Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças transmissíveis - 2. Dengue, Zika, chikungunya e outras arboviroses
ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DA DENGUE ASSOCIADA AO IVS, NA CIDADE DE BELO HORIZONTE.
Pôster
NUNES, F.A.1, N.A.A2, FCF Lana1
1 Universidade Federal de Minas Gerais
2 Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde
Objetivo: Analisar a distribuição espacial da Dengue e sua associação com o Índice de Vulnerabilidade em Saúde de Belo Horizonte (IVS-BH) Método: Estudo de coorte transversal retrospectivo que investigou a distribuição espacial da Dengue no período de 2019 a 2023. Foram utilizados dados do SINAN disponibilizados pela Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, pelo programa ESIC, e tabulados em planilhas do excel, conforme variáveis de interesse, como ano e ID municipal . Posteriormente foi realizada a análise espacial pelo programa GEODA, associada a distribuição do IVS na cidade, indicando os bairros mais atingidos. Resultados: Durante o período analisado, ocorreram 4071 casos da dengue, sendo em sua maioria nos anos de 2019, com 2298 casos, e em 2023, com 927 casos. Entre os anos de 2020 e 2021 foram 431 e 155, respectivamente. A análise espacial demonstrou que o bairro mais atingido, Ribeiro de Abreu, também apresentava um Índice de Vulnerabilidade em Saúde elevado em 100%. Conclusão: As desigualdades sociais em Belo Horizonte estão correlacionadas com cenários de saúde, onde doenças negligenciadas, como a Dengue, são mais prevalentes em áreas vulneráveis, como observado na região Nordeste. Ainda, a análise acompanhou os resultados do mapa de desigualdades da região metropolitana de Belo Horizonte, de 2021, que demonstrou que as zonas Norte e Nordeste da cidade eram as mais desfavorecidas economicamente, sendo também as com maiores casos de dengue no período analisado.
PERFIL DOS SOROTIPOS DE DENGUE NO BRASIL ATÉ A 18ª SEMANA EPIDEMIOLÓGICA DE 2024
Pôster
Santana,L.B1, Siqueira ,L.A1, Macedo,S.M1, Gonçalves,S.I1, Costa ,N.T.1, Dantas,L.J1, Silva,S.N1, Waltz,B.M1
1 ENSP
Objetivo: Avaliar desfecho clínico de acordo com os sorotipos dos casos de dengue confirmados até a 18° semana epidemiológica de 2024 no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo que analisou o perfil dos casos confirmados de dengue de acordo com o sorotipo da doença, no período entre a 1º a 18ª semana epidemiológica de 2024 no Brasil. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação online (SINAM). As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, escolaridade, raça/cor, região, classificação de dengue e evolução clínica. Resultados: Foram encontrados 2.754.744 casos de dengue, sendo DEN-1 o sorotipo mais encontrado (64,47%), seguido de DEN-2 (28,84%). Em ambos os sexos, houve maior prevalência de DEN-1, sendo masculino (68,62%), feminino (68,91%). DEN-1 foi mais prevalente em todas as faixas etárias, classificações de cor ou raça e escolaridade. Quanto às regiões, DEN-1 foi mais prevalente no Sul (78,62%) e Sudeste (82,28%), enquanto nas regiões Centro-Oeste (75,65%), Nordeste (59,58%) e Norte (51,96%) houve maior proporção da DEN-2. Na classificação de dengue, a forma grave foi mais encontrada em DEN 1 (51,36%) e DEN-2 (47,50%). Daqueles que se curaram, 71,6% estavam no grupo de DEN-1, quanto aos óbitos por dengue, a maioria foi entre os tipos DEN-1 (49,45%) e DEN-2 (49,69). Conclusão: Compreender o comportamento dos sorotipos de dengue pode contribuir para a análise do desfecho da doença, quanto ao seu perfil de distribuição e gravidade. Neste trabalho, no período analisado, DEN-1 e DEN-2 foram os mais prevalentes no Brasil.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE EM DIAMANTINO NO MATO GROSSO DE 2019 A 2023
Pôster
Pitombeira, A. V. H.1, Morais, L. S.1, Cruz, A. G. G.1, Regis, L. H. J.1, Souza, R. B. F.1, Silva, R. A1, Faria, N. B.1, Silvestre, G. C. S. B1, Moura, S. V.1, Rocha, R. P. S.1, Ribeiro, A. D. N.1
1 UNEMAT
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos casos notificados de dengue em Diamantino no Mato Grosso de 2019 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo com dados secundários disponíveis no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), vinculado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), dos casos de dengue notificados em Diamantino no Mato Grosso nos últimos cinco anos. Foram avaliadas as variáveis sexo, raça/cor, faixa etária e escolaridade. A coleta ocorreu no mês de junho de 2024 e os dados foram analisados no Microsoft Office Excel 2010 a partir de estatística descritiva utilizando frequência relativa (%) e absoluta (n). Resultados: O estudo revelou que houve 1.356 casos notificados de dengue no período analisado, com maior prevalência em 2022 com 425 notificações (31,34%). Em relação as características, houve maior prevalência em indivíduos do sexo feminino (n=722; 53,24%), da raça/cor autodeclarada pretas e pardas (n=1.189; 87,68%), na faixa etária de 20 a 39 anos (n=527; 38,86%) e escolaridade Ignorado/Branco (n=404; 29,79%). Conclusão: Foi possível apresentar o perfil epidemiológico dos casos notificados de dengue no município investigado, sendo necessário assim, desenvolver estratégias interdisciplinares e intersetoriais para enfrentar essa importante arbovirose, reconhecida como um dos principais problemas para a saúde pública do país.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE NO BRASIL
Pôster
SILVA, A.Y. A.1, SANTANA, F. G. R.1, NERY, A. A.1
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Objetivo: analisar o perfil epidemiológico da dengue no Brasil, no período de 2019 a 2023. Métodos: estudo epidemiológico, do tipo ecológico, realizado com dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A população estudada foi composta por todos os casos notificados de dengue, dos residentes no Brasil. A distribuição dos casos ocorreu de acordo as variáveis: ano de notificação, sexo, raça/cor da pele, faixa etária e região de notificação. Resultados: no período analisado, houve a notificação de 5.944.093 casos prováveis de dengue no Brasil. Observou-se, uma tendência decrescente de 3,06% nas notificações desse agravo, com o pico ocorrendo em 2019, representando 26,1% da totalidade dos casos notificados. Os resultados demonstram que 54,6% do evento envolveram indivíduos do sexo feminino, 39,4% eram brancos, 36,7% do grupo etário de 20 a 39 anos. A região Sudeste apresentou o maior número de notificações, com 46,2% dos casos. Conclusão: durante o período de 2019 a 2023, houve uma diminuição na notificação de casos de dengue dos residentes no Brasil. Os indivíduos mais acometidos foram mulheres jovens, brancas e da região Sudeste. Esses achados reforçam a necessidade de medidas preventivas para conter a disseminação desta arbovirose.
VARIAÇÕES DE INCIDÊNCIA DE DENGUE EM MUNICÍPIOS DE UMA REGIÃO DA BAHIA NA ÚLTIMA DÉCADA
Pôster
LAURENTINO, P. P.1, XAVIER, A. B. S.2, SOUZA, F. O.1, SILVA FILHO, H. P.1, PINHO, P. S.1
1 UFRB
2 UENF
Objetivos: Verificar se a variação de incidência de dengue em municípios de grande porte do Núcleo Regional de Saúde (NRS) Leste/ Bahia tem caráter municipal ou regional. Métodos: Dados da Fiocruz (INFO Dengue) organizados e analisados no Microsoft Excel. Análise realizada considerando as vinte primeiras semanas epidemiológicas de cada ano (período propício a epidemias de dengue, por ano, correspondendo aos meses de janeiro a maio), de 2015 a 2024. Os municípios selecionados foram: Camaçari, Lauro de Freitas, Salvador, Santo Antônio de Jesus e Simões Filho. Incidências calculadas com base no Censo 2010 (para 2015 e 2016) e no Censo 2022 (para 2017 a 2024). Resultados: Notou-se valores altos de incidência de dengue em 2015 e em 2020. Em 2015, Camaçari teve incidência de 225,54; Lauro de Freitas, 160,29; Salvador, 117,13; Santo Antônio de Jesus, 132,99; Simões Filho, 1523,97. Em 2018, as incidências, respectivamente, foram: 7,32; 1,48; 38,84; 4,85; 1,75. Em 2020, as incidências, respectivamente, foram: 224,72; 189,84; 360,06; 278,49; 528,99. Em 2021, os municípios registraram redução. Em 2024, houve aumento de incidência (373,54; 143,12; 472,19; 4041,53, respectivamente), com exceção de Simões Filho, que registrou incidência de 69,83. Conclusão: A variação de incidência de dengue não ocorre somente a nível municipal, mas com simultaneidade entre municípios, demonstrando a necessidade de um esforço de compreensão e acompanhamento regional para identificar os fatores que se relacionam com esse padrão similar entre os municípios da NRS Leste.
A UTILIZAÇÃO DO INFORME EPIDEMIOLÓGICO COMO FERRAMENTA PARA O MONITORAMENTO DE ARBOVIROSES
Pôster
Fernandes, L. G.1, Camelo, F. S.1, Gonçalves, L. M. F.1, Santos, E. A.1, Nascimento, P. C. M.1, Ramos, T. C. A.1
1 FVS-RCP
Objetivo: Monitorar e analisar os casos notificados e confirmados das arboviroses no Amazonas. Métodos: A FVS-RCP, por meio da Assessoria de Análise de Situação de Saúde (AASS), elaborou em fevereiro de 2024, o informe epidemiológico para o monitoramento da sazonalidade e variações na incidência das arboviroses em residente do estado do Amazonas, diante do aumento de casos de dengue no Brasil. Utilizou-se o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para a descrição de casos notificados e confirmados de Dengue, Zika e Chikungunya, e o Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) para coletar os casos confirmados para Febre Oropouche e Mayaro, juntamento com dados da vigilância laboratorial. O programa Tableau Desktop 2024.1 foi utilizado para sistematizar rotinas de análise e construir o informe com indicadores de monitoramento. Resultados: De fevereiro a maio de 2024, com periodicidade semanal, foram atualizados e divulgados 16 publicações, disponibilizados no link: FVS Publicações. Os resultados indicaram alta ocorrência de Dengue e Oropouche, especialmente durante os meses de maior precipitação de chuvas (janeiro e fevereiro) no estado. Casos de Zika e Chikungunya foram menos frequentes, mas significativos. Maior ocorrência de casos de Mayaro foram detectados em abril. Quanto à Vigilância Laboratorial, das amostras pesquisadas para arbovírus por diagnóstico molecular, o maior percentual de positividade identificado foi para Oropouche. Conclusão: A disponibilização rápida e transparente das informações epidemiológicas à população, através de atualizações semanais online, aliada à utilização de ferramentas avançadas para a análise de dados, tem sido crucial para orientar estratégias eficazes de prevenção e controle das arboviroses.
ANÁLISE DA RESPOSTA EMERGENCIAL NA EPIDEMIA DE DENGUE DE 2023 EM HUMAITÁ (AM)
Pôster
Queiroz, G.1, Alves, A. C. N2, Fabian, C.3, Mustafá, L. M.3
1 ISGlobal
2 Fundação Oswaldo Cruz
3 Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP/AM)
Objetivos: Entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, o município de Humaitá (AM - BR), relatou uma das maiores taxas de notificação de dengue no Amazonas, concentrando cerca de 20% do total estadual. Com o objetivo de diminuir a incidência e a morbimortalidade por dengue e outras arboviroses no município, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP/AM) desencadeou uma resposta emergencial multidisciplinar.
Métodos: A intervenção ocorreu entre 22 e 28 de janeiro de 2023, em colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde. As primeiras atividades foram direcionadas à identificação de gargalos na vigilância e gestão de saúde. Foi realizada capacitação para profissionais de saúde, assim como uma ação comunitária nos bairros de maior risco que envolveu agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias. Toda a ação foi acompanhada por desinfestação. Finalmente, a FVS promoveu uma colaboração entre a Secretaria Municipal e o laboratório da Fiocruz Rondônia, para clarificar sobre a circulação de outros arbovírus no surto.
Resultados: A incidência de dengue manteve-se elevada em fevereiro e março de 2023. Contudo, entre abril de 2023 a junho de 2024 a taxa de notificação em Humaitá foi a mais baixa dos últimos cinco anos, contrariando a tendência estadual e nacional. Das amostras analisadas, 16 revelaram presença do genótipo cosmopolita DENV-2 e outras 20 revelaram vírus Oropouche.
Concusões: A colaboração interdisciplinar entre a FVS-RCP/AM e a Secretaria Municipal de Saúde de Humaitá revelou resultados positivos e avanços no conhecimento epidemiológico da região.
ANÁLISE DA TENDÊNCIA DA DENGUE NO BRASIL: O COMPORTAMENTO DIANTE DA PANDEMIA DA COVID-19
Pôster
Neto, P. A.1
1 IAM/Fiocruz Pernambuco
Objetivo: Analisar a tendência da dengue no Brasil, antes e durante a pandemia da Covid-19. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, de série temporal, no Brasil, entre 2019 e 2021. Utilizou-se os dados de casos de dengue, de residentes no Brasil. A fonte dos dados foi o Sistema de Informação de Agravos Notificação. Analisou-se a tendência temporal do número de casos prováveis de dengue no Brasil, por mês, entre 2019 e 2021. Utilizou-se métodos de regressão linear e joinpoint para análise da tendência. Foi efetuado o cálculo do incremento mensal, para cada ano do estudo. Resultados: foram observados seis pontos de inflexão na tendência do número de casos de dengue no Brasil. Em 2019, houve aumento do número de casos de dengue entre janeiro e maio (55,51% ao mês); diminuição entre maio e agosto (-62,60% ao mês). Entre agosto de 2019 e abril de 2020, aumento (2,11% ao mês); de abril a agosto, diminuição (-48,44% ao mês). Entre agosto de 2020 e maio de 2021, aumento (1,68% ao mês); entre maio e outubro, diminuição (-31,27% ao mês) e finalmente um aumento expressivo entre outubro e dezembro de 2021 (95,11%). Conclusão: no período, a análise mensal da tendência da dengue no Brasil entre pode ser explicada parcialmente pelo comportamento sazonal e ambiental do país. Assim como, pelo impacto da pandemia da Covid -19 e todas as suas consequências no sistema de vigilância e assistência à saúde no Brasil, que contribuíram para enviesar os números observados e esperados para dengue.
ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA DE PACIENTES COM DENGUE COM SINAIS DE ALARME E DENGUE GRAVE
Pôster
Oliveira, T. N. C.1, Santos, A. L. S. S.1, Barreto, K. S. M. I.1, Tomaz, A.A.1, Mota, M. C. R.1, Oliveira, R. V. C2
1 Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP, Rio de Janeiro, Brasil
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/INI, Rio de Janeiro, Brasil
Objetivo: Analisar a sobrevida e investigar os fatores preditivos para óbito por dengue em pacientes com dengue com sinais de alarme e dengue grave, considerando o intervalo de tempo entre o diagnóstico e o óbito.
