Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - 4. Diabetes
INTERNAÇÕES POR DIABETES MELITTUS NO PIAUÍ: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E TENDÊNCIA TEMPORAL
Pôster
Cunha, S. V.1, Rego, P. V. L.1, Bastos, F. G. T.1, Barros, I. C. A.1, Rodrigues, M. T. P.1, Mascarenhas, M. D. M.1
1 UFPI
Objetivo: Analisar as características epidemiológicas, tendência temporal e distribuição espacial das internações por Diabetes Mellitus (DM) no estado do Piauí, no período de 2010 a 2022. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais com dados do Sistema de Informações Hospitalares, onde foi utilizada a variável DM, presente na lista de comorbidades da 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Os dados da população residente foram extraídos das projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Empregou-se regressão linear de Prais-Winsten. Resultados: Registraram-se 46.849 internações por DM, com maior proporção no sexo feminino (58,5%), faixa etária de 60 a 69 anos (24,6%), residentes da região de saúde Entre Rios (32,2%), da macrorregião Meio Norte (40,3%). O coeficiente de internação médio do período foi de 125,2 internações/100 mil habitantes, destaque para o ano de 2015 (132,7 internações/100 mil habitantes). O coeficiente de internação apresentou tendência decrescente [variação percentual anual (VPA) = -3,53; IC95%: -5,92; -1,08]. Conclusões: Apesar do número de internações no período estudado, o coeficiente de internação por DM mostrou uma tendência decrescente, o que sugere uma possível melhora no manejo e prevenção da doença ao longo dos anos, apontando para a eficácia de estratégias de saúde pública implementadas no período. Todavia, ressalta-se a necessidade de manutenção e ampliação dessas ações para continuar reduzindo as internações por DM no estado do Piauí.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E COMPLICAÇÕES OCULARES EM PESSOAS COM DIABETES NO RIO DE JANEIRO
Pôster
Arnoni, T.F.1, Costa, M.T.F.2
1 PPGSF/UNESA/IDOMED e Fundação Técnico-Educacional Souza Marques
2 PPGSF/UNESA/IDOMED
Objetivo: Analisar o perfil clínico-epidemiológico de pessoas com diabetes em UBS do município do Rio de Janeiro, encaminhadas para ambulatório de oftalmologia. Método: Estudo quantitativo descritivo com fonte na base de dados do prontuário eletrônico e-SUS. A pesquisa foi aprovada por CEP (CAAE 61053222.5.3001.5279). Resultados: Os dados foram extraídos em maio de 2023, totalizando 25.762 pessoas cadastradas na UBS, 57% do sexo feminino e 4% do total com diabetes mellitus. Entre os 351 diabéticos encaminhados para o ambulatório de oftalmologia, 92% tinham 50 anos ou mais e 53% mais de 5 anos de doença. Foi observada a presença de retinopatia diabética em 36% dos encaminhados, sendo que 14% com complicações na retina moderadas ou graves. Não havia registro de hemoglobina glicada (Hb Glic) em 36% dos encaminhados. Os casos com registro de Hb Glic e valor de 7% ou mais tinham maior proporção de complicações com retinopatia grave ou proliferativa. Em 70% das pessoas com mais de 10 anos de evolução da doença foi observada a presença de retinopatia. Conclusão: A retinopatia diabética é a complicação microvascular precoce e a principal causa de cegueira na população. O exame oftalmológico inicial e de acompanhamento são extremamente importantes para o rastreio e diagnóstico precoce das complicações. A observação dos resultados de alta proporção de diabéticos sem registro de Hb Glic e fundoscopia, associada à alta prevalência de retinopatia diabética, indicam a necessidade de ampliação do rastreio precoce das complicações no grupo de diabéticos da UBS.
PREVALÊNCIA DE DCNT NO ESTADO DE MATO GROSSO DE 2002 A 2013
Pôster
Godoes, C.H.C.1, Silva, E.N.B.S.1, Ribeiro, A.D.N.1, Silvestre, G,C.S.B.1, Faria, N.B1, Moura, S.V1, Silva, R.A1, Rocha, R.P.S1
1 UNEMAT
Introdução: Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) vêm afetando seus portadores com incapacidades físicas e psicológicas e perda da qualidade de vida. Objetivo: Analisar a prevalência das DCNTs no estado de Mato Grosso de 2002 a 2013. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo utilizando dados secundários disponíveis no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) de indivíduos notificados com DCNTs, sendo a Hipertensão arterial (HA) e Diabetes Mellitus II (DM II) em Mato Grosso. Foram considerados a faixa etária de 18 a 80 anos ou mais, e avaliados as variáveis sociodemográficas, sendo elas sexo, obesidade, tabagismo e ano de notificação. A coleta de dados ocorreu no mês abril de 2024 utilizando a base de dados TabNet (SINAN). As variáveis foram tabuladas a partir de estatísticas descritivas utilizando frequência relativa (%) e absoluta (n) através da ferramenta Excel 2016. Resultados: Foram avaliadas 49.210 notificações por HA e DM II. Desses, 96,4% foram de HA e 3,6% de DM II. Houve um aumento na prevalência de notificados por HA no ano de 2003 a 2013. Quanto as características sociodemográficas, houve maior prevalência de mulheres (70%), na faixa etária de 50 a 54 anos (20%) quando comparados as outras faixas etárias. Entre os indivíduos com HA e DM II, 51,1% tinham sobrepeso e 23,1% eram tabagistas. Conclusão: Conclui-se um aumento de notificações por HA e DM II durante os anos e a ausência da alimentação do sistema de HIPERDIA causando um déficit para identificar o aumento de notificação de casos a cada ano.
AMANDABA NA AMAZÔNIA: A CONTRIBUIÇÃO DOS CÍRCULOS DE CULTURA PARA O CONTROLE GLICÊMICO
Pôster
Castelo-Branco, S.1, Matos, M. F. B.1, Silva, A. S. A.1
1 UFPA
OBJETIVO: Verificar o controle glicêmico, em indivíduos com Diabetes mellitus tipo 2(DM2) após abordagem baseada nos Círculos de Cultura(CC).
MÉTODOS: Quase-experimento com seguimento 5-8-12 meses pós-intervenção do Projeto Amandaba na Amazônia. Amostra sorteada, estratificada, por gênero, IC=95%-α=0,05-erro=0,07, em portadores de DM2 a partir de 30 anos, acompanhados em 18 Unidades de Saúde de Belém-PA, resultou em 119 no grupo intervenção(GI) e 111 grupo controle(GC), participaram GI=61 e GC=101. Realizou-se coleta de HbA1c. Utilizou-se os Círculos de Cultura(CC), baseados no itinerário freiriano, pautado no diálogo, problematização e reflexão para autocuidado em DM2. Os temas dos círculos foram: autocuidado, complicações do DM2, cuidado com os pés, nutrição e exercício.
