Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças transmissíveis - 1. HIV/aids e outras ISTs
ANÁLISE DE TENDÊNCIA TEMPORAL DA SÍFILIS ADQUIRIDA NO BRASIL, 2010 A 2022
Pôster
Domingues, C.S.B.1, Cunha, A.C.2, Pereira, G.F.M.2, Scher, F.S.2, Spinelli M.F.2, Souza, C.R.L.2, Coelho, R.A.2, Cravo Neto, D.B.2
1 DATHI-SVSA-MS; FSP-USP
2 DATHI-SVSA-MS
Objetivo: Analisar as tendências da sífilis no Brasil e macrorregiões no período 2010-2022.
Métodos: Foi realizado um estudo de tendência aplicando o modelo de regressão polinomial. Foi utilizada a média móvel (MM) da taxa de detecção de sífilis adquirida (Tdsa) segundo macrorregião, no período 2010-2022. A variável dependente (Y) foi a MM-Tdsa e a independente (X) foi o tempo (ano de diagnóstico). Para evitar autocorrelação entre os pontos, a variável tempo foi centralizada no ponto médio da série histórica. Foram utilizados para determinar quais modelos e dados eram mais adequados a qualidade do ajuste do r², análise de resíduos e p<0,05. A Tdsa foi estimada utilizando como numerador o número de casos segundo macrorregião, como denominador a população correspondente no período e a razão multiplicada por 100 mil. A MM-Tdsa foi calculada somando a Tdsa de três anos e dividindo pelo número total de períodos.
Resultados: Entre 2010-2022, foram detectados 1.259.178 casos de sífilis adquirida, com 50,8% Sudeste, 22,1% Sul, 14,0% Nordeste, 7,0% Centro-Oeste e 6,1% Norte. No Brasil, observou-se tendência crescente da MM-Tdsa com modelagem de primeira ordem [Y=45,93+7,83X;r²=0,96;p<0,001]. Todas as macrorregiões apresentaram tendência crescente com modelagem de primeira ordem, a maior taxa de crescimento foi observada na Sul [Y=71,77+13,29X;r²=0,94;p<0,001] e a menor no Nordeste [Y=23,18+4,94X;r²=0,93;p<0,001].
Conclusão: As tendências crescentes da sífilis adquirida destacam a importância de intensificar ações de prevenção e controle, especialmente nos serviços de atenção primária à saúde, utilizando diversas estratégias para reduzir a carga da doença em todas as macrorregiões e eliminar a sífilis congênita.
COMPLETITUDE DAS NOTIFICAÇÕES DE SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA EM UM MUNICÍPIO DA BAHIA
Pôster
DE JESUS, G. F.1, LIMA, M. M.1
1 UEFS
Objetivo: Avaliar as notificações de Sífilis Gestacional (SG) e Congênita (SC) no quesito completitude, no município de Feira de Santana-BA, no período de 2018 a 2022. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, utilizado como fonte de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no DATASUS. O grau de completitude das notificações foi avaliado através dos escores do SINAN, no qual considera pelo grau de preenchimento das variáveis como: excelente (≥ 95%), bom (90-95%), regular (70-90%), ruim (50-70%) e muito ruim (< 50%). Os dados foram trabalhados em planilhas do Excel e apresentados em tabelas com frequências absolutas e relativas. Resultados: Foram notificados no período do estudo 705 casos de SC e 1286 de SG. Nas notificações de SG foi identificado completitude ruim na variável classificação clínica, regular em escolaridade, raça e realização de testes de diagnósticos. Nos dados de SC foi observado completitude regular em classificação da sífilis materna, tratamento do parceiro e escolaridade materna, nas variáveis faixa etária materna e da criança, evolução e realização de pré-natal obtido escore excelente. Conclusão: Verifica-se a necessidade de sistema de avaliação das notificações, considerando completitude dos dados para estabelecimento de políticas efetivas e monitoramento das doenças e agravos, para tomada de decisão efetiva. Dentre as informações ignoradas, o campo classificação clínica da SG, apresenta-se como um problema, considerando que o diagnóstico da fase de sífilis determina o tratamento. O estudo apresenta como limitação o uso de dados secundários.
EPIDEMIOLOGIA DA SIFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA EM UM MUNICIPIO DA BAHIA, DE 2018 A 2012
Pôster
DE JESUS, G. F.1, LIMA, M. M.1
1 UEFS
Objetivo: Analisar a epidemiologia dos casos notificados como Sífilis gestacional (SG) e congênita (SC) no município de Feira de Santana-BA, no período de 2018 a 2022. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, utilizado como fonte de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), disponível no DATASUS. Foi realizada a análise descritiva simples, de todos os casos notificados de SG e SC utilizando software de planilha Excel. Os dados foram apresentados em frequência absoluta e relativa. Resultados: Foram notificados 1274 casos de SG e 705 de SC. Foram observados nos casos de SC no perfil materno: maioria dos casos mulheres na faixa etária de 20-29 anos (56%), no ensino média (42%), seguido do fundamental (36%); com diagnóstico no pré-natal (45%); parceiro não tratado para infecção (63%); faixa etária da criança nos 6 primeiros dias de vida (98%). Sobre os dados da SG verificou-se que a faixa etária de 20-29 anos com 75% dos casos; 72% raça parda; classificação primária da SG em 23%, com essa variável ignorada em 53% das notificações. O achado referente ao não tratamento da parceria sexual e da classificação da SG ignorada, evidencia a exposição a reinfecção da gestante traz questionamentos quanto a assistência, no estabelecimento do diagnóstico e tratamento no pré-natal. Conclusão: Observa-se a necessidade de vigilância em saúde mais efetiva, estabelecendo estratégias na atenção primária para o controle da SG, com ações educativas que envolvam a sociedade e os profissionais de saúde.
EXPERIÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM IST: EDUCAÇÃO, TESTAGEM E ORIENTAÇÃO EM FEIRA DE SAÚDE
Pôster
SILVA, S.1, NETO, M. C. L.1, SANTOS, A. L. S. D.1, RIBEIRO. S. J. S.1, MARBACK, R. M.1, SILVA FILHO, H. P. D.1, NIHEI, J. S.1, SOUZA, F. O.1
1 UFRB
Objetivos: Descrever uma experiência multiprofissional de educação, orientação e testagem de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em feira de saúde no município de Santo Antônio de Jesus - BA. Métodos: Relato de experiência das atividades do Laboratório de Vigilância e Diagnóstico Avançado (LabCoV) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, realizadas no programa Saúde Mais Perto do governo da Bahia, nos dias 25 e 26 de abril de 2024. O serviço oferecido pelo LabCoV foi realizado por bolsistas e voluntários, graduandos e pós-graduandos da Saúde, capacitados previamente para testagem, acolhimento e promoção da saúde. Materiais informativos sobre ISTs foram distribuídos, abordando transmissão, sintomas, prevenção e tratamento, e os transeuntes incentivados a realizar testes rápidos para HIV, Sífilis, Hepatite B e C. Resultados: A distribuição de folders e panfletos resultou na participação de 216 pacientes na testagem, normalmente questionando “que teste é esse?”. A maioria dos atendidos trazia um panfleto solicitando especificamente o teste rápido para IST, mostrando a eficácia da equipe de panfletagem. Realizou-se 864 testes, tendo havido 4 reagentes para sífilis (1,85%), 2 para hepatite C (0,92%) e 1 para hepatite B (0,46%). Estes foram encaminhados para (re)testagem e consulta com infectologista, obedecendo o fluxograma de protocolo local, tendo os demais também passado pelo aconselhamento em salas privativas. Conclusões: A parceria entre universidades públicas e Estado em feiras de saúde beneficia a sociedade. A educação em saúde e testagem estimulam o autocuidado, permite reflexão sobre escolhas pessoais e promove a possibilidade de interrupção da cadeia de transmissão.
FEIRA DE SAÚDE: EDUCAÇÃO E TESTAGEM DE ISTS NO RECÔNCAVO DA BAHIA
Pôster
SILVA, S.1, SANTOS, A. L. S. D.1, RIBEIRO, S. .J. S.1, NETO, M. C. L.1, MARBACK, R. M.1, SILVA FILHO, H. P. D.1, NIHEI, J. S.1, SOUZA, F. O.1, SILVA, R. D. A. E.1
1 UFRB
Objetivos: Relatar ações de extensão realizadas em feira de saúde em um município do recôncavo da Bahia Métodos: Trata-se de um relato de experiência de ações de extensão realizadas pelo Laboratório de Vigilância e Diagnóstico Avançado (LabCov) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia durante a 60ª Feira de Saúde Mais Perto, do governo do estado da Bahia, em Cruz das Almas-BA, durante os dias 23 e 24 de Maio de 2024. Foram realizados 1.048 testes rápidos para HIV, Sífilis, Hepatite B e C, além de atividades de educação em saúde através do diálogo entre integrantes do laboratório e a comunidade sobre ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e sexo seguro. A atividade de extensão ainda contou com distribuição de preservativos masculinos e femininos e material educativo, tipo folder, sobre as formas de transmissão e prevenção das ISTs. Informações pessoais, orientações e laudo dos indivíduos testados, foram mantidas sob sigilo e confidencialidade.. Resultados: Foram atendidos 262 indivíduos, sendo realizados 1048 testes rápidos (quatro testes por pessoa atendida). Houve detecção de um caso para hepatite C (0,38%) e um (0,38%) para sífilis. Conclusões: A realização das ações de investigação sorológica e educação em feiras de saúde é um ato político e ideológico acessível a todos. Essas ações promovem a prática interdisciplinar e rompem com o ensino restrito às universidades, expandindo, inclusive, as potencialidades dos estudantes em formação. Elas possibilitam maior acessibilidade aos serviços de saúde e capacitam profissionais para um atendimento inclusivo.
INCIDÊNCIA DE CASOS DE HIV/AIDS NA BAHIA E SANTO ANTÔNIO DE JESUS-BA, SEGUNDO RAÇA/COR
Pôster
Aguiar, C. S.1, Fraga, D. N1, Santos, C. S. R.1, Santos, D. B.1, Araújo, E. M.1, Santos, A. N. S.1, Santana, J. S1, Félix, N. D. C.1
1 UFRB
Objetivo: Analisar a incidência de casos de HIV/Aids no estado da Bahia e no município de Santo Antônio de Jesus, segundo a raça/cor. Métodos:Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, com base na análise descritiva de dados de incidência de casos notificados de HIV/Aids entre os anos de 2011 a 2021, estratificados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN). Resultados: A taxa de incidência geral de HIV/Aids na Bahia aumentou de 1,49% em 2011 para 2,18% em 2021. No que tange a análise pelo quesito raça/cor nas categorias branca, parda e preta, foi constatado maior número entre a população parda com crescimento de 0,79% para 1,15% nos referidos anos. Dados do município de Santo Antônio de Jesus evidenciaram decréscimo na incidência geral , apontando para 2,17% em 2011 e 1,45% em 2021, com variação entre a população parda de 0,97% em 2011 e 0,38% em 2021 e crescimento na população preta de 0,21 % em 2011 e 1,06% em 2021. Na população branca houve redução da incidência no estado e município. Conclusão: Na Bahia houve o aumento de casos por HIV/Aids, enquanto em Santo Antônio de Jesus foi identificado diminuição do número de casos. Contudo, a incidência dos diagnósticos nas duas áreas enfatizaram maior indicativo em pessoas da raça/cor negra, demonstrando a necessidade de evidenciar os aspectos do racismo estrutural e institucional no âmbito das políticas públicas de saúde.
