Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - 2. Doenças respiratórias
ANÁLISE DE TENDÊNCIA DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS NO BRASIL
Pôster
Kassada, D. S.1, Oliveira, H. C.1, Suardi, L. M.1
1 UNICAMP
Objetivo: Analisar a tendência de internações hospitalares por doenças respiratórias no Brasil, no período de 2008 a 2023 e as estações do ano. Método: estudo ecológico de séries temporais, utilizando dados do Sistema de Informação em Saúde. As comparações entre as estações com relação ao número de casos dos diferentes tipos de doenças foram realizadas por meio do teste de Kruskal-Wallis, seguido do pós-teste de Dunn. A distribuição dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Essas análises foram realizadas nos softwares estatísticos SAS 9.4 e SPSS 25 e considerado um nível de significância de 5%. A análise de tendência dos dados referentes ao número de casos no período de 2008 a 2023 (excluindo os anos de 2020 e 2021), foi realizada por meio da análise Jointpoint. Foi construído um modelo geral e modelos ajustados segundo as variáveis sexo, faixa etária, cor/raça e região. Foi utilizado o capítulo X da Classificação Internacional de Doenças, versão 10. Resultados: As internações hospitalares foram mais frequentes no verão, apresentando tendência crescente na região Sudeste, em homens e mulheres, brancos, pardos, pretos e indígenas, em pessoas de um a nove anos e com 60 anos ou mais. Conclusão: Esses achados destacam a necessidade de políticas públicas focadas na prevenção e controle de doenças respiratórias, especialmente durante o verão e em regiões vulneráveis, como o Sudeste. Intervenções específicas para grupos etários suscetíveis e a continuidade de campanhas de vacinação são essenciais.
ASSOCIAÇÃO ENTRE A POLUIÇÃO DO AR E O CONTROLE DA ASMA EM CRIANÇAS
Pôster
RAMOS, C. A.1, Junger W. L.1
1 IMS UERJ
Objetivo: Avaliar a associação entre a poluição do ar e o controle da asma em crianças no município do Rio de Janeiro no período de novembro de 2015 a dezembro de 2016. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, com 112 crianças e adolescentes asmáticos de 6 a 14 anos, a população de estudo foi selecionada em dois centros municipais de saúde. A variável de desfecho utilizada foi controle da asma, sendo utilizado o questionário GINA e de exposição foi à poluição do ar mesurada através dos monitores de qualidade do ar da SMAC. Para testar a associação, foi utilizado o modelo de regressão logística, contendo todas as variáveis de ajuste como idade, sexo, temperatura e umidade do ar. Todas as análises foram realizadas no Software R Project versão 4.2.0. Resultados: Do total da amostra 62,5 % era composta pelo sexo masculino, a categoria raça parda correspondeu a 46% das crianças, 32,1% dos participantes apresentaram sintomas da asma. Observou-se que o PM10 apresentou concentrações médias anuais acima do valor estabelecido pela OMS de 15 μg/m3, com valor médio de 38,6 μg/m3, entretanto as concentrações do ozônio não ultrapassaram os valores estabelecidos pela OMS de 100 μg/m3 para média diária de 8 horas. Uma associação negativa foi encontrada entre o controle da asma e os indicadores de poluição (OR: 0,97 – 0,99) e (IC 95%: 0,94 – 1,0) Conclusões: A complexidade dessa relação dificulta a identificação dessa associação, podemos considerar que este estudo corrobora com novas pesquisas com intuito de esclarecer essa relação.
AVALIAÇÃO DAS DESIGUALDADES NA IDADE DO DIAGNÓSTICO DE DPOC NO BRASIL
Pôster
Losso,E1, Judson,MJV1, Nakato ,AM1, Wendt,A1
1 PUCPR
Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica(DPOC) pode evoluir com desfechos sistêmicos, porém com diagnóstico precoce e tratamentos adequados a doença pode ser revertida. Objetivo: Identificar as desigualdades socioeconômicas na idade de diagnóstico de indivíduos com doença DPOC. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, realizado no Brasil em 2019 e que incluiu uma amostra de 1279 indivíduos com DPOC. O nível socioeconômico foi mensurado através do índice de riquezas dividido em quintis, sendo o 1º quintil, a parcela mais pobre da população e o 5º quintil, a parcela mais rica. Desigualdades por sexo e área de residência (rural e urbana) também foram avaliadas. Resultados: A média de idade de diagnóstico em indivíduos com DPOC foi de 31,1 anos, sendo 52,8 anos para os diagnosticados com Enfisema Pulmonar e 21,6 anos nos diagnosticados com Bronquite Crônica. A média de idade do diagnóstico de DPOC entre os mais pobres foi 43,0 anos e para os mais ricos 34,9 (p=0,011). Para homens, o diagnóstico da doença ocorreu, em média aos 30,53 anos e para as mulheres aos 31,52 (p=0,679). Moradores da zona urbana tiveram seu diagnóstico em média aos 30,7, enquanto os da zona rural, aos 34,4 anos (p=0,135). Conclusão: A idade do diagnóstico pode influenciar no início e adesão dos tratamentos disponíveis em rede de saúde. A parcela mais rica da população obteve seu diagnostico de DPOC cerca de 10 anos antes dos indivíduos mais pobres. Não foram identificadas desigualdades significativas quanto à sexo e área de residência.