RESULTADOS: Observou-se melhora do controle glicêmico com diminuição da HbA1c no GI, de 9,1%(Q25=7,5; Q75=11,3) para 8,3%(Q25=6,9; Q75=10,3)(p=0,00), mantendo a redução em 8,5%(Q25=7,1; Q75=10,1) e 8,5%(Q25=7,1; Q75=12,1), nos períodos de 5, 8 e 12 meses, respectivamente. Não houve diferença na HbA1c, no basal entre GI e GC(9,0%-Q25=7,2%; Q75=11,8%)(p=0,881) e pós-intervenção, no GC a HbA1c também reduziu para 8,5%(Q25=6,7; Q75=10,1).
CONCLUSÕES: O CC como estratégia de educação ao autocuidado mostrou eficácia para o controle glicêmico com redução da HbA1c, no entanto, outros fatores também mostraram contribuição.
ASSOCIAÇÃO DAS VARIÁVEIS SEXO E IDADE NA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DE DIABETES
Pôster
Mansur, A. S.1, Maria, L. C.1, Lutzke, C. L.1, De Oliveira, E. R.1, Miotto, M. H. M. B.1
1 Universidade Federal do Espírito Santo
Objetivos: Analisar a qualidade de vida de indivíduos portadores de diabetes mellitus tipo 2, que realizam tratamento em um hospital universitário do sudeste Brasileiro, e possíveis associações com variáveis sociodemográficas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, no qual foram coletadas informações sociodemográficas de 300 pacientes por meio de entrevistas padronizadas. Para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde, utilizou-se o questionário SF-36. Para verificar a associação entre a qualidade de vida (domínios do SF-36), características sociodemográficas, como sexo e idade, foi utilizado o teste T. Resultados: Obteve-se associações estatisticamente significativas entre a variável sexo e os domínios Capacidade Funcional e Dor da qualidade de vida. Ao considerar todos os domínios do SF-36, constatou-se que as médias dos escores obtidos pelos participantes do sexo masculino superaram aquelas das participantes do sexo feminino, corroborando com os resultados encontrados em outros países. Esses achados indicam que os pacientes do sexo masculino apresentam melhor qualidade de vida em comparação com pacientes do sexo feminino. Os resultados encontrados também revelaram associação significativa entre a idade e os domínios: Aspectos Físicos, Dor, Estado Geral de Saúde e Saúde Mental. Além disso, as análises realizadas revelaram que o grupo de indivíduos com 65 anos ou mais apresentou escores superiores, em média, indicando que os indivíduos com idade mais avançada experimentam uma melhor qualidade de vida. Conclusões: Foi possível observar que o sexo masculino e a idade igual ou superior a 65 anos são fatores associados a uma melhor qualidade de vida.
ATENÇÃO PRIMÁRIA E MORTALIDADE POR COVID-19:ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA DE CASOS DE DIABETES
Pôster
Almeida, J. C.1, Paiva, N. S.1, Gibson, G.1, Bastos, L. S.2, Medronho, R. A.1, Bloch, K. V.1
1 IESC/UFRJ
2 FIOCRUZ/RJ
Objetivo: O estudo realizou uma análise de sobrevivência segundo situação de cadastro na Atenção Primária à Saúde (APS) e de fatores associados ao óbito por COVID-19, nos casos residentes da Área Programática 3.1 (AP3.1) com diagnóstico de Diabetes Mellitus – DM (na ficha de notificação ou no prontuário eletrônico) do município do Rio de Janeiro, em 2020–2021. Métodos: A partir do linkage probabilístico dos casos notificados por COVID-19 e dos dados de prontuário eletrônico de pessoas que vivem com DM conduziu-se uma análise de sobrevivência, utilizando-se o modelo de regressão de Cox estratificado por faixa etária e ajustando-se por variáveis confundidoras. Resultados: Verificou-se que indivíduos cadastrados na APS da AP3.1 possuíam risco quase duas vezes maior de óbito por COVID-19 (hazard ratio ajustada — HRaj=1,91| IC95% = 1,38–2,64) quando comparados aos não cadastrados na APS da AP3.1. Essa associação foi mais forte naqueles com 18 a 59 anos, cadastrados na APS (HRaj=2,82 | IC95% = 1,40–5,67), do que nos de 60 anos ou mais (HRaj=1,56 | IC95% = 1,08–2,25). Conclusão: O fortalecimento do fluxo de acompanhamento de rotina dos indivíduos cadastrados e estratégias de vigilância para a identificação de grupos de maior risco de mortalidade, dentre indivíduos que vivem com DM, no âmbito da APS, podem contribuir para a redução dos fatores de risco modificáveis e da mortalidade em decorrência da COVID-19. Palavras-chave: COVID-19. SARS-CoV-2. Diabetes mellitus. Doenças crônicas não transmissíveis. Atenção primária à saúde. Vigilância em saúde.
ATENDIMENTOS ÀS PESSOAS COM DIABETES MELLITUS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM BELO HORIZONTE
Pôster
Souza, H.P.1, Vieira, E.W.R.1, Costa, F.C.1, Rodrigues, R.D.1, Ribeiro, T.C.1, Moreira, A.D.1
1 UFMG
Objetivo: Analisar os atendimentos feitos por enfermeiros e médicos às pessoas com diabetes mellitus (DM) na Atenção Primária (APS) de Belo Horizonte, entre 2017 e 2022.
Métodos: Estudo ecológico, com dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica. As taxas de utilização dos serviços foram calculadas para cada 1000 pessoas SUS-dependentes com DM, em Belo Horizonte, segundo estimativas anuais do Vigitel, Agência Nacional de Saúde Suplementar e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para analisar a tendência temporal dos atendimentos foi realizada a regressão de Prais-Winster, considerando a taxa de atendimentos e condutas como desfecho e como exposição os períodos pré e durante a pandemia da COVID-19.
Resultados: Em ambos os sexos observou-se queda no período analisado dos atendimentos realizados por enfermeiros (β:-0.05; IC95%: -0.08, -0.03) e médicos (β:-0.44; IC95%: -0.86, -0.03), encaminhamentos para grupos por enfermeiros e médicos (β:-0.01; IC95%: -0.01, -0.02), encaminhamento para serviços especializados por médicos (β:-0.01; IC95%: -0.04, -0.12) e atendimentos relativos ao pé diabético por enfermeiros (β:-0.01; IC95%: -0.02, -0.01) e médicos (β:-0.01; IC95%: -0.02, -0.01).
Conclusão: Observou-se queda na pandemia, para ambos os sexos, dos atendimentos realizados por enfermeiros e médicos, dos encaminhamentos para grupos por enfermeiros e médicos, dos encaminhamentos para serviços especializados por médicos e atendimentos relativos ao pé diabético por enfermeiros e médicos. Evidencia-se, portanto, a necessidade de maior planejamento da APS para retomar a longitudinalidade dos usuários com DM, uma vez que esta é fundamental para mitigar complicações evitáveis da doença e sofreu prejuízos no período da pandemia.
ATENDIMENTOS REFERENTES AO DIABETES MELLITUS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM BELO HORIZONTE EM
Pôster
Souza, H.P.1, Vieira, E.W.R.1, Costa, F.C.1, Rodrigues, R.D.1, Ribeiro, T.C.1, Moreira, A.D.1
1 UFMG
Objetivo: Estimar a taxa de atendimento às pessoas com diabetes mellitus (DM) na Atenção Primária (APS) em Belo Horizonte em 2022.
