Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - 6. Sobrepeso e obesidade
ESTIMATIVA DAS PREVALÊNCIAS DA OBESIDADE INFANTOJUVENIL NO BRASIL DE 2024 A 2060.
Pôster
Oliveira, A. C. R. D.1, Nilson, E. A. F.2, Barbosa, R. B. D. C.3
1 Instituto Desideraya
2 Fiocruz - Brasília
3 Instituto Desiderata
A obesidade entre crianças e adolescentes representa um desafio de saúde pública da atualidade. Evidências demonstram que, comparadas a crianças eutróficas, àquelas com excesso de peso possuem maior probabilidade de enfrentarem problemas como piora da saúde ainda na infância. No Brasil, ainda não existem projeções da carga epidemiológica da obesidade neste público, assim o presente resumo apresenta as tendências estimadas da obesidade infantojuvenil no Brasil de 2024 a 2060. No estudo foi desenvolvida e aplicada uma modelagem por tabela de vida multiestado para estimar as tendências da obesidade infantojuvenil no país para o período de 2024 a 2060, com dados de coortes nacionais brasileiras de indivíduos de até 19 anos de idade, subdivididos em grupos etários de 5 a 9 anos, 10 a 14 anos e 15 a 19 anos. Foi observado crescimento do agravo no Brasil e nos próximos 20 anos as prevalências aumentarão, entre os meninos de 5 a 9 anos, de 22,1% para 28,6% , enquanto passarão de 13,6% para 18,5% entre as meninas da mesma idade. A prevalência de obesidade aumentará de 7,9% para 17,6% entre meninos de 10 a 14 anos e de 7,9% para 11,6% entre as meninas dessa faixa etária. Nas próximas duas décadas, para a faixa etária de 15 a 19 anos, a prevalência de obesidade entre meninos aumentará de 8,6% para 12,4% e de 7,6% para 11,0% entre as meninas. Conclui-se o reforço da urgência de políticas públicas mais custo-efetivas.
EXCESSO DE PESO E DESIGUALDADES SOCIAIS NOS CHEFES DE FAMÍLIA DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Ghiggino, L. T.1, Domingos, T. B.1, Ferreira, A. A.1
1 UFRJ
Objetivos: Analisar as desigualdades sociais no excesso de peso de chefes de família no Município do Rio de Janeiro (MRJ). Métodos: Estudo transversal com dados do I Inquérito sobre a Insegurança Alimentar no MRJ. Considerou-se as informações do chefe da família (20-59 anos; n=1.073). Analisou-se o estado nutricional (baixo peso, eutrofia, sobrepeso, obesidade); sexo (masculino/feminino); raça/cor (branca, preta, parda); renda familiar em múltiplos de salário mínimo (SM) em até ¼ SM, entre ¼ e ½ SM, entre ½ e 1SM, 1 a 2 SM e ≥2 SM; escolaridade (<4, 5-8, ≥9 anos); cinco áreas de planejamento (AP) do MRJ; insegurança alimentar (IA) (segurança alimentar, IA leve, IA moderada/grave). Realizaram-se as prevalências e intervalos de confiança de 95% através do software STATA 16. Dados disponibilizados pela organização do Inquérito (GISAN/UFRJ). Resultados: Chefias em IA moderada/grave apresentaram maiores prevalências de obesidade (29,4%). O sobrepeso (41,0%) e obesidade (20,2%) foram maiores nas chefias masculinas. A obesidade foi maior na chefia preta (27,3%) e nas residentes das AP 1 e 5 (25,8%, ambas). O sobrepeso foi mais prevalente nas chefias com renda de até ¼ SM (38,3%) e com <4 anos de estudo (42,4%). Todas variáveis foram associadas significativamente(p<0,05). Conclusões: Os resultados sinalizaram a relação entre o excesso de peso e as desigualdades sociais nas chefias das famílias do MRJ, onde os aspectos sociodemográficos demonstraram ser elementos fundamentais para análises das múltiplas faces do excesso de peso.
OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA E FORMAS GRAVES DE COVID-19 NA FASE ADULTA: COORTE DO ERICA
Pôster
Costa, M. S.1, Gonçalves, T. R.1, Souza, A. M.1
1 UFRJ
Objetivo: Investigar a associação entre obesidade na adolescência e o desenvolvimento de formas graves de Covid-19 na fase adulta.
Métodos: Trata-se de uma coorte retrospectiva que utilizou a técnica de relacionamento probabilístico de dados para vincular as informações dos participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) realizado entre 2013/2014, residentes no Rio de Janeiro, e os registros do SIVEP-Gripe de 2020 e 2021. O ERICA foi um estudo seccional, de base escolar com adolescentes de 12 a 17 anos, de escolas públicas e privadas do Brasil que levantou informações sociodemográficas, de estilo de vida e medidas antropométricas. Considerando a raridade do evento, a associação entre obesidade na adolescência e internação por Covid-19 na fase adulta foi estimada por meio de regressão logística utilizando máxima verossimilhança penalizada.
Resultados: A linha de base do ERICA contou com 5.042 adolescentes com média de idade de 15 anos. O relacionamento probabilístico identificou 10 participantes do ERICA internados por Covid-19 em 2020/2021 no SIVEP-Gripe. Entre os não internados, 2.853 (57%) eram sexo feminino e 2.196 (43%) do sexo masculino, com 494 (9,8%) apresentando obesidade. Entre os internados, 5 eram do sexo feminino e 5 do sexo masculino, dos quais 2 eram obesos. Indivíduos obesos na linha de base tiveram uma chance 2,7 (IC 95%: 0,69-10,9) vezes maior de internação por Covid-19 em comparação com indivíduos com peso normal).
Conclusão: A obesidade na adolescência não foi associada ao desenvolvimento de formas graves de Covid-19 na fase adulta.
PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E ASSOCIAÇÃO COM SEXO E RAÇA/COR ENTRE ADOLESCENTES DE NITERÓI
Pôster
Aquino, I. S. S.1
1 UERJ
Objetivos: Avaliar a prevalência de sobrepeso e obesidade e sua associação com algumas variáveis, como sexo e raça/cor, entre adolescentes de uma escola de Niterói, RJ. Métodos: Estudo transversal desenvolvido a partir de uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal Fluminense (UFF) com intuito de desenvolver ações de prevenção ao sobrepeso e obesidade entre adolescentes. Uma escola de Niterói foi selecionada para participar do projeto, sendo posteriormente contatadas para explicar o projeto a direção da instituição e, posteriormente, aos alunos. Um total de 100 adolescentes, de ambos os sexos, compuseram a amostra total. Peso, estatura, raça/cor e outras variáveis foram coletadas por uma equipe de pesquisadores treinados entre os participantes e posteriormente calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) com os dados de peso e estatura. Um modelo de regressão linear múltiplo foi criado com peso como variável dependente e as demais como explicativas para avaliar o impacto destas variáveis sobre o peso. Resultados: Adolescentes do sexo feminino apresentaram, em média, um peso corporal 9.8kg menor que adolescentes do sexo masculino e aqueles de raça/cor parda tem, em média, um peso corporal 1,94kg menor que adolescentes de raça/cor branca Conclusões: Observou-se uma elevada prevalência de sobrepeso entre os adolescentes participantes do estudo (89%). Se fazem necessárias ações a nível coletivo nesta escola para abordar essa questão do sobrepeso, além da conscientização dos adolescentes sobre a importância de estratégias para mitigar tais problemas. Tais ações terão impactos positivos, como a diminuição no risco de desenvolvimento futuro de outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis.