PERFIL DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV ATENDIDAS POR UM SERVIÇO TERCIÁRIO NO INTERIOR PAULISTA
Pôster
Borges, L. R.1, Paraluppi, M. C.1, Scola, A. C.1, Chuman, L.1, Pinheiro, O. L.1, Nonato, A. C.1
1 Famema
Objetivos: analisar o perfil clínico e sociodemográfico de pessoas vivendo com HIV (PVHIV) que retiram os antirretrovirais em uma farmácia de um serviço terciário do interior do Estado de São Paulo. Métodos: trata-se de um estudo observacional, cujos dados clínicos e sociodemográficos foram obtidos através de 215 prontuários de pacientes do serviço, dos quais 98 foram descartados devido aos critérios de exclusão, perfazendo um total de 117 prontuários elegíveis para pesquisa, sendo que esses dados foram obtidos entre os meses de maio e setembro de 2022. Resultados: em relação as variáveis sociodemográficas, encontramos uma amostra composta, em sua maioria, por homens (64,1%), com idade entre 40 e 59 anos (59%), brancos (69,7%), solteiros (37,4%), com escolaridade até o 1° grau completo (42,4%) e com alguma forma de ocupação (66,3%). No que tange os dados clínicos, encontramos um predomínio da transmissão sexual como fonte de infecção (85,7%), um tempo de diagnóstico de infecção pelo HIV há mais de 10 anos (57,3%), história de AIDS (73,5%) e infecções oportunistas (59,5%), carga viral indetectável (89,7%) e contagem de LT-CD4 acima de 350 células/mm³ (78,2%). Além disso, identificamos que 62,4% dos pacientes são aderentes a terapia antirretroviral. Conclusões: o perfil clínico e sociodemográfico encontrado vai ao encontro do que é observado na maioria dos estudos que fazem o levantamento das características de PVHIV, e entender o perfil desses pacientes podem direcionar políticas de saúde e estratégias de promoção, prevenção e tratamento.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEPATITE C NO DISTRITO FEDERAL, 2018 A 2022
Pôster
Amorim Junior, L.A.1, Almeida, A.B.J.2, Fragoso, B.M.M.A.2, Aragão, F.N.2, Santos, J.L.C.2, Ferreira, L.D.2, Silva, L.S.2, Brant, J.L.2
1 FEPECS
2 UnB
Objetivo: Descrever os casos notificados no SINAN de hepatite C entre residentes do Distrito Federal (DF) de 2018 a 2022. Método: Este estudo descritivo baseia-se na análise de dados secundários obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), extraídos do DataSUS. Dessa forma, foram incluídos todos os casos notificados de hepatite C, residentes no DF, no período em questão. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, Unidade da Federação, Região Administrativa (RA) de residência, classificação de casos, forma clínica e provável fonte de infecção. Resultados: Observou-se que durante esse período foram notificados 841 casos novos de hepatite C. O perfil dos casos indica uma predominância do sexo masculino, com 541 casos (64,3%). A faixa etária entre 50 e 59 anos, representando 266 (31,6%) casos e raça/cor, 319 (37,9%) pessoas pardas. Em relação à escolaridade, a categoria "ignorado" foi a mais frequente, representando 472 (56,1%) casos, seguida pelo ensino médio completo, com 98 (11,7%). A RA com o maior número de casos foi Ceilândia, com 108 (12,8%). Além disso, a maioria apresentou carga viral detectável, sendo 496 (59%) casos e prevalência de 632 (75,1%) notificações de hepatite crônica. Quanto à provável fonte de infecção, a maioria dos casos teve a origem da infecção como "ignorada", representando 666 (79,2%), seguida pela transmissão sexual, com 75 (8,9%). Conclusão: Esses resultados destacam a importância da vigilância epidemiológica e a necessidade de estratégias de prevenção e controle da hepatite C, especialmente direcionadas aos grupos mais afetados identificados neste estudo.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA EM HOSPITAL NO RECIFE, 2013-2023
Pôster
BERNARDO, TTSSA1, SANTOS,JLC2, MELO, FBS1
1 Universidade de Pernambuco - UPE
2 Universidade de Brasília - UNB
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos usuários que positivaram para sífilis gestacional e congênita no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM-UPE) no período de 2013 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo longitudinal retrospectivo feito a partir de dados secundários,. Os dados foram obtidos a partir das notificações de sífilis gestacional e congênita do SINAN, de 2013-2023. Critério de inclusão: Casos confirmados de sífilis gestacional e sífilis congênita de 2013-2023. Variáveis analisadas: total de casos notificados, escolaridade materna, realização de PN, residência, raça/cor. Resultados: No período mencionado, confirmou-se 1106 casos de sífilis gestacional. A frequência dos casos foi crescente, havendo um aumento de 5.325% dos casos de sífilis entre gestantes de 2013 a 2018. Verificou-se maior ocorrência nas mulheres entre 20 a 34 anos (67%), pardas (72,64%), com até o ensino fundamental completo (56,45%), residentes no município do Recife-PE (42,79%). Em relação à sífilis congênita, ocorreram 1383 casos. Evidenciou-se que o diagnóstico foi realizado, em sua maioria, no último trimestre gestacional (77,23%) e que houve associação entre idade gestacional no diagnóstico, realização de teste treponêmico no pré-natal e reincidência de sífilis com maior risco para o desfecho de sífilis congênita. Conclusão: A sífilis congênita esteve presente entre os filhos de mulheres que já haviam apresentado diagnóstico de sífilis anteriormente, tornando o CISAM-UPE um ponto estratégico devido à oportunidade de oferecer esse diagnóstico eficaz e ágil e reiterando a importância da prevenção, tratamento e conscientização sobre a necessidade da realização do pré-natal.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HIV E AIDS NO DISTRITO FEDERAL DE 2018 A 2022
Pôster
ALMEIDA, A.B.J.1, FRAGOSO, B.M.M.A.1, ARAGÃO, F.N.1, SANTOS, J.L.C.1, AMORIM JÚNIOR, L.A.2, FERREIRA, L.D.1, SILVA, L.S.1, BRANT, J.L.1
1 UnB
2 FEPECS
Objetivo: Descrever o perfil das pessoas notificadas no SINAN com HIV e AIDS residentes no Distrito Federal (DF) de 2018 a 2022. Método: Trata-se de um estudo descritivo feito a partir de dados secundários extraídos do SINAN pelo DataSUS. Foram incluídos todos os casos notificados de HIV e AIDS, com idade acima de 13 anos, residentes no DF. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, raça/cor, escolaridade, Unidade da Federação, Região Administrativa (RA) de residência e categoria de exposição. Resultados: No período, foram notificados 3.684 casos de infecção pelo HIV e 1.333 casos de AIDS. Dos casos, predominou-se o sexo masculino, sendo 3.154 (85,5%) de infecção pelo HIV e 1.103 (82,6%) casos de AIDS. Do total de notificações, 2.121 (42,2%) são da faixa etária de 20 a 29 anos e 2.317 (46,1%) da raça/cor parda. Na variável escolaridade, 1.247 (24,8%) foram notificadas como ignorado, seguido do ensino médio completo com 1.085 (21,6%). Em relação a RA, o maior número de casos ocorreu na Ceilândia, 524 (14,2%) e a categoria de exposição foi a homossexual, 2.569 (50,5%). Conclusão: Esses resultados evidenciam a necessidade de uma abordagem integrada que considere não apenas os aspectos epidemiológicos, mas também as questões sociais, culturais e econômicas envolvidas na prevenção e controle do HIV/AIDS. Isso requer ações coordenadas entre diferentes setores e a sociedade civil para enfrentar tais desafios de forma eficaz.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS POR SÍFILIS E HIV/AIDS NO ESTADO DA BAHIA
Pôster
Jesus, S. J. A.1, Araújo, E. M.1, Silva Filho, A. M.1, Ribas Júnior, N. S.1
1 UEFS
Objetivo: Analisar as internações por sífilis e HIV/aids nas Regiões de Saúde da Bahia, segundo aspectos temporais e espaciais, no período de 2008 a 2020. Métodos: Estudo ecológico, realizado com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população foi composta por sujeitos adultos, internados com diagnóstico de sífilis ou HIV/aids quanto à região de residência. Foram executadas a análise descritiva, a estimativa da tendência temporal pela regressão linear com correção de Prais-Winsten, e análise espacial. Resultados: Houve 372 internações por sífilis (0,2 / 100.000 hab.), com prevalência entre jovens de 18 a 28 anos (32,5%) e raça/cor negra (89,6%). As maiores taxas de sífilis foram encontradas nas regiões de saúde de Itabuna (0,4), Ilhéus (0,3), Paulo Afonso (0,3), Salvador (0,3). Quanto à tendência temporal, seu comportamento foi estatisticamente significante, com tendência crescente. Para o HIV/aids foram contabilizadas 10.281 internações (5,2 / 100.000 hab.), com destaque aos sujeitos de 29 a 39 anos (39,0%) e à raça/cor negra (86,8%). Houve prevalência das taxas nas regiões de Salvador (18,2), Camaçari (6,6), Teixeira de Freitas (3,9), Seabra (3,0); sem significância estatística, mesmo indicando uma tendência crescente. Em suma, a maioria dos pacientes esteve internada de 0 a 30 dias (79,4%), sendo que 16,7% vieram a óbito. Conclusão: Nota-se a vulnerabilidade dos jovens negros quanto às infecções por sífilis e HIV/aids. Esses achados podem ser relacionados ao comportamento sexual, à falta de acesso às informações e métodos de prevenção a partir da Atenção Básica.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE NOTIFICAÇÃO POR SÍFILIS ADQUIRIDA NO ESTADO DA BAHIA
Pôster
Cruz, J. M1, Jesus, S.J1, Santos, R, L. B1
1 UFRB
Objetivos: Caracterizar o perfil sociodemográfico de notificação por sífilis adquirida na Bahia entre 2014-2023. Métodos: Estudo epidemiológico observacional e descritivo, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação DataSUS e do censo demográfico de 2010 do IBGE. Foram analisadas as variáveis de sexo, raça/cor e faixa etária por software Excel 2016 e EpiInfo. Resultados: A Bahia registrou 77.086 casos de sífilis adquirida, com prevalência de 40/100.000 habitantes, mostrando crescimento ao longo dos anos, exceto por um decréscimo em 2020. Homens apresentaram maior prevalência, 45,78/100.000 habitantes, RP: 1,31 IC 95% (1,29;1,33) p<0,05, em comparação com mulheres (35,25/100.000). Negros e pardos tiveram maior prevalência com 473/100.000 habitantes, RP: 2,59 IC 95% (2,52;2,66) p<0,05. Todavia, 20.487 casos foram registrados como “Ign/Branco”. A faixa etária de 20 a 49 anos apresentou maior prevalência com 2.340/100.000 habitantes, RP: 3,03 IC 95% (2,98;3,07) p<0,05. Conclusão: A análise indica número significativo de casos de sífilis adquirida na Bahia, com maior prevalencia em homens negros e pardos, e indivíduos entre 20 a 49 anos. A escolaridade não pode ser avaliada devido à falta de dados. Portanto, é essencial direcionar estratégias de prevenção e redução para esses grupos, visando diminuir os índices de sífilis na Bahia.
SÍFILIS CONGÊNITA: O PERFIL DA SÍFILIS EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
Pôster
Lima, K.T.M.1, Gonçalves, A.B.1, Torres, M.N.1, Queiroz, F.B.1, Cantarelli, K.M.S.L.1
1 SES - XI GERES
A sífilis congênita é consequência da disseminação do Treponema pallidum, da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via transplacentária. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da sífilis congênita na XI Região de Saúde de Pernambuco entre os anos 2017 a 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo de caráter descritivo, retrospectivo e quantitativo. Foram utilizados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) disponíveis no DATASUS, referentes aos casos confirmados de sífilis congênita. Resultados: Foram registrados 119 casos confirmados de sífilis congênita na XI Região de Saúde, mostrando uma série ascendente, sendo que a maior frequência ocorreu no ano de 2021, representando 30,3% do total de casos. Verificou-se que maioria das gestantes realizaram pré-natal (91,6%), possuíam de 20 a 24 anos (37%) e apresentavam baixo nível de instrução (28%). Dentre as mães que realizaram o pré-natal, 56,3% foram diagnosticadas durante a gravidez. No entanto, 41,2% dessas mulheres não tiveram seus parceiros tratados, e em outros 41,2% dos casos, a informação sobre o tratamento dos parceiros foi ignorada. Quanto às características do recém-nascido, 89,7% nasceram vivos, apresentando o diagnóstico final de sífilis congênita recente (98,3%). Conclusão: A sífilis congênita é uma condição evitável desde que corretamente diagnosticada e tratada. A sua ocorrência está relacionada com falhas na implementação das medidas de controle, evidenciando lacunas na assistência pré-natal. Educação em saúde da população, assistência de qualidade no pré-natal, tratamento oportuno das mães e dos parceiros, são medidas essenciais para diminuir a incidência da sífilis congênita.
SÍFILIS GESTACIONAL EM MATO GROSSO (2018-2023): ANÁLISE DA INCIDÊNCIA POR MACRORREGIÃO
Pôster
Rondon, L.K.S.V1, RIBEIRO, A.D.N2, SILVESTRE, G.C.S.B2, FARIA, N.F2, MOURA, S.V2, SILVA, R.A2, ROCHA, R.P.S2, AGUIAR, M.G2
1 UNEMAT
2
Objetivo: O estudo descreve a distribuição da sífilis gestacional no Estado de Mato Grosso entre 2018 e 2023 e analisa a incidência da doença nas diferentes macrorregiões do estado. Metodologia: Estudo seccional descritivo. Utilizou- se dados secundários do sistema de informações e notificações SINAN. As análises foram conduzidas através da linguagem estatística R (R Development Core Team, 2010). Resultados:A caracterização da sífilis gestacional se deu em mulheres com idades entre 20 e 39 anos (74,3%) e entre a raça/cor parda (67,3%). A maioria das gestantes apresentou sífilis primária (50,4%) e latente (32,11%). Em ambos os testes, não treponêmicos e treponêmicos apresentaram reatividade em (77%) dos casos. Na região Centro-Sul, a taxa de incidência foi de (72% p-valor 1), Médio Norte (29% p-valor 1), Sudeste (21% p-valor 1), Norte (14%p-valor 1), Nordeste (10%p-valor>0.99),Oeste (9%p-valor>0.78), Noroeste (6%) por 100.000 habitantes. Discussão:Os dados mostram uma alta incidência de sífilis entre gestantes no Mato Grosso, predominantemente em mulheres jovens e pardas. A maioria dos casos foi diagnosticada na fase primária. A região Centro-Sul teve taxa de incidência elevada, comparado com outras regiões do estado, deve-se considerar que nessa região está a capital do estado com elevado grupo populacional. Ao comparar cada região individualmente com a incidência esperada, não foi identificado diferença significativa para nenhuma região.Conclusão: O estudo enfatiza a importância de estratégias de saúde pública para prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da sífilis gestacional, visando reduzir a transmissão vertical e melhorar a saúde materno-infantil.
Descritores: Epidemiologia; Sífilis; Gestantes.
TENDÊNCIA DA SÍFILIS NA GESTANTE NA BAIXADA FLUMINENSE DO RIO DE JANEIRO, 2014 A 2022
Pôster
Ferreira, T. S.1, Fonseca, S. C.1, Ribeiro, I. M. A.1, Queres, R. L.1, Aguado, M. V. M.1, Carvallo, G. S.1, Firmino, L. C.1, Gaeta, G. J. O.1
1 UFF
Objetivo: Analisar a taxa de detecção e a tendência de sífilis em gestantes (SG), de 2014 a 2022, na Baixada Fluminense (BF) do estado do Rio de Janeiro (ERJ). Métodos: Estudo descritivo de série temporal de 2014 a 2022. Fonte dos dados: SINAN para casos de sífilis (SG) e SINASC para nascidos vivos (NV). Local: Baixada Fluminense e seus municípios mais populosos. Indicador: taxa de detecção de sífilis em gestantes por mil NV. A tendência temporal foi estimada por regressão Joinpoint, sendo calculada a mudança percentual anual. Resultados: Foram notificados 25.087 casos de SG na BF. A taxa de detecção variou de 17,4 (2014) a 100,8/1.000 NV (2022), com tendência crescente: 28,0% ao ano (p<0,01). A maior taxa em 2022 ocorreu em São João de Meriti (SJM), 164/1.000 NV, seguido de Nova Iguaçu (NI), 113,1/1.000 NV, Belford Roxo (BR), 110,5/1.000 NV, Magé, 95,4/1.000 NV, e Duque de Caxias (DC), 82,8/1.000 NV. Todos apresentaram tendência crescente, destacando-se SJM e BR com mudança percentual anual em torno de 40,0% (p<0,01). Conclusões: Na região da Baixada Fluminense, a SG mostrou valores elevados e crescentes. Em 2022, a taxa de detecção superou a do ERJ (69,7/1.000 NV), que detém os maiores valores no Brasil. Ações dos serviços de saúde voltadas para o agravo são urgentes, levando em conta o perfil de vulnerabilidade social da região.
ACESSO TARDIO E SOBREVIDA DE ADULTOS COM HIV NO INTERIOR DA BAHIA
Pôster
Dantas, B.M.S1, Silva, C.A.L2
1 UFBA
2 UEFS
O objetivo deste trabalho foi investigar a associação entre acesso tardio e sobrevida de adultos com HIV/aids em uso de antirretrovirais em Feira de Santana-BA, entre os anos de 2003-2021. Trata-se de uma coorte retrospectiva, que se estruturou a partir do início do tratamento com antirretrovirais, seguindo os participantes até o momento do óbito ou fim do seguimento. Empregou-se a modelagem de riscos proporcionais de Cox para obter a razão dos riscos para óbito entre os indivíduos na presença das covariáveis associadas estatisticamente ao evento de interesse. Foram seguidos 260 indivíduos, que totalizaram 1.625,76 anos de seguimento e uma mediana do tempo de sobrevida de 5,56 anos (4,15-8,45). Cerca de 16 indivíduos foram a óbito e a taxa de letalidade por aids foi de 6,1%. A maioria das falhas ocorreu nos primeiros cinco anos de seguimento e o risco acumulado mostrou tendência de crescimento no mesmo período. As proporções de acesso tardio (350 céls.>CD4+>200 céls.) e muito tardio (CD4+<200 céls.) foram 19,46% e 31,52%, respectivamente. O modelo apontou uma redução do risco para óbito de 76,1% entre os indivíduos com acesso oportuno quando comparado ao grupo de indivíduos com acesso muito tardio (HR=0,239, IC 0,075 – 0,758). Os achados deste estudo corroboram a tese de que o tratamento antirretroviral aumentou a sobrevida das pessoas infectadas pelo HIV, no entanto, o acesso tardio aos serviços de saúde/tratamento aumenta o risco para desfechos negativos como o óbito, impactando na sobrevida desta população, bem como impactam negativamente no combate à epidemia de HIV/aids.
AÇÕES DE PREVENÇÃO EM IST/AIDS NO CENTRO DA CIDADE DE SÃO PAULO
Pôster
Anjos, K.C.1, Silva, L.H.S.1, Andrade, C.M1, Silva, M.H.G.2
1 SMS - IST/Aids - CTA-Henfil / SP
2 SMS - IST/Aids - CTA-Henfil /SP
Objetivo: Descrever os resultados das atividades extramuros realizadas em um Centro de Testagem e Aconselhamento no Centro da cidade de São Paulo.
Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo/descritivo das ações extramuros organizadas pelo CTA em conjunto com os Agentes de Prevenção, que são pessoas que atuam de forma voluntária junto aos seus pares. Nesta atividade o serviço encaminha aos locais estratégicos, uma equipe multidisciplinar para realização de testes rápidos de HIV e Sífilis e prescrição de Profilaxias Pré e Pós-Exposição ao HIV (PrEP e PEP, respectivamente). Foi realizado um levantamento das ações realizadas entre janeiro a maio de 2024.
Resultados: Foram efetuadas 25 ações extramuros em: 07 estabelecimentos com profissionais do sexo, 08 Praças/Ruas, 06 Ocupações, 03 Centros de Acolhidas/Hotel Social e 01 ONG que atende o público LGBTQIA+. No total foram atendidas 554 pessoas, com prescrição de 85 PrEP e 13 PEP. Com relação ao resultado dos testes rápidos, foram 11 pessoas com reagentes para HIV e 68 para Sífilis. Em todas as ações os usuários foram orientados e/ou direcionados para tratamentos, foram distribuídos preservativos internos e externos, gel lubrificantes e 1.071 autotestes para HIV.