Métodos: Estudo ecológico, com dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica. As taxas foram calculadas para cada 1000 pessoas SUS-dependentes com DM, em Belo Horizonte, segundo estimativas anuais do Vigitel, Agência Nacional de Saúde Suplementar e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os dados foram estratificados por sexo.
Resultados: Contatou-se, para as mulheres, as seguintes taxas de atendimento, a cada 1000 habitantes em 2022: 476,76 por enfermeiros; 1634,96 por médicos; 3,03 por fisioterapeutas e 68,62 por nutricionistas. Além disso, apenas 3,67 mulheres a cada 1000 foram encaminhadas para grupos e 464,9 para consultas especializadas. Constatou-se, para os homens, as seguintes taxas de atendimento: 251,22 foram por enfermeiro; 920,13 por médico; 1,57 por fisioterapeuta e 33,07 por nutricionista. 2,25 homens a cada 1000 foram encaminhados para grupos e 262,27 para consultas especializadas.
Conclusão: Observou-se maior taxa de atendimentos para as mulheres do que para homens e um baixo encaminhamento para grupos. Evidenciou-se, também, uma baixa taxa de encaminhamentos para serviços especializados, uma vez que é recomendado pelas diretrizes ao menos uma consulta com oftalmologista por usuário anualmente. Sendo a APS porta de entrada para os cuidados de saúde, é importante identificar o contexto de acompanhamento desta população, já que se espera a normalização dos serviços após a pandemia de COVID-19.
CARGA DA HIPERGLICEMIA NA AMERICA LATINA, 1990 - 2021: GLOBAL BURDEN OF DISEASE (GBD)
Pôster
Mattiello, R.1, Szortyka, A.D.1, Espinoza, S.1, Goulart, B.N.G1, Duque-Cartagena, T.1, Reis, R. C. P1, Schmidt, M. I.1, Duncan, B.B.1
1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Objetivo: Descrever a carga da hiperglicemia nos países sul-americanos de 1990 a 2021.
Métodos: Um estudo epidemiológico descritivo que descreve as estimativas da carga da hiperglicemia em 12 países sul-americanos de 1990 a 2021 a partir dos dados do estudo Global Burden of Disease (GBD). As seguintes estimativas relacionadas a hiperglicemia foram descritas: summary exposure value (SEV), mortalidade, anos de vida perdidos devido a mortes prematuras (YLLs), anos vividos com incapacidade (YLDs) e anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALYs).
Resultados: Em 2021, a exposição (SEV) à hiperglicemia de Suriname foi de 28,4 (95% UI 21,6-32,3), o que representou 3 vezes mais os valores do Peru 9,3 (95% UI 7,1-10,9). Os maiores valores de DALYs foram observados na Guiana 5.871,7 por 100.000 habitantes (95% UI 4.773,2 - 7.213,8) e os menores no Chile 1.289,1 por 100.000 habitantes (95% UI 1.044,2 – 1.556,6). A Guiana também apresentou a maior carga de incapacidade em termos de YLDs, com uma taxa de 1.598,7 por 100.000 habitantes (95% UI 1.087,2 - 2.202,2), enquanto o Peru teve os menores valores do YLDs com 389 por 100.000 habitantes (95% UI 266,3 - 528).
Conclusões: A carga da hiperglicemia na América do Sul é alta e heterogênea. Enquanto a mortalidade prematura padronizada por idade geral diminuiu, a carga da hiperglicemia aumentou.
COMPLICAÇÕES DA DIABETES MELLITUS EM BENEFICIÁRIOS DE UMA OPERADORA DE AUTOGESTÃO EM SAÚDE
Pôster
Freitas, F.A.1, Cavalcante, D.M.1, Oliveira, D. F1, Lima, F.N.S.1, Bernardo, R.F.B.1
1 CASSI
Cerca de 17 milhões de pessoas no Brasil possuem Diabetes Mellitus (DM). Esta doença é uma das preocupações mundiais devido ao alto potencial incapacitante ligado as suas complicações que podem trazer prejuízos à qualidade de vida e levar à mortalidade prematura. Este estudo analisou dados de uma operadora de autogestão em saúde, de abrangência nacional, com aproximadamente 590 mil vidas. Objetivos: Compreender a condição de saúde dos beneficiários com diabetes quanto à ocorrência de complicações pela doença, a fim de subsidiar estratégias que possam mitigar os seus impactos. Métodos: Foram analisados dados dos procedimentos realizados pelos beneficiários com DM, entre agosto de 2016 e julho de 2021. As principais complicações foram categorizadas conforme as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, edição de 2020. Resultados: A prevalência da DM no período foi de 7,19%. O estudo revelou que 26% dos beneficiários diabéticos já apresentavam complicações pela doença, com uma incidência média ajustada de 7,45 complicações por ano. As complicações oftalmológicas apresentaram maior ocorrência (55%), seguidas pelas cardíacas (31%), renais (7%), vasculares periféricas (6%) e cerebrovasculares (1%). Conclusões: A análise temporal mostrou um aumento inicial das complicações oftalmológicas e cardíacas, seguido por uma queda destas, enquanto as complicações renais aumentaram, sobretudo nos últimos dois anos de análise. Os resultados fornecem subsídios para políticas de saúde mais eficazes, focadas no tratamento adequado que permita modificar a evolução da doença, prevenir as complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
CONFIABILIDADE E VALIDADE DO INTRUMENTO “LETRAMENTO EM SAÚDE SOBRE DIABETES -VERSÃO LONGA”
Pôster
Martins, A.M.E.B.L.1, Souto, CA1, Rocha Junior, L. D. U.2, Melo, N.F.R.1, Eleutério, T. P.1
1 Universidade Estadual de Montes Claros
2 Faculdade Anhanguera de Uberlândia
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica e, apesar de ser um problema de saúde pública, a literatura carece de instrumentos para estimar níveis de Letramento em Saúde (LS) referentes ao DM. Portanto, objetivou-se apresentar o instrumento “Letramento em Saúde sobre Diabetes – versão longa”, composto por 155 itens. Trata-se de um estudo metodológico (2016-2018) cuja avaliação da qualidade do instrumento seguiu pressupostos estatísticos. Foi realizado sorteio aleatório simples entre os 73 centros de Atenção Primária à Saúde do município, sendo selecionados 5. Todas as pessoas com diabetes cadastradas nas unidades selecionadas foram convidadas a participar. Considerou-se “n” amostral suficiente para avaliar a qualidade do instrumento e foram entrevistadas 340 pessoas que vivem com DM. O estudo compreendeu quatro fases: 1) Criação do instrumento; 2) Avaliação da validade de conteúdo por comitê de especialistas, visando adequação e consistência dos itens; 3) Revisão da versão final; 4) Estimativa de confiabilidade por meio do teste alfa de Cronbach (consistência interna) e teste-reteste/reprodutibilidade (kappa simples e ponderado). Constatou-se a relevância e adequação dos itens. A versão longa do instrumento apresentou validade de conteúdo e confiabilidade adequadas. Avaliações psicométricas em andamento associadas à comprovada validade de conteúdo e confiabilidade já evidenciadas sugerem que a versão longa viabilizará 4 versões (geral, na perspectiva de pessoas/profissionais, relativo aos meios de comunicação e o último concernente aos assutos relacionados ao DM) a serem utilizadas para estimar níveis de LS, com vistas à elaboração de políticas de saúde condizentes com a demanda de distintas populações.
