Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - 8. Saúde mental
CAPITAIS BRASILEIRAS COM MAIOR PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO
Pôster
Pontes, G. B. M.1, Cavalcante, C. C.1, Araujo, A. S.1, Melo, A. C.1, Soares, G. B.1
1 UFPB
Objetivo: Detectar as capitais brasileiras com maior prevalência de transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT) notificados no período de 2010 a 2022. Método: Estudo quantitativo, longitudinal e retrospectivo, realizado por meio da coleta de informações das bases de dados do SmartLab-SINAN/Ministério da Saúde e IBGE, cujo critério de inclusão dos dados se deu por todas as notificações oficiais de TMRT, no período de 2010 a 2022, das 26 capitais brasileiras e do DF. Ademais, procedeu-se com cálculos estatísticos de prevalência com a média obtida da população em idade ativa, de 15 a 64 anos, dos Censos de 2010 e 2022 das respectivas cidades e do DF, de maneira a minorar eventuais distorções. Resultados: Verificou-se um total de 6.126 notificações de TMRT em todas as capitais e no DF no período avaliado. Por meio da obtenção das respectivas prevalências (em casos para cada 100.000 pessoas em idade ativa), constataram-se as 10 capitais cujos TMRT notificados foram proporcionalmente mais frequentes: Natal/RN (≅204,41/100.000), Maceió/AL (≅95,42/100.000), Recife/PE (≅65,14/100.000), Porto Alegre/RS (≅45,63/100.000), Palmas/TO (≅39,00/100.000), Aracaju/SE (≅29,13/100.000), João Pessoa/PB (≅27,09/100.000), Curitiba/PR (≅22,51/100.000), Campo Grande/MS (≅21,05/100.000) e Belo Horizonte/MG (≅17,50/100.000). Conclusões: Identificaram-se variações significativas na prevalência de TMRT nas capitais brasileiras de 2010 a 2022, com destaque para a liderança de Natal/RN. Ressalta-se a urgência de políticas robustas de saúde ocupacional regionalizadas, baseadas em estudos quantitativos e qualitativos estrategicamente direcionados. Intervenções específicas e adaptadas às características locais são igualmente essenciais para a redução dos TMRT, de maneira a promover ambientes de trabalho mais saudáveis e seguros.
FATORES ASSOCIADOS À PRESENÇA DE CÃES OU GATOS NA POPULAÇÃO BRASILEIRA: PNS 2019
Pôster
Santos, S. L. A.1, Gomes, C. S.1, Souza, J. B1, Morais, E. A. H.1, Gonçalves, J. E. S.1, Silva, I. C. V.1, Buback, J. B.1, Mello, A. J. M.2, Baldi, F. S.1, Mello, M. M.3, Malta, D. C.1
1 UFMG
2 UFJF
3 USP - Ribeirão Preto
Objetivo: Analisar os fatores associados à presença de animais de estimação na população adulta brasileira. Método: Trata-se de estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. O desfecho foi a presença de cães ou gatos na residência. As variáveis independentes analisadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, renda, local de moradia, escolaridade, estado civil e diagnóstico médico de depressão. Para verificar os possíveis fatores associados à presença de cães ou gatos, usou-se como medida de associação a razão de prevalência (RP), obtida por meio da regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Dos 88.531 indivíduos analisados, 58% (IC95% 57,3 - 58,6%) tinham cães ou gatos. No modelo multivariado, observou-se que indivíduos com 60 anos ou mais (RP 0,82 IC95% 0,7 - 0,9), da raça/cor preta (RP 0,89 IC95% 0,87 - 0,9), com renda acima de 3 salários mínimos (RP 0,9 IC95% 0,87 - 0,95), com ensino superior completo (RP 0,9 IC95% 0,9 - 0,97) apresentaram menor prevalência de cães ou gatos em casa. Maiores prevalências foram observadas entre moradores da zona rural (RP 1,33 IC95% 1,3 - 1,36) e que reportaram depressão (RP 1,06 IC95% 1,02 - 1,1). Conclusão: A maioria da população brasileira possui cães ou gatos associado a fatores sociodemográficos e saúde mental. Este cenário pode estar relacionado ao apoio emocional que esses animais oferecem aos seus tutores, podendo servir como terapia alternativa aliada ao tratamento farmacológico da depressão.
IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster
LAURINDO, R.N.1, BRITO, A. P.2, ROZA, D. L.1
1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
2 UNIVERSIDADE BRASIL
Objetivo: Analisar o impacto do exercício físico na saúde mental de jovens e adultos clinicamente diagnosticados com transtorno de ansiedade. Métodos: Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados e aleatorizados, sem delimitação do período de publicação e sem restrição do local de realização do estudo. As buscas eletrônicas foram realizadas no PubMed, Lilacs, PsycInfo e Web of Science, usando estratégia de busca baseada em descritores MeSH até a data de 15/04/2024. Foram incluídos estudos publicados nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola. A seleção dos estudos, avaliação do risco de vieses e extração de dados foram realizados, independentemente, por dois pesquisadores e as discordâncias solucionadas por consenso. Essa revisão está registrada sob o nº.CRD42024536447 no PROSPERO. Resultados: Foi identificado um total de 2876 estudos, distribuídos em função da base de dados de origem da seguinte maneira: PubMed (n=1394), Lilacs (n=259), Psycinfo (n=711) e Web of Science (n=512). Foram excluídos 421 estudos por não se adequarem ao escopo da pesquisa. Foram lidos 2455 estudos a fim de verificar sua elegibilidade e, portanto, a revisão incluiu 32 artigos. Os resultados preliminares mostraram que os exercícios físicos de força com o uso de equipamentos de musculação parece ser os mais benéficos para a saúde mental. Conclusão: Os estudos demonstram evidências dos benefícios do exercício físico nos transtornos mentais, em especial às pessoas portadoras dos transtornos de ansiedade. Além disso, a identificação dos exercícios físicos associados ao tratamento medicamentoso pode ajudar na redução da prevalência dos transtornos mentais e na redução da carga global de doenças.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS DE UM CAPS EM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA DE PERNAMBUCO
Pôster
Almeida, J. P. A.1
1 IAM - Fiocruz/PE
Objetivos
Construção do perfil epidemiológico dos usuários ativos do Centro de Atenção Psicossocial II do município de Vitória de Santo Antão/PE, abordando aspectos sociodemográficos, clínicos e terapêuticos
Métodos
Foi realizado estudo transversal descritivo por meio de informações coletadas de 100 prontuários ativos até agosto de 2023. As variáveis selecionadas foram classificadas da seguinte forma: Perfil Sociodemográfico; Perfil Clínico; Perfil de Itinerário Terapêutico.
Resultados
O CAPS II de Vitória de Santo Antão atualmente é constituído em sua maioria por mulheres cisgêneras (60,9%), com o perfil de faixa etária diverso mas com um público mais jovem entre os homens. Aproximadamente 62% dos usuários não iniciaram ou não concluíram a formação escolar; 85% dos usuários dependem de políticas assistenciais públicas, de familiares ou estão desempregados; há prevalência dos Transtornos do Humor (afetivos), seguido de Esquizofrenia, principalmente entre homens; 27% apresentam alguma comorbidade, principalmente diabetes e hipertensão; 30 % relataram fazer uso de álcool ou outras drogas. Todos fazem uso de algum psicofármaco. A maioria chegou ao serviço através de demanda espontânea ou de encaminhamento da APS; a maioria não passou por experiência de internação e não têm histórico de readmissão; em todos há histórico de articulação intra ou intersetorial.
Conclusões
Observa-se um perfil socioeconômico vulnerabilizado. A trajetória dos usuários é diversa e não-linear; o retorno ao serviço costuma vir por um agravamento do quadro e/ou estabelecimento de uma crise, identificado pelo próprio usuário, por familiares ou até por outros serviços - de saúde ou não - que encaminham o usuário ao CAPS.
AÇÕES EDUCATIVAS DE PREVENÇÃO À SAÚDE MENTAL DE ESCOLARES: UM RELATO DE EXPÊRINCIA
Pôster
Porto, A.C.S.1, Martins, G.M.T.1, Andrade, J.P.1, Oliveira, M.C.A.1, Pires, N.M.C1, Sallet, L.A.P.1
1 UNITINS
Objetivos: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicas do curso de Medicina da Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS), durante a realização de ações de prevenção à saúde mental de escolares. Métodos: trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir de rodas de conversa de um projeto institucionalizado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Extensão (PIBIEX) sobre a saúde mental de escolares, que foi realizado no município de Augustinópolis-TO no período de agosto de 2023 a junho de 2024. Os participantes eram alunos matriculados no sexto ano do fundamental ao terceiro ano do ensino médio das escolas EESG e CEMVS, localizados no município. Resultados: foram realizadas ao todo 5 rodas de conversa em cada colégio participante abrangendo os seguintes temas: Saúde mental x vestibular; Ansiedade x desempenho escolar; Como lidar com o TDAH; Oficina sobre o mural dos sentimentos; Como cuidar da saúde mental. As reuniões tinham em média duração de 60 minutos e possibilitaram a discussão de temáticas importantes e antes negligenciadas relacionadas à saúde mental no ambiente escolar. Conclusões: com base nas ações desenvolvidas, concluímos que a escola é um espaço importante, que deve ser utilizado para a realização de ações de promoção à saúde mental, por exemplo para práticas educativas preventivas sobre o assunto, como foi feito, produzindo processos de fortalecimento emocional.