Conclusões: As ações extramuros possibilitam um maior acesso da população vulnerável aos serviços de saúde. A ação possibilitou a sensibilização para retomada de tratamento de duas pessoas que vivem com HIV e o diagnóstico de HIV para 02 mulheres que informaram não ter comportamento de risco. As atividades de prevenção auxiliam na redução da transmissão do vírus do HIV e outras IST.
ANALISE EPIDEMIOLÓGICA DA SÍFILIS CONGÊNITA EM JABOATÃO-PE ENTRE 2019 A 2022
Pôster
Santos, E.M.1, Medeiros,K.R.1
1 FIOCRUZ/IAM-PE
Introdução: A Sífilis é uma doença contagiosa e transmitida principalmente por via sexual, causada pela bactéria chamada Treponema pallidum. Há também a possibilidade de transmissão vertical, da mãe para o bebê no processo gestacional, com uma taxa de mortalidade fetal que ultrapassa mais da metade dos casos. Além disso, A sífilis congênita representa uma enfermidade evitável, passível de diagnóstico precoce e tratamento eficaz durante o período gestacional. Objetivo: Analisar a evolução epidemiológica da sífilis congênita no município de Jaboatão dos Guararapes-PE. Metodologia: Pesquisa de caráter transversal, retrospectivo, descritivo de abordagem quantitativa no qual utilizou dados secundários obtidos na plataforma TABNET do sistema DATASUS referentes aos casos notificados pelo SINAN da Sífilis congênita na cidade de Jaboatão dos Guararapes no período de 2019 a 2022. Resultados: Durante o período estudado ouve uma redução significativa dos casos confirmados da sífilis congênita, passando de 115 casos em 2019 para 36 casos em 2022 uma diminuição de aproximadamente 31% da doença. Em 2022, houve uma taxa de incidência de sífilis congênita de 36 casos por 1.000 nascidos vivos, representando uma queda de 54% em relação a 2021 quando foram registrados 66 casos em bebês no município. Outrossim, a pandemia de COVID-19 também trouxe desafios, que pode sugerir que ocorreram atrasos no diagnóstico, detecção e notificação da sífilis devido à evasão ou adiamento de cuidados assistências. Conclusão: Desta forma, as estratégias de intervenção no cuidado da sífilis na atenção básica requerem ações integradas que considerem não apenas aspectos clínicos, mas também fatores sociais, culturais e ambientais que influenciam a saúde da população.
ANÁLISE DA TENDÊNCIA TEMPORAL E INCIDÊNCIA DA SÍFILIS CONGÊNITA NO RIO GRANDE DO NORTE
Pôster
RAIMUNDO, D. M. DE L.1, CONSTANTINO, R. DE C. A1, FILHO, A. M. S. DE A.1, SILVA, R. A. R. DA1, MENDONÇA, A. E. O. DE1
1 UFRN
Objetivo: Analisar se a incidência e a tendência temporal com base nos dados notificados de 2008 a 2022 da Sífilis Congênita (SC) no estado do Rio Grande do Norte (RN). Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, de abordagem quantitativa, com uso de dados secundários disponibilizados pelo SINAN. A coleta das informações ocorreu entre outubro de 2023 e maio de 2024. Utilizou-se a técnica de tendência temporal a partir dos dados obtidos no DATASUS, referentes aos casos confirmados da SC de 2008 a 2022. A partir disso, traçou-se a tendência esperada do número de casos para o ano de 2023 nas oito regiões de saúde do estado. Resultados: Esperava-se que os casos se mantivessem em uma curva de crescimento para 2023, com maior incidência da SC na 8ª, 3ª e 7ª regiões de saúde, respectivamente. No entanto, todas as regiões de saúde apresentaram um declínio significativo no número de casos notificados. A 8ª região de saúde, por sua vez, não notificou nenhum caso. Conclusão: A incidência dos casos de sífilis congênita estão em uma curva decrescente, indo de encontro com a tendência esperada pelo padrão que o estado têm apresentado nos últimos anos. Diante disso, uma hipótese possível é que o manejo adequado para o tratamento da sífilis gestacional tenha sido fortalecido na atenção primária à saúde. A diminuição, no entanto, pode não refletir a situação epidemiológica atual da região analisada, visto que a subnotificação de casos é uma realidade nos serviços de saúde.
ANÁLISE DO PERFIL DE TESTE RÁPIDO DE SÍFILIS PARA PESSOAS TRANS EM PORTO ALEGRE
Pôster
Martins, R.S.1, Brito, E.S.2, Dornelles, T.M.2, PINHEIRO, B.H.G.2
1 UFRGS
2 UFCSPA
Objetivos: Avaliar a identidade de gênero dos usuários que realizaram teste rápido (TR) para sífilis na atenção primária à saúde (APS) em Porto Alegre. Método: Utilizou-se de estatística descritiva para apresentar o quantitativo de TR realizados na APS de Porto Alegre entre 2020 e 2022 e teste de qui-quadrado para avaliar diferenças na proporção de TR positivos entre pessoas cisgênero e transgênero. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para avaliar associação entre identidade de gênero e sífilis com variáveis de ajuste. Resultados: Entre os 93.907 TR analisados, apenas 4% foram realizados em pessoas transgênero. Entretanto, a detecção de sífilis nessa população foi, proporcionalmente, três vezes maior do que na população cisgênero (p<0,001). Na análise multivariada, esteve associada à maior prevalência de TR positivo para sífilis: se considerar preto/pardo (RP = 1.36; IC95% 1,09 – 1,69), possuir apenas ensino fundamental (RP = 2,08; IC95% RP 1,91 – 2,27) e ser transgênero (RP = 2,90; IC95% 2,42 – 3,49). Conclusões: Os dados apresentados revelam importantes disparidades na detecção de sífilis entre pessoas trans em comparação a pessoas cisgênero na APS em Porto Alegre. A proporção significativamente maior de resultados positivos em pessoas transgênero destaca a vulnerabilidade histórica dessa população, que é ainda mais acentuada em pessoas pretas/pardas e com baixa escolaridade. Além de as pessoas transgênero apresentarem maior detecção de sífilis, também são elas que enfrentam maiores barreiras de acesso e vulnerabilidades programáticas em relação à APS.
ANÁLISE ESPACIAL DA INCIDÊNCIA DE AIDS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2018 - 2022
Pôster
SANTOS, D. L. S.1, SILVA, Delson;SILVA, D.;DA SILVA, DELSON1, TEIXEIRA, T. R. A.;LIMA, T. R. A.;LIMA, T. A.;Lima, Tatiana de Araujo;ELEUTERIO, T. A.;ELEUTERIO, TATIANA DE ARAUJO1
1 UERJ
ANÁLISE ESPACIAL DA INCIDÊNCIA DE AIDS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2018 - 2022
Objetivo: descrever e mapear a incidência de AIDS nos municípios do Estado do Rio de Janeiro, considerando os casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2018 a 2022. Métodos: estudo ecológico descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através da ferramenta de tabulação TabNet. Considerou-se todos os casos de AIDS em indivíduos a partir de 13 anos, notificados no período de 2018 a 2022. A taxa de incidência foi calculada por 100.000 habitantes, e foram elaborados gráficos de série histórica e mapas temáticos por meio do software Tabwin. Resultados: foram notificados 21.192 casos de AIDS em todo o estado no período; 4.173 em 2018 (24,27 casos/100.000 habitantes); 4.049 em 2019 (23,42); 3.226 em 2020 (18,55); 3843 em 2021 (21,97); 4.097 em 2022 (23,02). Conclusões: observou-se estabilidade na incidência de casos no período, exceto no ano de 2020, o qual apresentou algum declínio, provavelmente por consequência da pandemia de COVID-19.. As regiões que apresentaram as maiores incidências foram: Metropolitana, Centro Sul e Norte, sendo a Região Metropolitana a única que manteve estabilidade no número anual de casos novos no período.
CERTIFICADO DE ELIMINAÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DA SÍFILIS E HIV: AVANÇOS NA BAHIA
Pôster
Souza, M.A1, Santos, E.F.S1, Melo, M.N.E.S.1, Macedo, M.S.1, Santos, F.N.1, Almeida, Z.A.T.1, Caldas, S.P.1, Braghiroli, F.L.1, Jordão,T.1
1 Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia
Objetivo: Relatar o processo de trabalho para apoiar os municípios elegíveis rumo a certificação da eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis no estado da Bahia. Métodos: Visando o pleito do selo dos municípios baianos pelo Ministério da Saúde, em 2023, foram realizadas análises epidemiológicas através dos sistemas de informação, cálculo amostral dos indicadores de impacto e processo dos municípios elegíveis para certificação do selo de boas práticas rumo à eliminação da transmissão vertical, de acordo com o Pacto Nacional para a Eliminação da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis, Hepatite B e Doença de Chagas como Problema de Saúde Pública. Resultados: A Bahia indicou nove municípios que se enquadravam nos requisitos mínimos para certificação, porém, após análises dos dados, avaliações dos relatórios municipais, visita da equipe estadual aos municípios e posterior visita da equipe nacional de validação (ENV), o estado da Bahia certificou o município Vitória da Conquista com eliminação da transmissão vertical do HIV e selo prata rumo a eliminação da sífilis congênita, os municípios de Barreiras e Jequié com selos prata para HIV e sífilis congênita e os municípios de Santo Antônio de Jesus e Porto Seguro com o selo prata para eliminação do HIV. A experiência permitiu às equipes de saúde, melhor integração entre a vigilância, atenção básica, assistência e rede laboratorial no seu território, além do reconhecimento do papel do controle social para a melhoria na qualidade do pré-natal, parto e puerpério com vistas a prevenção da transmissão vertical do HIV e da sífilis.
CONTROLE DA SÍFILIS CONGÊNITA: CONTRIBUIÇÕES DAS ENFERMEIRAS QUE ATUAM NO PRÉ-NATAL.
Pôster
Miranda, A. S1, Figueiredo, M. A. A2
1 SESAB
2 UNEB
Objetivos: Identificar características sociodemográficas, formativas e ocupacionais das enfermeiras que atuam no pré-natal da atenção primária e identificar ações do protocolo de transmissão vertical da sífilis realizadas por enfermeiras que atuam no pré-natal em uma região de saúde do estado da Bahia. Metodologia: Estudo transversal realizado em unidades básicas de saúde. Enfermeiras que realizavam pré-natal em unidades da atenção primária a saúde responderam questionário estruturado, no ano de 2022. Foi realizada análise descritiva e bivariada. Foram estimadas razão de chances (OR) e intervalos de confiança a 95% (IC95%) para analisar os aspectos relacionados a realização das ações do protocolo de transmissão vertical da sífilis. Resultados: A maioria das enfermeiras era do sexo feminino (96%), com média de 36,1 anos, com curso de especialização (86%), trabalhando há pelo menos cinco anos (53%), com seis anos ou mais de atuação na atenção primária (47%). Em relação as ações do protocolo de transmissão vertical da sífilis, 74,0% (IC 95%; 64,3-81,7) afirmaram ter tido alguma capacitação sobre o tema, 100% delas realizam teste para diagnóstico da sífilis, 58% (IC 95%; 47,9-67,4) realizam a prescrição da penicilina. A oferta de preservativos é realizada por 96,63% (IC 95%; 89,8-98,9), realização de notificação e investigação na ficha do Sinan por 100% delas. Conclusão: As evidências deste estudo demonstram a importância de investir nas enfermeiras que atuam no pré-natal capacitando-as, principalmente, para a prescrição do tratamento das gestantes com sífilis, como forma de garantir a oportunidade para interrupção da doença e, consequentemente, na prevenção da sífilis congênita.
DE BAIXO CONTROLE AO ALERTA VERMELHO: SÍFILIS EM GESTANTES NO BRASIL (2012-2022)
Pôster
Oliveira, V. D.1, Freitas, A. C.1, Fideles, P. E.1
1 UFJF - GV
Objetivos: Descrever a tendência temporal da taxa de incidência de sífilis em gestantes no Brasil entre 2012 e 2022. Métodos: Consiste em um estudo epidemiológico descritivo, ecológico, que analisou a taxa de incidência de sífilis em gestantes, no Brasil, de janeiro de 2012 a dezembro de 2022. Para tanto, extraíram-se dados referentes ao número de casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/SUS); bem como o número de nascidos vivos, obtido através do Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos (SINASC/SUS). Analisaram-se os dados nos softwares Microsoft Excel 2016, com a produção de tabelas e gráficos para avaliação da tendência temporal, e JASP 0.16.4.0, com realização do teste de correlação de Pearson. Resultados: Nesse período, houve 532.482 notificações. A menor taxa de incidência ocorreu em 2012, com 5,7 casos para cada 1000 gestantes; já a maior taxa, em 2022, com 30,6 casos para cada 1000 gestantes, sendo observado aumento ininterrupto das notificações. Realizou-se o teste de correlação de Pearson, que demonstrou forte associação positiva (r = 0,994; p < 0,001) entre as taxas de incidência e os anos correspondentes. Conclusões: Concluiu-se que a incidência de sífilis em gestantes tende ao aumento. Isso evidencia a necessidade de reforçar campanhas de prevenção a essa e outras ISTs no âmbito da Atenção Primária, bem como o estímulo à realização do pré-natal. Também urge investir na assistência às gestantes infectadas, visando impedir o agravamento dos casos e a ocorrência de sífilis congênita.
DESCRIÇÃO DOS CASOS DE HIV NA ÁREA PROGRAMÁTICA 3.1 DO RIO DE JANEIRO, 2018-2022.
Pôster
ROSSINI,JCAS1
1 SECRETARIA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
O HIV tornou-se uma epidemia mundial dinâmica e instável, revelando as profundas desigualdades da sociedade. O objetivo geral deste estudo foi descrever os casos de HIV entre os residentes da Área Programática 3.1 do município do Rio de Janeiro no período de 2018 a 2022. Os objetivos específicos incluíram caracterizar os casos de HIV de acordo com o perfil sociodemográfico e medidas de frequência, além de recomendar ações para aprimorar a vigilância do HIV. Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo e exploratório, que aborda os tópicos da epidemiologia descritiva de tempo, pessoa e lugar. Foi utilizada a base de dados secundária do SINAN, analisando variáveis como sexo, idade, bairro, escolaridade, raça e modo de transmissão.
Os principais resultados indicaram um aumento na detecção de casos e no número de óbitos após o período pandêmico da COVID-19, com uma concentração maior de casos em áreas mais vulneráveis. Esses achados ressaltam a importância do trabalho da atenção primária para garantir maior adesão ao tratamento, evitando novos casos e óbitos. É crucial que os serviços de atenção primária à saúde incorporem ações de controle do HIV/AIDS, tanto na forma de educação em saúde quanto de educação permanente.
O estudo destaca a necessidade de estratégias específicas para as áreas mais afetadas, promovendo a equidade no acesso aos cuidados e a disseminação de informações sobre prevenção e tratamento. Reforça, ainda, a relevância de políticas públicas que priorizem a saúde integral e a redução das desigualdades sociais, visando um controle mais efetivo da epidemia de HIV.
