Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - 3. Câncer
AVALIAÇÃO DO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE E SEU IMPACTO NA SAÚDE DAS PACIENTES COM CÂNCER
Pôster
D‘Almeida, L.V.1, Oliveira, R. A.1
1 ICICT/FIOCRUZ
Objetivos: Este estudo busca investigar a relação entre o acesso aos serviços de saúde e o desfecho óbito das pacientes com câncer de mama, considerando a distribuição geográfica dos serviços.
Métodos: Estudo epidemiológico ecológico e quantitativo utilizando dados secundários de pacientes residentes no Rio de Janeiro, abrangendo o período de 2010 a 2020. Foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para desfechos de óbito. Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) foram empregados para avaliar a disponibilidade de recursos em unidades de saúde. A distribuição espacial dos serviços foi analisada por geoprocessamento.
Resultados: Identificaram-se disparidades epidemiológicas no acesso aos serviços de saúde para pacientes com câncer de mama em diferentes áreas do Rio de Janeiro. Pacientes em áreas periféricas enfrentam dificuldades maiores para acessar diagnóstico e tratamento, com serviços especializados concentrados em áreas centrais. A disponibilidade de recursos é desigual, com algumas áreas apresentando escassez de profissionais e equipamentos, atrasando diagnósticos e tratamentos e impactando negativamente o prognóstico.
Conclusões: O acesso equitativo e oportuno aos serviços de saúde é crucial para o diagnóstico precoce e tratamento eficaz do câncer de mama no Rio de Janeiro. Disparidades epidemiológicas regionais no acesso indicam a necessidade de políticas de saúde mais equitativas e eficientes. A regionalização dos serviços de saúde é essencial para superar barreiras de acesso e garantir a integralidade e equidade do cuidado, melhorando os resultados de saúde para todas as pacientes.
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO NO INCA-RJ: PERFIL DE CASOS ANTES E DURANTE PANDEMIA DA COVID-19
Pôster
Ayala, V.R.M1, Costa, M.T.F2, Moraes, C.L3
1 PPGSF/ UNESA E INCA
2 PPGSF/UNESA/IDOMED
3 IMS/UERJ E PPGSF/UNESA/IDOMED
Objetivo: Analisar indicadores de acesso, estadiamento e tratamento de 2.486 casos com câncer de colo de útero, CID C53, admitidos no Instituto Nacional de Câncer (HCII / INCA - RJ), de 2017 a 2021, divididos em grupos conforme período de admissão e protocolo institucional. Método: Estudo quantitativo descritivo usando como fonte a base de dados do Registro Hospitalar de Câncer. Os casos foram divididos em quatro grupos: analíticos pré-pandemia, analíticos pandemia, não analíticos pré-pandemia e não analíticos pandemia. Cinco variáveis foram analisadas: tempo entre diagnóstico e admissão hospitalar, primeiro tratamento recebido no hospital, estado da doença após o primeiro tratamento, razão de não tratamento e estadiamento. Utilizamos o teste chi-quadrado de Pearson para analisar as variações nos períodos pré-pandemia e de pandemia. Resultados: Durante a pandemia, no grupo de casos analíticos, foi observado aumento de 25,1% na proporção de casos admitidos com mais de 61 dias após o diagnóstico, redução de 6,3% de casos com remissão completa da doença após o primeiro tratamento e aumento de 4,6% de encaminhamentos ao suporte terapêutico. Entre os não analíticos, durante a pandemia, houve aumento de 20,6% da proporção de casos admitidos em estádio IV, 23,3% a mais de casos sem tratamento instituído por avanço de doença e mais 12,1% de encaminhamentos ao suporte terapêutico. Conclusão: No período da pandemia de Covid-19, o perfil de casos com câncer de colo de útero admitidos no HCII / INCA - RJ sugere dificuldades de acesso ao sistema de saúde, com possível atraso no diagnóstico e tratamento.
CÂNCER – VULNERABILIDADES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E NO BRASIL
Pôster
Eloi, G. V. M. A.1, Ribeiro, F. S. N.1, Nunes, R. A.1, Gomes, C. G.2, Costa, L. M.2
1 UERJ
2 HUPE/ UERJ
Objetivos. Analisar as diferenças de gravidade entre os casos de câncer no Estado do Rio de Janeiro. Método. Estudo descritivo a partir da base Registro Hospitalar de Câncer entre 2010 e 2019, pré pandêmico. As variáveis gênero, idade, raça e escolaridade foram consideradas aproximação de graus de vulnerabilidade e o estadiamento de tumores malignos (TNM) critério de gravidade. Resultados. A expressão do câncer apresenta padrões semelhantes na distribuição por gênero e tipologia no Brasil e no RJ. A relação entre escolaridade e estadiamento também foi semelhante, a menor escolaridade concentrou níveis maiores de estadiamento. No RJ o ensino médio concentrou em estágios 1 e 2. No Brasil e no RJ a variável raça apresentou correlação entre o menor estadiamento para brancos. Para a raça parda e preta a maior proporção estava nos maiores estadiamentos. A raça parda estava melhor distribuída entre os estágios no RJ e a raça negra mais concentrada em estágios maiores. O RJ possui menor proporção de homens e estes com aumento no estágio 3 no Brasil e no RJ. RJ possui maior proporção de <40 anos nos estágios 1 e 2 e a faixa entre 40 e 50 anos nos estágios 3 e 4. Conclusões: A gravidade dos casos demonstra que as diferenças do RJ são mais acentuadas no ensino médio e fundamental em relação ao Brasil. Quanto à raça, a gravidade entre pardos no RJ se expressa na proporção mais baixa. Os homens no RJ se apresentam de forma mais tardia e mais grave.
COBERTURA VACINAL POR HPV E OCORRÊNCIA DE MORTES POR C NCER DE COLO UTERINO NO RIO DE JANE
Pôster
SANTOS, T. J.1, DONNOLA, M.T. P.1, TAVARES, F. G.1
1 UFF
Objetivo: Descrever a cobertura vacinal (CV) de HPV em meninas de 9 anos a 14 anos, 11 meses e 29 dias, e o número de óbitos por CACU no município do Rio de Janeiro, 2010 a 2021. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico de caráter descritivo, realizado a partir de dados secundários, cujas bases de dados foram: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), e o Sistema de Informação sobre Mortalidades (SIM). Foram apresentados os valores de CV para HPV. Resultados: Ao longo do período de estudo, foram registradas 2.511.122 milhões de doses da vacina contra o HPV, representando uma CV que variou entre 77% a 27%, nos anos de 2014 e 2021, respectivamente. A taxa de mortalidade por CACU em mulheres de 25 a 64 variou no período de 11 a 13/100.000 mulheres. Conclusão: A influência política e religiosa que ascendeu o movimento antivacina nos últimos anos, juntamente com a pandemia enfrentada em 2020 pode ter interferido na redução da CV por HPV. Nosso estudo indica que se faz necessário pensar em estratégias de saúde pública voltadas para a ampliação da cobertura vacinal contra o HPV, visando a redução da incidência de CACU, doença com alta incidência entre as mulheres em idade fértil.
FATORES DO TEMPO DE ESPERA PARA IDENTIFICAÇÃO DE DOADORES NO REDOME-NET (2016-2023)
Pôster
Miguel, W de M.1, Adão, C.A.E2, Paulista, J.S3, Amenu, B.4
1 ENSP/FIOCRUZ
2 INCA/MS
3 AC CAMARGO CANCER CENTER
4 UFRJ
Objetivos: Analisar fatores associados ao tempo de espera para a identificação de doadores compatíveis entre 2016-2023 no REDOME-net e identificar suas influências, incluindo características dos receptores e fatores regionais.
Metodologia: Este estudo de coorte retrospectiva utilizou dados do REDOME-net entre 2016-2023 para avaliar o impacto de variáveis como diagnóstico, região de residência, sexo, idade e tipo de serviço de saúde nos tempos de espera para TCTH. A análise buscou padrões e disparidades cruciais, formando a base para recomendações direcionadas.
Resultados: As descobertas principais incluem a influência do diagnóstico e da região de residência nos tempos de espera para TCTH. Pacientes com Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) enfrentam períodos mais longos de espera em comparação com aqueles com Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Idade e tipo de serviço de saúde também foram identificados como fatores impactantes, com crianças, pacientes de serviços de saúde privados e indivíduos de etnia branca tendo tempos de espera mais curtos, em média.
Conclusão: O estudo propõe estratégias específicas para otimizar o processo de transplante. Recomendações incluem investir em atualizações de registros para fortalecer o banco de dados do REDOME, melhorar a comunicação entre centros de transplante, focar em regiões com dados insuficientes, investigar disparidades regionais e implementar estratégias para reduzir os tempos de espera para grupos específicos. A ênfase está na importância do compromisso contínuo com atualizações de registros, aprimoramento da infraestrutura e conscientização da comunidade, pilares essenciais para melhorar os serviços do REDOME e do TCTH no Brasil.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE ADENOCARCINOMA DE PULMÃO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Pôster
SALGADO, T. A. A.1, FRANCA, B. C2, GAUÍ, M. F. D.1, RODRIGUES, H. C.3
1 UFRJ
2 IESC/UFRJ
3 HUCFF
Objetivos: descrever o perfil dos casos de diagnóstico de adenocarcinoma de pulmão atendidos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), no período de 2002 a 2022. Métodos: estudo descritivo com dados secundários obtidos do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) e prontuário eletrônico. As variáveis de interesse foram “sexo”, “idade”, “cor da pele”, “tabaco”, “Escala de Performance Status (PS)”, “estadiamento”, “diagnóstico” e “óbito”. A média, frequência absoluta e relativa, além da sobrevida média, foi calculada em Excel. Resultados: 100 casos foram registrados, com média de 63 anos (11,3) de idade e predomínio do sexo masculino (51,5%) e da cor da pele branca (53,1%). A maioria era tabagista (79,8%), com média de 62,6 maços/ano. 55,1% dos casos apresentaram PS maior que 2. Apenas 28,9% foram submetidos a cirurgia e a maioria (37,1%) recebeu tratamento quimioterápico. O estadiamento patológico III/IV foi o mais prevalente (70,1%). A sobrevida média do grupo de casos com estádio I foi de 49,2 meses (IC:29,2-69,2) enquanto IIIB/IV foi de 19,4 meses (IC:9,9-28,9), tendo p-valor<0,001. Conclusões: observou-se a alta prevalência do hábito tabágico e do sexo masculino, como consta na literatura. Quanto ao PS, a maioria não encontrava-se em condição de tratamento quimioterápico, necessitando de cuidados paliativos. Além disso, o estadiamento avançado (III/IV) tem destaque, o que interfere no prognóstico dos casos.
TEMPO DE ESPERA ENTRE O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO NO BRASIL
Pôster
Silva, P. V. S.1, Silva, L. G. S.1, Chaves, M. F. D.1, Cruz, A. C. C.1, Oliveira, N. P. D.2, Santos, J. E. M.3, Cancela, M. C.3, Souza, D. L. B.1
1 UFRN
2 UPE
3 INCA
Objetivo: Analisar a tendência de inconformidade com a Lei n.º 12.732/2012 para o início do tratamento para câncer de colo de útero nos estados brasileiros nos anos de 2010 a 2019. Métodos: Estudo do tipo ecológico de série temporal baseado em dados do sistema de Registros Hospitalares de Câncer (RHC) para câncer de colo de útero. Para a análise de tendência da inconformidade no acesso ao tratamento instituído pela Lei 12.732/12 (Lei dos 60 dias), foi realizada uma análise de regressão Joinpoint, utilizando o software Joinpoint Regression Program (National Cancer Institute, Bethesda, Maryland, USA). Resultados e Conclusões: Observou-se que, nas 27 unidades federativas do Brasil, 64.205 pacientes diagnosticadas com câncer de colo de útero tiveram acesso ao tratamento oncológico dos anos de 2010 a 2019. Ao analisar a tendência, verificou-se que os estados do Acre, Amazonas, Piauí, Ceará, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás apresentaram aumento anual significativo no percentual de não cumprimento da lei. Nos Estados do Amapá, Paraná e Santa Catarina houve uma redução seguida de aumento, enquanto no Rio Grande do Norte houve redução percentual. Observou-se que nos estados de Rondônia, Roraima, Pará, Tocantins, Pernambuco, Sergipe e Bahia houve uma estabilidade. Dessa forma, foi evidenciado que após a implementação da lei, os estados brasileiros em sua maioria apresentaram aumento no percentual de pacientes atendidas após 60 dias.
TEMPO DE ESPERA ENTRE O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES NO BRASIL
Pôster
Silva, P. V. S.1, Silva, L. G. S.1, Júnior, A. G. C.1, Junior, E. P. C1, Dutra, J. L. A.1, Oliveira, N. P. D.2, Santos, J. E. M.3, Cancela, M. C.3, Souza, D. L. B.1
1 UFRN
2 UPE
3 INCA
Objetivo: Analisar a tendência de não conformidade com a Lei n.º 12.732/2012 (Lei dos 60 dias) para o início do tratamento oncológico de câncer de mama em mulheres nos estados brasileiros nos anos de 2010 a 2019. Método: O presente trabalho trata-se de um estudo ecológico de série temporal a partir de dados do sistema de Registros Hospitalares de Câncer (RHC) dos casos de câncer de mama em mulheres. Para avaliar a tendência de não conformidade do acesso, foi realizada uma análise de regressão Joinpoint. utilizando o software Joinpoint Regression Program. O modelo de regressão foi baseado nos pontos de mudança identificados, sendo empregado o mais ajustado, com variação percentual anual (APC) baseada na tendência de cada segmento estimando sua significância estatística (p<0,05). Resultados: Após a promulgação da lei, os estados do Acre, Roraima, Tocantins, Piauí, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal, apresentaram aumento anual significativo no percentual de não cumprimento da lei. Em Rondônia, Pernambuco, Espírito Santo, Paraná houve redução seguida de aumento. No Pará e Ceará, uma redução do percentual. E na Bahia, aumento seguido de redução. Os demais estados brasileiros apresentaram percentuais não significativos, resultando em uma estabilidade. Conclusão: Pode-se concluir que após a implementação da legislação brasileira, em sua maioria, os estados brasileiros apresentaram aumento no percentual de pacientes atendidas após 60 dias.
TENDÊNCIA DA MORTALIDADE POR CÂNCER DE PULMÃO NO BRASIL, 2000-2022
Pôster
Leite, C. E. A.1, Bezerra, C. M. M.2
1 Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
2 Prefeitura Municipal de Cabrobó-PE
Objetivo: Analisar a tendência da mortalidade por câncer de pulmão no Brasil. Métodos: Trata-se de estudo ecológico de séries temporais das taxas de mortalidade por câncer de pulmão ajustadas pela idade para o período de 2000 a 2022 utilizando dados do Sistema de Informação Sobre Mortalidade com causa básica os CID-10 C33 e C34. Por meio de modelos de regressão de pontos de inflexão (joinpoint), foram estimadas a variação percentual anual (VPA) e a variação percentual média anual (VPMA). Resultados: Ocorreram 522.501 óbitos por câncer de pulmão. Foi mais predominante entre os homens (60,8%) e raça/cor branca (63,6%). Entre os anos 2000 e 2022, a mortalidade por câncer de pulmão apresentou tendência decrescente para ambos os sexos ([VPMA -0,3 (IC95%= -0,5; -0,1), decrescente para o sexo masculino ([VPMA -1,3 (IC95%= -1,4; -1,1) e crescente para o sexo feminino ([VPMA 1,4 (IC95%= 1,2; 1,7). Em sentido contrário, houve tendência decrescente entre 2018 e 2022 para ambos os sexos [VPA -3,2 (IC95%= -4,7; -2,1)], para o sexo masculino [VPA -4,4 (IC95%= -5,6; -3,5)] e feminino [VPA -1,1 (IC95%= -2,5; -0,0)]. A razão de taxas masculino/feminino variou de 2,7 em 2000 para 1,4 em 2022. Maior tendência decrescente foi observada na faixa etária 40 a 49 anos [VPA -2,6 (IC95%= -2,8; -2,3)] em geral. O sexo feminino apresentou tendência crescente nas faixas etárias acima de 50 anos. Conclusões: A mortalidade por câncer de pulmão apresentou tendência decrescente no Brasil com diferenças importantes entre sexos.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA INCIDÊNCIA DO CÂNCER DE TIREOIDE NO BRASIL, 2000 A 2013
Pôster
Barros, W.B.1, Meijinhos, L. S.2, Santos, S. S.1
1 FIOCRUZ
2 SMS - RIO
Objetivo: Descrever a tendência temporal das taxas de incidência de câncer de tireoide padronizadas por idade, em homens e mulheres de cidades brasileiras selecionadas, no período de 2000 a 2013. Métodos: Estudo ecológico com dados das capitais brasileiras que possuem Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) que atendem aos critérios de qualidade de dados estabelecidos para o estudo (São Paulo, Porto Alegre, João Pessoa, Goiânia, Fortaleza, Cuiabá, Belo Horizonte e Aracaju). A análise da tendência temporal foi realizada pelo método de regressão segmentada (Joinpoint Regression Analysis). Resultados: As maiores taxas de incidência padronizadas por idade ocorreram em Aracaju para mulheres (27,5/100.000) e em São Paulo para os homens (6,2/100.000). Já as menores taxas de incidência padronizada foram observadas em Porto Alegre para mulheres (4,83/100.000) e em João Pessoa para os homens (1,21/100.000). Foi verificada uma tendência de aumento estatisticamente significativa das taxas de incidência padronizadas, exceto para mulheres e homens de Porto Alegre e homens de Cuiabá e João Pessoa. Os maiores Percentuais médios de alteração anual (AAPC) foram observados em João Pessoa para as mulheres (15,60%) e Aracajú para os homens (10,23%). Conclusão: O presente trabalho evidenciou um aumento da incidência de câncer de tireoide nas últimas décadas no Brasil, seguindo o padrão descrito internacionalmente.
TUMORES SÓLIDOS INFANTOJUVENIS: TENDÊNCIA TEMPORAL NO ESTADO DE SÃO PAULO, 2000-2023
Pôster
Prates, P.E.G.1, Oliveira, A.C.C.1, Alonso, J.B.1, Ferreira, P.J.1, Zamarioli, C.M.1
1 USP
Objetivos: Compreender o mecanismo gerador das séries temporais dos cinco tumores sólidos mais prevalentes em pacientes de 0 a 19 anos, de ambos os sexos, no estado de São Paulo, entre 2002 e 2023. Métodos: Estudo ecológico, de tendência temporal, com dados extraídos de 77 instituições cadastradas na Fundação Oncocentro do Estado de São Paulo, agrupados segundo à Classificação Internacional de Câncer na Infância. Para cada grupo de neoplasias, foram estabelecidos os tempos medianos mensais entre a consulta e o diagnóstico, cujo mês de início foi determinado pela data da consulta, e entre o diagnóstico e o tratamento, cujo mês inicial foi determinado pela data de diagnóstico. Foram utilizados os testes KPSS para avaliação de tendência, SEAS para avaliação de sazonalidade e de autocorrelação pelo teste de Ljung-Box, necessários para a aplicação de modelos da classe Autorregressiva Integrada de Médias Móveis (ARIMA). Resultados: Não foi observada sazonalidade para nenhum dos grupos analisados; a tendência foi observada para os tumores do SNC e miscelânia de neoplasias intracranianas e intraespinhais e tumores ósseos malignos em relação aos dois tempos alisados e, entre o diagnóstico e o tratamento também para os tumores de tecidos moles e outros sarcomas; houve significância estatística para a autocorrelação entre o número de consulta e tratamento para os tumores do SNC e miscelânia de neoplasias intracranianas e intraespinhais (p<0,01). Conclusões: É necessário realizar ajustes no modelo e construir a equação que explique a série para o grupo de tumores do SNC e miscelânia de neoplasias intracranianas e intraespinhais.
ACESSIBILIDADE GEOGRÁFICA AO TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA NO BRASIL (2013-2022)
Pôster
Santos, A. L. S. S.1, Oliveira, T. N. C.1, Oliveira, R. V. C.2
1 Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP/Rio de Janeiro, Brasil.
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/INI/ Rio de Janeiro, Brasil.
Objetivo: Analisar a acessibilidade geográfica para o tratamento do câncer de próstata no SUS em 10 anos.
