Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - 9. Agravos relacionados ao trabalho (ART)
INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL, 2014-2020
Pôster
Camargo-Cruz, P. E. A.1, Santos e Silva, F. C. N.1, Pontes, J. M.2
1 USP
2 Fundacentro
Objetivos: Analisar a distribuição espacial e temporal dos casos de intoxicação por agrotóxicos no Estado de São Paulo, entre os anos de 2014 a 2020 e descrever a incidência e a letalidade das notificações. Métodos: Os dados das intoxicações foram obtidos a partir do SINAN e, posteriormente, espacializados para avaliação dos locais em que essas notificações ocorreram. Calculamos taxas de intoxicação (por 100 mil habitantes/município) e de letalidade (óbitos a cada 100 intoxicações confirmadas). A faixa etária considerada foi de maiores de 14 anos. Utilizamos ferramentas de estatística espacial que permitiram a localização de áreas de maior e menor incidência das taxas de intoxicação (hotspots e coldspots). Resultados: Em 2014, foram notificados 24.937 casos de intoxicação exógena no território paulista. Em 2020, 34.931 (um aumento de 40,08%). As intoxicações confirmadas apresentaram queda (-34,88%, que podem se relacionar com a pandemia/menor atividade econômica). Em função da subnotificação, estima-se que esses números de notificações/intoxicações sejam maiores, o que torna o problema muito mais drástico. A taxa de letalidade destas intoxicações apresentou uma queda de -21,31% no período. O número de intoxicações (20.923,33/ano) como o de óbitos (média de 338,00/ano) permaneceram altos. Conclusões: A análise espacial permitiu determinar quais regiões em que as taxas de intoxicações são mais extremas. Em 2014, um aglomerado de intoxicações nas mesorregiões de Araçatuba, São José do Rio Preto, Campinas, Itapetininga e Litoral Sul Paulista. Já em 2020, maiores taxas de intoxicações nas mesorregiões de Araçatuba, São José do Rio Preto, Bauru, Itapetininga e Litoral Sul Paulista.
ANÁLISE DO PERFIL DE MORTALIDADE PREMATURA POR DCNT NO AMAZONAS ENTRE 2018 A 2022.
Pôster
MELO,F.M1, RAMOS, T.C.A.1, MELO, A.X.1, ARAUJO, T. S.1, CAMPELO, E. C.1, WATANABE, T. T.1, PIMENTÃO, A. R.2, NASCIMENTO, P. C. M.3, BRUCE, A. T. I.4
1 FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAUDE DRA. ROSEMARY COSTA PINTO - FVS-RCP
2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA
3 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO
4 SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAUDE - SEMSA
Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico da mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no estado do Amazonas no período de 2018 a 2022 Métodos: Trata-se de um estudo descritivo realizado a partir dos dados epidemiológicos obtidos pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) ao longo de cinco anos. As variáveis sociodemográficas analisadas incluíram idade, sexo, raça/cor e regional de ocorrência dos óbitos. Resultados: A análise dos dados revelou que as principais causas de mortalidade prematura por DCNT, caracterizados pelos quatro grandes grupos de doenças (neoplasias, diabetes, doenças respiratórias crônicas e doenças do aparelho circulatório), no estado do Amazonas foram neoplasias e doenças do aparelho circulatório. As neoplasias apresentaram o maior índice de mortalidade, seguidas pelas doenças do aparelho circulatório. O local com a maior proporção de óbitos foi a regional do Entorno de Manaus, que representou 75% dos óbitos, o que se deve à concentração populacional e de serviços de saúde na capital. A faixa etária mais afetada foi de 60 a 69 anos, representando 46,8% dos óbitos. O sexo masculino foi o mais acometido, com 54,12% dos casos, enquanto a raça/cor parda foi predominante, correspondendo a 77% dos óbitos. Conclusão: A análise do perfil epidemiológico da mortalidade prematura por DCNT no Amazonas sugere a necessidade de intervenções focadas na prevenção primária e secundária dessas doenças. Estratégias recomendadas incluem a promoção de estilos de vida saudáveis, incentivo à alimentação balanceada, redução do consumo de álcool e tabaco, e estímulo à prática regular de atividades físicas.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE LER/DORT NO ESTADO DE SÃO PAULO, PERÍODO DE 2006 A 2023
Pôster
Coelho, G. V.1, Marcantonio, L. P.1, Teixeira, A. C. A.1, Neves, B. K. C.1, Consalter, F.1, Galindo, G. I.1, Pamplona, J. L. M.1, Bastos, T. B.1, Melo, M. C.1, Silveira, D.1
1 Faculdade São Leopoldo Mandic - Araras
Objetivo: identificar os casos de Lesão por Esforço Repetitivo/Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho(LER/DORT) no estado de São Paulo no período de 2006 a 2023. Método: trata-se de estudo ecológico com dados secundários do SINAN, via DATASUS. As variáveis estudadas foram casos de LER/DORT, ano de diagnóstico, grupo etário, sexo, jornada +6h, necessidade e tempo de afastamento e emissão de CAT. Resultados: dos 38.075 casos, 57,7% foram do sexo masculino, sendo que entre os períodos de 2006 a 2015 e 2016 a 2023, a frequência aumentou de 57,8% para 81,9%. Em todos os períodos, os casos foram maiores em brancos (52,4%), faixa etária entre 20 e 49 anos (80,62%), jornada acima de 6h (89,9%), dos indivíduos acometidos por LER/DORT, 53,6% receberam afastamento, embora comparando os períodos de 2006 a 2015 e 2016 a 2023 a frequência diminuiu de 52,7% para 38,4%. Com relação a escolaridade, 60% apresenta ensino médio (EM) completo ou incompleto, no entanto, no período de 2006 a 2015 os mais acometidos foram aqueles que possuíam ensino fundamental (EF) completo ou incompleto (29,9%), enquanto nos períodos de 2016 a 2023 foram os que possuíam EM completo ou incompleto (66,9%). Em 77,5% dos casos houve emissão no CAT e afastamento por dias correspondeu a 51,8%. Conclusão: Verificou-se que a população de São Paulo, masculina, branca, da faixa etária de 20 a 49 anos é mais acometida por LER/DORT. O grande número de casos evidenciado nesta população incita uma vigilância maior do uso de EPI's e condições de trabalho favoráveis.