VARIAÇÃO DO IMC DE ESCOLARES EM ENSAIOS PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE
Pôster
Aquino, I. I. S.1, Cunha, D. B.1, Sichieri, R.1
1 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Objetivos: Avaliar o efeito de intervenção comportamental na variação do IMC ao longo de um ano, segundo status de peso na linha de base (LB), sexo e cor de pele. Métodos: Análise combinada de cinco intervenções randomizadas focadas em mudanças comportamentais e no ambiente escolar, em 82 escolas da região metropolitana do Rio de Janeiro, entre 2010 e 2017. Foram incluídos na análise 5926 alunos. Realizaram-se atividades educativas em sala de aula, aulas de culinária, incentivo a escolhas alimentares saudáveis e à prática de atividade física (AF) e, envio de material sobre alimentação visando a participação familiar. Um questionário auto aplicado na escola, com questões relacionadas à prática de atividade física e consumo alimentar foi preenchido. Foram analisadas as alterações no consumo alimentar; raça/cor foi autodeclarada; o peso e a estatura foram coletados no pré e pós intervenção. Resultados: Houve aumento no consumo de alimentos saudáveis e na AF. Contudo, houve aumento no IMC, comparando intervenção com grupo controle, entre os meninos com excesso de peso na LB (0,28; p=0,03). O maior aumento do IMC ocorreu entre meninos pardos com excesso de peso na LB (intervenção vs.Controle =0,34; p=0,01). Entre os brancos o aumento foi de 0,28; p=0.08 e nos negros 0,12 p=0,36). Conclusões: Observou-se aumento do IMC entre os meninos com excesso de peso na linha de base, principalmente entre os pardos.
A INTERSECCIONALIDADE DA OBESIDADE NOS INQUÉRITOS POPULACIONAIS NACIONAIS
Pôster
Ramos, D.B.N.1, Delpino, F.M.1, Gentil, J.1, Nafalski, G.1
1 Instituto Cordial/Painel Brasileiro da Obesidade
Objetivo: Analisar a evolução da obesidade ao longo do tempo e sua prevalência segundo aspectos socioeconômicos.
Métodos: O estudo avaliou a obesidade com base em três inquéritos transversais populacionais: Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) e Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Foram analisadas diferenças por macrorregião, características sociodemográficas e indicadores de raça/cor, gênero/sexo e escolaridade, usando um índice de interseccionalidade.
Resultados: A obesidade está crescendo continuamente no Brasil. Historicamente, as taxas eram maiores em macrorregiões específicas, mas agora se distribuem de forma uniforme. Todos os inquéritos mostram aumento linear na prevalência da obesidade em todos os graus (I a III). O VIGITEL revela aumentos de 90,7% no grau I, 147,6% no grau II e 154,6% no grau III entre 2006 e 2023. Os graus mais graves de obesidade são mais prevalentes entre indivíduos com maiores iniquidades sociais (mulheres, pretos/pardos/amarelos/indígenas, sem instrução). Em contraste, a obesidade grau II é mais comum entre aqueles com menos iniquidades, exceto em alguns casos específicos (VIGITEL 2013 e PNS 2019), onde essa tendência se inverte.
Conclusões: A obesidade está aumentando no Brasil, indicando a necessidade de uma abordagem ampla pelos gestores e tomadores de decisão. Inicialmente, a obesidade era mais prevalente em algumas macrorregiões, mas agora se distribui de forma semelhante em todo o país. Os graus mais graves de obesidade afetam mais acentuadamente aqueles com maiores iniquidades sociais.
AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA LINHA DE CUIDADO DO SOBREPESO E OBESIDADE
Pôster
Santos, F. C. R.1, Bezerra, I. N.1
1 Universidade Estadual do Ceará
Objetivos: avaliar ações de alimentação e nutrição relacionadas à organização da Linha de Cuidado do Sobrepeso e da Obesidade (LCSB) no Ceará. Métodos: Estudo transversal com 223 profissionais da rede de atenção à saúde em 78 municípios nas cinco superintendências de saúde do estado do Ceará. A coleta de dados ocorreu de forma on-line na plataforma SurveyMonkey®, através de um instrumento desenvolvido pela Coordenação Geral de alimentação e Nutrição (CGAN) para investigar as ações de cuidado e gestão dos indivíduos com Sobrepeso e Obesidade. Estimou-se a frequência de ações e estratégias desenvolvidas pelos municípios segundo a presença da LCSO. A comparação entre os municípios que possuíam e não possuíam LCSO foi feita por Teste do Qui-quadrado de Pearson. Esse trabalho foi aprovado no comitê de ética da Universidade Estadual do Ceará (29892919.1.0000.5534.). Resultados: Um quinto dos profissionais relataram possuir LCSO em seu serviço. A presença da LCSO favoreceu a realização de diagnóstico dos usuários (p-valor: 0,0008) e mapeamento do território (p-valor: 0,0035), sendo os dados de estado nutricional do SISVAN os mais utilizados (66,7%). A seleção e priorização dos problemas no âmbito da atenção nutricional também foi maior entre os municípios que relataram possuir LCSB (91,7 vs. 66,3, p-valor: 0,0005) e ações de gestão. Conclusão: A presença da LCSO favoreceu o desenvolvimento de ações relacionadas à territorialização, e coordenação do cuidado e longitudinalidade da obesidade, reforçando a necessidade da organização dos serviços de saúde para implementação da linha de cuidado de um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil.
AVALIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DO CUIDADO DAS PESSOAS COM OBESIDADE NOS ESTADOS BRASILEIROS
Pôster
Liboreiro, F.A.M.1, Reis, E.C.1
1 UFOP
Objetivo:Analisar a organização do cuidado das pessoas com sobrepeso e obesidade nos estados brasileiros, identificando as redes de relações entre diferentes níveis de atenção à saúde e entendendo os desafios e potencialidades para a implementação da linha de cuidado.
Métodos: Realizou-se um estudo transversal com gestores e referências técnicas das secretarias estaduais de saúde do Brasil, utilizando um questionário eletrônico no período entre maio de 2022 e julho de 2023.