Métodos: Este estudo longitudinal de coorte, utilizando dados secundários do SINAN do Ministério da Saúde do Brasil, analisou indivíduos diagnosticados com dengue, classificados como dengue com sinais de alarme ou dengue grave, entre a 1ª e 11ª semana epidemiológica de 2024. Investigou-se fatores socioeconômicos, sinais e sintomas, e comorbidades como variáveis explicativas, com o tempo até o óbito por dengue como desfecho.Utilizou-se análise descritiva, Kaplan-Meier, teste de Log-Rank, e modelo de Cox para avaliar a sobrevivência e identificar fatores de risco associados ao óbito por dengue.A fim de solucionar a fuga do pressuposto de proporcionalidade da variável faixa etária, realizou-se o particionamento do eixo do tempo.
Resultados: Os achados demonstraram um gradiente de resposta quanto ao risco de morte por dengue por faixa etária, com riscos maiores associados as faixas etárias mais altas, maior risco de morte por dengue em pacientes classificados como dengue grave (HR 53.01 / 50.24), que apresentavam vômito como sinal clínico (HR 1.30 / 1.47) e tinham histórico de doença hematológica (HR 2.81 / 2.51).
Conclusão: este estudo contribuiu para o entendimento dos fatores preditivos de mortalidade em pacientes com dengue grave ou com sinais de alarme. Em um cenário da crescente epidemia de dengue no Brasil, esses achados são fundamentais para orientar estratégias de saúde pública.
ANÁLISE DESCRITIVA DOS ÓBITOS POR DENGUE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Freitas, D.A.1, Moura, A.C.C.A.1, Silva, F.D.1, Silva, G.C.S.1, Ribeiro, M.1
1 SMS-RJ
A dengue é um grave problema de saúde pública, endêmica com ciclos epidêmicos possui quatro sorotipos virais. O objetivo é descrever os óbitos ocorridos no município do Rio de Janeiro em 2024. Realizada análise descritiva dos óbitos utilizando o Tabnet Municipal. Foram notificados 97561 casos de dengue até a semana epidemiológica 21, 96% (n=93.929) confirmados, 2,24% (n=2108) classificados como dengue grave ou dengue com sinais de alarme. Entre os suspeitos, evoluíram ao óbito 28 pacientes, 12 classificados como óbito por dengue após análise em comissão de revisão de óbito. Entre os casos que evoluíram a óbito todos foram confirmados por critério laboratorial, 3 tiveram RT-PCR detectável para DENV 1 e 4 para DENV-2, 50% do sexo feminino, 58% negros, 75% acima de 40 anos, 25% com comorbidade, 67% atendidos em hospitais públicos. A distribuição entre as áreas de residência e os meses do início dos sintomas foi homogênea. O potencial de agravamento e evolução ao óbito podem estar relacionados à questões individuais, já que a maioria dos casos foi entre pessoas mais velhas e com comorbidade. A taxa de letalidade foi menor de 1% (0,01%), conforme recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Todos os casos foram investigados, discutidos por equipe multidisciplinar e tiveram critério laboratorial de confirmação, expressando a qualidade do sistema de Vigilância em Saúde.
ANÁLISE DESCRITIVA E ESPACIAL DOS CASOS PROVAVEIS DE DENGUE NA AP 3.1 DO MRJ - JANEIRO DE 2018 a JUNHO 2023
Pôster
Faustino, D. S.1, Coutinho, M. S.1, Barros, A. M.1, Souza, W. C.1, Galvâo, I. B.1, Costa, L. S.1, Quadros, E. M.1, Aguiar, G. M.1
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo:
A dengue é a principal arbovirose urbana nas regiões das Américas, em especial no Brasil. Em termos de magnitude ocupa dados preocupantes em mais de 129 países. O objetivo do trabalho é descrever espacialmente os casos prováveis de dengue na Área Programática 3.1 do MJR entre janeiro de 2018 a junho de 2023, mostrando a nessecidade do gerreferenciamento, para qualificação dos dados.
Metodologia:
Foi realizado uma análise dos casos prováveis de dengue notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação online por intermédio de análises exploratórias (frequências absolutas e relativas) pelo Excel, além de análises espaciais pelos softwares ArcGis 10.8 e Qgis 2.6. Para a análise espacial, realizou-se o georreferenciamento do bairro de residencia com posterior validação do logradouro e correção a partir do endereçador e das coordenadas geográficas.
Resultados/Conclusão:
Foram notificados 3885 casos, sendo os anos de 2019 e 2023 os de maior frequencia. Observou-se predomínio em mulheres (52,7%), na faixa etária de 20 a 29 anos (23,7%) e na raça/cor negra (51%). Após qualificação dos dados, houve uma correção de 20,8% dos registros, dos quais houve incremento de 209% no bairro Complexo da Maré e 62,5% em Olaria, além de um descréscimo de 54,5% e 53,9% nos bairros Bonsucesso e Jardim América, respectivamente. O uso da ferramenta de geoprocessamento garantiu uma melhor qualificação do banco de dados, além de reforçar a importância de estratégias de análise espacial como metodologia na prática da vigilância. Entender onde estão localizados efetivamente os casos, garante a adoção oportuna e eficaz das medidas de controle.
ANÁLISE DO RISCO DE ÓBITO POR DENGUE GRAVE NO BRASIL: UM ESTUDO DE 2017 A 2022
Pôster
de Souza, V.G.L.1, Tavares, A. S.1, Siqueira, T. M.1, Balieiro, A. A. S.1
1 ILMD/Fiocruz Amazônia
Objetivo: Comparar o risco de óbito em pacientes com dengue grave no Brasil no período de 2017 a 2019 (antes da pandemia) e 2020 a 2022 (durante a pandemia). Métodos: Estudo de coorte retrospectivo utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação com abordagem quantitativa envolvendo linguagem de programação R para manipulação, análise e visualização dos dados. Foi construído um modelo binomial com efeitos aleatórios para as unidades da federação, considerando o desfecho de óbito por dengue grave e variáveis incluídas como idade, região, critério de confirmação, sinais de alarme e gravidade e doenças pré-existentes. O estudo dispensou avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, pois utilizou dados públicos, não nominais e secundários disponíveis no DATASUS. Resultados: Foram encontrados 2252 casos de dengue grave no período pré-pandêmico e 2734 durante a pandemia. Observou-se que sinais como doenças autoimune, queda abrupta de plaquetas, letargia, região norte e sul estiveram significativamente associadas com o óbito antes da pandemia, em contrapartida sinais como a taquicardia, comprometimento de outros órgãos, doenças hematológicas e hipertensão estiveram associadas com o óbito por dengue grave. Conclusão: Conclui-se que apesar das análises considerando o critério de confirmação laboratorial e clínico-epidemiológico houveram análises similares no estudo com algumas diferenças, destacando a necessidade de políticas públicas direcionadas ao controle geográfico da dengue para reduzir o agravamento dos casos de dengue grave.
ATENDIMENTOS DE SUSPEITAS DE DENGUE POR UM SERVIÇO DE TELEMEDICINA DURANTE A EPIDEMIA 2024
Pôster
Oliveira, M. L. M.1, Weege, M. H.1, Costa, S. P. C.1, da Silva, P. A. A.1, Pinto, P. A. S. P. C.1, Vieira, J. P. B. C.1, Monteiro, C. N.1
1 Hospital Sírio-Libanês
Introdução:
A dengue é uma arbovirose endêmica em todo o território nacional com grande impacto na saúde pública e que pode levar a óbito. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, em 2024, até 15:40:29 do dia 20/05/2024, foram contabilizados 5.100.766 casos prováveis e 2.827 óbitos confirmados pela doença, números muito maiores que a média histórica do país para o mesmo intervalo de tempo.
Objetivos:
O presente trabalho apresenta o perfil de primeiros atendimentos a pessoas com suspeita de dengue realizados pelo serviço de telemedicina do Hospital Sírio-Libanês (HSL).
Método:
Trata-se de um estudo retrospectivo, exploratório, transversal e descritivo com abordagem quantitativa realizado a partir da revisão dos prontuários e planilhas de monitoramento dos primeiros atendimentos de pacientes notificados com dengue entre cinco de fevereiro e dezoito de maio de 2024.
Resultados:
Neste intervalo foram realizados primeiros atendimentos de 1.767 casos sugestivos de dengue que foram monitorados ao longo do curso da doença. Destes, 230 pacientes foram encaminhados a serviços de saúde presenciais a partir da identificação de sinais de alarme e/ou alterações laboratoriais e 1.458 foram acompanhados exclusivamente por telemedicina. A priori, estes pacientes foram classificados da seguinte maneira: grupo A: 1.331 (75,33%); grupo B: 355 (20,09%); grupo C: 79 (4,47%); e grupo D: 2 (0,11%).
Conclusões:
O serviço de telemedicina acolhe uma grande demanda de pacientes com suspeita de dengue e mostra ser efetivo no acompanhamento destes casos , identificando precocemente sinais de alarme, evitando desfechos desfavoráveis, reduzido a pressão assistencial em serviços presenciais e garantindo bem-estar à população atendida.
AVALIAÇÃO DE FATORES ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA DE DENGUE NA REGIÃO DO SUL DO BRASIL
Pôster
Morschbacher, J.1, Haack, B. M.1, Lutinski, J. A.1
1 UNOCHAPECO
Objetivos: Este estudo tem por objetivo analisar possíveis fatores associados à evolução epidemiológica, segundo a incidência da dengue na região Sul do Brasil. Métodos: Foram coletados dados de variáveis sociodemográficas e geográficas de cada um dos 1.191 municípios da região Sul do Brasil provindos do Datasus e IBGE entre os anos de 2014 a 2022. Os dados foram agrupados em uma planilha eletrônica e transformados em Log (x+1) e submetidos a estatística descritiva e inferencial. Resultados: Dentre as variáveis analisadas, observou-se que a dengue está presente na região sul do Brasil, com associação positiva à ocorrência relacionada a rodovias federais (selecionadas para o estudo), latitude entre 22ºS a 35ºS, extensão territorial e esgotamento sanitário. Ainda, março, abril e maio foram os meses que houve maior ocorrência de dengue na região Sul no primeiro semestre do ano, com destaque para 2015, 2016, 2019, 2020 e 2022. Neste estudo, nota-se que o padrão da incidência não é homogêneo na região, uma vez que nem todos os municípios têm notificado e registrado dengue, porém, a incidência vem se tornando mais abrangente nos municípios, bem como aumentando o número de casos registrados. Conclusão: Percebe-se na série temporal que, municípios que até então, não haviam registrado incidência de dengue, passaram a registrar novos casos. Verificando o padrão de ocorrência e como se alastra pela região, a dengue se encaminha para se tornar endêmica, em associação aos demais fatores analisados neste estudo.
CARACTERIZAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE CHIKUNGUNYA EM UM MUNICÍPIO DO PANTANAL MATOGROSSENSE
Pôster
Bonilha, S.M.F1, Campos, F. M. C1, Cortela, D. C. B2
1 Centro Universitário Estácio do Pantanal
2 UNEMAT
Caracterizar a incidência de Chikungunya em Cáceres, município localizado no Pantanal Matogrossense, no período de 2024. Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, tendo como referência as semanas epidemiológicas – SE de notificação dos casos (SE 01 a 22, dados sujeitos à revisão). As primeiras análises descritivas mostram a ocorrência de 2989 casos notificados, sendo 60,4% do sexo feminino e 39,6% do sexo masculino. Devido ao aumento expressivo do número de casos de arboviroses, no município, em relação ao Indicador para monitoramento das arboviroses segundo Cenário de Risco o mesmo foi classificado como Alto Risco devido ao coeficiente de incidência apresentado, 2.175,9/100.000 habitantes, Índice de Infestação Predial - IIP de 8,9% e aumento das internações, em torno de 40,0%, tendo como referência as quatro últimas semanas epidemiológicas. Devido a esta classificação do Cenário de Risco, foi adotado como estratégia a criação do COE - Centro de operações de emergência das arboviroses. Esta ação teve como objetivo de planejar uma resposta coordenada, integrada e coordenada à emergência de Arboviroses (Dengue, Chikungunya e Zika) no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, com a coordenação da gestão municipal.
CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS E ÓBITOS POR DENGUE ENTRE IDOSOS NA BAHIA (2016-2021)
Pôster
Teixeira, C. S. S.1, Andrade, C. M. A.2, Chaves, R. R.2, Virgens, M. A. P.2, Souza, C. E. L.2, Portugal, P. H. S.2, Caetano, A. L. A.3, Oliveira, P. S. B.3
1 UFPE/CCM
2 FASAVIC/AFYA
3 FASAVIC
Objetivo: Caracterizar os casos de dengue e investigar os fatores associados ao óbito entre idosos na Bahia (2016-2021). Métodos: Estudo transversal-analítico, com dados do SINAN/Datasus, incluindo as notificações dos casos prováveis e dos óbitos por dengue com sinais de alarme e dengue grave, entre pessoas com ≥60 anos. Estimamos a incidência cumulativa da dengue (casos/100.000 pessoas) e associações entre o óbito e covariáveis, reportadas como Odds Ratio (OR) e Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). Resultados: Foram registrados 54.409 casos prováveis de dengue entre idosos na Bahia (2016-2021). A incidência cumulativa foi 471,03/100.000 em 2016; 118,84 em 2017; 100,87 em 2018; 572,78 em 2019; 923,27 em 2020 e 332,98 em 2021. Os casos eram maioria mulheres (59,5%), negros (84,3%) e com escolaridade limitada (75,8%). Do total, 41,6% foram inconclusivos, 34,8% dengue/dengue clássico, 0,6% com sinais de alarme, 0,1% grave e 22,9% descartados. O óbito ocorreu em 7,3% dos casos com sinais de alarme e dengue grave, com maiores chances entre pessoas pardas (OR=5,36/IC95%=1,25-23,05), com ≥71 anos (OR=4,02/IC95%=1,60-10,10), com hipotensão (OR=3,59/IC95%=1,60-8,03), queda abrupta de plaquetas (OR=5,70/IC95%=2,12-15,26), sangramento/ hemorragias (OR=15,1/IC95%=6,26-36,40), insuficiência respiratória (OR=3,27/IC95%=1,00-10,76), alteração de consciência (OR=13,7/ IC95%=3,76-50,10) e complicações em outros órgãos (OR=5,83/IC95%=1,46-23,36). Conclusões: A maior frequência de dengue entre idosos mais vulneráveis reitera a importância da mitigação das piores condições sociais para o controle da doença. A análise dos óbitos evidenciou que idosos apresentam evolução mais grave do que a população geral e precisam ser monitorados mais precocemente na atenção primária, com recomendação de consultas/visitas domiciliares a cada família.
CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS CASOS DE DENGUE NO ESTADO DO MARANHÃO, 2018-2023
Pôster
Falcão, A.S.1, Batista, R. F. L.1
1 Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Objetivo: Descrever as características epidemiológicas dos casos de dengue no Estado do Maranhão no período de 2018 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, realizado através de dados secundários obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS) de casos notificados de dengue. As variáveis de interesse foram: sexo, faixa etária, escolaridade e raça. Resultados: Durante o período de 2018 a 2023, o Estado do Maranhão registrou 18.221 casos confirmados de dengue, com média de 3036 casos por ano. O ano de 2022 foi o de maior incidência, com 5339 casos, representando 29,3% do total de casos no Estado. Os indivíduos do sexo feminino (52,34% n=9538 casos) foram os mais acometidos. Em relação à raça/etnia apresentada, houve predominância de 80,03% (n=14582)dos casos em pardos. Verificou-se maior acometimento em indivíduos da faixa etária de 20-39 anos, o que representou 33,46% (n=6098) dos casos notificados. Em relação à escolaridade, houve uma maior predominância em indivíduos que apresentavam ensino médio completo (21,59% n= 3935). Conclusão: As características epidemiológicas foram marcadas pelo aumento dos casos de dengue, com maior número de casos registrados no ano de 2022 e maior frequência no sexo feminino, com prevalência significativa entre os pardos. Além disso, a faixa etária mais afetada foi entre 20 e 39 anos, e a maioria dos casos ocorreu em indivíduos com ensino médio completo.
CONFORMIDADE COM AS DEFINIÇÕES DE CASO: ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE DENGUE E CHIKUNGUNYA
Pôster
Vilela, A. P.1, Matias, H. V1, Costa, D. M. A.1, Vasconcelos, M. A. S.1, Mandu, L. C. S.1, Melo, W. E. S.1, Silva, G. R. A. R.1, Silva, A. C. R.1, Pires, A. P. D.1, Amaral, D. H. A.1, Rodrigues, R. M. S.1, Lucena, J. R. M.1, Arcoverde, J. H. V.1
1 SES-PE/VI Geres
OBJETIVO: Identificar a conformidade dos casos notificados de Dengue e Chikungunya na VI Regional de Saúde de Pernambuco em relação à definição de caso. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva realizada na VI Regional de Saúde de Pernambuco, composta por 13 municípios, entre os anos de 2015 e 2023. Foi realizada uma análise dos sinais clínicos presentes nas notificações de Dengue e Chikungunya para avaliar a conformidade destes com o atendimento à definição de caso dessas doenças, conforme proposto pelo Ministério da Saúde. Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN Online. RESULTADOS: Apenas 38,6% das 17.975 notificações de Dengue atenderam à definição de caso, percentual que passou de 6,8% em 2015 para 90,5% em 2023. Quanto à Chikungunya, apenas 15,1% das 4.946 notificações atenderam à definição, apresentando percentual mais baixo em 2015, com 0,5% das notificações em conformidade com a definição de caso, e mais alto em 2017, com 46,4%. Além disso, foi identificada a presença de febre, sinal obrigatório em ambas as doenças, em apenas 43,7% das notificações de Dengue e 64,4% das notificações de Chikungunya. CONCLUSÕES: Este fenômeno evidenciado representa uma fragilidade por parte das unidades de saúde e até mesmo dos departamentos de vigilância epidemiológica municipais no que diz respeito à compreensão do processo de notificação, bem como à importância da padronização das definições de caso de doenças para a vigilância epidemiológica.
DA ENDEMIA À EMERGÊNCIA: A TRAJETÓRIA DA DENGUE NO RIO DE JANEIRO (1990-2024).
Pôster
Costa, V.S.M.1, Velasque, L.S.2, Carvalho, S.C.2, Santos, M.O.A.2, Rodrigues, D.O.2, Almeida, P.M.P.3, Assis, C.H.A.3, Nazário, G.C.2, Silva, M.M.2, Carvalho, P.R.D.B2, Peixoto, E.M.2, Costa, L.G.3, Nascimento, H.S.2, Bedin, S.B.2, Almeida, A.M.P.2, Luiz-Silva, M. I.2, Veltri, A.C.3, Ana Paula da Costa Resendes2
1 UFF
2 CIS/SES-RJ
3 SES-RJ
Objetivo: Descrever a ocorrência da dengue no estado do Rio de Janeiro no período de 1990 a 2024. Método: Trata-se de um estudo ecológico, de abordagem descritiva. Os dados são oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN. Para este estudo foram consideradas as notificações de dengue até 24/05/2024. Resultados: De 1990 a 2024 foram notificados 2.294.624 casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro. As regiões com mais casos notificados são Metropolitana I (54,02%), Metropolitana II (12,09%) e Médio Paraíba (8,83%). Nos 3 primeiros anos da década de 1990, não houve registros de dengue no estado, o maior número de casos registrados ocorreram no anos de 2002 com 285.670 casos (12,45%), 2008 registrou 255.701 casos (11,14%), em 2012 foram 246.788 (10,76%), 2013 com 255.752 casos ( 11,15%), sendo esses anos epidêmicos causados por introdução de um subtipo novo de dengue. No entanto, até maio de 2024, foi registrado número de casos com 334.729 casos (14,59%), sem nenhum novo subtipo circulando. Conclusões: Nota-se que o estado apresenta histórico de períodos sazonais de dengue e epidêmico ao longo das 4 décadas, entretanto, apesar de em 2024 ser marcado pela maior epidemia registrada, não houve superlotações nas UPAS ou UBS. É necessário que o estado em conjunto com os municípios fortaleça as ações de enfrentamento ao vetor a fim de atenuar as consequências da elevação de casos no período sazonal.
DENGUE E COVID-19: UM ESTUDO DE INCIDÊNCIA NA I REGIÃO DE SAÚDE, PERNAMBUCO (2007-2022)
Pôster
Pereira, T.C.L.1, Silva, L.M.2, Monte, A.C.P.3, Britto, A.M.4, Santos, G.M.4, Souza, J.A.N.4, Souza, K.P.S.4, Araujo, J.M.A.4, Santos, J.M.4, Andrade, W.S.4, Leite, A.C.4, Costa, C.E.M.5, Silva, E.P.S.6, Ribeiro, M.F.P.7, Cardoso, M.R.4, Lira, M.B.8
1 Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva em Saúde Coletiva;
2 Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Programa de pós-graduação em Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Pernambuco, Brasil;
3 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil; Departamento de Medicina Tropical, Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brasil
4 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil;
5 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Coordenação de Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil;
6 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Coordenação de Vigilância em Saúde, Pernambuco, Brasil;
7 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Gerência, Pernambuco, Brasil;
8 Secretaria de Saúde do Recife, Programa De Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva, Pernambuco, Brasil
Objetivo: analisar a série histórica da incidência dengue (2007 a 2022) e a incidência da COVID-19 (2020 a 2022) na Iª Região de Saúde do Estado de Pernambuco (Iª RSP). Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, exploratório de base populacional com análise da incidência dos casos prováveis de dengue e incidência de COVID-19 nos anos pandêmicos, em residentes da Iª RSP. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde. Foram calculadas as taxas de incidências e construído o diagrama de controle da dengue seguindo a metodologia proposta pelo Ministério da Saúde no Plano Nacional de Contingência para Emergências em Saúde Pública por Dengue, Chikungunya e Zika. Resultados: No período foram notificados 156.125 casos prováveis de dengue. A doença é endêmica, com ciclos epidêmicos. Em 2012 e 2015 houve com circulação simultânea dos quatro sorotipos virais (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4). A incidência tem tendência a elevar a média móvel e o limite superior de casos entre as semanas epidemiológicas (SE) 10 e 22, correspondentes aos meses de março até início de junho. Nos anos 2020, 2021 e 2022, pandêmicos da COVID-19, observamos diminuição das notificações de dengue e sobreposição da epidemia de dengue com a pandemia da COVID-19. Conclusões: nos anos 2020, 2021 e 2022 observamos interferência da COVID-19 no ciclo endêmico-epidêmico da dengue na região, quedas das notificações e sobreposição de epidemia de dengue com a pandemia de COVID-19.
DENGUE EM GESTANTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NO PERÍODO DE 2020 A 2024
Pôster
Pires, B.F.1, Almeida, G.G.1, Oliveira, L.R.M.G.1, Roscher, A.B.M.1, Moraes, F.F.M.1
1 Faculdade Souza Marques
Objetivo:
Analisar as características epidemiológicas e a gravidade dos casos de Dengue em gestantes no estado do Rio de Janeiro no período de 2020 a 2024.
Métodos:
Estudo transversal, com dados do Sistema Nacional de Notificação (Sinan), sobre os casos de dengue em gestantes, no Estado do Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2020 a maio de 2024. Para caracterizar o perfil epidemiológico foram analisadas as variáveis: idade, raça/cor, ano dos primeiros sintomas, classificação final, critério de confirmação e sorotipo. A gravidade foi analisada pela taxa de letalidade e taxa de hospitalização.
resultados
No período analisado foram notificados 146261 casos notificados de dengue em mulheres, dos quais 2697 (1,84%) eram gestantes e em 22,2% a informação sobre gestação era ignorada. Em relação à classificação da doença, 81% das gestantes foram classificadas como dengue, 3,2 % como dengue com sinais de alarme e 0,15% dengue grave. Houve critério de confirmação em 81,9% das gestantes. A taxa de hospitalização foi de 8% e a letalidade foi de 0,07%, correspondendo a 2 óbitos pela doença.
.
Conclusão
No presente estudo, a maior parte das gestantes infectadas pelo vírus da dengue foi classificada como portadora da forma clássica da doença. Apesar da baixa taxa de hospitalização e óbitos, é de extrema relevância o diagnóstico precoce e a aplicação de protocolos para o manejo da enfermidade, além da monitorização da gravidez, de forma a evitar a evolução para a forma mais grave e o desenvolvimento de complicações para o feto.
DENGUE GRAVE CURA/ÓBITO X MANEJO CLÍNICO UTILIZANDO PROTOCOLO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Pôster
Ley, M. V. F. G.1, Meira, M. C. R.1, Sobrinho, R. A. S.1, Nihei, O. K.1
1 UNIOESTE
A dengue pode cursar de forma grave com óbito que é considerado em sua maioria evitável. O Ministério da Saúde desenvolveu protocolo de manejo clínico da dengue para serem utilizados pelos serviços de saúde. Objetivo: Avaliar o desfecho dos casos graves de dengue em UTI e sua evolução para cura e ou óbito em relação a adesão do protocolo de manejo clínico em adultos e crianças do Ministério da Saúde. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo, a partir de dados secundários de prontuário eletrônico, período 2015 a 2022. Realizado em hospital público de um município brasileiro de tríplice fronteira. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos (parecer 5.995.122 e 6.053.336). Resultados: No período pesquisado foram hospitalizados 2.478 pacientes por dengue, destes 84 (3,38%) foram graves e tratados em unidade de terapia intensiva. Dos que receberam o manejo clinico de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, 90,47% evoluíram para cura e 9,53% para óbito. Para os casos que o manejo clínico não seguiu o protocolo do Ministério da Saúde, 14,29% evoluíram para cura e 85,71% para o óbito. Os principais sinais de alarme foram plaquetopenia 70%, sangramento de mucosa 60%, hipotensão 51%, hemoconcentração 50%, dor abdominal 48%. 38% dos óbitos ocorreram do primeiro ao quinto dia de hospitalização. Conclusão: O resultado deste estudo evidencia que a adesão ao protocolo de classificação de risco e manejo clínico da dengue do Ministério da Saúde, contribui para o desfecho cura.
DENGUE IN A METROPOLITAN AREA IN BRAZIL
Pôster
Sousa, S.C.1, Bezerra, J. M. T.2, Cardoso, D. T.3, Ker, F. T.3, Araújo, G. R.3, Coelho, V. B. N.3, Carneiro, M.3, Soeiro, D. B.3
1 Prefeitura Municipal de Contagem e UFMG
2 UEMA
3 UFMG
Introduction: In the municipality of Contagem, the third most populous municipality in the state of Minas Gerais, the cases and severity of dengue fever have increased between 2008 and 2018. Objective: To analyze the temporal and spatial evolution of the incidence of dengue in the city of Contagem and describe the non-epidemic and epidemic periods of the disease. Methods: This is an ecological study of probable dengue cases reported in the Notifiable Diseases Information System (SINAN). The analyzes were carried out considering epidemiological cycles starting in epidemiological week (SE) 40 of the year 2011 and ending in SE 39 of the year 2017. Kernel Density was used to analyze the distribution of probable dengue cases. Results: The disease affected more women and individuals aged 20 to 29 years in both the non-epidemic and epidemic cycles. During the two epidemic cycles, in almost the entire municipality, the incidence of dengue was high, ranging from 5,000 to 20,000 per 100,000 inhabitants. Conclusion: The present study can be useful for health surveillance and contributes to intervention and control strategies focused on reducing morbidity and mortality from the disease.
DESAFIOS NO PREENCHIMENTO INADEQUADO DE CASOS DE CHIKUNGUNYA NO BRASIL
Pôster
Araújo, M. F. S.1, Filho, R. O. S.1, Figueirêdo, M. E. M. C.1, Oliveira, A. R. N.1, Sousa, O. M. S.1, Lucena, R. N. L. S.1, Lucena, E. M. F.1
1 FACISA/UFRN
Objetivos: Analisar o preenchimento inadequado das fichas de notificação de casos de chikungunya no Brasil, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Métodos: Estudo do tipo descritivo e analítico com base nos dados de notificação de chikungunya no Brasil através do SINAN, abrangendo o período de 2017 a 2023. Foram observados os dados com informações em branco ou ignorado. Resultados: Entre 2017 e 2023, foram notificados 1.298.140 casos de chikungunya no Brasil. Destes, 514.464 (39,63%) eram homens, 781.953 (60,23%) mulheres e 1.723 (0,13%) em branco/ignorado. A faixa etária foi ignorada ou deixada em branco em 501 (0,03%) casos. Dados sobre raça foram ignorados ou deixados em branco em 279.329 (21,51%) casos. A escolaridade foi ignorada ou deixada em branco em 757.749 (58,37%) casos, e registrada como "não se aplica" em 75.354 (5,8%). A zona de residência foi ignorada ou deixada em branco em 100% dos casos. A classificação da doença foi ignorada ou deixada em branco em 165.808 (12,77%) casos. Sobre ser gestante, 144.374 (11,12%) dos casos foram ignorados ou deixados em branco, e entre as 24.235 gestantes com chikungunya, a idade gestacional foi ignorada em 2.433 (10,03%) casos. A evolução da doença foi ignorada ou deixada em branco em 307.424 (23,78%) casos. Conclusões: Este estudo enfatiza a necessidade de melhorar a qualidade do preenchimento das fichas de notificação de chikungunya no Brasil para traçar um perfil epidemiológico preciso. Recomenda-se o treinamento contínuo para profissionais de saúde e a adoção de tecnologias que facilitem a notificação.