DESFECHOS ASSISTENCIAIS E DIFERENÇAS DE GÊNERO EM UM AMBULATÓRIO DE RETENÇÃO E VINCULAÇÃO
Pôster
AGUILAR, G.T1, THOMAZI, G.L1, 2, Ornelas, C.V.M3, Acosta, L.1, Ikeda, M.L.R1
1 AIDS Healthcare Foundation
2 MINISTÉRIO DA SAÚDE
3 Santa Casa de Porto Alegre
Resumo
Objetivos: Mensurar a prevalência de desfechos assistenciais em relação a identidade de gênero de Pessoas que Vivem HIV/aids (PVAH) assistidas em um Ambulatório de Vinculação e Retenção inserido em um Serviço de Atenção Especializada no estado do Rio Grande do Sul, no período de setembro de 2020 a julho de 2023. Método: Delineamento transversal com mensuração de prevalências dos desfechos: Perda de Seguimento (mais de 100 dias sem TARV), falha na Adesão Antiretroviral (CV>1000 cópias/mL) e contagem de células TCD4+. Utilizou-se Teste Exato de Fisher e Kruskal-Wallis com nível de significância de 5% para avaliar as diferenças de gênero. Resultados: A pesquisa incluiu 360 PVAH, sendo 53.1% homens cis, 45.3% mulheres cis e 1.7% mulheres trans. Falha na adesão foi observada em 37.5% da amostra (IC 95% 32.5 – 45.5) e perda de seguimento em 25% (IC 95% 20.1 – 29.8). A contagem de células TCD4+ na linha de base apresentou mediana de 353 mm³ [IQR 189; 606]. Mulheres cis tiveram prevalência significativa (p<0,001) na perda de seguimento (61.1%, IC 95% 50.1 – 70.5). Conclusão: A mediana próxima ao ponto de corte para doença aids (células TCD4 < 350 mm³) sugere diagnóstico tardio e períodos prolongados sem Terapia Antiretroviral, o que afeta o cuidado integral de PVAH. A predominância da perda de seguimento entre mulheres cis, um resultado pouco comum na literatura e identificada neste estudo, pode estar relacionada a definição de epidemia generalizada que ocorre no estado.
EFEITO DA POBREZA NA REDUÇÃO DE HIV/AIDS: ESTUDO DE MODELAGEM MATEMÁTICA MULTIPAÍSES
Pôster
Rubio, F. A.1, Bertoni, A. P. S.1, Ordoñez, J. A.1, Anderle, R. V. R.1, Pinto, P. F. P. S.1, Rasella, D.1
1 ISC/UFBA
Objetivos: Avaliar o efeito da redução da pobreza na taxa de incidência de AIDS na América Latina.
Métodos: Desenvolvemos um modelo matemático para analisar a transmissão do HIV e a progressão de AIDS. A população foi dividida em cinco compartimentos, incorporando o efeito dos níveis de pobreza nos parâmetros do modelo. Projetamos novos casos de AIDS de 2020 a 2030, utilizando dados específicos de cada país entre 2000 e 2019. Avaliamos três cenários de pobreza: base de referência (refletindo uma tendência estável), diminuição e aumento dos níveis de pobreza. O estudo foi feito em: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru.
Resultados: O modelo demonstrou que, na ausência de outras intervenções e com o pressuposto de uma redução contínua da pobreza até atingir zero em 2030, existe uma diminuição potencial da incidência de AIDS que varia entre 3,75% e 13,86% em comparação com o cenário de referência. Por outro lado, num cenário de aumento gradual da pobreza, as nossas estimativas sugerem um aumento da incidência da AIDS entre 6,13% e 13,87%.
Conclusões: Foi possível demonstrar a importância da redução/eliminação da pobreza na dinâmica de transmissão de HIV/AIDS. A eliminação da pobreza pode ter um impacto positivo no acesso aos cuidados e melhorar as condições gerais de saúde, reduzindo assim ainda mais a transmissão do HIV. Este estudo sublinha a contribuição substancial dos esforços de redução da pobreza e de outras políticas de proteção social na luta contra a pandemia de HIV/AIDS.
EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Pôster
Pasqual, F.P.1, Silva,2, 2, 2, 2, 3, 2, 4
1 Faculdade de Medicina Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE
2 Faculdade de Medicina Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, SP, Brasil.
3 Docente permanente e conselheira do Programa e pós-graduação em Saúde Coletiva da FMB-UNES
4 Faculdade de Medicina e programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, SP, Brasil.
Objetivos: Comparar a prevalência de sífilis gestacional no município de Guarujá-SP-Brasil com a prevalência nacional reportada. Métodos: Estudo de corte transversal aninhado à Coorte de Nascimentos de base populacional da rede pública do município de Guarujá, São Paulo, Brasil. Dados preliminares foram coletados em abril e maio de 2024. Para este estudo foram utilizados dados da linha de base coletados por meio de entrevistas estruturadas e registros de nascimento hospitalares. O diagnóstico de sífilis gestacional, avaliado no momento do parto, foi realizado por meio de um teste rápido positivo para todas as puérperas na internação, confirmado com VDRL reagente. As análises estatísticas, incluindo o cálculo da prevalência e IC 95% de sífilis gestacional, bem como o teste de proporções para comparar a prevalência do estudo com a prevalência nacional, foram realizadas no Stata 13.0. Resultados: Foram incluídas 213 mulheres, com idade média de 28,2, variando de 13 a 51 anos. A maioria, 57,2% se autodeclararam pardas e 28,2% estavam na primeira gestação. A prevalência de sífilis gestacional no presente estudo foi de 7,4% (IC 95%: 4,0% a 10,7%). Comparando com a prevalência nacional de 3,24% (32,4 por 1000 nascidos vivos), o teste de proporções mostrou uma diferença estatisticamente significativa (z = 3,54, p < 0,032). Conclusões: A prevalência de sífilis gestacional no Guarujá foi mais do que o dobro da prevalência média nacional, ressaltando um grave problema de saúde pública. Esses achados ressaltam a necessidade de intervenções mais eficazes e abrangentes para controle da sífilis gestacional na população do estudo.
ESTRATÉGIAS PARA ELIMINAÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HTLV NO BRASIL
Pôster
Souza, C.M.1, Sento Sé, C.C.1, Silva, B.J.1
1 ENSP/FIOCRUZ
Objetivo: Descrever as proposições do Ministério da Saúde (MS) para eliminação da transmissão vertical do vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV) no Brasil. Método: Trata-se de estudo exploratório baseado em publicações do MS que versavam sobre a transmissão vertical do HTLV entre os anos de 2014 e 2024. Resultados: A transmissão vertical do HTLV ocorre durante a gestação (menos de 5% dos casos) e a amamentação, sendo essa a principal forma de transmissão (estimativa de 20 a 30% em bebês amamentados por mães infectadas). As proposições do MS no período analisado foram: orientação de clampeamento imediato do cordão umbilical e contraindicação ao aleitamento materno em casos de mães HTLV positivas; recomendação do inibidor de lactação e da fórmula láctea infantil na prevenção da transmissão vertical; determinação de critérios e ações coordenadas para a eliminação da transmissão vertical do HTLV enquanto problema de saúde pública até 2030; inclusão da infecção pelo HTLV em gestante, parturiente ou puérpera e da criança exposta ao risco de transmissão vertical na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública, nos serviços de saúde públicos e privados do Brasil; e incorporação, no âmbito do SUS, do exame para detecção pré-natal da infecção em gestantes. Conclusão: O HTLV é um agente infeccioso viral com prevalência subestimada. A qualificação da rede de atenção para rastreio e atendimento de gestantes infectadas auxiliará no monitoramento dos casos pela vigilância epidemiológica e definição do estado sorológico da criança exposta ao risco de transmissão vertical.
ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE HIV/AIDS NO PERÍODO DE 2019 A 2023
Pôster
FLECK, R. F.1, FONTOURA, L.1, SHAMA, S. F. M. S.1
1 FEEVALE
HIV/AIDS (Vírus da Imunodeficiência Humana) é causada por um vírus que ataca o sistema imunológico, caracterizada pelo desenvolvimento de doenças oportunistas. O tratamento antirretroviral adequado é essencial para controlar a progressão da doença e reduzir a morbimortalidade. Objetivou-se estudar a prevalência de HIV/AIDS no período de 2019 a 2023 no mundo, no Brasil, no Rio Grande do Sul (RS) e nas cidades de Bento Gonçalves e São Leopoldo. É um estudo epidemiológico com delineamento transversal sendo utilizados dados secundários pesquisados nos sistemas de informação. No mundo, no ano de 2022 o número de pessoas com HIV tiveram um aumento de 1,2 milhões, no Brasil, houveram 43.403 novos casos de infecção por HIV em 2022, caracterizando um aumento em comparação ao ano anterior, enquanto no RS houve 2.920 novos casos no ano de 2023, o que evidencia um aumento em comparação com 2022. Observou-se uma queda no município de Bento Gonçalves para 10,1 casos por 100.000 habitantes no ano de 2023 e em São Leopoldo o número de novas notificações reduziu de 88 para 64 entre os anos de 2021 e 2022. Em ambos os municípios onde não houveram aumentos de casos foram implementadas políticas públicas voltadas à prevenção e ao tratamento precoce. Estudar a doença e suas prevalências em âmbitos globais e locais possibilita a implementação de estratégias de prevenção eficientes, bem como, da promoção do tratamento a fim de reduzir a progressão em pacientes com a doença.
FATORES ASSOCIADOS À INTERNAÇÃO POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PESSOAS VIVENDO COM HIV
Pôster
Sousa, G. J. B.1, Brito, I. M.2, Silva, M. O.2, Silva Junior, W.2, Vasconcelos, M. N.2, Cruz, M. R.2, Cabral, B. V. B.2, Monteiro, P. V. A.3, Pereira, M. L. D.2
1 Ministério da Saúde
2 UECE
3 Hospital São José de Doenças Infecciosas
Objetivo: Identificar os fatores associados à internação por doenças cardiovasculares (DCV) em pessoas vivendo com HIV no Brasil.
Método: Estudo transversal realizado com dados do Sistema de Internação Hospitalar (SIH), registrados pelos hospitais brasileiros entre 2015 e 2022. Foram incluídas todas as internações com diagnóstico principal DCV, e o HIV como diagnóstico secundário. Realizou-se análise descritiva e testes de hipóteses, sendo variáveis nominais por qui-quadrado e numéricas por teste t de Student. Considerou-se significante se p<0,05.
Resultados: Foram internadas 897.520 pessoas, destas 574 viviam com HIV. A maioria da população vivendo com HIV era do sexo masculino (n=351; 61,1%) e parda (n= 222; 38,6%; p<0,001), com média de idade de 47,1±8,9 (p<0,001). Referente a causa base, o acidente vascular cerebral (AVC) teve maior frequência das internações na população com HIV (n=318; 55,4%; p<0,001). As pessoas vivendo com HIV permaneceram, em média, 8,8±6,8 dias internadas, enquanto a população geral manteve-se em média 6,5±5,8 dias internadas (p<0,001). Dos pacientes internados, 6,5 % (n=57.970) evoluíram para óbito, aos quais 0,2% (n=102) tinham HIV (p<0,001). O tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, abuso de álcool, uso de drogas ilícitas, hepatite C e doença renal crônica também foram fatores clínicos que apresentaram associação às internações por DCV em pessoas vivendo com HIV (p<0,001).
Conclusões: Idade, sexo tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, abuso de álcool, uso de drogas ilícitas, hepatite C, doença renal crônica foram fatores associados à internação por DCV em pessoas vivendo com HIV no Brasil.
HIPERTENSÃO ARTERIAL COMO PREDITOR DE MORTALIDADE EM PESSOAS DIAGNOSTICADAS COM HIV/AIDS.
Pôster
Muller, E.V.1, Fante, G.E.1, Martins, C.M1, Zuber. J.F.S.2, Borges, P.K.O1
1 UEPG
2 FMS - Ponta Grossa
Introdução: A hipertensão arterial, condição crônica não transmissível associada a maior risco cardiovascular e mortalidade, é frequente em pacientes com HIV/AIDS. Objetivo: Investigar a relação entre diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica como preditor de mortalidade em pessoas diagnósticas com HIV/AIDS. Trata-se de um estudo longitudinal realizado em um Centro de Atendimento Especializado (SAE/CTA) em município de médio porte no Estado do Paraná. Método: Foram acompanhados 1207 pessoas diagnosticas com HIV/aids no período de 2002 a 2024. Os dados foram obtidos por meio dos prontuários. As variáveis de interesse para o estudo foram as sociodemográficas e clínicas. A partir dos dados foi verificado a prevalência de hipertensão arterial no diagnostico de HIV/AIDS e elaborados curvas de sobrevida utilizando método de Kaplan Meyer. Resultados: 13,1% dos pacientes tinham hipertensão no momento do diagnóstico de HIV/AIDS. O perfil predominante foi de homens, brancos, casados, heterossexuais com transmissão sexual. Dos 52 óbitos, 30,77% ocorreram em pacientes hipertensos (p= 0,0003). A análise de sobrevida mostrou que os hipertensos apresentaram menor sobrevida, com diferença estatisticamente significativa (p<0,0001). Mulheres hipertensas apresentaram maior mortalidade (p<0,0001). O Hazard Ratio foi de 3,1 (IC 95%: 1,7-5,6), sendo 1,7 (IC: 0,7-3,7) e 8,2 (IC: 3,1-21,6) para homens e mulheres respectivamente. Conclusão: este estudo ressaltou a importância da hipertensão arterial sistêmica como fator preditor de mortalidade em pacientes diagnosticados com HIV/AIDS, mostrando a necessidade de uma abordagem mais atenta e integrada no manejo das comorbidades nessa população.
Palavras-chave: Hipertensão arterial, HIV/AIDS, sobrevida.
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NOS REGISTROS DE HIV EM ESTADO DO NORDESTE DO BRASIL, 2020
Pôster
Silva Junior, A.G1, Matos, T.S1, Cavalcante, M.C1, Carmo, R.F2, Souza, C.D.F2
1 Prefeitura Municipal de Juazeiro, Bahia
2 Universidade Federal do Vale do São Francisco
Objetivo: Este estudo objetivou quantificar o impacto da pandemia da Covid-19 no número de diagnósticos de HIV no estado da Bahia, Brasil, no período 2020-2022. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, envolvendo o número de notificações de casos de HIV na Bahia no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2022, sendo o período 2015-2019 (pré-pandemia) utilizado para o cálculo dos registros esperados e 2020-2022 os anos de análise. Comparou-se os valores observados com os esperados utilizando o P-Score. As análises foram realizadas considerando o estado, bem como para regiões e microrregiões. Resultados: Para o período 2020-2022 eram esperados de 2.794 novos registros/ano, totalizando 8.382. Em 2020, observou-se uma redução de 12,3% (-356 registros) e em 2021, a redução de 3,2% (-89 registros). Já em 2022, observou-se aumento de 2,1% (+50 registros em relação ao esperado). As Macrorregiões de saúde mais impactadas foram, em 2020, a Macrorregião Centro-Leste com a maior redução percentual negativa de casos (-38%). Em 2021, a Macrorregião Norte com variação percentual negativa (-21%). Em 2022, a Macrorregião Extremo Sul com a maior variação percentual negativa (-29%). Conclusão: A pandemia de Covid-19 impactou na redução do número de notificações de casos de HIV no Estado da Bahia. Mesmo com a melhora no diagnóstico em 2022, ainda não foi possível captar todos os casos esperados para o período. Planos estratégicos arrojados devem ser adotados para identificação de pessoas vivendo com o HIV na região de estudo.
INCIDÊNCIA DE CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM MANAUS/AM
Pôster
Saraiva, V.C1
1 SEMSA-Manaus
Objetivos: Identificar e analisar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita na cidade de Manaus no período de 2020 a 2023.
Métodos: Estudo de caráter exploratório e quantitativo. A população escolhida foi avaliada a partir da ficha de notificação compulsória de Sífilis Congênita (SC). O perfil epidemiológico foi analisado a partir do banco de dados proveniente das notificações compulsórias do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação Compulsória) pelo TABNET. Foram analisados os dados: faixa etária da mãe, escolaridade da mãe, realização do pré-natal na gestação vigente, tipo de tratamento e tratamento de parceria sexual.
Resultados: Foram analisadas 1405 mulheres notificadas com bebês com SC, com média de 9 casos por 1000 nascidos vivos no período. A faixa etária de 18 a 24 anos foi a que apresentou maior incidência com 46%, seguida de 25 a 39 anos com 40%. Quanto à escolaridade, a maioria foi representada pelo Ensino Médio Incompleto, com 28% e Ensino Médio Completo com 27%. Quanto à realização ou não do pré-natal, 74% das mulheres realizaram acompanhamento pré-natal. O tratamento inadequado representou 58%, seguido do não realizado com 32% e 9% realizaram tratamento adequado. Maioria apontada também aos parceiros que não realizaram tratamento com 77% dos casos contra 22% que realizaram.
