Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças transmissíveis - 4. Tuberculose
CARACTERÍSTICAS DA INFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV E RAÇA/COR DA PELE: ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster
CORRÊA, M.O1, CORREIA,N.S1, COLA, J.P1, PRADO,T.N1
1 UFES
Objetivo: Analisar as características clínicas e epidemiológicas da tuberculose em pessoas portadoras do HIV estratificado pela raça/cor da pele. Metodologia: Estudo transversal com dados do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Foram incluídos indivíduos maiores de 18 anos, diagnosticados com tuberculose e HIV, notificados entre janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Exclusão: Indivíduos com a raça/cor ignorada, situação de encerramento em branco, ignorado, transferência ou tratamento suspenso. Foram calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis de características sociodemográficas e clínicas da tuberculose em relação à raça/cor da pele. O teste qui-quadrado de Pearson foi utilizado para avaliar a diferença entre os grupos. Resultados e conclusão: Foram incluídos 32.210 indivíduos, sendo 23.269 (75,2%) do sexo masculino, 15.860 (68,1%) raça/cor da pele negra, 12.766 (39,6%) de 40 a 59 anos e 9.722 (39,5%) com mais de 8 anos de estudo. Em relação ao acesso ao diagnóstico laboratorial e tratamento da TB, dos 10.725 (33,3%) que não realizaram a baciloscopia, 7.518 (70%) eram negros, entre os que não realizaram cultura de escarro 14.684 (70,7%) eram negros. Quanto ao desfecho do tratamento da tuberculose, 15.077 (48,6%) tiveram desfecho desfavorável, sendo que 10.686 (70,8%) eram negros. Conclui-se que há maior vulnerabilidade da população negra frente à coinfecção TB-HIV, destacando a maior proporção da não realização de exames de diagnóstico e dos desfechos desfavoráveis.
ESTUDO PARA A AVALIAÇÃO DOS CASOS CONFIRMADOS DE TUBERCULOSE NA BAHIA DE 2016 A 2023
Pôster
Nascimento,L.B.P1, Barbosa,E.S.1, Santos,D.S.1, Jesus,L.M.S.2
1 UFRB
2 UFBA
Objetivo: Apresentar a proposta de estudo para avaliação dos casos confirmados de tuberculose na Bahia nos anos de 2016 a 2023.
Metodologia:Realizamos um estudo descritivo de casos de tuberculose na Bahia entre 2016 e 2023, utilizando uma abordagem quantitativa de corte transversal e retrospectiva. Os dados foram obtidos do DATASUS-TABNET, uma ferramenta da Funasa, que utiliza informações do IBGE. Após a coleta, os dados foram analisados no Excel, seguindo os passos: identificação inicial, análise epidemiológica, consulta dos casos de Hanseníase (SINAN) e filtragem geográfica para a região da Bahia.
Resultados:A análise dos dados revelou os seguintes números de casos confirmados de tuberculose na Bahia de 2016 a 2023: 2016 (5.303 casos), 2017 (5.472 casos), 2018 (5.681 casos), 2019 (5.667 casos), e 2023 (5.467 casos). A média anual foi de 5.518 casos, aproximadamente 20% do total. Houve um aumento gradual até 2018, com leve declínio em 2019 e 2023. O total de casos confirmados foi 27.590. A pandemia de COVID-19, iniciada em 2020, possivelmente impactou a detecção e notificação de casos, além da resposta dos sistemas de saúde.
Conclusão: Este estudo teve por finalidade a busca de dados para confirmação dos casos de Tuberculose na Bahia nos anos de 2016 a 2023. Conclui-se após à análise de dados que, há um número significativo de casos ao longo dos anos, mas a pandemia que perpassou os anos de 2020, 2021 e 2022, tornou-se um grande desafio para coleta de informações nesse período, que se refere aos anos finais do presente estudo, impactando assim, a detecção e notificações de casos.