ANÁLISE DE SUBSTITUIÇÃO ISOTEMPORAL DE COMPORTAMENTOS DE MOVIMENTO DE 24H NA SAÚDE MENTAL
Pôster
SABBAGH, M. I. R1, MOURA, S. S1, MENEZES JÚNIOR, L. A. A.1, MACHADO-COELHO, G. L. L.1, MEIRELES, A.L.1
1 UFOP
Objetivo: Avaliar o efeito da substituição isotemporal de comportamento sedentário (CS), por tempo gasto dormindo ou em atividade física leve (AFL) e moderada a vigorosa (AFMV) na saúde mental. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado entre outubro e dezembro/2020 em dois municípios de MG. Como desfecho, avaliaram-se sintomas de ansiedade e depressão por meio do General Anxiety Disorder e Patient Health Questionnaire. A duração do sono foi medida pela pergunta "Quantas horas você dorme à noite?" do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh. O tempo gasto em CS foi determinado pelo total de horas sentado diariamente. A prática de atividade física foi avaliada por questionário adaptado do Vigitel e classificada segundo o Compendium of Physical Activity Codes and MET Intensities. Realizou-se uma análise de substituição isotemporal para avaliar os efeitos de substituir 30 minutos diários de CS por sono ou AFL e AFMV nos sintomas de ansiedade e depressão, ajustando por idade, sexo, renda e escolaridade. Resultados: A substituição de 30 minutos de CS por sono reduziu os sintomas de ansiedade em 11% (OR=0.90, IC95% 0.84 - 0.97) e os sintomas de depressão em 28% (OR=0.78, IC95% 0.71 - 0.85). No entanto, substituir 30 minutos de CS por AFL e AFMV não alterou significativamente os desfechos. Conclusão: Substituir o CS por tempo de sono foi associado a uma chance menor de apresentar sintomas de ansiedade e depressão, reforçando a importância de priorizar a qualidade do sono na promoção da saúde mental.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE VÍTIMAS DE SUICÍDIO NO MUNICÍPIO DE SALVADOR (BA) DE 2015 À 2021
Pôster
Azevedo, L. N. C. de1, Bonfim, C. B.1, Rios, M. C.2
1 UNEB
2 Unijorge
Introdução: O suicídio é visto como um fenômeno multifacetado, plural e complexo. Embora no mundo, o número de suicídios tem diminuído, no Brasil as taxas vêm aumentando, especialmente em regiões do Nordeste como o município de Salvador. Desse modo, se faz necessário explorar o tema em solo soteropolitano para melhor prevenir e manejar esse problema de saúde pública. Objetivo: realizar uma análise epidemiológica das notificações de suicídio no município de Salvador (BA) durante o período de 2015 a 2021. Metodologia: trata-se de um estudo epidemiológico de série temporal, com dados do DataSUS que incluiram as categorias sexo, cor/raça, estado civil, faixa etária e categorias relacionadas ao suicídio. Resultados e discussão: ocorreram 571 óbitos por suicídio com picos nos anos 2016 e 2021. O perfil sociodemográfico predominante foi sexo masculino, pardo, adulto e solteiro. Pessoas solteiras negras foram mais vulneráveis ao suicídio assim como homens negros. Além disso, homens pretos e pardos foram vítimas de suicídio em faixa etária mais jovem quando comparada com homens brancos. Conclusão: o número de mortes por suicídio na região aumentou no período estudado, especialmente nos anos em que houve crises econômicas, políticas e/ou de saúde, como a pandemia de COVID-19. Esses dados podem auxiliar no planejamento da prevenção ao suicídio, principalmente para a população mais vulnerável.
Palavras-chave: Suicídio. Epidemiologia. Coronavírus. Interseccionalidade. Determinantes Sociais da Saúde.
ASSOCIAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E DEPRESSÃO
Pôster
Ramos, I. E. C.1, Caldeira, T. C. M.2, Canella, D.S.1, Claro, R. M.2, Sousa, T. M.1
1 UERJ
2 UFMG
Objetivo: Avaliar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e depressão entre adultos brasileiros (≥18 anos). Métodos: Estudo transversal com dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizado em 2023 (n=21.690). O consumo de AUP foi investigado por meio de questionário sobre o consumo no dia anterior de 13 subgrupos de AUP. O consumo elevado de AUP (desfecho) foi identificado por meio do ponto de corte ≥5 subgrupos. O diagnóstico médico de depressão foi autorreferido. Modelos de regressão logística foram utilizados para estimar a Odds Ratio (OR) do consumo de AUP segundo a presença de depressão, com ajuste segundo sexo, idade, escolaridade, presença de companheiro/cônjuge e excesso de peso. As análises foram realizadas para a população total e estratificadas por sexo. Resultados: O diagnóstico médico de depressão foi referido por 12,3% da população. A prevalência de consumo elevado de AUP (≥5 subgrupos) foi de 17,7%, sendo maior em homens (22,0%) e naqueles com depressão (19,3%). A depressão aumentou a chance de apresentar alto consumo de AUP na população total (OR=1,35; IC95% 1,08-1,68) e mulheres (OR=1,35; IC95% 1,03-1,77), sem associação entre os homens. Conclusão: A presença de depressão esteve associada ao maior consumo de AUP entre adultos brasileiros, especialmente na população feminina. Ações de saúde pública para redução do consumo de AUP poderiam se beneficiar do direcionamento a esse grupo populacional.
AUMENTO DO RISCO DE DEPRESSÃO E A INSATISFAÇÃO COM O PESO ATUAL EM UNIVERSITÁRIOS
Pôster
SILVA, M. A.1, ROCHA, K. C.2, GOMES, K. O.2
1 UFMT
2 UFV campus Rio Paranaíba
Objetivo: Avaliar a associação entre o risco aumentado de depressão e a insatisfação com o peso atual em estudantes universitários.
Métodos: Estudo transversal de base populacional, realizado em 2018 com estudantes de graduação de uma universidade do interior de Minas Gerais. Dados coletados via Google Forms incluíram informações demográficas, socioeconômicas e o peso e estatura autorreferidos. A avaliação do estado nutricional foi realizada por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), classificado de acordo com os pontos de corte da Organização Mundial de Saúde (1995). Os estudantes foram questionados sobre o desejo de ter um peso diferente do atual (sim/não). A avaliação do risco aumentado para depressão foi baseada no Patient Health Questionnaire (PHQ-9), escala validada para a população brasileira. A associação entre o desejo de ter um peso diferente e o risco aumentado de depressão foi avaliada pela Regressão de Poisson.
Resultados: Dos 412 estudantes que participaram do estudo, 63,1% eram mulheres, com idade média de 22,1 ± 3,7 anos. O risco aumentado para depressão foi identificado em 64,1% da amostra. Em relação ao estado nutricional, houve alta prevalência de excesso de peso (34,5%), sendo que uma parte considerável (80,1%) manifestou insatisfação com o peso atual. Indivíduos que desejavam ter o peso diferente do atual apresentaram risco aumentado de depressão (RP= 1,32; IC95%: 1,03 - 1,69; P= 0,028).
Conclusão: Observou-se alta prevalência de risco aumentado de depressão, sendo associada à insatisfação com o peso atual.
BEBIDAS ADOÇADAS E SAÚDE MENTAL DE UNIVERSITÁRIOS: O EFEITO MEDIADOR DO CONSUMO DE FRUTAS
Pôster
Vidigal, M.C.A.1, Menezes-Júnior, L.A.A.1, Barbosa, B.C.R.1, Paula, W.1, Meireles, A.L.1
1 UFOP
Objetivo: Analisar a associação entre consumo de bebidas adoçadas (BA) e saúde mental de universitários, investigando o papel mediador do consumo de frutas. Métodos: Estudo multicêntrico com estudantes de graduação, matriculados em oito Instituições Federais de Ensino Superior de Minas Gerais. A coleta de dados aconteceu entre outubro de 2021 a fevereiro de 2022, por questionário on-line. Os desfechos foram sintomas de ansiedade e depressão, avaliados pela escala Depression Anxiety Stress Scale-21. A variável independente é consumo de BA e a mediadora consumo de frutas, avaliadas por meio do VIGITEL e classificadas em regular (≥5 dias/semana) e irregular (≤4 dias/semana). Foram realizadas análises de regressão logística e análise de mediação conforme o método Karlson Holm Breen. Resultados: Dos 8.650 universitários, 14,1% relataram consumo regular de BA e 63,3% foram classificados com consumo irregular de frutas. Entre os avaliados, 59,7% foram classificados com sintomas de ansiedade e 63,0% de depressão. O consumo regular de BA foi associado aos sintomas de ansiedade (OR:1,30; IC95%:1,13-1,49) e depressão (OR:1,32; IC95%:1,14-1,51). Verificou-se que 14,2% e 18,3% do efeito total da BA nos sintomas de ansiedade e depressão, respectivamente, são explicados pelo consumo irregular de frutas. Conclusões: Consumir regularmente BA foi associado a presença dos sintomas de transtornos mentais avaliados e parte deste efeito é mediado pelo consumo irregular de frutas. Portanto, torna-se indispensável ações educacionais, visando a promoção de escolhas saudáveis, incentivando o consumo regular de frutas e a diminuição do consumo de BA, além de programas de suporte psicológico.
