Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças transmissíveis - 3. Doenças imunopreveníveis
EVOLUÇÃO DA MENINGITE MENINGOCÓCICA EM CRIANÇAS DE 0-9 ANOS NO BRASIL (2013-2023)
Pôster
FIDELES, P. E.1, FREITAS, A. C1, OLIVEIRA, V. D1, FREITAS, E. D.1
1 UFJF-GV
Objetivos: Descrever a tendência temporal de incidência de meningite meningocócica (MM) no Brasil em crianças de 0 a 9 anos, entre 2013 e 2023. Métodos: Consiste em um estudo epidemiológico descritivo, ecológico, que analisou casos notificados de MM infantil. Foram incluídos casos de todos os sorogrupos, com ou sem meningococcemia, em pacientes entre 0 e 9 anos, no Brasil, de janeiro de 2013 a dezembro de 2023. Extraíram-se dados referentes às notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/SUS) e a população estimada por ano do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os valores absolutos e taxa de incidência foram analisados no software Microsoft Excel 2016. Resultados: Nesse período, foram notificados 1.535 casos de MM em crianças de 0 a 9 anos. O maior número ocorreu em 2013 (290); contudo, entre 2020 e 2022, houve queda acentuada, tendo 2021 o menor número de casos (34). Estratificando por sorogrupo, os mais frequentes foram: B (786), C (534), W135 (159), Y (46), X (7), A (2) e Z (1), tendo C predominado nos dois primeiros anos, e B, nos demais. As taxas de incidência apresentaram padrão semelhante aos valores absolutos. Conclusões: Observaram-se sucessivos aumentos nos casos de MM do sorogrupo B, apesar da queda entre 2020 e 2022; os outros decaíram repetidamente. Isso evidencia a necessidade de assegurar assistência à saúde dessas crianças, fortalecendo campanhas de imunização e investindo no desenvolvimento de um imunizante, aplicável nos primeiros anos de vida, contra todos os sorogrupos, especialmente o B.
ANÁLISE DE SÉRIE TEMPORAL DA MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR POR COVID-19 NO BRASIL, 2020-2023
Pôster
Galdino, A.1, Dias, C.R.C2, Meireles, L. R. de S.1, Damázio, R.L. O.2
1 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - SESAB
2 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
Objetivo: Analisar as séries temporais de morbidade e mortalidade da Covid-19 no Brasil, segundo as regiões político-administrativas. Métodos: Estudo conduzido a partir do registro de casos e óbitos confirmados para Covid-19 entre 2020 e 2023, provenientes do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, disponíveis para acesso público. Considerou-se a semana epidemiológica (SE) como unidade temporal e, as regiões brasileiras, como unidades de observação. Foram estimadas taxas de incremento semanal de incidência e mortalidade,; empregou-se a regressão de Prais-Winsten, com nível de significância 0,05. A análise foi realizada no programa R versão 4.3.2. Resultados: As curvas de incidência e de mortalidade por Covid-19 apresentam aspectos diferentes entre as regiões. O Norte e o Nordeste têm semelhanças consideráveis dos pontos de maior elevação de casos e óbitos, com destaque para a SE 20/2020; já o Sul e o Sudeste, na SE 08/2021. Em todas as regiões, a tendência de incremento de casos e de óbitos foi decrescente. O Norte apresentou os maiores percentuais de queda para incidência (-2,15%, IC95% -2,15; -2,14) e mortalidade (-2,40%, IC95% -3,04; -2,39), enquanto o menor incremento da incidência foi verificado na região Centro-Oeste (-1,12%, IC95% -1,13; -1,12), e na mortalidade, na região Sul (-1,34%, IC95% -1,35; -1,34). Conclusões: Verificou-se tendência decrescente de casos graves e óbitos por Covid-19 em todo o país. Porém, as curvas de morbimortalidade se apresentaram de forma heterogênea entre as regiões. As novas variantes do vírus impactam nas variações observadas, entretanto, características regionais também podem ter contribuído para tais diferenças.
ANÁLISE DESCRITIVA DA MENINGITE PNEUMOCÓCICA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DE 2019 A 2023
Pôster
RIBEIRO, M. S. R1, MOURA, A. C. C. A.1, SILVA, F. D. S.1, SILVA, G. C. S. S.1, COUTINHO, M. S. C.1, SILVA, M. A.1
1 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Coordenação de Vigilância Epidemiológica
Objetivo: Descrever os casos confirmados de meningite por Streptococcus Pneumoniae em residentes no município do Rio de Janeiro (MRJ) entre 2019 a 2023.