CRIAÇÃO DE TECNOLOGIA: CADERNETA DE CUIDADOS DE ADULTOS E IDOSOS QUE VIVEM COM O DIABETES
Pôster
Souto, Cláudia de Andrade1, Eleutério, Fernanda Barbosa Ferreira1, Crespo, Soares Crespo1, Eleutério, Tatiane Palmeira1, Barbosa, Kauany Monteiro1, Barreto, Camila Izabel Prates1, Fonseca, Viviane Soares1, Martins, Andréa Maria Eleutério de Barros Lima1
1 Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
O Diabetes Mellitus (DM) afeta a qualidade de vida das pessoas e traz perdas econômicas para os sistemas de saúde, pacientes e familiares. Segundo as diretrizes do Letramento em Saúde (LS), deve-se buscar a capacidade das pessoas e organizações de acessar, compreender, avaliar e aplicar informação sobre a saúde, visando sua melhoria e Qualidade de Vida (QV). A criação de tecnologias educativas, sob a luz das diretrizes do LS, é uma das alternativas fundamentais para o auxílio no desenvolvimento de habilidades de cuidados com a saúde. Objetiva-se apresentar uma tecnologia provisioriamente intitulada “Caderneta de cuidados de adultos e idosos que vivem com o Diabetes”, cujo objetivo é otimizar o cuidado e QV de pessoas que convivem com o diabetes, fornecendo informações educativas sobre a doença, registrando dados de saúde e hábitos para facilitar o cuidado centrado na pessoa, seguindo orientações teóricas e práticas do LS. Essa tecnologia educacional é produto de um subprojeto do projeto maior, “Letramento em Saúde entre pessoas com diabetes cadastradas na Atenção Primária à saúde: um ensaio randomizado”, avaliado por comitê de ética pela Plataforma Brasil, com o parecer de número 6.504.350. A caderneta encontra-se em processo de avaliação por juízes e público alvo, no que se refere à sua validade de aparência e conteúdo, clareza, compreensão e relevância. Conclui-se que este material tem potencial para contribuir para a prática profissional e sensibilizar o público-alvo para os cuidados com o DM.
CUSTO COM ÚLCERA DO PÉ DIABÉTICO NA REGIÃO DE SAÚDE DE SALVADOR -BAHIA
Pôster
CARVALHO, A. P. F.1, LIMA, J. C.1, DAVID, R.A.R.2, LOPES, C. F2, SCHULZ, R. S2, CARVALHO, K. M.2, SOUZA, R. B.2, MACHADO, L. S.2, SANTOS, G. S. O.2, OLIVEIRA, S. A. F.1
1 SESAB
2 UFBA
Objetivo Identificar o custo hospitalar direto com o atendimento das pessoas com úlcera do pé diabético e suas complicações, na região de saúde de Salvador- Bahia. Metodologia Trata-se de um estudo ecológico. Os dados foram extraídos do SIH através do TabWin do DataSUS, referentes ao ano de 2023. Considerados como custo com a úlcera do pé diabético as amputações de dedo, pé e tarso, e membros inferiores relacionadas a CID -10 de Diabetes Mellitus. Além desses códigos, considerado o procedimento Tratamento de Pé Diabético Complicado(TPDC), contudo, para este, não houve limitação na relação com a lista para a CID de diabetes. Como comparação , levantados ainda os custos destas amputações relacionados a outras doenças da CID-10. Resultados/Conclusões: Encontrados 433 amputações referentes a dedo, pé e tarso, e de membros inferiores , e 273 ao procedimento Tratamento de Pé Diabético Complicado. Para as amputações o custo total das AIH foi de R$ 845.660,37, já para as AIH vinculadas ao TPDC foi de R$ 265.265,74, perfazendo um custo total de R$ 1.110.926,11. Detectou-se mais 1.319 amputações de dedo, pé e tarso, e de membros inferiores relacionadas a outras doenças do CID-10, com o custo total de R$ 3.256.768,27 , dentre elas 623 relacionados a gangrena (R02) e 115 à aterosclerose (I-70) com o custo de R$ 1.758.210.43 e R$ 160.045,14 respectivamente. Os resultados apontam para elevados custos hospitalares, o que leva a refletir sobre a necessidade de se instituir medidas que vislumbrem a promoção, prevenção e tratamento das úlceras do pé diabético.
DIABETES E FATORES ASSOCIADOS NA POPULAÇÃO ADULTA BRASILEIRA
Pôster
Lima, N.T.B.1, Gorgulho, B.M.1
1 UFMT
Objetivo: Analisar a prevalência e data de diagnóstico de diabetes na população adulta brasileira, segundo sexo e raça. Metodologia: Dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Foram analisadas variáveis dos Blocos C- Características Gerais dos Moradores e Q – Doenças Crônicas, aplicadas aos moradores selecionados (15 anos ou mais de idade). Considerou-se diabético o indivíduo que declarou já ter recebido diagnóstico por um médico alguma vez na vida, exceto quando o diabetes ocorreu apenas durante algum período de gravidez. As análises ocorreram no módulo Survey do Stata, com análise descritiva e modelo de regressão linear. Resultados: Em 2019, 7,34% (7,06%-7,62%) da população apresentava diabetes, excluindo diabetes gestacional. Em média, os indivíduos receberam o diagnóstico aos 50 anos (P25%:42; P50%:51; P75%:60), não sendo observadas diferenças entre homens e mulheres (p=0,574). Em relação a cor da pele, indivíduos autodeclarados pretos receberam o diagnóstico em média 2,4 anos mais jovens que os indivíduos autodeclarados brancos (p=0.01). Conclusões: Diabetes se associa a fatores sociodemográficos, envelhecimento, estilos de vida e morbidades. Esses resultados podem orientar políticas públicas para prevenção e controle da doença no Brasil.