DESFECHOS DESFAVORÁVEIS E OS SOROTIPOS DE DENGUE NO ESTADO DO RJ DE 2020 A 2024
Pôster
Roscher, A. B. M.1, de Oliveira, L. R. M. G.1, de Almeida, G. G.1, Pires, B. F.1, Alves, C. B.1
1 Fundação Técnico-Educacional Souza Marques
Objetivo: Investigar a relação entre a ocorrência de desfechos desfavoráveis e os sorotipos circulantes entre os casos de dengue no estado do Rio de Janeiro no período de 2020 a 2024.
Métodos:
Trata-se de um estudo transversal, com dados do Sistema Nacional de Notificação (Sinan), sobre os casos notificados de dengue, no Estado do Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2020 a maio de 2024. As variáveis incluídas foram: ano dos primeiros sintomas, classificação final e sorotipo. Os desfechos desfavoráveis incluíam a dengue grave, a hospitalização e o óbito.
Resultados:
No período estudado foram notificados 326716 casos de dengue, dos quais 16,6% não tiveram classificação definida. Dos 272556 casos classificados, 97,9% foram dengue, 2% dengue com sinais de alarme e 0,12% dengue grave. O sorotipo foi conhecido em 8,2% dos casos, sendo 67,1% DENV-1 e 32,9% DENV-2. Em 2020 e 2021, o DENV-1 foi mais prevalente, 85,7% e 90,2% respectivamente, enquanto o DENV-2 foi o mais prevalente nos anos 2022 (52,9%), 2023 (81,1%) e 2024 (58,8%). A dengue com sinais de alarme representou 2,4% e 4,8%, a dengue grave 0,22% e 0,54%, a hospitalização ocorreu em 4,9% e 10,1%, e a letalidade 0,20% e 0,56%, nos casos de DENV-1 e DENV-2, respectivamente.
Conclusão:
Os desfechos desfavoráveis estudados foram mais frequentes nos casos de dengue pelo sorotipo DENV-2.
DIABETES MELLITUS COMO FATOR DE RISCO PARA HOSPITALIZAÇÃO POR DENGUE NO MRJ
Pôster
RAMOS, C. A.1, AZEVEDO, D.C.1
1 IMS UERJ
Objetivo: Identificar se a presença de Diabetes Mellitus está associada à evolução para internação hospitalar por Dengue no município do Rio de Janeiro no período de janeiro a dezembro de 2022. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, utilizado os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) referente aos casos notificados por dengue no município do Rio de Janeiro no período de janeiro a dezembro de 2022. A variável de desfecho utilizada foi internação hospitalar por dengue e a de exposição foi presença de Diabetes Mellitus (DM). Para testar a associação, foi utilizado o modelo de regressão logística binária, controlado por idade, sexo e cor da pele. Todas as análises foram realizadas no Software R Project versão 4.2.0. Resultados: Um total de 7734 pacientes foram notificados com suspeita de dengue, a maioria era composta por mulheres (56%); a raça parda era predominante, com 46%. Adultos entre 30 e 59 anos corresponderam a 45,4% das notificações de casos de dengue. A hipertensão arterial sistêmica e DM foram as doenças pré-existentes com maior predominância, com 8,37% e 3,37% respectivamente. Os idosos (≥ 60 anos) destacaram-se no percentual de hospitalizações, 17,52% do total de longevos notificados com dengue foram internados. Os pacientes com DM (OR: 2,75; IC95%: 1,72-4,24; p-valor<0,05) associaram-se positivamente e significativamente com hospitalização por dengue quando controlados por cor da pele, sexo e idade. Conclusões: As evidências disponíveis sinalizam que o DM é um cofator potencialmente importante para hospitalização por Dengue
DIFERENÇAS INTRAURBANAS NA DISTRIBUIÇÃO DE CASOS DE DENGUE EM BELO HORIZONTE, 2019
Pôster
Anjos, A. P. R.1, Ferreira, A. D.1, Friche, A. A. L.1, Rocha, S. C.1, Salles-Dias, M. A.1, Caiaffa, W. T.1
1 UFMG
Objetivo: Analisar a distribuição espacial dos casos de dengue em 2019 ocorridos no município de Belo Horizonte, identificando as iniquidades intraurbanas. Métodos: Casos confirmados notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação da Secretária Municipal de Saúde foram georreferenciados, baseando-se no endereçamento da ficha de notificação, por pesquisadores do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte no âmbito do projeto BH-Viva. As análises espaciais foram realizadas no programa ArcGis 10.5 utilizando o estimador de Kernel para calcular a densidade e a razão (risco) dessa distribuição, considerando, nesta última análise, a configuração espacial da população do censo de 2010 distribuída conforme a área de abrangência dos centros de saúde, ponderada por um raio de influência de 3.000 metros. Resultados: Observou-se áreas quentes em todas as regiões administrativas (RA), exceto na Centro-Sul, com densidade de casos média a alta limitada à maioria das vilas e favelas. O cálculo da razão de Kernel revelou modificação no padrão de distribuição dos casos territorialmente, mas ainda elevada predominância de casos em vilas e favelas. A RA Centro-Sul permaneceu com baixa concentração de casos de dengue, enquanto nas demais RAs, maior concentração verificou-se nas áreas limítrofes da cidade. Conclusão: Alta concentração de casos de dengue em vilas e favelas sugere como fatores influentes as características do ambiente construído e social locais. Trata-se de áreas adensadas, de baixo nível socioeconômico e precárias em infraestrutura e saneamento que precisam ser requalificadas para diminuir a vulnerabilidade à saúde a que está sujeita a população ali domiciliada.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA DENGUE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2016 - 2023
Pôster
Raeder, A. S.1, Eleuterio T de A1, da Silva D1
1 UERJ
Objetivo: descrever e mapear a distribuição da incidência e da sazonalidade da dengue no estado do Rio de Janeiro, no período de 2016 a 2023, identificando as regiões e/ou municípios de maior incidência. Métodos: estudo ecológico descritivo, considerando todos os casos notificados de dengue no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A taxa de incidência foi calculada por 100.000 habitantes e a confecção de tabelas, mapas temáticos e gráficos de série histórica foi realizada por meio dos softwares Tabwin e Excel. Resultados: foram notificados 305.252 casos de dengue em todo o estado no período. Em 2016, a taxa de incidência foi de 528,29 casos/100.000 habitantes; em 2017, 65,70 casos; em 2018, 86,53 casos; em 2019, 185,41 casos; em 2020, 25,79 casos; em 2021, 15,40 casos; em 2022, 62,33 casos; e em 2023, 279,63 casos. A região do Noroeste Fluminense foi a maior com relação à incidência, considerando todo o período. Em relação a sazonalidade é visto que de janeiro à junho destaca maior incidência de casos em todo o período. Conclusões: a dengue permanece endêmica no Rio de Janeiro e representa uma problemática para a saúde pública. Apesar das campanhas contínuas de educação em saúde, são necessárias a intensificação da prevenção por meio da imunização, a capacitação de profissionais e a implementação de políticas públicas, de modo a reduzir a ocorrência de novas epidemias.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE DENGUE NO BRASIL: 1ª A 18ª SEMANA DE 2024
Pôster
Silva, I. G.1, Santos, A. L. S.1, Oliveira, T. N. C.1, Carvalho, L. A. F.2, Macedo, M. S. S.1, Santos, B. L. S.1, Dantas, J. L.1, Waltz, M. B.1, Silva, N. S.1
1 ENSP/Fiocruz
2 INCA
Objetivos: Descrever a distribuição geográfica dos casos confirmados de dengue no Brasil, entre a 1ª e a 18ª semana epidemiológica de 2024. Métodos: Estudo descritivo que utilizou casos de dengue confirmados no Brasil entre a 1ª e a 18ª semana epidemiológica de 2024, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram calculadas as frequências absolutas e relativas dos casos confirmados por região e por estado, além das taxas de incidência correspondentes, utilizando o software R versão 4.3.3, com resultados apresentados em gráficos e mapas. Resultados: Foram confirmados 2.754.744 casos de dengue no Brasil. Entre as regiões brasileiras, a região sudeste foi quem apresentou os maiores números absolutos de casos de dengue, com 1.742.568 casos, o que equivale a 63,3% das notificações. Quando se analisou as taxas de incidência da doença nas regiões do país, as maiores taxas foram encontradas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, com 1.910,07, 1.884,12 e 1.749,26 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. As análises por estado revelaram que o Distrito Federal liderou com a maior taxa de incidência, que alcançou 3.917,61 casos novos por 100 mil habitantes. Em segundo e terceiro lugar estiveram os estados do Paraná e Minas Gerais, com 2.826,48 e 2.806,46 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Conclusões: A região Sudeste concentrou a maioria dos casos de dengue no Brasil. A análise das taxas de incidência destacou o Distrito Federal, Paraná e Minas Gerais como os estados mais afetados.
EPIDEMIAS DE DENGUE E SUA CORRELAÇÃO COM VARIÁVEIS ENTOMOLÓGICAS DO VETOR
Pôster
Meira, M. C. R.1, Muñoz, S. S.2, Nihei, O. K.1, Sobrinho, R. A. S.1, Arcoverde, M. A.1
1 UNIOESTE
2 USP
A dengue é uma das mais importantes arboviroses reemergentes. As estratégias de controle do vetor não tem alcançado resultados positivos. O Ministério da saúde preconiza o índice de infestação larvário do vetor como preditor de epidemias de dengue para direcionar ações de controle. Objetivo: Analisar a distribuição espacial das epidemias de dengue e sua correlação com infestação do Aedes aegypti na fase larvária e na fase adulta em um município brasileiro de tríplice fronteira. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo no período de dez anos. Aplicado teste de regressão linear simples para avaliar epidemias de dengue e sua correlação entre as variáveis de infestação do vetor da dengue na fase larvária e na fase adulta, em relação ao mesmo mês, um, dois e três meses antes da ocorrência das epidemias. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da USP sob protocolo: 68091717.2.0000.5393. Resultados: Ocorreu correlação negativa das epidemias de dengue com índice de infestação larvário em todos os intervalos pesquisados e correlação positiva p: 0,004 com o índice de infestação do mosquito adulto com intervalo de 3 meses antes das epidemias. Conclusões: O índice de infestação larvário é fraco como preditor de epidemias de dengue embora seja preconizado pelo Ministério da Saúde para esse fim. O índice de infestação do mosquito adulto apresentou se como uma ferramenta eficaz como preditor de epidemias de dengue.
ESTRUTURAÇÃO DE UM NOVO FLUXO OPERACIONAL PARA ARBOVIROSES EM PARINTINS, AMAZONAS
Pôster
SOARES, E.P.1, TAVARES, A.S.2, FLORENCIO, C.R.1, SANTOS, J.V.1
1 SEMSA PARINTINS-AM
2 ILMD FIOCRUZ AMAZONIA
Objetivos: Descrever a experiência vivenciada pela equipe do Laboratório de Vigilância em Saúde (VS) na implementação do fluxograma de notificação e coleta de exames para arboviroses em Parintins - Amazonas. Métodos: Este relato teve como cenário a Vigilância em Saúde da cidade de Parintins, no período de janeiro a maio de 2024. Na sede da VS, reuniu-se a responsável técnica do laboratório e a gerente da vigilância epidemiológica e endemias para elaborar um novo fluxograma de notificação e coleta de amostras para exames de arboviroses. Posteriormente, ocorreram encontros técnicos entre os profissionais da VS e os profissionais de saúde dos hospitais, da unidade de pronto atendimento (UPA) e com a coordenadora da atenção primária, visando o alinhamento, a operacionalização e a execução do fluxograma. Resultados: Durante o período de janeiro a maio de 2024, um total de 415 amostras foram coletadas e enviadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (LACEN/AM) para pesquisa de arbovírus. Desse total, 11 positivos para dengue; 01 positivo para zika e 124 positivo para oropouche. Com relação as unidades notificadoras 78 foram provenientes da UPA, 198 das UBS e 139 dos hospitais. Em comparação ao ano passado, de janeiro a maio de 2023, apenas 53 amostras foram encaminhadas ao LACEN-AM para investigação de arbovírus. Além disso, as UBS e UPA não realizavam as notificações. Conclusão: Os objetivos de intensificar a notificação, coleta de amostras biológicas para monitoramento, diagnóstico laboratorial, identificação e encerramento dos casos notificados das arboviroses foram alcançados de forma significativa.
FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA EPIDEMIOLÓGICA PARA VIGILÂNCIA DE ARBOVIROSES
Pôster
Riback, T. I. S.1, Tassinari, W. S.2, Marincola, F. C. V.1, Pinheiro, R. N.1, Santa Anna, M. F.1, Ferreira, C. D.1, Aguila, G. M. O.1
1 SMS/RJ
2 DEMAT/UFRRJ
Objetivo: Apresentar o boletim entomológico eletrônico e o monitor Geoarbo, ferramentas com base em inteligência epidemiológica para vigilância de arboviroses no Município do Rio de Janeiro (MRJ).
Métodos: Para o desenvolvimento das ferramentas foram realizadas análises estatísticas descritivas, de séries temporais e espaciais, a partir do uso de dados entomológicos consolidados pela vigilância ambiental e registros de casos de dengue notificados pelo SINAN.
Resultados: O boletim entomológico eletrônico apresenta as análises dos indicadores com a finalidade de avaliar a quantidade de ovos das armadilhas ativas, índices de densidade (IDO) e positividade (IPO) de ovos, infestação predial (IIP), Índice de Bretau (IB) e LIRAa. O monitor GeoArbo é um mapa interativo com camadas de visualização dos territórios da Atenção Primária em Saúde, o qual permite monitorar os casos leves e graves notificados de dengue, o sorotipo predominante em grades hexagonais de 1 km de banda, a taxa de incidência por bairros e a densidade de ovos das armadilhas distribuídas na cidade.
Conclusão: O monitoramento dos indicadores entomológicos é essencial para detectar alterações nas características biológicas e ecológicas dos vetores, e recomendar medidas de controle vetorial. Ambas as ferramentas foram amplamente utilizadas pelo Centro de Operações de Emergência Dengue do município e nas instâncias regionais de vigilância em saúde. A aplicação de inteligência epidemiológica para integração de dados de arboviroses, como casos humanos e entomológicos, permite ao gestor identificar possíveis áreas sensíveis para a presença da população de vetores e de risco para aumento de casos dengue.