Métodos: Análise descritiva dos casos confirmados de meningite por Streptococcus Pneumoniae residentes no MRJ notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação entre 2019 a 2023. Para análise, foram empregados o software Epiinfo e Excel.
Resultados/ Conclusão: Foram confirmados 210 casos de meningite pneumocócica. A distribuição por ano de sintomas demonstrou uma curva ascendente de casos, com exceção dos anos pandêmicos 2020-2021, sendo o ano de 2023 o mais frequente com 37,1%, coincidindo com o incremento laboratorial da técnica RT-PCR multiplex no município. Houve predomínio em indivíduos entre 40 a 69 anos (47,1%) e no sexo masculino (54,3%). Com relação às doenças pré-existentes, 54 indivíduos referiram alguma comorbidade, sendo HAS e DM as mais frequentes com 15 e 12 registros, respectivamente. Observou-se uma taxa de letalidade de 35,7%, onde destes 25,3% ocorreram na faixa etária de 50 a 59 anos. O intervalo de tempo entre início dos sintomas e óbito foi de até 7 dias em 40% (n=30) dos casos, destacando-se que destes 30% (n=9) ocorreram em até 24 horas. As meningites bacterianas constituem-se um problema de saúde pública, sendo a causada pelo Streptococcus pneumoniae, um importante agente neste processo. Com esta análise, pode-se observar uma alta letalidade e um perfil de evolução a óbito de forma rápida, o que reforça a necessidade de se manter uma vigilância oportuna.
ANÁLISE DESCRITIVA DOS CASOS NOTIFICADOS E CONFIRMADOS DE SARAMPO NO MUNICÍPIO DO RJ
Pôster
Conceição, P.B.1, Da Silva, L.R.M.1
1 SMS do RJ
Objetivo: Descrever os casos notificados de sarampo nos residentes no MRJ, no período de 2013 a 2022. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, transversal dos casos notificados e confirmados de sarampo residentes no MRJ, de 2013 a 2022. Foram utilizados dados secundários do Sinan Net, fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ). Para o cálculo das taxas, foi utilizado dados populacionais obtidos do Censo do IBGE 2010, disponíveis no DATA.RIO. Para realização das análises, foram utilizados o software estatístico R e Tabwin. Resultados: O ano de maior incidência foi 2020; Homens, brancos e jovens na faixa etária de 20 a 29 anos foram os mais notificados para a doença; A área Programática 2.1 (zona sul) concentra a maior taxa de incidência de sarampo no período analisado (8,6%); O bairro com maior proporção de casos confirmados foi Bangu na AP 5.1 com 5,6%. Entre os casos notificados, Jacarepaguá na AP 4.0 teve maior proporção com 5,2%.. Em relação ao critério de encerramento, 87,4% dos casos notificados de sarampo foram encerrados pelo critério laboratorial.Conclusões: O sexo masculino, a raça cor branca e a faixa etária de 20 a 29 anos foram os mais notificadas para o sarampo. A identificação da maior taxa de incidência na AP 2.1, sugere maior ação de vigilância em saúde, como a vacinação, além da qualificação dos dados, e o combate as Fake News para o controle prevenção de novos casos da doença no MRJ.
ANÁLISE DOS INDICADORES DA VIGILÂNCIA DA PFA/ POLIOMIELITE EM MINAS GERAIS DE 2019 A 2023
Pôster
da Silva, F C1, Coelho Rodrigues, G J1, GONTIJO, Eliane Dias2
1 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
2 Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Objetivos:
Analisar os indicadores de qualidade da vigilância epidemiológica das Paralisias Flácidas Agudas/ Poliomielite no período de 2019 a 2023
Métodos:
Estudo descritivo realizado a partir da base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) dos 169 casos de PFA/ Poliomielite notificados em Minas Gerais no período de 2019 a 2023. Os dados foram tabulados no Tabwin e analisados no programa Microsoft Office Excel.
Resultados e Conclusões.
A poliomielite é uma doença contagiosa aguda e desde 1994 o Brasil é certificado como área livre da doença. Para monitorar a possível circulação e reintrodução da doença foi implantado o Sistema de Vigilância Epidemiológica das Paralisias Flácidas Agudas (PFA) incluindo o acompanhamento de quatro indicadores de qualidade descritos no Guia de Vigilância de 2023.