EFEITO DO SUPORTE SOCIAL, MEDIADO POR LETRAMENTO E EMPOWERMENT NA QUALIDADE DE VIDA DE PE
Pôster
Martins, A.M.E.B.L.1, Souto, C.A.1, Melo, N.F.R.1, Eleutério, T.P.1
1 Universidade Estadual de Montes Claros
Baseando-se no modelo integrado de Letramento em Saúde (LS) de Sørensen et al.(2012), objetivou-se avaliar, em um estudo transversal (2016-2018), entre 195 pessoas, o efeito da satisfação com o suporte social, hipoteticamente mediado pelo LS e pelo empoderamento na Qualidade de Vida (QV) de pessoas que vivem com o Diabetes. Para verificar a plausibilidade do modelo teórico, utilizou-se a técnica de Modelagem de Equações Estruturais (MEE); para adequação da amostra (idealmente acima de 60%), foram estimados o teste de esfericidade de Bartlett (p<0,05) e Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), bem como o método de estimação Diagonally Weighted Least Squares, adequado para dados categóricos ordinais e nominais; índices de ajuste: χ², χ²/gl, Comparative Fit Index (CFI), Tucker-Lewis Index (TLI), Standardized Root Mean Residual (SRMR) e Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA). Para um bom ajuste, os valores de χ² não devem ser significativos (p>0,05); χ²/gl deve ser ≤ a 5; CFI e TLI ≥ 0,90; RMSEA inferior a 0,08, com intervalo de confiança (limite superior) < 0,10. Adotou-se o nível de significância p<0,05. O teste de esfericidade apresentou resultado significativo (p=0,00) e o KMO de 0,82, indicando uma análise viável. O diagrama de caminhos do modelo testado confirmou parcialmente a estrutura teórica apresenentada. Constatou -se os seguintes índices de ajuste na MEE: χ²=46; χ²/gl = 2; CFI = 0,99; TLI = 0,99; SRMR = 0,05; RMSEA = 0,07; IC 90%= (0,04 – 0,10). O efeito dos construtos sobre a QV das pessoas com Diabetes ratifica a plausabilidade do modelo avaliado.
ESTIMAÇÃO DA REDUÇÃO DE PRODUTIVIDADE DEVIDO AO DIABETES NA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Pôster
Bauermann, A. S.1, Schmidt, M.I.1, Duncan, B.B.1, Reis, Rodrigo C.P.1, Bracco, P. A.1
1 UFRGS
Objetivos: Este estudo visa estimar a ausência ou limitação no trabalho associadas ao diabetes a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.
Métodos: Foram investigados os indivíduos ocupados entre 20-65 anos (homens) e 20-60 anos (mulheres). A ausência no trabalho foi estimado pela variável “Quantos dias deixou de realizar suas atividades habituais” em um modelo de regressão de Poisson zero inflacionado. A proporção de limitação no trabalho foi estimada pelas questões referentes às “Limitações das atividades habituais” em um modelo de regressão binomial, sendo o desfecho o autorrelato de limitações de grau moderado ou mais intenso. Esses dois componentes formam o índice de produtividade (IP = 1 – (ausência + limitação). Os modelos consideraram a amostragem complexa e foram ajustados por diabetes, idade, etnia, idade, escolaridade e vínculo de trabalho.
Resultados: Em média as mulheres com diabetes perdem 7,02%(IC95%: 7,01-7,03) dos dias de trabalho e apresentam uma prevalência de limitação auto referida de 18,81%(IC95%: 15,13-23,14), IP=0,74. Essas métricas para as mulheres com diabetes foram de 3,76% (IC95%: 3,75-3,77) e 12,05%(IC95%: 10,26-12,89), IP=0,84. Para os homens sem diabetes os percentuais são de 2,40%(IC95%: 2,37-2,42) e 6,46%(IC95%: 5,70-7,20); e com diabetes, de 5,18%(IC95%: 5,12-5,23) e 13,39% (IC95%: 10.40-17.00), IP=0,91 e 0,81, respectivamente.
Conclusões: A redução percentual do índice de produtividade dos trabalhadores com diabetes (em relação à sem diabetes) foi de aproximadamente 10% em ambos os sexos. No futuro pretendemos calcular a perda dos anos de vida produtivos e, consequentemente, o impacto do diabetes na economia do país.
INIQUIDADE RACIAL NO ACESSO AO SERVIÇO DE AVALIAÇÃO DOS PÉS DE PORTADORES DE DIABETES
Pôster
Fernandes, F.C.G.M.1, Araújo, M.F.S.1, Bezerra, R.A.1, Mirabal, I.R.B.1
1 UFRN
OBJETIVOS: Identificar a prevalência da avaliação dos pés em portadores de diabetes, por raça/cor no Brasil.
MÉTODOS: Estudo transversal que utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, relativos à proporção de indivíduos com diagnóstico de diabetes, segundo raça e cor da pele, em relação às recomendações de avaliação dos pés. Trata-se de um estudo com amostragem complexa e para esse estudo procedeu-se o cálculo da prevalência das variáveis, com apresentação dos respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), utilizando software Stata versão 13.
RESULTADOS: No Brasil, das 94.114 pessoas entrevistadas, 7.374 responderam ter diagnóstico de diabetes. O maior percentual de diabéticos está entre as mulheres pretas - negras e pardas - (56,1%; IC95%: 53,49-58,69); com menor nível de escolaridade (sem instrução 65,2% (IC95%: 59,93-70,19) e ensino fundamental 55,7% (IC95%: 52,98-58,55); e menor renda (até 1 salário mínimo 64% (IC95%: 61,22-66,77). A população preta também apresentou a maior prevalência entre os que nunca tiveram os pés examinados por profissional de saúde (57%; IC95%: 54,05-60,07); enquanto os brancos apresentaram a maior prevalência entre os portadores de diabetes com os pés avaliados em menos de 1 ano (49,6%; IC95%: 54,05-60,07).
CONCLUSÕES: Ações de prevenção como a avaliação dos pés, para o rastreamento da perda de sensibilidade protetora, risco de lesões ou lesões já instaladas são negligenciadas pelos profissionais de saúde, ampliando os riscos de complicações no grupo populacional de maior prevalência de diabetes. Há necessidade de políticas governamentais que normatize a avaliação dos pés como cuidado prioritário ao portador de diabetes.
JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE NO RIO GRANDE DO NORTE: A BUSCA POR INSULINAS ANÁLOGAS
Pôster
BRAGA, B. S. F.1, OLIVEIRA, Y. M. C.2, FERREIRA, M. A. F.3
1 doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva/UFRN
2 docente do curso de Farmácia/UFCG
3 docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva/UFRN
Objetivos
Analisar a judicialização de acesso a insulinas análogas entre os anos de 2013 a 2017 no estado do Rio Grande do Norte.
Métodos
Estudo descritivo em bancos de dados. Informações relativas ao número do processo e nome do autor foram disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde, com posterior consulta aos sistemas de gerenciamento processuais do Tribunal de Justiça e Justiça Federal do Rio Grande do Norte. A partir desses processos, foi realizada a coleta e construção de um banco de dados com as variáveis de interesse, tais como: ano da ação, diagnóstico da doença a partir da 10ª revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10) e tipo de insulina. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, parecer nº 6.681.214.
Resultados
Foram analisados 82 processos, sendo 18 protocolados no ano de 2013, 17 em 2014, 24 em 2015, 19 em 2016 e 4 em 2017. Os diagnósticos mais frequentes, CID 10, foram: E10 - diabetes mellitus insulino-dependente (n=45), E14 - diabetes mellitus não especificado (n=19) e E11 - diabetes mellitus não-insulino-dependente (n=11). As insulinas de ação prolongada foram pedidas em 76 processos (92,7%) e de ação rápida em 6 processos (7,3%).
Conclusões
O estudo mostrou que as insulinas de ação prolongada foram as mais solicitadas judicialmente no período estudado, com a maior parte dos diagnósticos para diabetes mellitus insulino-dependente e a maioria das ações foram protocoladas no ano de 2015.
