidade por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e indicadores socioeconômicos em brasileiros de 15-49 anos por regiões e sexo entre 1997-2015. Método: Estudo ecológico utilizando dados secundários. Dados de óbitos por AVC foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade e classificados segundo Classificação Estatística Internacional de Doenças (I60-I64). Indicadores socioeconômicos, como índice de Gini e L de Theil, foram obtidos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Foi realizado análise de tendência temporal (regressão de Prais-Winsten) para avaliar o risco de morte por AVC no Brasil, suas regiões e sexo. A relação entre mortalidade e indicadores socioeconômicos foi analisada por regressão linear. Resultados: Entre 1997-2015, a mortalidade por AVC reduziu significativamente em homens (APC -62,6%) e mulheres (APC -58,8%) no Brasil e em todas as regiões. A maior redução ocorreu na região Sudeste para homens (APC -73,7%) e mulheres (APC -65,3%), enquanto a menor redução foi na Região Norte para homens (APC -30,8%) e mulheres (APC -35,4%). Houve uma relação estatisticamente significativa entre a mortalidade por AVC e o índice de Gini em homens (= 1,17; IC95%: 0,96; 1,39) e mulheres (= 1,30; IC95%: 1,13; 1,46), e o índice L de Theil em homens (= 0,03; IC95%: 0,02; 0,03) e mulheres (= 0,03; IC95%: 0,02; 0,03). Conclusão: A mortalidade por AVC em brasileiros de 15-49 anos foi associada a indicadores socioeconômicos como os índices de Gini e L de Theil. Mudanças nesses indicadores impactaram o risco de morte por AVC entre regiões e sexos no Brasil.
OMISSÃO DO CAFÉ DA MANHÃ E FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ADOLESCENTES
Pôster
Sá, C.M.S.1, Farias, M.C.A.O.1, Costa, I.C.M.1, Fonsêca, N.C.1, Carvalho, P.V.A.1, Alves, M.T.S.B.1, Chagas, D.C.1
1 UFMA
Objetivo: Analisar a associação entre omissão do café da manhã e fatores de risco para doença cardiovascular (DCV) em adolescentes da coorte de 1997/98 de São Luís, Maranhão. Métodos: Estudo transversal com dados de 1.875 adolescentes (18/19 anos) pertencentes à coorte de nascimento de 1997/98 de São Luís, Maranhão. A omissão de café da manhã foi avaliada a partir da pergunta “Com que frequência você toma café da manhã?”, sendo considerada omissão a ausência dessa refeição em pelo menos três dias na semana. Os fatores de risco para DCV foram avaliados a partir da presença de ao menos um dos seguintes fatores: hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, tabagismo ou diabetes mellitus. Após a construção do Gráfico Acíclico Dirigido (DAG), foi utilizada Regressão de Poisson Robusta ajustada para as variáveis: sexo, idade, consumo de álcool nos últimos 12 meses, classe econômica, chefe da família, cor da pele autorreferida, escolaridade do adolescente e do chefe da família e obesidade dos pais. Utilizou-se o programa Stata 15.0 para a análise estatística. Resultados: Dos 1.875 adolescentes, 15,4% relataram omitir café da manhã, e 64,5% possuíam ao menos um fator de risco para DCV. Não houve associação entre a omissão do café da manhã e os fatores de risco estudados (RP = 1,03; IC95% = 0,97 – 1,08). Conclusão: Os resultados apontaram que a omissão do café da manhã não associou-se aos fatores de risco para doença cardiovascular entre adolescentes de 18 e 19 anos.
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE ANOMALIAS CARDÍACAS CONGÊNITAS NO RIO GRANDE DO SUL
Pôster
Oliveira, F. G1, Barbosa, R.M.M1, Nolibos, V. B1, Souza, A. L1, Borniger, D. S1, Kowalski, T. W2, Rocha, T. S3, Schüler-Faccini, L3
1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
2 1. Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), 2. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
3 1. Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), 2.Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Objetivo: Caracterizar as Anomalias Cardíacas Congênitas (ACCs) de recém-nascidos vivos em estudo piloto neonatal realizado no Rio Grande do Sul (RS), Brasil.