O primeiro indicador determina que os estados notifiquem no mínimo um caso de PFA para cada 100.000 habitantes menores de 15 anos. e Minas Gerais alcançou essa meta apenas em 2022 (45/169) e 2023 ( 36/169) . O indicador de casos investigados nas primeiras 48 horas após a notificação, ultrapassou a meta de 80% no período avaliado. O estado não alcançou a meta de coleta oportuna de fezes para exame laboratorial em pelo menos 80% dos casos, apresentando uma média de apenas 50,4%. Em todo o período analisado o indicador de proporção de notificação negativa/positiva semanal foi alcançado.
Conclui-se que o sistema de vigilância do estado precisa ser fortalecido nos dois indicadores que visam a detecção e investigação laboratorial oportuna de todos os casos suspeitos de poliomielite
AVALIAÇÃO DE RISCO E NÍVEIS DE RESPOSTA PARA ENFRENTAMENTO DO SARAMPO NO ERJ
Pôster
Carvalho, S.1, Bezerra, I.1, Stavola, M.1, Figueiredo, L.1, Carbonetti, D.1, Velasque, L.1, Bedin, S.1, Giordano, C.M.1, Damasceno, Gabrielle1
1 SES RJ
Descrever o processo de construção de cenários para avaliação de risco para a transmissão do Sarampo do ERJ. Foi realizado análise de cluster para identificar os municípios de acordo com o desempenho em indicadores da vigilância, e com base na ferramenta STAR da OPAS, foi elaborado diferentes cenários para ativação do plano de contingência, sendo utilizando cinco níveis de ativação, porém as ações de contingência serão executadas a partir do nível 3, e que ações de resposta serão realizadas de forma articulada entre os diferentes setores. De acordo com a forma de transmissão e o potencial de disseminação do sarampo foram estabelecidos quatro possíveis cenários para a ocorrência de casos: caso suspeito com história de viagem ao exterior ou local de circulação; caso confirmado com história de viagem ao exterior ou local de circulação; caso confirmado autóctone em um único município; caso confirmado autóctone em mais de um município. Os cenários foram avaliados considerando as seguintes categorias: risco baixo; risco moderado; risco alto; risco muito alto. A partir de exercício simulado com representantes das áreas envolvidas nas ações de resposta observou-se que o cenário 1 apresentava baixo risco; que o cenário 2 pode apresentar risco moderado, alto ou muito alto, dependendo do nível de alerta existente; e que os cenários 3 e 4 apresentam risco muito alto independente do nível de alerta. O estabelecimento prévio de diferentes cenários com suas respectivas ações traz uma melhor organização e oportunidade na resposta, contribuindo para o controle eficaz do sarampo no estado.
ESTRATIFICAÇÃO DE AREAS DE RISCO DE TRANSMISSÃO DE SARAMPO EM ESCALA INTRAMUNICIPAL
Pôster
Reis, L.N.M.1, SAN PEDRO, A.1, PRAÇA, H.L.F.1, SANTOS, Y.T.1, CONCEIÇÃO, P.O.1, GIBSON, G.1
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro
Objetivo: Estratificar áreas de risco de transmissão de sarampo em escala intramunicipal no Rio de Janeiro por meio da aplicação da Ferramenta de Avaliação de Risco da OMS/CDC. Métodos: Estudo ecológico em que os bairros do município do Rio de Janeiro são unidades de análise. Indicadores de risco de transmissão de sarampo foram selecionados e agrupados nas dimensões vacinação, avaliação de ameaça, qualidade da assistência e condições de vida. Cada indicador recebeu uma foi feita atribuição de pesos para obter o índice de risco. Percentis 20%, 60% e 90% foram usados para estabelecer pontos de corte, classificando os bairros como "baixo risco", "médio risco", "alto risco" e "muito alto risco". O índice de risco foi espacializado e sobreposto aos casos de sarampo do período epidêmico posterior. Para fins comparativos, também foi feito mapeamento do índice usando o método de quebras naturais. Resultado: A aplicação da ferramenta de estratificação de risco permitiu identificar áreas da cidade compostas por bairro que reúnem característica que os tornam mais receptivos à transmissão de sarampo para além das baixas coberturas vacinais. Os bairros classificados como médio e alto risco concentraram juntos cerca de 70% dos casos do período epidêmico posterior. Conclusão: Apesar das limitações à qualidade de dados de vacinação no nível intramunicipal, a aplicação da ferramenta da OMS/CDC nesta escala de análise é uma iniciativa pioneira, e se revelou uma estratégia potente que deve ser estimulada e aperfeiçoada para subsidiar ações locais no território.
ESTRATIFICAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO DE TRANSMISSÃO DE SARAMPO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster
Conceição, P.B.1, San Pedro, A.1, Praça, H.L.F.1, dos Santos, Y.T.1, Reis, L.N.M.1, Gibson, G.1
1 UFRJ
Objetivo. Realizar uma revisão sistemática de publicações científicas que abordaram experiências de aplicação de métodos de estratificação para definir áreas de risco de transmissão de sarampo. Método. Foram selecionados artigos publicados nos idiomas inglês, português e espanhol em periódicos indexados nas bases SciELO, PubMed e LILACS. A busca utilizou os descritores risk assessment AND measles, sem delimitação de período. Foram excluídos editoriais, artigos de opinião, estudos observacionais de nível individual e publicações que não tratavam da aplicação de métodos de estratificação de áreas de risco de transmissão de sarampo. As informações de ano de publicação, autoria, país de realização do estudo, objetivo, escala geográfica, método utilizado, indicadores e limitações foram extraídas por meio de formulário. Resultados. Foram selecionados 13 artigos publicados entre 2011 e 2022 em nove países das seis regiões da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desses, 10 tiveram como referência a ferramenta Measles Risk Assessment Tool desenvolvida pela OMS/Centers for Disease Control and Prevention. Apenas um estudo adaptou a ferramenta ao contexto local. Os indicadores utilizados para a estratificação de risco enfocaram uma combinação das dimensões imunidade populacional, qualidade dos sistemas de vigilância e situação epidemiológica. Como dificuldades para a estratificação de risco, destaca-se a produção sistemática de dados com cobertura e qualidade adequadas. Conclusão. As estratégias de estratificação do risco de transmissão de sarampo parecem ser ainda pouco difundidas, especialmente na escala local. Reitera-se a necessidade de estímulo à capacitação de recursos humanos para processamento e interpretação das análises de risco nas rotinas dos serviços de vigilância.
EVENTOS SUPOSTAMENTE ATRIBUÍVEIS À VACINAÇÃO EM CRIANÇAS DE MINAS GERAIS: 2015-2020
Pôster
Souza, J.F.A.1, Silva, R.B.2, Gusmão, J. D.1, Soares, A.C.1, Costa, G. A. T.3, Zanon, B.N.B.3, Vieira, D.L.3, Silva, T.P.R.4, Matozinhos, F.P.3
1 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e Universidade Federal de Minas Gerais
2 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
3 Universidade Federal de Minas Gerais
4 Universidade Federal de São Paulo
Introdução: A vacinação é uma das medidas de saúde coletiva mais importantes para diminuir a morbimortalidade. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) brasileiro promove a vacinação integral por meio de um sistema organizado e seguro, fundamental para detectar e responder de forma rápida aos eventos supostamente atribuíveis à vacinação e/ou imunização (ESAVI). Objetivo: Descrever os ESAVI notificados em crianças de 0 a 9 anos no estado de Minas Gerais, Brasil, decorrentes de erros de imunização. Método: Estudo ecológico, descritivo, quantitativo, com base nas notificações de ESAVI registradas no Sistema de Informações do PNI. Foram considerados os erros de imunização em crianças de 0 a 9 anos, de 2015 a 2020. Os dados foram analisados no Stata®, versão 16.0. As estimativas de ESAVI decorrentes dos erros de imunização foram apresentadas em proporções e calculou-se também a taxa de incidência. Resultados: Dentre as 39.903.277 doses administradas em crianças de 0 a 9 anos, registraram-se 3.259 eventos do tipo erros de imunização (0,008%). Destes, 91,86% não acarretaram ESAVI e 56,02% ocorreram em crianças menores de 1 ano. O diagnóstico mais frequente foi a aplicação fora da idade recomendada (29,12%). Dentre as manifestações, 71,91% foram locais e, em relação às sistêmicas, a mais comum foi a febre (40,85%). Conclusão: Os erros de imunização analisados neste estudo foram raros, e a maioria deles não ocasionou eventos adversos. No entanto, suscita a reflexão sobre a necessidade de educar permanentemente os profissionais de saúde (especialmente a enfermagem), promovendo a cultura da segurança do paciente.
