Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - 10. Outras doenças crônicas
ANALISE DESCRITIVA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS DCNTS NA BAHIA DE 2011 A 2021
Pôster
Santos, TPM.1
1 UFRJ
No Plano de Enfrentamento das DCNTs estão o conjunto das quatro principais DCNT: diabetes mellitus, neoplasias, doenças do aparelho circulatório, e doenças respiratórias crônicas – as quais responderam por 54,7% das mortes em 2019 (BRASIL, 2020).
Na Bahia, em 2019 houve 46.418 óbitos destes 40,0% (18.582) na faixa etária dos 30-69 anos; e taxa padronizada da mortalidade prematura neste ano alcançou 301,2/100.000 habitantes, superior à registrada no país (275,5/ 100.000hab.). Este estudo objetivou construir descritivamente o perfil epidemiológico das DCNTs na Bahia entre 2011-2021. Método: Foi utilizado dados secundários disponíveis em sistemas de informações oficiais e IBGE; acessados pelo tabulador: Tabnet/SUVISA/SESAB. Para elaboração dos gráficos, tabelas e análises: Excel/Microsoft/2017. Resultado: Observar-se que a Bahia apresenta mortalidade que cursou com elevação das DCNTs nesses últimos 12 anos. Com maior presença entre o sexo masculino demonstrando que além da população já acometida por esses adoecimentos– devido ao envelhecimento populacional - vem trazendo mortalidade para uma população precoce (30-69 anos). E sinaliza uma maior presença de mortalidade na população negra (preta e parda) e uma expressiva incompletude no quesito raça/cor dificultando dados fidedignos relacionado a realidade racial. Por patologia, demonstra maior volume na mortalidade por doenças cardiovasculares e maior morbidade pelas doenças respiratórias crônicas. Conclusão: Esses dados são reflexos de hábitos culturais – e dentre esses comportamentos sociais estão: tabagismo, inatividade física, consumo abusivo de álcool, alimentação não saudável e obesidade – que são todos fragilizadores do sistema imunológico.
CARGA DE CORTICOIDES DO PACIENTE COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO NO BRASIL
Pôster
Zampilis, E. R. N.1, da Silva, P. M. T.1, Rodrigues Neto, A.1, de Abreu, M. M.1
1 UFRJ
Objetivos: Avaliar a carga de uso de glicocorticoides no paciente com lúpus nas cinco regiões do país.
Métodos: Estudo transversal. Inclusão: pacientes com lúpus, segundo os critérios de classificação do Colégio Americano de Reumatologia (ACR, 1997), acompanhados em um serviço de referência de cada região do país; exclusão: aposentados por outras doenças que não o lúpus. Coleta de dados: entrevista presencial com 8 questionários, incluindo dados clínicos, de qualidade de vida (SF-12) e acesso. Carga de corticoide: dose alta (>20 mg/dia), média (10-20 mg/dia) e baixa (<10 mg/dia); uso permanente (sem alteração de dose) e uso oscilante (com alteração de dose). A análise de correspondência múltipla (ACM) explorou fatores associados ao uso de glicocorticoide.
Resultados: Dos 300 pacientes, 71,3% usaram glicocorticoide: 28 (9,3%) com dose alta, 28 (9,3%) com dose intermediária, 143 (47,7%) com dose baixa e 101 (33,7%) eram não usuários. Discrepâncias regionais no uso do medicamento foram identificadas, predominando a região Norte [16 (57,1%), p<0,001] com dose alta. Uso oscilante predominou em altas doses [27 (96,4%), p<0,001] e uso permanente foi maior entre usuários de baixas doses [75 (52,4%), p<0,001] e na região Centro-Oeste (p<0,001). A ACM identificou dois clusters de acordo com o uso ou não de glicocorticoide, estratificados por etnia, escolaridade, morbidade clínica, bem como qualidade de vida.
Conclusões: O uso de corticoide esteve associado a morbidades clínicas, bem como a fatores sociais, raciais e regionais.