Métodos: Realizou-se um estudo transversal em 188.945 registros de câncer de próstata dos Registro Hospitalar de Câncer (RHC) de 2013 a 2022. Analisou-se a distância percorridas para tratamento oncológico, estratificada por tipo de tratamento oncológico, entre os municípios de residência e tratamento. Média ponderada das distâncias foi a principal medida. A análise foi realizada no software livre R.
Resultados: Entre 2013 e 2022, 115.624 pacientes (61,2%) deslocaram-se de seu município para tratamento. A região Sudeste recebeu a maioria dos deslocamentos intermunicipais, 82,3% dos pacientes do Centro-Oeste, 51,1% do Norte e 31,8% do Nordeste. Os maiores deslocamentos por estado foram Roraima (1145,4 km), Amapá (784,2 km) e Amazonas (989,8 km) e os menores foram Rio Grande do Sul (78,5 km) e São Paulo (68,7 km). As distâncias médias percorridas por tipo de tratamento foram: cirurgia (156,1 km), radioterapia (128,3 km), quimioterapia (124,3 km) e hormonioterapia (108,6 km). Houve distâncias acima de 3000 km para todos os tipos de tratamento. As maiores ocorrências para cada tipo de tratamento foram: cirurgia no Amazonas (1712,5 km), radioterapia no Amapá (914,4 km), hormonioterapia no Pará (475,6 Km) e quimioterapia em Tocantins (435,7 Km).
Conclusões: Há evidências de disparidades geográficas na acessibilidade ao tratamento, com médias ponderadas de distâncias superiores a 700 km em diversos estados, o que destaca a concentração de serviços oncológicos no Sudeste e a consequente necessidade de deslocamento, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.
ALTERAÇÕES NA FUNÇÃO SEXUAL EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA
Pôster
Fernandes, E.K.1, Campos, A.L1, Cintra, J.R2, Ervilha, R.R1, Guerra, M.R1, Santos, P.R1, Alves, A.D1, Teixeira, M.T1
1 UFJF
2 Instituto Oncologico
Objetivo: Investigar associação dos fatores sociodemográficos com função sexual em mulheres sobreviventes ao câncer de mama. Métodos: Estudo transversal, que faz parte de um projeto maior envolvendo uma coorte de mulheres sobreviventes de câncer de mama assistidas em serviços de oncologia de Juiz de Fora - MG. Participaram 101 mulheres diagnosticadas entre 2014 e 2016. Foram analisados prontuários para obter informações sociodemográficas e a sexualidade foi avaliada pelo questionário EORTC QLQ-BR23, validado e específico para população do estudo. Os domínios utilizados foram (desejo/ frequência, perguntas 44 e 45). Realizou-se análise descritiva para distribuição e prevalência das variáveis, seguida de análise bivariada, considerando função sexual como variável dependente. As variáveis preditoras foram características sociodemográficas. A regressão de Poisson foi utilizada na análise bivariada e multivariada para avaliar associações, sendo significantes as com p ≤ 0,05. Resultados: Observaram-se associações relacionadas à função sexual: mulheres acima de 50 anos (p=0,04), sem companheiro (p=0,031) e desempregadas (p=0,018) apresentaram pior função sexual. Mulheres com ensino médio completo (p=0,050) tiveram melhor função sexual. A análise multivariada sugere que a situação conjugal é um fator importante associado à função sexual em mulheres com câncer de mama. Mulheres sem companheiro (p=0,042) apresentaram pior função sexual. O grau de instrução mostrou tendência a associação significativa com a função sexual (p=0,053), com mulheres de maior escolaridade apresentando melhor função sexual comparadas às com menos de 8 anos de estudo. Conclusão: Os resultados destacam a necessidade de estratégias para abordar a sexualidade durante e após o tratamento do câncer de mama.
ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DO RASTREAMENTO DO CÂNCER CERVICAL EM MINAS GERAIS E MACRORREGIÕES
Pôster
Mendes, M. A. F.1, Nogueira, M. C.1, Guerra, M. R.1, Rocha, T. S.1, Bustamante-Teixeira, M. T.1
1 UFJF
Objetivos: Analisar a adequação do rastreamento do câncer cervical em Minas Gerais e macrorregiões no âmbito do SUS, considerando a adesão às diretrizes nacionais e associação com fatores sociodemográficos e assistenciais, em dois triênios. Métodos: Estudo ecológico comparativo entre os triênios 2017-2019 e 2020-2022 em Minas Gerais e macrorregiões. Analisou-se a cobertura e adequação dos exames citopatológicos (dados do SISCAN) e sua associação com variáveis sociodemográficas e assistenciais como renda, taxa de analfabetismo, escolaridade, razão de médicos e enfermeiros e PIB, obtidas do DATASUS. Resultados: A cobertura do rastreamento reduziu 6,79%, passando de 43,14% no primeiro triênio para 36,35% no segundo. A análise das macrorregiões mostrou que o padrão de rastreamento permaneceu inalterado: regiões com baixa cobertura continuaram baixas e regiões com alta cobertura permaneceram altas. Houve uma redução no sobrerrastreamento por idade e período no segundo triênio analisado. Mais de 80% dos exames foram realizados em mulheres na faixa etária alvo (25-64 anos), mas a periodicidade dos exames se mostrou aquém do recomendado (trienal). Modelos múltiplos indicaram que baixa escolaridade, razão de enfermeiros e PIB foram significativamente associados à baixa cobertura em ambos os triênios. Conclusões: Houve uma diminuição na cobertura dos exames citopatológicos entre os triênios analisados, o que pode ser atribuído à pandemia, mas o padrão regional de rastreamento foi mantido. A periodicidade inadequada dos exames e a associação de fatores sociodemográficos e assistenciais com a baixa cobertura destacam a necessidade de estratégias direcionadas para melhorar a adesão ao rastreamento do câncer cervical no SUS.
ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA DE PACIENTES COM CÂNCER DE MELANOMA : UM ESTUDO RETROSPECTIVO NO
Pôster
Zhang Gao, C1, Ziegelmann, P. K.1, Giacomazzi, J.1
1 UFRGS
O Rio Grande do Sul (RS) é o quarto estado em mortalidade por câncer de pele. Conhecer taxas de sobrevivência é essencial para avaliar a efetividade dos serviços de saúde, mas no Brasil há poucos estudos sobre isso.
Objetivo: Estimar taxas de sobrevivência global em 5 anos de pacientes com melanoma no RS e investigar fatores prognósticos.
Métodos: Estudo de coorte retrospectiva utilizando dados de 19 registros hospitalares do RS. O seguimento passivo foi feito usando dados do sistema de Mortalidade do RS, linkando nome do paciente, nome da mãe, data de nascimento e endereço. Estimativas de sobrevivência foram feitas pelo método de Kaplan-Meier e fatores prognósticos analisados pelo modelo de Cox. Tempo mediano de seguimento foi calculado pelo método de Kaplan-Meier invertido.
Resultados: Incluídos 2865 adultos(18-99 anos). A taxa de sobrevivência global em 5 anos foi de 70,5% (IC 95%: 68,9-72,2), variando de 89,4% (IC 95%: 85,6-92,2) para estádio I e 33,9% (IC 95%: 29,2-36,8) para metastáticos. Modelo de Cox multivariado mostrou maior risco de morte para homens (HR=1,43; IC 95%: 1,19-1,71; P<0,001) e não brancos (HR=1,80; IC 95%: 1,07-3,04, p=0,03), e menor risco para melanomas no tronco em estádio I (HR=0,27; IC 95%: 0,10-0,76). Estes resultados foram ajustados por idade e escolaridade.
Discussão: Primeiro estudo no RS a apresentar estimativas de sobrevivência para pacientes com melanoma baseado em dados reais.
ANÁLISE DESCRITIVA DA MORTALIDADE POR CÂNCER NO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS- 2011 A 2020
Pôster
Temoteo, R. F.1, Andrea, S. A.2, Furtado, J.2, Assis, C.H.C.1
1 SMS Angra dos Reis, RCBP
2 SMS Angra dos Reis
Objetivos
Descrever o perfil de mortalidade por câncer entre residentes de Angra dos Reis, apresentando a série histórica de óbitos pela doença no período de 2011 a 2020, identificando as principais localizações primárias de câncer por sexo mais frequentes como causa dos óbitos.
Metodologia
Estudo descritivo, utilizando a base de dados de mortalidade do DATASUS/M.S. através do Tabnet. Selecionados óbitos por neoplasias (CIDs de C00 a C97) ocorridos na população residente em Angra dos Reis, tabulados por sexo e localização primária da neoplasia, utilizando frequências absolutas, percentuais e taxas de incidência
Resultados
No período de 2011 a 2020, ocorreram 1611 óbitos por neoplasias, sendo a terceira causa de mortalidade em residentes (15,4%) superado pelas causas externas (16,8 %) e doença do ap. circulatório (26,29%); mediana de 106 óbitos. A proporção por sexo foi de 55,7 % no sexo masculino e 44,3 % no feminino. A taxa de mortalidade bruta na população residente apresentou tendência a queda mais evidente a partir de 2017, com a menor taxa do período em 2020 (66,91), as maiores em 2012 e 2013 (95,7 e 93,8). Por sexo, a tendência de queda das taxas é verificada no sexo masculino, no sexo feminino, observa-se uma estabilidade das taxas. No sexo masculino, as 3 causas de óbitos mais frequentes foram câncer de próstata (14,8 %), brônquios e pulmões (12,8 %) e estômago (7,7%); no sexo feminino, câncer de mama ( 17,8%), de brônquios e pulmões (11,7 %) e de cólon e reto (6,7 %).
ANÁLISE DESCRITIVA DOS CASOS DE CÂNCER NO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS DE 2016 A 2020.
Pôster
Silva, L.R.M1, Assis, C.H.C2, Reis, R.M.3, Temóteo, R.F.4, André, A.S.4, Leite, T.C.S.B.2, Furtado, J.S.4, Aquino, R.G5
1 MS/DEMSP-Apoiadora CIEVS-ANGRA DOS REIS
2 RCBP-ANGRA DOS REIS
3 CIEVS-ANGRA DOS REIS
4 VE-ANGRA DOS REIS
5 VA-ANGRA DOS REIS
Descrever os casos de câncer primário notificados no Registrado de Câncer de Base Populacional (RBPC) do Município de Angra dos Reis (MAR) no período de 2016 a 2020. Identificar a frequência absoluta e relativa do diagnóstico das cinco localizações primárias de câncer mais frequentes, por sexo, no MAR. Estudo descritivo, do tipo transversal. Foi utilizada a base de dados do RCBP do MAR para extrair os dados de casos de localização do câncer primário de 2016 a 2020. Foram excluídos o câncer de pele e in situ. As análises e gráficos foram realizados no Microsoft Excel. Foram calculadas frequências absolutas e relativas. Foram registrados 1440 casos de câncer no MAR de 2016 a 2020. O ano de 2019 concentrou o maior número de registros totalizando 427 casos. A proporção de todos os casos de câncer foi de 52,15% no sexo feminino e 47,85% no sexo masculino. As cinco principais localizações primárias mais frequentes nas mulheres foram: mama (N=193, 25,70%), brônquios e pulmões (N=59, 7,86%), colo de útero (N=57, 7,59%), cólon (N=38, 5,06%) e ovário (N=29,3,86%). Já nos homens as cinco principais localizações são: Próstata (N=124, 18,00%), brônquios e pulmões (N=62,9,00%), estômago (N=45, 6,53%), cólon (N=44, 6,39%), fígado e vias biliares e intra-hepáticas (N=38, 5,52%). As localizações primárias de câncer mais frequentes em cada sexo no MAR apresentam proporções próximas ao encontrado no território nacional. Tais dados são estratégicos e fundamentais para a vigilância do câncer.
ANÁLISE ESPACIAL DA MORTALIDADE POR CÂNCER COLORRETAL NAS REGIÕES DE SAÚDE DO BRASIL
Pôster
Nogueira, M. C.1, Oliveira, T. V.1
1 UFJF
Objetivos: Investigar a distribuição espacial da mortalidade por câncer colorretal nas regiões de saúde do Brasil.
Métodos: Estudo agregado, com as 450 regiões de saúde como unidades de análise. O desfecho foi a taxa de mortalidade por câncer colorretal, por sexo, padronizada por idade, para o período de 2010-2019; e a exposição a renda média domiciliar per capita do Censo Demográfico de 2010. A associação entre as variáveis foi analisada por modelo de regressão linear espacial.
Resultados: A taxa média anual de mortalidade variou de 0,3 a 13,6 no sexo feminino, com média de 4,0 óbitos por 100.000 mulheres; e de 0,0 a 16,4 no sexo masculino, com média de 4,9 óbitos por 100.000 homens. Ambas as taxas tiveram autocorrelação espacial geral moderada e clusters espaciais de valores altos principalmente em regiões do Sul e Sudeste do país. A renda média per capita teve associação positiva com a taxa de mortalidade em ambos os sexos; a cada aumento de R$ 100,00 a taxa foi maior em 0,4 unidades nas mulheres e em 0,6 unidades nos homens.
Conclusões: A mortalidade por câncer colorretal apresenta altas taxas no país, principalmente em regiões de saúde do Sul e Sudeste e com alta renda média per capita.
ANOS DE VIDA PERDIDOS POR CÂNCER CERVICAL: PERSISTÊNCIA DAS DESIGUALDADES NA ARGENTINA
Pôster
Fattore, G.J1, Aráoz Olivos, N.S2, Levau, C.M1, Delgado, A.L3, Napoli Llober, R.I4, Ballejo, C5, Marro, M.J.5
1 Universidad Nacional de Lanús. Instituto Nacional del Cáncer.
2 instituto Nacional del Cáncer
3 HOSPITAL GENERAL DE AGUDOS "DR. C. ARGERICH", CABA. Argentina
4 Hospital Bernardino Rivadavia. CABA. Argentina
5 INSTITUTO NACIONAL DE EPIDEMIOLOGÍA "DR. JUAN H. JARA"
INTRODUÇÃO
O câncer de colo de útero (CCU) é uma causa persistente de morte em mulheres jovens, apresentando importantes desigualdades entre províncias. O objetivo foi estimar os Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) por CCU no período 2001-2020, e identificar clusters espaciais e espaço-temporais de alta e baixa carga.
MÉTODOS: Estudo ecológico e de series temporais sobre os óbitos por CCU (Classificação Internacional de Doenças [10ª revisão] código C53) acontecidos entre 2001-2020, recuperados da Direção de Estatísticas e informação em Saúde do Ministério de Saúde da Argentina. Os APVP foram estimados para mulheres de 25 anos e mais, calcularam-se taxas brutas e ajustadas por idade agrupadas em quinquênios para cada uma das províncias. Para identificar clusters espaciais e espaço-temporais de APVP foram aplicadas técnicas de autocorrelação espacial e de varredura estatística espaço-temporal.
RESULTADOS: Observou-se uma leve tendencia ao aumento das taxas de APVP entre o primeiro quinquênio (5,42 por 1.000; IC 95% 5,40-5,44) e o último (5,75 por 1.000; 5,73-5,76) para o país. As províncias mostraram um comportamento estável ou crescente, com exceção de Jujuy e Santa Cruz, que apresentaram queda significativa. Foi detectado um aglomerado espacial nas províncias com piores indicadores socioeconómicos, que conformaram três aglomerados espaço-temporais de altas taxas: Salta/Jujuy durante 2001-2009, Chaco/Formosa e Corrientes/Misiones em 2011-2020.
CONCLUSÕES: A tendencia das taxas APVP por CCU na Argentina evidenciou a persistência de desigualdades em saúde, especialmente nas províncias mais pobres. A variação na mortalidade prematura entre províncias poderia ser explicada -em parte- pelas diferenças na implementação de programas de prevenção.
ATRASOS PARA O INÍCIO DO TRATAMENTO DO CÂNCER CERVICAL E FATORES ASSOCIADOS NA AMAZÔNIA
Pôster
Silva, I.F.1, Souza, L.R.2, Borges, Mª F.S.O2
1 Ensp/Fiocruz
2 UFAC
Objetivo.Estimar o tempo de espera para início do tratamento do câncer cervical e fatores associados em mulheres atendidas entre 2012 e 2017 em Rio Branco, Acre.Métodos.Trata-se de um estudo transversal da coorte de mulheres com câncer cervical atendidas de 2012 a 2017 em Rio Branco, Acre. Os dados foram obtidos em prontuários físicos por uma enfermeira treinada. As informações de diagnóstico e tratamento foram validadas por laudo histopatológico e relatórios médicos. O desfecho foi o tempo em dias entre a data do diagnóstico e a data do 1º tratamento, depois categorizado em <60/>60 dias. As razões de chances (OR) brutas e ajustadas foram estimadas pela regressão logística não-condicional, com IC95%.Resultados.De 403 mulheres incluídas, a média de idade foi 50 anos, mediana de 48 anos, e 59,8% apresentavam estadiamento-IIIB/IVA. O tempo mediano entre o diagnóstico e o 1º tratamento foi de 39 dias, variando de 81 dias no tratamento cirúrgico a 29 dias na radioterapia (RxT) exclusiva. A prevalência de atraso no início do tratamento (> 60dias) foi de 34% e os fatores estatisticamente associados ao atraso foram idade >40 anos(OR=3,12;IC95%:1,63-5,95), tempo >30dias para consulta com especialista (OR=9,79;IC95%:5,70-16,82), cirurgia (OR=5,88;IC95%:1,77-19,47), protocolo de RxT com/sem braquiterapia(OR=0,05;IC95%:0,01-0,20), estadiamento-IIIB-IVA (OR=0.39;IC:95%0.16-0.96).Conclusão.O atraso para o início do tratamento do câncer cervical no Acre foi menor que em localidades mais desenvolvidas. Idade > 40 anos, esperar 30+ dias para consulta com especialista e cirurgia como 1º tratamento foram positivamente associados. Estadiamentos avançados e RxT foram inversamente associados ao atraso para o início do tratamento.
AVALIAÇÃO DO ESTADIAMENTO AO DIAGNÓSTICO DE CÂNCERES SÓLIDOS INFANTOJUVENIS EM MATO GROSSO
Pôster
De Souza, P.C.F1, Bustamante Teixeira, M.T2, Santos, M.O3, Espinosa, M.M1, Galvão, N.D1, Marinho, K.S.B4, Pio, S.A5, Nascimento, D.C.O5, Rosa, M.S5
1 UFMT
2 UFJF
3 INCA
4 SES/ MT
5 SES/MT
Objetivo: Avaliar o estadiamento da doença no momento do diagnóstico dos seis principais tumores sólidos infantojuvenis, segundo as diretrizes de Toronto (TG). Métodos: Os casos foram extraídos do registro de câncer de base populacional (RCBP) de Mato Grosso para 6 tipos de tumores sólidos diagnosticados entre 2014 a 2017, nas faixas etárias de 0 a 19 anos. O estágio ao diagnóstico foi atribuído conforme o TG, bem como a coleta de variáveis não prognósticas de estadiamento (NPE). Foram calculadas as frequências absolutas e relativas. Resultados: O estágio foi atribuído a 90,7% dos casos (49 de 54 casos). 57,4% dos pacientes apresentaram doença localizada ou locorregional, 25,9% doença metastática no momento do diagnóstico e 16,7% apresentaram recorrência da doença. 53,7% dos pacientes sobreviveram e 46,3% foram a óbito. Houve predominância dos casos do sexo masculino, correspondendo a 55,6% dos casos e 40,7% eram da faixa etária de 0 a 4 anos. Quanto ao percentual de incompletude da variável NPE foi 63,3% e os tipos de tumores mais comuns no estudo foram Tumor de Wilms (29,6%), Osteossarcama (25,9%) seguidos do Neuroblastoma (13,0%), Ewing sarcoma (13,0%), Meduloblastoma (11,1%) e Rabdomiossarcoma (7,4%). Conclusão: a aplicação do TG foi exitosa no RCBP de Mato Grosso, sugerindo a viabilidade de coleta das variáveis de estadiamento de forma rotineira pelo registro. As informações sobre estadiamento são cruciais para compreender as variações das estimativas de sobrevivência entre os países, assim como contribuir para estratégias de controle do câncer e redução das desigualdades.
CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: REGISTRO ESPACIAL E EPIDEMIOLÓGICO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA.