Resultados: Participaram 24 gestores de 23 estados e do Distrito Federal, majoritariamente na faixa etária de 28 a 39 anos 41,67% (n=10). Apenas dois estados tinham Linha de Cuidado escritas e publicadas. A maioria 79,17% (n=19) tinha experiência prévia em programas relacionados ao atendimento de indivíduos com sobrepeso ou obesidade. Apenas 37,50% (n=9) conheciam os fluxos de cuidado para indivíduos com obesidade. A oferta de cirurgia bariátrica estava presente em 83,33% (n=20) dos estados, mas apenas 62,50% (n=15) utilizavam fila única para acesso à cirurgia, e 33,33% (n=8) disponibilizavam publicamente a lista de espera, enquanto 37,50% (n=9) a disponibilizavam para os profissionais de saúde.Apenas 37,50% (n=9) relataram ter conhecimento prévio dos fluxos de cuidado estabelecidos dentro e fora do estado.
Conclusões: A oferta de cuidado ainda se caracteriza por ações fragmentadas e isoladas, necessitando que gestores e profissionais reconheçam a importância da implementação da Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade (LCSO) estadual com base na universalidade, equidade e integralidade do cuidado, visando melhorar a saúde das pessoas com sobrepeso e obesidade no Brasil.
AVALIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DO CUIDADO DAS PESSOAS COM OBESIDADE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Pôster
COSTA, L.B.S.1, LIBOREIRO, F.A.M1, REIS, E.C.1
1 UFOP
Objetivo: Analisar a organização do cuidado de pessoas com sobrepeso e obesidade em municípios brasileiros, identificando redes de relações entre diferentes níveis de atenção à saúde e entendendo desafios e potencialidades para a implementação da linha de cuidado.
Métodos: Foi realizado um estudo transversal com gestores e referências técnicas das secretarias municipais de saúde do Brasil, utilizando um questionário eletrônico de maio de 2022 a julho de 2023.
Resultados: Participaram 170 referências técnicas/gestores municipais. 14,12% (n=24) eram do Tocantins, 13,53% (n=23) do Paraná e 12,49% (n=22) de São Paulo. A Estratégia de Saúde da Família foi a porta de entrada mais comum para tratamento da obesidade, mencionada por 91,76% (n=156). Quanto ao acesso à cirurgia bariátrica, 65,88% (n=112) indicaram a disponibilidade via rede estadual. Um sistema de informação acessível aos profissionais de saúde foi relatado por 54,70% (n=93). Os principais serviços disponíveis para encaminhamento de usuários foram o Centro de Especialidades/Policlínica (59,41%, n=100) e Equipes Multiprofissionais (10,58%, n=18). 52,94% (n=90) relataram atendimento pós-operatório no próprio serviço onde a cirurgia foi realizada, e 10,58% (n=18) afirmaram não haver fila para cirurgia bariátrica. O acesso público à lista de pacientes para cirurgia bariátrica é limitado, relatado por 37,64% (n=64). Apenas 52,35% (n=89) conheciam previamente os fluxos de cuidado estabelecidos dentro e fora do município.
Conclusões: As ações ofertadas não integram um fluxo de cuidados e a comunicação entre os pontos da Rede de Atenção à Saúde é um desafio crucial para a construção da Linha de Cuidado de sobrepeso e obesidade no Brasil.
CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS, INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR OBESIDADE EM REGIÕES DO BRASIL
Pôster
Falcão, A. S.1, Batista, R. F. L.1
1 Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Objetivo: Descrever as características sociodemográficas, internações e óbitos por obesidade segundo regiões do Brasil. Métodos: Estudo descritivo longitudinal-retrospectivo, com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), disponível na base de dados do Departamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS), referente ao período de 2013 a 2023. Resultados: No período analisado houve um total de 117.037 internações por obesidade, com o maior percentual de internações na região Sul (45,9%), seguido das regiões Sudeste (40,9%), Nordeste (8,6%), Centro-Oeste (3,2%) e Norte (1,1%). Nas internações por sexo, observou-se uma predominância do sexo feminino (N= 101856) em comparação com o masculino (N= 15181). No entanto, ao analisarmos a taxa de mortalidade por sexo, a maior taxa foi registrada no sexo masculino (0,55) em comparação com o feminino (0,16). A faixa etária de internações mais prevalente em todas as regiões foi entre 30 e 39 anos, com o maior percentual na região Sudeste (40,9%) e Sul (45,9 %), com predominância da raça branca (59,8%) e parda (24,4%) nos casos de internações. As internações foram predominantemente em caráter eletivo (89,4%) e com regime privado (68,6%), com média de permanência de internação de 3 dias e taxa de mortalidade mais elevada nas regiões Centro-Oeste (0,17%), Nordeste (0,16%) e Sudeste (0,14%). Conclusão: As internações por obesidade durante o período analisado apresentaram maior predominância nas regiões Sul e Sudeste. Além disso, notou-se que o sexo feminino concentra os maiores números de internações, no entanto, a maior taxa de mortalidade ocorre no sexo masculino.
CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E EXCESSO DE PESO EM ADULTOS BRASILEIROS: PROJETO CUME
Pôster
Souza e Souza, L.P.1, Hermsdorff, H.H.M.2, Miranda, A.E.S.3, Bressan, J.2, Pimenta, A.M.4
1 UFAM
2 UFV
3 SENAC
4 UFPR
Objetivo: Estimar a associação entre o consumo de bebidas alcoólicas e o excesso de peso em adultos da linha de base Coorte de Universidades Mineiras (CUME), Brasil. Método: Estudo transversal com 2.909 participantes, que responderam, em 2016, um questionário virtual com dados sociodemográficos, de estilo de vida, hábitos alimentares, antropométricos e condições clínicas. Considerou-se Índice de Massa Corporal ≥ 25 kg/m2 como excesso de peso. Avaliou-se o consumo diário de bebidas alcoólicas no total em gramas (álcool) e segundo tipo em mililitros (cerveja, vinhos e destiladas). Razões de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95% das associações entre cada variável de exposição e o excesso de peso foram estimados por meio de modelos de regressão de Poisson com variâncias robustas. Resultados: As prevalências de consumo de álcool e excesso de peso foram 73,6% e 40,8%, respectivamente. Houve uma tendência significativa de aumento da prevalência de excesso de peso quanto maior o consumo de cerveja (p de tendência = 0,038), fato não observado para os demais tipos de bebidas. Após análises de sensibilidade, a ingestão de álcool associou-se ao excesso de peso, com tendência de aumento da prevalência quanto maior o consumo diário. Conclusão: Ressalta-se a necessidade de reduzir a visão amplamente aceita de que o consumo leve a moderado de álcool não é nocivo à saúde, adotando cautela nesta proposição. Deve-se considerar a influência da ingestão de bebidas alcoólicas no ganho de peso nas políticas públicas de saúde e de controle do consumo do álcool.