COMPORTAMENTOS DE CONSUMO DE ÁLCOOL E DEPRESSÃO: ASSOCIAÇÃO SEGUNDO SEXO ENTRE BRASILEIROS
Pôster
Silva, L.E.S.1, Caldeira, T.C.M.2, Freitas, P.C.3, Claro, R.M.2, Sousa, T.M.4
1 Universidade Federal de Pelotas
2 Universidade Federal de Minas Gerais
3 Ministério da Saúde
4 Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Objetivo: Avaliar a associação entre comportamentos relacionados ao consumo de álcool e depressão e identificar as diferenças segundo sexo entre adultos brasileiros. Métodos: Estudo transversal realizado com 88.531 adultos brasileiros (≥18 anos) entrevistados pela Pesquisa Nacional de Saúde em 2019. Foram utilizados modelos de regressão logística para estimar o Odds Ratio ajustado (ORa) por sexo, idade, escolaridade, renda per capita e estado civil. Os comportamentos relacionados ao consumo de álcool (consumo abusivo de álcool, incapacidade induzida pelo álcool e amnésia alcoólica) foram autorreferidos e adotados como variáveis desfecho. A presença de depressão foi investigada pelo Patient Health Questionnaire-9 (ponto de corte ≥10) e adotada como variável explicativa. Resultados: A prevalência de depressão na população adulta brasileira foi de 10,8%. O consumo abusivo de álcool foi relatado por 40,5% dos adultos que ingeriram qualquer quantidade (42,2%) e associado à depressão na população total (ORa:1,30; IC95% 1,13-1,50) e entre mulheres (ORa:1,42; IC95% 1,21-1,68). A incapacidade induzida pelo álcool foi relatada por 4,6% e associada à depressão na população total (ORa:2,39; IC95%1,83-3,11), entre homens (ORa:3,05; IC95%2,14-4,36) e mulheres (ORa:1,84; IC95%1,26- 2.69). A amnésia alcoólica foi relatada por 9,7% e associada à depressão na população total (ORa:2,23; IC95% 1,84-2,70), entre homens (ORa:2,29; IC95% 1,76-2,99) e mulheres (ORa:2,17; IC95% 1,67- 2.83). Conclusão: O consumo abusivo de álcool foi associado à depressão entre as mulheres, mas não entre os homens, enquanto a incapacidade induzida pelo álcool e a amnésia alcoólica mostraram associação com a depressão em ambos os sexos, com maior magnitude entre os homens.
COMPORTAMENTOS DE SAÚDE ASSOCIADOS À DEPRESSÃO: DIFERENÇAS SEGUNDO SEXO E RAÇA NO BRASIL
Pôster
Caldeira, T. C. M.1, Silva, L. E. S.2, Claro, R. M.3, Sousa, T. M.4
1 Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Medicina Preventiva
2 Universidade Federal de Pelotas, Centro de Pesquisas Epidemiológicas
3 Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Nutrição
4 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Nutrição Social
Objetivo: Avaliar a associação entre comportamentos de saúde e depressão segundo sexo e raça/cor entre adultos brasileiros.
Métodos: Estudo transversal realizado com dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (n=88.522 brasileiros ≥18 anos). Utilizou-se modelos de regressão logística para estimar o Odds Ratio ajustado (ORa) por idade, escolaridade, renda per capita e estado civil, estratificados segundo sexo (mulher/homem) e raça/cor (negra/branca). A depressão foi investigada pelo Patient Health Questionnaire-9 (corte ≥10) e adotada como variável explicativa. Comportamentos de saúde (tabagismo, consumo habitual de álcool, consumo regular de bebidas adoçadas, consumo regular de frutas e hortaliças e atividade física no lazer) foram adotados como desfechos.
Resultados: A depressão apresentou associação direta com tabagismo nos diferentes estratos, com maior magnitude entre mulheres (ORa 1,69; p<0,001) e pessoas negras (ORa 1,69; p<0,001). O consumo habitual de álcool apresentou associação inversa com a depressão entre homens (ORa 0,67; p<0,001) e direta entre mulheres (ORa 1,11; p=0,047), sem associação nos estratos de raça. Houve associação direta entre o consumo regular de bebidas adoçadas e depressão, com menor magnitude entre homens (ORa 1.22; p=0,035) do que mulheres (ORa 1.38; p<0,001), e magnitude semelhante nos estratos de raça. A depressão teve associação inversa com o consumo regular de frutas e hortaliças e a atividade física no lazer com magnitude semelhante entre todos os estratos.
Conclusão: A prevalência de depressão se associou diretamente à comportamentos não saudáveis, com diferenças nos estratos de sexo e raça, que devem ser consideradas no direcionamento das ações de saúde pública
CONSUMO ALIMENTAR E SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM UNIVERSITÁRIOS
Pôster
Miotto, VM1, Gomes, BR1, Araujo, MYM1, Sousa, LCM1, Barbosa, BCR2, Meireles, AL2, Silva, LS1
1 UFU
2 UFOP
Objetivo: descrever o consumo alimentar de universitários, de acordo com a presença de sintomas de ansiedade e depressão.
Método: Este estudo faz parte de uma pesquisa multicêntrica realizada com estudantes universitários de oito instituições federais de ensino superior de Minas Gerais. Para este estudo, foram considerados os estudantes regularmente matriculados, em 2021, nos cursos de graduação de uma das universidades participantes do estudo multicêntrico. A coleta de dados foi realizada por questionário online, com questões relacionadas às características sociodemográficas, hábitos de vida e condições de saúde. Os sintomas de transtorno de ansiedade e de depressão foram avaliados utilizando a escala de Depression Anxiety Stress Scale-21. O consumo alimentar foi avaliado por questionário de frequência dos últimos 30 dias, sendo considerado como regular, o consumo ≥ 5 vezes na semana. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética.
Resultado: Foram avaliados 1544 estudantes, sendo a maioria do sexo feminino, com idade entre 18 e 25 anos, brancos, com renda familiar de 2 a 5 salários-mínimos, etilistas e inativos fisicamente. A maioria dos estudantes apresentou sintomas de ansiedade e depressão. Estudantes com consumo regular de feijão, verduras e frutas apresentaram maiores prevalências de classificação normal ou sintomas leves de ansiedade e depressão. Os estudantes com consumo regular de refrigerante, biscoito, macarrão instantâneo e guloseimas apresentaram maiores prevalências de sintomas de ansiedade e depressão moderado, grave ou muito grave.
Conclusão: Os estudantes com consumo de alimentos saudáveis apresentaram menores prevalências de sintomas de ansiedade e depressão, enquanto estudantes com consumo de alimentos não saudáveis apresentaram maiores prevalências de sintomas de ansiedade e depressão.
DADOS DE INTERNAÇÃO DE MULHERES POR USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NO PARANÁ
Pôster
De Grandi, A.L.1, Melo, E.C.1, Scholze, A.R.1, Ferraz, M.A.A.1, Azarias, K.G.B.1, Zenovello, G.C.1, Silva, M.C.F.1, Godoi, I.M.P.1, Paiva, D.M.R.1
1 UENP
Objetivo: descrever as internações de mulheres por uso de álcool e outras drogas no Estado do Paraná.
Método: Pesquisa quantitativa e descritiva, desenvolvida com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIHSUS) do Estado do Paraná, no período de 2023 a 2024, e classificação CID-10 F10 a F19.
Resultado: Entre o período analisado foram internados 19303 pacientes, sendo que 16,68% eram do sexo feminino, 11,18% se declararam brancas e 5,5% pretas, com uma idade média de 36,52 anos (variando entre 18 e 88 anos), com desvio padrão de 17,55. Quanto aos diagnósticos principais de internação, observa-se que a Síndrome de Dependência é a responsável pelos maiores números, sendo que o CID F19.2 representa 15,21% dos casos, o CID F10.2 possui 5,25% do total e, em terceiro lugar temos o CID F14.2, com 4,13% das internações. Em relação aos dias de internação, 45 dias foi o número máximo encontrado. Dentre os casos que evoluíram para óbito, encontrou-se 0,03% dos casos de internação.
Conclusão: Nota-se que as mulheres internaram mais devido à dependência por uso de múltiplas drogas, seguidas pelo uso de álcool que é uma droga lícita e a substância de maior uso entre as pessoas, seguida da cocaína e seus derivados, que é uma substância estimulante.
DADOS DE INTERNAÇÃO POR USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NO PARANÁ
Pôster
De Grandi, A.L.1, Melo, E.C.1, Scholze, A.R.1, Ferraz, M.A.A.1, Azarias, K.G.B.1, ZENOVELLO, G. C.1, Silva, M.C.F.1, Godoi, I.M.P.1, Paiva, D.R.M.1, Boltoni, J.C.1
1 UENP
Objetivo: descrever as internações por uso de álcool e outras drogas no Estado do Paraná.
Método: Pesquisa quantitativa e descritiva, desenvolvida com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIHSUS) do Estado do Paraná, no período de 2023 a 2024, e classificação CID-10 F10 a F19.
Resultado: Entre o período analisado foram internados 19.303 pacientes, sendo que 81,5% eram do sexo masculino, 62,4% se declararam brancos, com uma idade média de 38,30 anos (variando entre 18 e 94 anos) e um desvio padrão de 12,26. Quanto aos diagnósticos principais de internação, observa-se que a Síndrome de Dependência é a responsável pelos maiores números, sendo que o CID F19.2, representa 47,4% dos casos, o CID F10.2 possui 32,6% e, em terceiro lugar, o CID F14.2, com 4,9% das internações. Em relação aos dias de internação, 48 dias foi o número máximo encontrado. Dentre os casos que evoluíram para óbito, encontrou-se 0,14% dos casos de internação.
Conclusão: Nota-se que as pessoas internaram mais devido à dependência por uso de múltiplas drogas, seguidas pelo uso de álcool que é uma droga lícita e a substância de maior uso entre as pessoas, seguida da cocaína e seus derivados, que é uma substância estimulante.
DEPRESSÃO, PENSAMENTO SUICIDA E USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2019
Pôster
Böhm, J. B.1, Munhoz, T. N.2
1 FURG
2 UFPEL
Objetivos: Descrever e analisar a prevalência de depressão (PD), pensamentos suicidas (PS) e tratamento da depressão (consulta, psicoterapia e/ou psicofármacos) no Brasil e suas macrorregiões.