PADRÃO ESPACIAL DE INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE NO NORDESTE BRASILEIRO DE 2011 A 2021
Pôster
Bezerra, R. L.1, Sousa, G.J.B2, Nery, H.B1
1 Hospital Infatil Albert Sabin (HIAS)
2 Ministério da Saúde (MS)
Objetivos: analisar o padrão espacial da incidência e do abandono da Tuberculose no Nordeste. Métodos: Estudo ecológico com aplicação de ferramentas de geoprocessamento em casos novos (CN) /taxa de incidência de Tuberculose registrados no Nordeste do Brasil, no período de 2011 a 2021. Segundo o censo demográfico brasileiro de 2010, a população do Nordeste era de cerca de 53 milhões de pessoas, distribuída em nove estados, abrigando 28% da população. Os dados sobre Tuberculose foram acessados DATASUS e da base de dados secundários SINAN. Foram incluídos os CN de Tuberculose do período de 2011 a 2021, excluindo-se aqueles que tiveram como critério de saída “mudança de diagnóstico”. Resultados: Foram 258.650 novos casos no período, principalmente do sexo masculino (67,6%; N=174.733) e parda (70,1%; N=168.411), com escolaridade inferior ao ensino fundamental II (62,7%; N=110.740) e faixa etária de maior porcentagem entre 20-39 anos representando cerca de 43,2% e N =111.831. A incidência média foi de 41,9/100 mil habitantes, tendo a menor incidência ocorrido em 2020 (38,8) e a maior em 2018 (44,5). Com a suavização das taxas brutas pelo método bayesiano empírico local é perceptível um padrão espacial, com a agregação de municípios com maiores taxas próximos as capitais e em regiões costeiras e metropolitanas. Ressalta-se municípios ao redor de Sobral – Ceará e municípios ao sul na Bahia próximos a Vitória da Conquista, Ilhéus e Trancoso. Conclusão: o NE brasileiro ainda apresenta elevados índices, apresenta, também, uma distribuição espacial heterogenia, mas não aleatória, caracteriza por clusters, em locais de maiores vulnerabilidades.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE TUBERCULOSE NO PERÍODO DE 2020 A 2023 NO ESTADO DO PARÁ
Pôster
SOUSA, Y. J. S.1, MORAIS, C. G.1, SANTOS, M. R. S.1, BITENCOURT, G. V.1, LIMA, V. K. G1, TEIXEIRA, V. N. L1, COSTA, J. O. M.1, SOARES, D. S.1, LOPES, J. A. C.1, CARDOSO, A. C.1
1 UFOPA
OBJETIVO: descrever o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose (TB) no Estado do Pará. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, descritivo de abordagem quantitativa realizado a partir de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. As variáveis analisadas, do período de 2020 a 2023, foram: sexo, faixa etária, região de saúde, tipo de entrada, forma da TB, populações especiais, confirmação laboratorial e desfecho. Para análise de dados foi feita a estatística descritiva. RESULTADOS: No período de 2020 a 2023, o Pará registrou 22.278 casos de tuberculose. Houve predominância de casos notificados do sexo masculino (68%) e entre a faixa etária de 20 e 29 anos (26,2%). O ano de referência e a região de saúde com mais casos foram respectivamente 2023 (54,5%) e a região metropolitana I (45,7%). A forma pulmonar da TB foi a mais predominante entre os casos confirmados por laboratório (97,5%). Populações em situação de vulnerabilidade social também foram afetadas, com 1,6% dos casos em pessoas em situação de rua e 3,3% em pessoas privadas de liberdade. Em relação ao desfecho, 2% evoluíram a óbito, 13% abandonaram o tratamento e 56,1% foram curados. CONCLUSÃO: Evidencia-se a tuberculose como persistente desafio de saúde pública no estado do Pará. Este estudo reforça a relevância dos serviços de saúde na detecção de potenciais casos de TB e grupos vulneráveis à doença, visando reduzir a ocorrência e disseminação da doença no estado. Por isso, ressalta-se também a importância na qualidade das notificações para evitar que dados relevantes sejam ocultados.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE MESQUITA, 2020-2023
Pôster
Costa, M. S.1, Alves, J. N.1
1 SMS - Mesquita
Objetivo: analisar o perfil epidemiológico dos casos novos de tuberculose no município de Mesquita durante os anos de 2020 a 2023.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo utilizando os dados do Sistema de Informação de Notificação de Agravos de Notificação. Foram consideradas variáveis sociodemográficas (sexo, raça/cor, escolaridade, faixa etária e bairro de residência) e as clínico-epidemiológicas (forma clínica da tuberculose, tipo de entrada – casos novos ou retratamento, indicador de testagem para HIV, índice de cura, interrupção de tratamento e contatos examinados).