DUPLA CARGA DE MÁ NUTRIÇÃO NA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA DE 1990 A 2019
Pôster
GOMES, C.S1, SILVA, A.G1, MORAIS, E.A.H1, FARIA, S.M.C1, CARDOSO, L.S.M1, ARAUJO, V.E.M2, CRISTO, E.B2, VELOSO, G.A3, BUBACK, J.B.1, FERRINHO, P.4, BARROS, F.P.C5, FARIA, T.M.T.R1, PRATES, M.L.S1, PRATES, E.J.S1, ANDRADE, F.M.D1, VASCONCELOS, N.M1, PINTO, I.V6, MALTA, D.C1
1 UFMG
2 MINISTÉRIO DA SAÚDE
3 UFF
4 Universidade Nova de Lisboa.
5 UFG
6 FIOCRUZ MINAS GERAIS
Objetivo: analisar a carga de doenças atribuíveis ao Índice de Massa Corporal (IMC) elevado e às deficiências nutricionais na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e sua associação com o índice sociodemográfico no período de 1990 a 2019. Métodos: Estudo epidemiológico de série temporal, analisando dados do estudo Global Burden Diseases (GBD). Analisou-se a taxa de mortalidade e anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) atribuível ao IMC elevado e às deficiências nutricionais para cada país da CPLP. Para analisar a correlação com o índice sociodemográfico (SDI) em 2019 utilizou-se a regressão linear.
Resultados: As taxas de mortalidade e de DALY devido às deficiências nutricionais diminuíram entre 1990 e 2019 em todos os países, e as taxas de mortalidade e de DALY relacionadas com o IMC elevado aumentaram na maioria dos países, exceto em Portugal e Brasil. Observou-se variações na carga de doenças entre os países, com taxas de mortalidade mais elevadas por deficiências nutricionais em países como Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste. Enquanto a carga devido ao IMC elevado predominou em Brasil, CaboVerde, Guiné- Equatorial, Portugal e São Tomé e Príncipe. Observou-se correlação entre as taxas de mortalidade por deficiências nutricionais e o SDI.
Conclusão: Observou uma dupla carga de desnutrição, com redução na carga de doenças por desnutrição em todos os países e variação na carga por IMC elevado. Para superar esses dois graves problemas, são necessárias políticas públicas de redução da desigualdade social e acesso à alimentação saudável para todos.
EFEITO DAS TRAJETÓRIAS DE PESO NA MORTALIDADE POR DOENÇAS CRÔNICAS: UM ESTUDO ELSA-BRASIL
Pôster
Pimenta, I. T.1, Griep, R. H.2, Fonseca, M. J. M.3
1 Coordenação de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
2 Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil
3 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil
Objetivo: Estimar as trajetórias de peso corporal dos 5 aos 40 anos de idade e avaliar a associação entre essas trajetórias e a mortalidade por doenças crônicas na idade adulta em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Métodos: O ELSA-Brasil é um estudo de coorte multicêntrico que iniciou em 2008 com 15.105 servidores públicos brasileiros com 35 a 74 anos. Foram incluídos 12.958 participantes da primeira visita de seguimento (2012-2014) e acompanhados por um período médio de cinco anos. Para estimar as trajetórias de peso, os participantes escolheram, entre nove figuras de silhuetas, as que melhor representavam seus tamanhos corporais aos 5, 10, 20, 30 e 40 anos e a esses dados aplicou-se análise de agrupamentos adaptada para dados longitudinais. Para avaliar o efeito das trajetórias de peso na mortalidade por doenças crônicas foi utilizada análise de sobrevida. Resultados: Foram identificadas cinco trajetórias de peso para as mulheres e três para os homens. Mulheres com aumento acentuado no tamanho corporal apresentaram maior risco de morrer por doenças crônicas comparadas àquelas que mantiveram o tamanho corporal médio (HR: 3,06; IC 95%: 1,32; 7,05). Resultado semelhante foi observado para homens com aumento acentuado no tamanho corporal comparados àqueles com leve aumento no tamanho do corpo (HR: 1,79; IC 95%: 1,27; 2,53). Conclusão: O aumento acentuado do peso ao longo da vida elevou o risco de morrer por doenças crônicas. Políticas públicas que promovam a manutenção do peso adequado podem contribuir para a redução da mortalidade por doenças crônicas.
EVOLUÇÃO DA OBESIDADE DOS 23 AOS 40 ANOS: EVIDÊNCIAS DA COORTE DE 1982 DE PELOTAS, RS
Pôster
Souza, L.G.1, Horta, B.L.1, Lima, N.P.1, Motta, J.V.S.1
1 UFPEL
Objetivo: Descrever a evolução da obesidade graus I, II e III, dos 23 aos 40 anos, dos participantes da coorte de nascimentos de 1982 de Pelotas, RS. Métodos: Em 1982, foram avaliados todos 5914 nascidos vivos da zona urbana de Pelotas e esses indivíduos são acompanhados até hoje. Neste trabalho, foram utilizados dados antropométricos dos 23, 30 e 40 anos. Resultados: A prevalência de obesidade Grau I teve um aumento semelhante em ambos os sexos, passando de 5,5% (IC95% 4,6;6,6) aos 23 anos para 20,3% (IC95% 18,1;22,7) aos 40 anos nos homens e de 5,7% (IC95% 4,8;6,8) para 21% (IC95% 18,9;23,2), no mesmo período, nas mulheres. Quanto à obesidade Grau II, houve um aumento um pouco maior nas mulheres, enquanto na obesidade Grau III, o aumento foi proporcionalmente maior entre os homens, passando de 0,3% (IC95% 0,1;0,6) aos 23 anos para 3,7% (IC95 % 2,8;4,9) aos 40 anos nos homens e de 1% (IC95% 0,7;1,6) para 6,7% (IC95%5,5;8,1) no mesmo período, nas mulheres. Conclusões: A evolução da obesidade entre os participantes da coorte de 1982 de Pelotas dos 23 aos 40 anos é preocupante, especialmente no que tange à obesidade Grau III. Este aumento significativo reflete a necessidade de políticas públicas eficazes voltadas para a prevenção e controle da obesidade, considerando a já estabelecida associação entre obesidade e doenças crônicas. A intervenção precoce e a promoção de estilos de vida saudáveis são essenciais para mitigar o avanço dessa condição e seus impactos na saúde da população.
FRACIONAMENTO DAS REFEIÇÕES E CONDIÇÕES DE SAÚDE DE ADULTOS COM SOBREPESO OU OBESIDADE
Pôster
SANTOS, C.C1, VEGI, A.S.F1, REIS, E.C.1
1 UFOP
Objetivos: Avaliar o impacto do fracionamento das refeições na saúde de adultos com sobrepeso ou obesidade atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) em Ouro Preto, MG.