INCIDÊNCIA DO SARAMPO E COBERTURA VACINAL DA TRÍPLICE VIRAL NO MUNICÍPIO RIO DE JANEIRO
Pôster
Mary Fonseca1, Reinaldo Souza dos Santos2, Iaralyz Fernandes Farias3, Julia Nascimento1, Suellen Gervasio1, Aline Lucena1, Mercedes Neto1
1 PPGENF/UERJ
2 ENSP/FIOCRUZ
3 IMS/UERJ
Objetivo: Analisar a incidência dos casos de sarampo e a cobertura vacinal no município do Rio de Janeiro no período de 2018 a 2020. Metodologia: Estudo do tipo transversal, descritivo a partir de dados secundários – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, SIPNI – Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações. O software R 3.5.3 foi utilizado para manipulação e análise de dados. Resultados: No ano de 2018, a incidência foi de 0,03 (17) casos por 10 mil habitantes; em 2019 a incidência foi de 0,19 (122) casos por 10 mil habitantes e 0,96 (608) casos por 10 mil habitantes no ano de 2020. A faixa etária entre 15 a 39 anos foi a que obteve maior percentual dos casos de sarampo, sendo para a população de 20 a 29 anos, 38,2 % (285) casos. Para a variável hospitalização, dos casos confirmados de sarampo, 15,4 % foram hospitalizados e 76,8% não foram. Em relação à evolução do caso ,90,2% (674) apresentaram cura. Desenvolvimento: O estudo mostrou que a doença não atinge sexo ou faixa etária determinada e sim a população que se encontra vulnerável, ou seja, não vacinada. Houve aumento dos casos de sarampo durante os anos compreendidos no estudo, assim como se observa o aumento da cobertura vacinal, porém não atingiu 95% de cobertura vacinal. Conclusão: O aumento da incidência de sarampo no período do estudo mostrou os reflexos da queda da cobertura vacinal, que pode ser explicada pela hesitação vacinal.
INTERNAÇÕES POR MENINGITES NO BRASIL: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA NO PERÍODO DE 2017 A 2022
Pôster
Melo, J. B.1, Borba, T. C. A. F.1, Aragão, J. D. F.2, Fontenele, A. M. M.1, Oliveira, E. C.1, Santos, A. M.1, Viola, P. C. A. F.3, Oliveira, B. L. C. A.1, Queiroz, R. C. S.1
1 UFMA
2 HUWC
3 UFPI
Objetivos: Analisar as internações por meningites bacterianas e virais no Brasil no período de 2017 a 2022.
Métodos: Estudo ecológico, baseado em dados secundários obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde – SIH/SUS do Ministério da Saúde – MS disponíveis no Departamento de Informática do SUS – DATASUS. Foram utilizados dados dos pacientes internados por meningites bacterianas e virais no período de 2017 a 2022 segundo a 10ª Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), em todas as faixas etárias e unidades federativas (UF) do Brasil.
Resultados: Em um período de seis anos foram registradas 38.662 internações por meningites bacterianas e virais. Houve maior número no ano 2019 (n=8.180); em pessoas do sexo masculino com 21.875 (56,58%); entre crianças de 1 a 10 anos e adultos de 19 a 59 anos, com 15.747 (40,73%) e 14.519 (37,55%), respectivamente. As meningites bacterianas de forma geral sobressaíram com 25.446 (65,82%) ocorrências. Obteve-se mediana de 7,0 dias para permanência de internação hospitalar.
Conclusões: Diante do contexto de quedas das coberturas vacinais do Programa Nacional de Imunização, a análise epidemiológica das internações por meningites bacterianas e virais na população geral brasileira indica maior ocorrência da doença meningocócica, considerada uma das formas mais graves das etiologias bacterianas, mas passíveis de prevenção por imunização de rotina.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE COQUELUCHE EM SANTA CATARINA ENTRE 2007 E 2023
Pôster
Klokner, L. M.1, Araújo, L. C.1, Bernhardt, M. F. C.1
1 UFSC
A coqueluche é uma doença imunoprevenível transmitida por via aérea, que acomete
principalmente crianças, razão pela qual conhecer sua epidemiologia é fundamental para
guiar ações em saúde. Objetivos: descrever o perfil epidemiológico dos casos de
coqueluche notificados no estado de Santa Catarina no período de 2007 a 2023. Métodos:
estudo epidemiológico ecológico descritivo com abordagem quantitativa sobre os casos de
coqueluche registrados no estado de Santa Catarina no período de 2007-2023, segundo
dados registrados no SINAN. Resultados: no período analisado foram registrados 1.387
casos de coqueluche, sendo a faixa etária de menores de um ano a mais afetada (56,3%).