ALERGIA DE CONTATO A NÍQUEL NO RIO DE JANEIRO: ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE 2000 A 2018
Pôster
Macedo, S. M.1, Moreira, J.C.1, Santos, S.S.2, Pavesi, T.1, Teixeira, L.R.1, Soalheiro, M.1, Cruz, B. C. S.1, Silva, D. G. P.1, Cavalcante, L. M.1, Pereira, L.S.B.1
1 Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH)/ Escola Nacional de Saúde Púbica (ENSP)/ Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
2 Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos / Escola Nacional de Saúde Púbica (ENSP)/ Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
O níquel é o alérgeno mais frequente em todo o mundo. Objetivo: Este estudo estima a prevalência da dermatite de contato a níquel em pacientes do Rio de Janeiro com base no índice MOAHLFA, co-sensibilização e cor da pele. Método: Estudo transversal de base hospitalar, com avaliação do prontuário de dois ambulatórios de dermatologia do Rio de Janeiro, no período de 2000 a 2018. O critério de inclusão foi maioridade, “Teste de Contato Brasileiro” (TC) completo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos, n° 1.828.833. Resultados: Dentre os 1.465 pacientes, os que apresentaram alergia a metais foram 586. Desses, 410 (69,97%) apresentaram alergia ao níquel. A composição dos alérgicos a níquel, conforme o índice MOAHLFA, é de 84,6% de mulheres, pessoas acima de 40 anos representam 59,2% e o eczema de mãos foi o mais prevalente, 47,4%, o de face, 27,6%, e o de pernas, 30,2%. A relação com o trabalho foi de 35,3%. Não houve diferença significativa para alergia a níquel entre brancos (136; 27,6%) e não brancos (184; 27,2%). Conclusão: Os resultados sugerem que a alergia a níquel não apresentou relação com ocupação e etnia. Houve associação com o sexo feminino e idade maior de 40 anos. A prevalência no Rio de Janeiro guarda semelhança com outros estudos brasileiros da mesma época.
COVID LONGA, NECESSIDADES E USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Portela, M. C.1, Lima, S. M. L.1, Escosteguy, C. C.2, Martins, M. M.1, Vasconcellos, M. T. L.3, Bernardino, M.4, Baginski, M. P.4, Oliveira, G.4, Andrade, C. L. T.4, Soares, L.5, Caldas, B. N.1, Aveling, E, L.6
1 Fundação Oswaldo Cruz
2 Hospital Federal Servidores do Estado do Rio de Janeiro
3 Science
4 Fundaçao Oswaldo Cruz
5 Patient-Led Research Collaborative
6 Harvard T. H. Chan School of Public Health
Objetivo: Mapear a ocorrência de COVID Longa (CL), necessidades, uso e barreiras de acesso a serviços de saúde na população de pacientes internados por COVID-19 em hospitais do SUS na cidade do Rio de Janeiro que tiveram alta entre dezembro/2020 e novembro/2022. Método: Estudo de coorte com amostra probabilística selecionada em dois estágios: hospitais e pacientes. Dados foram coletados em entrevistas telefônicas, e as análises realizadas no pacote estatístico SAS®, considerando efeitos do desenho amostral. Resultados: A amostra incluiu 651 pacientes, dos quais 95 morreram entre a alta hospitalar e o recrutamento. Os resultados correspondem a uma população estimada de 11.328 sobreviventes, dos quais 71,3% reportaram pelo menos um sintoma persistente compatível com CL e 39,3% se autoperceberam com CL. Os sintomas persistentes mais frequentes foram: fadiga (34,0%), mal-estar pós-esforço (32,3%), dor nas articulações (30,1%), alterações no sono (28,4%) e comprometimento cognitivo (27,5%). A ocorrência desses sintomas associou-se ao sexo feminino, idade (padrão não-linear) e comorbidades prévias à COVID-19. Passados até dois anos desde a COVID-19, cerca de 50% da população precisaram de serviços de saúde, nos seis meses antecedentes à entrevista, por condições que surgiram ou pioraram após a infecção. Destaca-se a lacuna entre necessidade e uso de serviços médicos especializados e de exames de imagem, e a dependência do acesso a esses serviços à possibilidade de pagamento no setor privado. Conclusão: Os achados apontam a relevância epidemiológica da CL e a necessidade de organização da rede de serviços para responder às necessidades de cuidado de saúde colocadas.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E FATORES ASSOCIADOS ÀS HEMOGLOBINOPATIAS NOS ADULTOS BRASILEIROS