Conclusões: Observou-se que as falhas no pré-natal permanecem, refletindo a necessidade de se reavaliar sua qualidade e estratégias de monitoramento que possam reduzir o quantitativo de casos de tratamento inadequados, bem como a educação à população pela importância da prevenção deste agravo.
INCIDÊNCIA DE SÍFILIS CONGÊNITA E DESFECHOS NEGATIVOS NO NORDESTE DO BRASIL (2010-2020)
Pôster
Teixeira, C. S. S.1, Meira, I. R. S.2, Vasconcelos, J. A. N.2, Silva, L. E. P.2, Guimarães, M. S. C.2, Silva, F. A.2
1 UFPE
2 FASAVIC/AFYA
Objetivo: Caracterizar os casos de sífilis congênita e investigar os fatores associados a desfechos negativos no Nordeste do Brasil, entre 2010-2020. Métodos: Estudo transversal-analítico, com dados secundários do SINAN/Datasus. Consideramos com desfechos negativos os óbitos por sífilis, abortos e natimortos. Estimamos a incidência cumulativa da sífilis congênita (casos/1.000 nascidos vivos-nv) e associações entre desfecho e covariáveis, reportadas como Odds Ratio (OR) e Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). Resultados: Avaliamos 75.117 notificações de sífilis congênita no Nordeste (2010-2020). A incidência cumulativa foi 2,09/1.000nv, com variação entre 2010 (2,43/1.000nv) e 2019 (15,85/1.000nv); e sendo maiores em Sergipe (12,05/.1.000nv), Pernambuco (10,64/1.000nv), Rio Grande do Norte (10,57/1.000nv), Ceará (9,42/1.000nv) e Piauí (7,08/1.000nv). A maioria dos casos foi entre mulheres adolescentes/adultas-jovens (89,3%), negras (88,1%) e de escolaridade limitada (fundamental/médio incompleto) (79,7%). Observamos 4.711 (6,3%) desfechos negativos (óbito por sífilis, aborto e natimorto). As maiores chances desses desfechos foram entre mães adolescentes ORajustada=1,90/IC95%=1,68-2,15) e ≥50 anos (ORajustada=1,65/IC95%=1,04-2,64); pretas (ORajustada=1,99/IC95%=1,33-2,97), pardas (ORajustada=2,20/IC95%=1,75-2,76) e indígenas (ORajustada=3,82/IC95%=1,46-9,98); sem pré-natal (ORajustada=2,44/IC95%=2,15-2,77), com diagnóstico no parto/curetagem (ORajustada=3,34/IC95%=2,87-3,88) ou pós-parto (ORajustada=1,64/IC95%=1,30-2,07), e sem tratamento (ORajustada=2,61/IC95%=1,45-4,69). A pior escolaridade foi associada à redução destas chances (ORajustada=0,66/IC95%=0,54-0,80). Conclusões: O aumento da incidência de sífilis congênita e chances de desfechos fatais relacionadas à vulnerabilidade social evidenciam uma fragilidade assistencial. Recomendamos o fortalecimento de estratégias da Atenção Primária à Saúde para educação em saúde, busca ativa das gestantes e testes diagnósticos no 1º e 3º trimestre de gestação, bem como o aumento da cobertura de programas de proteção social para redução das iniquidades em saúde.
INTERNAÇÕES E MORTES POR AFECÇÕES ATÍPICAS DA CHIKUNGUNYA EM TRÊS CAPITAIS DO NORDESTE
Pôster
Lima, S. S.1, Luna, C.F.1, Braga, C1
1 Instituto Aggeu Magalhães-FIOCRUZ
Objetivo: analisar o padrão de ocorrência das hospitalizações e mortes, por semana epidemiológica, de afecções neurológicas (encefalite, mielite, encefalomielite e Síndrome de Guillain-Barré-SGB) e cardíacas (Insuficiência Cardíaca-IC e Infarto Agudo do Miocárdio-IAM, arritmias, miocardite e pericardite), antes e após a detecção dos primeiros casos autóctones de chikungunya em três capitais brasileiras: Fortaleza-CE, Recife-PE e Salvador-BA, de 2010 a 2023. Métodos: estudo ecológico de série temporal com dados dos sistemas de informação sobre mortalidade (SIM), hospitalização (SIH), agravos de notificação (Sinan) e populacionais (IBGE). A comparação das taxas médias de internação e de mortalidade, total e por faixa etária, foi analisada utilizando teste T de Student para amostras independentes. Modelos preditivos ARIMA estimaram o comportamento das séries temporais e foram validados pelo teste de Ljung-Box e funções de autocorrelação. Adotou-se nível de significância de 5%. Os dados, de domínio público, dispensaram aprovação por comitê de ética. Resultados: Em Fortaleza, houve incremento de 1.049% na taxa média de hospitalizações por encefalite, mielite, encefalomielite e mielopatias e de 34% na taxa média de mortalidade por IAM (idade ≥40 anos) (p-valor=0,000). Houve aumento de 70% e 100% nas hospitalizações por SGB em Recife e Salvador, respectivamente (p-valor=0,000). Mudanças na ordem das séries temporais, com resíduos não correlacionados (Ljung-Box Q >0,05), foram observadas em 43% dos indicadores analisados. Conclusão: os resultados evidenciaram aumento e mudanças no padrão de ocorrência das internações e mortes por afecções relacionadas à chikungunya após sua emergência, indicando a necessidade de aprimoramento da vigilância sindrômica e diagnóstico dos casos.
MORTALIDADE POR COVID-19 EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS EM DIFERENTES PERÍODOS VACINAIS
Pôster
Oliveira, T. N. C.1, Santos, A. L. S.1, Pacheco, A. G.2
1 Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP, Rio de Janeiro, Brasil
2 Programa de Computação Científica/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brasil
Objetivo: Investigar a associação entre a infecção pelo HIV e o óbito por COVID-19 na população brasileira, por períodos de implementação vacinal até dezembro de 2022.
Material e métodos: Estudo ecológico multinível utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Foram realizadas regressões por modelos lineares generalizados mistos, considerando o período de implementação vacinal, ajustados por faixa etária e sexo, interação entre HIV e faixa etária, e efeito aleatório para unidade federativa.
Resultados: Antes da introdução da vacina, ter HIV foi associado a maior chance de morte por COVID-19 nas faixas etárias de 20-39 anos (OR: 1,28) e acima de 80 anos (OR: 2,22), e menor chance nas faixas de 40-59 anos (OR: 0,52) e 60-79 anos (OR: 0,79), comparado a pessoas sem HIV. No período de expansão vacinal, a chance de óbito foi menor em PVHA para todas as faixas etárias, exceto acima de 80 anos (OR: 1,40). Na consolidação vacinal, ter HIV foi associado a maior chance de morte em todas as faixas etárias, com maior chance entre 20-39 anos (OR: 5,54) e idosos longevos (OR: 3,98).
Conclusão: A infecção pelo HIV foi associada a maior chance de morte por COVID-19 entre idosos longevos em todos os períodos. A expansão da vacina reduziu a mortalidade por COVID-19 em PVHA, porém os resultados não se sustentaram ao longo do tempo, evidenciado pelo aumento da chance de óbito em todas as faixas etárias após a consolidação da cobertura vacinal na população.
MORTALIDADE POR DM, HIPERTENSÃO E DCV ENTRE PVHA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Pôster
Oliveira, TN1, Moreira, RC2, Carvalho, LM3, Coelho, FC3, Gomes, MFC4, Bastos, LS4, Pacheco, AG4
1 Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP, Rio de Janeiro, Brasil
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brasil
3 Escola de Matemática Aplicada/Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, Brasil
4 Programa de Computação Científica/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brasil
Objetivo: Compreender o impacto da pandemia de COVID-19 na mortalidade entre PVHA no Brasil.
Métodos: Os dados foram obtidos do sistema de mortalidade do Brasil, de 2019 a 2022. Os dados populacionais foram derivados do Censo Brasileiro. As Razões de Mortalidade ajustadas (RMAs) gerais e por subgrupos de DM, HAS e DCV foram estimadas para população geral e pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), ajustadas para sexo, idade e estado de residência. Modelos de regressão de Poisson multinível foram usados para estimar as RMAs.
Resultados: Observou-se um aumento substancial nas RMAs entre PVHA, para DM, HAS e DCV nos anos de 2020, 2021 e 2022, com 41%, 39,7% e 39,3% para DM; 41,5%, 59,7% e 57,6% para HAS; e 14,2%, 27,8% e 26% para DCV, respectivamente. Não houve diferença significativa por idade nas RMAs para DM e HAS. Em 2020, observou-se uma redução da mortalidade por DCV na faixa etária de 18-29 anos, quando comparado a 2019, enquanto demais faixas etárias apresentaram RMAs elevadas. PVHA não exibiram um aumento significativo na taxa geral de mortalidade em 2020, e um aumento modesto nas taxas para 2021 e 2022, com aumentos de 7% e 3%, respectivamente
Conclusões: Este estudo destaca altas taxas de mortalidade para DM, HAS e DCV entre PVHA no Brasil durante os anos de 2020-2022. Esses achados ressaltam a importância de políticas de saúde pública na manutenção e fortalecimento do manejo de doenças crônicas, prevenindo assim a exacerbação das desigualdades em saúde, com atenção especial a populações vulneráveis, como PVHA.
O CONTROLE DA SÍFILIS CONGÊNITA EM IGUATU, CEARÁ (BRASIL)
Pôster
Albuquerque, F. R.1, Souto, B. G. A.2, Padilha, R. Q.2
1 Programa de pós-graduação em Gestão da Clínica da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar; Centro Universitário Estácio do Ceará – Campus Iguatu; Secretaria de Saúde de Iguatu (CE).
2 Programa de pós-graduação em Gestão da Clínica da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
Objetivo
Descrever a experiência de Iguatu (CE) com o controle da Sífilis Congênita.
Método
No primeiro quadrimestre de 2021 e com apoio da OPAS, da Secretaria de Saúde do Ceará e da Universidade de Fortaleza, Iguatu implantou um conjunto de medidas para o controle local da Sífilis Congênita. Entre elas, destaca-se a disponibilização de medicamentos e recursos diagnósticos, protocolos de cuidado, sensibilização e capacitação profissional. Em 2023, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, realizou-se estudo epidemiológico transversal comparativo de duas séries temporais sobre casos de Sífilis gestacional e congênita no município. As séries temporais foram cronologicamente divididas igualmente entre os momentos anterior e posterior à adoção do citado conjunto de ações. Os indicadores foram construídos sobre dados sociodemográficos, clínicos, terapêuticos, assistenciais e laboratoriais. A comparação entre os dois momentos foi feita mediante testes bioestatísticos respectivamente aplicáveis.
Resultados
A maioria dos casos de Sífilis gestacional ocorreu em mulheres jovens, socialmente vulneráveis. A comparação entre os momentos anterior e posterior à implantação das medidas locais contra a Sífilis Congênita mostrou melhorias no sistema de notificação, no diagnóstico e no tratamento da Sífilis materno infantil. O resultado prático foi que houve aumento na detecção e no tratamento de Sífilis gestacional, com redução de 50% na ocorrência de Sífilis Congênita.
Conclusões
Houve melhora recente dos indicadores de Sífilis Congênita no Município de Iguatu (CE) e é possível que as medidas acima descritas tenham colaborado para esse progresso. Sugere-se que essa experiência e tais medidas sejam divulgadas, aperfeiçoadas e desenvolvidas também em outras localidades.
ÓBITO POR COVID-19 EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS: ANÁLISE POR VARIANTES DE PREOCUPAÇÃO
Pôster
Oliveira, T. N. C.1, Santos, A. L. S.2, Pacheco, A. G.3
1 Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP, Rio de Janeiro, Brasil
2 Escola Nacional de Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP, Rio de Janeiro, BrasilPública
3 Programa de Computação Científica/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brasil
Objetivo: Investigar a associação entre a infecção pelo HIV e o óbito por COVID-19 na população brasileira, no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2022.
Material e métodos: Foi realizado um estudo ecológico multinível utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Foram realizadas regressões por modelos lineares generalizados mistos, considerando a variante de preocupação (VOC) dominante, ajustados por faixa etária e sexo, interação entre HIV e faixa etária, e efeito aleatório para unidade federativa.
Resultados: No período pré-VOC, ter HIV foi associado a maior chance de morte por COVID-19 nas faixas etárias 20-39 anos (OR: 1,19) e maior que 80 anos (OR: 1,82), e menor chance nas faixas etárias 40-59 anos (OR: 0,52) e 60-79 anos (OR: 0,73), quando comparado a pessoas sem HIV. No período de dominância da variante Gama, a chance de óbito foi menor em PVHA para todas as faixas etárias exceto maior que 80 anos (OR: 1,76). Na dominância da Delta e Ômicron, ter HIV foi associado a maior chance de morte em todas as faixas etárias, com maiores ORs nas faixas etárias mais de 80 anos (ORDelta: 5,9) e 20-39 anos (ORÔmicron: 5,68).
Conclusão: A análise mostrou variação na chance de morte por COVID-19 em PVHA conforme faixa etária e variante. Os idosos longevos com HIV apresentaram chance de morte por COVID-19 elevada em todos os períodos. Entre PVHA mais jovens, durante a Ômicron, a chance de óbito foi 5 vezes a chance de pessoas sem HIV.
PERFIL DA SÍFILIS CONGÊNITA EM ÁREA PROGRAMÁTICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2013-2022
Pôster
Maciel, CJVG1, Saucha, CVV2
1 Divisão de Vigilância em Saúde da Coordenadoria Geral de Atenção Primária 3.2 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2 Coordenação de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivos: Descrever o perfil sócio-demográfico e epidemiológico das notificações de sífilis congênita (SC) em residentes da Área Programática (AP) 3.2 do município do Rio de Janeiro no período de 2013 a 2022. Métodos: Trata-se de estudo descritivo dos casos de SC notificados no Sinan. Os dados foram disponibilizados em junho de 2023 durante o Treinamento EpiSUS Fundamental Rio. Foram selecionadas variáveis da ficha de notificação para conhecer a distribuição de casos por ano de diagnóstico e as características sócio-demográficas. Foi realizada análise no software Excel com construção de tabelas e gráficos, além dos cálculos de médias, proporções e taxas de incidência. Resultados: Foram identificadas 1.309 notificações de SC, com maiores incidências em 2020 (26,5), 2021 (33,3) e 2022 (31,1), para cada 1.000 Nascidos Vivos (NV). Dentre as características dos casos, destacaram-se: 69,2% notificados entre 0 e 6 dias de vida; distribuição homogênea entre sexos e 41,7% de crianças pardas. Características maternas apontaram que 53,9% eram mulheres entre 20 e 29 anos; 46,3% raça parda e predomínio de mães com ensino fundamental incompleto (19,5%). Foi identificado tratamento materno inadequado em 48,1% dos casos e maior proporção de NV quando o diagnóstico ocorreu durante o pré-natal (96,4%). Conclusões: Notou-se elevada incidência na AP 3.2 e fragilidade na oportunidade de prevenção da SC. O perfil de mães jovens, pardas e pretas e com baixa escolaridade reforça a necessidade de investimento no combate à sífilis nos grupos mais vulneráveis socialmente.