PREVALÊNCIA DE INDIVÍDUOS COM DPOC EM TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: RESULTADOS DO ELSI-BRAS
Pôster
Fontanela, L. C.1, Vieira, D. S. R.1, Bracht, M. A.1, Schneider, I. J. C.1
1 UFSC
Objetivo: Verificar a prevalência de indivíduos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) que realizam tratamento fisioterapêutico no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 355 indivíduos com DPOC, da segunda onda do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A presença da DPOC e a realização do tratamento fisioterapêutico foram autorrelatados. Outras variáveis foram: uso de oxigênio (O2), hospitalização nos últimos 12 meses, tabagismo e condições sociodemográficas. Utilizou-se regressão logística ajustada para fatores sociodemográficos e de saúde no software Stata 16.0. Resultados: A maioria da amostra foi composta de mulheres (58,9%), com idade entre 50 e 59 anos (48,6%). A prevalência de indivíduos com DPOC que realizam tratamento fisioterapêutico foi de 11,5%. Indivíduos com idade entre 70 e 79 anos e 80 ou mais têm, respectivamente, 2,87 (IC95%: 1,10-7,46) e 3,99 (IC95%: 1,41-11,33) mais chances de realizarem o tratamento fisioterapêutico. Ser do sexo masculino (OR: 1,97; IC95%: 1,02-3,82), ex-tabagista (OR: 1,68; IC95%: 0,81-3,48) e fazer uso de O2 (OR :3,14; IC95%: 1,55-6,36) foram fatores independentes para a realização de tratamento fisioterapêutico. A escolaridade e internações hospitalares não se demonstraram significativos. Conclusão: A prevalência de indivíduos com DPOC que realizam tratamento fisioterapêutico foi de 11,5%, e associou-se com fatores sociodemográficos e de saúde. A baixa prevalência de pacientes com DPOC que realizam tratamento fisioterapêutico ressalta a necessidade de maior conscientização sobre os benefícios dessa intervenção, visando melhorar a qualidade de vida e reduzir as complicações associadas à doença.
RELATÓRIO SITUACIONAL DE ASMA EM PERNAMBUCO: UM ESTUDO BASEADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
Pôster
Araújo, G.S.L1, Silva, H.H.M.1, Silva, M.C.G1, Dias, S.B.S1, Marinho, H.V.V1, Cabral, L.M.M1, Bernardo, T.T.S.S.A1, Rossiter, B.B.M1, Correia Junior, M.A.V1
1 UPE
Objetivos: Analisar indicadores de internações e gastos hospitalares por asma nos anos de 2012 a 2022 em Pernambuco. Métodos: Utilizou-se o banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), e analisou-se características e tendências dessas internações e gastos por asma nos anos de 2012 a 2022. Para estimar o número de habitantes por 100.000 foi utilizado dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: Durante o período avaliado em Pernambuco houve um total de 47.310 internações por asma e R$27.886.766,93 de gastos. Houve uma queda absoluta nos registros de internações por cem mil habitantes em 2020 quando comparados os anos de 2012 a 2022 (70,55; 59,72; 50,79; 52,55; 40,67; 45,16; 34,73; 43,00; 21,70; 33,26; 55,16 e R$ 3.453.407,53, R$ 3.283.247,49, R$ 2.884.299,48, R$ 2.681.291,10, R$ 2.227.060,49, R$ 2.507.622,89, R$ 1.946.212,73, R$ 2.287.025,21, R$ 1.282.023,89, R$ 1.929.833,04, R$ 3.466.906,46, respectivamente). Conclusões: O ano de 2020 apresentou aproximadamente metade do número de internamentos e gastos por asma comparado com a década avaliada no estado de Pernambuco. O distanciamento social imposto pelas autoridades de Estado durante a pandemia de Covid-19 pode ter sido o principal fator para esse resultado.
RELATÓRIO SITUACIONAL DE ASMA EM RECIFE: UM ESTUDO BASEADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
Pôster
Araújo, G. S. L1, Silva, H. H. M1, Silva, M. C. G1, Dias, S. B. S1, Marinho, H. V. V1, Cabral, L. M. M1, Bernardo, T. T. S. S. A1, Rossiter, B. B. M1, Correia Júnior, M. A. V1
1 UPE
Objetivo: Analisar indicadores de internações e gastos hospitalares por asma nos anos de 2012 a 2022 na cidade do Recife. Método: Utilizou-se o banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), e analisou-se características e tendências dessas internações e gastos por asma nos anos de 2012 a 2022. Para estimar o número de habitantes por 100.000 utilizou-se dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: Durante o período avaliado em Recife houve um total de 31.006 internações por asma e R$14.639.344,30 foram gastos. Houve uma queda de cerca de metade nos registros de internações por cem mil habitantes em 2020 quando comparados os anos de 2012 a 2022 (190,97; 199,75; 186,66; 190,26; 173,94; 191,18; 156,42; 180,77; 102,69; 135,27; 220,83 e R$ 846.610,47, R$ 1.318.929,94, R$ 1.542.519,61, R$ 1.418.254,13, R$ 1.360.407,46, R$ 1.538.585,30, R$ 1.121.053,14, R$ 1.408.177,61, R$ 879.446,45, R$ 1.154.643,26, R$ 2.050.716,93, respectivamente). Conclusão: O ano de 2020 apresentou aproximadamente metade dos números de internamentos e gastos por asma comparados com a década avaliada em Recife. O distanciamento social imposto pelas autoridades de Estado durante a pandemia de Covid-19 pode ter sido o principal fator para esse resultado.