As taxas de mortalidade e letalidade foram maiores para a faixa etária de menores de um
ano (0,14 para cada 100 habitantes e 1,54 para cada 1.000), seguido da faixa etária de um
a quatro anos (0,01 para cada 100 habitantes e 0,87 para cada mil). A porcentagem de
hospitalização dentre os pacientes com coqueluche foi maior para aqueles nunca
vacinados (76,83%), com uma relação inversamente proporcional para os demais grupos,
sendo o grupo com o esquema vacinal completo o menos afetado (5,84%). Conclusões: no
período analisado, as crianças menores de um ano foram a faixa etária mais afetada em
relação a número absoluto de casos, taxa de mortalidade e letalidade. Ainda, percebe-se
uma clara relação entre maior necessidade de internação e menor número de doses
vacinais recebidas. Assim, destaca-se a vulnerabilidade das crianças e a importância da
vacinação.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS CONFIRMADOS DE SARAMPO DURANTE SURTO EM RORAIMA EM 2018
Pôster
Alves, K. E. S.1, Rivero, M. D. R.2
1 ENSP
2 SES-RR
Objetivo: analisar o perfil epidemiológico dos casos confirmados de sarampo no estado de Roraima, durante o último surto registrado em 2018. Métodos: foi realizado um estudo descritivo e transversal, usando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN. Com o auxílio do software RStudio foram analisadas as variáveis: sexo, faixa etária, registro vacinal e hospitalização. Resultados: em 2018, foram confirmados 366 casos de sarampo em Roraima, sendo 170 (46,4%) do sexo feminino e 196 (53,6%) do sexo masculino. A maior frequência de casos foi registrada na faixa etária de 1 a 4 anos, com 98 confirmados e uma incidência de 220,23 casos/100.000 habitantes. Porém, a maior incidência ocorreu na faixa etária de 6 a 11 meses, com um total de 44 confirmados, representando um coeficiente de 754,59 casos para cada 100.000 habitantes. As variáveis de registro vacinal e hospitalização foram estratificadas, sendo encontrados 188 casos que necessitaram de hospitalização e, destes, 102 (54,3%) não haviam sido vacinados. A maior proporção de hospitalização ocorreu nas faixas etárias menores, com um total de 101 (53,7%) hospitalizações nos menores de 10 anos. Na avaliação total dos casos confirmados, também foi observado um número relevante de não vacinados: 190 casos, equivalente a 52%. Conclusão: considerando que o sarampo é uma doença imunoprevenível e a proporção de indivíduos não vacinados entre os casos confirmados, é de suma importância evidenciar a vacinação como ação fundamental, principalmente para as crianças, que são as mais acometidas pelo vírus e que requerem cuidados especializados.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS DE MENINGITE EM RORAIMA ENTRE 2015 E 2023
Pôster
Rivero, M. D. R.1, Alves, K. E. S.2
1 SES-RR
2 ENSP
Objetivo: avaliar o perfil epidemiológico dos casos notificados de meningite no estado de Roraima, entre 2015 e 2023. Metodologia: foi realizado um estudo descritivo e transversal, usando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN. Foram analisadas as variáveis: faixa etária, classificação etiológica, internação hospitalar e evolução do caso. Resultados: no período de análise, foram notificados 407 casos suspeitos de meningite e confirmados 247 (61%). O ano de maior incidência foi 2023, com 44 casos confirmados, representando um coeficiente de 6,91 casos/100 mil habitantes. A faixa etária com maior registro foi a de 20 a 39 anos, representando 35% e a faixa de menor registro foi entre 5 e 9 anos (5%). Em relação à classificação etiológica da doença, foi observado no período um maior registro de Meningite Não Especificada (38%), seguida pela Meningite por Outras Etiologias (21%). A respeito da internação hospitalar, entre os casos suspeitos, houve um índice de 84,8% de internação, equivalente a 345 pacientes. A unidade que mais internou foi o Hospital Geral de Roraima, abrangendo 65% das internações. No ano de 2023, 47,7% dos casos confirmados evoluíram com cura, 13,6% vieram a óbito por outras causas e 11,4% vieram a óbito por meningite. Alguns casos ainda não tinham a evolução informada (27,3%). Conclusão: considerando a análise realizada no banco de dados, observou-se um número relevante de casos que necessitam de melhor investigação e finalização, apontando também prováveis inconsistências no banco de dados, que podem dificultar a identificação do perfil epidemiológico.