Pôster
Paixão, J.G.M.1, Sousa, B.Y.S.2, Guimarães, H.M.M.S.1, Alves, T.M.K.2, Miranda, C.S.C.2, Gonçalves, N.V.2
1 Universidade Federal do Pará
2 Universidade do Estado do Pará
Objetivos: Analisar a distribuição espacial, perfil clínico e sociodemográfico dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço de um centro de referência no estado do Pará, no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, contextualizando tais dados a territorialização da atenção de alta complexidade. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal, de caráter quantitativo com abordagem analítica, descritiva e inferencial. Os dados relacionados às variáveis sociodemográficas e clínicas foram obtidos em fonte secundária, oficial, de domínio restrito, que foi o sistema de cadastro de pacientes no centro de referência estudado. Já os relacionados às variáveis demográficas e cartográficas foram obtidos de fontes secundárias, oficiais, de domínio público, a saber, o Censo de 2010 e do sistema milionésimo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, além do endereço dos estabelecimentos de saúde através do Cadastro Nacional do Estabelecimentos de Saúde. O centro de referência é o único Centro de assistência em Alta complexidade em oncologia para uma região de mais de 8 milhões de habitantes. O software Research Electronic Data Capture – RedCap, foi utilizado para coleta e armazenamento de informações. Resultados e Conclusões: a presença dos aglomerados de casos constitui iniquidade em saúde, tendo sido muito relevante o uso de tecnologia como o georreferenciamento para evidenciar áreas em maior carência em atendimento especializado, que, expressas através de mapas, possibilitaram o diagnóstico situacional que proporciona a visão necessária para o planejamento e/ou adequação da rede de saúde à realidade local. Método que pode ser utilizado para outros tipos de doenças.
CÂNCER DE MAMA EM MULHERES IDOSAS: DESIGUALDADES REGIONAIS E DESAFIOS PARA A SAÚDE PÚBLICA
Pôster
Romero, D.1, Andrade, N1, Arizaleta, C1
1 FIOCRUZ
Objetivos:
O estudo visa analisar a epidemiologia do câncer de mama entre mulheres idosas no Brasil, com foco na incidência, mortalidade e acesso aos serviços de saúde, destacando possíveis disparidades regionais.
Métodos:
Foram utilizados indicadores do SISAP-Idoso para o período de 2000 a 2019, abrangendo dados sobre morbidade e mortalidade por câncer de mama, além de acesso aos serviços de saúde. Fontes primárias incluíram SIM, SIH-SUS, PNAD e PNS. Indicadores analisados incluíram taxa de mortalidade, proporção de óbitos evitáveis, internações e realização de mamografia.
Resultados:
Em 2019, o câncer de mama representou 2% dos óbitos de idosas no Brasil, com as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste mais afetadas. As regiões Norte e Nordeste enfrentaram proporções relativamente maiores de óbitos por causas mal definidas. Houve disparidades regionais na qualidade dos registros de mortalidade e acesso aos serviços de saúde. As regiões Sul e Sudeste apresentaram as maiores taxas de mortalidade e internações por câncer de mama.
Conclusões:
A qualidade dos registros de saúde e o acesso aos serviços variaram significativamente entre as regiões, refletindo desigualdades socioeconômicas. Políticas públicas abrangentes são necessárias para promover a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama, especialmente em regiões menos desenvolvidas. Investimentos em capacitação profissional e melhoria da qualidade dos dados são essenciais para garantir a eficácia dos sistemas de informação em saúde. A detecção precoce, por meio da mamografia, é fundamental para reduzir a morbimortalidade por câncer de mama entre mulheres idosas.
CÂNCER DE MAMA VERSUS ESTADIAMENTO PARA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, ESTADO RJ, 2013 A 2023.
Pôster
Da Silva, S.C.A.1, Silva, L.S. E.1, Teixeira, M.R.M.1, Maia, N.P.1
1 SES-RJ
Objetivos: : Monitorar o estadiamento do câncer de mama para descrever o tipo de localização (classificação do estágio em que se encontra), disseminação, e se está afetando as funções de outros órgãos do corpo, de modo a ajudar na definição do tipo de tratamento e o prognóstico da paciente. Métodos: Estudo de natureza descritiva, usando os dados secundários do PAINEL-Oncologia (atualizados em 15/05/2024), oriundos do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA/SUS). Foram selecionados os casos diagnosticados de neoplasia maligna da mama (C;50), em mulheres na faixa etária precoce de 30-69 anos, residentes no Estado do Rio de Janeiro, anos de diagnóstico 2013-2023 e os estágios de disseminação do tumor pelo corpo: “0”, “I”, II”, “III” e “IV”. Resultados: Em 11 anos foram estadiados 23.525 (média 2.139/ano) tumores: “0” (547: 2,33%), “I” (2618: 11,13%), “II” (5.060:21,51%), “III” (12.566: 53,42%) e “IV” (2.734: 11,62%). Dentre eles câncer in situ(“0”) e “I” registraram , cada um, a menor proporção e 65,04% dos casos são ainda diagnosticados em fase (II e III). Os estágios III e IV registraram o dobro de casos (15.300), se comparados com I e II. Conclusões: Disseminação do câncer, ao longo desses anos, mostrou maiores percentuais de estadiamento em graus mais altos, onde o tumor local é extenso ou tem invasão linfática regional extensa (III) e metástase (IV), piorando o prognóstico, o que interfere diretamente nas taxas de sobrevida, que são diferentes, quando a doença está restrita ao órgão de origem ou quando ela se estende a outros órgãos.
CÂNCER DE MAMA VERSUS TEMPO DE TRATAMENTO SEGUNDO LEI DOS 60 DIAS, ESTADO RJ, 2013 - 2023
Pôster
Da Silva, S.C.A.1, SOUZA, L.S.1, Teixeira, M.R.M.1, Maia, N.P.1, Da Silva, S.C.A.1, SOUZA, L.S.1, Teixeira, M.R.M.1, Maia, N.P.1
1 SES-RJ
Objetivos: Monitorar o tempo de tratamento do câncer de mama, considerando a Lei dos 60 dias (n.º 12.732, de 22/11/2012), que começou a vigorar em maio de 2013, a qual garante ao paciente com câncer o direito de iniciar o tratamento oncológico no Sistema Único de Saúde (SUS) em, no máximo, 60 dias após o diagnóstico da doença. Métodos: Estudo de natureza descritiva, de dados secundários (atualizados em 15/05/2024), do PAINEL-Oncologia, instrumento desenvolvido para monitorar a Lei 12.732, cujos dados são oriundos do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA/SUS). Foram selecionados os casos de neoplasia maligna da mama em mulheres na faixa etária precoce de 30-69 anos, residentes no Estado do Rio de Janeiro,anos de diagnóstico 2013-2023 e início de tratamento em dias (0-30; 31-60; >60; 0-60). Resultados: Em todo o período mencionado o maior número de tratamentos se iniciou com mais de 60 dias. O Estado diagnosticou e tratou o câncer de mama em 31.137 mulheres: 5.693 (18,28%):0-30 dias, 4.961 (15,93%): 31-60 dias, 20.483 (65,78%): > 60 dias, 10.654 (34,22%): 0-60 dias. De 2013-2023 houve redução de 26,75% de diagnósticos. O risco de iniciar tardiamente o tratamento foi de 44,09 casos por 100 mil mulheres de 30-69 anos de idade.Conclusões: : O prazo legal de até 60 dias, tempo entre diagnóstico e início do primeiro tratamento, não foi cumprido e é considerável o risco de iniciar tardiamente o tratamento. Quanto menos rápido a terapia começar, menor a probabilidade da doença ser eliminada nessas mulheres mais vulneráveis ao atraso.
CÂNCER DE MAMA: PERFIL E A LINHA DE CUIDADO APÓS A PANDEMIA EM UMA OPERADORA DE SAÚDE
Pôster
KITAGAWA, B.Y.1, DORTA, N.S1, VIEIRA, E.P.G.1, SANGIACOMO, M.V.1, BELLINI L.1, ROSA, F.E.1
1 HAPVIDA NOTREDAME INTERMEDICA
Objetivo: descrever a linha de cuidado da mama na operadora de saúde Hapvida – Notredame Intermédica e apresentar o perfil epidemiológico das pacientes com câncer de mama no ano de 2023, com ênfase no impacto da pandemia. Método: foi realizado estudo epidemiológico descritivo de uma amostra de pacientes diagnosticadas e tratadas em 2023, no Município de São Paulo. Resultados: O câncer de mama representou 36% do total de pacientes oncológicos. A linha de cuidado da mama na operadora teve início em 2022, com captação imediata das pacientes por enfermeira navegadora acontecendo a partir das mamografias alteradas (BIRADS IV e V) e seguindo com o monitoramento até a realização da primeira consulta com mastologista. O aumento da incidência de câncer de mama é um fenômeno pós-pandemia mundial e não foi diferente para nossas mulheres. A incidência de câncer de mama aumentou de 81/100 mil em 2021 para 138/100 mil mulheres em 2023, devido à incorporação de carteiras novas na operadora, além do impacto da pandemia. Casos novos na faixa de 48 anos ou menos passou de 11/100 mil mulheres em 2021 para 20/100 mil mulheres em 2023. Conclusão: A construção e aprimoramento da linha de cuidado da mama, com a integração entre laboratório, atenção primária e secundária são essenciais para garantir o diagnóstico e início do tratamento oportunos na saúde suplementar.
CÂNCER DE TIREÓIDE E RADIOIODOTERAPIA: UMA VISÃO DA OFERTA DO SERVIÇO NO NORTE DO BRASIL.
Pôster
Paixão, J.G.M.1, Sousa, B.Y.S.2, Guimarães, H.M.M.S.1, Alves, T.M.K.2, Miranda, C.S.C.2, Gonçalves, N.V.2
1 Universidade Federal do Pará
2 Universidade do Estado do Pará
Objetivos: Analisar a distribuição espacial dos pacientes com câncer de tireóide que necessitaram de radiodoterapia em um centro de referência no estado do Pará, Brasil, no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, contextualizando tais dados a territorialização da atenção de alta complexidade. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal, de caráter quantitativo com abordagem analítica, descritiva e inferencial. Os dados relacionados às variáveis sociodemográficas e clínicas foram obtidos em fonte secundária, oficial, de domínio restrito, que no âmbito deste estudo foi o sistema de cadastro de pacientes centro de referência estudado. Já os relacionados às variáveis demográficas e cartográficas foram obtidos de fontes secundárias, oficiais, de domínio público, a saber, o Censo de 2010 e do sistema milionésimo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O centro de referência é o único Centro de assistência em Alta complexidade em oncologia, sendo também o único local com Medicina Nuclear e tratamento com Radiodoterapia, para uma região de mais de 8 milhões de habitantes. O software Research Electronic Data Capture – RedCap, foi utilizado para coleta e armazenamento de informações. Resultados e Conclusões: a desigualdade na oferta de serviços, além de agravar a iniquidade em saúde, evidencia dificuldade de acesso a tratamento especializado, tendo sido muito relevante o uso de tecnologia como o georreferenciamento para evidenciar áreas mais críticas. A expressão através de mapas possibilita o diagnóstico situacional e a visão necessária para o planejamento e/ou adequação da rede de saúde com vistas a melhoria de atendimento.
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL: FOCO NO FUTURO
Pôster
Maltoni Jr, L.A.1, Reis, R. S.1, Scaff, A. J. M.1
1 Fundação do Câncer
Introdução: O câncer do colo do útero representa um enorme desafio para a saúde pública no Brasil.
Objetivo: Analisar o câncer do colo do útero no Brasil, in situ e invasor, provenientes dos registros de câncer entre 2005 a 2019, em mulheres de 25 a 64 anos.
Métodos: Foram calculadas as taxas de incidência e de mortalidade, específicas e ajustadas por idade, e frequências para variáveis sociodemográficas e de diagnóstico e tratamento do tumor.
Resultados: As taxas de incidência do câncer do colo do útero mostram diferenças regionais, sendo as maiores na região Norte (76/100.000) e as menores na região Sudeste (36/100.000). Ao analisar neoplasia in situ observa-se o inverso do encontrado para a neoplasia maligna. A mortalidade por essa doença na região Norte é mais alta, sendo seu risco de morte três vezes maior do que na região Sudeste, refletindo diferenças marcantes nas condições de acesso ao rastreamento, à confirmação diagnóstica e ao tratamento. É apontada uma iniquidade social quando observa que mais de 60% dos diagnósticos são em mulheres negras e 80% possuem baixa escolaridade. Além disso, a dificuldade no acesso ao tratamento faz com que 85% das mulheres que chegam à unidade de saúde com diagnóstico demorem mais de 60 dias para iniciar o tratamento, e a maioria em estádio avançado da doença (50,5%).
Conclusões: Os resultados apontam que muito ainda precisa ser feito no país, pois há diferenças regionais marcantes que sinalizam lacunas no rastreamento, na detecção precoce e no tratamento.
CÂNCER EM MATO GROSSO: MORBIMORTALIDADE SEGUNDO REGIÕES DE SAÚDE
Pôster
Neves, M.A.B1, Galvão, N. D.1, Souza, P.C.F1, Silva, A.M.C1, Souza, R.A.G2, Bidarra, M2, Andrade, A.C.S2
1 UFMT e SES-MT
2 UFMT
Objetivo: Analisar a morbimortalidade por câncer segundo regiões de saúde de Mato Grosso. Métodos: Os casos incidentes foram extraídos do Registro Câncer Bases Populacional (RCBP) da Grande Cuiabá e Interior no período de 2001 a 2018 e óbitos por câncer registrado no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) no período de 2000 a 2022. Foram calculadas frequências relativas por sexo, faixas etárias, incidência média e o coeficiente médio de mortalidade segundo as 16 regiões de saúde de Mato Grosso (MT). Resultados: A média de casos incidentes foi 4721/ ano e 13 casos ao dia, sendo 53% no sexo masculino e 47% feminino. As faixas etárias com maior frequência de casos foram de 30-59 anos (41%) e ≥ 60 anos (53%). A incidência média de câncer foi de 154 por 100 mil habitantes e três regiões tiveram taxas superiores que do estado: Baixada Cuiabana (206/100 mil hab.), Vale do Peixoto (217/100 mil hab. Sul Matogrossense (172/100 mil hab.). Nos 23 anos houve 49.450 óbitos por câncer, sendo em média de 2.150 óbitos/ ano. Destes 58% de homens e 42% de mulheres, principalmente nas faixas etárias de 30-59 (34%) e ≥ 60 anos (62%). O coeficiente médio de mortalidade no MT foi de 67/100 mil hab. e três regiões apresentaram mortalidade superiores do que do estado: Alto Tapajós (83/100 mil hab.), Sul Matogrossense (74/100 mil hab.) e Oeste Matogrossense (73/100 mil hab.). Conclusão: Estes indicadores servem como ponto de partida para o e planejamento das ações regionais de controle, prevenção do câncer.
CUIDANDO DE QUEM CUIDA- PREVENÇÃO DO CANCER DE COLO DO ÚTERO
Pôster
DUARTE, D. M.1, MAXIMO, P.V.F2, SILVA, M.A.F3, NETO, J.A.A3
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE VARZEA ALEGRE
2 SECRETARIA DE SAÚDE DE VARZEA ALEGRE
3 SECRETARIA DE SAUDE DE VARZEA ALEGRE
O objetivo principal desta ação foi conscientizar a população feminina acerca da importância do cuidado a saúde e da realização do exame preventivo e do acompanhamento contínuo com a equipe de saúde do SUS, levando em consideração que quanto mais cedo um diagnóstico, melhores são as chances no tratamento. A ação foi realizada na UBS sanharol, localizada na rua Vicente Gomes Fiuza, Bairro Sanharol, na Cidade de Varzea Alegre-CE, no dia 08/03/24 pela manhã, contamos com a presença de 10 mulheres, onde foram acolhidas com mensagens de boas-vindas e receberam atendimentos como: massagem relaxante, limpeza de peles, maquiagem, manicure e pedicure, design de sobrancelhas, entre outros, palestra acerca do tema, e realização do exame preventivo do colo do útero(Papanicolau) realizado pela enfermeira da unidade, por fim servido um lanche para as mulheres e realizado o sorteio de vários brindes onde todas saíram satisfeitas com o momento especial realizado. Percebemos a experiência como exitosa, atingimos nosso objetivo, pois as mulheres que participaram saíram bem satisfeitas e com a pretensão de se cuidarem e de voltarem ao posto de saúde com mais frequência para acompanhamento e cuidados preventivos de saúde. Concluímos e ressaltamos ser dever da equipe montar estratégias para atrair e acompanhar essas pacientes, bem como conscientiza-las do cuidado com a saúde, promover resgate do vínculo da população com a UBS/EQUIPE ora perdida durante a pandemia.
DESIGUALDADES REGIONAIS DO TRATAMENTO CIRURGICO DO CÂNCER DE PROSTATA NO BRASIL
Pôster
van Keulen, M.S.L.1, Chaoubah, A.1, Reis, M.F.2, Nicolato, F.V.1
1 UFJF
2 UNIPAC/JF
Objetivos: o estudo se propôs a analisar a distribuição espacial de cirurgias e gastos autorizados para o tratamento cirúrgico desta condição pelo Sistema Único de Saúde e correlacionar com fatores socioeconômico e estrutural de saúde. Métodos: o estudo ecológico descritivo utilizou dados disponíveis no DataSUS sobre tratamento cirúrgico em homens adultos com diagnóstico de neoplasia de próstata em 2019. As taxas de sete tipos de cirurgias e respectivas médias de gastos foram apresentadas em mapas colorimétricos e correlacionadas com a proporção de homens, com o PIB per capita e com a disponibilidade de Centros de Referência em Oncologia. Resultados: foram realizados 18.401 procedimentos cirúrgicos, que totalizaram R$ 105.251.103,05. As cirurgias para casos avançados do câncer de próstata foram as mais frequentes e mais onerosas. As taxas de cirurgia e média de gastos do quartil superior (28,33 cirurgias /100.000 homens e R$ 1.553,41/1.000 homens) estão localizados principalmente no Sul e Sudeste, em macrorregiões de zonas metropolitanas e grandes centros urbanos. No Norte e grande parte do Nordeste e Centro-Oeste as taxas e média de gastos estão no quartil inferior (16,95 cirurgias/100.000 homens e R$ 853,74). A correlação entre as variáveis foi moderada e positiva para Centros de Referência e fraca para Produto Interno Bruto per capita. Conclusões: além de sublinhar as desigualdades socioeconômicas e de acesso à saúde, os resultados apontam para reflexos econômicos importantes do tratamento cirúrgico para o Sistema de Saúde. Outras pesquisas são necessárias para analisar os gastos de outras etapas do tratamento do câncer de próstata.
DESIGUALDADES SOCIAIS NA MORTALIDADE POR CÂNCER DE CÓLON E RETO- 2000-2004 E 2015-2019
Pôster
Ferreira, M.C.1, Arroyave, I.2, Barros, M.B.A.1
1 UNICAMP
2 Universidade de Antioquia- Medellin- Colômbia
Objetivo: Analisar as mudanças nas desigualdades sociais na mortalidade por câncer de cólon e reto, segundo os estratos de vulnerabilidade social (EVS), no município de Campinas nos períodos 2000-2004 e 2015-2019. Métodos: Os óbitos por câncer foram obtidos do sistema de informação de mortalidade (SIM). Foram calculadas as taxas de mortalidade por 100 mil e padronizadas pela população de Campinas de 2010, para cada EVS. Os estratos foram construídos a partir do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (SEADE) e agrupados em três categorias, sendo o 1 o de menor vulnerabilidade e o 3 o mais vulnerável. Foram calculadas as razões de taxa, e o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: No período de 2000-2004, as maiores taxas de incidência foram no estrato de menor vulnerabilidade social: RT=0,59 (IC95% 0,40-0,88) no sexo masculino e RT= 0,61 (IC95% 0,42-0,89) no feminino. No período de 2015-2019 o estrato de maior vulnerabilidade, apresentou as maiores taxas de mortalidade, no entanto sem significância estatística: RT= 1,16 (IC95% 0,88-1,53) no sexo feminino e RT= 1,16 (IC95% 0,90-1,49) no sexo masculino. Conclusão: A inversão da taxa de mortalidade, que no primeiro período era maior na população menos vulnerável e nos anos mais recentes apresentou-se maior no estrato de maior vulnerabilidade social, indica que a população de melhor nível socioeconômico pode ter se beneficiado dos avanços na prevenção e tratamento deste tipo de câncer mais do que a população em situação de maior vulnerabilidade social.