MELHORANDO O CUIDADO AOS DIABÉTICOS NA SAÚDE SUPLEMENTAR – EXPERIÊNCIA NO INTERIOR DE SP
Pôster
KANEKO, R.T.1, KITAGAWA, B.Y.1, VIEIRA, E.P.G.1, SOUZA, A.M.S.1, FREITAS, G.S.A.1, NETTO, M.C.1, THEODORO, E.E.1, ROSA, F.E.1
1 HAPVIDA NOTREDAME INTERMEDICA
Objetivo: descrever a sistematização e qualificação do cuidado ao paciente diabético em Jundiaí. Método: com base nas diretrizes do Projeto Cuidado Integral à Saúde (parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar), adotamos práticas reconhecidas na Atenção Primária à Saúde (APS) e o parâmetro do Cuidado Perfeito ao Paciente Diabético. Informações registradas: circunferência abdominal; avaliação da retinopatia; pesquisa de microalbuminúria; creatinina; pressão arterial; índice de massa corporal; avaliação dos pés; tabagismo; hemoglobina glicada. Também monitoramos: percentual de pacientes com hemoglobina glicada atingida, pacientes com hemoglobina glicada menor que 7,5% e pacientes diabéticos com pressão arterial compensada. Resultados: os diabéticos captados foram encaminhados para consultas médicas e de enfermagem presenciais na APS, para: planejar, fornecer assistência e apoio para o autocuidado, definir risco e o plano de cuidados individuais estruturado. O projeto começou com nove pacientes em 2022. Em 2023, passamos para 201 diabéticos: 91% com a hemoglobina glicada medida, 85% com pelo menos 6 variáveis de perfeito atendimento cobertas, 52% com hemoglobina glicada menor que 7,5% e 30% com a pressão arterial compensada. Em 2024, dispúnhamos de 354 diabéticos, ampliando a captação para pacientes descompensados em acompanhamento anteriormente apenas com especialistas. Tivemos então 64% com a hemoglobina glicada medida, 94% com pelo menos 6 variáveis de perfeito atendimento cobertas, 31% com hemoglobina glicada menor que 7,5% e, entre os diabéticos e também hipertensos, 73% com pressão arterial compensada. Conclusão: a metodologia permitiu o aprimoramento da jornada do paciente diabético na operadora e do Programa Viver Bem.
MICROANGIOPATIA DIABÉTICA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E FATORES ASSOCIADOS EM RIO BRANCO, ACRE
Pôster
MAGALHAES, A.C.P.S.1, MONTEIRO, G.T.R.2, AMARAL, T.L.M.1
1 UFAC
2 FIOCRUZ
Objetivos: Verificar o perfil epidemiológico e os fatores associados a presença de retinopatia ou síndrome do pé diabético (SPD), manifestações da doença microvascular característica do diabetes mellitus (DM), denominada microangiopatia. Métodos: Estudo transversal, realizado com uma amostra expandida de 2.245 pessoas com diagnóstico de DM cadastrados em 30 Estratégias de Saúde da Família de Rio Branco, Acre. A variável dependente foi definida como a presença microangiopatia e caracterizada a partir do autorrelato positivo de retinopatia e/ou SPD. Os dados foram analisados utilizando-se estatística descritiva e regressão logística multivariada, assumindo nível de significância de 95%. Resultados: As apresentações clínicas da microangiopatia foram identificadas em 37% dos participantes, sendo a maioria constituída por mulheres, com 60 anos ou mais, de cor não-branca, de baixa escolaridade, que não praticavam atividade física e que não aderiam ao tratamento. Foram identificados como fatores associados a autoavaliação negativa da saúde (OR 1,80; IC95% 1,18 – 2,74), ter diagnóstico de ansiedade (OR 1,86; IC95% 1,08 – 3,17), história de internação prévia por DM (OR 3,23; IC95% 1,30 – 8,02), baixa escolaridade (OR 2,65; IC95% 1,62 – 4,32) e não receber visita do agente comunitário de saúde (OR 1,60; IC95% 1,00 – 2,53). Conclusão: Nesta casuística, fatores importantes associados a microangiopatia foram identificados, ressaltando-se, entre eles, a ausência de visita pelo agente comunitário de saúde.
MODELO PARA ANÁLISE DAS DCNT EM UM OPERADORA DE AUTOGESTÃO EM SAÚDE
Pôster
FREITAS, F. A.1, CAVALCANTE, D. M.1, OLIVEIRA, D. F.1, LIMA, F.N.S.1, BERNARDO, R.F.B.1
1 CASSI
OBJETIVOS: Compreender a ocorrência de complicações por Diabetes Mellitus (DM) em uma população beneficiária de uma operadora de autogestão em saúde, superando limitações de dados do CID. MÉTODOS: Para a seleção dos eventos relacionados à complicação por DM, realizou-se revisão de literatura e estudo minucioso da Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes – 2022, assim como observadas às Diretrizes de Utilização (DUT) para cobertura de procedimentos na saúde suplementar, para adequada categorização dos eventos relacionados ao DM diante das complicações elencadas, buscou-se o código do evento TUSS correspondente aos procedimentos relacionados ao tratamento de tais complicações e/ou seus respectivos materiais e medicamentos compatíveis. Esta relação foi submetida à revisão técnica por pares e aprovada em seguida. A partir dos códigos de eventos selecionados na utilização dos participantes na rede credenciada, foi possível recuperar e analisar a ocorrência das complicações relacionadas ao DM. RESULTADOS: 543 códigos de eventos relacionados ao tratamento das complicações por DM foram selecionados e organizados em cinco categorias de análise: complicações oftálmicas, cardíacas, renais, circulatória periférica e cerebrovasculares. A partir disso, realizou-se avaliações sanitário-econômicas para caracterizar a população com DM, identificar padrões de adoecimento nos aproximadamente 590 mil beneficiários e análise de gastos com a doença. CONCLUSÕES: O estudo permitiu análise da magnitude do DM na população e possibilitou a seleção de intervenções que permitam o bom manejo dessa condição, visto que, tais complicações são potencialmente preveníveis. A metodologia foi proposta devido à ausência de registro do CID nas guias de autorizações de procedimentos ambulatoriais e internações.
PERFIL DE ADULTOS COM DIABETES RELACIONADO À FIBROSE CÍSTICA EM UMA POLICLÍNICA NO RJ
Pôster
Vasconcellos, C.A.V.A.1, Uehara, S. K.2, Mello, N.A.A.2, Palma, C.C.S.S.V.1
1 PPC - UERJ
2 INU - UERJ
Objetivos: Traçar o perfil dos adultos com Diabetes relacionado à Fibrose Cística (DRFC) acompanhados no Ambulatório de Fibrose Cística de uma Policlínica Universitária no Rio de Janeiro.
Métodos: Estudo transversal e retrospectivo com dados (idade, sexo, índice de massa corporal – IMC, hemoglobina glicada – HbA1c%, VEF1%, mutação e uso de fármaco e modulador) coletados de prontuário eletrônico dos pacientes atendidos em 2023. Testou-se a normalidade dos dados pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Os resultados foram expressos como: média e desvio-padrão, mediana (25% - 75%) e frequência e percentual. Obteve-se o coeficiente de correlação de Pearson. Utilizou-se o pacote estatístico SPSS 17. Valores de p <0,05 foram considerados significativos.