PERFIL DOS CASOS DE HIV EM GENTANTES RESIDENTES NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2018 A 2022
Pôster
Zampier, A. L. B. M.1, Saucha, C. V. V.2
1 SMS Rio de Janeiro
2 SMS Rio de janeiro
Objetivos: Caracterizar os casos notificados de HIV em gestantes no período de 2018 a 2022 residentes no município do Rio de Janeiro (MRJ). Métodos: Os dados foram extraídos do SINAN e disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde. As análises foram realizadas no software Excel para a construção das tabelas e cálculos de frequência absolutas e relativas. Resultados: De 2018 a 2022 foram notificadas 2.475 gestantes com HIV residentes no MRJ, com uma média de 495 notificações por ano e taxas de incidência variando de 6,1 a 7,5 gestantes por mil nascidos vivos. A maioria das gestantes é parda (45,7%), seguida da raça/cor preta (27,1%). A faixa etária com maior proporção de notificações é a de 18 a 27 anos, seguida da faixa de 28 a 37 anos e a maioria das gestantes tem apenas o ensino fundamental completo. Observou-se que o maior número de notificações é proveniente de bairros da zona oeste da cidade. Quanto ao período de evidência laboratorial, a maior parte ocorreu antes do pré-natal, seguido de durante o pré-natal, porém apenas 61% das gestantes notificadas com HIV realizaram profilaxia durante a gestação. Conclusões: O perfil das gestantes com HIV no MRJ é de uma população mais carente, desfavorecida educacional e economicamente, que chega à gestação sabidamente positiva para o HIV, porém não realiza terapia de forma adequada. É necessário que a gestão realize campanhas e ações direcionadas à população jovem sobre prevenção do HIV e reforçar protocolos sobre o manejo da gestante com HIV.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SIFILIS EM GESTANTE DA XI REGIÃO DE SAÚDE, PERNAMBUCO, 2018-2022.
Pôster
Torres, M. N.1, Gonçalves, A. B.1, LIma, K. T. M.1, Queiroz, F. B.1, Cantarelli, K. M. S. L.1
1 SES PE/ XI GERES
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos diagnosticados de sífilis em gestante nos municípios que compõem a XI Região de Saúde no estado de Pernambuco entre os anos de 2018 a 2022. Métodos: estudo descritivo e retrospectivo de abordagem quantitativa, a partir de dados secundários do Tabnet/DATASUS dos casos de sífilis em gestante notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação no período de 2018 a 2022. Resultados: No período do estudo foram notificados 260 casos de sífilis em gestante, destes 50% pertencem ao município de Serra Talhada. Quanto a escolaridade, 23,1% possuem ensino médio completo seguidas de 20% de gestantes que não concluíram da 5ª a 8ª série. Analisando a raça cor e faixa etária, 82,7% se autodeclaram pardas e 70,4% tem idade entre 20 a 39 anos. Quanto a classificação clínica, 33,1% das gestantes foram diagnosticada com sífilis primária, seguidas por 26,9% com sífilis latente. Em relação a realização dos testes, 89,6% obteve resultado positivo para o teste não treponêmico e 8,8% não realizou ou teve a informação ignorada, já o teste treponêmico foi reagente em 83,8% das gestantes e 11,9% não realizou ou teve essa informação ignorada. Conclusões: foi evidenciada uma concentração de casos de sífilis em gestante pardas, adultas jovens e baixa escolaridade, reforçando a necessidade de fortalecer ações de educação sexual entre mulheres jovens e de menos acesso as informações de saúde, assim como qualificar a assistência ao pré-natal no intuito de prevenir a ocorrência de novos casos e evitar a sífilis congênita.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS EM GESTANTES E CONGÊNITA EM MESQUITA: 2022-2023
Pôster
Alves, J. N.1, Costa, M. C.1
1 Fundação Oswaldo Cruz
O objetivo do estudo é analisar o perfil epidemiológico da sífilis em gestante e sífilis congênita nos anos de 2022 e 2023. Trata-se de um estudo descritivo utilizando os dados do SINAN. Foram consideradas as variáveis: faixa etária, escolaridade, raça/cor e bairro de residência, com uma análise comparativa entre os anos. Em 2022, o município registrou 107 casos de sífilis em gestantes, aumentando para 126 casos em 2023, um aumento de 17% no número de casos. As taxas de detecção foram de 71,4 e 72,3 casos por mil nascidos vivos, respectivamente. Em contraste, o número de casos de sífilis congênita caiu de 67 em 2022 para 36 em 2023, uma redução de 46%, com taxas de incidência de 44,9 e 19,7 casos por mil NV, respectivamente. A maioria das notificações de sífilis em gestantes ocorreu em mulheres jovens, com idades entre 19 e 29 anos, seguidas por aquelas entre 12 e 18 anos. A falta de informações sobre escolaridade foi observada em 57,1% dos casos, e a maioria dos registros ocorreu em gestantes da raça/cor parda. O aumento na detecção de casos de sífilis em gestantes reflete melhorias nos sistemas de vigilância epidemiológica e maior acesso aos serviços de saúde para diagnóstico. A redução na incidência de sífilis congênita indica melhorias no pré-natal e no tratamento da sífilis durante a gravidez. O predomínio dos casos entre jovens adultos destaca a importância de programas de educação sexual e prevenção direcionados a essa faixa etária.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS GESTACIONAL EM JABOATÃO-PE NO PERÍODO DE 2019 A 2022
Pôster
Santos, E.M.1, Medeiros,K.R.1
1 FIOCRUZ/IAM-PE
Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) bacteriana geralmente transmitida pelo contato sexual, além de apresentar as maiores taxas de transmissão durante o ciclo grávido-puerperal durante a última década, com agravamento em países onde se encontra baixo desenvolvimento socioeconómico e assistencial. Outrossim, a infecção em gestante é recorrente e a taxa de transmissão transplancetaria é alta. Objetivo: Analisar e comparar a evolução do perfil epidemiológico da sífilis gestacional no município de Jaboatão dos Guararapes-PE. Metodologia: Pesquisa de caráter transversal, retrospectivo, descritivo de abordagem quantitativa no qual utilizou dados secundários obtidos na plataforma TABNET do sistema DATASUS referentes aos casos notificados pelo SINAN da Sífilis gestacional na cidade de Jaboatão dos Guararapes no período de 2019 a 2022. Resultados: Durante o período de 2019 a 2022 no município analisado ouve uma diminuição de casos confirmados de 272 em 2019 para 222 em 2022 da sífilis gestacional, com predominância de faixa etária entre 20 a 39 anos (78,8%) e categoria parda/preta com maior incidência (44%) e em mulheres de baixa escolaridade. Nesse estudo, evidenciou-se que durante a situação epidemiológica da COVID-19 pode sugerir que ocorreram atrasos no diagnóstico, detecção e notificação da sífilis devido à evasão ou adiamento de cuidados assistências. Conclusão: Com isso, os achados obtidos serão cruciais para subsidiar políticas públicas eficazes de prevenção e controle da sífilis gestacional na região com objetivo de reduzir a incidência dos casos e melhorar a saúde materno-infantil.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DA SÍFILIS EM UMA MATERNIDADE DE PERNAMBUCO
Pôster
Londres, S. M. D. N.1, Cabral, M. L.2, Ramos, R. C. M.2, Araújo, E. L. L.2, Queiroz, A. M.1, Azevêdo, R. S. A.1, Silva, B. M.1
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE)
2 Centro Universitário São Miguel (UNISAOMIGUEL)
Sífilis congênita é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum transmitida da mãe infectada ao feto durante a gestação, cujo diagnóstico é simples e o seu rastreamento é obrigatório durante o pré-natal. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico das gestantes que transmitiram sífilis ao feto em uma maternidade de Pernambuco (PE), no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2022. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo quantitativo e descritivo. Os dados foram obtidos por meio das Fichas de Notificação/Investigação para sífilis gestacional e sífilis congênita, preenchidas entre janeiro de 2020 a dezembro de 2022, cujas variáveis foram tabuladas por meio do Microsoft Excel. Resultados: No período em análise foram notificados 483 casos de sífilis congênita no triênio. Nos anos do estudo foram computados, respectivamente, 151, 186 e 146 notificações. Em relação à faixa etária, a predominância foi de gestantes entre 20 a 29 anos, pardas, com ensino fundamental incompleto e que residiam em zona urbana. Observou-se que, mesmo com adesão de 71,2% das gestantes ao pré-natal, 72,3% dos casos de sífilis não foram diagnosticados na gestação. Quanto ao tratamento, 29,6% das mulheres não o realizaram e 53,0% realizaram tratamento inadequado. Conclusão: As taxas de detecção da sífilis durante a gestação continuam alarmantes. Os desfechos desfavoráveis foram expressivos e os resultados apontam para a urgente necessidade de melhoria das políticas públicas de atenção à saúde, especialmente na atenção primária.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DA BAHIA NO PERÍODO DE 2019 A 2023
Pôster
Barbosa,H.L1, Silveira, T.P2, Santos, C.L.R.2, Freitas, K.S2, Cardoso, M.S.L3
1 NRS/CL
2 UEFS
3 UFRB
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita na Bahia entre 2019 e 2023.Métodos: Estudo descritivo, com dados DATASUS sobre casos notificados de sífilis congênita na Bahia entre 2019 e 2023. Resultados: Foram notificados 5.773 casos de sífilis congênita no período. Predominaram gestantes de 20 a 24 anos (32,44%). Em relação à escolaridade materna, 34,96% dos casos tinham dados ignorados e 18,52% não concluíram a 5ª-8ª série do ensino fundamental. Esses dados refletem achados de estudos em Foz do Iguaçu, onde 30,6% das fichas não tinham informação sobre escolaridade. A baixa instrução está associada ao aumento da transmissão vertical da sífilis. O diagnóstico ocorreu em 48,38% nas consultas de pré-natal e 34,16% no parto, com 76,08% das gestantes realizando pré-natal, similar a um estudo em Belo Horizonte. Quanto ao tratamento do parceiro sexual, 51,62% não receberam terapêutica, semelhante ao encontrado na Região Nordeste de 2014 a 2018. A maioria dos casos (95,86%) foi detectada até o 6º dia de vida do recém-nascido, com predomínio de cor parda (64,59%) e sexo feminino (47,95%). A classificação final foi de sífilis congênita recente em 94,99% dos casos, com 86,28% das crianças evoluindo vivas. Esses achados são consistentes com estudos anteriores em Potiguar, RN e Bahia entre 2007 e 2017.Conclusões: A alta incidência de sífilis congênita indica diagnóstico tardio na gestação e falhas no tratamento das gestantes e seus parceiros, afetando o bem-estar do feto e das crianças. As lacunas nas consultas de pré-natal e no tratamento dos parceiros sexuais são evidentes
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PESSOAS EM USO DA PREP NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA – PR, 2024
Pôster
Muller, E.V.1, Rublesperger, A.G.M1, Milleo, L.D1, Wisniewski, M2, Borges. P.K.O.1, Martins, C.M.1
1 UEPG
2 FMS-PG
Introdução: A profilaxia pré-exposição (PrEP), disponível gratuitamente no Brasil desde 2017, tem mostrado eficácia na prevenção da infecção pelo HIV. Além da medicação, é crucial fornecer orientação e acompanhamento contínuo, especialmente para populações de risco. Objetivo: Caracterizar o perfil sociodemográfico dos usuários de PrEP atendidos no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Ponta Grossa-PR. Método: Estudo observacional descritivo. Um questionário estruturado foi utilizado para coletar informações sociodemográficas, clínicas e comportamentais dos pacientes no SAE entre outubro de 2023 e janeiro de 2024. A amostra incluiu 83 pessoas. O questionário abordava sexo biológico, identidade de gênero, orientação sexual, cor/raça, estado civil, faixa etária, nível educacional e renda mensal, além do início do uso da PrEP, efeitos colaterais, uso de preservativos, testes para outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), consumo de álcool e tabagismo. Resultados: A maioria dos usuários era do sexo biológico masculino (95,18%), homem-cis (90,36%), homossexual (83,13%), branco (83,13%), solteiro (81,93%), na faixa etária de 30 a 39 anos (44,58%), e com nível superior (91,57%). Renda mensal nos grupos mais representados entre 1000 a 2000 reais e acima de 5000 ( 24,10%). A maioria iniciou o uso da PrEP há menos de um ano (56,63%) e 8,43% relataram efeitos colaterais gastrointestinais. 22,89% não usam preservativo, 75,90% testaram outras ISTs, 62,65% utilizavam álcool e 36,14% eram fumantes. Conclusão: O estudo identificou um perfil específico dos usuários de PrEP, destacando a necessidade de estratégias de educação e acompanhamento direcionadas para essa população.
Palavras-chave: PrEP, HIV, Sociodemografia, Prevenção, Saúde Pública
POSITIVIDADE NO TESTE RÁPIDO PARA SÍFILIS EM GESTANTES DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS
Pôster
Dornelles, T. M.1, Brito, E. S.1, Pinheiro, B. H. G.1, Martins, R. S.2
1 UFCSPA
2 UFRGS
Objetivo: Analisar a positividade no teste rápido para sífilis e sua associação com fatores sociodemográficos em gestantes no município de Porto Alegre.
Método: Trata-se de um estudo transversal composto por dados das testagens rápidas (TR) para sífilis realizadas em gestantes no município de Porto Alegre entre os anos de 2020 a 2022. Foram consideradas gestantes entre 12 e 50 anos nos serviços de atenção primária em saúde. Os dados foram obtidos em base gerada pela produção individual nas Unidades de Saúde.
Resultados: A amostra total foi composta por 12.280 testes rápidos realizados em gestantes, sendo 1.309 (10,3%) reagentes para sífilis. A idade média das gestantes com resultado positivo e negativo para sífilis foi, respectivamente, 28,4±6,7 e 26,9±6,5 (p=0,005). Entre as gestantes com TR reagente, 59% se autodeclaram brancas, enquanto entre as gestantes com resultado negativo, 56% se autodeclararam pretas (p<0,001). As gestantes com TR reagente para sífilis também apresentaram, quando comparadas às gestantes com TR negativo, menor escolaridade (ensino fundamental), respectivamente, 52,4% e 38,4% (p=0,02).
Conclusões: O acompanhamento de pré-natal adequado é essencial para prevenção da transmissão vertical de sífilis, devendo ser um trabalho contínuo e longitudinal entre a gestante e a equipe de saúde. O rastreamento precoce com a identificação das gestantes mais vulneráveis é imprescindível para a adoção de medidas e controle de agravos relacionados à sífilis.
PREVALÊNCIA DE HEPATITE VIRAL DO TIPO C ENTRE PESSOAS TESTADAS PARA IST EM PORTO ALEGRE
Pôster
Brito, E. S.1, Pinheiro, B. H. G1, Martins, R. S.2, Dornelles, T. M.1
1 UFCSPA
2 UFRGS
Objetivo: Avaliar a prevalência de testes rápidos reagentes para HCV na população de Porto Alegre - RS.
Método: Estudo transversal com dados da população usuária do Sistema Único de Saúde que realizou teste rápido (TR) para HIV, Sífilis e Hepatite C em Porto Alegre entre os anos de 2020 e 2022. Os dados foram obtidos em base gerada pela produção individual nas Unidades de Saúde do município, preenchidos pelo profissional de saúde responsável pela aplicação do TR.
Resultados: Foram realizados 99.641 testes para IST, sendo que 1,3% (1.183) foram reagentes para HCV. A prevalência deste agravo foi de 2% em homens e 0,8% em mulheres (p<0,01). Em relação à raça/cor, a prevalência observada foi de 1,8% em amarelos/indígenas, 1,5% em pretos/pardos e 1,1% entre brancos (p<0,01). Quanto à idade, a maior prevalência foi observada entre pacientes de 60 anos ou mais (5,3%) e 40 a 59 anos (3,6%) (p<0,01). Em relação à escolaridade a maior prevalência de HCV foi observada em pessoas com ensino fundamental (2%) (p<0,01).
Conclusões: Os achados deste estudo indicam que a prevalência de Hepatite C é influenciada por fatores como gênero, raça/cor, idade e nível de escolaridade. As maiores prevalências foram observadas em homens, pessoas amarelas/indígenas, com 60 anos ou mais e naqueles que possuem baixa escolaridade. Ressalta-se a importância de estratégias de prevenção direcionadas a esses grupos específicos.
PREVALÊNCIA DE HIV ENTRE INDIVÍDUOS QUE REALIZARAM TESTE RÁPIDO EM PORTO ALEGRE
Pôster
Pinheiro, B. H. G.1, Martins, R. S.2, Dornelles, T. M.1, Brito, E. S.1
1 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Objetivo: Avaliar a prevalência de HIV na testagem rápida realizada na população do município de Porto Alegre.