Métodos: O trabalho foi desenvolvido com dados da linha de base do projeto “Cuidado em Rede”, um ensaio clínico randomizado do ano de 2023. O consumo alimentar foi avaliado pela aplicação de recordatórios 24 horas e os indivíduos foram agrupados em aqueles que realizavam até 3 refeições/dia e os faziam mais de 3 refeições/dia. As medidas antropométricas utilizadas foram circunferência da cintura (CC) e o Índice de Massa Corporal (IMC). Ademais, a variáveis clínicas avaliadas foram a presença de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus Tipo 2. A análise estatística foi realizada no programa Stata/MP (versão 15.0) usando o teste de Kruskal-Wallis
Resultados: Dos 105 participantes, 23 (21,90%) faziam até 3 refeições/dia, enquanto a maioria, 82 indivíduos (78,90%), faziam 3 ou mais refeições diárias. Ao avaliar a associação entre o fracionamento das refeições com a CC (p=0,073), IMC (p=0,363), Hipertensão (p=0,351) e Diabetes (p=0,25), não houve associação estatística com nenhuma das variáveis. .
Conclusões: De acordo com resultados obtidos a quantidade de refeições realizadas não têm influência no estado nutricional e nas condições de saúde.
OBESIDADE EM ADULTOS DE UMA REGIÃO METROPOLITANA NO NE: ANÁLISE DE 2006, 2015/16 E 2019
Pôster
Aquino, N. B.1, Souza, N. P.1, Leal, V. S1, Costa, E. C.1, Lira, P. I. C.1, Oliveira, J. S.1
1 UFPE
Objetivo: Descrever a evolução da obesidade em 2006, 2015/16 e 2019 e sua relação com fatores sociodemográficos, econômicos, clínicos e de estilo de vida em adultos na Região Metropolitana do Recife, Pernambuco. Métodos: Estudo transversal analítico e quantitativo, de três populações adultas, de ambos os sexos, da Região Metropolitana do Recife (RMR), nos anos de 2006, 2015/2016 e 2019. Odds ratio (OR) de obesidade foi calculado para cada variável de exposição, por regressão logística, ajustadas com os respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%), sendo consideradas associadas à obesidade as variáveis com p-valor ≤ 0,05 e com associação limítrofe entre 0,05 e 0,10. Resultados: Observou-se aumento do percentual da obesidade (p<0,001), dos adultos com renda per capita de até ½SM (P<0,001), e baixo nível de escolaridade (p<0,001) entre os três períodos. Nos três períodos foi identificado a associação da obesidade com idade 30-40 anos (p<0,001). A HAS também se apresentou como fator de risco para a obesidade no primeiro (p<0,001) e terceiro período da pesquisa (p<0,01). No segundo (p<0,05) e terceiro período (p<0,07), a maior escolaridade se apresentou como fator de proteção. No último período da pesquisa, o sexo feminino (p<0,001) apresentou quase três vezes mais chances de estar com obesidade. Conclusões: O estudo revelou a necessidade de melhorar as políticas públicas de segurança alimentar e nutricional (SAN), focando em criar ambientes alimentares e construídos mais saudáveis, para promover a adoção de estilos de vida mais saudáveis pela população estudada.
OBESIDADE NO BRASIL: DESENVOLVIMENTO DE UM PAINEL INTERATIVO PARA ANÁLISE E MONITORAMENTO
Pôster
Gentil, J. R. S.1, Ramos, D. B. N.1, Araujo, J. P. A.1, Nafalski, G. P. N.1, Meyer, L. F. V1
1 Instituto Cordial
Objetivos: Diante da necessidade de acesso fácil a informações epidemiológicas sobre obesidade no Brasil para acompanhar a evolução da doença e avaliar os resultados das políticas de saúde, este estudo teve como objetivo desenvolver uma plataforma online e gratuita para monitoramento do excesso de peso no país. Métodos: O desenvolvimento da plataforma foi realizado em cinco etapas: 1) identificação de pesquisas e inquéritos populacionais, assim como sistemas de informação que contêm dados sobre obesidade; 2) armazenamento dos microdados brutos e aplicação do desenho amostral, quando aplicável, em uma base de dados; 3) padronização das informações; 4) validação dos dados com os relatórios publicados por órgãos oficiais e 5) apresentação das informações em um painel de consulta pública. Resultados: A plataforma foi criada e disponibilizada, apresentando atualmente dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). No total, foram compiladas 16 edições de estudos nacionais e 14 anos de acompanhamento nos sistemas de informação. É possível selecionar as informações por edição do estudo, estado da federação, sexo, cor e faixa etária. Os resultados são apresentados por categoria do índice de massa corporal de um ano específico ou pela evolução do excesso de peso ao longo do tempo. Conclusões: A criação da plataforma foi um sucesso, proporcionando ao público em geral acesso gratuito, fácil, rápido e intuitivo a dados essenciais sobre obesidade no Brasil.
PONTOS DE CORTE DA RCE NA PREDIÇÃO DO EXCESSO DE GORDURA CORPORAL: ESTUDO DE BASE ESCOLAR
Pôster
Nogueria, M. D. A.1, Barros, T. P.1, Dias, T. S.1, Maia, C. S. C.1
1 UECE
Objetivos: Avaliar o poder preditivo da relação cintura/estatura (RCE) em identificar o excesso de gordura corporal (GC) em crianças e adolescentes e estabelecer um ponto de corte de acordo com a faixa etária e o sexo.
Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico de base escolar realizado com 314 crianças (5 a 9 anos) e 1107 adolescentes (10 a 19 anos) de Fortaleza-Ce. A GC foi obtida por bioimpedância elétrica e classificada em excesso quando ≥20% para meninos e ≥25% para meninas. A circunferência da cintura (CC) e a estatura (cm) foram mensuradas e utilizadas no cálculo da RCE (CC/estatura). O poder preditivo da RCE para excesso de GC foi obtido por meio das curvas ROC (software MedCalc 9.1) por sexo e faixa etária (crianças: 5 a 9 anos; adolescentes: 10 a 19 anos). Áreas sob a curva (AUC) e pontos de corte foram apresentados.
Resultados: A prevalência de excesso de GC foi de 41,7% nas crianças e 51,4% nos adolescentes. A RCE foi boa na predição de excesso de GC em crianças e adolescentes, com AUCs entre 0,81 e 0,86. Os pontos de corte determinados pela curva ROC para crianças foram: >0,45 para meninas e >0,47 para meninos. Para adolescentes, os pontos de corte foram: >0,43 para meninas e >0,45 para meninos.
Conclusões: A RCE é um bom preditor do excesso de GC em escolares e pode ser uma ferramenta acessível e de baixo custo para triagem nessa população.