VIGILÂNCIA DA RAIVA NA REGIONAL DE SAÚDE DE JUIZ DE FORA: UMA PERSPECTIVA NA SAÚDE ÚNICA
Pôster
Campos, G.M.M1, Rezende, A.M.V1, Vieira, C.F.P.V1, Júnior, J.G.C2, Siqueira, F.M1, Rocha, L.O2, La-Gatta, MHS2, Siqueira, M.V.2, Ferreira, P.S.1, Medeiros, S.S1
1 SES/MG
2 PJF
O trabalho aborda a construção de fluxo assistencial e de investigação e observação do animal agressor após período de desabastecimento de imunobiológicos e alteração no protocolo de profilaxia da raiva humana. Objetivo: Relatar sobre a integração entre a equipe assistencial e de zoonoses no monitoramento e indicação de tratamento pós-exposição após alteração do protocolo em 2022. Métodos: Estudo descritivo retrospectivo, onde foram utilizados dados de frequência de notificação no SINAN (período 2018 a 2023), consolidado de atendimentos antirrábicos humanos e dados de investigação de campo. Resultados: 18.885 acidentes foram notificados no período, com média anual de 3.148 atendimentos, sendo os motivos de agressão 80% (15.112) cães e 13% (2.502) gatos. 74,4% (14.058) destes animais foram passíveis de observação. A conduta indicada de apenas observação do animal mostra aumento expressivo a partir de 2022, comparado a anos anteriores devido à Nota Técnica 8/2022. A estruturação do polo de soroterapia não impactou negativamente nos atendimentos da Regional de Saúde de Juiz de Fora. Observou-se um incremento no número de tratamento com soro e vacina e diminuição das indicações de observação mais vacina. Conclusão: Mesmo após a alteração do protocolo, ainda existem indicações de observação mais vacina, sinalizando a necessidade de qualificação da assistência às normas de profilaxia da raiva. A integração assistência e zoonoses proporcionou a busca ativa de animais considerados desaparecidos, que foram passíveis de observação e, como isso, não houve necessidade de tratamento pós exposição. Ainda há necessidade de qualificação do banco de dados do SINAN.
VIGILÂNCIA DA RAIVA: INTEGRAÇÃO INSTITUCIONAL NO DIAGNÓSTICO E CONTROLE EM ZONA URBANA
Pôster
Campos, G.M.M1, Júnior, J.G.C2, Vieira, C.F.P.V1, Rocha, L.O.2, La-Gatta, M.H.S2, Siqueira, M.V.2, Puga, L.C.H.P3, Ramos, P.S.F3, Pereira, A.A.D.S1, Medeiros, S.S1
1 SES/MG
2 PJF
3 IMA
O trabalho trata de ações de vigilância da raiva realizadas em parceria entre técnicos de instituições estaduais e municipais no período de janeiro de 2020 a maio de 2024. Objetivo: Relatar as ações realizadas frente à ocorrência de casos positivos de raiva em animais silvestres encontrados na zona urbana do município de Juiz de Fora. Métodos: Estudo descritivo retrospectivo, onde foram utilizados dados primários de investigação de campo, referentes à casuística de raiva em animais silvestres capturados através da vigilância passiva da raiva e encaminhados para diagnóstico através de Imunofluorescência Direta e Inoculação Intracerebral em Camundongos; dados extraídos de termo de vistoria do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA); consolidado de atendimentos antirrábicos humanos e dados secundários dos resultados laboratoriais. Resultados: Dentre as 44 amostras de animais silvestres encaminhados, 2 foram positivas (4,54%), sendo 1 cervídeo e 1 morcego. Não foram encontradas colônias de morcegos hematófagos nas localidades dos casos. 18 pessoas foram avaliadas e 13 foram tratadas com esquema de pós-exposição após contato com o cervídeo. As outras 5 foram orientadas ao esquema de pré-exposição por serem profissionais de risco. O morcego não teve contatos. Ao todo 6 equipes de campo foram formadas e, em 5 dias, trabalharam em 7 bairros com ação de educação em saúde e vacinação casa a casa. Foram imunizados 1204 cães e 172 gatos. Conclusão: Nos dois casos, após a ação desenvolvida, não ocorreram casos de raiva humana ou animal, evidenciando a importância da integração interinstitucional na prevenção e controle da doença.