Métodos: Estudo descritivo baseado em dados de entrevista materna e análise de prontuários da vigilância ativa de ACCs (CID Q20 a Q28) coletados no período de novembro de 2021 a julho de 2023. Mães e nascidos vivos até 1 ano de idade diagnosticados com uma ou mais ACCs foram selecionadas (CAAE 30886520910015327).
Resultados: Dos 125 casos de ACCs, 91 (72,8%) foram classificados como isolados (iACC) e 33 (27,2%) foram associados a síndromes ou outras anomalias congênitas (aACC). A comunicação interatrial foi a anomalia mais comum (iACC n=64 (70,3%); aACC n=20 (58,8%)). Trissomia 21 foi o diagnóstico mais frequente de aACC (n=14, 41,2%). Na iACC,41 (45,1%) tinham idade materna de 25 a 34 anos, e na aACC 17 (50%) tinham idade superior a 37 anos. Em 8 (8,8%) casos de iACC e 8 (25,8%) casos de aACC , foi realizado diagnóstico no pré-natal, e 46 (50,5%) de iACC e 14 (41,2%) foram submetidos a oximetria de pulso.
Conclusão: 70% de ACCs são casos isolados, como esperado na literatura,a idade materna avançada é um fator de risco que deve ser considerada no pré-natal. Espera-se que 30% a 60% de ACCs sejam identificados durante a gestação, porém, o acesso à ecocardiografia fetal pelas gestantes ainda é baixo, afetando diretamente o manejo adequado desses recém-nascidos.
PERFIL DA OBESIDADE NO BRASIL EM INTERSECÇÕES DE RAÇA E SEXO POR ESCOLARIDADE E RENDA
Pôster
Pastorello, C. C. G.1, Lage, L. G.1, Silva, M. A. L.1, Costa, C. S.2, Louzada, M. L. C.1
1 FSP-USP
2 UFPel
Objetivo
Descrever a prevalência da obesidade em intersecções de raça/cor e sexo em diferentes perfis de renda e escolaridade na população brasileira em 2019
Método
A partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, serão descritas prevalências de obesidade na população de diferentes sexos estratificada pela raça/cor branca e negra em perfis de escolaridade e renda.
Resultado
A prevalência da obesidade em mulheres brancas não apresenta diferença significativa para menor ou maior renda (28% e 30% respectivamente). Já na população de mulheres negras, essa diferença é significativa (24% e 33%). Para o sexo masculino, brancos com menor renda têm obesidade significativamente menor que com maior renda (20% e 27%), assim como para homens negros (16% e 26%). Em diferentes escolaridades, mulheres brancas menos escolarizadas têm maior prevalência de obesidade em relação às mais escolarizadas (26% e 37%). Mulheres negras apresentam significância similar (25% e 35%). Não há diferença significativa na prevalência de obesidade entre homens brancos de menor ou maior escolaridade (23% e 25%), enquanto nos homens negros ela é menor em menor escolaridade (15% e 23%).
Conclusão
Os sexos são afetados de forma distinta pela renda e pela escolaridade. Enquanto escolaridade parece ser fator protetor na obesidade de mulheres brancas e negras, ela se mostra significante apenas para homens negros, mais notavelmente nos de menor escolaridade. Já renda é fator significativo para a população de homens brancos e negros, sendo a prevalência de obesidade menor nas populações de menor renda. Já no sexo feminino, apenas mulheres negras apresentam proteção contra obesidade pela maior renda.