DIAGNÓSTICO AUTORREFERIDO DE CÂNCER EM ADULTOS NO BRASIL: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019
Pôster
Costa, C.C.1, Ribeiro, T.C.1, Rodrigues, D.R.1, Souza, H.P.1, Moreira, A.D.1, Velasquez-Melendez, J.G.1, Malta, D.C.1, Sá, A.C.M.G.N.1
1 UFMG
Objetivos: Analisar a prevalência do diagnóstico autorreferido de câncer em adultos brasileiros. Métodos: Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, em 88.531 adultos. Foram estimadas as prevalências e intervalos de confiança 95% (IC95%) de câncer autorreferido segundo características sociodemográficas. As diferenças entre estratos foram verificadas pelo teste chi-quadrado de Pearson. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A prevalência de diagnóstico autorreferido de câncer nos adultos brasileiros foi de 2,56% (IC95% 2,39-2,74) e mais alta nas mulheres (2,93%; IC95% 2,68-3,21), e em pessoas de 60 a 64 anos (4,90%; IC95% 4,05-5,9); 65-74 anos: 6,88%; IC95% 6,05-7,82; 75 anos ou mais: 8,90%; IC 95% 7,80-10,14), da raça/cor branca (3,62; IC95% 3,31-3,95) e moradores da Região Sul (3,55; IC95% 3,12-4,03) (p<0,05). Conclusões: Neste inquérito foi mostrado que aproximadamente 3% dos adultos referiram diagnóstico médico de câncer alguma vez na vida. Evidenciou-se que o câncer se associou com condições sociodemográficas, sendo mais prevalente em pessoas do sexo feminino, da raça/cor de pele branca, idosos e moradores da Região Sul do Brasil.
Palavras-Chaves: Neoplasias; Inquéritos Epidemiológicos; Brasil.
DIAGNÓSTICO E INÍCIO DO TRATAMENTO DO CÂNCER CERVICAL NO RIO DE JANEIRO, 2013-2022
Pôster
Almeida, S.M.C.B.1, BOSCHI-PINTO, C.1, KAWA, H.1, SUMAN, P. R.2
1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)
2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)
O câncer do colo uterino (CCU) é o quarto tipo de câncer mais comum globalmente. Tem prognóstico positivo no caso de detecção e tratamento precoces. Políticas públicas nesse sentido vêm sendo desenvolvidas no país desde meados dos anos 80. Objetivos: Estimar a tendência temporal de diagnósticos de casos de CCU realizados pelo SUS e do intervalo de tempo entre confirmação diagnóstica e início do tratamento em mulheres residentes no estado do Rio de Janeiro (eRJ), entre 2013 e 2022. Metodologia: Estudo ecológico de tendência temporal, utilizando dados do PAINEL-Oncologia (DATASUS), que disponibiliza informação sobre diagnóstico e tratamento oncológico de CCU. Informações populacionais foram obtidas do IBGE para o cálculo de taxas de diagnóstico por 100.000 mulheres. Tendências foram analisadas utilizando o modelo de regressão Joinpoint. Resultados: Foram registrados 9.609 casos de CCU entre 2013 e 2022, com taxas de diagnóstico que variaram entre 7,9 (2014) e 15,9/100.000 mulheres (2022). Foi observada tendência de aumento anual de 8,8% (IC95% 6,1-11,5) nos diagnósticos realizados. A média de tempo para início do tratamento, após o diagnóstico de CCU, variou entre 160,2 (2015) e 69,1 dias (2022), evidenciando uma queda anual de 6,5% (IC95% -9,3; -3,6) no período estudado. Conclusões: Houve aumento importante no diagnóstico de casos de CCU pelo SUS no eRJ, e diminuição expressiva da média de tempo entre diagnóstico e início de tratamento, porém ainda superior aos 60 dias estabelecidos por lei.
DISPARIDADES NO TEMPO PARA INÍCIO DE TRATAMENTO DE CÂNCER NO BRASIL
Pôster
Abreu, M.1, Oliveira, D. M. A.1, Jardim, B. C.2, Curado, M. P.1
1 A.C.Camargo Cancer Center
2 Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva
Objetivo: Analisar diferenças sociodemográficas entre quatro neoplasias malignas no Brasil no tempo entre diagnóstico-tratamento. Métodos: Selecionadas quatro neoplasias malignas: carcinoma in situ de colo de útero (CCUis), câncer de colón (CC), sistema nervoso central (CSNC) e tireoide (CT). Dados de sexo, região de residência, tratamento e tempo do diagnóstico-tratamento foram extraídos do Painel Oncologia/Tabnet/DATASUS entre 2019-2023. Frequência absoluta, relativa e Odds Ratio foram calculadas. Resultados: 256.416 indivíduos diagnosticados. CC/CSNC mais frequentes entre 50-69anos, CCUis em 18-49anos. CCUis maior frequência de tratamentos antes de 30 dias (precoce) no Norte/Nordeste; CT no Sul/Nordeste/Centro-Oeste; CC no Sul; CSNC no Sudeste. CC/CSNC tem maior frequência de tratamento após 60 dias no Nordeste; CT no Sudeste. Pacientes acima de 50anos tiveram chance aumentada de tratamento precoce para CCUis/CSNC/CT e menor para CC. Norte/Nordeste tiveram chance aumentada de tratamento precoce para CCU/CT, chance menor de tratamento antes de 60 dias para CC no Norte. No Sul, aumento de chance para tratamento precoce de CC/CSNC/CT. Centro-Oeste teve menor chance para tratamento antes de 60 dias de CCUis e maior para tratamento precoce de CC/CSNC/CT. CC/CSNC/CT tratados com quimioterapia/radioterapia tiveram menos chance de serem tratados precocemente. Conclusões: CCUis/CT que tem cirurgia como tratamento mais frequente estão associados a menor intervalo entre diagnóstico-tratamento, enquanto CSNC/CC, cujos tratamentos são mais complexos demoram para iniciar tratamento. Sul/Sudeste, com melhor infraestrutura em saúde, demonstram maior rapidez no tratamento de tumores mais complexos, enquanto no Norte/Nordeste/Centro-Oeste existe menor tempo de espera para tratamento para neoplasias de tratamento cirúrgico mais frequente de menor complexidade.
EFEITO DA RECESSÃO ECONÔMICA NAS DESIGUALDADES NA MORTALIDADE POR CÂNCER NA ARGENTINA
Pôster
Fattore, G.J1, Leveau, C.M2
1 Universidad Nacional de Lanús. Instituto Nacional del Cáncer.
2 Universidad Nacional de Lanús.CONICET
A recessão económica pode aumentar a mortalidade e aprofundar as desigualdades sociais. Nosso objetivo foi analisar a mortalidade por câncer na Argentina no período 1990-2020 e avaliar o impacto da recessão ocorrida entre 1998-2002 na mortalidade segundo o nível educacional dos óbitos.
Método: Desenho de series temporais utilizando óbitos por câncer de mama, pulmão, colo de útero, cólon-retal e próstata para três províncias argentinas com dados completos do nível de instrução. Utilizamos o produto bruto interno (PBI) para identificar anos de expansão e recessão econômica. Foram obtidas taxas de mortalidade estratificadas por idade, sexo e instrução. Utilizaram-se modelos de regressão de Poisson para avaliar a associação entre recessão e mudanças na mortalidade. A interação entre instrução e PIB foi testada.
Resultados: Ao longo do período a mortalidade por câncer foi maior para o grupo com menor instrução. Não houve diferenças entre os anos de recessão e de crescimento econômico (cólon-retal, RR=1,08; IC95% [0,97-1,20]; pulmão RR=0,99; IC95% [0,90-1,08]; próstata RR=1,02 IC95% [0,92-1,14]; mama RR=0,96 IC95% [0,88-1,06], cervical RR=1,03 IC95% [0,87-1,20]).
A brecha de mortalidade entre grupos com instrução média/alta versus baixa aumentou nesse período para câncer de próstata (RR= 1,26 [1,16-1,37] vs. 1,43 [1,27-1,62]) e de colo de útero (RR= 2,55 [2,58-3,76] vs. 3,12 [2,58-3,76]), embora não tenha sido estatisticamente significativa (p=0,08).
Conclusões: A recessão na Argentina não levou a um aumento na mortalidade por câncer nas províncias avaliadas. É provável que a cobertura de saúde pública tenha compensado o efeito negativo do desemprego
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER EM UMA OPERADORA DE SAÚDE, SP, 2023 – DESAFIOS PÓS-PANDEMIA
Pôster
KITAGAWA, B.Y.1, KANEKO, R.T.1, VIEIRA, E.P.G.1, DORTA N.S.1, ROSA, F.E.1
1 HAPVIDA NOTREDAME INTERMEDICA
Objetivo: descrever o perfil epidemiológico dos pacientes oncológicos atendidos na Hapvida Notredame Intermedica, com ênfase no impacto da pandemia e ações realizadas. Método: foi realizado estudo epidemiológico descritivo dos pacientes atendidos em 2023, no município de São Paulo. Resultados: Do total de casos da oncologia, 68% eram do sexo feminino, com idade mediana de 54 anos. O estadiamento IN SITU, I e II representaram 50% dos casos. Do total de pacientes oncológicos, 36% eram de câncer de mama e, desde 2022, a linha de cuidado vem sendo aprimorada dentro da operadora, com selo de acreditação QMENTUM. O segundo principal grupo é o câncer do trato gastrointestinal (18%), sendo o câncer de cólon/reto responsável por 42% desses. A incidência deste câncer passou de 15/100 mil em 2022 para 23 casos por 100 mil beneficiários em 2023, com mortalidade de 1,9 por 100 mil neste último ano. O estadiamento, no momento do diagnóstico, III e IV, representaram 29% dos casos em 2021, e passou para 51% em 2023, sinalizando a necessidade de atenção para este agravo. Conclusão: Diante da situação epidemiológica, a operadora de saúde está desenvolvendo ações para aprimorar a jornada do paciente oncológico, desde atenção primária, até a terciária. E, em parceria com consultoria em inteligência artificial, processou hemogramas de pacientes com câncer de cólon/reto e identificou alterações padronizadas importantes.
ESTADIAMENTO DO CÂNCER INFANTOJUVENIL NO MOMENTO DO DIAGNÓSTICO EM CUIABÁ, MATO GROSSO
Pôster
De Souza, P.C.F.1, Bustamante Teixeira, M.T.2, Santos, M.O.3, Espinosa, M.M.4, Galvão, N.D.4, Marinho, K.S.B.1, Pio, S.A.1, Nascimento, D.C.O.1
1 SES/MT
2 UFJF
3 INCA
4 UFMT
Objetivo: realizar o estadiamento dos casos de tumores infantojuvenis em Cuiabá, Mato Grosso conforme o sistema de estadiamento de Toronto para câncer infantil. Métodos: Os casos foram extraídos do RCBP da Grande Cuiabá no período de 2005 a 2011. A coleta de dados incluiu variáveis demográficas, informações sobre exames para o diagnóstico, localização e morfologia do câncer. Foram realizadas frequências absolutas e relativas. Resultados: Foi possível recuperar 140 (82,8%) casos de 169 casos elegíveis para realizar estadiamento. O grupo etário mais frequente foi o de 0 a 4 anos com 44 (31,1%) casos; o sexo masculino foi mais frequente com 81 (57,9%) casos. 140 tinham informação suficiente nos registos médicos para aplicar o estadiamento segundo os critérios nível 1 e 2. Os tipos de neoplasias mais comuns no estudo foram as leucemias (45,7%), os linfomas (17,1%) seguidos do sistema nervoso central (8,6%) e tumores ossos (8,6%). 57,1% dos casos tinham doença localizada ou regional ao diagnóstico, 12,1% foram diagnosticados com câncer metastático e para 5,0% não foi possível atribuir o estadiamento. Conclusão: a falta de informações sobre estadiamento do câncer infantojuvenil tem sido uma lacuna no Brasil e internacionalmente. Descrever a distribuição do estágio de forma padronizada é extremamente necessário para comparar o estadiamento internacionalmente e a sobrevivência. Estes são os primeiros dados sobre a distribuição do estadiamento tumores infantis em Cuiabá, o qual demonstrou que as diretrizes de Toronto são viáveis em um RCBP de país de renda média como o Brasil.
ESTIMATIVA DE CASOS DE CÂNCER REGISTRADOS NOS HOSPITAIS DO RIO DE JANEIRO DE 2000-2022
Pôster
FREITAS, R. L.1, FRANÇA, B. C.2, GAUI, M. F.1, Castro, H. R.3, Leite, J. S.2
1 UFRJ
2 IESC/UFRJ
3 RHC
Objetivo: descrever a topografia dos casos de câncer dos pacientes diagnosticados no Estado do Rio de Janeiro (RJ) incluídos nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) de 2000-2022. Métodos: estudo descritivo com dados secundários obtidos no Integrador RHC, sistema Web desenvolvido pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) para consolidação dos dados provenientes dos RHC de todo Brasil. As variáveis analisadas foram o ano de diagnóstico, topografia e hospital. Foram realizadas frequências relativas e absolutas. Resultados: foram identificados 17 hospitais com 263.269 registros, sendo 5 (29,4%) hospitais fora da cidade do Rio de Janeiro com 32.627 (12,3%) registros e 12 na cidade do Rio de Janeiro com 230.642 registros (87,3%). O INCA com suas 3 unidades representa 161.168 (61,2%) dos registros. Considerando o registro total do Estado, as 10 neoplasias mais frequentes, excetuando pele (não melanoma), foram: Mama (20,2%), Próstata (8,5%), Colo de útero (8,5%), Brônquio e Pulmão (5,6%), Cólon e Reto (5,6%), Sistemas hematopoiético e retículo endotelial (4,8%), Estômago (3,3%), Corpo do Útero (3%), (2,2%) e Laringe (2,1%). Conclusão: a frequência das neoplasias registradas nos hospitais do estado do RJ são semelhantes à incidência nacional, exceto por existir uma frequência muito maior de câncer de mama e câncer de colo de útero. Destacando que o registro hospitalar pode ser influenciado pelo perfil do hospital e pela comunicação e envio dos dados ao sistema integrador.
ESTIMATIVAS DE INCIDÊNCIA DO CÂNCER PARA AS MACRORREGIÕES DE SAÚDE EM MINAS GERAIS
Pôster
Pena, G. P.1, Ribeiro, S. O.1, Souza, S. R. S. M.1, Lima, F. C. S.2, Oliveira, J. F. P.3, Martins, L. F. L3, Cancela, M. C.3
1 SES-MG (Superintendência de Vigilância Epidemiológica)
2 Pesquisadora independente
3 INCA - Divisão de Vigilância e Análise de Situação/CONPREV
Introdução: Minas Gerais apresenta perfis populacionais e socioeconômicos diversos entre as suas 16 macrorregiões de saúde. As estimativas de câncer permitem definir políticas públicas com alocação racional de recursos nestas macrorregiões.
Objetivo: Estimar e descrever a incidência de câncer em Minas Gerais e as suas macrorregiões de saúde, para 2024.
Métodos: Foi usada a metodologia baseada na razão de incidência e mortalidade, análoga à do GLOBOCAN. Informações da mortalidade e de incidência foram obtidas do Sistema de Informação sobre Mortalidade e dos Registros de Câncer de Base Populacional de Belo Horizonte e Poços de Caldas, e os dados populacionais do IBGE. Todas as etapas dos cálculos foram estruturadas em scripts do Software R.
Resultados: Esperam-se 57 mil casos novos de câncer em MG para 2024 (exceto casos de pele não melanoma). Os cânceres de próstata e de mama feminina serão os mais incidentes com 110,2 e 72,1 casos por 100.000 homens e mulheres, respectivamente. A macrorregião Sudeste terá as maiores taxas brutas (por 100.000) para próstata (129,81), mama feminina (84,8), cólon e reto (37,8) e pulmão (19,3). As maiores taxas para estômago (13,5) e cavidade oral (12,6) ocorrerão na macrorregião Sul e Leste, respectivamente. Para o câncer de colo uterino, a maior taxa é esperada na macrorregião Leste (19,1) e a menor, na Sul (10,4).
Conclusão: As estimativas mostram variação da incidência dos diferentes tipos de câncer entre as macrorregiões de saúde, sendo fundamental para o planejamento de ações de controle do câncer adequadas ao perfil de cada macrorregião.
EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE POR CÂNCER COLORRETAL NOS PAÍSES DOS BRICS DE 1990 À 2019
Pôster
Verly-Miguel, M. V. B.1, Ribeiro, C. M.2
1 UERJ
2 INCA
Objetivos: o estudo visa comparar as tendências de mortalidade por câncer colorretal (CCR) nos países dos BRICS e analisar os efeitos de idade, período e coorte por meio de dados do Global Burden of Disease (GBD).
Métodos: Este é um estudo ecológico que utiliza dados GBD para analisar as taxas de mortalidade por CCR nos cinco países BRICS. Foi realizada análise de idade-período-coorte para avaliar as variações das taxas de mortalidade por faixa etária, período de diagnóstico e coorte de nascimento, utilizando a ferramenta online "Age Period Cohort Analysis Tool".
Resultados: Observou-se um efeito de idade com aumento das taxas de mortalidade em todos os países, sendo mais pronunciado na Rússia. Na análise de período, a Índia teve o maior crescimento a partir de 2004. No efeito de coorte, houve aumento constante na mortalidade masculina no Brasil, China e Índia, e diminuição na mortalidade feminina na China e Rússia. Os resultados mostraram que a Rússia foi o único país a apresentar uma redução nas Taxas de Mortalidade Padronizadas por Idade, enquanto o Brasil teve o maior aumento na variação percentual anual global das taxas de mortalidade por CCR.
Conclusões: Os achados indicam um aumento nas taxas de mortalidade por CCR em todos os países dos BRICS. As tendências variam significativamente entre os países e sexos, refletindo diferenças nos sistemas de saúde, políticas de rastreamento e fatores socioeconômicos.
FATORES ASSOCIADOS A IMAGEM CORPORAL DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA EM JUIZ DE FORA-MG
Pôster
Ervilha, R. R.1, Guerra, M. R.1, Campos, A. A. L.1, Fernandes, E. S. K.1, Pereira, W. C. J.1, Cintra, J. R. D.2, Bustamante-Teixeira, M. T.1
1 UFJF
2 Hospital 9 de Julho/Instituto Oncologico
Objetivo: Analisar os fatores que possam impactar a imagem corporal de mulheres com câncer de mama. Métodos: Estudo transversal com 101 mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 2014 e 2016, assistidas em um centro de referência oncológica no município de Juiz de Fora-MG e selecionadas a partir do Registro Hospitalar de Câncer. A imagem corporal foi avaliada através do questionário Body Image after Breast Cancer Questionnaire (BIBCQ). As análises foram realizadas utilizando o Teste T de Student e o Teste de Mann-Whitney. Resultados: Observou-se escores medianos de 15,00 pontos (IQ=7,00) na Escala de Vulnerabilidade, 11,00 pontos (IQ=9,00) na Escala de Limitações, 12,00 pontos (IQ=5,00) na Escala de Preocupações com o Corpo, 6,00 pontos (IQ=4) na Escala de Transparência, 4,00 pontos (IQ=2,00) na Escala de Preocupações com o Braço, e um escore médio de 34,71 pontos (DP=9,74) na Escala de Estigma. Identificou-se menores impactos na imagem corporal entre mulheres com ≥ 50 anos, com menor grau de escolaridade, com renda ≥ 0,5 salário mínimo, que realizaram pelo menos 150 minutos de atividades físicas semanais, que consumiam < 4 doses de bebida alcoólica em uma única ocasião e que realizaram setorectomia como procedimento cirúrgico. Conclusões: Foi observada significativa influência dos fatores sociodemográficos, comportamentais e clínicos na imagem corporal de mulheres que receberam tratamento para o câncer de mama. Esses achados destacam a importância de considerar um enfoque multidimensional ao planejar intervenções destinadas a melhorar a imagem corporal e o bem-estar geral das pacientes.