Resultados: Avaliaram-se 16 pacientes adultos (média de 26,8±7,2 anos), sendo a maioria homens (62,5%, n =10) e portadores de pelo menos uma mutação do tipo F508del (75%, n =12). O IMC médio foi de 20,0±3,3kg/m². Segundo IMC, 56,3% (n=9) eram eutróficos e 43,8% (n=7) eram desnutridos. A mediana para HbA1c foi de 6,5% (6,0% – 7,3%) e 69% faziam uso do esquema de insulina NPH e/ou regular. Quanto ao VEF1%, 81,2% (n=13) dos pacientes apresentavam obstrução respiratória moderada a grave. Três pacientes usavam algum modulador de CFTR. Verificou-se correlação positiva forte entre o IMC e o VEF1% (r=0,54; p=0,029).
Conclusões: Os pacientes são em sua maioria homens, eutróficos, com glicemia controlada, pelo menos 1 mutação do tipo F508del e com obstrução pulmonar moderada a grave. O estado nutricional parece influenciar a função pulmonar, reforçando a importância do acompanhamento nutricional para a melhora da capacidade pulmonar.
PREVALÊNCIA DE DIABETES E HIPERTENSÃO EM COMUNIDADES RURAIS DE PARINTINS-AM
Pôster
COSTA, L. F.1, LEMOS, L. B2
1 UFPEL
2 Secretaria Municipal de Saúde - Parintins
Este estudo transversal investigou a prevalência de diabete mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) em comunidades rurais do município de Parintins, Amazonas, Brasil, analisando a influência do sexo e da faixa etária. Foram utilizados dados de 2.512 adultos atendidos na Unidade Básica de Saúde (UBS) de 12 comunidades rurais. As prevalências de DM, HAS e ambas as condições foram calculadas e estratificadas por sexo e faixa etária. Observou-se uma prevalência geral de DM de 0,59%, sendo maior em mulheres (1,03%) do que em homens (0,16%). A prevalência de HAS foi de 3,46%, sem diferença significativa entre os sexos (3,49% em mulheres e 3,42% em homens). A prevalência combinada de DM e HAS foi de 0,91%, sendo mais frequente em mulheres (1,43%) do que em homens (0,32%). Observou-se que a prevalência de ambas as doenças aumentou com a idade, especialmente em mulheres. Este estudo evidencia a maior vulnerabilidade das mulheres ao desenvolvimento de DM em áreas rurais da Amazônia, além de destacar a importância do controle da HAS em ambos os sexos, principalmente na população mais idosa. Os resultados reforçam a necessidade de ações de saúde pública direcionadas à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado dessas doenças crônicas, com foco na população feminina e nos grupos etários mais avançados.
PREVALÊNCIA DE DIABETES EM IDOSOS BRASILEIROS ANTES E APÓS A PANDEMIA DE COVID-19
Pôster
Pierote, C. M. R. M.1, Dourado, T. E. P. S.1, Andrade, A. C. S.1, Muraro, A. P.1, Rodrigues, P. R. M.1
1 UFMT
Objetivo: Comparar a prevalência de diabetes antes e ao final da terceira onda da pandemia de COVID-19 em idosos brasileiros.
Métodos: Análise de painel do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) entre 2019 e 2021, avaliando idosos ≥ 60 anos de idade (N=36.507). A prevalência de diabetes foi obtida com a pergunta “Algum médico já lhe deu o diagnóstico de diabetes?”. Foram estimadas as prevalências de diabetes e as mudanças foram avaliadas com modelos de regressão de Poisson, obtendo-se a razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança de 95% (IC95%), estratificados por sexo, escolaridade e macroregiões.
Resultados: A prevalência de diabetes aumentou de 21,8% para 25,1% (RP: 1,15, IC95%: 1,06;1,25) na população total, de 20,6% para 25,2% (RP: 1,22, 1,10;1,34) nas mulheres, de 24,8% para 29,5% (RP: 1,19, 1,06;1,32) em idosos com <8 anos de escolaridade e de 13,5% para 18,3% (RP: 1,35, 1,10;1,65) em idosos com ≥12 anos de escolaridade. Houve aumento de 22,8% para 25,8% (RP: 1,13, 1,02; 1,25) no Nordeste, de 22,5% para 26,7% (RP: 1,18, 1,02;1,37) no Sudeste e de 18,2% para 23,1% no Centro-Oeste (RP: 1,27, 1,07;1,50). Não houve mudança significativa para os homens (RP: 1,05, 0,91;1,22), idosos entre 8 e 11 anos de escolaridade (RP: 1,00, 0,86;1,19), regiões Norte (RP: 0,92, 0,77;1,09) e Sul (RP: 1,09, 0,94;1,26).
Conclusão: Após a pandemia de COVID-19 houve aumento na prevalência de diabetes em idosos brasileiros, com características distintas por sexo, nível de escolaridade e regiões.
PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS ASSOCIADO A HIPERTENSÃO NA BAHIA E MACROREGIÕES DE SAÚDE
Pôster
Beserra, F. F1, Gentil, I. M1, Mise, Y. M1
1 UFBA
Objetivo: Estimar a prevalência de diabetes mellitus associada à hipertensão (DMH) na Bahia e em diferentes macrorregiões de saúde no período de 2002 a 2012. Métodos: Estudo agregado misto com dados do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA). Foram feitas estimativas anuais brutas e por faixa etária nas macrorregiões de saúde da Bahia. Para comparação entre macrorregiões, utilizamos padronização de indicadores com método direto, utilizando a estrutura etária da população baiana (2010) disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resultados: Na Bahia, a prevalência de DMH elevou-se de 0,70/1.000hab para 1,71/1.000hab entre 2002-2012. A maior taxa bruta foi observada no Extremo Sul (3,0/1.000 hab.) e a menor no Oeste (0,24 /1.000 hab.). Com a padronização por idade, a maior prevalência permaneceu no Extremo Sul (13,0/1.000hab.) e a menor no Nordeste (0,95/1.000 hab.). Em todas as macrorregiões, houve aumento na taxa padronizada por idade. A proporção de habitantes maiores de 60 anos é de aproximadamente 31,0% no Extremo Sul e 37,2% no Nordeste. A carga da DMH se destaca nas faixas etárias de 70-79 e maiores de 80 anos, especialmente no Extremo Sul, na qual a prevalência dobra quando comparada à macrorregião Sul. Conclusão: A prevalência de DMH apresentou declínio na Bahia a partir de 2011. A utilização de indicadores padronizados por idade neutraliza possíveis vieses de interpretação. A distribuição desigual das cargas nas macrorregiões demarca a necessidade de políticas preventivas adequadas para a vigilância e manejo das DCNT que considerem essa particularidade.