Resultados: O ano de 2022 registrou o maior número de casos (199) e a maior taxa de incidência (85,6 por 100 mil habitantes). Em todos os anos analisados, o sexo masculino, a população parda, os indivíduos que concluíram apenas o ensino fundamental I e os jovens entre 19 a 29 anos foram os mais acometidos. Os bairros com as maiores incidências acumulada foram Rocha Sobrinho (792,8 casos por 100 mil hab.) e Santa Terezinha (756,9 casos por 100 mil hab.). Em 2022, o índice de cura foi de 63,4%, enquanto a interrupção do tratamento foi de 18,5%. No último ano analisado, observou-se uma queda na testagem de HIV e no percentual de contatos examinados.
Conclusão: O município deve concentrar-se no aumento do percentual de realização de testagem de HIV, no índice de cura e reduzir o percentual de interrupção do tratamento. Além disso, é crucial implementar uma abordagem abrangente para examinar todos os contatos identificados, visando detectar precocemente possíveis casos de TB.
PREVENÇÃO DA TUBERCULOSE EM PESSOAS COM HIV NO BRASIL: ESTIMATIVAS 2018-2025
Pôster
Silva Júnior, J. N. B.1, Arroyo, L. H.1, Trajman, A.2, Pelissari, D. M.1, Alves, K. B.3, Harada, L. O.1, Costa, Y. B.1, Heráclio, I. L.1, Palha, P. F.4, Arakaki, D.1, Hallal, R. C.1, Cervieri, G. P. O.1, Dockhorn, F.1
1 Ministério da Saúde
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro
3 Organização Pan-Americana da Saúde
4 Universidade de São Paulo
Objetivo: Estimar a adesão ao tratamento preventivo da tuberculose (TPT) entre pessoas vivendo com HIV ou aids (PVHA) no Brasil até 2025. Método: Estudo retrospetivo baseado em notificações de PVHA submetidas a TPT registradas no Sistema de Informação para notificação das pessoas em tratamento da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) no período de 2018 a 2023. A análise dos dados foi realizada por mês usando o modelo de Prais-Winsten, e construímos um modelo preditivo empregando a técnica de média móvel integrada autorregressiva (ARIMA) para prever a adoção do TPT para 2024 e 2025. Resultados: Entre 2018 e 2023, 28.947 PVHA foram submetidas a TPT. A variação percentual mensal relativa foi de 9,44% (IC95% 7,82%-11,07%). Estimamos que 9.932 (IC95% 7.261-12.603) PVHA serão submetidas ao TPT em 2024 e 11.464 (IC95% 6.634-16.294) em 2025. Considerando a previsão, há uma variação percentual anual de 16,5% de 2023 para 2024 e de 2024 para 2025. Conclusão: As estimativas indicam que, em 2024 e 2025, é esperado um aumento significativo do número de PVHA em TPT, em compração aos números atuais, atingindo aproximadamente 21.396 indivíduos do atual 1 milhão de PVHA no País. Esses resultados enfatizam a necessidade de intensificar os esforços em andamento para expandir a oferta do TPT como uma importante estratégia de prevenção da doença entre PVHA no Brasil.
VARIÁVEIS RELACIONADAS AO DESFECHO DESFAVORÁVEL DO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE
Pôster
Souza, C.A.1, Oliveira, M.P.R.P.B.2
1 SMS-RJ
2 UNESA
A tuberculose (TB) persiste como grave problema de saúde pública no Brasil e sua ocorrência está fortemente relacionada às condições de vida da população. Conhecer as características dos pacientes com desfecho desfavorável pode contribuir para a elaboração de ações que diminuam sua ocorrência. Objetivo: avaliar as variáveis relacionadas ao desfecho desfavorável do tratamento da tuberculose na área programática 3.1 do município do Rio de Janeiro no período entre 2015 e 2020. Método: estudo transversal realizado a partir de dados das notificações registradas no SINAN. Realizada análise descritiva considerando as variáveis sociodemográficas e clínico epidemiológicas. A análise estatística considerou desfecho desfavorável óbito ou abandono. Variáveis com razões de chances elevadas na análise bivariada foram consideradas para inclusão em modelo multivariado de regressão logística. Como medida de associação para análise dos fatores associados a desfecho desfavorável versus cura, foram estimadas as razões de chance e seus intervalos de confiança de 95%. Resultados: foram encontrados 8879 casos de TB notificados, destes 1900 tiveram desfecho desfavorável do tratamento de TB Houve associação estatisticamente significante entre o desfecho e idade, sexo, raça/cor, escolaridade e populações especiais, forma clínica e comorbidades associadas. Conclusão: Mediante os resultados deste estudo, há a possibilidade de elaborar recomendações para ações locais, considerando identificação de perfis prioritários, com condições que predispõem ao desfecho desfavorável do tratamento, necessitando de monitoramento adequado para a diminuição desse desfecho.