PERFIL DOS CONSUMIDORES DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS NO BRASIL: VIGITEL 2019, 2020 E 2021
Pôster
OLIVEIRA, J.A.F.1, LONGO, G. Z.1, CASCAES, A.M.1, VEIROS, M. B.1, HALLAL, A. L. L. C.1
1 UFSC
Objetivos: Descrever o perfil sociodemográfico e comportamental dos consumidores de alimentos ultraprocessados entre 2019 e 2021. Método: Este estudo transversal descritivo analisou o consumo de alimentos ultraprocessados entre 100.785 adultos brasileiros, utilizando dados do programa Vigitel no Brasil dos anos 2019, 2020 e 2021. A variável dependente foi o “Consumo de cinco ou mais alimentos ultraprocessados” no dia anterior à entrevista conforme inquérito do Vigitel. As variáveis independentes analisadas individualmente incluíram dados socioeconômicos, demográficos, comportamentais e de saúde. As análises incluíram testes qui-quadrado com aproximação de Rao-Scott e nível de significância de 5% e modelos de regressão de Poisson multivariados. Resultado: A prevalência do consumo de ultraprocessados foi de 34,81% em 2019, 35,10% em 2020 e 30,08% em 2021. A maior prevalência de consumo foi em adultos do sexo masculino, na faixa etária de 18 a 29 anos, autodeclarados pretos e pardos e sem companheiros, além de fumantes, consumidores de álcool e usuários de dispositivos eletrônicos por mais de cinco horas diárias. Conclusão: A prevalência do consumo foi predominante entre homens, jovens adultos e pessoas que usam dispositivos eletrônicos por longos períodos. O ano de 2020, marcado pela pandemia da COVID-19, também registrou aumento nos comportamentos de risco para a saúde e no maior consumo de alimentos ultraprocessados.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E SOCIODEMOGRÁFICO DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Pôster
FERREIRA, R.C.G.1, MOREIRA, R.S.2, SOBRAL, M.M.3, Silva, C.C.3
1 IAM-Fiocruz
2 IAM-Fiocruz/UFPE
3 UFPE
Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico e sociodemográfico de pacientes acometidos por AVE a partir da pesquisa da Ouvidoria Geral do SUS. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, baseado na análise da Pesquisa de AVE e IAM, realizada pelo Departamento de Ouvidoria-Geral do SUS entre janeiro e dezembro/2017. Resultados: Foram obtidas 15.084 respostas, com 52,4% provenientes de cuidadores e 47,6% de pacientes. A faixa etária predominante dos pacientes com AVE foi de 30 a 69 anos (57,5%), seguida por idosos acima de 70 anos (40,8%) e adultos abaixo de 30 anos (1,7%). Em relação às comorbidades, o diagnóstico precoce de hipertensão foi majoritariamente realizado em UBS, com 51,9% dos casos de AVE diagnosticados nessas unidades. No entanto, 21,2% dos diagnosticados com AVE não possuíam diagnóstico de hipertensão. No que tange ao diabetes, mais de 60% dos entrevistados com AVE não tinham diagnóstico ou tratamento prévio para a condição. A incidência de AVE foi maior nas regiões sul e sudeste (73,3% dos casos), enquanto as regiões norte e nordeste apresentaram 20,9% dos casos, com os 5,9% restantes ocorrendo na região centro-oeste. Conclusões: Esses dados são essenciais para orientar políticas de saúde pública e estratégias de prevenção e tratamento do AVE, destacando a necessidade de maior atenção ao diagnóstico precoce e ao manejo das comorbidades associadas.
QUALIDADE ASSISTENCIAL AO PACIENTE COM IAM BASEADA EM DADOS DA OUVIDORIA DO SUS
Pôster
FERREIRA, R.C.G.1, MOREIRA, R.S.2, SOBRAL, M.M.3, Silva, C.C.3
1 IAM-Fiocruz
2 IAM-Fiocruz/UFPE
3 UFPE
Objetivos: Avaliar a qualidade assistencial prestada ao usuário acometido por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) a partir da pesquisa da Ouvidoria Geral do SUS.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, cujos dados foram obtidos pela análise da Pesquisa de Acidente Vascular Encefálico e Infarto Agudo do Miocárdio, realizada pelo Departamento de Ouvidoria-geral do SUS entre janeiro e dezembro de 2017. Resultados: A pesquisa registrou um total de 7411 respostas referentes a episódios de IAM no Brasil no período estudado. A percepção dos participantes da pesquisa sobre a saúde do paciente variou entre “regular” (40,5%), “boa” (40%) e “muito boa” (8,4%). Referente à qualidade do Hospital, 48,8% dos participantes avaliaram como "muito bom", 40,4% consideraram "bom" e 8,1% "regular". Cerca de 97,5% dos participantes referiram a presença de acompanhamento multiprofissional, e, destes, 95,2% consideraram a equipe hospitalar capacitada. No entanto, 75,7% dos participantes referiram ausência de visitas domiciliares de profissionais de saúde no acompanhamento desses pacientes. No tocante à tentativa de agendamento de consultas pós-alta, 76,5% dos pacientes conseguiram marcar suas consultas, porém, destes, 47,1% relataram não ter recebido orientações para marcar exames após o episódio de internação. Observou-se, inclusive, que 12,9% recorreram a serviços privados de saúde. Conclusões: O estudo revela que a qualidade dos serviços de assistência hospitalar prestados é satisfatória, no entanto foi possível observar a existência de falhas no acompanhamento pós-hospitalar, resultando em lacunas que impactam a eficácia do tratamento a longo prazo.