Pôster
Sá, A.C.M.G.N.1, Silva, T.M.R.1, Alves, F.T.A.1, Carneiro, L.H.P.1, Silva, A.G.1, Prates, E.J.S.1, Carrato, B.A.1, Faria, S.M.C.1, Damaceno, G.S.1, Malta, D.C.1
1 UFMG
Objetivos: Analisar a distribuição espacial e os fatores associados às hemoglobinopatias em adultos brasileiros. Métodos: Estudo transversal com exames da Pesquisa Nacional de Saúde, em 8.715 adultos, entre 2014 e 2015. As hemoglobinopatias contemplaram: traço falciforme (HbAS), persistência da HbF, HbAS com HbC, talassemia/suspeita de talassemia ou ter HbC. Estimaram-se as prevalências e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Para verificar associações entre hemoglobinopatias e variáveis sociodemográficas, estilos de vida e condições de saúde, utilizaram-se modelos de regressão logística para estimar a Odds Ratio (OR) ajustadas por sexo e idade. Elaborou-se um mapa temático a partir da malha digital das regiões do Brasil, para representar a prevalência de hemoglobinopatias em escala de cores. Adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: A prevalência de hemoglobinopatias em adultos brasileiros foi de 3,7% (IC95% 3,2-4,2). Indivíduos da raça/cor parda (OR 2,6; IC95% 1,7-3,8) ou preta (OR 3,0; IC95% 1,8-4,6) apresentaram maiores chances de hemoglobinopatias. Residir na Região Sul (OR 0,5; IC95% 0,3-0,9) e ter pelo menos o ensino médio completo (OR 0,6; IC95% 0,4-0,9) associaram-se a menores chances. Na análise espacial, observou-se prevalências mais elevadas de hemoglobinopatias nas Regiões Norte e Nordeste (indicadas por tonalidades escuras) e prevalências mais baixas nas Regiões Sul e Sudeste (representadas por cores claras). Conclusões: Conclui-se que as hemoglobinopatias foram mais prevalentes nas Regiões Nordeste e Norte e apresentaram associação positiva com a raça/cor preta e parda. Os resultados evidenciam a importância do aconselhamento genético e podem subsidiar políticas públicas de prevenção e controle no Brasil.
EFEITOS DA IDADE-PERÍODO-COORTE NA MORTALIDADE POR CÂNCER DE PRÓSTATA NO BRASIL: UM ESTUDO
Pôster
Silva, C.L.1, Duarte, N.S.2, Gomes, F.C.3, Melo Neto, J.S.1
1 UFPA
2 Estácio
3 FACERES
Objetivos: Analisar o efeito da idade, período e da coorte sobre a mortalidade por câncer de próstata no Brasil. Métodos: Estudo observacional ecológico. Foram analisados dados de óbitos pela neoplasia, extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) nacional entre 1996 e 2019. Foi aplicada a análise Idade-Período-Coorte (APC). O teste de Wald, para avaliar a distribuição Qui-Quadrado (χ2), foi utilizado para verificar a diferença significativa (p<0,05). As análises foram realizadas utilizando APC Web Tool (Biostatistics Branch, National Cancer Institute, Bethesda, MD, EUA). Resultados: No período 2000-2019, o Net Drift mostrou que a variação percentual anual estimada da taxa padronizada por idade não é estável ao longo do tempo (Net Drift: 1,532; IC95%: 0,126;3,218; χ²=3,275; p=0,070). Em relação a idade, foram encontrados desvios significativos progressivo a partir dos 35 anos e redução a partir dos 60 anos quando ajustado por período e coorte (χ²=947,55; p<0,0001). Uma tendência crescente na taxa de mortalidade específica por idade foi encontrada nas faixas etárias iniciais de 15 a 24 anos, depois há uma pequena tendência decrescente em todas as outras faixas etárias após os 45 anos (χ²=59,75; p<0,0001). A taxa de risco dos efeitos do período mostrou mortalidade significativamente menor no período de 2000 a 2004 (χ²=95,29; p<0,0001). Em relação à coorte, há desvio estatisticamente significativo para os nascidos em 1930, de 1955 a 1970 e em 1995 (χ²=59,79; p<0,0001). Conclusão: A mortalidade é maior quando atinge adultos jovens e de meia-idade. Houve aumento da mortalidade nos últimos anos.