Métodos: Estudo transversal de base populacional. Foram analisadas informações de todos os adultos (≥18 anos). A PD e os PS foram avaliados pelo Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). Os tratamentos para depressão avaliados incluíram i) consulta regular com médico ou serviço de saúde (USS), ii) uso de psicofármacos para depressão e iii) psicoterapia (atualmente). Análise dos dados no Stata 12.1, com pesos amostrais e estratificação por macrorregião.
Resultados: De 88.531 indivíduos, a prevalência de depressão foi 5,7%, e de PS 4,6%. USS, psicoterapia e psicofármacos tiveram prevalência de 3,9%, 1,9% e 5,5%. A PD foi maior no Centro-Oeste e Sudeste (6,3% e 6,1%), e menor no Norte (4,2%). A ocorrência de PS não variou entre macrorregiões. USS e psicoterapia foram maiores no Sul (5,6% e 8,6%) comparados ao Norte (1,2% e 1,9%), na qual o uso de psicofármacos foi o menor (0,15%), comparado ao Sudeste (2,8%). ≈13% da amostra autorrelatou diagnóstico para depressão e/ou estavam deprimidas de acordo com PHQ-9. Nestas pessoas, USS foi ≈12 vezes maior (13,3%) no Sudeste comparado ao Norte (1,1%), enquanto fazer psicoterapia foi 7,7% no Sudeste e 0,79% no Norte, e o de psicofármacos foi ≈10 vezes maior no Sudeste (17,8%) comparado ao Norte (1,7%).
Conclusões: Depressão e USS foram menos prevalentes no Norte e mais prevalentes no Sudeste e Sul, evidenciando disparidades regionais no acesso ao tratamento.
EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE MENTAL: ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA
Pôster
Miguel, L. M.1, Chagas, M. B. M. E2, Leite, B. C.3, Silva, B. A. C3, Mello, D. F. P.4, Pugliesi, M. V.4, Gnecco, B. C. C.4, Rodrigues, M. P. O. A.4
1 UFRJ
2 UNESA NI
3 UNIRIO
4 HMSF
Este trabalho retrata a experiência epidemiológica de campo em um Hospital localizado no Município do Rio de Janeiro no ano de 2023. Objetivos: Foi analisado o perfil epidemiológico das notificações de violência autoprovocada em 2023, com o objetivo de ressaltar a importância do preenchimento dessas notificações e reconhecer o suicídio/tentativa de suicídio e a ideação suicida como prioridade em saúde pública, além de questionar se o campo “recidiva” vem sendo utilizado corretamente. Métodos: Utilizando dados do EPIRio, DATASUS e Epi Info, foi realizada uma análise psico-sanitária das notificações de violência autoprovocada. Resultados: Os resultados mostraram que a maioria das notificações em 2023 neste hospital, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi de pessoas negras (pretas e pardas), entre 18 e 39 anos, sendo 61,4% do sexo feminino. Além disso, cerca de 17,5% das notificações totais de violência foram autoprovocadas, com predomínio de tentativas por intoxicação e quedas intencionais. Quanto à reincidência das tentativas, 47,7% dos casos foram identificados como recidivos, enquanto em 15,9% não houve recidiva e em 36,4% tal critério foi ignorado. Conclusões: Conclui-se que há uma proporção significativa de casos com o campo “recidiva” não preenchido, sendo necessário ressaltar a importância do preenchimento deste campo para auxiliar na promoção de ações em saúde pública relacionadas à prevenção do suicídio e incremento de políticas públicas no território.
ESTRESSE EM TRABALHADORES DA SAÚDE DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 NO RIO GRANDE DO SUL
Pôster
Guerra, D1, Gonçalves, R. T1
1 UNISINOS
Objetivo: O estudo buscou identificar os fatores associados ao estresse elevado em trabalhadores da saúde do Rio Grande do Sul durante a pandemia da COVID-19. Método: Estudo Transversal online realizado com 610 participantes. A coleta de dados ocorreu entre Julho de 2020 à Maio de 2021 e foi realizada através de um questionário padronizado e autoaplicável. O estresse foi avaliado com a escala de estresse percebido PSS-10. A regressão logística ordinal bruta e ajustada com a amostra total e estratificada por local de trabalho foram realizadas para a análise dos dados. Resultados: Entre os trabalhadores de hospitais os fatores que se associaram após o ajuste do modelo foram ser mulher, raça branca, menor disponibilidade de EPIs e alta percepção de vulnerabilidade ao estresse quanto ao clima e funcionamento organizacional. Nos trabalhadores da APS os fatores que se associaram a maiores chances de estresse elevado foram a baixa renda familiar e a maior percepção de vulnerabilidade ao estresse no trabalho quanto a infraestrutura e rotina dos serviços. Nos trabalhadores da APS foi identificado que os mais velhos tiveram 81% menos chance de ter altos níveis de estresse. Conclusão: Discute-se a necessidade de ações voltadas para a prevenção do estresse ocupacional em situações de crise sanitária.
ESTRESSORES OCUPACIONAIS E DEPRESSÃO EM TRABALHADORES: GRÁFICOS ACÍCLICOS DIRECIONADOS-DAG
Pôster
Lua, I1, Teixeira, Jules RB2, Werneck, Guilherme L3, Helioterio, M.C.4, Araújo, T.M.1
1 Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
2 Hospital Municipal de Ituaçu
3 UEJR
4 UFRB
Objetivos: Estruturar modelo(s) explicativo(s) de depressão em trabalhadores(as) com uso dos gráficos acíclicos direcionados (DAG)
Métodos: A partir de revisão de literatura sobre determinantes da depressão entre trabalhadores(as) configurou-se um DAG para representar relações causais hipotetizadas e selecionar conjunto(s) suficiente(s) de variáveis para controle de confundimento. Utilizou-se o DAGitty para construção e interpretação do gráfico causal.
Resultados: Foram identificados 35 potenciais fatores determinantes da depressão em trabalhadores(as), com destaque para os estressores ocupacionais, considerados como determinantes fundamentais. Três conjuntos suficientes de variáveis para ajuste foram identificados, incluindo idade, gênero, raça/cor da pele, renda, escolaridade, estado civil, categoria profissional/setor de trabalho, tempo de trabalho, precarização do trabalho, atividade física e/ou de lazer, violência fora e no trabalho em pelo menos um deles. Os estressores ocupacionais destacaram-se dentre os principais determinantes da depressão em trabalhadores(as). A estimativa do efeito dos estressores ocupacionais na depressão em trabalhadores(as) exige a coleta de uma série de variáveis de diferentes matizes para o apropriado ajuste de confundimento.
Conclusões: A depressão é um evento multifatorial, com importante papel dos aspectos ocupacionais, em geral, e dos estressores laborais, em particular, na sua determinação. A compreensão dos mecanismos de causalidade direta e indireta é crucial para o aprimoramento de possíveis estratégias de intervenção. Destaca-se a importância do uso de DAGs para a configuração de modelos teóricos em epidemiologia.
FATORES ASSOCIADOS AO TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO EM ADULTOS APÓS HOSPITALIZAÇÃO
Pôster
Souza, F. M. N1, Freitas, K. S.1, Filho, A. M. da S.1, Valente, C. O.1, Portela, P. P.1, Cardoso, M. S. L1, Jesus. A. P. M.1, Santos, K. S.1, Bina, J. T. F1, Oliveira, M. D. S.1
1 UEFS
Objetivo: estimar a incidência de Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) em pacientes adultos sobreviventes ao internamento em UTI e descrever os fatores associados para TEPT relacionados ao internamento em UTI. Métodos: Estudo transversal, realizado entre abril de 2022 e dezembro de 2023. A coleta de dados foi realizada por telemonitoramento com 236 pacientes 30 dias após receberem alta da Unidade de Terapia Intensiva. Para investigar sintomatologia para TEPT foi avaliada por meio do Impact of Event Scale-Revised (IES-R). Realizada análise descritiva com frequências absolutas e relativas. Para realizar análise bivariada utilizou-se o teste Qui quadrado de Pearson e na multivariada regressão logística. Adotou-se valor de p ≤ 0,05. Resultados: A presença de sintomas significativos para TEPT ocorreu em 29,2% dos pacientes (n=69). Na análise bivariada, o TEPT esteve associado as variáveis: sexo feminino (p = 0,008), e baixa escolaridade (p = 0,022), compondo o modelo de regressão e mantendo associação apenas o sexo feminino (RP = 2,16 e p= 0,040). Conclusões: Sintomas de TEPT são recorrentes em sobreviventes de UTI. O sexo feminino foi independentemente associado ao desenvolvimento de sintomas de TEPT. É necessário esforço para incorporar a triagem para morbidade psiquiátrica nesta população, bem como intervenções que previnam ou melhorem esses desfechos.
FREQUÊNCIA E PERFIL DO USO DE RITALINA® E VENVANSE® POR ESTUDANTES DE MEDICINA
Pôster
Costa, F. C.1, Abou Arabi, K. M.1, Junho, M. C. C.1, Silva, R. S.1, Cacozzi, A.1
1 UNOESTE
OBJETIVO: verificar a frequência e o perfil do uso de RITALINA® e VENVANSE® por estudantes de medicina de uma universidade particular no litoral de São Paulo. MÉTODO: estudo de corte transversal com estudantes maiores de 18 anos. O questionário aplicado presencialmente incluiu perguntas sobre dados sóciodemográficos, sintomas de TDAH e sobre a frequência e o perfil do uso de RITALINA® e VENVANSE® (motivos para o uso dos medicamentos, frequência do uso e prescrição). Foi aplicado o teste qui-quadrado para verificar a associação entre as variáveis. RESULTADOS: participaram 375 estudantes com idade entre 18 e 59 anos (média 24 anos), matriculados entre o 1º e o 10º período do curso de medicina. Destes, 33% declaram o consumo de RITALINA® e/ou VENVANSE®, com variação de 16% entre os estudantes do 1º período até 48% entre os estudantes do 6º período (p=0,005 x² = 22.066). Entre os que consumiam os medicamentos, 70% declararam não ter diagnóstico de TDAH (p = 0,000 x² 68.654) e 65% não faziam uso antes de cursar medicina (p=0,000 x² 85,774). Sessenta por cento não tinham prescrição médica e o motivo mais frequente do uso foi a melhora do desempenho acadêmico (61%). CONCLUSÃO: Ambos os medicamentos são indicados como para o tratamento de pacientes TDAH e comercializados apenas mediante a receita amarela. Entretanto, o consumo no meio acadêmico tem o objetivo de melhoria de desempenho cognitivo, ultrapassando os objetivos propostos, que são os terapêuticos. Esse uso indiscriminado atualmente é motivo de preocupação entre profissionais da saúde e da educação.