RISCO CARDIOVASCULAR E PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE ADOLESCENTES: ANÁLISE DE CLASSE LATENTE
Pôster
Costa, R. V. R.1, Farias Júnior, J. C.1, Cabral, T. G.1, Santos, J. A.1, Santos, M. A. M2
1 UFPB
2 UPE
Objetivo: analisar a associação das classes latentes dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares (DCV) com o perfil sociodemográfico de adolescentes. Métodos: estudo transversal (dados de 2014), com 632 adolescentes (55,8% meninas) de 10 a 13 anos de idade, de escolas públicas de João Pessoa (PB). As variáveis sociodemográficas foram: sexo (masculino e feminino), idade (10-11 anos e 13-14 anos), classe econômica (A/B e C/D/E); e os fatores de risco os que seguem: inatividade física (<420 minutos/semana); tempo excessivo em comportamento sedentário (>2 horas/dia); consumo elevado de alimentos ultraprocessados (>26,7% kcal/dia de alimentos ultraprocessados); pressão arterial elevada (p≥95 mmHg); excesso de peso corporal (≥ escore – z + 1 e < Escore – z + 2); níveis alterados de colesterol (>170 mg/dL), triglicerídeos (>90 mg/dL), LDL (>110 mg/dL), HDL (<45 mg/dL) e glicemia (>100 mg/dL). A Análise de Classes Latentes foi utilizada para identificar subgrupos de adolescentes em relação a exposição aos fatores de risco para as DCV. Na análise de associação foi utilizada a regressão logística multinomial. Resultados: foram identificadas três classes latentes para os fatores risco: classe 1 – “risco alto” (32,3%); classe 2 – “risco intermediário” (46,2%) e classe 3 – “risco baixo” (21,5%). Adolescentes de classe econômica C/D/E (OR = 1,62; IC95% 1,12 - 2,36) comparados aos de classe econômica A/B apresentaram maior chance de pertencer a classe de “risco alto” (classe 1) comparada à de “risco baixo” (classe 3, referência). Conclusão: adolescentes de classes econômicas mais baixas estão mais expostos a fatores de risco para as DCV.
SATISFAÇÃO COM A VIDA E SAÚDE CARDIOVASCULAR: ANÁLISE TRANSVERSAL DO ELSA-BRASIL
Pôster
Santos, A. E.1, Camelo, L. V.1, Santos, I. S.2, Griep, R. H.3, Bensenor, I. J.2, Barreto, S. M.1, Giatti, L.1
1 UFMG
2 USP
3 Fundação Oswaldo Cruz
Objetivos
Investigar se níveis mais elevados de satisfação com a vida estão associados a maiores escores ideais de saúde cardiovascular em adultos no contexto brasileiro.
Métodos
Análise transversal envolvendo 12.936 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) que compareceram à visita 2 (2012-2014). O escore de saúde cardiovascular ideal foi medido com base no escore Life’s Simple 7 da American Heart Association. A satisfação com a vida foi medida pela Escala de Satisfação com a Vida. Regressão logística multinomial foi utilizada para estimar a magnitude da associação da satisfação com a vida com o escore global, de estilo de vida e clínico de saúde cardiovascular ideal.