QUALIDADE DO SONO DE INDIVÍDUOS COM EXCESSO DE PESO ATENDIDOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster
Neves, L. A.1, Reis, E. C.1
1 UFOP
Objetivos: Avaliar parâmetros da qualidade do sono de indivíduos com sobrepeso ou obesidade atendidos em Unidades Básicas de Saúde. Métodos: Foram avaliados 103 indivíduos de 20 a 59 anos de idade, atendidos em 6 Unidades no município de Ouro Preto (MG). A investigação do sono foi realizada através do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg (IQSP) avaliando escore do questionário, e também duração e latência do sono isoladamente. Foram obtidas medidas de peso e estatura para cálculo do índice de Massa Corpórea (IMC), classificado segundo a Organização Mundial da Saúde (1998). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética, parecer Nº 6.197.373, CAAE 58311922.7.0000.5150. Resultados: O escore médio do IQSP foi 7,44 (±3,96), a duração média do sono, em horas, foi de 7:06 minutos (±1:45). Em relação à latência do sono, 22,33% levavam de 46 a 60 minutos para iniciar o sono, o que indica má qualidade do sono. 61,16% da amostra apresentou escore do IQSP superior a 5 (em que o indivíduo é considerado “mau dormidor”). Não houve associação entre qualidade de sono e status nutricional. Conclusões: O grupo apresentou alta prevalência de escore considerado sono inadequado, apesar de ter média de horas de sono consideradas adequadas e maior parcela com adequação do período de latência. O resultado indica necessidade de mais estudos sobre o tema e realização de ações direcionadas à melhora da saúde do sono da população.
RELAÇÃO ENTRE DISPONIBILIDADE DE ESTABELECIMENTOS DE VENDA ALIMENTOS SAUDÁVEIS E OBESIDADE
Pôster
Schattschneider, D.P.1, Magalhães, E. I. S.1, Colucci, C. M.1, Silva, L. Y.1, Vargas, J. C. B.1, Canuto, R.1
1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Objetivo: Avaliar associação entre densidade de estabelecimentos de venda de alimentos saudáveis (EVAS) e prevalência de obesidade em adultos no Rio Grande do Sul (RS) em 2019.
Métodos: Estudo ecológico, com dados secundários públicos, cujas unidades de análise foram os municípios do RS (n=496). Os dados dos estabelecimentos alimentares foram obtidos na Secretaria da Fazenda do RS, sendo mapeados utilizando-se o software QGIS. Foram classificados como EVAS aqueles que comercializavam apenas ou principalmente alimentos in natura ou minimamente processados. Para densidade de EVAS dividiu-se o número de EVAS pela população do município e multiplicou-se por 10.000, categorizada em quintis. Os dados demográficos foram obtidos do Censo 2010. As prevalências de obesidade na população foram obtidas por meio de relatórios do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Regressão linear foi empregada para avaliar a associação entre a densidade de EVAS e a prevalência de obesidade, ajustando-se por faixa etária, raça/cor, escolaridade, renda domiciliar, cobertura do SISVAN.
Resultados: Dos 52.994 estabelecimentos de venda de alimentos registrados, 35,8% eram EVAS. A densidade média destes estabelecimentos foi de 17,1 por 10.000 habitantes (DP: 10,7). A média das prevalências de obesidade nos municípios foi 40,0% (DP: 8,4%). Municípios no maior quintil de densidade de EVAS apresentaram prevalências de obesidade na população adulta, em média, 2,7% menores quando comparados aos municípios no menor quintil (β ajustado: -2.7; IC95%: -5,3 a -0,1).
Conclusão: A densidade de EVAS foi inversa e significativamente associada com a prevalência de obesidade em adultos.
RELAÇÃO ENTRE RESISTÊNCIA À INSULINA E PCR ULTRASSENSÍVEL EM ADOLESCENTES COM OBESIDADE
Pôster
Lourenço, E. W. R.1, Ricarte, J. R. O.1, Nogueira, M. D. A.1, Martins, G. S.1, Bezerra, A. N.1, Fernandes, H. M. A.1, Maia, C. S. C.1
1 UECE
Objetivos: verificar a relação entre a resistência à insulina (RI) e a proteína C reativa ultrassensível (PCR-us) em adolescentes com obesidade. Métodos: estudo transversal, de base escolar, realizado com adolescentes (10 a 17 anos) com diagnóstico nutricional de obesidade segundo escore-Z de IMC/I. Foram coletados exames bioquímicos (insulina em jejum, glicemia em jejum, PCR-us). O HOMA-IR foi calculado pela fórmula: glicemia (mmol) x insulina (µUi/mL)/22,5, e classificado como RI no sexo feminino quando maior que 1,65 e no sexo masculino quando maior que 1,95. Para verificar a relação entre a presença ou ausência de RI e a PCR-us foi realizado o teste de Mann-Whitney devido a assimetria da variável numérica encontrada no teste Kolmogorov-Smirnov. Os dados foram apresentados em mediana e intervalo interquartil (IIQ). Resultados: foram avaliados 142 adolescentes, sendo a maioria do sexo masculino (n=76; 53,5%). A RI foi encontrada em 115 (80,8%) adolescentes. Os valores de PCR-us foram significativamente maiores nos adolescentes com RI (mediana: 2,65; IIQ: 1,14-4,57) quando comparados aos que não apresentaram RI (mediana: 0,93; IIQ: 0,41-1,86) (p=0,005). Conclusões: observou-se uma elevada prevalência de RI na amostra estudada. Além disso, os adolescentes com RI apresentaram maior inflamação considerando os valores maiores de PCR-us.
RESISTÊNCIA À INSULINA E ADIPOSIDADE ABDOMINAL EM ADOLESCENTES COM OBESIDADE
Pôster
Ricarte, J. R.O1, Martins, X.M.X1, Nogueira, M.D.A1, Oliveira, L.F.N1, Lourenço, E.W.R1, Maia, C.S.C1
1 UECE
Objetivo: Avaliar a associação entre resistência à insulina (RI) e adiposidade abdominal em adolescentes com obesidade. Metodologia: Estudo de base escolar realizado em Fortaleza-Ce, com adolescentes entre 10 e 16 anos com diagnóstico de obesidade. Foram coletados a circunferência da cintura (CC), peso, altura, glicemia e insulina em jejum. O HOMA-IR foi obtido pela fórmula: glicemia (mmol) x insulina (µUi/mL)/22,5 e classificado em RI quando >1,65 para meninas e >1,95 para meninos. A adiposidade abdominal foi classificada por meio do percentil (p) por idade e sexo da CC, onde valores acima do p94° para meninos e p84° para meninas foram considerados como maior risco cardiometabolico (RCM). A associação entre as variáveis foi testada pelo teste Qui-quadrado de Pearson. Os dados foram apresentados em médias e desvio padrão (DP) ou frequências e percentuais. A significância de 5% (p˂0,05) foi considerada. Resultados: Foram avaliados 101 adolescentes com idade média de 12,43 (1,33) anos e maioria do sexo feminino (52,5%). A prevalência de RI entre os adolescentes foi de 77,23%. A maioria dos adolescentes (52,47%) apresentou RCM aumentado, sendo a maior frequência encontrada nas meninas (73,6%) (p<0,001). A RI foi associada ao RCM aumentado, onde 64,1% dos adolescentes com RI apresentaram também RCM (p<0,001). Conclusão: A RI foi associada a maior RCM, proveniente da adiposidade abdominal, em adolescentes com obesidade, o que reforça a importância de medidas simples, como a CC, na triagem dessa população.