FATORES ASSOCIADOS AO NÃO RECEBIMENTO DE CIRURGIA EM CÂNCER DE OVÁRIO NO BRASIL
Pôster
Silva, R.F.1, Monteiro dos Santos, J.E.2, De Camargo Cancela. M.2, Carmo, C.N.3
1 INCA/FIOCRUZ
2 INCA
3 FIOCRUZ
Objetivos: Identificar quais os fatores sociodemográficos, clínicos e do sistema de saúde estão associados ao não-recebimento de cirurgia em câncer epitelial ovariano (CEO) em hospitais terciários nas unidades federativas (UF) do Brasil. Métodos: Dados de CEO (CID C56), sem metástases à distância, foram obtidos do Integrador do Registro Hospitalar de Câncer (IRHC) para o período de 2009 a 2018. Modelo de regressão multinível de Poisson foi utilizado para avaliar a associação da idade, estadiamento, tratamento, diagnóstico prévios, localização geográfica (capital ou interior) com o não recebimento de cirurgia, segundo as UF. Resultados: Foram incluídos 4.493 casos de CEO, dos quais 26% não receberam cirurgia como modalidade de tratamento. Maiores riscos de não recebimento de cirurgia foram observados entre os casos com diagnóstico e sem tratamento prévios (RR: 2,67; IC: 2,36-3,03), com estadiamentos II (RR: 1,44; IC: 1,12-1,85), III (RR: 2,29; IC:1,94-2,71) e tratamento fora de capitais (RR: 1,34; IC: 1,16-1,55), comparados, respectivamente, aos casos sem diagnóstico e tratamento prévios, estadiamento I e tratados nas capitais. As UF foram responsáveis por explicar 8% (IC: 2,6-22,5) da variabilidade do não recebimento de cirurgia. Conclusões: Há elevada incidência de não recebimento de cirurgia em mulheres com CEO, com maior probabilidade naquelas que chegam com diagnóstico prévio. Apesar de conduta bem estabelecida para o manejo do CEO, a variabilidade do não recebimento de cirurgia explicada ao nível das UF e as diferença entre capitais e interior sugere abordagens distintas no tratamento da doença.
FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA DE UMA COORTE EM MINAS GERAIS
Pôster
Fernandes, E.K.1, Campos, A.L1, Cintra, J.R2, Ervilha, R.R1, Guerra. M.R1, Alves, A.D1, Santos, P.R1, Teixeira, M.T1
1 UFJF
2 Instituto Oncologico
Objetivo: Investigar o nível de atividade física, o tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, alimentação e sobrepeso em uma coorte de mulheres com câncer de mama. Métodos: Participaram do estudo 101 mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 2014 e 2016, com média de idade de 53,22 anos. Foram realizadas análises de prontuários para obter informações sociodemográficas e entrevistas com perguntas sobre hábito de fumar, consumo de bebidas alcoólicas, além da aplicação do questionário International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), versão curta, para avaliar o nível de atividade física. O peso e a altura foram autorrelatados e a alimentação foi classificada em muito ruim (nada saudável), ruim (pouco saudável), regular (mais ou menos saudável), boa (saudável), muito boa (muito saudável) ou não sabe/não quis responder. Resultados: 15% das mulheres relataram ser ativas, 60,4% inativas e 23,8% sedentárias. 60,4% das mulheres relataram não fumar e 65,3% relataram não consumir bebidas alcoólicas. Além disso, 32,7% relataram ter um hábito alimentar ruim e 64,8% das mulheres estavam com sobrepeso ao diagnóstico. Conclusão: A maioria das mulheres com câncer de mama da coorte apresentou comportamentos de risco relacionados à saúde, como inatividade física, sobrepeso, e hábitos alimentares inadequados. Esses fatores podem influenciar negativamente na qualidade de vida e nos desfechos clínicos dessas pacientes, ressaltando a importância de intervenções que promovam estilos de vida mais saudáveis para este grupo.
FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS E LESÕES CITOLÓGICAS EM MUNICÍPIO MINEIRO: ESTUDO CASO-CONTROLE.
Pôster
Oliveira, J.L.T.1, Rodrigues, N.C.P.2, Monteiro, D.L.M.3, O‘Dwyer, G.2
1 FUPAC
2 FIOCRUZ
3 UERJ
Objetivo: determinar os fatores sociodemográficos relacionados à ocorrência de lesões citológicas precursoras e/ou neoplasia cervical uterina em um município mineiro. Métodos: estudo caso-controle realizado entre 2017 a 2021 em mulheres residentes de Juiz de Fora/Minas Gerais assistidas em unidades básicas de saúde e referenciadas para acompanhamento em ambulatório de Ginecologia. A amostra consistiu de 222 casos confirmados para lesões precursoras e/ou neoplasia cervical uterina e 231 controles selecionados em unidades básicas de saúde sem alterações citológicas. A consolidação dos dados deu-se no programa Redcap (Research Electronic Data Capture)® concomitante à coleta de dados. Utilizou-se o software estatístico R.4.3.0 para análise dos dados. Odds ratios (OR) e respectivos intervalos de 95% confiança (IC) calculados por regressão logística. Resultados: a chance de lesões precursoras reduz com a idade acima de 50 anos (OR: 0,29; IC: 0,11-0,75) conferindo proteção de 71% após ajustes pelas variáveis selecionadas, sendo menor entre casadas do que não casadas (OR: 0,39; IC: 0,26-0,58) e as chances de lesões precursoras foi maior para mulheres com nível de escolaridade (médio e superior) (OR: 1,55; IC: 1,02-2,36). Conclusões: os resultados apontam que as características sociodemográficas que conferiram proteção em relação as lesões citológicas precursoras e neoplasia cervical uterina no município mineiro foram mulheres casadas e com idade acima de 50 anos em oposição aquelas com maior escolaridade (ensino médio e superior). Observa-se necessidade de fortalecer estratégias de rastreamento para câncer de colo de útero em relação as mulheres não casadas, com idade inferior a 50 anos e com maior escolaridade.
HÁBITOS ALIMENTARES INADEQUADOS E CÂNCER COLORRETAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
MAYAH,N.P.1, SOUZA,L.S.1, SILVA, E.F1, TEIXEIRA, M.R.M.1, FONTES, C.A.S.1, BEZERRA, M.B.1, FILARDY, T.C.S.1
1 Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES-RJ)
A mortalidade precoce, que acontece entre 30 e 69 anos, por tumores malignos do aparelho
digestivo, foi incluída como indicador no Plano Nacional de Ações Estratégicas para o
Enfrentamento das DANT. Hoje é a primeira causa de óbitos por câncer entre ambos os sexos
no Estado do Rio de Janeiro. Entre os tumores, foi escolhido o câncer do intestino grosso,
também denominado câncer de cólon e reto ou câncer colorretal. É uma enfermidade crônica
caracterizada pelo crescimento desordenado das células, originada por mutações ou
alterações em seu código genético.
MÉTODO
Foram coletadas informações sobre o consumo alimentar da população do Estado do Rio de
Janeiro (SISVAN 2023, Pesquisa Nacional de Saúde 2019 e Vigitel 2023) e dados sobre a
mortalidade no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), com uma série histórica de
10 anos de óbitos por tumor colorretal (CCR).
RESULTADO
Na série histórica, 2014 a 2023, houve um aumento de 29,18% na mortalidade por CCR, cuja
etiologia é caracterizada por fatores hereditários e esporádicos, ambientais, entre eles alta
ingestão de gordura, alimentos ricos em calorias, que são os ultraprocessados. A PNS estimou
entre pessoas de 18 anos e mais o consumo de bebidas açucaradas em 12,1% e o Vigitel
para a capital do estado estimou um consumo de ultraprocessados de 17,7% entre os adultos.
CONCLUSÃO
Divulgar informações através de políticas públicas sobre a prevenção do CCR, onde este está
associado ao aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, promovendo hábitos
alimentares saudáveis, reduzindo a mortalidade prematura, considerando óbitos preveníveis e
evitáveis.
IMAGEM CORPORAL E EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA EM JOVENS RESIDENTES NO REINO UNIDO
Pôster
Hermann, G.B.1, Bonilla, C.1
1 Universidade de São Paulo
A exposição à radiação ultravioleta (RUV) é a principal causa do câncer de pele, portanto, os fatores que podem incentivá-la, como alcançar um ideal mais atraente, mais magro e mais bronzeado, representam sérios riscos à saúde. Pesquisas anteriores revelaram que a aparência é um motivo associado a intenção de tomar sol e a menor proteção solar. No entanto, os estudos que avaliam a imagem corporal mais especificamente são escassos.
Objetivo
Examinar o efeito que a imagem corporal tem sobre a exposição à RUV de jovens adultos britânicos.
Métodos
Variáveis relacionadas à imagem corporal, exposição à luz solar e bronzeamento artificial foram obtidas do Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC), uma coorte de nascimentos britânica. A análise estatística utilizou modelos de regressão, ajustados para idade e sexo. A causalidade das associações foi verificada usando o método de randomização mendeliana.
Resultados
Os participantes que ativamente tentavam permanecer igual, ganhar ou perder peso expressaram gostar de se bronzear e ter experimentado o bronzeamento artificial mais frequentemente do que aqueles que não faziam nada. Além disso, os indivíduos que praticavam atividade física para perder peso também relataram gostar de se bronzear (OR 1,38; IC 95% 1,16-1,63) e de se bronzear artificialmente (OR 1,59; IC 95% 1,28-1,99) com mais frequência do que aqueles que não se exercitavam. A randomização mendeliana mostrou uma associação causal do IMC com o bronzeamento artificial (beta 0,023, IC 95% 0,013-0,032).
Conclusões
A autopercepção do peso corporal influencia o bronzeamento em jovens, com possíveis consequências negativas para a saúde.
IMPACTO DA COVID-19 NOS ÓBITOS POR CÂNCER DE MAMA: ANÁLISE DE SÉRIE TEMPORAL INTERROMPIDA
Pôster
Lemos, J.S.1, Paiva, N.S.1, Torres, J.L.2
1 UFRJ
2 UFMG
Objetivos: Analisar o impacto da pandemia de COVID-19 nos óbitos por câncer de mama de mulheres com ≥40 anos, residentes no município do Rio de Janeiro. Métodos: Utilizou-se dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e estimativas populacionais do IBGE referentes ao município do Rio de Janeiro no período de 2000 a 2022. Os óbitos por câncer de mama foram identificados pela CID-10 quando a causa básica foi neoplasia da mama (C50). A análise estatística baseou-se na série temporal interrompida, considerando o período de março de 2020 a abril de 2022 como período de pandemia, com estratificação por idade (40-49 e ≥50 anos) e raça/cor (branca e preta/parda). Resultados: Durante o período estudado, houve 19.771 mortes por câncer de mama. No geral, observou-se uma queda significativa nos óbitos por câncer de mama durante a pandemia, que foi 9,7% menor (IC95% 9,2%-10,2%) quando se comparou os óbitos esperados em relação aos óbitos observados. Os valores observados X esperados voltaram a ser semelhantes em fevereiro de 2022. A redução dos óbitos por câncer de mama foi mais expressiva em mulheres com ≥50 anos (13,3%; IC95% 12,8%-13,8%) e em mulheres brancas (14,8%; IC95% 14,2%-15,4%). Conclusões: A pandemia de COVID-19 ocasionou um impacto negativo na mortalidade por câncer de mama, indicando que a redução observada não foi devido a melhorias na assistência ao câncer de mama no Rio de Janeiro e sim devido a maior mortalidade por COVID-19. A análise estratificada sugere que o impacto foi maior entre mulheres com ≥50 anos e mulheres brancas.
IMPACTO DO TRATAMENTO LOCAL NA SOBREVIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA
Pôster
Araújo, R.M.1, Crocamo, S.1, Madasi, F.1, Araújo, S. R.C.1, Carvalho de Souza, M.1
1 INCA
Objetivos: Avaliar o impacto do tratamento local na sobrevivência das mulheres com câncer de mama triplo negativo diagnosticadas nos estádios I a IIB, tratadas no Instituto Nacional de Câncer (INCA). Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectiva de mulheres com 18 anos de idade ou mais, tratadas no INCA entre 2010 e 2016, com histologia de câncer de mama triplo negativo confirmada por imuno-histoquímica. Por meio de técnicas de análise de sobrevivência foram avaliados os fatores associados a sobrevida global e livre de doença em 60 meses comparando-se os grupos: A) Cirurgia Conservadora+Radioterapia, B) Mastectomia Isolada; e C) Mastectomia+Radioterapia. Resultados: Entre as mulheres incluídas no estudo, 36,7% realizaram cirurgia conservadora seguida de radioterapia (A); 17% realizou mastectomia isolada (B); e 46% realizou mastectomia seguida de radioterapia (C). As probabilidades globais de sobrevida em 60 meses estimadas para os grupos foram respectivamente: 91,9% IC95%: (83,8%-96,1%); 94,3% IC95%: (78,9%-98,5%); e 68,1% IC95%: (58,6%-75,9%). Resultados de magnitude semelhante foram estimados para a sobrevida livre de doença. As hazard-ratios estimadas indicam um risco aumentado de óbito (HR=4,14 IC95%: (1,83-9,35)) e de progressão da doença para (HR=3,94 IC95%: (1,90-8,16)) para as mulheres submetidas a mastectomia seguida por radioterapia (C), quando comparadas aquelas submetidas a cirurgia conservadora seguida por radioterapia (A), mesmo após ajuste por idade, grau tumoral e comprometimento nodal. Conclusões: Os resultados indicam que, para o câncer de mama triplo negativo inicial, a adoção de técnicas de tratamento local, como a mastectomia total, não melhora o prognóstico das mulheres acometidas por esta neoplasia.
INCIDÊNCIA E MORTALIDADE DE CÂNCER DE PÊNIS NO BRASIL: UM ESTUDO ECOLÓGICO DE 19 ANOS
Pôster
DIAS JÚNIOR, J. R. L.1, LAMEIRA, E. C. S.1, DIAS, H. A. L.1, GONÇALVES, N. V.2, MIRANDA, C. S. C.2, GOMES, F. C.3, MELO-NETO, J. S.1
1 UFPA
2 UEPA
3 CERES (FACERES)
Objetivos: Identificar se existem diferenças na taxa de mortalidade por câncer de pênis conforme os fatores sociodemográficos no Brasil. Métodos: Estudo observacional ecológico, utilizando dados secundários de óbitos ocorridos no Brasil entre 2000 e 2019. As variáveis sociodemográficas selecionadas foram: estado civil, raça / cor da pele e regiões brasileiras. A taxa de mortalidade considerou número de casos de câncer de pênis/100.000 habitantes. A normalidade dos dados foi analisada pelo teste Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos aos testes de Anova One-Way com pós-teste de Bonferroni (dados paramétricos) ou Kruskal-Wallis com pós-teste de Mann-Whitney (dados não-paramétricos). Resultados: As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste tiveram maiores taxas de mortalidade que o Sul e Sudeste (F = 15,23; p <0,0001). Homens de raça / cor de pele Amarela tiveram menor taxa de mortalidade por este tipo de patologia (Kruskal-Wallis test = 29,12; p <0,0001). Indivíduos solteiros e divorciados tiveram maiores taxas de mortalidade que casados e viúvos (Kruskal-Wallis test = 27,98; p <0,0001). Conclusões: Os fatores sociodemográficos identificados com maior taxa de mortalidade foram: solteiros, divorciados, residentes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Indivíduos Amarelos tiveram menores taxas de mortalidade por câncer de pênis no Brasil.
INCIDÊNCIA E MORTALIDADE DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA E LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA NO BRASIL
Pôster
MOTA-RIBEIRO, K.1, OLIVEIRA, M. M.1
1 UFG
Objetivo: analisar as taxas de incidência e mortalidade de leucemia mieloides aguda (LMA) e leucemia linfoide aguda (LLA), segundo sexo, no Brasil, de 1990 a 2019. Métodos: Estudo ecológico, de série temporal das referidas taxas com dados corrigidos e estimados pelo Global Burden of Diseases Study 19. Foram calculadas as taxas padronizadas por idade por 100.000 e analisadas as tendências pela mudança percentual média anual (AAPC, Average Annual Percent Change) e intervalo de confiança de 95% (IC95%), por regressão de joinpoint. Resultados: Para LMA houve tendência de aumento nas taxas analisadas (p<0,05); quanto a incidência as taxas foram de 1,88 (1990) e 2,08 (2019) em homens (AAPC 0,33; (IC95%:0,30;0,37) e 1,72 (1990) e 1,91 (2019) em mulheres (AAPC -0,39; IC95%:0,34;0,43); para mortalidade, as taxas foram, em 1990 e 2019, respectivamente, de 1,49 e 1,65 em homens (AAPC0,33; IC95%:0,29;0,36) e 1,29 e 1,35 em mulheres (AAPC0,13; IC95%:0,09;0,17). Para LLA houve tendência de redução nas taxas analisadas (p<0,05); quanto a incidência as taxas foram de 1,25 (1990) e 1,19 (2019) em homens (AAPC-0,15; IC95%:-0,2;-0,1) e 1,03 (1990) e 0,93 (2019) em mulheres (AAPC-0,39; IC95%:-0,43;-0,35); para mortalidade, as taxas foram, em 1990 e 2019, respectivamente, de 0,95 e 0,83 em homens (AAPC-0,48; IC95%:-0,52;-0,42) e 0,76 e 0,60 em mulheres (AAPC-0,82; IC95%:-0,88;-0,77). Conclusões: No Brasil houve aumento das taxas de LMA, tipo mais frequente, que acomete mais os homens, e de diminuição de LLA. O estudo de cânceres específicos possibilita direcionar esforços e traçar políticas públicas para seu enfrentamento.
INFO.ONCOLLECT: UMA PUBLICAÇÃO COM ALCANCE PARA DIFERENTES PÚBLICOS
Pôster
Silva, D.H.N.1, Reis, R.S.1, Scaff, A.J.M.1, Lima, F.C.S1, Maltoni, L.A.1
1 Fundação do Câncer
Introdução: A Fundação do Câncer capta recursos e investe em prevenção, diagnóstico precoce, assistência, programas e projetos relacionados ao controle do câncer, tendo como uma de suas missões a disseminação do conhecimento de forma simples, porém técnica, para toda população. Objetivo: Disseminar informação através de ferramenta periódica sobre o câncer, seus fatores de risco e proteção, com base em dados secundários. Método: Bases de dados relacionadas ao câncer: incidência, morbidade e mortalidade hospitalar e também relacionadas a fatores de risco e proteção: vacinação, rastreamento e ações de promoção à saúde. Após isso, são construídas análises descritivas e analíticas das informações. Resultados: Foram publicados cinco boletins. O primeiro mostrou o Impacto do Câncer de Colo do Útero no Brasil. O segundo, intitulado ‘Um panorama da vacinação contra o HPV no Brasil’ trouxe uma reflexão importante sobre a conscientização dos benefícios da vacina. O terceiro abordou o rastreamento do câncer do colo do útero. No quarto, foi mostrado o impacto que a infecção pelo HPV tem em outros tipos de câncer, inclusive na população masculina. O quinto traçou o perfil do câncer de pulmão no Brasil. Conclusão: Esperamos que info.oncollect possa levar conhecimento sobre a doença ao maior número de pessoas possíveis, desde profissionais de saúde, gestores e população em geral. Além disso, pode ser utilizado para construir políticas que fortaleçam as ações de prevenção primária e secundária do câncer, com o objetivo de identificar barreiras e lacunas em relação à doença no Brasil.
INÍCIO DO TRATAMENTO DE CÂNCER E CUMPRIMENTO DA LEI Nº12.732/2012 NO ESTADO DE SÃO PAULO.