Resultados
Após ajustes, o incremento de um desvio padrão no escore de satisfação com a vida foi associado a uma razão de chances de 1,05 (IC95% 1,01-1,09) e 1,15 (IC95% 1,07-1,23) para escore de saúde cardiovascular ideal global intermediário e ótimo, respectivamente. Em relação ao escore de estilo de vida, o incremento de um desvio padrão na escala de satisfação com a vida determinou uma razão de chances de 1,11 (IC95% 1,06-1,15) e 1,22 (IC95% 1,14-1,31) para escore de saúde cardiovascular ideal de estilo de vida intermediário e ótimo, respectivamente. A satisfação com a vida não foi associada ao escore de saúde cardiovascular clínico ideal.
Conclusão
Os resultados sugerem que quanto maior a satisfação com a vida, melhor a saúde cardiovascular, e esta associação parece ser explicada por melhores comportamentos relacionados com a saúde.
TENDÊNCIA DAS MORTES EVITÁVEIS POR AÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM RIO BRANCO, ACRE
Pôster
Rigamonte, P.R.1, Monteiro, G.T.R2, Amaral, T.L.M1
1 UFAC
2 FIOCRUZ
Objetivos: Estimar a tendência das causas de mortes evitáveis e não evitáveis, no período de 20 anos, na capital do Acre. Métodos: Estudo de série temporal, óbitos por causas evitáveis e não evitáveis ocorridos entre os anos de 2000 e 2019, na população de 05 a 69 anos, em Rio Branco, Acre. Para o cálculo da variação percentual anual e variação percentual anual média foi empregado o Joinpoint Trend Analysis Software. Resultados: No período do estudo, 70,3% das mortes foram classificadas como evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde. As mortes evitáveis reduziram de 302,1, em 2000, para 236,4 por 100.000 habitantes em 2019, com diminuição média anual de 0,8%. As mortes não evitáveis permaneceram estáveis até 2008, depois caíram 4,4% ao ano até 2019, de 140,7 para 79,5 por 100.000 habitantes. Entre as mortes evitáveis, as doenças não transmissíveis lideraram, com 48,9% do total; sendo a hipertensão arterial responsável por 16,4% dessas mortes, seguida por neoplasias (11,1%) e diabetes mellitus (5,4%). Os acidentes e violências representaram 35,2% das mortes evitáveis, com acidentes de transporte, agressões e lesões autoprovocadas como as principais causas. Conclusão: As mortes evitáveis representam um desafio para a saúde da população, por reduzir a expectativa de vida e causar impactos econômicos e sociais. Para enfrentar esse problema, o setor de saúde precisa ampliar suas iniciativas, fortalecendo as parcerias intersetorial para reduzir o agravamento das doenças crônicas e evitar as mortes por causas externas
TENDÊNCIA E ANÁLISE ESPACIAL DA MORTALIDADE POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO BRASIL
Pôster
Andrade, L. A.1, MELO, L. R. S.1, Pereira, J. S.1, Santos, J.1, Campos, T. C. M.1, Oliveira, J. M. S.1, Santos, A. D.1
1 Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Objetivo: Analisar as tendências temporais, padrões espaciais e espaço-temporais da mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) no Brasil. Métodos: estudo ecológico utilizando técnicas de análise temporal, espacial e espaço-temporal, a partir do registro de óbitos obtidos do SIM e populacionais do IBGE entre 2000-2022. Resultados: Foram registrados um total de 1.837,164 óbitos por IAM sendo a maioria no sexo masculino (59.1%), ≥ 60 anos (73.4%), em ambiente hospitalar (53.1%) e brancos (56%). Foi observada uma tendência decrescente na taxa de mortalidade padronizada por idade no país -1.3 (IC: -1.6; -0.8), mas aumento em regiões como Norte 1.9 (IC: 1.6; 2.3) e Nordeste 1.3 (IC: 1.0; 1.7). O sexo masculino -0.9 (IC: -1.1; -0.7) e feminino -1.3 (IC: -1.5; -1.1) apresentaram tendência decrescente no período. Crianças e adolescentes (10 a 19 anos) apresentaram tendência crescente 6.6 (IC: 4.8; 8.4), bem como a variável outros estabelecimentos de saúde 6.5 (IC: 5.7; 7.9). A análise espacial evidenciou autocorrelação espacial positiva no período (0,47, p= 0,001), com o Sudeste representando a região com mais municípios com altas taxas para mortalidade por IAM. A estatística de varredura identificou 3 aglomerados espaço-temporais significativos de alto risco de mortalidade, sendo dois clusters na região nordeste e um na região sudeste. Conclusões: os dados sinalizam que houve expansão da mortalidade por IAM no Brasil ao longo do período analisado. Desse modo, ações que promovam melhoria do acesso e da qualidade dos serviços de saúde podem contribuir significativamente para a redução da mortalidade associada ao IAM.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER EM ADULTOS COM HIPERTENSÃO
Pôster
MARTINS, A.1, WAHRHAFTIG, J.1, VIEIRA, G.1, SANTOS, M.2, ALMEIDA-PITTITO, B.2, CLARO, R. M.3, FERRARI, G.4, RIBEIRO, I.C.5, REZENDE, L. F. M.1
1 1. Departamento Medicina Preventiva, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil / 2. Centro de Estudos da Ordem Econômica, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil.