USO DE SOFTWARE DE COLETA DE DADOS (REDCAP) NA BUSCA ATIVA DE SARAMPO E RUBÉOLA DO DIA “S”
Pôster
Ribeiro, A. C. L.1, Canuto, I. M. B.1, Silva, B. M.1, Barros, N. G. M.1, Valença, R. B.1, Beltrão, R. A.1, Pereira, R. M. H1
1 Secretaria de Saúde do Recife
Objetivos: Relatar a experiência da utilização de software de coleta de dados (REDCap) na busca ativa de casos suspeitos de sarampo e rubéola do dia “S” para a integração entre vigilância em saúde e atenção básica. Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de experiência. A experiência ocorreu em Recife-PE. De 22 a 28 de março de 2024, foram realizadas reuniões com representantes da vigilância epidemiológica (VE) e atenção básica (AB) para estimular a realização da busca ativa e o preenchimento adequado dos formulário de coleta de dados elaborados no software REDCap. As ações de busca ativa no território ocorreram no período de 01 a 10 de abril, e a consolidação das informações de 11 a 12 de abril de 2024. Resultados: Foram elaborados três formulários no REDCap, sendo o primeiro referente às visitas domiciliares realizadas pelo agentes comunitários de saúde (ACS), o segundo relativo às notificações de casos suspeitos de sarampo e rubéola, e o terceiro ao consolidado das informações pela VE. Participaram das reuniões e atuaram como multiplicadores da estratégia do dia “S” 470 profissionais da AB e VE. Foram registrados 7514 domicílios visitados, 15599 pessoas entrevistadas e um caso suspeito de sarampo, que foi descartado pelo critério laboratorial. Conclusões: O uso do REDCap substitui o obsoleto e pouco confiável uso de anotações manuscritas na coleta de dados. Além de permitir o gerenciamento dinâmico de dados, que possibilita maior rapidez na obtenção de informações confiáveis para a tomada de decisão.
CIRCULOS DE CULTURA NA (RE)CONSTRUÇÃO DE FLUXOS DA VIGILÂNCIA DE DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS
Pôster
Canuto, I. M. B.1, Aguiar, L. M. S. A1, Silva, A. L. G. G. B. S1, Ribeiro, A. C. L. R1, Barros, N. G. M1, Valença, R. B. V1, Beltão, R. A1, Pereira, R. M. H. P1
1 Secretaria de Saúde da Prefeitura do Recife
Objetivos: Re(construir) os fluxos da vigilância epidemiológica de doenças imunopreveníveis a partir da aplicação de círculos de cultura. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. A atividade foi realizada entre os meses de julho e dezembro de 2023 em Recife-PE, fundamentadas em uma reflexão crítica por meio de seis círculos de cultura em oito fases cíclicas e inter-relacionadas: investigação temática; dinâmica de sensibilização; problematização; fundamentação teórica; reflexão teórico-prática; elaboração coletiva das respostas; síntese; avaliação. Resultados: Participaram das atividades 30 profissionais de saúde da vigilância epidemiológica dos distritos sanitários e do nível central do município de Recife-PE, e duas profissionais da área técnica municipal que atuaram, como facilitadoras do processo ensino aprendizagem. Foram elaborados coletivamente e validados 12 fluxos correspondentes a vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis (caxumba, coqueluche, difteria, poliomielite/ paralisia flácida aguda, rubéola, síndrome da rubéola congênita, sarampo, tétano acidental, tétano neonatal, e varicela) e situações de surto (surto de caxumba e de varicela). Os fluxos construídos foram publicados e divulgados em formato de e-book. Conclusões: A realização de ações educativas com aplicação de metodologias ativas como os círculos de cultura proporcionam o aprendizado individual e a construção coletiva. A elaboração dos fluxos possibilitou a sistematizar o processo de trabalho da vigilância epidemiológica municipal. Assim, foi possível contribuir com o aprimoramento das atividades de notificação, investigação epidemiológica dos casos suspeitos e comunicantes, coleta de materiais para exames, bloqueio/ atualização vacinal, quimioprofilaxia, e encerramento dos casos das doenças imunopreveníveis.