GERAÇÃO DE NASCIMENTO E GÊNERO NA GRAVIDADE DOS TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS NO ELSA-BRASIL
Pôster
Cardim, A.1, 2, 3, 4, 4, Matos, S.M.A.5
1 ISC/UFBA/Sesab/Divast
2 Fiocruz/BA
3 UFRGS
4 Fiocruz/RJ
5 ISC/UFBA
Objetivo: Investigar as diferenças de gênero na associação entre geração de nascimento e a gravidade da ocorrência dos transtornos mentais comuns (TMC) no ELSA-Brasil segundo aspectos psicossociais do trabalho. Métodos: Estudo transversal com 12.015 trabalhadores ativos do ELSA-Brasil. A gravidade dos TMC foi mensurada pelo Clinical Interview Schedule-Revised, onde escore igual ou maior que 18 pontos significa presença de transtorno grave. O estresse ocupacional (EO) foi avaliado pelo Questionário Sueco de Demanda-Controle-Apoio Social. Prevalências de TMC foram analisadas por sexo e geração usando a razão de prevalência (RP) como medida de associação. Foi utilizado o teste de qui-quadrado com nível de significância de 5%. A associação entre EO e gravidade dos TMC foi estimada mediante análise de regressão logística multinomial. Resultados: As mulheres apresentaram 2,4 vezes mais TMC graves que os homens. A interação entre escolaridade, EO e gravidade dos TMC foi observada em mulheres da Geração Baby Boomers (p=0,0025). Mulheres com ensino médio completo submetidas a trabalhos ativos quando comparados à trabalho de baixa exigência tiveram 53% mais ocorrência de TMC leves a moderados (RP=1,53; IC95% 1,09-2,15) e 42% mais TMC graves. Quando esse ajuste foi realizado pela jornada de trabalho semanal, o tempo de atividade no trabalho e o apoio social, a associação de interesse foi pouco afetada. Conclusões: As servidoras públicas estão mais afetadas pelos TMC graves. Os fatores relacionados se relacionam ao fato delas estarem submetidas a diferentes pressões sociais relacionadas ao gênero, ao conflito trabalho-família e iniquidades de gênero.
HIPERTENSÃO E EVENTOS ESTRESSANTES DE VIDA EM PESSOAS ACOLHIDAS NO CAPS
Pôster
SILVA, N. C.1, ROCHA, B. V.1, SANTOS, B. M.1, SCHNEIDER, I. J.1
1 UFSC
Objetivos
Estimar a prevalência de hipertensão e eventos estressantes de vida, além de fatores associados em indivíduos de um CAPS.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal realizado com 168 pacientes do CAPS I de Araranguá/SC. Foram incluídos usuários >18 anos com cadastro ativo há 6 meses. Indivíduos com déficit cognitivo ou institucionalizados foram excluídos. O desfecho foi avaliado pelo autorrelato de hipertensão e uso do medicamento. A exposição principal foram os eventos estressantes, acerca de aspectos pessoais, de violência e de saúde.
As variáveis analisadas foram: faixa etária; sexo; nível de atividade física de lazer e polifarmácia.
A análise foi realizada de forma descritiva e bivariada com utilização da regressão de Poisson bruta e ajustada no Stata 16.1.
Resultados
A maioria da amostra é do sexo feminino (70,8%) e encontra-se entre 50-59 anos (27,4%). Os participantes foram considerados inativos fisicamente (73,2%). Em relação a polifarmácia, 62,5% dos usuários não configuraram esse comportamento. 36,3% relataram o diagnóstico de hipertensão e 22,6% afirmaram ter vivido 3 eventos estressantes ao longo de 1 ano.
Não houve associação entre relato de eventos de vida estressantes e o diagnóstico de hipertensão.
Na análise ajustada houve aumento significativo do diagnóstico naqueles de 50 a 59 anos (RP:2,97; IC95%:1,18-7,5) e de ≥60 anos (RP:5,98; IC95%:2,4-14,7).
Conclusão
A partir dos resultados obtidos percebe-se que a hipertensão apresenta uma alta prevalência entre os adultos mais velhos usuários do CAPS. Esses achados apontam para a necessidade de monitorar a hipertensão e o risco cardiovascular dessa população.
INSATISFAÇÃO CORPORAL APÓS A PANDEMIA E FATORES ASSOCIADOS EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Pôster
Scherer, J.N.1, Corbo, C.1, Schaefer, R.1
1 UNISINOS
Objetivo: Avaliar a ocorrência e fatores associados à insatisfação com a imagem corporal (IIC) entre estudantes universitários após a pandemia.
Método: Estudo de caráter transversal e abordagem quantitativa. A coleta de dados ocorreu no formato online entre agosto e outubro de 2022. A percepção da imagem corporal foi avaliada pelo Body Shape Questionnaire (BSQ). Foram avaliados também fatores sociodemográficos, variação de peso durante a pandemia e níveis de sofrimento mental. A associação entre as variáveis estudadas e a IIC foi verificada por análises bivariadas seguida de regressão linear múltipla.
Resultados: A amostra compreendeu 916 estudantes universitários (89,9% mulheres, idade média 26,8 anos). Destes, 443 (48,4%) apresentaram algum grau de IIC. Nas análises bivariadas, o grau de IIC teve associação com as variáveis sexo, orientação sexual, classe social, índice de massa corporal (IMC) atual, variação de peso durante a pandemia e nível de sofrimento mental. Na regressão, foi identificado que ser mulher aumenta em média 12 pontos no BSQ (p<0,001). Maiores níveis de sofrimento mental e maiores IMCs estão associados a maiores escores de IIC. O ganho de peso superior a 5% do peso corporal inicial durante a pandemia, independente da classificação do IMC atual, foi associado com maiores escores de IIC (β = 22,2; p<0.001).
Conclusões: Foi observada uma alta prevalência de IIC na amostra. O ganho de peso está associado a maiores níveis de IIC inclusive em estudantes eutróficos. A associação entre IIC e saúde mental reforça a necessidade de promoção de ações relacionadas à saúde corporal entre universitários.
INTERNAÇÕES PSIQUIÁTRICAS EM HOSPITAL GERAL UNIVERSITÁRIO DO RJ, 2013 A 2023
Pôster
Barbosa, S. F.1, BLOCH, K. V.1
1 IESC/UFRJ
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de pacientes internados em enfermaria psiquiátrica de hospital universitário no Rio de Janeiro de 2013 a 2023.
Métodos: Análise exploratória dos dados de prontuário eletrônico das internações psiquiátricas no HUCFF/UFRJ, considerando ano e duração da internação, sexo, idade, reinternações, mortalidade e diagnósticos psiquiátricos.
Resultados: Os leitos disponíveis variaram de 8 a 12. Ocorreram 622 internações por 423 pacientes. A média de idade foi 45 dp=6, variando de 14 a 85 anos. A mediana de internações por ano foi 55, variando de 14 a 99. As 248 mulheres tiveram 331 internações (53,2%)e os 175 homens, 291 (46,8%). A taxa de reinternação foi maior nos homens (1,66) do que nas mulheres (1,34). Reinternaram 1 vez 58 pacientes, 2 vezes, 17; três a 6 vezes, 22 e 1 paciente reinternou 27 vezes. A mediana da duração foi 23 dias, sendo 5% superior a 120 dias. Em 2023, havia registro de 38 óbitos (8,9%). Os diagnósticos psiquiátricos foram: Transtorno do Humor=234 (38%), T. Esquizofreniformes=93 (15%); T. Orgânicos=54 (9%), T. Ansiosos=47 (8%); T. Personalidade=42 (7%), T. Uso de substâncias=21 (3%), Def. Intelectual=16 (2%); T. Alimentar=7 (1%); T. Infância=5 (1%) e outros 16%.
Conclusões: O perfil descrito assemelha ao de enfermarias em hospitais gerais e difere do encontrado em hospitais psiquiátricos. A prevalência de t. orgânicos e a taxa de mortalidade indicam necessidade de maior investimento em cuidados integrais aos pacientes com transtornos mentais.