2 Departamento Medicina Preventiva, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil
3 Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
4 Universidad de Santiago de Chile (USACH), Escuela de Ciências de la Actividad Física, el Deporte y la Salud, Santiago, Chile
5 1. Centro de Estudos da Ordem Econômica, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil. / 2. Senior Research Scholar, Yale University e Coordenador e pesquisador-chefe do Centro de Estudos da Ordem Econômica, Universidade Federal de São Paulo, São
Objetivo: Identificar a tendência temporal da prática de atividade física no lazer em adultos com hipertensão no Brasil entre 2009 e 2023.
Métodos: Foram utilizados dados de 207,189 adultos, participantes do Vigitel entre 2009 e 2023, que autorrelaratam diagnóstico médico de hipertensão. A prática de atividade física no lazer foi avaliada por meio da frequência semanal e duração. Os participantes considerados fisicamente ativos se realizaram ≥150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana. Regressão de Prais-Winsten foi realizada para identificar a tendência temporal da prática de atividade física no lazer.
Resultados: Houve aumento na prática de atividade física no lazer em adultos com hipertensão no período de 2009 (22,4%) a 2023 (29,7%), com incremento médio de 0,499 ponto percentual (pp) por ano (P=0,008). Observou-se aumento semelhante na prática de atividade física de lazer entre homens (0,482 pp/ano; P=0,023) e mulheres (0,468 pp/ano; P=0.010). Em 2023, a prevalência de atividade física no lazer foi maior entre homens (35,4% vs 25,3% em mulheres), adultos com ≥12 anos de estudo (43,1% vs 23,8% com ≤8 anos de estudo) e 35-44 anos de idade (36,6% vs 24,0% em ≥65 anos de idade).
Conclusões: Houve aumento na prática de atividade física no lazer entre adultos com hipertensão. Observou-se disparidades na prevalência de atividade física no lazer, com menores prevalências entre mulheres, idosos e indivíduos com menor escolaridade.
TENDÊNCIA TEMPORAL DO ÓBITO MATERNO POR TRANSTORNOS HIPERTENSIVOS EM PERNAMBUCO
Pôster
Frutuoso, L.A.L.M.1, Pereira, C.C.B.1, Oliveira, H.J.P.2, Filho, E.J.S.2, Lima, J.L.1, Mendonça, E.F.2, Ishigami, B.I.M.1, Barbosa, C.C.2
1 SES-PE
2 SES-PE; FIOCRUZ
Objetivo analisar a tendência temporal da mortalidade materna por transtornos hipertensivos em Pernambuco, no período de 2013 a 2024. Métodos: estudo ecológico cujas unidades de análise foram as taxas anuais de mortalidade materna por transtornos hipertensivos em residentes de Pernambuco entre 2013 e 2022. Foram utilizados dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade, e para cálculo da Razão da Mortalidade Materna específica, dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Calculou-se as frequências absolutas e relativas para as variáveis raça/cor da pele, faixa etária, escolaridade e situação conjugal. Para a análise temporal, utilizou-se o modelo de regressão Joinpoint com intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%. Resultados: No período de estudo, foram registrados 176 óbitos maternos por transtornos hipertensivos. A maior parte dos óbitos era de mulheres pardas (n = 127; 72,2%), oito a onze anos de estudo (n = 62; 35,2%), com idade entre 30 e 29 anos (n= 82, 46,6%) e solteira (n = 100; 56,8%). Na análise da série temporal da razão de morte materna para Pernambuco, os modelos de regressão Joinpoint evidenciaram tendências estacionárias de para a razão de morte materna por transtorno hipertensivo. Conclusão: O estudo identificou a estacionariedade da mortalidade materna por transtornos hipertensivos entre 2013 a 2022, evidenciando a continuidade do risco de morte materna por causas, em sua maioria, evitáveis, tornando-se, ainda, um desafio para a saúde pública.