EPIDEMIOLOGIA E CUSTOS COM MEDICAMENTOS PARA PESSOAS COM ACROMEGALIA NO SUS EM 2022
Pôster
da Silva, TCS1, Mendes, FM1, Dantas, LBP2, Zimmermann, IR1
1 UnB
2 HRT
Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das pessoas com acromegalia que utilizaram medicamentos especializados no SUS em 2022. Métodos: Estudo observacional transversal dos registros de dispensação de medicamentos especializados pelo SUS com base no código diagnóstico da CID-10: E220. Foram utilizados dados de nível individual públicos do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS), sendo extraídos os microdados do banco de Autorização de Procedimentos Ambulatoriais (APAC) disponibilizados pelo Datasus, extraídos, cobrindo o período de janeiro a dezembro de 2022. O custo dos principais tratamentos foi estimado usando a média ponderada dos preços de compras de 2022do Banco de Preços em Saúde (BPS). Resultados: A pesquisa identificou o registro de d4.379 pacientes e uso de medicamentos para acromegalia no âmbito do SUS em 2022. Deste total, 62,5% eram do sexo feminino, e a maior parcela se autodeclarado branca ou parda (48,7%), mas com 47,4% dos registros “Sem Informação” sobre raça/cor. São Paulo teve a maior proporção de pacientes (37,6%), seguido por Minas Gerais (10,6%), Rio de Janeiro (7%), e Rio Grande do Sul (5,6%). A média de idade foi estimada em 52,3 anos, com a maior parcela entre 50 e 60 anos, especialmente entre as mulheres A partir das doses dispensadas, estima-se que o gasto total com a aquisição dos medicamentos lanreotida e octreotida foi de R$ 75.952.330,43, com quase 80% desse valor referente à octreotida, opção de tratamento mais cara. Conclusão: O perfil epidemiológico de pacientes com acromegalia em uso de medicamentos no SUS revela uma predominância feminina, uma distribuição regional concentrada e um desequilíbrio de custos nos medicamentos dispensados.
FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME METABOLICA EM ADULTOS E IDOSOS EM RIO BRANCO, ACRE
Pôster
Deus, M.B.B.1, Monteiro, G.T.R.2, Amaral, T.L.M.1
1 Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), Universidade Federal do Acre (UFAC).
2 Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
Objetivo: analisar os fatores sociodemográficos a síndrome metabólica (SM) em adultos e idosos em Rio Branco, Acre. Método: estudo descritivo transversal de um inquérito de base populacional que incluiu 1.617 participantes. A SM foi definida pela presença da circunferência da cintura elevada mais dois critérios adicionais (diabetes, hipertensão arterial, e não HDL alterado. Os dados foram apresentados por meio das frequências e utilizado teste de qui-quadrado de Wald, com nível de significância de 95%. Resultados: a síndrome metabólica nos adultos foi mais prevalente no sexo feminino (8,7%), cor da pele branca (11,3%), em casados (8,4%), não possuíam escolaridade (12,4), com alguma ocupação (8,3%), com história familiar positiva para hipertensão arterial (9,0%), diabetes mellitus (10,8%) e dislipidemia (9,9%), com p-valor significativo para escolaridade e história familiar de diabetes mellitus. Em contrapartida nos idosos, a SM foi mais presente naqueles que não eram casados (29,7%), com ensino fundamental (35,7%) e que não possuíam ocupação (29,4%). Mostraram-se com p-valor significativo para sexo, cor da pele e história familiar de hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia. Conclusão: este estudo mostra que o sexo, escolaridade, cor da pele e história familiar para hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia são fatores que estão significativamente associadas a síndrome metabólica.