Método: Estudo transversal com dados das testagens rápidas (TR) para HIV realizadas na população de Porto Alegre/RS entre os anos de 2020-2022. Consideramos a população usuária do Sistema Único de Saúde que realizou TR. Dados foram obtidos em base gerada pelas Unidades de Saúde.
Resultados: Dos 93.600 pacientes testados para HIV, 2.345 foram reagentes (2,5%). Os homens apresentaram maior prevalência (3,6%) quando comparados às mulheres (p<0,01). A média de idade entre os reagentes foi de 35,5∓12,9 anos. As faixas etárias de maior prevalência de HIV foram entre 40-59 anos (4,2%), de 26-39 anos (2,8%) e maiores de 60 anos (1,9%) (p<0,01). Pessoas autodeclaradas pretas/pardas apresentaram maior prevalência de HIV (3,4%) quando comparadas às amarelas/indígenas (2,7%) e às brancas (1,9%) (p<0,01). Em relação à escolaridade, a maior prevalência de HIV foi encontrada em indivíduos com ensino fundamental (3,5%) (p<0,01). Pessoas em situação de rua apresentaram maior prevalência de HIV (8,8%) quando comparados aos demais (2,4%) (p<0,01). A coinfecção com tuberculose em PVHIVA foi de 8,8.
Conclusão: Evidenciou-se maiores índices de infecção por HIV em homens, pessoas pretas/pardas, com menor escolaridade e em situação de rua, indicando que estratégias específicas de prevenção devem ser direcionadas às vulnerabilidades que impactam as taxas de detecção na população.
PREVENÇÃO E CONTROLE DA SÍFILIS: AÇÕES EXTENSIONISTAS PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Pôster
Souza, V. A.1, Cordeiro, T. M. S. C.1, Souza, F. O.2, Souza, M. L. O.2, Santos, M. F. S. A.1, Morais, A. C.1, Moreira, G. S.1, Lemos, L. M.1, Pinheiro, E. S.1
1 UEFS
2 UFRB
Objetivos: Promover medidas de prevenção e controle da Sífilis entre Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE) em municípios do interior da Bahia, por meio de atividade de extensão, proporcionando-lhes ferramentas para autocuidado e orientação à população. Metodologia: A ação beneficiou ACS e ACE do interior baiano, totalizando cerca de 88 participantes, utilizando uma abordagem integrada, incluiu um curso de extensão, produção de materiais educativos e uma campanha de divulgação no Instagram. O curso, transmitido remotamente, contou com os temas: “Medidas Preventivas e de Controle da Sífilis” e “Vacinação do Adulto conforme o Programa Nacional de Imunizações (PNI)”, esse, fruto da parceria entre as universidades UEFS e UFRB. Utilizou-se uma abordagem pedagógica dinâmica, participativa e métodos ativos, como vídeos curtos, sessões “tira-dúvidas”, testes pré e pós-curso. Resultados: o treinamento ampliou o conhecimento técnico dos profissionais, promovendo práticas de autocuidado e treinando-os para disseminar informações precisas à população. A avaliação da satisfação dos participantes foi positiva, com feedbacks indicando uma experiência educacional enriquecedora. A emissão de certificados incentivou a busca por conhecimento. Os impactos incluíram aprimoramento da formação acadêmica do bolsista e o fortalecimento da extensão universitária, promovendo uma conexão prática entre a UEFS e a comunidade. Conclusão: O treinamento dos agentes é vital para o controle da Sífilis e para a promoção da saúde pública. A integração de estratégias educativas diversificadas mostrou-se eficaz e deve ser ampliada para fortalecer a rede de profissionais de saúde, impactando positivamente a sociedade.
RECUPERAÇÃO IMUNOLÓGICA EM PESSOAS VIVENDO COM HIV: ESTUDO DE COORTE EM MINAS GERAIS
Pôster
Mendicino, C. C. P.1, Moodie, E.2, Menezes de Pádua, C. A.3
1 Núcleo de Informação em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, Contagem (MG)
2 McGill University
3 UFMG
Objetivos: estimar o tempo e avaliar fatores associados à recuperação imunológica (RI) entre pessoas vivendo com HIV (PVHIV).
Métodos: coorte histórica com PVHIV, >18 anos, que iniciaram terapia antirretroviral (TARV) entre 2009-2018 em Minas Gerais. Os resultados de contagem de T-CD4+ foram coletados antes e após o início da TARV. Incidência acumulada (IA) e densidade de incidência (DI) da RI (>500 cels/μl) foram estimadas. O tempo mediano até a RI geral e estratificada pela contagem de T-CD4+ e pela variável tempo-dependente adesão à TARV (<45 dias entre duas dispensações) foi estimado pelo método de Kaplan-Meier. Os fatores associados à RI foram avaliados por meio da regressão de Cox, ajustado pela idade, sexo e ano de iniciação da TARV. A magnitude da associação foi expressa por hazard ratios (HR) com intervalos de confiança (IC) de 95%.
Resultados: a maioria dos participantes (N=8.014) era do sexo masculino (67%), com idade média=38,65 anos (desvio-padrão - DP=11,47) e contagem de T-CD4+=228 cel/ μl (DP=137). IA da RI foi 58%, correspondendo a DI=29,47/100 pessoas-ano. O tempo mediano até a RI foi de 22,8 meses (IC95%=21,9-24,0). A contagem basal de T-CD4+ >200cel/μl foi associada com a RI (HR=4,2; IC95%=3,9-4,5). A adesão à TARV reduziu 7,5 vezes o tempo mediano para a RI (HR=3,1; IC95%=2,87-3,4).
Conclusão: o tempo até RI nas PVHIV em uso de TARV ainda é muito longo. O início precoce e adesão à TARV são fundamentais para reduzir este tempo. O controle inadequado destes fatores representa um obstáculo à efetividade da TARV.
SIFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA: QUAIS OS DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS?
Pôster
Ichihara, M.Y.1, Paixão, E.S.2, Silva, H.B.M.1, Oliveira, G.L.1, Cardoso, A. M.3, Silva, H.B.M.1, Soares, M.A.S.1, Aquino, R.4, Fiaccone, R.L.5, Barreto, M.L.1
1 Cidacs/Fiocruz
2 Cidacs/Fiocruz e LSHTM/London
3 Ensp/Fiocruz
4 ISC/UFBa
5 Cidacs/Fiocruz e Instituto Matemática e Estatística/UFBA
Introdução: A Sífilis gestacional (SG) e congênita (SC) vem aumentando na última década, mesmo com diagnóstico e tratamento conhecidos e de baixo custo. Seus efeitos em gestantes e recém-nascidos são graves desde o aborto espontâneo até alto risco de morte infantil. Este trabalho traz evidências dos estudos conduzidos no Cidacs/Fiocruz entre 2020-2023 para apoiar as políticas públicas para o seu enfrentamento.
Metodologia: Utilizamos dados administrativos dos Sistemas Nacionais de Informação, além de informações da Coorte de 100 milhões de brasileiros (2001-2015) e da Coorte de Nascimento (2001-2018) integrados aos dados dos SIS. Foram realizados 12 estudos, com diversos métodos de análise.
Resultados: Estimou-se 45000 casos de subreportação de SG e 30000 de SC, impactando na real magnitude da SG e SC no país. Os determinantes sociais associaram-se a ocorrência da SG e SC:maior incidência entre mulheres pretas (61,01%), principalmente com baixa escolaridade (96,87%) e pardas (46,47%), Alta incidência entre gestantes indígenas, pelo diagnostico tardio consequente à desarticulação da atenção evidenciando barreiras de acesso e discriminação racial nos serviços.Risco aumentado de BPN (124%),PIG (71%),PT (50%) entre gestantes não tratadas e duas vezes maior de morrer entre nascidos vivos com SC.Beneficiárias do PBF tiveram maiores taxas de detecção dessas doenças.
Discussão: É premente adotar medidas para prevenção, diagnóstico e tratamento oportuno e adequado das SG e SC,buscando a eliminação das barreiras de acesso aos serviços de saúde com foco na interseccionalidade,a melhoria das práticas dos profissionais,o aprimoramento das informações com vistas a sua integração, e melhor compreensão dos riscos pelos grupos sociais.
SÍFILIS CONGÊNITA EM PORTO ALEGRE: ANÁLISE ESPACIAL E RELAÇÃO COM DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS
Pôster
Carlotto, F.D.1, Cossa, A.S.1, Silveira, C.R.1, Riquinho, D.L.1
1 UFRGS
Objetivo: realizar a distribuição espacial dos casos de sífilis congênita em Porto Alegre e comparar com indicadores sociodemográficos.
Método: estudo ecológico a partir de dados secundários do SINAN de Porto Alegre e do IBGE, no período de de 2019 até 2022. A população foi composta por 2078 crianças notificadas com sífilis congênita. Os distritos sanitários com maior prevalência de casos foram comparados em relação aos indicadores índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) e mortalidade infantil na cidade. Foi realizada análise através de estatística descritiva.
Resultados: os distritos sanitários com o maior número de casos de sífilis congênita foram Restinga (n=195) e Lomba do Pinheiro (n=167). No mesmo período, a mortalidade infantil em cada um foi de 14,2/1000 e 8,8/1000 nascidos vivos e o IDHM foi de 0,685 e 0,683, respectivamente. Em Porto Alegre, no mesmo período, a taxa de mortalidade infantil foi de 8,3 óbitos/1000 nascidos vivos e o IDHM de 0,805.
Conclusão: A alta incidência de sífilis congênita nesses distritos pode estar relacionada a fatores socioeconômicos e baixo índice de desenvolvimento humano. Igualmente a mortalidade infantil elevada pode ser atribuída a esses mesmos fatores, indicando a necessidade de intervenções específicas nessas áreas, como melhorias para o acesso às consultas de pré-natal e ao diagnóstico precoce.
SÍFILIS CONGÊNITA: PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS NO HRL, 2021-2024
Pôster
Ferreira, P.H.M1, Leme, A, F. S. P.2, Galdino, J.P.S3
1 Escola de Governo- Fiocruz-Brasília
2 SES-DF - Hospital da Região Leste (HRL)
3 Escola de Governo - Fiocruz-Brasília
Objetivo: Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos notificados de sífilis congênita do Hospital da Região Leste (HRL), em Brasília, de Janeiro/2021 a Junho/2024. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com dados de 2021 a 2024 extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Resultados: Observa-se que, dos 150 casos de sífilis congênita identificados, 14% (21) foram no ano de 2021, 31,33% (47) em 2022, 40% (60) em 2023 e 14,67% (22) em 2024. Dos 150 recém-natos, 40% eram do sexo masculino e 37% feminino; a raça/cor predominante foi a parda, com 38,67% (58). Quanto ao perfil materno, 59,46% das gestantes tinham entre 20 e 29 anos; e apenas 9,33% tinham até o ensino médio completo. As que realizaram pré-natal corresponderam a 79,46%, 65,77% tiveram diagnóstico de sífilis durante o pré-natal e 24,67% receberam tratamento adequado. Apenas 54% dos parceiros foram tratados. Quanto à evolução, 74,67% foram nascidos vivos, 14% de óbitos fetais (natimortos/abortos) e 2,67% de óbitos por sífilis congênita. Destaca-se que 44% dos casos de sífilis congênita são do Paranoá, cidade pertencente à Região de Saúde Leste. Conclusão: Observa-se o aumento no número de casos notificados no período analisado, apontando a importância da prevenção da transmissão vertical por meio de uma assistência pré-natal qualificada e do diagnóstico e tratamento precoces das gestantes. Sendo assim, identifica-se a necessidade de que sejam ampliadas e qualificadas as investigações epidemiológicas no Hospital e na região de saúde.
SÍFILIS GESTACIONAL E DESFECHOS AO NASCER NO BRASIL
Pôster
Helena Benes Matos da Silva1, Rita de Cássia Ribeiro-Silva1, Elzo Pereira Pinto Junior2, Maurício L. Barreto2, Enny S. Paixão3, Maria Yury Ichihara2
1 Escola de Nutrição, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil. Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS), Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador, BA, Brasil.
2 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS), Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador, BA, Brasil.
3 Epidemiology and Population Health, London School of Hygiene and Tropical Medicine, London, UK
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a associação entre sífilis gestacional e baixo peso ao nascer, pequeno para a idade gestacional e prematuridade.
Métodos: Este estudo longitudinal utilizou o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) vinculado aos casos de sífilis gestacional do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2011 a 2017. Estatística descritiva e regressão logística foram utilizadas para comparar os desfechos de nascimento de gestantes com e sem sífilis.
Resultados: Foram incluídos no estudo 17.930.817 nascidos vivos. Destas, 155.214 (8,7/1.000) foram expostas à sífilis durante a gravidez. A sífilis materna aumentou as chances de baixo peso ao nascer (aOR 1,88, IC 95%: 1,85-1,91), pequeno para a idade gestacional (aOR 1,53, IC 95%: 1,51-1,56) e prematuridade (aOR 1,35, IC 95%: 1,33-1,37). Maiores chances foram observadas para gestantes com título de VDRL ≥64 e sífilis materna não tratada quando comparadas às mães sem sífilis. A análise estratificada por assistência pré-natal mostrou maiores chances para todos os desfechos adversos para mães que compareceram a ≤6 consultas pré-natais.
Conclusão: Nossos achados mostraram uma forte associação entre sífilis gestacional e desfechos adversos na criança, com maior probabilidade observada entre mulheres com títulos mais elevados de VDRL, ausência de tratamento e pré-natal inadequado. Estes resultados destacam a necessidade de rastreio e tratamento adequados da sífilis gestacional durante a gravidez para mitigar o risco de resultados adversos no parto.
SÍFILIS GESTACIONAL NO RIO GRANDE DO NORTE: UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS CLÍNICOS
Pôster
RAIMUNDO, D. M. DE L.1, ARAÚJO FILHO, A. M. S.1, CONSTANTINO, R. DE C. A.1, SILVA, R. A. R. DA1, MENDONÇA, A. E. O. DE1
1 UFRN
Objetivo: Analisar as dimensões clínicas, sociodemográficas e a tendência temporal dos casos reportados de Sífilis Gestacional (SG) no estado do Rio Grande do Norte (RN). Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico e quantitativo, desenvolvido a partir de dados secundários obtidos em 2023 do SINAN por meio do DATASUS, referentes aos anos de 2019 a 2022. Resultados: O estudo revela um aumento significativo nos casos de SG no RN entre 2019 e 2022, com destaque para a região Metropolitana, que registrou 1532 casos notificados em 2022. Segundo os resultados deste estudo, o tratamento para SG com penicilina benzatina de dose única, associado ao esquema de tratamento da sífilis primária, no RN, demonstrou uma curva de crescimento progressiva, indicando uma possível identificação incorreta do esquema de tratamento adequado. Além disso, a análise aponta para a associação entre a escolha inadequada do esquema de tratamento escolhido, falta de adesão ao tratamento pelos parceiros das gestantes e a incidência de SG. Conclusão: Este estudo sublinha a importância da abordagem multidisciplinar no enfrentamento da SG no RN. Destaca-se a necessidade de implementar programas de educação continuada para profissionais da saúde, aprimorar a qualidade da assistência pré-natal, engajar os parceiros no tratamento e adotar estratégias adaptadas a cada região de saúde. Além disso, uma vigilância epidemiológica eficaz, com ênfase na notificação obrigatória e no uso de testes rápidos para rastreamento da infecção, é crucial para monitorar e implementar medidas preventivas e terapêuticas apropriadas.