Pôster
Nishimura, A. T.1, França, A. P.1, Simões, O.1
1 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Objetivo: analisar o tempo para início do tratamento a partir do diagnóstico de câncer (Ca) de mama e próstata no Estado de São Paulo e o cumprimento da Lei nº12.732/2012 que determina o prazo de 60 dias. Métodos: os dados são oriundos de diversas fontes de informação do Sistema Único de Saúde que constitui o Painel de Oncologia disponibilizado pelo DataSUS. Resultados: no período de 2013 a 2022 foram registrados 103.641 casos de Ca de mama e 78.892 casos de Ca de próstata no estado. A maior parte dos registros para Ca de mama ocorreu na faixa etária de 40-59 anos (48,0%) e 60 anos ou mais (42,1%); para Ca de próstata, 85,4% dos diagnosticados tinha 60 anos ou mais. No estado de São Paulo, apenas 33,6% (IC95%: 33,3;33,9) dos casos de Ca mama tiveram início no período preconizado na lei e 25,4% (IC95%: 25,1;25,7) para os casos de Ca próstata. O tempo médio para o início do tratamento para Ca de mama foi de 128,6 dias (IC95%: 127,1;130,1) e para Ca próstata foi 206,3 dias (IC95%:203,3;208,4). Conclusão: os resultados apontam a necessidade de medidas para o acesso em tempo oportuno para o tratamento oncológico até 60 dias, demonstrando a dificuldade no cumprimento da Lei. Os desafios refletem os limites do investimento da política pública para a plena implementação do SUS, com garantia de universalidade, equidade e integralidade da atenção.
INTERNAÇÕES POR TUMORES CEREBRAIS EM HOSPITAL ESPECIALIZADO DE NEUROCIRURGIA NO RJ
Pôster
Lacerda, P. B.1, Fonseca, M.T.1
1 (PPGSF/UNESA/IDOMED)
Objetivo: Analisar o perfil de internações por tumores cerebrais em unidade hospitalar pública, especializada em neurocirurgia, no município do Rio de Janeiro. Método: Estudo descritivo quantitativo usando como fonte a base de dados local do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer - RJ (IECPN) e do SIH/SUS, considerando o período de 2018 a 2022. O projeto foi submetido e aprovado por Comitê de Ética e Pesquisa (parecer 6.235.624 - CEP UNESA). Foram analisadas as variáveis idade, sexo, diagnóstico de admissão, tipo de neoplasia, município de residência e município de realização do procedimento. Resultados: Foram analisadas 4.493 internações totais no IECPN, com predominância do sexo feminino, acima de 50 anos e residentes no município do Rio de Janeiro, sendo que os residentes de fora do município representaram menos de 1% do total. Os tumores cerebrais representaram cerca 53% das causas diagnósticas de internação, sendo os tipos de tumores mais frequentes os gliomas e meningiomas. No período de estudo, as internações para Cirurgia do Sistema Nervoso Central e Periférico (SIH/SUS), que ocorreram no IECPN corresponderam a 19% do total de internações com o mesmo procedimento, em todos os estabelecimentos do Estado do Rio de Janeiro. Conclusão: Na discussão sobre o papel institucional do IECPN no RJ, destaca-se a importância que o hospital tem no atendimento à população do município do Rio de Janeiro, com potencial para ampliação de seu papel na rede de atenção à saúde do Estado do Rio de Janeiro.
JUDICIALIZAÇÃO DE PACIENTES COM CÂNCER: INTUIÇÃO CLÍNICA VERSUS AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA
Pôster
Figueiredo, I. V. O1, Castro, M. S. M. C1, Silva, G. D. M.1, Santos, C. C.2, Miranda, W. D.3, Santos, F. P.1, Paes-Sousa, R.1
1 Instituto René Rachou (Fiocruz Minas)
2 Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Estatística
3 Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem
Objetivos: Analisar os fatores associados à obtenção de pareceres favoráveis em ações judiciais em saúde ajuizadas por pacientes com neoplasias malignas. Métodos: Foram analisadas 336 ações, ajuizadas por autores diagnosticados de 2014 a 2019 com um dos cinco cânceres selecionados (mama, próstata, pulmão, cólon e encéfalo) e que se trataram através do Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte, Minas Gerais. A Razão de Prevalências (RP) de liminares favoráveis segundo diversos fatores foi mensurada por meio de modelo de Regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Foram analisados 307 processos ajuizados por autores diagnosticados principalmente com câncer de próstata (n=79) e encéfalo (n=71). Observa-se maior prevalência de liminares favoráveis entre autores diagnosticados com câncer de Mama (RP=1,58; IC95%= 1,28-1,94) e câncer de Próstata (RP=1,26; IC95%= 1,03-1,54), representados por meio da Defensoria Pública (RP=1,19; IC95%= 1,05-1,35) ou do Ministério Público (RP=1,20; IC95%= 1,00-1,45). Há redução na prevalência de decisões favoráveis quando o juiz realiza consulta prévia ao Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) (RP=0,59; IC95%= 0,48-0,72) e o autor possui idade de 45 a 59 anos (RP=0,69; IC95%= 0,55-0,88), quando comparado aos de 20 a 29 anos. Conclusões: A pesquisa constatou que a consulta ao NAT pelo juiz está associada ao resultado da decisão judicial. Isso ressalta a importância dos NATs do Judiciário para evitar decisões baseadas apenas na narrativa apresentada pelo demandante e promover a segurança do paciente, com observância não só dos elementos jurídicos do processo como também dos princípios e diretrizes das políticas públicas.
MEIO SÉCULO DE ATUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Silva, M.G.C. da1
1 ICC
Objetivo: relatar a experiência pessoal de um epidemiologista em atuação na área da Epidemiologia do Câncer no percurso de meio século, abrangendo o período de 1974 a 2024. Métodos: o levantamento dos dados foi realizado com base nos itens do curriculum vitae do autor na Plataforma Lattes e do currículo completo em word e em seus apontamentos pessoais de caráter memorialístico. Parte dos informes coletados foi reunida em Planilhas do Excel, que se prestaram para ordenar e montar tabelas contendo números absolutos e frequências relativas (%). Resultados: o autor começou suas atividades em oncoepidemiologia, quando cursava Medicina, ao ser admitido em outubro de 1974, como Coletador de Dados de um Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP), mantido então por uma instituição filantrópica dedicada à cancerologia, do qual foi bolsista de 1974 a 1977. Concluso o seu curso médico em 23/12/1977, em 1º de janeiro de 1978, foi designado Coordenador-Executivo do RCBP, função exercida durante vinte anos, até outubro de 1998, quando assumiu a direção de ensino e pesquisa da mantenedora do RCBP, embrião de uma escola de oncologia, posteriormente transformada em uma faculdade. Ao longo de meio século de sua vinculação funcional a essa instituição filantrópica, acumulou cerca de 800 títulos curriculares relacionados à oncoepidemiologia, englobando atividades docentes, técnicas e científicas. Conclusão: trata-se do relato da trajetória profissional de um epidemiologista que, ao longo de meio século de atuação em oncoepidemiologia, possivelmente, contribuiu, de algum modo, ao ensino, à pesquisa e ao desenvolvimento da Epidemiologia do Câncer no Brasil.
MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA EM IDOSAS NA BAHIA, NO NORDESTE E NO BRASIL, 2013-2022.
Pôster
Santos, A. P. M.1, Leal, J.T.F.M.2, Oliveira, M.L.R.3, Junqueira, M.E.R.1
1 UNEB
2 UFBA
3 Hospital Aristides Maltez/ Fiocruz
Objetivo: Analisar a tendência da mortalidade de câncer de mama na população feminina de 60 anos ou mais da Bahia, Nordeste e do Brasil, no período 2013-2022. Métodos: Estudo de análise de série temporal. Utilizou-se dados secundários proveniente da base de dados do Painel de Oncologia disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Para o cálculo da mortalidade, considerou-se a projeção da população das Unidades da Federação por sexo, idade simples e grupos de idade: 2010-2060 (edição 2018). Selecionou-se a população na faixa etária de 60 anos ou mais, residente no Brasil, Nordeste e Bahia. Os dados foram tabulados no software Microsoft Office Excel® e realizada no Stata 18 a análise de série temporal por meio do método Prais-Winsten. Resultados: A Bahia e o Nordeste apresentaram tendência de crescimento nos índices ao longo dos anos. No Nordeste, para cada ano está associado um aumento médio e positivo de cerca 0.0079 na mortalidade de câncer de mama em idosas e (p = 0.017), enquanto na Bahia o incremento foi de 0.0089 e (p= 0.027). A maior taxa do país ocorreu em 2018(61,8/100 mil habitantes no Nordeste, em 2019, (52,3/100mil habitantes) e na Bahia em 2017(49,9/100mil habitantes). Conclusões: Bahia e Nordeste apresentaram tendência crescente e o Brasil tendência estacionária para mortalidade de câncer de mama em idosas. As elevadas taxas em todas as regiões refletem a vulnerabilidade desse grupo e a magnitude do problema por demandar aumento nas ações e estratégias de controle da doença.
MORTALIDADE POR CÂNCER EM MOCOCA-SP
Pôster
Jones, J.B.1, Vergílio, M.R.R.S1, Costa, M.B.1
1 VE de Mococa
Objetivo - Este estudo tem como objetivo descrever alguns aspectos da mortalidade pelo conjunto das neoplasias (Capítulo II do CID 10), a partir dos dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) digitados no sistema local.
Métodos - Foram realizadas tabulações com o TABWIN e calculadas taxas usando-se as estimativas populacionais do SEADE.
Resultados e conclusões - Em Mococa, as neoplasias foram a causa de 18,5% dos óbitos em 2022 e 17,3% dos óbitos no ano de 2023, permanecendo como a segunda causa de óbito no município nesses anos, ficando atrás das doenças cardiovasculares.
Em relação às taxas de mortalidade por câncer, nota-se um aumento consistente ao longo desses 10 anos para o sexo masculino. A mortalidade por 100 mil homens, pelo conjunto das neoplasias, sai de 184,24 em 2014 para 205,38 em 2023. O câncer de traqueia, brônquios e pulmões também segue essa tendência, com taxas de 27,18 em 2014 e 48,33 em 2023.
Em relação ao sexo feminino, não se observa a tendência crescente no conjunto das neoplasias, saindo de uma taxa de 168,1 mortes para cada 100 mil mulheres em 2014 para 162,3 em 2023. Observando diagnóstico específico, no entanto, há um aumento considerável das taxas de mortalidade por câncer de mama e por câncer de brônquios, traqueia e pulmões. Para o câncer de mama, essa taxa salta de 5,8 em 2014 para 29 óbitos por 100 mil mulheres em 2023 e para o câncer de brônquios, traqueia e pulmões essa taxa vai de 5,8 para 26.
O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: UMA ANÁLISE DA QUALIDADE DAS AMOSTRAS DE EXAMES CITOPATOLÓGICOS
Pôster
Costa, S.K.L1, Castro, R.1, Carvalho, V. M. S.1
1 FIOCRUZ
Este trabalho tem como objetivo analisar a qualidade das amostras de exames citopatológicos realizados no município de Humaitá-am no período de 2006 a 2014. Neste estudo busca-se descrever a qualidade das amostras de exames citopatológicos, comparando e relacionando com algumas variáveis (faixa etária e raça/cor) com resultados obtidos através do Datasus (Siscolo). Para aprimoração dos resultados utilizou-se utilizou-se a ficha técnica de indicadores do INCA que apresenta uma fórmula para determinar o percentual de amostras insatisfatórias sobre o total de exames realizados em um determinado município. Os resultados apontaram um percentual de amostras insatisfatórias abaixo dos 5%, destacando-se os anos com maiores percentuais, sejam eles: 2007 com 1, 75% e 2014 apresentando 1, 62% de amostras insatisfatórias. Os fatores que interferem na qualidade da amostras são muitos, desde cuidados no armazenamento e envio das laminas, presença de secreções purulentas, sangue e falta de capacitação profissional. Neste sentido é interessante desenvolver estratégias para enfrentamento destes problemas, como capacitar os profissionais da coleta, supervisionar os laboratórios responsáveis pela leitura do exame, dentre outros. Acredita-se que tomando algumas providências como estas citadas, pode-se melhorar em muito o controle do câncer do colo do útero no município e diminuir significadamente o percentual de amostras insatisfatórias.
Palavras-chave: (câncer do colo do útero, exame citopatológico, amostras insatisfatórias)
O IMPACTO DO HPV NOS DIFERENTES TIPOS DE CÂNCER NO BRASIL
Pôster
Reis, R.S1, Scaff, A.J.M.1, Maltoni, L.A.1
1 Fundação do Câncer
Introdução: O HPV é um vírus sexualmente transmissível e está ligado ao desenvolvimento de vários tipos de câncer. Objetivo: Análise descritiva do HPV nos diferentes tipos de câncer no Brasil. Método: Informações provenientes dos registros de câncer sobre cinco tipos de câncer relacionados ao HPV, em homens e mulheres (orofaringe (C09-10), ânus e canal anal (C21), vulva (C51), vagina (C52) e pênis (C60)) no Brasil. Resultados: No Brasil, em 2021, ocorreram 4.500 mortes pelos tipos de cânceres relacionados ao HPV. As informações analisadas trazem reflexões importantes a respeito da chegada de pacientes às unidades de saúde, o que impacta diretamente na redução de mortes evitáveis pela doença. Os tumores de orofaringe são aqueles que apresentam maior percentual de pacientes que chegam aos hospitais com estádio III e IV (mais de 80%), para ambos os sexos. Os cânceres de ânus, pênis, vulva e vagina apresentam esses valores variando entre 40% e 50%. O perfil dos pacientes analisados mostrou que, entre homens e mulheres, a maioria tinha mais de 50 anos (78% em ambos), tinham baixa escolaridade (64% em ambos) e eram negros (56% e 53%, respectivamente). Conclusões: As informações deste estudo destacam a importância de olhar a prevenção do HPV para além do câncer do colo do útero e da população feminina, pois este é um fator impactante na carga da doença como problema de saúde pública para toda a população, homens e mulheres.
PANORAMA DA HOSPITALIZAÇÃO POR CÂNCER COLORRETAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
Pôster
Fagundes, M. A.1, Leite, V. B.1, Lombardo, V.1, Ribeiro, A. R.1
1 Fundação Oncocentro de São Paulo - FOSP
Objetivos: Avaliar nas duas últimas décadas o cenário das hospitalizações por câncer colorretal no estado de São Paulo. Métodos: Casos analíticos de câncer colorretal (C18-C20), diagnosticados entre 2000 e 2020, foram obtidos no Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo e avaliados por sexo, estadiamento clínico (EC) ao diagnóstico, município de atendimento e tipo de tratamento. O EC ao diagnóstico foi classificado em in situ, inicial (I e II) e avançado (III e IV). A sobrevida global para o período de até 5 anos, por EC, foi obtida para casos diagnosticados entre 2000 e 2018. Resultados: Foram identificados 76.543 casos de câncer colorretal, com diferença discreta na prevalência entre homens e mulheres por faixa etária, que assumiu a segunda posição como câncer mais frequente a partir de 2010, em ambos os sexos. O EC avançado foi mais frequente, com discreto aumento nos últimos anos, sem diferença significativa em relação ao sexo, estando presente em 56,9% dos homens e 57,1% das mulheres. Uma proporção de 45,6% dos casos chegaram ao hospital sem diagnóstico, e a combinação de cirurgia com quimioterapia foi o tratamento mais frequente. A sobrevida em 1 e 5 anos, para o EC inicial vs. avançado, foi de 82% vs. 54% e 63% vs. 30%, respectivamente. Ao final de 2023, 43,4% dos pacientes diagnosticados com câncer colorretal estavam vivos. Conclusões: Nos últimos anos houve uma escalada nas hospitalizações por câncer colorretal no estado de São Paulo, comumente diagnosticado em estágio avançado, o que reflete em menor sobrevida.
PANORAMA DO CÂNCER COLORRETAL NO BRASIL, 1990-2019
Pôster
Schaedler, A.C.1, Oliveira, M. M.1
1 UFG
Objetivos: Descrever as taxas e tendências de incidência, mortalidade, prevalência e Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALY) do câncer colorretal (CCR) no Brasil e Unidades Federadas (UF) de 1990 a 2019. Métodos: Análise de série temporal da incidência, mortalidade, prevalência e DALY por CCR, em indivíduos com 30 anos ou mais. Utilizou-se dados corrigidos e estimados do Global Burden of Disease Study 19 para o Brasil e UF, de 1990 a 2019. As taxas foram padronizadas por idade e as tendências foram estimadas pela mudança percentual média anual (AAPC) e intervalo de confiança de 95%, por regressão de Joinpoint. Resultados: Houve um aumento significativo das taxas (por 100.000) estudadas em todo o Brasil: incidência de 23,8 para 35,48, em 1990 e 2019, respectivamente, [1,5% ao ano (a.a.) (IC 95%: 1,3;1,6)]; mortalidade de 41,7 para 49,1 [2,3% (a.a) (IC95% 2.2;2.3)]; prevalência de 167,7 para 320,0 [0,6% a.a. [(IC 95%: 0.5;0.8)]; e DALY de 934,4 para 1109,35 anos [0,7% a.a. (IC 95%: 0,5; 0,8)]. Observou-se um aumento significativo das taxas em todas as UF, com maiores tendências de incidência e prevalência nas UF do Norte e Nordeste. Por outro lado, as regiões Sul, Sudeste e o Distrito Federal apresentam tendências de estabilidade e queda na mortalidade e DALY. Conclusões: O aumento das taxas e tendências dos indicadores de CCR no Brasil e nas UF evidência que esse problema deve ser considerado na formulação de ações de saúde, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ATENDIDOS EM UMA UNACON NO RECÔNCAVO BAIANO
Pôster
da Hora, L. P. S.1, Oliveira, C. A.1, Anunciação, T. A.2
1 UFRB
2 UFBA
Objetivos: descrever o perfil epidemiológico de pacientes atendidos em uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia no Recôncavo baiano. Métodos: estudo descritivo, ecológico, de natureza quantitativa, baseado em dados coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, entre 2021 e 2023. Resultados: Foram identificados 619 pacientes, com 44 tipos de câncer, com maior prevalência no sexo feminino (61,39%). O câncer de próstata, na população masculina, e o de mama, na população feminina, foram os mais incidentes. A faixa etária de 56 a 68 anos possuiu o maior número de diagnósticos e a maioria (62,19%) dos casos foram diagnosticados em estadiamentos mais avançados (3 e 4). A principal escolha terapêutica foi condizente com a quimioterapia (94%) e a maioria dos pacientes (61,22%) iniciou o tratamento com tempo superior a 30 dias da data do diagnóstico. Conclusão: os resultados são compatíveis com o perfil epidemiológico de casos na Região Nordeste do Brasil e permitem caracterizar o perfil epidemiológico do câncer das pessoas atendidas na unidade de assistência desta região, fator necessário para fornecer subsídio à equipe gestora e profissionais de saúde no estabelecimento de estratégias de assistência à saúde que reduzam os efeitos deteriorantes do câncer, sendo o rastreamento precoce e o acompanhamento preponderantes para o melhor prognóstico dos pacientes, além de servir como base de dados para implementação de políticas públicas preventivas para a população.
POSSUIR PLANO DE SAÚDE E REALIZAÇÃO DO PAPANICOLAU EM MULHERES DE 25 A 64 ANOS: VIGITEL, 2
Pôster
Guimarães, M.R.1
1 Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ), Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: O câncer do colo do útero é uma das principais causas de morte nas mulheres no Brasil e o Papanicolaou é indicado para a detecção da doença. Mulheres sexualmente ativas, com idade entre 25 e 64 anos devem realizá-lo a cada três anos, após dois resultados anuais consecutivos normais. Realizar o exame fora do período recomendado pode impedir a sua detecção precoce. Objetivo: Avaliar se a posse de plano de saúde está associada à realização do exame de Papanicolau durante o período recomendado pelo Ministério da Saúde. Métodos: Trata-se de um estudo transversal. Foram analisados dados do Inquérito Telefônico Vigitel 2023. As estimativas foram obtidas a partir da Regressão Logística Multinomial. Para a seleção das variáveis do modelo múltiplo foi utilizada a Regressão LASSO. A qualidade do ajuste do modelo foi analisada pelo teste de Hosmer e Lemeshow. Resultados: A chance das mulheres entre 25 e 64 anos que não têm plano de saúde de fazerem o Papanicolau entre 3 e 4 anos é 71% maior (IC 1.36, 2.15; p<0.001) do que a chance entre mulheres que possuíam plano de saúde. Enquanto a chance de mulheres com mesma idade e que não apresentavam plano de saúde de realizarem o exame em 5 anos ou mais é 75% maior (IC 1.47, 2.08; p<0.001) que a de mulheres com plano de saúde terem o realizado. Conclusão: Não ter plano de saúde está associado a realização do principal exame de rastreio do câncer de colo de útero fora do período recomendado.