FATORES PREDITORES DA ANENCEFALIA NO BRASIL: ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster
DIAS, HAAL1, DIAS JUNIOR, JRL1, GALHARDO, DR1, FIGUEIREDO , ERL1, MELO-NETO, JS1, GOMES , FC1
1 UFPA
Objetivos: Identificar os fatores maternos e de assistência em saúde preditores da anencefalia no Brasil. Método: Trata-se de um estudo observacional ecológico, utilizando dados secundários sobre nascidos vivos do Brasil, entre 2017 e 2022. As variáveis do estudo foram agrupadas em fatores sociodemográficos maternos (regiões brasileiras, idade materna, estado civil, escolaridade e raça/cor) e assistência em saúde (consultas realizadas, semana gestacional (tempo) e mês de início da assistência). Foi utilizado o modelo de regressão logística binária multivariada. Resultados: Na análise multivariada dos fatores sociodemográficos maternos, observou-se que: a região Sul (p = 0,005) apresentou menor associação que a região Norte; os estados civis casado (p = 0,002) e viúvo (p = 0,007) apresentaram maior associação que solteiro; qualquer escolaridade inferior a 11 anos ou nenhuma escolaridade, apresentaram maiores chances (p < 0,001) dos neonatos nascerem com anencefalia. Quanto às variáveis da assistência em saúde, o número de consultas menor que 6 (p < 0,004) esteve relacionado com maior predição e o tempo de gestação > 22 semanas (p < 0,0001) com a menor associação à anencefalia. As demais variáveis não apresentaram resultados significativos. Conclusão: Os fatores preditores da anencefalia no Brasil foram a região Nordeste, estado civil casado ou viúvo e baixo nível de escolaridade, baixo número de consultas, sendo associado a partos prematuros.
INTERNAÇÕES HOSPITALARES DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS EM RIO BRANCO, ACRE, DE 2014 A 2021
Pôster
Rigamonte, P.R.1, Monteiro, G.T.R2, Santos, S.S2, Amaral, L.M.A1
1 UFAC
2 FIOCRUZ
Objetivo: Analisar as principais causas de internações associadas a hipertensão arterial (HAS) e/ou diabetes mellitus (DM) em maiores de 18 anos acompanhados a partir de um inquérito, em Rio Branco, Acre, de 2014 a 2021. Métodos: Estudo de coorte dos indivíduos com diagnóstico de HAS e/ou DM no inquérito de base, em 2014, constituindo desfecho a internação ao longo do período de acompanhamento. Foi realizado o procedimento de regressão de riscos proporcionais, sendo a medida de efeito a Hazard Ratio (HR), comparando o risco da internação em pessoas com HAS e/ou DM com o risco de pessoas não expostas, segundo a causa da internação, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: no período de 2014 a 2021, foram contabilizadas 9.090 internações em pessoas com HAS e/ou DM, o que representa 19,3% de hospitalização da coorte. As principais causas de internações entre hipertensos foram pneumonia (66,4%) e insuficiência cardíaca (40,8%). Nos diabéticos, as causas principais foram DM (18,5%), pneumonia (9,8%) e insuficiência renal (7,0%). Em relação ao risco de internação, nas pessoas com HAS foi encontrado um risco 66% maior de hospitalização por qualquer causa, comparado ao grupo livre dessa morbidade (HR; 1,66 95%IC: 1,09-2,36), enquanto para o DM foi observada uma HR de 2,41, não significativa. Conclusões: estratégias preventivas e de manejo adequado das complicações associadas a HAS e DM são necessárias, visando reduzir o ônus das internações hospitalares nesta parcela da população.
MORTALIDADE POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Pôster
Silva, A. G.1, Cardoso, L. S. M.2, Prates, E. J.3, Andrade, A. M. D.2, Morais, E. A. H.3, Baldi, F. V. S. O.4, Budack, J. B.5, Alves, F. T. A.6, Malta, D. C.7
1 Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.
2 Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
3 Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
4 Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais
5 Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais
6 Secretaria de Saúde Indígena - SESAI . Ministério da Saúde
7 UFMG
Objetivo: analisar a taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Métodos: Utilizaram-se os dados do estudo Carga Global de Doenças. Analisou-se a taxa de mortalidade prematura (30 a 69 anos) padronizada por idade e calculou-se o percentual de mudança entre 1990 e 2019 para os principais grupos de DCNT (cardiovasculares, respiratórias, diabetes e neoplasias). Resultados: Entre 2019 e 2023, considerando o total de DCNT a taxa de mortalidade prematura reduziu em Guiné Equatorial (-47,0%), Portugal (-43,5%), Brasil (-39,3%), Angola (-27,4%) e Guiné Bissau (-15,0%) e aumentou em Moçambique (+18,8%), Cabo Verde (+7,6%), São Tomé e Príncipe (+5,9%) e Timor Leste (+4,6%). Houve aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares em São Tomé e Príncipe (+5,5%), Moçambique (+15,2%) e Timor Leste (+19,9%). Para o diabetes, houve aumento em Cabo Verde (+158,4%), Guiné Bissau (+4,7%), Moçambique (+31,4%) e São Tomé e Príncipe (+ 24,1%), para os demais países houve redução, principalmente em Portugal (-54,9%) e Brasil (-24,8%). A mortalidade por neoplasias aumentou em Cabo Verde (+37%) e Moçambique (+30,3%), São Tomé e Príncipe (+21,2) e Timor-Leste (0,8%), nos demais países houve declínio, especialmente em Portugal (-19,7%) e Brasil (-17,9%). As doenças respiratórias reduziram em todos os países da CPLP. Conclusão: Existem diferenças nas taxas de mortalidade prematura por DCNT entre a CPLP, com aumento da mortalidade em alguns países ao longo dos anos. Isso reforça a importância da construção de parcerias, apoio e intercâmbios para melhoria dos resultados em saúde.