FERRAMENTAS HEMATOLÓGICAS NA DENGUE: TRIAGEM E ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Pôster
Sousa, L. V. A1, Souza, M. P.1, Gáscon, T.1, Reis, B. C. A. A.1, Veiga, G.R. L.1, Carvalho, S. S.1, Paiva, L. S.1, Salay, G1, Fonseca, F. L. A.1
1 Centro Universitário FMABC
Objetivo: A dengue, uma arbovirose de crescente incidência e severidade, exige ferramentas eficazes para diagnóstico, prognóstico e manejo clínico. Este estudo investigou os mecanismos da dengue, seus impactos hematológicos e o potencial de biomarcadores para o diagnóstico precoce. Métodos: 382 pacientes suspeitos de dengue (256 casos positivos e 126 controles) foram avaliados entre 2018 e 2022. Parâmetros hematológicos, incluindo séries eritrocitárias e leucocitárias, relações entre parâmetros (NP, PLR, NLR, LM e NPLR) e VPM, além da proteína C reativa (PCR), foram analisados. Resultados: O grupo dengue positivo apresentou discreto aumento de leucócitos, diminuição de linfócitos e aumento de monócitos, sugerindo resposta inflamatória. Observou-se leve redução de plaquetas e níveis elevados de PCR no grupo dengue positivo. As relações NP e PLR demonstraram bom desempenho no diagnóstico da dengue, especialmente quando combinadas com a PCR (AUC > 0,70 para NS1, IgG e IgM). Conclusão: A avaliação de parâmetros hematológicos, particularmente as relações NP e PLR, em conjunto com a PCR, configura-se como um instrumento promissor para o diagnóstico eficiente da dengue, especialmente nos estágios iniciais da doença. A integração desses biomarcadores na prática clínica pode contribuir para a gestão eficaz da dengue e aprimorar a qualidade da assistência aos pacientes.
HOSPITALIZAÇÕES POR DENGUE EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RIO DE JANEIRO NA EPIDEMIA DE 2024
Pôster
Shih, S. A.1, Marsico, E. F. C.2, Correa, H. F. S.2, Martins, R. A. G.2, Portes, L. H.2, Souza, S. V.2, Reis, G. J.2, Halpern, M.2, Novaes, A. B.2
1 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - UFRJ
2 Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - HUCFF
Objetivos: Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes notificados por suspeita de dengue em um hospital universitário do Rio de Janeiro na epidemia de 2024 e analisar os
fatores contribuintes para maior tempo de hospitalização daqueles com diagnóstico confirmado.
Método: Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal analítico que utilizou dados da notificação e investigação epidemiológica de pacientes hospitalizados por dengue de janeiro a abril de 2024. A análise da associação entre as variáveis independentes (sócio-demográficas, clínicas e laboratoriais) e o desfecho tempo de hospitalização foi calculada através de regressão linear multivariada, cujo critério de determinação foi o nível de 5% e que incluiu as variáveis que apresentaram p <0,25 na análise bivariada, a saber: idade, origem do paciente, presença, número e tipo de comorbidades, valor de plaquetas e hematócrito na admissão.
Resultados: Foram notificados 40 pacientes suspeitos da doença e confirmados 34, dos quais 65% foram classificados como dengue com sinais de alarme e 35% como dengue. Dos 34 casos confirmados, 85% (29) foram hospitalizados com uma mediana de 3 dias de internação e evolução para cura. A variável número de comorbidades foi fator preditor para aumento do tempo de hospitalização (coeficiente = 0,284; p = 0,013), com R² = 0,21.
Conclusões: O número de comorbidades teve associação com maior tempo de hospitalização dos pacientes com dengue, corroborando com a relação entre comorbidades e potencialização dos riscos à saúde no contexto das infecções virais. Esta informação mostra-se importante para o gerenciamento de leitos em futuras epidemias desta arbovirose.
IDENTIFICAÇÃO DO VÍRUS OROPOUCHE EM PRIMATAS EM MINAS GERAIS EM 2012.
Pôster
Filardi, M.B.S.1, Júlio, R.S.1, Gradim, C.V.C.2, Silva, M.A.1
1 SES-MG
2 UNIFAL-MG
Objetivo: Descrever o processo de vigilância epidemiológica de epizootia em primatas não humanos (PNH) em Minas Gerais que culminou com a detecção do vírus Oropouche-OROV.
Método: Em abril de 2012 foi relatada a morte de onze PNH da espécie Callithrix penicillata em Perdões – MG. A hipótese de febre amarela desencadeou o processo vigilância entomológica e de epizootias detalhadas nos resultados.
Resultados: Moradores de área rural de Perdões notificaram a vigilância municipal acerca de mortes de PNH. Foi acionada a vigilância epidemiológica estadual que deslocou uma equipe para a área. Perdões, sul de MG, situa-se às margens da Fernão Dias. As carcaças foram encontradas na mata a 1 km da rodovia e 2,5 km da área urbana. No local, formado por bolsões de mata primária e diversas nascentes, observou-se a presença de PNH das espécies Callithrix penicillata (Mico Estrela) e Alouatta guariba guariba (Bugio Marrom). Embora com tempo chuvoso e baixas temperaturas, foram realizadas coletas entomológicas abrangendo todos os quadrantes da mata. Os vetores e o material biológico de um Callithrix penicillata foram remetidos ao Instituto Evandro Chagas. Os insetos foram identificados taxonomicamente como Aedes albopictus, Psorophora ferox, Sabethes albiprivus, Sabethes glaucodaemon, e Wyeomyia spp.,para os quais a pesquisa de vírus foi negativa. O IEC confirmou o isolamento do OROV a partir do pool de vísceras do PNH. A vigilância genômica identificou um novo segmento do genoma M e o vírus foi, então, denominado Perdões-PEDV.
Conclusão: Utilizando-se o processo de vigilância de epizootias, identificou-se o OROV fora da região Amazônica.
IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE INSTRUMENTO DE BUSCA ATIVA PARA CHIKUNGUNYA EM JARAGUARI/MS
Pôster
Godoy, B. M.1, Cunha, R. V.2, Frias, D. F. R.3, Santos, J. K. L3, Tebet, D. G. M.3, Arruda, L. D. C.3, Gonçalves, C. C. M.3, Canela, L. C. G. C. S.4, Brito, A. R. A.5
1 PPGDIP/UFMS
2 FIOCRUZ
3 SES/MS
4 IESC/UFRJ
5 UFMS
As arboviroses são doenças causadas por arbovírus que incluem os vírus da dengue, chikungunya, Zika, febre amarela e Oropouche, transmitidos por vetores e representam um grave problema de saúde pública no Brasil. Além apresentarem altos índices de mortalidade, cada vez mais destaca-se a potencialidade de acarretar incapacidades físicas transitórias e permanentes como a cronificação da chikungunya. Este relato de experiência visa elucidar a implementação e avaliação do instrumento de busca ativa para acompanhamento de casos confirmados para chikungunya no município de Jaraguari, Mato Grosso do Sul, incluído no processo de trabalho da vigilância epidemiológica das Doenças Endêmicas da Secretaria Estadual de Saúde. Realizou-se um estudo de aceitação e aplicação do instrumento após a efetivação do decreto de emergência em saúde realizado pelo município de Jaraguari no mês de março de 2024, devido à alta positividade de indivíduos para chikungunya detectada pela metodologia RT-PCR. O instrumento foi aplicado por agentes de saúde em visitas domiciliares, em que foram coletadas informações clínicas e epidemiológicas dos afetados. Foram visitados 180 pacientes que buscaram as unidades de saúde e tiveram exame laboratorial RT-PCR detectável para chikungunya, mostrando uma incidência de 2.549 casos confirmados por 100.000 habitantes. Ainda, a utilização do instrumento permitiu a detecção precoce de casos que não procuraram a unidade de saúde. Portanto, o instrumento de busca ativa mostrou-se eficaz no acompanhamento de casos de chikungunya, contribuindo para o controle do surto na área estudada.
INDICADORES PRECOCES DA DENGUE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - 2024
Pôster
Nazario, Gabriella1, Santos, Mayara2, Rodriges, Denis3, Peixoto, Eduardo4, Silva, Marianna1, Nascimento, Helena5, Carvalho, Paula Rita4, Costa, Victor6, Costa, L.G.2, Almeida, Paula Maria2, Almeida, Aline Maria2, Bedin, Shenon2, Luiz-Silva, M. I2, SILVA, C. F.2, Resendes, A. P. C.2, Carvalho, Silvia2, Velasque, Luciane2
1 SESRJ - ISC/UFF
2 SESRJ
3 SESRJ - ENSP
4 SESRJ - UNIRIO
5 SESRJ - IMS/UERJ
6 PRESC/UFF
Objetivo: descrever os indicadores precoces da dengue (taxa de positividade, solicitação de internação e atendimento em UPA) no estado do Rio de Janeiro em 2024. Método: estudo descritivo utilizando dados registrados nos Sistema Próprios do SER, UPAS e GAL acompanhados pelo CIS/SES-RJ. Foram utilizadas informações sobre número de solicitações de leito pelo CID A-90, atendimento em UPAS pelos sinais e sintomas compatíveis com Dengue extraídos do campo de queixas dos PEC e a positividade do ZDC. O período de análise compreendeu de janeiro a maio de 2024. Resultados: O trio de indicadores apontaram a antecipação da epidemia de dengue no ano 2024, com destaque para o período entre as semanas epidemiológicas (SE) 2 (07/01/2024) e 13 (30/03/2024), onde ocorreram os maiores números, sendo que o atendimento em UPA teve o pico na SE8, a solicitação de leitos o pico foi na SE10 e a positividade apresentou um comportamento atípico com o pico em abril de 2024. Conclusão: A análise dos indicadores precoces é de extrema importância para a saúde pública, pois permite a identificação rápida de surtos de dengue, facilitando a implementação de medidas preventivas e de controle. A identificação de períodos críticos, como observado entre as semanas epidemiológicas 2 e 13, possibilita uma resposta mais eficiente de controle, minimizando o impacto da doença na população e a análise dos indicadores precoces são fundamentais para a prevenção e controle eficazes da dengue.
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE DO OROPOUCHE EM RIO BANANAL-ES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster
D‘Agostin, D.M.1, Cola, J.P.1, Andrade, W.L.1, Zanoteli, A.R.T.2, Casagrande, J.K.S.2, Pezzin, M.S.2, Rodrigues, A.P.2
1 Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo
2 Secretaria Municipal de Saúde de Rio Bananal
Objetivos: Investigar a origem do primeiro caso de febre do oropouche no município de Rio Bananal, Espírito Santo e caracterizar o ambiente do local provável de infecção. Métodos: Utilizou-se roteiro de investigação de febre do Oropouche disponibilizado pela SESA-ES. O roteiro trata-se de uma entrevista feita junto ao primeiro paciente com biologia molecular reagente para febre do Oropouche no município de Rio Bananal, após a entrevista foi realizada a caracterização do ambiente com a finalidade de identificar os determinantes ambientais e sociais que corroboram com a presença do vetor na localidade. Resultado: Paciente com relato de febre, mialgia, cefaleia e artralgia com data de deslocamento procedente de Gaundu-BA 15 dias antes do adoecimento, durante esse período paciente não saiu da localidade do Córrego Iriritimirim onde estava à trabalho. Durante a entrevista foi descoberto que um parente passou mal um dia após chegar da Bahia apresentando sintomas compatíveis. Posteriormente, a amostra do parente foi testada para Oropouche dando regente na biologia molecular. Em relação ao imóvel onde paciente reside, o chão é de cimento grosso, as paredes são de tábua de madeira, o teto é coberto de telhas de sem forração. O esgoto é despejado a céu aberto na lateral do imóvel e escorre pelas frestas umedecendo o solo e a matéria orgânica oriunda da plantação de cacau. É uma área de baixada, sombreada e úmida. Foi observada presença de culicoides, mas não foi realizada a coleta. Conclusão: O município de Rio Bananal possui transmissão autóctone da doença.
LINKAGE DE DADOS PARA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: A APLICAÇÃO DO GO.DATA NOS ÓBITOS POR DEN
Pôster
Silva, M. M.1, Nazario, G. C.1, Cardoso, S. C. C.2, Costa, V. S. M.2, Costa, L. G.2, Almeida, P. M. P.2, Carvalho, P. R. B.2, Santos, M. O. A.2, Rodrigues, D. O.2, Peixoto, E. M.2, Nascimento, H. S.2, Luiz, M. I.2, Velasque, L. S.2
1 Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ); Universidade Federal Fluminense (UFF)
2 Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ)
O presente estudo tem como objetivo compartilhar a experiência da utilização da ferramenta Go.Data para investigação de óbitos relacionados à Dengue no Estado do Rio de Janeiro(ERJ), com foco no processo de linkage de dados e a contribuição para vigilância epidemiológica. Estudo descritivo, do tipo relato de experiência que utiliza como fonte os dados importados para a ferramenta Go.Data, utilizado para integrar diversas fontes de informação sobre os óbitos de dengue ocorridos no ERJ, como dados de laboratório advindos do Gerenciador de Ambiente Laboratorial do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Rio de Janeiro(GAL/LACENRJ) e notificações do SINAN(Sistema de Informação de Agravos de Notificação), e campos próprios com a finalidade de permitir o registro da investigação das causas do óbito pelos técnicos municipais. Os dados foram unidos através de um processo de linkage no software Rstudio. A junção ocorreu por meio da combinação de chaves de correspondência com uma margem de tolerância probabilística. Este método calcula a probabilidade de que os registros correspondam, mesmo que os dados não sejam exatamente iguais. Foram notificados 230 óbitos suspeitos de Dengue no período de 01 de janeiro até 15 de maio de 2024, dos quais 143(62,17%) foram confirmados, 40(17,40%) foram descartados e 47(20,43%) seguem em investigação. Dos 143 óbitos confirmados, 102 foram encontrados no linkage e 41 notificações não possuem registro de laboratório. Por fim, o uso do Go.Data permitiu que o monitoramento da investigação dos óbitos ocorresse em tempo oportuno e mostrou-se altamente eficaz a Vigilância Epidemiológica.
MODELOS DE DECISÃO PARA TESTAGEM DE CASOS SUSPEITOS DE ARBOVIROSES POR RL
Pôster
Segundo, Zuilho1, F. C., Coelho1
1 FGV
Objetivos: Este trabalho teve como objetivo aplicar a teoria da aprendizagem por reforço para resolver o seguinte problema: maximização da acurácia na confirmação dos casos, minimizando ao mesmo tempo, o custo, ou seja, o número de testes laboratoriais realizados. Métodos: O modelo leva em conta a distribuição espaço-temporal dos casos notificados, em cenários simulados – onde se conhece perfeitamente a sua distribuição,-- e incertezas nos resultados obtidos a partir da sensibilidade e especificidade dos testes. Foi explorado cenários com diferentes distribuições espaciais de casos, epidemias simultâneas de dengue e chikungunya com diferentes números básicos de reprodução (R0). Durante os experimentos numéricos, diversos agentes procuram aprender uma política ótima, conforme o problema minimax descrito, de envio de amostras para teste. Diferentes algoritmos de aprendizagem por reforço, como Q-learning, SARSA e PPO, foram comparados e são discutidos. Resultados: Como resultados teremos a comparação entre as diferentes políticas encontradas para os diferentes métodos de treinamento do agente, permitindo entender as escolhas e quais os benefícios e perdas de cada política. Conclusão: Embora os resultados dos experimentos ainda estejam em fase de obtenção, a aplicação da teoria da aprendizagem por reforço ao problema minimax de maximização da acurácia na confirmação de casos, minimizando o custo dos testes laboratoriais, apresenta um potencial significativo. Esperamos que os resultados futuros confirmem a eficácia desses métodos e proporcionem insights valiosos para a otimização das políticas de testagem em cenários epidemiológicos reais.