INTERSECÇÃO DE DOMÍNIOS DE ATIVIDADE FÍSICA EM SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ADULTOS BRASILEIROS
Pôster
Chiconato, A. G.1, Carvalho, F. B. C.2, Augusto, N. A.3, Rufino, J. V.3, Loch, M. R.3
1 UFPEL
2 INCA
3 UEL
Objetivos: Verificar a associação da intersecção de domínios de atividade física (AF) e sintomas depressivos. Métodos: Estudo com dados Pesquisa Nacional de Saúde, 2019, envolvendo 52.475 adultos brasileiros. Os sintomas depressivos foram a variável dependente, mensurados pelo Patient Health Questionnaire-9, considerando-se um escore ≥10. As variáveis independentes foi a prática de algumaAF nos domínios (lazer, deslocamento, trabalho e doméstico) analisados de forma combinada, formando doze intersecções diferentes. A análise de associação foi realizada por meio do cálculo da odds ratio (OR) e Intervalo de Confiança 95% (IC95%), ajustadas por idade, sexo e escolaridade. Resultados: Entre as doze intersecções realizadas, oito apresentaram associação significativa. Indivíduos que realizavam AF no lazer e no trabalho (OR=0,82; IC95% 0,69-0,98) e os que realizavam AF lazer e deslocamento (OR=0,82; IC95% 0,71-0,94,) apresentaram menor chance de ter sintomas depressivos quando comparados àqueles que não praticavam nenhuma AF. Indivíduos que realizavam AF no trabalho e deslocamento; trabalho e doméstico; deslocamento e doméstica; lazer, trabalho e doméstica; trabalho, deslocamento e doméstico; lazer, trabalho, deslocamento e doméstica, tiveram maior chance de ter sintomas depressivos. As maiores chances de sintomas depressivos foram observadas naqueles que realizavam AF no trabalho, deslocamento e doméstico (OR=1,98; IC95% 1,71-2,30); seguido pela AF no trabalho e doméstico (OR=1,82; IC95% 1,50-2,22). Conclusões: A associação entre os domínios da AF e sintomas depressivos variou conforme as intersecções, mostrando que em algumas intersecções (com trabalho junto ao doméstico) estiveram associadas à maior chance de sintomas depressivos.
O AMBIENTE ALIMENTAR CONSTRUÍDO COMO PROTETOR DA SAÚDE MENTAL EM PARTICIPANTES DO PROJETO
Pôster
Camargos, E. R.1, Moreira, C. C.2, Honório, O. S.3, Bressan, J.4, Pessoa, M. C.1
1 UFMG
2 UFGD
3 UFOP
4 UFV
Objetivo: este trabalho objetiva analisar a associação do ambiente alimentar de uma metrópole brasileira com diagnóstico de depressão em egressos do ensino superior público. Método: os dados primários da amostra foram coletados da linha de base de uma coorte aberta, enquanto que os ambientais da Secretaria de Estado e Fazenda de Minas Gerais. A variável dependente consistiu em autorrelato: “nunca ou alguma vez recebeu diagnóstico médico?” Os estabelecimentos foram classificados segundo a aquisição de alimentos e o grau de processamento conforme critérios do relatório técnico da CAISAN (2019), a proporção desses sobre o total de estabelecimentos foi calculada. A unidade de análise foi setor censitário. As associações foram estimadas por meio da regressão logística pelo modelo de equações de estimativas generalizadas (GGE). Resultado: foram 2577 voluntários, com idade média de 36 (±10,30), 1881 (72,99%) do sexo feminino. Apresentaram, alguma vez, o transtorno depressivo 407 (15,79%) participantes. No entorno dos 2577 domicílios georreferenciados havia 4974 estabelecimentos, dos quais eram 2171 (43,65%) mistos, 2006 (40,33%) ultraprocessados e 797 (16,02%) in natura. Ajustando por condições crônicas, sociodemográficas e estilo de vida, a maior proporção do comércio de aquisição de alimentos in natura reduziu as chances do transtorno depressivo [OR: 0,16 (0,03–0,75)]. Conclusão: esses achados sugerem que a disponibilidade e o acesso a alimentos frescos e pouco processados têm um impacto significativo na saúde mental. Isso enfatiza a necessidade de políticas que promovam a oferta desses alimentos, visando ambientes alimentares saudáveis, como estratégia de prevenção e tratamento complementar na depressão.
OBESIDADE GRAVE ESTÁ ASSOCIADA A SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ADULTOS BRASILEIROS
Pôster
Tavares, N.H.C1, Coelho, C.G.2, Araújo, L.F1
1 UFC
2 UFMG
Objetivo: Investigar se o excesso de peso está relacionado com a maior prevalência de sintomas depressivos em adultos brasileiros. Métodos: Estudo transversal com adultos (18-64 anos) participantes da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019 (n=61,615). Os sintomas depressivos foram identificados pelo Patient Health Questionnaire – 9 (PHQ-9), que avaliam a presença de sintomas depressivos nos últimos 14 dias por meio de nove questões, com respostas que variam de zero (nenhum dia) a três pontos (quase todos os dias). Nesta análise, a presença de sintomas depressivos foi definida por pontuação ≥10, ponto de corte sugerido para maximizar a sensibilidade e especificidade do teste. As seguintes categorias foram adotadas para classificar os participantes quanto ao Índice de Massa Corporal (IMC): peso normal (referência), sobrepeso, obesidade classes I, II e III. Regressão de Poisson foi utilizada para avaliar as razões de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança de 95% da mudança de categoria do IMC na presença de sintomas depressivos, ajustado por sexo, idade, raça/cor da pele, escolaridade, estado civil, região do país, tabagismo, prática de atividade física ou esporte e autopercepção de saúde. Resultados: Observamos maior prevalência de sintomas depressivos em adultos obesos, particularmente na obesidade classe III. Na análise multivariada, após ajustamentos, apenas a obesidade classes II e III permaneceram associadas a maiores prevalências de sintomas depressivos, especialmente na classe III. Conclusão: Valores extremos de IMC (>35kg/m²) estavam associados a maior prevalência de sintomas depressivos em adultos brasileiros, independentemente de fatores socioeconômicos, comportamentos e autopercepção de saúde.
PERCEPÇÃO DE MUDANÇA OCORRIDA A PARTIR DO TRATAMENTO: ESTUDO TRANSVERSAL NO CAPS I
Pôster
Rocha, B. V.1, Corrêa, V. P.1, Santos, B. M.1, Silva, N. C.1, Schneider, I. J. C.1
1 UFSC
Objetivo: descrever a percepção dos usuários e usuárias sobre as mudanças ocorridas, a partir do tratamento realizado no Centro de Atenção Psicossocial de Araranguá, Santa Catarina.
Métodos: estudo transversal conduzido com dados do Projeto de pesquisa “Vulnerabilidades em Saúde de usuários do CAPS de Araranguá-SC”. Foi utilizada a Escala de Mudança Percebida, composta por 19 itens, divididos em três domínios: “Atividades e saúde física”, “Relacionamentos e estabilidade emocional” e “Aspectos psicológicos e sono”. As respostas das questões variam de 1 a 3 pontos. As médias dos pontos são classificadas como: “pior” (escores de 1 a 1,5), “sem mudança” (escores de 1,51 a 2,5) e “melhor” (escores acima de 2,51). Foram incluídos no estudo maiores de 18 anos, de ambos os sexos, frequentavam o CAPS há mais de 6 meses e que não possuíam comprometimento cognitivo.
Resultados: foram entrevistados 170 participantes. Nos três domínios, a maioria dos participantes referiu não perceber mudanças, obtendo-se no domínio “Atividades e Saúde Física” o maior percentual de ausência de mudança (62,4%). No entanto, no item de “mudança de forma geral” a percepção de melhora foi a mais citada (77,7%).
Conclusões: os usuários e usuárias do CAPS não perceberam mudanças com o tratamento em áreas específicas de sua vida. Entretanto, perceberam mudanças de modo geral em suas vidas, a partir do tratamento realizado no CAPS. Os resultados demonstram que os participantes não souberam identificar em quais condições e/ou comportamentos de sua vida foram percebidas essas mudanças.
PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE E FATORES ASSOCIADOS EM USUÁRIOS DE UM APP DE ESTILO DE VIDA
Pôster
PIMENTEL, S.B.C1, MOTA, J. C.1, COSTA, G.1, PINHEIRO, K.2, LIMA, R.2, De Boni, R.1
1 Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
2 Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
Objetivo:
Analisar a prevalência de screening positivo para ansiedade, e seus fatores associados, entre usuários de um aplicativo de promoção de estilo de vida saudável.
Métodos:
Análise secundária do baseline de um ensaio clínico de factibilidade que avaliou o app VIVA!. Os participantes eram indivíduos ≥ 18 anos, usuários do SUS e residentes no Rio de Janeiro. Screening positivo de ansiedade foi considerado um score ≥ 10 na escala GAD-7. Modelos de regressão de Poisson foram ajustados para estimar as razões de prevalência de possíveis fatores associados à ansiedade.
Resultados:
Foram incluídos na análise 401 indivíduos, 74,6% do sexo feminino, 61,5% com ensino superior ou mais e mediana de 40 anos. A prevalência de screening positivo para ansiedade foi de 64,6%. No modelo ajustado, os fatores estatisticamente significativos associados à ansiedade foram: sexo feminino (RP: 1,47; IC95%: 1,23-1,76), screening positivo para depressão (RP: 2,60; IC95%: 2,01-3,37), idade < 40 anos (RP: 1,17; IC95%:1,03-1,33). Não foi encontrada associação significativa entre escores de estilo de vida e ansiedade (RP:0,99; IC95% 0,98-1,01).
Conclusões:
A alta prevalência de ansiedade na amostra indica o interesse de indivíduos com esta condição em intervenções destinadas a promover estilos de vida saudáveis. Estas intervenções, como exercício físico e meditação, são eficazes no tratamento dos sintomas. Contudo, o uso do app para este fim ficou restrito a indivíduos de maior escolaridade e mulheres, limitando sua utilidade para populações com baixa literacia digital.