UM ESTUDO ECOLÓGICO SOBRE A MORTALIDADE CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS E ADULTOS BRASILEIROS
Pôster
Duarte, V. B.1, Santos, A. P. A.1, Bonacossa, L. S.1, Sant‘Anna, P. R. P.2, Lameirão, L. V.1, Macambira, C. O.1, Cafezeiro, R. O.1, Pérez, M. A.2
1 Fundação Técnico-Educacional Souza Marques
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Objetivo: Estabelecer relação entre DCVs em crianças e adultos e indicadores socioeconômicos e de capacidade instalada. Métodos: Estudo ecológico analítico, com dados do DATASUS e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na população adulta, analisaram-se municípios com população igual ou maior que 150.000 habitantes; e na pediátrica, apenas municípios com população maior ou igual a 60.000 pessoas. Resultados: Entre os adultos, houve correlação significativa para: coeficiente de mortalidade por causas evitáveis entre 5 a 74 anos (r = 0,75, p < 0,0001), Indicador Swaroop-Uemura (ISU) (r = 0,65, p < 0,0001) e número de AIH aprovada por habitante (r = 0,39, p < 0,0001) enquanto na pediátrica, houve para: taxa de analfabetismo (r = 0,24, p < 0,0001), proporção da população com dejetos a céu aberto (r = 0,22, p < 0,001), coeficiente de mortes evitáveis em menores de 5 anos (r = 0,25, p < 0,001), número de AIH aprovada por habitante (r = 0,21, p < 0,001) e valor da AIH por habitante (r = 0,31, p < 0,0001). Conclusões: Observa-se uma associação entre mortalidade cardiovascular e indicadores de pobreza e aumento da longevidade. Um questionamento seria sobre a importância do diagnóstico e/ou intervenção tardia e seu impacto nos dados, possivelmente reflexo das piores condições socioeconômicas de alguns municípios.
VARIÁVEIS ASSOCIADAS A FORÇA DE PREENSÃO MANUAL RELATIVA EM HIPERTENSOS EM RIO BRANCO/ACRE
Pôster
França, H. A. R.1, Monteiro, G. T. R2, Amaral, T. L. M.1
1 UFAC
2 FIOCRUZ
Objetivos: este estudo analisou os fatores relacionados à baixa força de preensão manual relativa (FPMr) em indivíduos com hipertensão arterial cadastrados nas unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) em Rio Branco, Acre, em 2019. Métodos: trata-se de um estudo transversal com pacientes hipertensos usuários de ESF da zona urbana de Rio Branco. A amostra consistiu em 672 indivíduos, extrapolando para 7.164 após ajuste amostral. A FPMr foi calculada como a relação entre força de preensão manual e índice de massa corporal (IMC), categorizada em tercis. A análise das variáveis independentes associadas à FPMr utilizou regressão logística ordinal com nível de confiança de 95%. Resultados: no menor tercil da FPMr, a maioria era idoso, sexo feminino, não branco, nível educacional até o ensino fundamental, ex-fumante, não consumidor de álcool e insuficientemente ativo. Após ajustes, permaneceram associados a baixa FPMr os indivíduos com baixo nível educacional (OR: 1,90; IC: 1,19-3,03), diabetes (OR: 1,36; IC: 1,02-1,81) e obesidade central (OR: 3,27; IC: 2,22-4,83). Conclusões: melhoria das condições socioeconômicas, prática de atividade física e controle de comorbidades devem ser priorizados para promover a manutenção da força muscular.