MORTALIDADE POR DENGUE NO BRASIL
Pôster
De Lima, S. T. S.1, Mello, L. M. S.2, Vianna, M. P. N.3, Duarte, L. M. F.2, Santiago, R. M.3, Máximo, A. C. B. M.2, Sena, L. O. C.4, Abrantes, J. J. P. A.5, Costa, M. A.6, Sabatini, R.7, Gomes, I. S.8, Araújo, E. L. L.9, Telles, A. F. C.4, Jesus, R.10, Cavalcante, I. J. M.2
1 Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará - LACEN/CE . Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP/SP
2 Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará - LACEN/CE
3 Programa de Pós Graduação em Farmacologia
4 Fundação de Saúde Parreiras Horta LACEN SERGIPE
5 FIOCRUZ
6 Laboratório Central de Saúde Publica do Acre - Laboratório de Biologia Molecular e celular aplicada, UFAC
7 Universidade Federal do Acre - UFAC
8 LACEN/RN
9 Departamento de Gestão do Cuidado Integral (DGCI). Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS). Ministério da Saúde (MS).
10 Coordenação Geral dos Laboratórios de Saúde Pública, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil. Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Objetivo: descrever o número de óbito por dengue, no Brasil, nos anos de 2023 e 2024. Métodos: Foi realizado levantamento dos casos confirmados de óbitos por dengue, na plataforma datasus, do Ministério da Saúde, dos anos de 2023 e 2024 (até a SE 16). Resultados: Entre os anos de 2023 e 2024, foram notificados mais de 4290 óbitos por dengue, distribuídos entre casos confirmados por critério laboratorial e critério clínico epidemiológico. Os dados mostram que em 2023 e 2024, até semana epidemiológica 16, 52,8% (2268 de 4291) dos óbitos do Brasil se concentraram na região sudeste, seguido das regiões Sul (21,7%) e Centro-Oeste (15,9%) do país. Os estados de Minas Gerais (42,6%, 967 de 2268) e São Paulo (41,5%, 942 de 2268) foram os que apresentaram um maior número de óbitos por dengue na região sudeste, especialmente no grupo etário de maiores de 60 anos. A população feminina foi mais acometida da doença e com mais casos de óbitos 50,43% (2167 de 4297). Conclusão: os dados descrevem os óbitos por dengue no Brasil e mostra que a região sudeste foi a que mais confirmou, por critério laboratorial e clínico epidemiológico, mortes por esse agravo.
OCORRÊNCIA DE DENGUE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2014 A 2022.
Pôster
Costa, V.S.M.1, Tavares, F.G.1
1 UFF
Objetivo: Descrever a ocorrência dos casos notificados de dengue no estado do Rio de Janeiro entre os anos 2014 e 2022. Método: Trata-se de um estudo ecológico, com abordagem descritiva, realizado a partir dos casos de dengue ocorridos em residentes do estado do Rio de Janeiro (RJ), notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), as estimativas populacionais foram obtidas no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram calculadas as taxas de incidência de dengue por Região de Saúde. Resultados: Foram notificados 246.883 casos de dengue em todo estado. Observou-se taxas de incidência de dengue de 437,4 e 522,9 casos/100.000 habitantes nos anos de 2015 e 2016 respectivamente. As Regiões de Saúde com maior aumento da incidência foram: Baía da Ilha Grande (41,21 para 3.184,83 casos/100.000 habitantes), Médio Paraíba (110,3 para 2.336,46 casos/100.000 habitantes) e Noroeste (118,24 para 1.867,56 casos/100.000 habitantes), entre 2014 e 2015, sendo região da Baía da Ilha Grande que apresentou a maior incidência no período estudo no estado com 3.184,83 casos/100.000 habitantes no ano de 2015, equivalente ao aumento de 7.628%, se comparado ao ano anterior. Conclusão: Observa-se que o estado do Rio de Janeiro apresenta elevadas taxas de incidência deste agravo, evidenciando a necessidade de desenvolvimento e execução de estratégias de saúde voltadas para o combate à dengue.
OS INDICADORES DA DENGUE APÓS A IMPLANTAÇÃO DO MÉTODO WOLBACHIA EM NITERÓI/RJ
Pôster
Eppinghaus, A.L.F1, FARIA NETO, F.1, VILLASBOAS, F.1, CONCEIÇÃO FILHO, F.J.1, MEDEIROS, A.S.1, BUTERI, L.G.1, SILVA, A.L.1, MELLO, M.A.L.1, NOGUEIRA, D.M.1, JANUS, A.P.R.1
1 Fundação Municipal de Saúde Niterói
Objetivo: Descrever o comportamento dos indicadores epidemiológicos da Dengue após a implantação e expansão do método Wolbachia em Niterói, de janeiro de 2015 a maio de 2024. Métodos: O monitoramento da incidência de casos prováveis de Dengue foi realizado por meio da tabulação da base SINAN Online, aplicativo TABWIN/DATASUS e os Levantamentos de Índice Rápido para Aedes aegypti, utilizando o Índice de Infestação Predial (IIP).Resultados: A taxa de incidência acumulada no ano variou de 6,0 a 670,0/100 mil, apresentando valores decrescentes de 2015 até o mês de dezembro de 2023. No ano de 2024 foi observado aumento de casos de dengue e a incidência acumulada até 7de junho foi equivalente a 316,3/100 mil. Quanto aos IIPs, foi observado decréscimo ao longo dos anos no período de 2015 a 2024 (IPP máximo=2,22% e mín=0,26%).Conclusões:A proposta do método Wolbachia é de complementar as estratégias de prevenção de casos de Dengue e outras Arboviroses. Observamos queda gradual da incidência de Dengue que vai de janeiro de 2015 até dezembro de 2023 e elevação súbita nos meses de janeiro e fevereiro de 2024, e redução gradual a partir da Semana Epidemiológica 10. Também foi observada queda nos valores do IIP ao longo dos anos, a partir de 2015, sendo os valores encontrados nos anos 2023 e 2024 os menores da série, o que poderia relacionara redução dos casos no período à introdução do método Wolbachia.
ÓBITOS FETAIS E NEONATAIS POR CHIKUNGUNYA TRANSMITIDA VERTICALMENTE: UMA SÉRIE DE CASOS
Pôster
Monte, A.C.P.1, Britto, A.M.2, Santos, G.M.2, Souza, J.A.N.2, Souza, K.P.S.2, Araujo, J.M.A.2, Santos, J.M.2, Andrade, W.S.2, Leite, A.C.2, Costa, C.E.M.3, Silva, E.P.4, Ribeiro, M.F.P.5, Lacerda, H.R.6, Cardoso, M.R.7, Lira, M.B.8
1 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil; Departamento de Medicina Tropical, Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brasil
2 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil;
3 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Coordenação de Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil;
4 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Coordenação de Vigilância em Saúde, Pernambuco, Brasil;
5 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Gerência, Pernambuco, Brasil;
6 Departamento de Medicina Tropical, Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brasil
7 Iª Gerência Regional de Saúde, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Vigilância Epidemiológica, Pernambuco, Brasil
8 Secretaria de Saúde do Recife, Programa De Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva, Pernambuco, Brasil
Objetivo: Descrever quatro casos de mulheres que adquiriram a infecção pelo vírus chikungunya (CHIKV) durante a gestação e resultaram em três óbitos fetais e dois óbitos neonatais confirmados por transmissão vertical. Métodos: Foram utilizados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), registrados durante epidemia de 2015 e 2016, em pacientes residentes da Iª Regional de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Pernambuco. Adotamos critérios laboratoriais e clínico-epidemiológicos para confirmação da infecção viral. Todos os óbitos foram discutidos pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbitos por Arboviroses. Resultados: As gestantes foram sintomáticas apresentando em comum febre e artralgia intensa, além de cefaleia, edema, exantema, com início dos sintomas desde o primeiro trimestre gestacional até 4 dias após o parto, confirmadas para infecção por critérios laboratoriais e clínico-epidemiológicos. Entre os óbitos fetais destacam-se alterações cerebrais (cérebro amolecido e autolisado). Nos óbitos neonatais foram evidenciados sinais de sofrimento agudo, Apgar baixo, além de manifestação da doença grave com hiperpigmentação de pele, edema membros e encefalite. Conclusão: Descrevemos a ocorrência de óbito fetal e neonatal devido à infecção materna pelo CHIKV em qualquer fase da gestação, assim como o risco de transmissão vertical durante o parto. Sugerimos que em epidemias o diagnóstico clínico-epidemiológico seja considerado em óbitos de mãe com sintomas sugestivos de chikungunya.
ÓBITOS POR DENGUE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NO PERÍODO DE 2020 A 2024.
Pôster
PETER, J. L.1, FERREIRA, M. M.1, SCHMIDT, C. L.1, DOMINGUES, J. G. M. C.1, MORAES, F. F. M.1
1 Faculdade Souza Marques
Objetivo:
Descrever o perfil dos óbitos por Dengue no estado do Rio de Janeiro no período de 2020 a 2024.
Métodos:
Trata-se de um estudo transversal, com dados do Sistema Nacional de Notificação (Sinan), sobre os casos confirmados de dengue que evoluíram para óbito pela doença, no Estado do Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2020 a maio de 2024. As variáveis incluídas foram: ano dos primeiros sintomas, município de residência, classificação final, critério de confirmação, sexo, idade e raça/cor. As taxas de letalidade foram calculadas por ano e demais variáveis analisadas.
Resultados:
No período analisado ocorreram 263191 casos confirmados de dengue, dos quais 223 evoluíram para óbito pela doença. A taxa de letalidade foi mais elevada nos anos de 2020, 2021 e 2022, com valores de 0,169%, 0,14% e 0,15% respectivamente, enquanto em 2023 e 2024 as taxas foram de 0,07% e 0,06%. Houve predominio de óbitos em indivíduos do sexo masculino (48,8%) e na faixa etária de 20 a 59 anos (4,2%). No entanto, a letalidade foi mais elevada para as faixas: menores de 1 ano (0,24%), 60 a 79 anos ( 0,22%) e 80 anos ou mais (1,94%).
Conclusão:
O risco de óbito por dengue foi mais elevado nas faixas etárias extremas, menores de 1 ano e idosos, apontando sobre a importância de identificar grupos de maior risco de óbito para a organização dos serviços de saúde voltados para estes.
PADRÃO ESPACIAL DOS CASOS DE DENGUE NA I REGIONAL DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Pôster
Silva, L.M1, Farias, S.J.M1, Marinho, R.B.B1, Goes, V.N2, Pereira, T.C.L3, Monte, A.C.P4
1 FIOCRUZ/PE
2 SESAU/RECIFE
3 IMIP
4 SES/I GERES
Objetivo: Analisar o padrão espacial dos casos de dengue nos municípios da I Regional de Saúde no período de 2012 a 2021. Métodos: Estudo descritivo, ecológico, com abordagem quantitativa dos casos prováveis de dengue, extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram calculadas as taxas médias de incidência dos casos prováveis de dengue e categorizadas segundo o critério do Programa Nacional de Controle de Dengue. Para a análise do padrão espacial, foi gerado um mapa temático no software QGIS 3.22. Todos os municípios foram incluídos na análise, exceto o arquipélago Fernando de Noronha, devido às condições ambientais distintas e à difícil visualização dos padrões espaciais nos mapas mediante a sua distância. Resultados: Foram notificados 179.173 casos prováveis de dengue em residentes da I Regional de Saúde, uma média anual de 17.917 casos e incidência média de 429,6/100 mil habitantes. Houve uma epidemia em 2015 (55.459), com uma redução nos anos posteriores, voltando a aumentar em 2019 e uma redução substancial em 2020, em relação ao ano anterior. O padrão espacial, demonstrou que 11 (57,9%) municípios apresentaram alta incidência, com predominância em locais com maior densidade populacional e desenvolvimento econômico. Conclusão: Os resultados revelaram uma variação significativa e heterogeneidade na distribuição geográfica da dengue na região, com um aumento expressivo nos últimos anos, coincidindo com a pandemia de COVID-19, ressaltando a sobrecarga dos sistemas de saúde, a priorização da resposta à pandemia, na notificação e no atendimento de casos de dengue.
PERFIL DAS NOTIFICAÇÕES DE DENGUE NA ÁREA PROGRAMÁTICA 3.3, RIO DE JANEIRO, 2012 A 2021
Pôster
Lima, E. F. F. de1, Carvalho, M. M. B. de2
1 UFRJ; DVS/CAP 3.3
2 CVE/GVDANT/SMS
Objetivo: Descrever os casos notificados de dengue, na Área Programática 3.3, de 2012 a 2021. Métodos: Estudo descritivo retrospectivo exploratório. A base de dados secundários utilizada foi o SINAN Online, cedida pela SUBPAV/SVS/CVE. Para análise dos dados, foram utilizados o Microsoft Excel e EpiInfo. Os dados foram trabalhados através das medidas de frequência, média, mediana e intervalo. Resultados: De 2012 a 2021 notificaram-se 52.106 casos. Destaca-se o ano epidêmico 2012, contabilizando 29.962 notificações. Os munícipes somam 49.482 casos (94,96%). Dentre esses, 40.846 (82,55%) são residentes da AP 3.3. O sexo feminino foi pouco mais frequente, com 55,1% das notificações, e 20,5% dos casos eram da faixa de 20 a 29 anos. Destaca-se incompletude de 80,7% no campo evolução e 80,37% no campo hospitalização. Verifica-se 87 identificações virais (0,17%). A média do intervalo entre notificação e digitação foi 28,83 dias, mediana 18 dias (0-631 dias). A média entre data de notificação e encerramento foi de 54,64 dias, mediana 61 dias (0-510). 68,2% das notificações foram consideradas prováveis casos de dengue. Verifica-se registo de confirmação/descarte em 32,68% dos casos, predominando encerramentos clínico-epidemiológicos. Conclusões: Observaram-se fragilidades na vigilância, que compreendem o registro da evolução, coleta de material biológico, fluxo e oportunidade de digitação e encerramento e a confirmação/descarte dos casos. Essas imprecisões e incompletudes podem distorcer o cenário local e municipal, prejudicando diagnóstico apurado para ações efetivas. Aos Serviços de Vigilância em Saúde, recomenda-se maior aproximação e apoio às unidades nos fluxos de investigação epidemiológica, diagnóstico, notificação e encerramento dos casos.