PREVALÊNCIA DE HUMOR E PENSAMENTOS DEPRESSIVOS EM ADULTOS: INQUÉRITO EPICOVID-PIAUÍ, 2022
Pôster
Mascarenhas, M. D. M.1, Moura, A. L. C.1, Feitosa, A. L. M.1, Melo, A. S.1, Bezerra, B. L.1, Lima, C. N.1, Sousa, C. C. M.1, Mesquita, C. F. B.1, Silva, F. B.1, Santos, F. A. C.1, Fernandes, L. O.1, Rodrigues, M. T. P.1, Alves, N. S.1, Silva, N. R. F.1
1 UFPI
Objetivo: Descrever a prevalência de humor e pensamentos depressivos em adultos durante a pandemia de covid-19 no Piauí, Brasil. Métodos: Estudo transversal analítico de base populacional, realizado de março a novembro de 2022. A seleção da amostra foi realizada em três estágios (estrato, setores censitário e domicílio) com residentes de domicílios particulares da zona urbana de Teresina e outros 23 municípios piauienses. Utilizou-se o Self-Reporting Questionnaire-20 (SRQ-20) para rastrear os grupos de sintomas depressivos (humor depressivo-ansioso e pensamentos depressivos). Calcularam-se as prevalências (frequências ponderadas), intervalos de confiança de 95% (IC95%) e teste do qui-quadrado de Pearson para verificar associação entre as variáveis independentes e o desfecho (p<0,05), no programa STATA (versão 16.1). Resultados: Foram entrevistados 1.806 adultos (≥18 anos de idade). A prevalência de humor depressivo foi de 55,5% (IC95% 51,9-59,2), estatisticamente maior entre residentes em Teresina (68,8; IC95% 65,1-72,4) e em mulheres (64,8%; IC95% 60,1-69,1). As queixas de humor depressivo foram: nervosismo (47,8%), tristeza (37,3%), choro fácil (22,2%) e assustar-se facilmente (21,3%). A prevalência de pensamentos depressivos foi de 24,5% (IC95% 21,7-27,6), estatisticamente maior entre residentes em Teresina (33,5%; IC95% 30,3-36,7) e em mulheres (29,6%; IC95% 26,1-33,3). As queixas de pensamentos depressivos foram: desinteresse (17,4%), sentir-se incapaz (16,8%) ou inútil (12,2%) e pensamento suicida (5,8%). Conclusões: Verificou-se maior prevalência de humor e pensamentos depressivos em residentes de Teresina e entre mulheres. As principais queixas foram nervosismo, tristeza, choro fácil, além de desinteresse e pensamento suicida. É necessário desenvolver ações para a promoção da saúde mental e qualidade de vida.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA DE ESQUIZOFRENIA NOS ANOS DE 2013 E 2019
Pôster
Azevedo, C. A.1, Carvalho, F.L.2, Santos, D. B.3
1 UFBA
2 UNEF
3 UFRB
Objetivo:Estimar a prevalência e fatores associados à esquizofrenia na população brasileira nos anos de 2013 e 2019. Métodos:Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados da Pesquisa Nacional de Saúde(PNS), nos anos de 2013 e 2019. Com população de 60.202 indivíduos em 2013 e 88.531 em 2019. Foram coletadas informações socioeconômicas, condições de vida e saúde. Na análise de dados foi calculada a prevalência e estimada a razão de prevalência bruta e ajustada por meio da análise de Poisson com variância robusta. Adotou-se o valor de p<0,05 como estatisticamente significativo e IC95%. Resultados:A prevalência em 2013 e 2019 foi de 25,9% e 6,0%, respectivamente. Na análise ajustada, no ano de 2013, os indivíduos com esquizofrenia autorreferida foram, em sua maioria, do sexo masculino com RP 1,72(IC95%: 1,24-2.40)e em 2019, a prevalência aumentou RP 2,85(2,21-3,68). Foi possível verificar associação entre as variáveis renda e escolaridade, em ambos os anos. Quanto aos hábitos comportamentais, consumo de álcool e tabagismo mantém-se associado entre os dois anos, com o acréscimo da variável atividade física e assiste TV em 2019. Para as condições clínicas em 2013, somente o uso de medicamentos esteve associado com a ocorrência de esquizofrenia. Em 2019, as variáveis doença crônica, depressão e medicamento foram estatisticamente significantes. Conclusão: Os dados apresentados elucidam maior prevalência no ano de 2013, entretanto os fatores associados não apresentam variação discrepante entre os anos, mas salienta em análise as iniquidades perante o acesso e a compreensão sobre a saúde mental.
PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL ATRAVÉS DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
Gomes, C.T.R.1, Netto, D. C. C.1, Netto, D. C. C.1, Netto, D. C. C.1
1 SMS Petrópolis
Corroborou-se a relevância da Saúde Mental (SM) da população após a pandemia da COVID-19, sendo adicionada às ações prioritárias do Programa Saúde na Escola (PSE) em 2023. Objetivos: Relato de experiência sobre atividades de Educação e Promoção da Saúde Mental no ensino Infantil, Fundamental e Jovens Adultos da rede pública do município de Petrópolis/RJ, realizadas pela equipe do PSE.
Métodos: Foram realizados encontros com os estudantes para abordar o conceito amplo de saúde e a Regulação Emocional (RE) em diferentes idades. A RE abarca o autoconhecimento, reconhecimento das emoções e desenvolvimento de estratégias de manejo e enfrentamento a momentos de humor intenso. Utilizaram-se métodos e produções lúdicas para abordar a RE em situações de seu cotidiano, como a “Trilha das Emoções”, “O que é Saúde?” e os “Emojis”.
Resultados: Participaram ao todo 833 alunos de 13 escolas. Observou-se grande interação e interesse por parte dos estudantes e dos professores sobre SM e o manejo das emoções, emergindo a necessidade da atuação sobre a temática nas escolas. As produções utilizadas foram adequadas e foram ferramentas facilitadoras do processo de educação e promoção à saúde.
Conclusões: Frente ao exposto, reitera-se a potência que a comunidade escolar possui de ser um local estratégico para a Educação e Promoção da Saúde, principalmente ao que concerne à SM.
SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE UMA UNIDADE DE APS NA REGIÃO CENTRAL DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Leite, T. R. S.1, Silva, C. M.1, Acetta, F. B.1, Deliberador, M. C. S.1, Moreira, G. F.1, Freitas, F. F.1, Correa, I. O.1, Rega, P. C.1, Monteiro, M. P.1, Borges, A. C.1, Elia, P. C.1
1 Universidade Estácio de Sá - IDOMED
Objetivos: avaliar a presença de ansiedade e depressão em profissionais de uma Equipe de Atenção Primária à Saúde (APS), além do nível de satisfação com o trabalho e o grau de prejuízo à saúde imposto pelo mesmo.
Métodos: estudo exploratório descritivo, em que foram aplicados os questionários de ansiedade e depressão GAD-7 e PHQ-9 para 35 profissionais da equipe multiprofissional da APS.
Resultados: A média da pontuação dos profissionais evidenciou grau de ansiedade e depressão leves (GAD-7 = 6,94 ± 3,93; PHQ-9 = 6,71 ± 4,48). A média da pontuação entre as categorias profissionais agente comunitário de saúde, médico(a) e técnico(a) de enfermagem, para ambos os questionários, evidenciou grau de ansiedade e depressão leves. Entre as categorias farmacêutico(a) e gerente, observou-se grau de ansiedade leve e depressão mínima. Para a categoria dentista, observou-se grau de ansiedade e depressão mínimas. Para a categoria enfermeiro(a), evidenciou-se grau de ansiedade mínima e depressão leve. Para o setor administrativo, notou-se grau de ansiedade leve e depressão moderada. Quanto à satisfação com o trabalho, 40% dos trabalhadores afirmam estar muito satisfeitos, 48,57% satisfeitos e 11,43% nem satisfeitos, nem insatisfeitos. Em relação à percepção do nível de prejuízo à saúde devido ao trabalho, 5,715% dos profissionais relataram muito prejuízo, 20% moderado prejuízo, 48,57% pouco prejuízo e 25,715% nenhum prejuízo.
Conclusões: Profissionais de todas as especialidades dentro da Equipe de APS estão sujeitos a transtornos de ansiedade e depressão, mesmo que em grau leve, bem como podem sofrer impacto das atividades laborais sobre à saúde mental.
SAÚDE MENTAL E LUDICIDADE: CAMINHO DE CUIDADO DE MULHERES QUE VIVENCIARAM O CÂNCER DE MAMA
Pôster
Assad, L. D. M.1, Santana, C. S.1, Silva, T. C. L. R.1, Souza, C. T. V.1
1 INI/FIOCRUZ
Objetivo: Compreender, a partir de desenhos e relatos de experiência, as percepções de mulheres que vivenciaram o diagnóstico de câncer de mama (CM) acerca do seu processo saúde-doença no âmbito da epidemiologia social. Método: O projeto Plataforma de Saberes do Instituto de Infectologia Evandro Chagas/Fiocruz promoveu, em outubro/2023, um workshop de saboaria artesanal que fomentou o autocuidado e a geração de renda para mulheres que vivenciaram o diagnóstico de CM. Neste workshop foram realizadas quatro oficinas com aproximadamente 18 mulheres. Dentre as oficinas realizadas, destaca-se a intitulada “Autocuidado: caminhos para cuidar da saúde mental”, realizada em 06/10/2023, que trouxe a proposta de utilizar o desenho como forma de expressão. Inicialmente cada mulher refletiu sobre sua trajetória de vida (vivência do diagnóstico/tratamento do CM) como parte da (re)construção subjetiva. No segundo momento foi solicitado que elas produzissem um desenho que expressasse o resultado dessa reflexão. Resultados: Embora o CM traga desordens físicas, psicológicas e sociais, o grupo sob estudo, trouxe o autoconhecimento e o exercício de olhar para si, estratégias de cuidado que foram fundamentais para a elaboração do que foi vivido no processo saúde-doença, como: arte, cultura, resgate de tradições familiares, espiritualidade, lazer, amorosidade, esperança, dentre outros; ferramentas importantes para o cuidado da saúde mental e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida. Conclusões: Os desenhos produzidos trouxeram questões importantes da história de vida de cada uma e demonstram que foram utilizados como recurso de enfrentamento e resiliência, além da possibilidade de ressignificar suas experiências vividas.
SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PROFESSORES DO ESPÍRITO SANTO: UM ESTUDO PILOTO
Pôster
Ferreira, B. N.1, Schneider, K. D.1, Mazzini Y. C.1, Vitori, P. V. R.1, Antonucci, B. L.1, Salomão, S. B.1, Rocha, K. S. S.1, Maya, M.C.M.C.D.1, Araújo, D.C.S.A.1
1 Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
Objetivo: avaliar a ocorrência de sintomas de ansiedade e depressão entre professores de uma escola da rede estadual de ensino do Espírito Santo.
Métodos: estudo transversal, realizado em novembro de 2023 com professores de uma escola estadual do Espírito Santo. Os dados foram coletados por meio de questionário autoaplicável que continha informações sociodemográficas e as escalas Generalized Anxiety Disorder-7 (GAD-7) e Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). Projeto aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE: 70203023.4.0000.5060).
Resultado: participaram do estudo 36 professores, sendo a maioria do sexo feminino (n= 22; 61,1%). A idade média foi de 36,5 anos e 40% (n=14) se declararam de cor branca. Dentre os participantes, 20% relataram ter diagnóstico prévio de transtornos de ansiedade (n=9), mas os resultados de GAD-7 indicaram que 32% (n=15) apresentaram sintomas compatíveis com ansiedade moderada ou grave. O diagnóstico prévio de transtorno depressivo foi relatado por 11% dos professores (n=5), mas 30% (n=14) apresentaram sintomas compatíveis com depressão moderada a grave, pela escala PHQ-9. Ainda, 17,5% (n=7) relataram pensar em se ferir de alguma maneira ou que seria melhor estar morto(a).
Conclusão: os resultados revelam uma parcela significativa de professores com sintomas de ansiedade e depressão, além de preocupante ideação suicida. Estes achados ressaltam a urgência de intervenções e suporte psicológico dentro do ambiente escolar.
SINTOMAS DEPRESSIVOS E COMPULSÃO ALIMENTAR SÃO FREQUENTES NO PÓS-PARTO EM MULHERES COM DMG
Pôster
Silvani, J.1, Nunes, M. A. A.1, Bracco, P. A.1, Schmidt, M. I.1
1 UFRGS
Objetivos: Investigar a prevalência de sintomas depressivos e de compulsão alimentar recorrente no pós-parto em mulheres com Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) recente, e a associação entre fatores sociodemográficos, comportamentais e nutricionais.
Métodos: Estudo de coorte multicêntrico de mulheres com DMG (LINDA-Brasil). Os dados foram coletados do pré-natal até o pós-parto usando instrumentos padronizados e entrevistas estruturadas. A análise de regressão de Poisson foi usada para estimar as razões de prevalência ajustadas.
Resultados: Observou-se uma prevalência de sintomas depressivos com pontuação >10 em 41,3% das participantes, >12 em 30,2% e >18 em 8,8%. A prevalência de compulsão alimentar recorrente no pós-parto foi de 38,9%. Essas condições foram mais frequentes entre as mais jovens, com menor escolaridade, menor renda, fumantes, com sobrepeso ou obesidade, e com má qualidade do sono. Os sintomas depressivos associaram-se também a uma maior prevalência de histórico de aborto.
As razões de prevalência ajustadas entre a presença de compulsão alimentar no pós-parto (em comparação com a ausência de compulsão alimentar) e sintomas depressivos foram de 1,37 (IC95% 1,01 - 1,85) na pontuação entre ≥10 e <12, de 1,67 (IC95% 1,33 - 2,08) entre ≥12 e <18, e de 2,01 (IC95%1,52 - 2,66) para uma pontuação ≥18.
Conclusões: A sintomatologia depressiva e a compulsão alimentar recorrente são comuns no período pós-parto em mulheres com DMG. Idade, educação, renda, tabagismo, histórico reprodutivo e peso corporal estão associados à prevalência de sintomas depressivos e compulsão alimentar recorrente.
SUICIDE MORTALITY AMONG INPATIENTS WITH LOW BACK PAIN (LBP) IN BRAZIL, 2000-2015
Pôster
Medeiros, H.M.F.M.1, Cherchiglia, M.L.1, Naghavi, M.2, Melo, A.P.S.1
1 UFMG
2 University of Washington
Objective: To describe the risk of suicide mortality in a nationwide cohort of inpatients with a primary diagnosis of Low Back Pain (LBP) compared to those with other diagnoses from 2000 to 2015 in Brazil.
Methods: This retrospective cohort study included all patients hospitalized through the Brazilian National Health System (SIH-SUS-Brazil) from 2000-2015. The follow-up period was measured from the patients´ initial hospitalization date until their date of death or May 31, 2015. Probabilistic and deterministic record linkages integrated data from SIH and the National Mortality System (SIM). LBP was identified as a diagnosis with ICD-10 codes M54.3-M54.4-M54.5, while suicide mortality was determined by underlying cause of death codes X60-X64.9-X66-X84.9-Y87.0. Mortality rates were expressed per 100.000 inpatients, and the relative risk (RR) was calculated with a 95% confidence interval (CI), comparing suicide mortality among LBP with other diagnoses.
Results: 72.025.695 patients were hospitalized in the public health system, SIH-Brazil in the studied period, with 283,709 (0.4%) having LBP and 71,741,993 (99.6%) with non-LBP disorders. Among deaths registered, 36,617(0.8%) were due to suicide. Among LBP, 333 deaths due to suicide were identified (mortality rate=117,5/100,000 inpatients). Conversely, suicide deaths among patients with diagnoses other than LBP yielded a mortality rate of 50.0 per 100.000 inpatients. The relative risk of death in LBP due to suicide was 2.32 (95% CI= 2.08-2.60) (p<.0001) when comparing the two groups.
Conclusions: Our analysis indicates an increased risk of dying due to suicide among LBP inpatients in Brazil. Identifying and managing suicide-related conditions can reduce premature mortality.
TEMPO DE TRATAMENTO DE USUÁRIOS E USUÁRIAS DE UM CAPS I DO EXTREMO SUL CATARINENSE
Pôster
Corrêa, V. P.1, Rocha, B. V.1, Santos, B. M.1, Silva, N. C.1, Vieira, D. S. R.1, Schneider, I. J. C.1
1 UFSC
Objetivo: Investigar o tempo de tratamento dos usuários e usuárias no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) I.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal com dados do projeto de pesquisa “Vulnerabilidades em Saúde de usuários do CAPS de Araranguá-SC”. Foram incluídos no estudo maiores de 18 anos, de ambos os sexos, frequentavam o CAPS há mais de 6 meses e que não possuíam comprometimento cognitivo. O tempo de tratamento e as informações sociodemográficas foram coletadas por meio de entrevista estruturada. Os resultados foram expressos em frequências relativas.
Resultados: No total, foram incluídos 170 participantes. A maioria era do sexo feminino (71,2%), tinha entre 50 e 59 anos de idade (27,8%), estudou entre 9 e 11 anos (35,9%) e se autorrelatavam como raça/etnia branca (81,2%). Em relação ao tempo de tratamento, a maioria estava na categoria ≤ 3 anos (57,1%), seguido da categoria >5 anos (32,3%).
Conclusões: Os usuários e usuárias do CAPS apresentaram um período relativamente curto de tratamento, considerando que o serviço é direcionado para pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de problemas mentais graves e persistentes. Nesse sentido, pode-se concluir que o serviço possui uma resolução adequada dos casos em que houve adesão ao tratamento.
TRAJETÓRIA DE SINTOMAS DEPRESSIVOS EM MULHERES ENTRE 1-8,5 MESES PÓS-PARTO
Pôster
Silva, G.T.1, CAMPOS, A.D.S.1, FIGUEIREDO, A.C.C.2, SCHNEIDER, B.C.1, PAULA, D.P.3, KURIHAYASHI, A.Y.1, MUCCI, D.B.4, Kac, G.1
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro; Centro Universitário Serra dos Órgãos
3 Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
4 Universidade Federal do Rio de Janeiro; Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Objetivo: Descrever a trajetória dos sintomas depressivos entre 1–8,5 meses pós-parto da coorte brasileira parte de um estudo multicêntrico The Mothers, Infants, and Lactation Quality (MILQ). Métodos: O MILQ estudou 248 lactantes saudáveis entre 18-40 anos em três visitas: 1-3,49; 3,5-5,99 e 6-8,5 meses. Os sintomas de depressão pós-parto (DPP) foram avaliados pela Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS), que contêm 10 perguntas que podem somar um escore máximo de 30 pontos. Pontuações mais elevadas na EPDS indicam maior gravidade dos sintomas depressivos. Modelos Generalizados Lineares de Efeitos Misto ajustados pela família Poisson foram empregados para investigar a relação entre os sintomas depressivos e o tempo no pós-parto em semanas, estimando a trajetória dos sintomas de DPP. O modelo final foi ajustado para idade materna, renda familiar mensal, situação conjugal, paridade, cor da pele, IMC pré-gestacional e frequência de aleitamento materno noturno. Resultados: A mediana do escore de EPDS foi de 6,5, 6 e 5,5 para a visita 1, 2 3, respectivamente. O modelo ajustado revelou uma variação significativa na média do escore de sintomas depressivos ao longo do período pós-parto, com um declínio aproximado de 1% por semana (IC95% -0,01;-0,002; p=0,002). A maior frequência de aleitamento noturno está associada a um leve aumento nos sintomas depressivos (β= 0,031; IC95%: 0,003;0,058; p=0,02). Conclusão: Os resultados evidenciaram uma melhora dos sintomas depressivos ao longo das semanas pós-parto, ressaltando a necessidade de vigilância contínua durante esse período crítico, estudos e intervenções precoces para promover o bem-estar mental das mães.