SATISFAÇÃO CORPORAL E SUA RELAÇÃO COM O IMC EM ADULTOS COM SOBREPESO E OBESIDADE
Pôster
Barbosa, M. F. F. P.1, Vegi, A. S. F.1, Reis, E. C. dos1
1 UFOP
Objetivos: Avaliar a satisfação corporal e sua relação com o índice de massa corporal (IMC) em adultos com sobrepeso e obesidade atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) de Ouro Preto, Minas Gerais.
Métodos: O trabalho foi desenvolvido com dados da linha de base do projeto “Cuidado em Rede”, um ensaio clínico randomizado do ano de 2023. A percepção da imagem corporal foi avaliada usando a escala de silhuetas de Stunkard adaptada ao contexto brasileiro. A insatisfação corporal foi medida pela diferença entre as figuras "eu" e "ideal". Valores positivos indicaram desejo por uma forma mais magra, negativos por uma mais volumosa, e zero indica satisfação corporal. O IMC (peso/estatura²) foi utilizado como variável contínua e classificado segundo os pontos de corte da Organização Mundial de Saúde em 2000. Foi realizada regressão linear com as variáveis de interesse utilizando o software Jamovi (2.3.26).
Resultados: Dos 104 participantes, 99% estavam insatisfeitos com sua imagem corporal. Em relação ao IMC, 19,2% apresentavam sobrepeso, 40,4% obesidade grau I, 18,3% obesidade grau II e 22,1% obesidade grau III. A relação entre satisfação corporal e IMC mostra que, em cada aumento de uma unidade no IMC espera-se um incremento médio de 0,0639 na diferença de percepção de imagem atual e que gostaria de ter, o que sugere que quanto maior o IMC maior será a insatisfação corporal.
Conclusão: O IMC mais alto está associado a uma maior insatisfação corporal em adultos com sobrepeso e obesidade.
SONO E PESO CORPORAL EM ADULTOS BRASILEIROS: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019
Pôster
Santos, M. O. A.1, Cunha, G. M.2, Silveira, J. A. C.3, Ferreira, A. A.4, Brito, S. W. F.2
1 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
2 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
3 Universidade Federal do Paraná (UFPR)
4 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre peso corporal e dificuldades de sono em adultos brasileiros em 2019, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde. Foram incluídos indivíduos de 18 a 59 anos, sendo considerados com dificuldades de sono aqueles que relataram problemas para adormecer, acordar frequentemente durante a noite ou dormir mais do que o usual na quinzena anteriore à pesquisa. A dificuldade de sono foi classificada como "menos da metade dos dias" e "mais da metade dos dias". O status de peso foi avaliado através do Índice de Massa Corporal(IMC). Fatores socioeconômicos foram considerados. Para analisar a associação entre problemas de sono e IMC, foram calculadas prevalências, Odds Ratios e seus intervalos de confiança de 95% utilizando modelos de regressão logística multinomial, por sexo. A prevalência de dificuldade em "menos da metade dos dias" foi de 15,3% entre as mulheres e 19,7% entre os homens, enquanto para "mais da metade dos dias" foi de 21,3% entre as mulheres e 12,3% entre os homens. Observou-se uma relação direta entre o aumento do IMC e a prevalência do agravo, sendo as probabilidades maiores para as mulheres, independentemente do IMC. No modelo multinomial, a associação foi significativa no grupo com "mais da metade dos dias" com sobrepeso e obesidade para mulheres, enquanto os homens na mesma categoria só obtiveram associação significativa para obesidade. Concluímos que há uma maior probabilidade de ocorrência de dificuldades de sono à medida que aumenta o IMC, com magnitude significativamente maior entre as mulheres.
TEMPO SEDENTÁRIO ESTÁ ASSOCIADO AO IMC DE UNIVERSITÁRIOS NA PANDEMIA
Pôster
Alves, L.O.1, Paravidino, V.B.1, Cocate, P.G.2
1 UERJ/IMS
2 UFRJ/EEFD
Objetivo: avaliar a variação do tempo sedentário (TS) pré e durante a pandemia e sua associação com o índice de massa corporal (IMC) de universitários. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021 com estudantes universitários de graduação e pós-graduação de uma universidade pública do Rio de Janeiro. Um questionário online foi utilizado para investigar as variáveis de interesse no período anterior e durante a pandemia. TS foi avaliado por meio de duas questões que investigavam o tempo de uso de TV e outros eletrônicos. A altura e o peso auto-relatado foram coletados para calcular o IMC. Utilizou-se teste t para verificar diferenças pré e durante pandemia das variáveis de exposição e desfecho, assim como modelo linear de efeito misto para verificar a mudança do TS e sua associação com o IMC. Análises foram feitas nos softwares STATA e SAS. Resultados: A amostra foi composta por 3.390 universitários, em sua maioria graduandos (65.3%), mulheres (66.9%) e com média de 28.7 anos (DP=10) de idade. Diferenças pré e durante pandemia foram observadas no TS (5,6h vs 9,7h/dia) e IMC (24.3 vs 24.9 kg/m2) Ademais, um aumento do tempo de TS (β=0.09; Erro-padrão= 0.01; p<0.001) foi associado com a mudança do IMC dos participantes tanto no modelo bruto, como após ajustes por variáveis de confundimento (β=0.06; Erro-padrão=0.01; p<0.001; β=0.8; p<0.001. Conclusão: Variação no TS entre o período antes e durante a pandemia foi associada com aumento do IMC de universitários.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA ADESÃO AO ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL EM ADULTOS COM OBESIDADE NO BRASIL
Pôster
Wahrhaftig, J.1, Almeida-Pititto, B.2, Claro, R.M.3, Ferrari, G.4, Ribeiro, I.C.5, Rezende, L.F.M.2
1 Departamento Medicina Preventiva, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo e entro de Estudos da Ordem Econômica, Universidade Federal de São Paulo
2 Departamento Medicina Preventiva, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo
3 Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Minas Gerais
4 Universidad de Santiago de Chile (USACH), Escuela de Ciências de la Actividad Física, el Deporte y la Salud, Santiago
5 Yale University e Centro de Estudos da Ordem Econômica
Objetivo: Identificar a tendência temporal da adesão ao estilo de vida saudável em adultos com obesidade no Brasil entre 2009 e 2023.
Métodos: Dados autorreferidos de peso e altura foram obtidos de 120,223 adultos com obesidade (IMC≥30 kg/m²), participantes do Vigitel. A adesão ao estilo de vida saudável foi calculada entre 2009 e 2023 considerando: não fumar, não consumir álcool abusivamente, não consumir refrigerantes, consumo recomendado de frutas, verduras e legumes, e ser fisicamente ativo no lazer. Regressão de Prais-Winsten foi realizada para identificar as tendências temporais na adesão aos 5 fatores de estilo de vida saudável.