PREVALÊNCIA DE CARDIOPATIA EM INDIVÍDUOS COM DIAGNÓSTICO DE CÂNCER NO BRASIL
Pôster
Costa, T. L. G.1, Migowski, A.2
1 Instituto Nacional de Cardiologia
2 Instituto Nacional de Cardiologia e Instituto Nacional de Câncer
Objetivos: Estimar a prevalência do diagnóstico de câncer, cardiopatia e de ambos no Brasil, bem como a relação temporal entre os dois diagnósticos.
Métodos: Foram analisados dados da última edição da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS2019) referentes a 159,2 milhões de indivíduos com 18 anos ou mais. As análises foram feitas com uso do pacote PNSIBGE do R contemplando as características do desenho amostral. Foram excluídos casos de câncer de pele. Foram estimadas a prevalência de histórico de câncer (PHC), de cardiopatia, de ambas, prevalência de câncer (diagnóstico nos últimos 5 anos) e análises estratificadas por: tipo de câncer, sexo, idade, região do país, SUS ou saúde suplementar, tempo entre o diagnóstico do câncer e o da cardiopatia. Foram calculados intervalos de confiança (IC95%), bem como a correlação entre as idades de diagnóstico de câncer e cardiopatia.
Resultados: A PHC foi de 1.839 por 100 mil habitantes (IC95%,1.696-1.982), a prevalência de histórico de câncer e cardiopatia foi de 300 por 100 mil. As maiores PHC foram as de câncer de mama (539,6), de próstata (302,4) e de tireoide (157,2). A prevalência de câncer foi de 867,6 por 100 mil. Com relação à temporalidade, 16,0% dos casos de cardiopatia foram diagnosticados no mesmo ano do câncer, 36,5% antes do câncer e 47,5% depois do câncer.
Conclusões: Foi possível estimar a prevalência dos diversos tipos de câncer e a relação temporal com o diagnóstico de cardiopatia permitiu quantificar a comorbidade, bem como quantitativo de casos que podem estar associados à cardiotoxicidade.
PREVALÊNCIA DE PRÁTICAS PREVENTIVAS DE NEOPLASIAS EM CAMPINAS
Pôster
Lima, B.G1, Barros, M.A1
1 UNICAMP
Objetivo
Estimar as prevalências da realização dos exames papanicolaou, mamografia, antígeno prostático específico (PSA), sangue oculto nas fezes (SOF) e sigmoidoscopia/ colonoscopia na população de Campinas, e verificar, quando existem recomendações do Ministério da Saúde, se as metas de cobertura estão sendo atingidas.
Método
É um estudo transversal, que utilizou dados do Inquérito de Saúde de Campinas 2014/15. As prevalências foram estimadas segundo o período de realização do exame, e para a faixa etária preconizada para cada exame de rastreamento. Para a estimativa das prevalências e respectivos intervalos de confiança de 95%, foi utilizado o software Stata 14, no módulo survey.
Resultados
As prevalências de realização dos exames foram de: 87,8% para o Papanicolaou (nos últimos 3 anos, entre 25 e 64 anos), 80,5% para a Mamografia (nos últimos 2 anos, entre 40 e 69 anos), 55,2% para o PSA (nos últimos 3 anos; para 50 anos e mais), 22,3% para SOF (nos últimos 2 anos; para 50 anos e mais) e 21,5% para Sigmoidoscopia/colonoscopia (uma vez na vida; para 50 anos e mais).
Conclusões
O Ministério da Saúde (MS) preconiza a cobertura de 85% para o papanicolaou e 70% para a mamografia e os dados mostram que em Campinas a meta foi atingida. Para o exame de PSA não existe recomendação pelo MS. Para SOF e sigmoidoscopia/colonoscopia, o MS preconiza o rastreamento, mas foi observada baixa prevalência para realização destes exames preventivos em Campinas.
PROGRAMA CUIDADO EM SAÚDE DA MULHER: RASTREAMENTO ORGANIZADO DE CÂNCER
Pôster
Monteiro, C.N.1, Freitas, A.A.1, Lemos, G.A.2, Scala, C.2
1 Hospital Sírio-Libanês
2 Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.
Introdução: Os cânceres de mama e de colo de útero estão entre os tipos de câncer mais incidentes em mulheres no Brasil. O programa Cuidado em Saúde da Mulher, implementado em uma empresa de saúde, inclui o cuidado em Atenção Primária à Saúde digital, o rastreamento primário organizado de câncer de colo de útero através da tecnologia de genotipagem de DNA-HPV e o rastreamento organizado de câncer de mama.
Objetivo: descrever os resultados do teste DNA-HPV e da mamografia das participantes do programa e resultados iniciais do programa.
Método: Estudo quasi-experimental com abordagem quantitativa. A população em estudo parte do universo das 1217 colaboradoras da empresa de saúde.
Resultados: A média de idade das participantes foi 41 anos. Das mulheres rastreadas por meio do teste DNA-HPV, 14% das mulheres apresentaram resultados positivos para os genótipos de HPV 16 e/ou 18, genótipos de maior risco oncogênico, e estão sendo monitoradas; 7% das mulheres apresentaram resultados positivos aos outros 12 genótipos também oncogênicos de HPV, contudo de menor risco quando comparados aos genótipos 16 e 18. Em 79% não foi detectado. Em relação aos resultados da Mamografia, 87,1% o resultado foi BI-RADS 2, 6,5% BI-RADS 0, 3,2% BI-RADS 1 e 3,2% BI-RADS 3. Neste último, foi diagnosticado câncer de mama e a paciente está em acompanhamento pelo time de saúde.
Conclusões: Os resultados dos testes descritos podem contribuir para programas de rastreamento e planejamento de ações no sistema de saúde, permitindo o diagnóstico precoce e custos potencialmente evitáveis.
RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE CÂNCER DE MAMA E METÁSTASE ÓSSEA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Pôster
Almeida, J. R.1
1 Fiocruz
O câncer de mama é considerado o sítio primário que mais evolui para metástases ósseas. Devido a uma pré disponibilidade do tecido ósseo para abrigar as células malignas advindas do câncer de mama, a metástase óssea tem se tornado cada vez mais frequente e é uma das maiores causas de morte em mulheres diagnosticadas com câncer de mama em todo o mundo. Objetivo: apresentar uma revisão integrativa da literatura publicada nos últimos cinco anos, acerca da relação existente entre o câncer de mama e a metástase óssea. Método: foram utilizadas para a busca as bases de dados LILACS (via PUBMED) e MEDLINE (via Biblioteca Virtual em Saúde), através do cruzamento dos descritores “câncer de mama” e “metástase óssea” e seus sinônimos nas línguas portuguesa e inglesa, tais quais “neoplasias da mama”, “neoplasia mamária”, “câncer metastático de ossos”, “breast cancer”, “breast neoplasm” e “bone metastasis”. Resultados: foram encontrados 378 artigos dos quais, após seleção através de critérios de inclusão e exclusão, 12 foram selecionados e analisados neste estudo. A síntese dos dados principais indica uma forte relação entre câncer de mama e metástases ósseas, uma vez que, o ambiente ósseo é favorável à colonização de células malignas provenientes do câncer de mama. Conclusão: pacientes oncológicas diagnosticadas com câncer de mama devem estar atentas aos cuidados com a saúde óssea durante toda a vida, mesmo após o tratamento e possível diagnóstico de cura, entendendo que metástases ósseas também podem surgir alguns anos após a cirurgia e fim do tratamento.
RELAÇÃO ÉTNICO-RACIAL NO INTERVALO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER ORAL NO BRASIL
Pôster
Lisboa, L. J.1, Contreras, J. C. Z.1, Pires, A. L. P. V.1, Freitas, V. S.1, Vieira, L. C. L.1
1 UEFS
Objetivo: Analisar a relação étnico-racial no intervalo do serviço de saúde para o diagnóstico do câncer oral no Brasil.
Métodos: Pesquisa de corte transversal e base hospitalar, com 16.077 casos recuperados dos Registros Hospitalares de Câncer do Brasil. A classificação étnico-racial foi baseada na combinação das categorias de cor e raça empregada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram aplicados o teste de soma de postos de Wilcoxon e modelo de regressão de Poisson com distribuição negativa binomial.
Resultados: Os registros recuperados representaram 8.489 (53%) indivíduos brancos e 7.588 (47%) não brancos. Entre os indivíduos de ambas as raças houve uma heterogeneidade de acordo com as variáveis sociodemográficas, clínicas e terapêuticas, sendo homogêneos para os fatores de risco mais importantes para a doença. Houve diferenças significativas entre os brasileiros de raça/cor branca e não branca em relação a todos os intervalos de tempo analisados (p < 0,001). Os indivíduos de raça/cor branca demoram menos para iniciar o tratamento após a triagem (mediana de 57 dias), para receberem o diagnóstico após a consulta (mediana de 9 dias) e para iniciarem o tratamento após o diagnóstico (mediana de 35 dias) do que os pacientes de raça/cor não branca (medianas de 71, 12 e 47 dias, respectivamente).
Conclusão: Esses dados podem contribuir para o planejamento de estratégias de redução do intervalo do serviço de saúde, e de melhoria da qualidade do atendimento dos indivíduos com câncer de cavidade oral no Brasil, considerando as diferenças entre os grupos populacionais.
RESPIRANDO FUNDO: O IMPACTO DEVASTADOR DA NEOPLASIA PULMONAR NO BRASIL, 2019-2023
Pôster
Arruda, L. E. S.1, Silva, L.R.2, Silva, M. G. G.1, Silva, M. E. S.1, Santos, E. M. P.1, Sousa, A. F.1, Silva, E. R. B.1, Oliveira, E. C. A.1
1 IAM-FIOCRUZ
2 USP
Objetivo: Analisar os casos de neoplasia maligna dos brônquios e pulmões no Brasil, 2019-2023. Métodos: Estudo epidemiológico transversal dos casos de neoplasia maligna dos brônquios e pulmões, no Brasil, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (2019-2023). Resultados: Foram registrados 2.905.531 casos de neoplasia maligna dos brônquios e pulmões. A distribuição regional mostrou maior prevalência no Sudeste (42,59%), seguida por Sul (24,49%), Nordeste (23,04%), Centro-Oeste (6,01%) e Norte (3,87%). Notavelmente, houve maior porcentagem no sexo feminino (57,18%), entre 60-69 anos (25,94%), 50-59 anos (20,64%) e 70-79 anos (18,01%). Quanto à dinâmica de tratamento, em 2019, apenas 41,51% foram tratados no mesmo ano do diagnóstico, número que variou nos anos subsequentes, 2020 (51,65%), 2021 (50,03%), 2022 (49,72%) e 2023 (53,15%). Quanto as modalidades terapêuticas ocorreram quimioterapia (21,46%), cirurgia (20,08%), radioterapia (7,87%) e 50,18% sem registros. Sobre o tempo de início do tratamento após o diagnóstico, 24,23% iniciaram dentro de 30 dias, 18,44% após 60 dias, 7,14% entre 31-60 dias e 50,18% desse tempo estava indisponível. Destacaram-se os Hospitais Aristides Maltez (1,05%) e o de Câncer (0,98%) com mais pacientes tratados. Conclusões: A maioria destes casos ocorreu em mulheres, entre 60-69 anos, no Sudeste. A quimioterapia emergiu como modalidade terapêutica mais frequente e tratamentos iniciando dentro de 30 dias após o diagnóstico. Estes achados sublinham a necessidade urgente de implementar e reforçar políticas públicas focadas na promoção da saúde e prevenção desta doença, visando melhorar a qualidade da assistência, garantir a detecção precoce e o acesso oportuno ao tratamento.
SCREENING DE MAMOGRAFIA NO BRASIL: TENDÊNCIAS E DESIGUALDADES
Pôster
VENANCIO, I.S.1, ASSIS, J.L.P.1, Reichow, K.F.1, Wenzel, D.2, Conde,W.L.1
1 USP
2 SMS-SP
Objetivo
Analisar a frequência de screening do câncer de mama realizado dentro ou fora da faixa etária (50-69 anos) recomendada pelo Ministério da Saúde (FER-MS) e determinantes sociodemográficos e políticos.
Métodos
Utilizamos dados de mamografia nos últimos 2 anos extraídos do Vigitel de 2007 a 2023. Prevalências foram estratificadas por FER-MS, plano de saúde, escolarização formal e gestão federal. Calculamos a Razão de Taxas de Incidência (IRR) com (p<0.05) entre os estratos.
Resultados
A frequência de screening na FER-MS aumenta entre 2007 e 2023. A frequência é mais elevada entre mulheres com alta escolaridade (IRR=1.2) e mulheres com plano de saúde (IRR=1.2). O aumento foi menor na gestão Bolsonaro.
A frequência do excesso de diagnóstico – exame fora da FER-MS – também aumenta entre 2007-2023. O excesso de diagnóstico é mais frequente entre mulheres com baixa escolaridade (IRR=1.0) e mulheres com plano de saúde (IRR=1.7). O aumento foi maior nas gestões Temer (IRR=1.4) e Bolsonaro (IRR=1.3).
A frequência do screening é fortemente influenciada pela posse de planos de saúde, seja na FER-MS (IRR=1.2) seja fora dela (IRR=1.7). O screening fora da FER-MS indica a probabilidade de excesso de diagnóstico em níveis elevados no Brasil
Conclusões
O screening para câncer de mama no Brasil reforça a desigualdade. Mulheres com baixa escolaridade estão mais expostas ao excesso de diagnóstico e menor cobertura do exame na FER-MS.
O aumento do screening fora da FER-MS eleva a probabilidade de excesso de diagnóstico e de excesso de tratamento especialmente pela participação de planos de saúde nessa tendência.
SOBREVIDA LÍQUIDA DE PACIENTES COM CÂNCER DE PULMÃO EM PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Pôster
Nagamine, C. M.L.1, Moreira, P. W2, Goulart, BNG3, Ziegelmann, P. K.3
1 UESB/UFRGS
2 PMPA
3 UFRGS
No Brasil, o câncer de pulmão é o segundo tipo de câncer mais prevalente em ambos os sexos e continua sendo uma das principais causas de morte. A análise da sobrevivência ao câncer destes pacientes é considerada padrão ouro para avaliar a efetividade dos serviços de saúde. Objetivo: Estimar taxas de sobrevivência líquida padronizada em 1, 3 e 5 anos para câncer de pulmão utilizando dados de mundo real através do estimador de sobrevivência líquida imparcial e consistente de Pohar Perme. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva. Foram incluídos os pacientes do Registro de Câncer de Base Populacional de Porto Alegre (RS) com diagnóstico comprovado de câncer de pulmão (CID1O-C34) no período de 2010 a 2014. Tabelas de vida para o município de Porto Alegre foram calculadas utilizando dados do IBGE e suavizadas por meio do método natural de splines cúbicas. Resultados: Dos1323 adultos com idades entre 18-99 anos, a sobrevivência líquida em 1, 3 e 5 anos foram 22,1% (IC95%:20,3-24,0), 7,7% (IC95%: 6,6-9,0) e 2,5% (IC95%:2,0-3,0), respectivamente, menor que aquela encontrada no estudo Concord3. Conclusão: A sobrevivência líquida de câncer de pulmão com base em dados populacionais em Porto Alegre foi de 4,1% em 5 anos, baixa comparada com outros estudos brasileiros como Aracajú, Curitiba, Goiânia e Jaú que variaram de 5,9% a 11,0%. Isto enfatiza a importância de identificação precoce, especialmente em pacientes de maior risco e tratamento em tempo oportuno com identificação precoce na atenção primária, rápido atendimento e tratamento na rede especializada.
SOBREVIVÊNCIA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA EM PORTO ALEGRE, RS, BRASIL
Pôster
Rodrigues,L.C.1, Ziegelmann,P.K.1, Souza,A.A2
1 UFRGS
2 HMV
Mama representa 30,1% dos cânceres femininos no Brasil. Avanços terapêuticos são inquestionáveis, mas as taxas de mortalidade pela doença não parecem retratá-los. Talvez porque a avaliação da efetividade dos serviços de saúde requer estimativas de sobrevivência, que são escassas no Brasil. O Concord3 (2018) destacou que mama é um dos canceres de maior variabilidade em sobrevivência ao redor do mundo. O estudo Agatha tem por objetivo estudar padrões de cuidado e sobrevivência dos cânceres femininos na população de Porto Alegre utilizando dados de mundo real. Objetivo: Apresentar resultados parciais do Agatha sobre sobrevivência. Métodos: Coorte retrospectiva envolvendo 382 mulheres com câncer de mama entre os anos 2016 e 2018 do Registro de Câncer de Base Populacional de Porto Alegre (RS). Dados foram coletados em prontuário e data de óbito foi complementada linkando com dados do SIM RS. Sobrevivência foi estimada por Kaplan Meyer e fatores prognósticos por regressões de Cox. Resultados: Com idade média de 61,16 anos, 72,8% mulheres foram diagnosticadas em estágio localizado, 16.4% regional e 10.8% metastático. Destas, 69.1% são duplo-positivo para progesterona e estrogênio. Com seguimento mediano de 6,63 anos a taxa sobrevivência global em 5 anos (SG5) foi de 80,4 (IC95%: 76,4-84,3). Independente de idade e estadiamento, mulheres não duplo-positivo apresentaram maior risco de morte (HR=2.69; IC95%:1.64-4.40). A SG5 para duplo-positivo e não duplo-positivo foram 91,4% e 87,3% no localizado, 75,9% e 59,3% no regional e 47,4% e 11,1% no metastático. Conclusão: Duplo-positivo é fator prognóstico positivo enfatizando os avanços terapêuticos para esta população.
SOBREVIVÊNCIA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA TRATADAS NO SUS E OS SUBTIPOS MOLECULARES
Pôster
Carvalho de Souza, M.1, Crocami, S.1, Araujo, S.R.C1, Almeida, L.M.1
1 INCA
Objetivos: Avaliar como características sociodemográficas e clínicas influenciam a sobrevivência de mulheres com câncer de mama atendidas em um centro de assistência oncológica do Rio de Janeiro, segundo subtipo molecular. Métodos: Uma coorte de 448 usuárias do SUS com câncer de mama foi entrevistada na linha de base e acompanhada por cinco anos. Os tipos moleculares foram classificados em luminal, HER2-positivo e triplo negativo. Características clínicas e sociodemográficas foram analisadas para cada subtipo molecular usando teste Qui-Quadrado e técnicas de análise de sobrevivência. Resultados: Mulheres com tumores luminais foram mais frequentes (59%), seguidas das HER2-positivo (24%) e triplo negativas (17%). A idade média foi de 56 anos. Tumores luminais apresentaram maior frequência de estadiamento inicial (34%) e tratamento cirúrgico, enquanto triplo negativas foram mais diagnosticadas em estágios avançados e tratadas com quimioterapia neoadjuvante. A probabilidade de sobrevida em 60 meses foi de 77%, sendo maior para luminais (85%), do que para HER2-positivo (77%) e triplo negativas (48%, p<0,001). Fatores associados ao risco de óbito em 60 meses incluíram idade, realização de mamografia, grau histológico e estágio do tumor. Comparadas a mulheres com tumores triplo negativos, aquelas com tumores luminais tiveram risco 66% menor de óbito em 60 meses; e para as com tumores HER2+ esse risco foi 57% menor. Conclusões: Tumores luminais tendem a ser diagnosticados mais precocemente, enquanto tumores triplo negativos são frequentemente detectados em estágios avançados, impactando negativamente na sobrevivência das mulheres com câncer de mama, mesmo considerando outras características clínicas e sociodemográficas.