ANÁLISE DE COMPLETUDE DE TUBERCULOSE NO SINAN NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2019 A 2022
Pôster
Carvalho, P. R. D. B. de1, Santos, M. O. A.1, Velasque, L. S1, Rodrigues, D. de O.1, Peixoto, E. M.1, Nazario, G. C.1, Silva, M. M,1, Nascimento, H. S1
1 SES -RJ
O presente estudo tem como objetivo avaliar e descrever a completude do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de tuberculose do Estado do Rio de Janeiro (ERJ) período de 2019 a 2022. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo sobre os casos de tuberculose notificados no SINAN. Para a análise dos dados foi considerada a completude, consistência e oportunidade das notificações. Os dados foram processados através do software R versão 4.3.2. Resultados: A análise de completude e consistência ocorreu através dos campos selecionados considerados obrigatório e essenciais através da classificação muito ruim (< 50%), ruim (≥ 50%<70%), regular (≥ 70%<90%), bom (≥ 90%<95%) e excelente (> 95 %) e a oportunidade foi classificada como ruim (> 40 %), regular (≥ 41%< 60%) e bom (≥ 61%< 100%). Foram notificados 64.367 casos de tuberculose no período analisado. A completude entre as variáveis estudadas, destacando-se "Raça/Cor" e "População Privada de Liberdade" com alta completude (acima de 90%) e "Escolaridade" e "TDO" com níveis mais baixos. As variáveis de maior completude foram classificadas como "Bom" e "Excelente", enquanto as de menor completude ficaram entre "Ruim" e "Regular", a oportunidade apresentou uma classificação boa, com mais de 75% das notificações sendo realizadas dentro do intervalo de 0-7 dias. Conclusão: Esses resultados destacam a eficiência do sistema em captar e registrar os casos de tuberculose de forma oportuna, ao mesmo tempo em que indicam áreas específicas que necessitam de aprimoramentos para garantir a qualidade dos dados e a efetividade das ações de saúde pública.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA TUBERCULOSE RESISTENTE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Pôster
SALVATO, S.1, SALVATO, R. S.1
1 UFRGS
Objetivos: Este estudo objetiva identificar o perfil clínico-epidemiológico dos casos de TB resistentes ocorrentes na região.
Metodologia: Este trabalho aborda uma análise epidemiológica dos casos de tuberculose com algum tipo de resistência identificados de janeiro de 2015 a dezembro de 2018, no estado do Rio Grande do Sul. Foi gerado um banco de dados no formato de planilha pelo software Microsoft Office Excel para abrigar as informações coletadas durante o processo de estudo. As informações foram também inseridas em um banco de dados na ferramenta RStudio para inferências estatísticas. Para as variáveis categóricas aplicou-se o teste Qui-quadrado de Pearson para avaliar diferenças estatísticas entre casos MDR e os demais casos de resistência.
Resultados: No total, 785 casos foram identificados no período, observou-se que a mais relatada foi a tuberculose monorresistente (56,18%), seguida da multirresistente (34,65%) e, em menor percentual, a polirresistente (9,17%). Em relação ao desfecho 43,19% dos pacientes foram curados e 17,78% abandonaram o tratamento, a TB Pré-XDR apresentou um percentual de 2,42%, com a ocorrência de apenas 1 caso com perfil XDR no ano de 2017.