PERFIL DE INTERNAÇÃO POR DENGUE NO BRASIL ENTRE A 1ª A 18ª SEMANA EPIDEMIOLÓGICA DE 2024
Pôster
Macedo, M. S. S.1, Santos, A. L. S.1, Santos, L. S. S.1, Silva, G. S1, Waltz, M. B.1, Dantas, J. L.1, Silva, N. S.1, Oliveira, T. N. C.1
1 ENSP/FIOCRUZ
Objetivos: Descrever o perfil das internações hospitalares por dengue no Brasil entre a 1ª e a 18ª Semana Epidemiológica de 2024. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo que analisou os casos de dengue notificados em 2024, obtidos com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. As variáveis incluíram sexo, raça/cor, faixa etária, região, comorbidades, tipo de dengue, sorotipo e desfecho. As análises foram feitas utilizando o software R versão 4.3.3. Resultados: Até a 18ª semana epidemiológica, foram confirmados 2.754.744 casos de dengue, dos quais 97.695 resultaram em hospitalizações. Entre os hospitalizados, 54,8% eram mulheres; 52,9% eram de cor ou raça branca; 71,7% tinham até 60 anos; e 64,2% possuíam ensino médio ou superior. A região Sudeste teve a maior porcentagem de hospitalizações (61,1%). A maioria (87,2%) não apresentavam comorbidades. Quanto ao tipo da doença, 98,5% tiveram dengue clássica, sem sinais de gravidade ou alarme. DEN-1 foi o sorotipo mais comum, presente em 65,6% dos casos internados. Quanto ao desfecho, 68,2% dos pacientes hospitalizados se recuperaram. Conclusão: O monitoramento das hospitalizações por dengue é essencial, especialmente durante epidemias, para a organização dos serviços de saúde. Isso inclui a alocação de recursos, a formação de profissionais e o atendimento adequado aos pacientes, visando identificar e controlar o agravamento da doença.
PERFIL DOS CASOS DE DENGUE INTERNADOS EM UM HOSPITAL DO RIO DE JANEIRO NA EPIDEMIA DE 2024
Pôster
Arruda, J. K. S.1, Piacesi, R. S.1, Oliveira, C. L. M.1, Nunes, L. S.1, Santos, D. C.1, Martins, W. S.1, Eleuterio, T. A.2, Marques, M. R. V. E.3, Escosteguy, C. C.3
1 IESC/UFRJ
2 HFSE/MS e FENF/UERJ
3 HFSE/MS
Objetivo: descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos de dengue internados em um hospital federal de referência para casos graves do Rio de Janeiro, na epidemia de 2024. Metodologia: utilizou-se a base de dados local da vigilância epidemiológica (VE) e a do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Em 2024 (até 24/05/2024), foram internados 209 casos suspeitos de dengue, dos quais 173 confirmados, objeto deste estudo. Todos os casos foram notificados no SINAN e investigados segundo fluxo da VE. Resultados: a confirmação foi laboratorial em 78,0% dos 173 casos confirmados; identificou-se sorotipo DENV1 em 16 e DENV2 em 16. Dos casos, 53,2% eram mulheres, das quais 20 gestantes e 3 puérperas. A idade variou de 0 a 93 anos, sendo que 41,0% estavam na faixa de 20 a 29 anos e 35,3 % até 19 anos. Houve 2 casos de transmissão vertical; 89,6% foram internados via regulação; 67,6% foram internados em unidade de tratamento intensivo; 95,4% apresentavam sinais de alarme à internação e 13,9% tiveram critérios de dengue grave. Houve 2 óbitos, porém a investigação foi encerrada como óbito por outra causa. Conclusões: o perfil de gravidade dos casos observados é compatível com a internação em unidade de referência. Destaca-se a contribuição da vigilância epidemiológica no nível hospitalar para o maior conhecimento sobre a doença e orientação das ações de controle e planejamento, inclusive da assistência.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE DENGUE NA 8º REGIONAL DE SAÚDE DO PARANÁ, 2019-2024
Pôster
Nascif Júnior, I. A.1, Souza, M. R.1, Silva, M. F.1
1 UFFS
Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico dos casos de Dengue da 8º Regional de Saúde do Paraná nos anos de 2019-2024. Método: Realizou-se um estudo epidemiológico descritivo retrospectivo, a partir de dados secundários obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-NET) de casos notificados de Dengue. Utilizou-se as seguintes variáveis: município de residência, mês de notificação, sexo, idade, raça e hospitalização. Resultados: De janeiro de 2019 a maio de 2024 a 8º Regional de Saúde registrou 86.555 casos, nos quais 2024 representou o ano mais acometido com 67,61% (n= 58.521 casos) e 2019 o ano com menor registro com 0,31% (n= 270 casos). Assim, houve média de 14.425 casos por ano. O município mais afetado foi Francisco Beltrão com 30,65% (n=26.533 casos) e o menos afetado foi Bom Jesus do Sul com 0,09% (n= 77 casos). Houve predomínio do mês de abril em todos os anos com 39, 40% (n= 34.098 casos). O sexo mais afetado foi o feminino com 53,47% (n= 46.285 casos), a faixa etária mais acometida foi a de 20-39 anos com 31,69% (n= 27.427 casos), e a raça mais atingida foi a branca com 83,75% (n= 72.490). Em 83,90% (n=72.614) dos casos não houve hospitalização. Conclusão: O estudo permitiu determinar que o perfil epidemiológico dos casos notificados de Dengue na 8º Regional de Saúde do Paraná foi, predominantemente, de pacientes do sexo feminino, brancas, na faixa etária de 20-39 anos.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR DENGUE NO BRASIL EM 18 SEMANAS EPIDEMIOLÓGICAS (2024)
Pôster
Waltz, M. B.1, Macedo, M. S. S.1, Santos, A. L. S.1, Silva, I. G.1, Oliveira, T. N. C.1, Dantas, J. L1, Santos, B. L. S.1, Silva, N. S.1
1 ENSP/Fiocruz
Objetivo: Caracterizar os casos de dengue que evoluíram para óbito entre a 1ª e a 18ª semana epidemiológica de 2024, identificando possíveis fatores e padrões clínicos associados.
Métodos: Estudo descritivo e analítico baseado em dados de 2.754.744 casos confirmados de dengue extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A variável desfecho foi a evolução do caso (óbito). As variáveis de exposição incluíram características demográficas, sintomas clínicos, comorbidades, classificação da doença, hospitalização e sorotipos virais. Utilizamos amostragem aleatória para reduzir o tamanho do conjunto de dados a 100.000 casos. Análises univariadas foram realizadas usando regressão logística binária para avaliar a associação entre cada variável e o desfecho de óbito, com significância estatística definida como p < 0.05.
Resultados: A análise univariada revelou que idade avançada, determinados níveis de escolaridade, residir na região Centro-Oeste, presença de certos sintomas, comorbidades específicas, classificação da doença como dengue com sinais de alarme ou dengue grave, hospitalização e infecção pelo sorotipo DEN 2 estão significativamente associados à evolução para óbito em casos de dengue. Conclusão: Esses achados destacam a necessidade de atenção especial a esses fatores no manejo clínico e nas estratégias de saúde pública para reduzir a mortalidade por dengue. Análises multivariadas futuras são recomendadas para controlar possíveis fatores de confusão e obter uma compreensão mais precisa dessas associações.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DOS CASOS DE DENGUE NO BRASIL: 1ª A 18ª SEMANA DE 2024
Pôster
Silva, I. G.1, Santos, A. L. S.1, Oliveira, T. N. C.1, Carvalho, L. A. F.2, Macedo, M. S. S.1, Santos, B. L. S.1, Waltz, M. B.1, Dantas, J. L.1, Silva, N. S.1
1 ENSP/Fiocruz
2 INCA
Objetivos: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico dos casos confirmados de dengue no Brasil entre a 1ª e a 18ª semana epidemiológica de 2024. Métodos: Estudo descritivo baseado em dados de 2.754.744 casos confirmados de dengue extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis analisadas incluíram sexo, idade, faixa etária, escolaridade, raça/cor, região, sorotipo, classificação, evolução e presença de comorbidades. As análises descritivas foram realizadas utilizando frequências absolutas e relativas, utilizando o software R versão 4.3.3. Resultados: Dos casos confirmados, 54,75% eram do sexo feminino. A faixa etária mais afetada foi de 21-40 anos (33,50%), seguida por 41-60 anos (26,99%). Quanto à escolaridade, 26,33% dos casos possuíam ensino médio e 26,25% ensino fundamental. A maioria dos casos eram de pessoas brancas (51,06%) e pretas/pardas (47,50%). Geograficamente, a região Sudeste concentrou 63,26% dos casos, seguida pelo Sul (19,65%) e Centro-Oeste (11,79%). O sorotipo mais prevalente foi o DEN-1 (68,84%). Em relação à classificação, 97,84% dos casos foram de dengue sem sinais de alarme e 2,01% apresentaram sinais de alarme. A evolução mostrou que 93,71% dos casos evoluíram para cura, enquanto 0,10% resultaram em óbito por dengue. Comorbidades estavam presentes em 13,91% dos casos, com hipertensão (10,8%) e diabetes (4,6%) sendo as mais comuns. Conclusões: A maioria dos casos de dengue ocorreu em mulheres jovens adultas com ensino médio ou fundamental, principalmente na região Sudeste. A dengue sem sinais de alarme foi predominante, e a maioria dos pacientes se recuperou. As comorbidades mais frequentes foram hipertensão e diabetes.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE PESSOAS COM CHIKUNGUNYA NA FASE CRÔNICA
Pôster
Araújo, M. F. S.1, Filho, R. O. S.1, Oliveira, A. R. N.1, Figueirêdo, M. E. M. C.1, Sousa, O. M. S.1, Lucena, R. N. L. S.1, Lucena, E. M. F.1
1 FACISA/UFRN
Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico e clínico em pessoas com diagnóstico clínico de chikungunya em fase crônica no município de Santa Cruz-RN. Métodos: Estudo observacional de corte transversal, utilizando amostra por conveniência, constituído por 73 participantes. Os dados foram analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 20. Resultados: A população da amostra foi composta por 63 mulheres (86,3%) com média de idade de 55,2 ± 1,5 anos. A raça predominante foi a parda (38,4%), seguida da opção “não respondida” (34,3%) e da raça branca (23,3%). Quanto à escolaridade, 38 pessoas (52%) possuíam instrução inferior ao ensino médio, 24 (33%) concluíram esta etapa, e apenas 11 (15%) completaram o ensino superior. Apresentavam-se em união estável 60,2% dos participantes, ao passo que a renda familiar, em salários mínimos, foi de 1 para 42,5% dos indivíduos, 2 para 13,7%, 3 ou mais para 12,3% deles, enquanto o restante deles não sabia ou não declarou. Sobre o perfil clínico, 36 participantes (49,3%) apresentavam edema, 57 (78,1%) tinham rigidez nas articulações, 42 (57,5%) relataram dor muscular e 41 (56,2%) possuíam dor na coluna. A investigação quanto à dor revelou prevalência nas seguintes articulações: ombros (74%), joelhos (71,2%), tornozelos (65,8%), punhos (63,0%), mãos (61,6%), pés (56,2%), quadris (43,8%) e cotovelos (35,6%). Conclusões: O perfil sociodemográfico predominante da amostra foi de mulheres pardas, com escolaridade inferior ao ensino médio, em união estável e com renda familiar de 1 salário mínimo, já o clínico caracterizou-se pela alta presença de rigidez articular e dores nos ombros e joelhos.
PROJETO WOLBACHIA E CONTROLE SOCIAL: A EXPERIÊNCIA DE NITERÓI – RJ (2015-2024)
Pôster
Lopes, Luiza Elena1, Guedes, Maria Eduarda Cardozo1
1 FMS/Niterói/Conselho Municipal de Saúde
O trabalho relata a experiência do Projeto Wolbachia em Niterói, focando na aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde, desde seu início em 2015 até 2024, avaliando sua eficácia. A Fiocruz constatou em estudo realizado na Austrália que o Aedes aegypti infectado pela bactéria Wolbachia deixa de transmitir dengue e outras doenças. A Wolbachia não afeta normalmente o mosquito. O Projeto consiste em posicionar estrategicamente ovos de mosquitos infectados com esta bactéria em laboratório para que se proliferem e reduza a transmissão de doenças. O funcionamento do projeto conta com a parceria do movimento social e dos moradores da região.
O projeto piloto começou no bairro Jurujuba. Os conselheiros municipais de saúde aprovaram o projeto e junto com os conselheiros locais, participaram de oficinas de qualificação para compreender o processo e informar a comunidade, assim como participaram da colocação e manutenção das armadilhas. Além da qualificação dos conselheiros, o controle social tinha como objetivo a comunicação e divulgação do projeto.
A análise dos dados epidemiológicos 2015-2024 mostra uma redução significativa nos casos prováveis de dengue. Regularmente há a divulgação dos resultados epidemiológicos nas reuniões do Conselho Municipal e Local de Saúde, o que leva a aprovação da continuidade do projeto no Município . A participação e inclusão do controle social com a gestão mostra a eficácia em prevenir disseminação de doenças e desastres ambientais mesmo durante a crise sanitária. O Projeto é um importante exemplo das possibilidades que a institucionalização da participação social nas políticas públicas da gestão em saúde oferece.
QUALIDADE DOS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS ARBOVIROSES URBANAS EM MATO GROSSO DO SUL
Pôster
Godoy, B. M.1, Cunha, R. V.2, Frias, D. F. R.3, Santos, J. K. L.3, Tebet, D. G. M.3, Arruda, L. D. C.3, Gonçalves, C. C. M.3, Canela, L. C. G. C. S.4, Brito, A. R. A.5
1 PPGDIP/UFMS
2 FIOCRUZ
3 SES/MS
4 IESC/UFRJ
5 UFMS
O presente estudo teve por objetivo avaliar a qualidade dos dados epidemiológicos das arboviroses dengue, chikungunya e Zika, no estado de Mato Grosso do Sul. A análise foi conduzida em três etapas: estrutural, que avaliou a completude dos dados, percentuais de preenchimento de variáveis obrigatórias em notificações; consistência, que identificou duplicidades e erros nas bases de dados; e operacional, que verificou a presença de datas de exames e oportunidade de encerramento dos casos. Utilizou-se a base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do ano de 2023 e métodos estatísticos descritivos. A análise estrutural revelou alta completude para a maioria das variáveis das notificações de dengue e Zika, enquanto chikungunya apresentou menores taxas em variáveis como classificação de casos e datas de encerramento. Notou-se baixa completude em dados de sorotipo (7,47%) para dengue. Chikungunya, a completude foi menor para variáveis críticas como sinais clínicos (19,57%). A análise de consistência identificou 3.215, 628 e 24 duplicidades para dengue, chikungunya e Zika respectivamente. A análise operacional revelou mediana de oportunidade de encerramento dos casos de 22, 29 e 14 dias para dengue, chikungunya e Zika respectivamente. A análise temporal mostrou picos de incidência em março, maio e agosto, alinhados com padrões sazonais esperados. A análise de risco destacou alta incidência de casos prováveis em municípios fronteiriços. Portanto, o estudo identificou áreas críticas de melhoria na qualidade dos dados epidemiológicos das arboviroses no MS.
QUALIFICAÇÃO DOS ENDEREÇOS DOS CASOS CONFIRMADOS DE ZIKA EM RESIDENTES NO MRJ 2015 A 2021
Pôster
Quadros, E.M.S.1, Barros, A.M1, Faustino, D.S.1, Aguiar, G.M.O1, Santos, I.B.G1, Costa, L.S1, Coutinho, M.S.C1, Bannitz, W.C.S1
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivos: Apresentar o uso do georreferenciamento na qualificação dos endereços quanto ao bairro de residência dos casos confirmados de Zilka de 2015 a 2021 em residentes no Município do Rio de Janeiro (MRJ).