Resultados: A adesão aos 5 fatores de estilo de vida saudável manteve-se estável no período de 2009 (4,1%) a 2023 (5,5%), com incremento médio de 0,118 ponto percentual (pp) por ano (P<0,256). Observou-se maior aumento absoluto em mulheres (0.164 pp/ano; P=0.142) do que em homens (0.078 pp/ano; P=0.403). Em 2023, observou-se maior adesão em mulheres (6,0% vs 4,7% em homens), adultos com ≥12 anos de estudo (8,1% vs 5,5% com ≤8 anos de estudo) e 45-54 anos de idade (6,4% vs 4,4% em ≥65 anos de idade).
Conclusões: A adesão a um estilo de vida saudável em pessoas com obesidade foi baixa em todos os grupos sociodemográficos, e se manteve estável entre 2009 e 2023. Estes resultados reforçam a necessidade de políticas públicas de promoção de hábitos saudáveis em indivíduos com obesidade.
TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS, ANSIEDADE E DEPRESSÃO, E INCIDÊNCIA DE OBESIDADE: ELSA-BRASIL
Pôster
Almeida, IJ1, Canhada, SL1, Luft, VC1, Schmidt, MI1, Duncan, BB1, Nunes, MA1
1 UFRGS
Objetivos: Investigar a associação entre transtornos mentais comuns (TMC), sintomas de ansiedade e depressão, e incidência de obesidade. Métodos: De 2008 a 2010, no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) foram recrutados 15.105 participantes (35-74 anos), funcionários de instituições públicas de ensino e pesquisa. Os participantes retornaram para entrevistas/exames em 2012-14 e 2017-19. Utilizou-se o Clinical Interview Schedule Revised Version (CIS-R) para analisar a presença de sintomas de ansiedade, depressão e TMC (pontuação ≥ 12), no início do estudo. Definimos obesidade incidente pela presença de IMC ≥ 30kg/m² após excluir casos prevalentes. Excluímos dados faltantes/implausíveis e quem fez cirurgia bariátrica, totalizando 10206 participantes. TMC, sintomas de ansiedade e de depressão foram considerados exposições em modelos alternativos de regressão de Poisson robusta. Resultados: A idade média foi de 52 anos, 54% eram mulheres, 2560 apresentaram TMC, 1575 ansiedade e 383 sintomas depressivos. Após 8 anos, ocorreram 1140 casos novos de obesidade. Após ajuste para fatores sociodemográficos, comportamentais, ingestão energética e consumo de ultraprocessados, encontramos um risco 40% (risco relativo 1,40; IC95% 1,24-1,57) maior de incidência de obesidade em pessoas com TMC, e um risco 22% (RR 1,22; IC95% 1,07-1,40) maior em participantes com ansiedade. Não houve associação entre sintomas depressivos e obesidade. Ajustes adicionais por IMC apenas atenuaram as associações (TMC, RR 1,22, IC 95% 1,10-1,35; ansiedade, RR 1,17, IC95% 1,04-1,32). Conclusões: TMC e ansiedade estão associados com risco de obesidade. Este estudo enfatiza a importância de considerar a saúde mental em estratégias de prevenção e tratamento da obesidade.
VALIDAÇÃO DO GUIA PRÁTICO PARA ACONSELHAMENTO SOBRE OBESIDADE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster
Eleutério, T.P.1, Monteiro, E.L.F.2, Costa, L.B.S.3, Neves, A.C.M.3, Souto, C.A1, Farias, P.K.S.1, Reis, E.C.3, Martins, A.M.E.B.L.1
1 UNIMONTES
2 UFTM
3 UFOP
A obesidade é uma doença crônica associada a complicações clínicas, mentais e funcionais. Seu tratamento é complexo e deve envolver uma equipe multiprofissional. A metodologia 5As é uma estratégia de tratamento centrada na escuta e apoio ao indivíduo, promovendo uma abordagem inclusiva e não estigmatizante. Objetivo: verificar a validade de conteúdo do guia prático para profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) que atendem adultos com obesidade. Métodos: pesquisa metodológica desenvolvida em três etapas: 1. Adaptação transcultural do Guia Prático da metodologia 5As para gerenciamento da obesidade, seguindo cinco fases (traduções, síntese das traduções, retrotradução, avaliação semântica, análise semântica); 2. Construção do Guia Prático dos 5As para profissionais de saúde, considerando os princípios dos 5As e do letramento em saúde (revisão de conteúdo, linguagem, ilustrações, layout, tipografia); 3. Avaliação do material por painel de especialistas usando o Content Validity Ratio (CVR) para avaliação da relevância, objetividade, clareza, linguagem e características das ilustrações. Resultados: A adaptação permitiu adequar culturalmente o material, considerando aspectos técnicos, conceituais, culturais, linguísticos e contextuais. A aplicação dos princípios do letramento em saúde na construção do Guia brasileiro resultou em um material adequado ao público-alvo. A avaliação dos especialistas forneceu subsídios para pequenas alterações na redação. As ilustrações, que, apesar de atingirem o índice estabelecido pela CVR, passaram por revisões mais robustas. Conclusão: O Guia Prático dos 5As brasileiro apresenta validade de conteúdo, clareza de linguagem, pertinência teórica e relevância prática, sendo uma ferramenta potencial para o acompanhamento de usuários com obesidade na APS.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA PREVALÊNCIA DE OBESIDADE EM PARANAENSES ENTRE 2014 E 2023
Pôster
Klobukoski, C.1, Oliveira, E. C. V.1
1 SESA-PR
Objetivos: Apresentar a tendência temporal da prevalência de obesidade na população paranaense avaliada na Atenção Primária à Saúde. Métodos: Estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. Foram utilizados dados secundários do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, estratificados para crianças (0>10 anos), adolescentes (10>20 anos) e adultos (20>60 anos), unidade geográfica Paraná, período 2014 a 2023. O estado nutricional foi classificado pelo Índice de Massa Corporal para idade para crianças e adolescentes e Índice de Massa Corporal para adultos. Na análise estatística foi utilizado Excel e Stata versão 13.1, considerando nível de significância de p<0,05. Para identificar a existência de tendência linear do indicador foi utilizado modelo de regressão linear simples, tendo como variável dependente a prevalência de obesidade e como variável explicativa o ano do levantamento. Para avaliar o incremento médio no período estudado foi utilizada regressão de Prais-Winsten. Resultados: Entre as crianças, a prevalência de obesidade passou de 9,5% em 2014 para 10,5% em 2023, com variação anual média de 0,33% (IC95%: 0,01;0,65, p=0,04). Entre os adolescentes, a prevalência passou de 8,7% para 16,6%, com variação anual média de 0,99% (IC95%: 0,67;1,31, p<0,001). E entre a população adulta a prevalência passou de 26,6% em 2014 para 36,0% em 2023, com variação anual média de 1,01% (IC95%: 0,69;1,32, p<0,001). A prevalência de obesidade em adolescentes e adultos obteve o maior incremento médio (97%, p<0,0004; e 102%, p< 0,0003, respectivamente). Conclusões: Observou-se tendência crescente e estatisticamente significativa de aumento da prevalência de obesidade nas três faixas etárias, principalmente adolescentes e adultos.