TEMPO PARA INÍCIO DO TRATAMENTO DAS NEOPLASIAS MALIGNAS LINFOHEMATOPOIÉTICAS NO BRASIL
Pôster
Oliveira, D.M.A.1, Abreu, M.1, Fernandes, G.A.1, Curado, M.P.1
1 AC Camargo Cancer Center
Objetivo: Analisar as neoplasias malignas linfohematopoiéticas quanto ao tempo de início de tratamento no Brasil. Metodologia: As informações foram coletadas no Painel da Oncologia, DATASUS, de 2018 a 2023, e classificados em linfoma de Hodgkin, linfoma não Hodgkin, mieloma múltiplo, leucemia linfoide, leucemia mieloide e leucemias. Foram realizadas análises descritivas e de regressão logística multinominal e a variável dependente foi o tempo para início do tratamento, em três categorias em dias (0-30, 30-60 e 61+), foi referência a categoria acima de 61 dias. Resultados: Um total de 250.172 pacientes com neoplasias hematológicas ocorreram no Brasil, 54,2% homens, 38,7% entre 50 e 69 anos. Na região sudeste 43,8%, 58,9% receberam o tratamento em até 30 dias e 99,1% receberam quimioterapia. O tratamento em 30 dias foi 21% menor (IC95%: 0,76-0,83) no Nordeste comparado ao Sudeste. Pacientes com até 17 anos de idade tiveram 6,3 (IC95%: 6,06-6,74) vezes a chance de tratamento até 30 dias comparado aqueles com mais de 70 anos. Os casos com leucemia mieloide tiveram 2,2 (IC95%:1,88-2,68) vezes maior chance de tratamento entre 30-60 do que os com leucemia linfoide. Conclusão: Pacientes até 17 anos foram tratados em até 30 dias, a Leucemia mieloide recebeu tratamento mais rápido e o Linfoma não Hodgkin o mais demorado. Observa-se disparidade no tempo de tratamento para estas neoplasias, maior no norte e nordeste do Brasil. As informações sobre tratamento e estadiamento para as neoplasias linfohematopoiéticas no Portal de oncologia necessitam ser ampliadas com estadiamento e o transplante de células tronco hematopoiéticas.
TENDÊNCIA DA MORTALIDADE POR CÂNCER DE COLO UTERINO NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL, 2007-2021
Pôster
Faleiro, M.R.C.1, Boschi-Pinto, C.2
1 UFF
2 ISC/UFF
Introdução: O câncer de colo uterino (CCU) é o quarto tipo de câncer mais comum globalmente. A região sudeste concentra a maior parcela da população feminina do país, tornando crucial a análise dessa mortalidade na região. Objetivos: Analisar características sociodemográficas e tendências da mortalidade por CCU segundo estados da região sudeste do Brasil, de 2007 a 2021. Método: Estudo descritivo e ecológico de tendência temporal, utilizando dados do SIM e informações populacionais do IBGE. Aplicou-se fator de correção de óbitos e padronização de taxas de mortalidade por idade. Os óbitos foram distribuídos segundo faixa etária (<50 anos, 50+ anos), raça/cor (branca, preta/parda, outras) e escolaridade (<8 anos, 8+ anos). Tendências temporais foram estimadas pelo modelo de regressão Joinpoint. Resultados: Ocorreram 35.867 óbitos (corrigidos) por CCU na região sudeste no período 2007-2021. Destes, 69,7% em mulheres com 50+ anos, 54,4% em brancas e 56,5% naquelas com baixa escolaridade. Em SP, mulheres brancas foram as mais afetadas (66,3%); nos demais estados, as pretas e pardas. Houve estabilidade da mortalidade no RJ (-0,07; IC95% -0,5; 0,4), MG (0,47; IC95% -0,2; 1,2) e ES (0,05; IC95% -1,4; 1,5). Em SP, ocorreu queda anual de 1,75% (IC95% -3,4; -0,1) entre 2007-2014, seguida de aumento anual de 1,82% (IC95% 0,1; 3,6) até 2021. Conclusões: O perfil sociodemográfico evidenciou maior vulnerabilidade entre mulheres com baixa escolaridade e entre pretas e pardas em três dos quatro estados da região. Tendências estacionárias e de aumento sugerem gargalos no controle da mortalidade por CCU na região sudeste.
TENDÊNCIA DA MORTALIDADE POR NEOPLASIAS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, DE 1996 A 2022
Pôster
Gouveia, B.R1, Santos, S.S2, Lima, E.F.S3, Monteiro, G.T.R2
1 INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER; Doutoranda no Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente/ Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/FIOCRUZ
2 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/FIOCRUZ
3 Curso de Odontologia da UNISUAM; PIBIC na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/ FIOCRUZ
Objetivo: Analisar a tendência da mortalidade por neoplasias no Município do Rio de Janeiro, no período de 1996 a 2022. Métodos: Estudo de tendência temporal da mortalidade por neoplasias. Os óbitos foram obtidos do Sistema de Informação de Mortalidade, analisados por faixa etária e sexo, após redistribuição de causas garbage. A tendência temporal foi obtida pelo método de regressão segmentada (Joinpoint). Resultados: A taxa de mortalidade por neoplasias foi de 122,06 óbitos por cem mil habitantes, em 1996, e de 92,60 óbitos por cem mil habitantes, em 2022, padronizadas pela população mundial. A tendência da mortalidade para o conjunto das neoplasias apresentou queda significativa na variação percentual média anual (AAPC: - 1,47%) entre 1996 e 2022, tanto no sexo masculino (-1,99%) quanto no feminino (-1,02%). Observou-se tendência decrescente significativa também na análise por faixas etárias: nos homens a AAPC variou de -0,80% ao ano (30 a 39 anos) a -3,14% ao ano (40 a 49 anos) e nas mulheres, de -0,69% ao ano (50 a 59 anos) a -2,37% ao ano (menores de 20 anos). Esses achados sugerem a variabilidade do tipo de câncer nas diferentes faixas etárias, com diferentes prognósticos. Conclusões: A tendência decrescente da mortalidade por neoplasias é relevante, com implicações para a saúde pública, notadamente na prevenção, detecção precoce e tratamento adequado para reduzir a carga destas doenças.
TENDÊNCIA DA SOBREVIDA LÍQUIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA E COLO DO ÚTERO NO BRASIL
Pôster
Vega-Castañeda, J. A.1, Rocha, H. A.2, Cherchiglia, M. L1
1 Programa de Pós-graduação em Saúde Pública, Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Medicina, UFMG.
2 Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Medicina, UFMG.
Objetivos: Apresentar a mudança da sobrevida líquida de mulheres com câncer de mama e do colo do útero tratadas pelo SUS, entre 2002 e 2015 no Brasil e nas regiões. Métodos: Estudo de coorte não concorrente, com dados pareados dos sistemas de informação do SUS. Incluíram-se mulheres com mais de 17 anos, tratadas para câncer de mama ou colo do útero, excluindo aquelas com tratamento cirúrgico exclusivo ou data de diagnóstico e de óbito iguais. Calculamos a sobrevida líquida em 5 anos com o estimador de Pohar-Perme para as mulheres que iniciaram tratamento entre 2002-2004, 2005-2007, 2008-2010. Resultados: Incluímos 217.734 mulheres com câncer de mama, com idade média de 56 anos, a maioria moravam no Sudeste (49%), com diagnóstico em estádio II (37%) e 68.095 pacientes com câncer do colo do útero, com idade média de 53 anos, 36% moravam no Sudeste e 11% no Norte, a maioria diagnosticada no estádio III (44%). A sobrevida líquida em 5 anos no Brasil para câncer de mama, aumentou de 84,3% para 86,2%, com maior aumento nas regiões Sul e Sudeste. Para câncer do colo do útero, diminuiu de 66% para 63,2% com a maior queda no Norte e Nordeste. Conclusões: A sobrevida do câncer de mama melhorou entre 2002 e 2015, enquanto a do câncer do colo do útero piorou. As regiões Norte e Nordeste apresentaram maiores desafios na assistência das mulheres com os dois tipos de câncer, resultando numa queda da sobrevida líquida.
TENDÊNCIA NA INCIDÊNCIA DE TUMORES SÓLIDOS INFANTOJUVENIS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Pôster
Souza, V.S1, Latorre, M.R.D.O2, Guerra, M.R.3, Nogueira, M.C.3, Cardoso, S.F.4, Ferreira, G.L.4, Florido, R.F.4, Bustamante-Teixeira, M.T.3
1 UFJF; SMS-JF
2 FSP/USP
3 PPgSC/UFJF
4 FacMed/UFJF
Objetivos: Analisar a tendência temporal das taxas de incidência dos tumores sólidos em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no município de São Paulo, de 1997 a 2015.
Métodos: Estudo de série temporal com dados obtidos do Registro de Câncer de Base Populacional de São Paulo (RCBP-SP), referente aos casos incidentes de tumores sólidos em crianças e adolescentes diagnosticados de 1997 a 2015, classificados de acordo com a International Classification Of Childhood Cancer (ICCC-3,). A tendência temporal das taxas de incidência padronizadas foi obtida através do modelo de regressão do Joinpoint e analisadas por sexo e principal grupo diagnóstico da ICCC-3.
Resultados: Os cânceres infantojuvenis apresentaram alta taxa de incidência (189, 6/milhão) no município de São Paulo. Os tumores sólidos representaram 63,3% (120,5/ milhão) dos cânceres infantojuvenis, sendo os tumores do sistema nervoso central (SNC) os mais incidentes (23,0/milhão), seguido pelo grupo XI – “Outras neoplasias epiteliais malignas e melanomas malignos” (19,2/milhão) e pelos tumores ósseos (13,7/milhão). Os tumores sólidos combinados apresentaram tendência de estabilidade ao longo da série histórica. Os tumores do SNC, ósseos, renais e sarcomas tiveram tendência à queda, enquanto os retinoblastomas e os do grupo XI tiveram tendência de aumento no período estudado.
Conclusões: Como a etiologia da maioria dos cânceres infantojuvenis é pouco conhecida, fatores genéticos, ambientais, sociais e econômicos podem ter parcela no impacto no desenvolvimento do câncer em crianças e adolescentes. Os resultados apontam para a magnitude dos tumores sólidos e reforçam a importância de sua análise e vigilância.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA CARGA POR CÂNCER DE MAMA NO CONTINENTE AMERICANO
Pôster
Machado, A. S. M.1, Teixeira, M. T. B.1, Pereira, D. A.2
1 UFJF
2 UFV
Objetivo: Investigar as tendências da carga do câncer de mama em mulheres, por faixa etária, no Brasil e em países selecionados através da incidência, mortalidade e DALY (Disability Adjusted Life Years) de 1990 a 2019; e verificar a associação entre os índices sociodemográficos (ISD). Método: Foram selecionados países de alto ISD (Canadá, EUA), alto-médio ISD (Uruguai) e médio ISD (Brasil e Colômbia) de acordo com os seguintes grupos etários: idade padronizada, 15-49; 50-69 e 70 anos ou mais. O desenho da pesquisa foi um estudo ecológico misto de séries temporais e de comparações geográficas. A investigação utilizou a base dados do Global Burden of Disease (GBD). Resultados: O grupo de mulheres com 70 anos ou mais apresentou as maiores taxas de incidência e mortalidade. Percebeu-se também que os comportamentos de tendências são similares entre os países de médio e alto ISD (Brasil, Colômbia, Canadá e EUA) e houve diferenciação entre o país de ISD alto-médio (Uruguai), além de comportamentos equivalentes às taxas de mortalidade e DALY, sendo está, porém, mais elevada. Conclusão: Espera-se que os resultados possam contribuir no campo da Saúde Pública, no desenvolvimento e no aprimoramento de estratégias de prevenção, tratamento precoce e políticas de rastreamento do câncer de mama.
TENDÊNCIA TEMPORAL DE MORTALIDADE PREMATURA POR NEOPLASIAS NO BRASIL: 2013-2022
Pôster
Graeff, D. B.1, Alves, A. L. S.1, Pasetti, B. G.1, Freitas, I. T.1, Rampazzo, J. M.1
1 UPF
OBJETIVO: Analisar mortalidade prematura por neoplasias no Brasil, conforme sexo, entre 2013-2022.
METODOLOGIA: Estudo ecológico com registros de óbitos pelo Capítulo II da CID-10. Utilizou-se as Projeções Populacionais e os números de óbitos pela Sistema de Informação sobre Mortalidade, na faixa etária entre 30 e 69 anos, separadas por sexo e regiões do Brasil (DATASUS). As análises estatísticas foram realizadas pelo modelo de regressão por pontos de inflexão.
RESULTADOS: As taxas de mortalidade é semelhante entre sexo masculino (SM) e sexo feminino (SF) no país, com 122 (IC95%:1.202-1.497)/100.000 e 136 (IC95%:1.068-1.403)/100.000, respectivamente. A Região Sul obteve as maiores taxas de mortalidade prematura por câncer, com 137/100.000 para o SF e 170/100.000 para o SM. Na Região Norte observou-se a menor taxa entre os SM (102/100.000) e na Região Centro-Oeste a menor taxa entre o SF (108/100.000). Na análise temporal por regiões, o SF obteve tendências estacionárias e crescentes, enquanto o SM, tendências decrescentes. Para o Brasil, a variação percentual anual do SF no período total foi crescente (0,42;IC95%:0,05;0,82;p:0,028) e para o masculino foi decrescente (-0,53;IC95%:-0,89;-0,17;p:0,003). No SF, pontos de inflexão crescentes foram identificados nas regiões Nordeste e Sudeste no período 2013-2018. Para o SM, os pontos de inflexão foram decrescentes nas cinco regiões do país, também mais evidenciados em 2013-2018.
CONCLUSÕES: A mortalidade por câncer é semelhante entre o SM e SF no Brasil, com uma variação regional significativa. Observou-se, ainda, uma tendência decrescente para homens e crescente para mulheres, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste.
TENDÊNCIA TEMPORAL DE RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL
Pôster
Rocha, A. L. C.1, Araújo, M. F. S.2, Fernandes, F. C. G. M.2, Bezerra, R. A.2, Barbosa, I. R.2, Bezerra, H. S.3
1 FACISA/UFRN
2 UFRN
3 FACISA/ UFRN
OBJETIVO : analisar a tendência temporal do rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico de base populacional, de tendência temporal, baseado em dados secundários registrados no Sistema de Informações Ambulatoriais, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, no período de 2013 a 2022. Considerou-se como variável desfecho os exames citopatológicos do colo do útero realizados no Brasil, considerando as Regiões Imediatas de Articulação Urbana. RESULTADOS: De 2013 a 2022 foram coletados 38.037.736 exames citopatológicos do colo do útero no Brasil. Registraram as taxas anuais de 211,98 exames coletados/100.000 mulheres no ano de 2013, bem como a taxa de 11.439,97 exames coletados/100.000 mulheres no ano de 2019, sendo respectivamente sua menor e maior taxa de realização de exames. As Regiões que apresentaram taxas mais elevadas de coleta de papanicolau foram, a região Centro-oeste (12116,54 coletas de exames de papanicolau/100.000 mulheres) no ano de 2019 e a Região Sul (17557,84 coletas de exames de papanicolau/100.000 mulheres) no mesmo ano, todas com valores acima da taxa brasileira. As regiões Sul e Centro-Oeste mantiveram suas taxas elevadas durante todo o período do estudo. A região Norte apresentou a menor taxa de coleta de exame citopatológico do colo do útero durante toda a série analisada. CONCLUSÃO: Evidencia-se iniquidades para a cobertura do exame citopatológico em algumas regiões no Brasil, fazendo com que condições sociais, econômicas, culturais e ambientais dos brasileiros, levam algumas regiões a terem coberturas diferentes em relação ao exame.
UM OLHAR SOBRE O DIAGNÓSTICO DO C NCER DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL
Pôster
Scaff, A. J. M.1, Reis, R. S.1, Maltoni Jr, L. A.1
1 Fundação do Câncer
Introdução: O rastreamento de lesões precursoras do câncer por meio do exame clínico Papanicolau em mulheres de 25 e 64 anos, a cada 3 anos, e o diagnóstico da neoplasia em estágios iniciais entre pessoas sintomáticas são as principais estratégias para reduzir a mortalidade do câncer do colo de útero.
Objetivo: Descrever o perfil do rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil.
Método: As informações foram extraídas da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 e foram calculadas percentuais das variáveis sociodemográficas, diagnóstico e estratificado por faixa etária.
Resultados: 44% das mulheres, dentro da faixa etária preconizada e que estavam em dia com o exame, tinham entre 35 a 49 anos. As mulheres de 25 a 34 anos representam 46% das que nunca realizaram o exame preventivo ginecológico. Entre as mulheres que têm seu exame realizado pelo SUS, apenas 40% recebem seus resultados em até 30 dias, enquanto mais de 90% daquelas que realizam pela rede privada recebem seus resultados em até 30 dias. Ao avaliar o perfil das mulheres que nunca fizeram o preventivo, identificou-se que, 63% eram (pretas e pardas), não casadas (74%), possuíam baixa escolaridade (57%) e uma baixa renda per capita (71%). Esses indicadores mostram o quanto desigual é o rastreamento.
Conclusão: Esse estudo vem promover análise crítica para a importância da construção de estratégias de rastreamento das lesões precursoras, em tempo oportuno, que possam impactar diretamente na redução das mortes evitáveis pela doença.
UNIDOS PELA CURA: UMA ESTRATÉGIA PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTOJUVENIL
Pôster
COSTA, M.T.M.1, BATISTA, A.N.S.1, Motta, C.S1, Neves, M.G.A.B.1, Alves, M.A.1
1 Instituto Desiderata
Unidos pela Cura (UPC) é uma política que promove o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil na cidade do Rio de Janeiro. Criada em 2005, a estratégia é estruturada em três eixos: ‘educação’, ‘organização do fluxo’, e ‘informação’. Objetivo: Apresentar as conquistas do Unidos pela Cura (UPC) no município do Rio de Janeiro após 14 anos de existência da estratégia. Métodos: Estudo de abordagem quantitativa, transversal, descritivo e documental. Os dados são referentes aos anos de 2008 a 2022 e foram coletados do último boletim do Unidos pela Cura, publicado em 2023. Resultados: Entre os anos de 2008 a 2022, 2692 casos suspeitos foram encaminhados pela APS, e desses, 91% foram referenciados em até 3 dias úteis. As suspeições mais prevalentes são de tumores sólidos (74%). 86% das crianças deram início a investigação da suspeita em hospitais. Deste total de encaminhamentos, 81% dos diagnósticos foram concluídos, sendo 21% destes confirmados como neoplasias. Diagnosticou-se 260 cânceres, 160 neoplasias benignas e 928 outras doenças da infância. Dos diagnósticos de câncer infantil, 14% são Tumores do Sistema Nervoso Central e 14% são leucemias. No eixo da ‘Capacitação’, o UPC qualificou 5980 profissionais da APS para a suspeição precoce do câncer infantojuvenil, e segue qualificando até a atualidade, presencialmente, e a distância. Conclusão: O UPC é uma política exitosa de fortalecimento do SUS que garante acesso oportuno a polos de investigação, garantindo a qualificação profissional, e sendo eficiente também no diagnóstico oportuno de outras doenças prevalentes da infância e adolescência.
MORTALIDADE POR NEOPLASIAS MALIGNAS NO PARANÁ
Pôster
Trybus, T.1, Aires, N. P.1, Cardoso, F. G.1, Tabuti, R .C. T.1, Oliveira, E. C. V.1, Dias, A. C.1, Champion, L.1, Goto, D. Y. N.1, Nasr, A. M. L. F.1, Lopes, M. G. D.1
1 Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
Objetivo: Analisar dados sobre a mortalidade por neoplasias malignas no Paraná, entre 2019 a 2023. Método: Estudo descritivo quantitativo, retrospectivo, com dados secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) das neoplasias malignas/câncer, no período de 2019 a 2023. Os dados foram tabulados pelo programa Tabwin e analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: No período entre 2019 a 2023, foram registrados 76.266 óbitos por neoplasias malignas no estado, sendo a segunda causa de mortalidade em 2023 (15.999 óbitos), representando 20% de todos os óbitos ocorridos, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares. No ano de 2023, a primeira causa de mortalidade por câncer entre as mulheres foi o de mama (16,05%), seguido de brônquios e pulmões (11,83%), cólon (7,25%), pâncreas (6,01) e colo do útero (4,91%). Já entre os homens, a principal causa foi câncer de próstata (12,87%) dos óbitos, seguido do câncer dos brônquios e pulmões (12,54%), estômago (7,20%), cólon (6,45%) e esôfago (5,81%). Conclusões: As doenças crônicas não transmissíveis (neoplasias, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças respiratórias crônicas) configuram-se como um relevante problema de saúde pública, especialmente as neoplasias malignas, com impactos significativos na mortalidade, demonstrando a premente necessidade de uma abordagem que inclua prevenção, detecção precoce e acesso equitativo aos cuidados de saúde.