Métodos: Foram georreferenciados os endereços das notificações dos casos confirmados de Zika extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) utilizando um Sistema de Endereçamento para geocodificar os endereços informados no banco, transformando-os em pontos com coordenadas geográficas. Antes do processo de georreferenciamento foram realizadas correções dos endereços informados quanto à grafia a fim de um êxito maior na busca do endereço nas bases cartográficas pesquisadas. Após, foi realizada a validação e qualificação dos dados em um ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG) através do cruzamento das bases oficiais do MRJ a fim de corrigir o bairro em que de fato aquele caso notificado residia.
Resultados/Conclusão: Dos 41.578 casos confirmados foram georreferenciados 39.030 (94%) registros. Destes, houve alteração do bairro de residência em 6.194 casos, correspondendo a 16,0% de correção. Após a qualificação dos endereços, o bairro Vila Militar teve um acréscimo de 435% dos casos e Camorim redução de 60%. A qualificação dos endereços a partir do georreferenciamento possibilitou determinar o padrão da situação desse agravo à saúde no MRJ, permitindo observar as áreas de maior risco.
SAÚDE E EDUCAÇÃO NO COMBATE ÀS ARBOVIROSES: UMA EXPERIENCIA COM JOGOS EDUCATIVOS
Pôster
Jucá, A.M.1, Santos, M.D.S.P.1, Souza, B.V.C.1, Santos, L.H.A.1, Severo, F.T.M.T.1
1 SES/PE
INTRODUÇÃO: As arboviroses (dengue, zika vírus, chikungunya) são um grave problema de saúde pública no Brasil, onde condições climáticas, junto com aglomerados e modo de organização urbana, favorecem a transmissão do Aedes aegypti. Sabendo da importância da Educação Ambiental em saúde, a X Gerência Regional de Saúde (GERES) e de Educação do Estado de Pernambuco, desenvolveu um projeto educacional através de jogos educativos, haja vista que esse formato possibilita crianças e adolescentes terem um aprendizado inovador além de serem atraídos por jogos e entretenimentos. Objetivo: Conscientizar o público juvenil para a importância da comunidade no controle do vetor e no combate as arboviroses. MÉTODO: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência. O projeto foi realizado em três Escolas de Referência em Ensino Médio que fazem parte dos três municípios com maior índice de infestação vetorial (risco de surto) na GERES. Primeiramente foi realizado um momento de educação permanente com os professores das referidas escolas sobre a temática. Em seguida foi aplicado o “Jogo do Tabuleiro” nas 23 turmas, contendo cartas com questões, com três opções de respostas, onde apenas uma é a correta. O projeto foi realizado no período de março a abril de 2024, totalizando 690 alunos participantes. RESULTADOS: Notou-se que, os três municípios, após a realização do referido projeto, no índice de infestação vetorial passaram a ser médio risco. CONCLUSÃO: Com a aplicação projeto, puderam-se fortalecer as atividades educacionais dentro da X GERES, principalmente em conjunto com a Educação, dando uma maior efetividade nas ações, desencadeando uma maior participação da comunidade na eliminação de criadouros.
SÉRIE HISTÓRICA DAS ARBOVIROSES NOTIFICADAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE 2016 A 2023
Pôster
Campos, A. S. F.1, Pinto, A. G. C. F.1, Sousa, B. B. B.1, Santos, D. W.1, Silva, F. O.1, Lages, J. S.1, Santos, M. O.1, Rosa, P. L. R. P.1, Garcia, S. M.1, Figueredo, V. S. L.1
1 HUUFMA
Objetivo: Descrever a série histórica das arboviroses (dengue, febre de Chikungunya e Zika) notificadas pelo Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) em um Hospital Universitário de 2016 a 2023.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo, retrospectivo, referentes aos casos das arboviroses notificadas no período de 2016 a 2023. Por se tratar de dados secundários, tendo como base o SINAN (Sistema de informação de Agravos), dispensou a aplicação do termo de consentimento esclarecido da portaria 466/60.
Resultados: O NHE do HUUFMA notificou o total de 1.356 arboviroses no período de 2016 a 2023, destas 37,83 % (513) foram casos de dengue, 32,45% (440) foram casos de febre de Chikungunya e 29,72% (403), de zika vírus. Destaca-se que o ano de maior registro foi 2016, situação associada a epidemia de microcefalia causada por zika vírus, com 59,81% (811) notificações, distribuídos em 34,53% (280) registros de dengue, 34,03% (276) notificações de febre de Chikungunya e 31,44% (255) de casos de Zika vírus em gestantes. Cabe ressaltar, que o ano de menor registro foi 2021, com 2,43% (33) dos casos de arboviroses notificadas no período em análise. Destes 33 casos, 42,42% (14) foram casos de dengue, 39,39% (13) casos de Chikungunya e 18,18% (06) casos de Zika vírus.
Conclusões:
Ao final da análise da série histórica, observou-se que dentre as arboviroses notificadas, a maioria dos registros foram de dengue, com 37,83% (513) casos notificados. E quanto ao ano com maior número de notificações, foi 2016, com 59,81% (811) dos casos.
TODOS CONTRA A DENGUE: AÇÃO INTERSETORIAL EM UM MUNICÍPIO DO LITORAL CATARINENSE.
Pôster
SILVA, M. A. S. O.1, ARAÚJO, P. S.1, RAMOS, E. C.1
1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE PORTO BELO
Objetivos: Discorrer sobre os impactos positivos da ação intitulada como “mutirão contra a dengue” para um município do litoral catarinense.
Métodos: Através de uma mobilização da Secretaria de Saúde, por meio dos profissionais que atuam no combate à dengue, e da parceria intersetorial das Secretarias de Obras, Meio Ambiente e Segurança Pública, realizou-se uma ação de inspeção e limpeza em uma grande propriedade parcialmente demolida, situada em espaço urbano, que possuía diversos focos sugestivos de aedes aegypti. Aproximadamente 30 profissionais participaram da ação, que ocorreu no dia 13 de abril de 2024.
Resultados: O trabalho em formato de mutirão intersetorial durou aproximadamente 08 horas e resultou na completa eliminação entulhos, lixo e água parada no local. Amostras de larvas foram coletadas para análise por um profissional entomologista e a espécie foi confirmada. O proprietário do espaço foi notificado quanto à situação local e demais providências administrativas foram tomadas no intuito de impedir novas ocorrências semelhantes.
Conclusões: As ações geraram um impacto positivo para além da limpeza urbana, levando conscientização à comunidade acerca da importância do cuidado dos espaços públicos e privados. Ademais, tal sensibilização culminou na criação de uma Lei Complementar que trata da licença para demolição nas propriedades municipais, exigindo dos proprietários limpeza completa dos espaços, minimizando assim os impactos negativos que o acúmulo de entulhos e água em propriedades abandonadas geram para a comunidade, a exemplo dos focos do mosquito aedes aegypti.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE E A UTILIDADE DE TESTES RÁPIDOS DURANTE EPIDEMIA, 2024
Pôster
Cavalin, R.F.1, Ribeiro, A.F.1, Figueiredo, P.H.F.M.2, Brancatti, L.B.2, Vieira, R.G.S.2, Oliveira, G.C.2, Losacco, A.M.2, Manfredo, R.2, Klimas, A.M.M.2, Yue, H.L.2
1 IIER; USCS-SP
2 IIER
Objetivos:descrever o perfil dos casos suspeitos de dengue e identificar caraterísticas clínicas e laboratoriais associadas à doença durante epidemia.
Métodos:Estudo observacional transversal com dados secundários do SINAN online, complementados com informações laboratoriais dos indivíduos atendidos no Instituto de Infectologia Emílio Ribas por suspeita de dengue, notificados pela vigilância epidemiológica hospitalar entre as semanas epidemiológicas 1-19 de 2024. As características sociodemográficas, clínicas e hematológicas de casos confirmados ou descartados laboratorialmente foram comparadas pelos testes de qui-quadrado de Pearson e Mann-Whitney, com nível de significância de 5%.
Resultados: De 990 casos suspeitos notificados, 521 (52,6%) foram confirmados laboratorialmente, sendo 96,7% das confirmações realizadas por teste rápido (imunoensaio cromatográfico para detecção de IgM e antígeno NS1). A maioria dos casos confirmados era do sexo masculino (55,1%;p=0,052) e na faixa etária de 40 a 59 anos (42,2%;p<0,001). Os sintomas mais associados à dengue incluíram exantema (p=0,001), vômito (p=0,022), náusea (p<0,001) e petéquias (p<0,001). Os casos confirmados apresentaram maior taxa de hospitalização (19,0% versus 4,9%;p<0,001) e sinais de alarme (20,9% versus 0,9%;p<0,001). Hemoglobina e hematócrito não foram diferentes entre casos confirmados e descartados, porém, os casos confirmados apresentaram leucopenia (3.800 cél/mm³ versus 6.600 cél/mm³), neutropenia (2.200 cél/mm³ versus 4.200 cél/mm³), linfopenia (900 cél/mm³ versus 1.300 cél/mm³) e plaquetopenia (140.000/mm³ versus 195.000/mm³) mais acentuadas (p<0,001).
Conclusões:A vigilância epidemiológica da dengue é fundamental para conhecimento dos casos e planejamento de medidas de controle. O uso de testes rápidos contribui para o diagnóstico oportuno e manejo adequado dos casos, especialmente durante emergências de saúde pública.
IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIA BUSCA ATIVA E MONITORAMENTO DE CASOS SUSPEITOS DE ARBOVIROSES
Pôster
Santos, G.L.G.1, Maturino, M.M.1, Rodrigues, M. A. F.1, Araújo, V. A.1
1 SESAB
Objetivo
Buscar, identificar e monitorar casos suspeitos de dengue enfatizando casos graves e sinais de alarme na região de Cruz das Almas, em 2024, através da busca ativa nas unidades de saúde, a fim de fortalecer assistência e vigilância em saúde, oportunizando ações estratégicas como notificação, vigilância laboratorial, controle vetorial e promovendo integração e comunicação entre VIEP e assistência à saúde regional e municipal.
Métodos
Estudo sobre estratégia de busca ativa retrospectiva de casos suspeitos de arboviroses através de contato regional com representantes municipais de VIEP.
Foram criados dois instrumentos de monitoramento, além da busca ativa utilizando Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN online) e Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL Bahia).
A planilha 01 em formSUS, contendo: responsável pelo monitoramento, município, existência de casos suspeitos de dengue nas 24 horas, quantidade destes, unidades de saúde que os atenderam, número das notificações, casos com sinais de alarme ou gravidade e exames diagnósticos.
A planilha 02, em software Excel, contendo: município, unidade de saúde, nome do paciente, número da notificação, data dos primeiros sintomas, classificação de risco, exames realizados, resultados dos exames e evolução do caso.
Resultados
Ocorreu, entre março e maio de 2024, 428 recepções da planilha 01, com a detecção de oito casos com sinais de alarme / gravidade e 98 da planilha 02.
Conclusão
A busca ativa e monitoramento de casos, estabelecendo fluxos ágeis de notificação e informações sobre o enfrentamento da epidemia foi eficaz no estabelecimento de resposta integrada, coletiva e coordenada no combate as arboviroses.
CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO DAS ARBOVIROSES EM UM MUNICÍPIO DA BAHIA: DESAFIOS INSTITUCIONAL.
Pôster
Oliveira, J.S.1, Cangussú, M. M.1, Martins, T.F.1, Barreto, S.V.1, Rebouças, K.S1
1 SESAB/Núcleo Regional de Saúde Sudoeste
Objetivo: este estudo busca evidenciar os desafios do apoio institucional a um município no combate às arboviroses. Métodos: utilizando um método descritivo, analisou-se o cenário epidemiológico das arboviroses de 2019 a 2024 com base nos dados de um município baiano de 9.152 habitantes, incluindo o relato de experiência das visitas realizadas em apoio institucional a este município. Resultados: Durante esse período, foram registrados 5.806 casos de arboviroses, sendo 58,2% de dengue, 30% de Chikungunya e 11,8% de Zika. Em 2022, foram notificados 2.055 casos, com maior incidência de Chikungunya (851), e até maio de 2024, 1.698 casos foram registrados de arboviroses. Foram realizadas nove visitas técnicas de supervisão, com treinamentos e orientações sobre controle vetorial, notificação de agravos, adequação do número de agentes de combate a endemias (ACE) e organização da rede assistencial, além de quatro capacitações sobre manejo clínico e ações de campo. Os principais desafios observados no apoio institucional incluem resistência da gestão municipal às orientações, interrupção dos trabalhos de campo em períodos críticos, manutenção de carga horária reduzida dos ACE, baixa adesão dos profissionais de saúde às capacitações e investimentos insuficientes em recursos humanos e insumos. Conclusões: a relação entre o apoio institucional e o combate às arboviroses no município é complexa, sendo crucial superar os desafios identificados para garantir a saúde da população, para isso são necessárias ações estratégicas, multissetoriais e baseadas em evidências científicas onde será possível alcançar um controle efetivo das arboviroses e minimizar seus impactos na saúde pública.
INCIDÊNCIA DE DENGUE NA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MACAÉ, RIO DE JANEIRO, 2023-2024.
Pôster
Silva, L. N. F. S.1, Coelho, K. S. C.1, Sgambato, M. R.1, Silva, A. E. M.1, Nascimento, A. C. M. V.1, Reis, C. C.1, Dias, K. C.1, Urtiga, A. I. S.1, Paiva, F. R. S.1
1 UFRJ
Objetivo: Avaliar a incidência de dengue na população de Macaé, Rio de Janeiro, 2023-2024.
Métodos: Trata-se de um estudo ecológico com análise descritiva. Os dados sobre casos de dengue foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e os dados sobre a população de Macaé obtidos no Censo Demográfico. A incidência foi avaliada mensalmente no período dos anos de 2023 a 2024 no município de Macaé, Rio de Janeiro. Para cálculo da taxa de incidência, utilizamos os casos de dengue contidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net, do Ministério da Saúde de Janeiro de 2023 a Maio de 2024, dividindo-o, a cada mês, pela população da cidade segundo o último censo demográfico do IBGE (2022), multiplicando esse valor por 100.000 habitantes.
Resultados: Os resultados mostraram que em fevereiro e março de 2024 houve um aumento na incidência de dengue em Macaé, com uma taxa de 409,1 e 513, respectivamente, comparado ao ano anterior em que a incidência no mês de fevereiro foi de 29,62 e no mês de março 21,1, por 100 mil habitantes.
Conclusão: Houve um aumento da Incidência de dengue nos meses de março e abril de 2024, evidenciando que a epidemia no Estado do Rio de Janeiro também abrangeu o município de Macaé. Políticas públicas com foco em estratégias efetivas de combate e prevenção à dengue são necessárias no município.