QUALIDADE DE VIDA EM DIABÉTICOS TIPO 2: ASSOCIAÇÃO COM IMC, EXERCÍCIOS E COMORBIDADES
Pôster
Mansur, A. S.1, Maria, L. C.1, Lutzke, C. L.1, De Oliveira, E. R. A.1, Miotto, M. H. M. B.1
1 Universidade Federal do Espírito Santo
Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de pacientes com diabetes mellitus tipo 2, que realizam acompanhamento em um hospital universitário, localizado em uma capital da região sudeste do Brasil, e relacionar com variáveis sociodemográficas e clínicas. Métodos: Estudo transversal, com amostra de 300 pacientes, e coleta de dados através de entrevistas padronizadas. Para análise da qualidade de vida foi utilizado o questionário SF-36. A verificação das possíveis associações entre a qualidade de vida, dados sociodemográficos, e variáveis clínicas (comorbidades, IMC e prática de atividade física) foi realizada através do teste T. Resultados: Foi identificado associação significativa entre a obesidade e os domínios Capacidade Funcional, Dor, Estado Geral de Saúde e Vitalidade. Os indivíduos obesos apresentaram, em média, escores inferiores de qualidade de vida. O estudo também obteve diferenças estatisticamente significativas entre a prática ou não de atividade física e a obtenção dos escores de todos os domínios do SF-36, indicando que a prática de exercício físico está associada a uma melhor Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS). No que tange a presença de comorbidades, os resultados indicaram que sua existência está associada de forma significativa à qualidade de vida. Adicionalmente, os dados obtidos ao avaliar a média dos escores de QVRS dos indivíduos com e sem outras comorbidades, sugerem que a presença desses fatores afeta negativamente a QVRS. Conclusões: O IMC classificado como normal ou sobrepeso, a ausência de outras comorbidades e a prática de atividade física são fatores associados a uma melhor qualidade de vida.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER EM ADULTOS COM DIABETES
Pôster
VIEIRA, G1, WAHRHAFTIG, J1, ALMEIDA-PITTITO, B1, CLARO, R. M1, FERRARI, G1, RIBEIRO, I.C.1, REZENDE, L. F. M1, SANTOS, M1, MARTINS, A1
1 UNIFESP, CEOE
Objetivo: Identificar a tendência temporal da prática de atividade física no lazer em adultos com diabetes no Brasil entre 2009 e 2023.
Métodos: Foram utilizados dados de 64,879 adultos, participantes do Vigitel entre 2009 e 2023, que autorrelataram ter recebido diagnóstico médico de diabetes. A prática de atividade física no lazer foi avaliada por meio da frequência semanal e a duração. Participantes foram considerados fisicamente ativos se realizaram ≥150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana. Regressão de Prais-Winsten foi realizada para identificar a tendência temporal da prática de atividade física no lazer em adultos com diabetes.
Resultados: Houve aumento na prática de atividade física no lazer em adultos com diabetes no período de 2009 (22,1%) a 2023 (25,0%), com incremento médio de 0,322 ponto percentual (pp) por ano (P=0,022). Observou-se maior aumento absoluto em homens (0,342 pp/ano; P=0.161) do que em mulheres (0,244 pp/ano; P=0.136). Em 2023, observou-se maior prevalência de atividade física no lazer entre homens (27,7% vs 23,2% em mulheres), adultos com ≥12 anos de estudo (36% vs 23,2% com ≤8 anos de estudo) e de 18-24 anos de idade (75,1% vs 24,2% para 65 anos de idade).
Conclusões: Houve aumento na prática de atividade física no lazer entre adultos com diabetes, particularmente entre homens. Observou-se disparidades de acordo com sexo, escolaridade e faixa etária na prevalência de atividade física no lazer em adultos com diabetes.
USO DA EPIDEMIOLOGIA NO PLANEJAMENTO DE AÇÕES DA RESIDÊNCIA MÉDICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
Santos, L.F.1, Rollo, A.A.1, Corrêa, C.R.S.1, Bellato, G.C.1, Mendes, F.G.1, Filho, J.T.1, Cunha, G.T.1
1 UNICAMP
Objetivos: Descrever e comparar a prevalência de diabéticos atendidos em uma UBS em função das equipes, faixa etária e sexo.
Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, realizado com dados do Portal de Serviços de Saúde de Campinas, E-SUS e Sistema GEMM (Gestão Estratégica de Materiais e Medicamentos). Coletaram-se dados de pacientes cadastrados como diabéticos, e/ou com dispensações de antidiabéticos na farmácia do Centro de Saúde Jardim Aurélia, situado em Campinas, correspondentes ao período entre março de 2023 e março de 2024. Foram realizadas análises comparativas com base na população geral atendida pelo Centro de Saúde após tabulação dos dados em planilha eletrônica.
Resultados: Verificou-se que a prevalência de diabéticos foi maior para o sexo feminino, com aumento conforme a faixa etária, sendo 70% idosos. Na população cadastrada, 55% são mulheres e 45% são homens, sendo a proporção de homens diabéticos menor, e a de mulheres diabéticas maior que o esperado (p = 0,007). Houve diferença significativa da proporção de diabéticos por equipe, o que se mantém quando analisados somente os idosos (p < 0,0001). Não foi observada diferença da proporção de diabéticos nas equipes em função do sexo (p = 0,12).
Conclusões: Os dados mostram que existe diferença significativa na proporção de diabéticos em função da área de cobertura. Essa diferença persiste quando são analisados apenas os idosos, acentuando a relevância do território na prevalência do diagnóstico de diabetes. A diferença na proporção entre sexos levanta questões sobre aspectos biológicos, sociais e comportamentais relacionados ao maior diagnóstico entre mulheres.
VARIÁVEIS ASSOCIADAS A FORÇA DE PREENSÃO MANUAL RELATIVA EM DIABÉTICOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster
França, H. A. R.1, Monteiro, G. T. R2, Amaral, T. L. M1
1 UFAC
2 FIOCRUZ
Objetivos: analisar a associação entre força de preensão manual relativa (FPMr) e variáveis sociodemográficas em pessoas com diabetes cadastradas nas unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) em Rio Branco, Acre, em 2019. Métodos: pesquisa transversal nas ESF, da zona urbana de Rio Branco, Acre, com 324 indivíduos que correspondem a 2.225 na amostra expandida. A FPMr foi calculada pela divisão da FPM absoluta pelo índice de massa corporal (IMC), categorizada em tercis. Foi realizada uma regressão logística ordinal hierárquica com nível de significância de 95%. Resultados: observou-se que a maior média de FPMr foi encontrada entre pessoas de 18 a 39 anos, em ambos os sexos. No tercil de menor FPMr, prevaleciam indivíduos idosos, do sexo masculino, de etnia branca, com baixa escolaridade, tabagistas ou ex-tabagistas, etilistas e insuficientemente ativos. Entretanto, apenas ter alguma comorbidade, especialmente hipertensão arterial (OR: 2,50; IC95%: 1,38-4,52), e obesidade permaneceram no modelo final, ajustado. Além disso, indivíduos com DM e obesidade apresentaram quase três vezes mais chances de estar no menor nível de FPMr (OR: 2,69; IC95%: 1,34-5,63). Conclusões: os resultados sugerem que, em pessoas com diabetes cadastradas nas ESF de Rio Branco, a FPMr está associada a obesidade e hipertensão arterial, mesmo após ajuste.