Conclusão: A alta taxa de casos multirresistentes e o baixo índice de cura desses casos mostraram um cenário que requer atenção do programa de controle da doença no estado. Os dados gerados pelo SINAN em conjunto com os dados laboratoriais, permitiram avaliar indicadores operacionais e epidemiológicos para uma melhor análise do perfil da TB resistente no estado.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE NO RIO DE JANEIRO
Pôster
Macedo, L. P.1, Coutinho, M. S. C.1, Oliveira, J. S.1, Barbosa, A.P. F.1, Costa, M. C.1
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivos: Caracterizar casos de Tuberculose Drogarresistente no município do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo e quantitativo dos casos novos de TB DR do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB) de residentes no MRJ diagnosticados entre 2018 e 2022. Dados foram processados e analisados através dos softwares Excel e R Project. Os dados populacionais foram obtidos do Censo do IBGE 2010. Resultados: No período foram diagnosticados 675 casos novos de TB DR, sendo 22% em 2022 e 15% em 2020. A taxa de incidência foi 2,2/100.000 habitantes. 64% eram homens, pretos/pardos (60%), de 20 a 49 anos (40%), com baixa escolaridade (46%). Dados demonstram ascensão de casos em população de rua e privada de liberdade. 69,2% dos casos foram resistência primária, 92% forma pulmonar e 50% resistentes à rifampicina. A média de cura/tratamento completo foi 63,2% enquanto de interrupção de tratamento foi 17,5%. A taxa média de óbito foi 3,8/100.000 habitantes.
Conclusões/recomendações: A TB DR é um grande desafio para saúde pública. A Estratégia Global pelo Fim da TB propõe como visão “um mundo livre da TB”, com metas previstas para 2035, de redução de 90% na incidência e de 95% na mortalidade por TB na comparação com os dados de 2015. É imprescindível adotar estratégias de vigilância e assistência que identifiquem precocemente casos predispostos à interrupção, visando melhores desfechos.
ANÁLISE ESPACIAL DA TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE E INDICADORES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Pungartnik, PC1, Viana, PV2, Paiva, NS1
1 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/IESC)
2 Centro de Referência Professor Hélio Fraga, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz (CRPHF/ENSP/FIOCRUZ
Objetivos: Analisar o padrão espacial da Tuberculose Drograrresistente (TBDR) e sua correlação com indicadores, nos municípios do estado do Rio de Janeiro, no período de 2010 a 2022. Métodos: Estudo ecológico dos casos novos de TBDR no estado do Rio de Janeiro (RJ), e a relação com indicadores demográficos, socioeconômicos e de assistência à saúde. Dados provenientes do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITE-TB) e dos Censos demográficos de 2010 e 2022. Foram calculadas as Taxas Brutas de Incidência (TBI) por 100.000 habitantes e aplicadas taxas suavizadas através dos métodos Bayesiano Empírico Global (BEG) e Local (BEL), além de análises de autocorrelação espacial global (I. de Moran) e local (LISA) univariado e bivariado. Resultados: Entre 2010 e 2022, foram notificados 2.709 casos novos de TBDR no RJ (TBI 16,9/100.000 hab.). A região metropolitana apresentou as maiores TBI, e 41% dos municípios não notificaram casos. As taxas BEG e BEL foram superiores a TBI, sugerindo uma magnitude da TBDR maior do que a observada. Observou-se autocorreção espacial global (I. de Moran = 0,43) e local da TBDR, e aglomerados alto risco na região metropolitana. As análises espaciais revelaram uma dependência significativa entre a TBI e os indicadores densidade demográfica, densidade intradomiciliar, população de 18 anos ou mais com fundamental completo, coinfecção TB-HIV e percentual autodeclarados de pretos e partos. Conclusões: A correlação e dependência espacial entre a incidência da doença e os indicadores sugerem que intervenções de controle adaptadas para cada local para combater a TBDR no estado do Rio de Janeiro podem ser particularmente eficazes.
AVALIAÇÃO DA VIGILÂNCIA DA TUBERCULOSE NO ESTADO DE RORAIMA NO PERÍODO DE 2013 A 2022
Pôster
Alves, K. E. S.1, Alves, M. G. S.2
1 ENSP
2 SES-RR
Objetivo: analisar os indicadores epidemiológicos da tuberculose no estado de Roraima, no período de 2013 a 2022. Metodologia: foi realizado um estudo descritivo e transversal, usando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN. Foram analisados os indicadores: incidência, critério de confirmação e evolução dos casos. Resultados: no período analisado, houve um aumento de 131,6% no coeficiente de incidência por 100.000 habitantes, passando de 29,1 casos/100 mil habitantes (142 casos) para 67,4 casos/100 mil habitantes (438 casos), sendo que, em 2022, houve um registro histórico da maior incidência da doença no estado, alcançando o segundo lugar no ranking nacional. Dentre os casos novos de TB pulmonar confirmados por critério laboratorial, em 2013, 85,6% encerraram o tratamento como cura. Em 2022, 78,8% desses casos foram curados, apontando uma redução de 7,9% em comparação com 2013. Mesmo diante da queda no percentual, ainda assim a cura foi superior à média nacional (66,5%). No período, verificou-se também um aumento de casos novos de TB em grupos em situação de maior vulnerabilidade, como a População Privada de Liberdade (PPL), imigrantes e indígenas. A PPL, continua sendo a população mais afetada pela TB, passando de 0,7% do total de casos em 2014, para 31,7% em 2022. Conclusão: considerando o crescimento expressivo dos casos de tuberculose no estado de Roraima, é necessário que haja o envolvimento dos gestores de saúde e da população no reconhecimento dessa doença que é decretada como um problema de saúde pública.