SÍFILIS GESTACIONAL NO TOCANTINS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA (2018-2023)
Pôster
Bonatto, M. E. A.1, Silva, L. S.1, França, M. E. F.1, Souza, R. V. P.1, Telles, R. P. R. B. G.1, Matos, A. V.1, Sallet, L. A. P.1, Figueredo-Silva, S.1
1 UNITINS
Objetivos: Analisar os casos de sífilis gestacional notificados no Tocantins entre 2018 e 2023, buscando identificar características sociodemográficas e espaciais relevantes. Métodos: O estudo trata-se de uma pesquisa epidemiológica descritiva, a qual os dados foram obtidos por uma busca à base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A análise descritiva incluiu a frequência de casos por ano, região de saúde, faixa etária, raça/cor, escolaridade e município de residência da gestante. Resultados: Dentro do período analisado estavam notificados 3.519 casos de sífilis gestacional no Tocantins, sendo a Região de saúde Capim Dourado a com maior número de notificações da infecção. A faixa etária de maior frequência no ano de diagnóstico foi de 20 a 39 anos, que totalizam 71,18% dos casos. A raça predominante nas notificações da infecção foi a parda, que consta com 73,14%. Houve um prevalecimento de sífilis gestacional em mulheres com apenas o ensino médio completo, de forma que foram evidenciados 29,66% das notificações. Conclusões: Os resultados indicam um cenário preocupante de sífilis gestacional no Tocantins, exigindo medidas urgentes para conter o avanço da doença. Ações educativas direcionadas a jovens, gestantes e seus parceiros, com foco na prevenção e no diagnóstico precoce, são essenciais para o controle da sífilis gestacional e suas consequências.
SOBREVIVÊNCIA E PREDITORES DE MORTALIDADE EM CRIANÇAS COM HIV EM ANGOLA
Pôster
Solari, P. N1, Augusto, F.A1, Aguiar, P1
1 Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa
Objetivos: Avaliar a sobrevivência e os preditores de mortalidade em crianças HIV-positivas acompanhadas no Hospital Pediátrico David Bernardino (HPDB) em Angola.
Métodos: Estudo de coorte retrospectivo observacional. Incluiu crianças HIV-positivas ≤15 anos seguidas de 1 de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2023. Dados sociodemográficos, clínicos, laboratoriais, nutricionais foram extraídos de um banco de dados eletrônico. Análise estatística foi realizada utilizando curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier e regressão de Cox.
Resultados: Crianças ≤5 anos apresentaram menor sobrevivência (33% aos 5 anos) comparadas às >5 anos (19,8% aos 5 anos). Meninos tiveram maior sobrevivência (30,3%) que meninas (19,3%). Crianças cuidadas por outros parentes apresentaram melhor sobrevivência (15,9%) comparadas às cuidadas por pais (12,9%). Crianças em estágio III da OMS tiveram menor risco de mortalidade comparado ao estágio IV (p = 0.014). Baixo peso aumentou significativamente o risco de mortalidade (p < 0.001). Doenças oportunistas aumentaram significativamente o risco de mortalidade (p < 0.001).
Conclusões: Fatores como idade, cuidador principal, método de transmissão, estágio da OMS, estado nutricional e presença de doenças oportunistas são preditores significativos de mortalidade infantil por HIV. Esses achados podem orientar intervenções para reduzir a mortalidade infantil em populações vulneráveis.
TAXA DE INCIDÊNCIA DE SÍFILIS GESTANTE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, DE 2013 A 2023
Pôster
Freitas, L. V. P. L.1, Almeida, B. C. F.2
1 UFRJ
2 HMMR
Considerando a importância de se compreender os elementos que contribuem para a continuidade da infecção de sífilis em gestantes, o presente estudo tem como objetivo analisar a taxa de incidência de sífilis em gestantes e congênita por área programática (AP) no município do Rio de Janeiro, de 2013 a 2023. Para isso, foram utilizados dados secundários dos sistemas de informação em saúde SINAN e SINASC, acessados através do TABnet do município do Rio de Janeiro. As variáveis de ambos os agravos foram os anos de notificação e a AP/Bairro.
A análise evidenciou a tendência crescente da incidência de sífilis em gestantes no município do Rio de Janeiro. Embora o aumento de casos já fosse observado em 2019, foi no ano de 2020 que esse crescimento se tornou mais acentuado em comparação aos demais anos analisados. Foi possível observar o cenário epidemiológico de cada área programática de saúde. Notou-se maior média de incidência de sífilis em gestante na AP 5.1 em comparação às outras áreas programáticas.
Além de fatores socioeconômicos, essas variações podem estar relacionadas a assistência ao pré-natal inadequada ou ausente, bem como tratamento incompleto ou ausente da gestante e do parceiro, frequentemente associado à reinfecção da gestante. Evidenciando a fragilidade da assistência à saúde no âmbito da atenção primária. A sífilis é uma doença evitável e tratável, com tratamento de baixo custo e de fácil acesso, sendo inconcebível que ainda seja uma doença que causa tantas mortes perinatais.
TENDÊNCIA DA SÍFILIS CONGÊNITA NA BAIXADA FLUMINENSE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Bastos, V. M. S.1, Pimentel, S. V. T.1, Vasconcelos, G. Q.1, Kawa, H.1, Fonseca, S. C.1, Yokoo, E. M.1
1 UFF
Objetivos:
Descrever as características epidemiológicas da sífilis congênita (SC) e analisar sua distribuição temporal nos três municípios mais populosos da Baixada Fluminense (BF) do estado do RJ (ERJ), 2012-2021.
Métodos:
Estudo descritivo de série temporal. Local e período: Duque de Caxias (DC), Nova Iguaçu (NI) e Belford Roxo (BR), de 2012 a 2021. Dados do SINASC – número de nascidos vivos (NV) e características maternas, e do SINAN – número de casos de SC e variáveis maternas. Indicador: Taxa de incidência por mil NV. Variáveis maternas: idade, escolaridade, cor/raça, realização de pré-natal, momento do diagnóstico e tratamento do parceiro. Para análise da tendência temporal, foi usada a regressão Joinpoint.
Resultados:
Registraram-se 8044 casos de SC nos municípios, tendo NI o maior número absoluto. BR manteve a maior taxa, alcançando, em 2021, 67,5/1.000 NV, seguido por NI (55,7) e DC (16,40). Houve tendência crescente nas três cidades, com maior magnitude em BR (31,3%/ano; IC: 25,5 a 37,5). Identificaram-se desigualdades na magnitude e tendência da SC, com maiores incidências e crescimento entre adolescentes, mulheres pardas e pretas, e aquelas com baixa escolaridade. Mais de 70% das mulheres realizaram o pré-natal, porém menos da metade teve o diagnóstico de sífilis na gestação, menos de 6% receberam tratamento adequado e menos de 11% dos parceiros foram tratados.
Conclusões:
Mostrou-se, nos três maiores municípios da Baixada Fluminense, incidências de SC elevadas, crescentes e desiguais. Esse quadro demanda priorização de ações de prevenção no pré-natal, especialmente entre populações mais vulneráveis.
TESTAGEM PARA ISTS NA POPULAÇÃO INDÍGENA DE PORTO ALEGRE
Pôster
Brito, E. S.1, Freitas, M. A. F.2, Silva, R. P. C.2, Conceição, V. S. L.2, Vasconcelos, M. E. M.2, Pinto, J. V. L.2, Pinheiro, B. H. G.1, Martins, R. S.3, Dornelles, T. M.1
1 UFCSPA
2 UNINTER
3 UFRGS
Objetivo: Avaliar resultados da testagem rápida para HIV, sífilis e hepatite C em indivíduos autodeclarados indígenas e verificar sua associação com variáveis sociodemográficas.
Método: Estudo transversal com dados da população usuária do Sistema Único de Saúde que realizou teste rápido (TR) para HIV, Sífilis e Hepatite C em Porto Alegre entre os anos de 2020-2022. Os dados foram obtidos em base gerada pela produção individual nas Unidades de Saúde do município.
Resultados: Dos 99.641 participantes testados, 595 (0,6%) se autodeclararam indígenas. Nessa população, 59,8% eram mulheres e 57,4% possuíam apenas o ensino fundamental. Na amostra, 1,7% indivíduos foram reagentes para HIV, 8,6% reagentes para sífilis e 1,8% reagentes para hepatite C. Dentre os 10 reagentes para HIV, os homens representaram 40% desse total (p=0,95). Dentre os 56 participantes com sífilis, 58,8% eram homens (p=0,004) e dos 11 que testaram reagente para Hepatite C, 90,9% também eram homens (p=0,002). Não foi encontrada relação estatisticamente significativa para a escolaridade entre os reagentes para sífilis, HIV e Hepatite C.
Conclusões: O estudo evidencia uma baixa testagem para IST direcionada à população indígena e a alta prevalência entre homens. Fatores como a baixa escolaridade e a falta de acesso a dispositivos preventivos de saúde contribuem para as taxas de IST nesta população. A implementação de políticas de saúde sexual para esta população são necessárias a fim de promover a equidade e a inclusão social. Esforços contínuos e direcionados são essenciais para melhorar a qualidade de vida das populações indígenas, por meio do rastreio preventivo e da orientação sobre IST.
TESTAGEM RÁPIDA PARA HIV EM GESTANTES NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS
Pôster
Dornelles, T. M.1, Brito, E. B.1, Martins, R. S.2, Pinheiro, B. H. G.1
1 UFCSPA
2 UFRGS
Objetivo: Avaliar a realização de testagem rápida para HIV em gestantes do município de Porto Alegre/RS.
Método: Trata-se de um estudo transversal, composto por dados das testagens rápidas para HIV realizado no município de Porto Alegre entre os anos de 2020 e 2022. Os dados foram obtidos em base gerada pela produção individual nas Unidades de Saúde do município. Para a análise de dados foi considerada frequência absoluta e teste de qui-quadrado para variáveis categóricas.
Resultados: Foram realizados 11.907 testes rápidos para HIV em gestantes, destes 172 (1,4%) foram reagentes para HIV. A baixa escolaridade (ensino fundamental) foi maior entre as gestantes com teste reagente (52,0%) quando comparadas às não reagentes (38,5%) (p<0.01). Gestantes com teste reagente para HIV mais frequentemente se autodeclararam como pretas ou pardas (55,3%) em relação às gestantes autodeclaradas brancas (42,4%) (p<0.01). A taxa de coinfecção entre sífilis e HIV em gestantes foi de 26,5%.
Conclusões: A infecção pelo HIV é um fenômeno complexo e sua compreensão e enfrentamento consiste num desafio cotidiano aos serviços de saúde. Gestantes com baixa escolaridade e autodeclaradas pretas ou pardas apresentaram maiores taxas de detecção. A alta taxa de coinfecção entre sífilis e HIV destaca a necessidade de estratégias integradas de saúde pública para prevenção e tratamento dessas infecções, visando reduzir sua incidência e impacto na gestante e na saúde pública em geral.
VALIDAÇÃO DA ESCALA REDUZIDA DE PERCEPÇÕES DE DIFICULDADE DO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL
Pôster
Matos, V.C.1, Araujo, D.C.S.A.2, Torres, T.S.3, Luz, P.M.3
1 ENSP/FIOCRUZ
2 UFES
3 INI/FIOCRUZ
Objetivo: Analisar a estrutura fatorial da escala de percepções de dificuldade do tratamento antirretroviral (PEDIA, 18 itens) e avaliar suas propriedades psicométricas, consistência interna e validade de construto entre homens que fazem sexo com homens (HSH) vivendo com HIV no Brasil.
Métodos: A estrutura fatorial foi aferida pela análise fatorial exploratória (EFA) em uma amostra de conveniência de HSH≥18 anos residentes no Brasil recrutados online entre fevereiro e março/2020 (N=1.746). Utilizando uma segunda amostra de conveniência recrutada entre maio/2021 e janeiro/2022 (N=4.893), a avaliação psicométrica incluiu análise fatorial confirmatória (CFA), verificação dos índices de modificação e correlações entre a escala (por fator e escore total) e diferentes medidas de adesão à terapia antirretroviral (TARV). Validade de construto foi aferida pelas cargas fatoriais e consistência interna pelo ômega de McDonald.
Resultados: EFA revelou uma estrutura com dois fatores e baixa contribuição de três itens (excluídos). Os índices de modificação da CFA juntamente com a análise da relevância do item indicaram a exclusão de dois itens. As medidas de ajuste da CFA da escala com 13 itens foram adequadas (RMSEA=0,069, CFI=0,934, TLI=0,920, SRMR=0,061). Cargas fatoriais >0,5 indicaram validade de construto, ômega de McDonald foi 0,79 e 0,85 para os fatores 1 e 2 respectivamente. Pontuações mais altas da escala se correlacionaram com menor adesão à TARV.
Conclusão: A PEDIA reduzida com 13 itens dispostos em dois fatores apresentou boas propriedades psicométricas, validade de construto e consistência interna. O uso da PEDIA reduzida pode auxiliar na identificação de barreiras percebidas por HSH vivendo com HIV no Brasil.
ANÁLISE DA TENDÊNCIA TEMPORAL DE SÍFILIS CONGÊNITA E GESTACIONAL SEGUNDO RAÇA/COR
Pôster
Freitas,G.A1, Bernardes,M.T.O1
1 UFU
Objetivo: Analisar as características e a tendência temporal dos casos de sífilis gestacional (SG) e sífilis congênita (SC) notificados em Uberlândia, Minas Gerais, considerando a raça/cor. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo ecológico de série temporal, de 2010 a 2021, utilizando informações do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foram calculadas a taxa de detecção de SG e a taxa de incidência de SC e as características das gestantes e crianças acometidas foram determinadas através da análise descritiva. A tendência temporal foi analisada através da regressão de joinpoint. Resultados: Foram identificados 1207 casos de SG e 495 casos de SC em Uberlândia. A maioria das gestantes acometidas tinham entre 20 e 29 anos (59,1%), com ensino fundamental incompleto (22,5%) e autodeclaradas pardas (44,0%). 27,7% dos parceiros não foram tratados. A SC foi detectada na sua maioria em crianças com até 6 dias, de mães com idade entre 20 e 29 anos, que não realizaram o tratamento adequadamente durante o pré-natal, cujos parceiros não realizaram tratamento. Na análise de tendência temporal, houve um ponto de inflexão em 2012 para SG e em 2018 para SC, com tendências crescentes. A raça/cor branca apresentou maior variação percentual média para SG e SC, seguida pela raça/cor preta e parda. Conclusão: A avaliação das tendências enfatiza a urgência de estratégias voltadas para a população negra e branca, além da necessidade de abordagens inclusivas que considerem não apenas as gestantes, mas também seus parceiros.
AVALIAÇÃO DO ACESSO AO TRATAMENTO PARA HEPATITE C DENTRE CASOS NOTIFICADOS NO RS
Pôster
Silva, A.C.A1, KRUGER, V. M1, Da Silva, E. V.1, GRAHL, M. A.1, Vanacor, Roberta1, WAGNER, J. P. S.1
1 Secretaria Estadual da Saúde do RS
A hepatite C representa um grave problema de saúde pública. O tratamento fornecido gratuitamente pelo SUS é capaz de curar mais de 95% dos infectados, porém mesmo após o diagnóstico existem entraves para o acesso à terapia medicamentosa. O objetivo desse estudo foi identificar e descrever o subgrupo de pacientes diagnosticados com hepatite C, elegíveis ao tratamento e que não o acessaram. Foi desenvolvida ferramenta de pareamento entre as bases de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Controle Logístico de Hepatites Virais (SICLOM) utilizando a linguagem Python. Foram realizadas análises descritivas relacionadas ao acesso ao tratamento e gerados relatórios enviados aos municípios de residência para busca ativa dos casos não tratados. 1.083 pacientes notificados no SINAN em 2022, residentes no RS, com HCV-RNA detectável foram incluídos no estudo. Destes, 43,5% (n = 472) não possuíam registro de tratamento no SICLOM, até o dia 31/12/2023. A macrorregião de saúde com maior proporção de pacientes não tratados foi a macrorregião Sul (54,5%; n = 78/143), seguida da Norte (46,8%; n = 22/47). Dentre os tratados (n = 611), a mediana em dias entre a data de diagnóstico e a data da primeira dispensação foi de 132 dias (intervalo interquartil de 72 a 262 dias). A raça/cor preta apresentou a maior proporção de pacientes não tratados (51,8%; n = 69/133). A ferramenta desenvolvida vem auxiliando os municípios na busca ativa e na identificação de fragilidades no acesso ao tratamento da hepatite C.