QUALIDADE DOS DADOS SOBRE ACIDENTES DE TRABALHO COM ÓBITO NO SINAN, BAHIA, 2010-2019
Pôster
Serravalle, K. M. L.1, Paiva, N. S.2, Soares, J. F. de S.3
1 UFRJ, DIVAST/SESAB
2 UFRJ
3 UFBA
Objetivo: Avaliar a duplicidade, oportunidade, consistência e completude dos dados das notificações de acidentes de trabalho (AT) com óbito de residentes na Bahia, de 2010 a 2019. Métodos: estudo de casuística, descritivo, que empregou a avaliação de atributos de qualidade dos dados de AT com óbitos notificados no Sinan. Resultados: No período foram notificados 28.003 casos de AT, dos quais 934 (3,3%) evoluíram a óbito. Destes 934 casos, foram identificadas e excluídas do estudo 66 (7,1%) notificações duplicadas; 96,0% foram consideradas inoportunas; em 2,7% das notificações o campo ocupação foi inconsistente; no que se refere à completude de variáveis essenciais, foram classificados conforme critérios propostos por Romero e Cunha (2007), como muito ruim os campos Atividade Econômica (CNAE) e Escolaridade e ruim Raça/Cor e Situação no Mercado de Trabalho. Conclusões: A partir dos achados deste estudo, observou-se a necessidade de redução de duplicidades, notificação completa, consistente e em tempo oportuno dos AT com óbitos no estado da Bahia. Para isso, é imprescindível que a gestão invista em atividades formativas direcionadas aos profissionais de saúde para qualificação do preenchimento das fichas de notificação. Também, tornam-se necessárias discussões acerca da rotina da vigilância em saúde do trabalhador, principalmente sobre o processo de avaliação, monitoramento dos dados e implantação de fluxos de retorno acerca da qualidade dos dados aos profissionais e unidades notificadoras. Somente por meio de dados acurados é que a morte da população trabalhadora por AT será visível, tangível e evitável.
TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO NO ESTADO DE SÃO PAULO, 2006 A 2023
Pôster
Betez, G. D. L.1, Gutierrez, S. L.1, Longo, M. G. V.1, Moreira, A. B. C.1, Verolese, A. M.1, Freitas, G. R.1, Bastos, T. F.1, Melo, M. C.1, Santos, G. A. A.1
1 São Leopoldo Mandic Araras
Objetivo: Analisar casos de Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho (TMRT) no estado de São Paulo entre 2006 e 2023. Método: Estudo ecológico com dados sobre TMRT coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) disponíveis no DATASUS, utilizando-se variáveis como ano de notificação, sexo, raça, faixa etária, escolaridade, uso de álcool e evolução, além de dados da população ocupada, obtidos do IBGE. A análise incluiu o cálculo de proporções e taxas de incidência e os resultados foram organizados em tabelas e gráficos. Resultados: O total de notificações no período foi de 5567, sendo que 12,1% delas ocorreram no ano de 2023. O sexo feminino e a raça branca foram os mais frequentes, correspondendo a 66,5% e 56,9%, respectivamente. Em relação à faixa etária, tem-se que idades entre 40 e 49 anos corresponderam a 34,7% das notificações totais. Enquanto 35,3% do total é atribuído a trabalhadores com ensino médio completo, 56,8% dos casos notificados evoluíram com incapacidade temporária. Ao analisar a taxa de incidência, verificou-se uma crescente no decorrer dos anos, com declínio no ano de 2020, seguido de nova crescente. O pico da taxa ocorreu no ano de 2023, com valor de 3,5 por 100.000 pessoas ocupadas. Conclusões: Apesar do total de notificações ainda ser baixo, esse número vem aumentando ao longo dos anos e requer atenção devido ao impacto social e econômico que a condição representa. Os TMRT apresentaram maior frequência entre mulheres, pessoas de raça branca e na faixa etária de 40 a 49 anos, ressaltando a maior atenção necessária a esses grupos populacionais.