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS DE TBDR SEGUNDO DESFECHO DESFAVORÁVEL
Pôster
Praça, H.L.F.1, Figueiredo, J. C.1, Mota, M. M.1, Pinheiro, R. S.1, Viana, P. V. de S.2, Paiva, N. S.1, San Pedro, A.1, Gibson, G.1
1 IESC/UFRJ
2 ENSP/FIOCRUZ
Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos casos de tuberculose drogarresistente (TBDR) com desfecho desfavorável no tratamento. Método: Estudo descritivo de série histórica baseado em dados de notificações no SITETB entre 2015 e 2022. Foram analisadas as situações de encerramento do tratamento (sucesso terapêutico, abandono, falência e óbito) segundo as variáveis sexo, raça/cor, escolaridade, faixa etária, tipo de resistência e quantidade de tratamentos anteriores. O teste do qui-quadrado de Pearson foi utilizado para identificar diferenças significativas entre os grupos de comparação (p<0,05). Resultados: Foram notificados 1.075 casos novos no período, dos quais 69,4% tiveram sucesso terapêutico. Dentre os casos com desfecho desfavorável, 19,7% tiveram interrupção de tratamento, 5,0% falência e 5,8% evoluíram para o óbito. A frequência de desfechos desfavoráveis foi maior no sexo masculino (73,9%), na raça/cor parda (40,7%) seguida da preta (30,1%), na faixa de 20 a 39 anos (44,4%) e naqueles com menos de 8 anos de estudo. Quanto ao tipo de resistência, foi observada frequências semelhantes entre as formas primária (50,8%) e adquirida (49,2%). Dos tratamentos com desfecho desfavorável, 47,7% das pessoas já haviam realizado um tratamento para tuberculose, 24,6% já haviam realizado dois ou mais e 27,7% não haviam realizado tratamento. Conclusões: Os resultados ressaltam um perfil de maior vulnerabilidade social nos desfechos desfavoráveis no tratamento, com maior frequência de indivíduos pardos/pretos e com baixa escolaridade, aspecto que deve considerado no aprimoramento da atenção aos casos de TBDR.
COINFECÇÃO TB/HIV: INTEGRAÇÃO ENTRE A VIGILÂNCIA E POLÍTICAS DE SAÚDE EM RECIFE
Pôster
FARIAS, J. D. F.1, BELTRÃO, R. A.2, AGUIAR, A. A.2, DIAS, J.2, LEMOS, B da S.2, SILVA, A. J.2, AQUINO, C. B. Q. A.2, FERREIRA, J. S.3, CARVALHO, R. F de C2, Schindler, H C4
1 Fiocruz/PE e Secretaria Municipal de saúde de Recife
2 Secretaria Municipal de saúde de Recife
3 Universidade de Pernambuco-UPE
4 Docente e pesquisadora permanente da FIOCRUZ/PE
Objetivo: Descrever a experiência da integração entre vigilância epidemiológica e atenção à saúde no Distrito Sanitário Cinco (DS5) em Recife. Método: No período de 02 a 22 de maio de 2024, foi criado um grupo técnico com representação da supervisão de atenção e vigilância, chefes de divisão de vigilância e de atenção à saúde, política da tuberculose, assistência farmacêutica e laboratorial e residentes de saúde coletiva do DS5, para discussão dos casos de tuberculose e dos coinfectados por HIV. Através dos dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN), planilha de monitoramento da vigilância do nível central de Recife e planilha de monitoramento por unidade de saúde, e reunião semanal do grupo para discussão dos casos, com foco na busca ativa de casos, casos de TB não testados para HIV, abandonos de tratamento e elaboração de capacitação para profissionais da rede do DS5 sobre linha de cuidado da tuberculose. Resultados: Qualificação de 42% da variável HIV na base de TB do SINAN, a identificação de 2,6% de casos de coinfecção na rede de atenção, 15 unidades de saúde da família capacitadas para linha de cuidado destes agravos, reunião técnica em 4 unidades de saúde da família que não possuíam registro de casos de tuberculose e de coinfecção, aumento em 31% na discussão de óbitos por tuberculose em grupo técnico. Conclusão: Esta integração tem sido promissora no controle da tuberculose e da coinfecção, promovendo a melhoria na assistência, nos indicadores e sistemas de informação.