MORTALIDADE PREMATURA POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM PERNAMBUCO DE 2014 A 2023
Pôster
Farias, S.J.M.1, Geraldo, S.M.2, Silva, L.M.1, Silva, M.L.F.I.2, Rodrigues, B.L.S.2
1 Fiocruz/PE
2 UFPE
Objetivo: Estimar a tendência temporal da taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em Pernambuco no período de 2014 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, realizado em Pernambuco no período de 2014 a 2023. Os dados foram coletados no Sistema de Informações sobre Mortalidade com auxílio da ferramenta Tabnet do Departamento de Informática do SUS e no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para análise dos dados foi utilizada a metodologia média móvel visando atenuar a aleatoriedade e posteriormente empregou-se o modelo de regressão Prais-Winsten para calcular a tendência. Os dados foram analisados com o software Microsoft Excel 2013 e os resultados serão apresentados em gráficos e tabelas. Resultados: No período do estudo ocorreram 145.475 óbitos prematuros (30 a 69 anos) por DCNT no estado de Pernambuco, sendo mais frequente entre o sexo masculino com 53,86% das internações (n=78.365) e raça/cor parda 62,32% (n=91.227) No que concerne à tendência, ela apresentou um coeficiente de inclinação da reta de b1= -4,26, ou seja, a tendência foi decrescente com uma redução média anual de 4,26/100.000 habitantes. Os resultados deste estudo foram estatisticamente significantes ao nível de 5%. Conclusão: Segundo este estudo a taxa de mortalidade prematura por DCNT apresentou uma tendência decrescente durante os anos analisados, o que possivelmente pode estar associado à expansão da linha de cuidado para o enfretamento das DCNT. Portanto, faz-se necessário a realização de um novo estudo para verificar quais fatores contribuíram para a redução desses óbitos.
PREVALÊNCIA DE OSTEOPOROSE EM IDOSOS: DADOS DO ESTUDO ELSI
Pôster
Mimura, F. S.1, Assumpção, D.1, Santiago, L. B.1, Francisco, P. M. S. B.1
1 Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Objetivos: Estimar a prevalência de osteoporose em idosos (idade≥60 anos) segundo características sociodemográficas, medidas antropométricas e marcadores de alimentação saudável, de acordo com o sexo. Métodos: Estudo transversal com dados da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), realizado com amostra nacional representativa da população não institucionalizada (n=6.929) entre 2019-2021. Estimaram-se as prevalências e respectivos intervalos de confiança de 95%, a as associações foram verificadas pelo teste Qui-quadrado (Rao-Scott) considerando nível de significância de 5% e razões de prevalência ajustadas. Resultados: A média de idade dos idosos foi de 70,3 anos sem diferença entre os sexos (p>0,05) e a prevalência de osteoporose foi de 23% (IC95%:21,0-25,1) nas mulheres e de 6,4% (IC95%:4,7-8,7) nos homens. Em ambos os sexos observaram-se maiores prevalências com o aumento da idade e menor escolaridade (p<0,05). Nas mulheres, foram maiores nas que referiam plano médico de saúde (27,0% versus 21,9%; p<0,05) e naquelas classificadas com melhor qualidade da dieta, caracterizada pelo consumo semanal mais frequente de frutas, hortaliças e frango, e menos frequente de carne vermelha (p<0,05), independentemente da idade e da escolaridade. Conclusões: Observaram-se maiores prevalências de osteoporose nos idosos mais velhos e menos escolarizados. Nas mulheres idosas, a prevalência foi 3,6 vezes maior do que nos homens e foi verificada maior ocorrência nas que tinham plano médico de saúde e melhor qualidade da dieta, sugerindo maior adesão às orientações sobre alimentação saudável. Os resultados podem contribuir para o aprimoramento de programas de saúde direcionados ao controle da doença.
REVISÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE TABAGISMO E PERDA AUDITIVA
Pôster
Cavalcante, L.M.1, Macedo, A.P.S.1, Pereira, L.S.B.1, Silva, D.G.P.1, Cruz, B.C.S.1, Soalheiro, M.1, Teixeira, L.R.1, Pavesi, T.1
1 FIOCRUZ/ENSP
A Organização Mundial da Saúde calcula que 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo serão acometidas com algum grau de Perda Auditiva (PA) até 2050. Estudos sugerem que a PA não está apenas associada à faixa etária e à exposição ao ruído, mas também a estilos de vida, como tabagismo. Objetivo: O objetivo deste trabalho é realizar revisão bibliográfica sobre a possível associação entre o tabagismo e PA. Metodologia: Foi conduzido levantamento bibliográfico no PubMed Central, utilizando os descritores (Smoking[Title/Abstract]) AND (Hearing loss[Title/Abstract]), resultando em 566 artigos encontrados no período de 1973 até 2024. Foram selecionados 82 artigos com base no título e, após a leitura do resumo, 55 artigos foram analisados. Após a leitura completa dos artigos, esse número foi reduzido para 36 devido à falta de alinhamento com o objetivo proposto ou por falta de acesso. Resultado: A literatura relata associação entre tabagismo, PA e zumbido, com aumento dos maços-anos, independentemente da exposição ao ruído. O risco de PA e zumbido diminui com a cessação do tabagismo. A idade foi considerada como fator de confundimento. Dos estudos avaliados, 77% eram transversais, não permitindo inferir relação causal. Apenas um estudo utilizou a cotinina como biomarcador para o tabagismo, 28% dos estudos descrevem as frequências de testes audiométricos e nos demais a perda auditiva é autorreferida. Conclusão: Os autores ressaltam que ainda não encontraram evidências científicas suficientes para concluir com segurança o tipo de associação entre tabagismo e PA. Esta revisão prossegue, ampliando a escolha de descritores e outras bases de dados.
SÍNDROME METABÓLICA DE ACORDO COM A DEFINIÇÃO HARMONIZADA E NOVOS CRITÉRIOS POLONESE
Pôster
Deus, M.B.B.1, Monteiro, G.T.R.2, Amaral, T.L.M.1
1 Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), Universidade Federal do Acre (UFAC).
2 Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
Objetivo: descrever a síndrome metabólica (SM) sob diferentes critérios de definição em adultos e idosos em Rio Branco, Acre. Método: estudo descritivo transversal com dados de um inquérito de base populacional. A SM foi definida por duas diretrizes. Os novos critérios poloneses caracterizam a SM como aqueles que tinham circunferência da cintura (CC) elevada e mais dois critérios adicionais (diabetes, hipertensão arterial, e não HDL alterado). A definição harmonizada define SM quando tem 3 dos 5 critérios diagnósticos (diabetes, hipertensão arterial, CC aumentada, HDL e triglicerídeos alterados). Foi calculada a prevalência da SM dos adultos e idosos e a de cada componente da síndrome. Resultados: os adultos apresentaram uma prevalência de 7,7%, sendo o não HDL (52,6%) o componente de maior destaque pelos novos critérios poloneses; e 19,1% na prevalência pela harmonizada, com a CC (42,0%) como o componente que mais impactou. Os idosos tiveram uma prevalência de 28,9% pelos critérios polonoses e 51,4% pela harmonizada, com a hipertensão arterial (81,7%) sendo o componente mais prevalente nas duas definições. Conclusão: a prevalência da síndrome metabólica pela harmonizada foi aproximadamente duas vezes superior aos critérios da Polônia, e o componente com maior impacto na prevalência dos adultos foi o não HDL pela definição polaca e CC pela harmonizada, já nos idosos foi a hipertensão arterial nas duas definições.