DELIMITAÇÃO DO PERFIL DE RISCO PARA INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE: ANÁLISE EXPL
Pôster
Ferreira, C.D,1, Pinheiro, R.S2, Souza, R. C.3
1 IESC/UFRJ e SMS-Rio
2 IESC/UFRJ
3 UERJ
Objetivo: Descrever o perfil de risco para interrupção do tratamento de casos novos de tuberculose residentes no Município do Rio de Janeiro (MRJ). Métodos: Realizada análise exploratória de variáveis relacionadas ao indivíduo, incluindo as variáveis sociodemográficas e de condições de saúde, e à unidade, como qualidade do preenchimento de variáveis essenciais das notificações. Para identificar os fatores preditores de interrupção do tratamento, calculou-se a odds ratio (OR), Modelos Lineares Generalizados (GLM), Modelos Aditivos Generalizados (GAM) e mineração de dados com APRIORI. Resultados: As variáveis com significância estatística relacionadas ao indivíduo ou ao processo de cuidado, destacam-se: sexo masculino (OR 1,38 IC 95%: 1,30; 1,47); população em situação de rua (OR 2,73 IC 95%: 2,43;3,07); escolaridade < 8 anos (OR 1,46 IC 95% 1,37; 1,56); faixa etária 15 a 29 anos (OR 3,17 IC 95% 2,79; 3,61); casos sem confirmação laboratorial (OR 1,20 IC 95% 1,13; 1,27); exame de HIV não realizado (OR 1,37 IC 95% 1,30; 1,45) e proporção de completude < 80% (OR 2,63 IC 95% 2,48; 2,79). Para cálculo de risco das faixas de idade e completude adotaram-se modelos GAM e GLM, a relação entre as variáveis embora significativas, sozinhas não explicam o desfecho. O APRIORI revelou menor nível de completude para a população mais vulnerável. Conclusão: O perfil de interrupção de tratamento está relacionado à vulnerabilidade social e ao seguimento inadequado. A observação desse conjunto de variáveis pode direcionar ações para fortalecimento da assistência a esses usuários.
DESIGUALDADES SOCIAIS E TUBERCULOSE DROGARESSISTENTE: UMA ANÁLISE SEGUNDO RAÇA/COR NO MRJ
Pôster
Figueiredo, J.C.1, Mota, M.M.1, Praça, H.L.1, Gibson, G.1, Pinheiro, R.S.1, Viana, P.V.S.2, Paiva, N.S.1, San Pedro, A.1
1 UFRJ
2 ENSP
Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos casos de tuberculose drogarresistente (TBDR) segundo raça/cor no município do Rio de Janeiro. Método: Estudo descritivo das notificações no SITETB entre 2015 e 2022. Foram analisadas as características sociodemográficas referentes ao sexo, escolaridade e faixa etária, e as clínico-epidemiológicas referentes à forma clínica, tipo de resistência, padrão de resistência e situação de encerramento, segundo a raça/cor autodeclarada. Resultados: Foram notificados 1.093 casos novos no período, sendo 70,5% de pardos e pretos. Em ambos os grupos, observou-se maior frequência entre homens com predomínio da faixa etária de 20 a 39 anos. Quanto à escolaridade, 55% dos casos autodeclarados brancos apresentaram mais de oito anos de estudo, enquanto a maioria dos pretos e pardos tinha menos de oito anos de estudo (56,0% e 63,7% respectivamente). Em todas as categorias de raça/cor, observou-se maior frequência da forma pulmonar, de resistência primária, casos multidroga-resistente ou extensivamente resistente como resistência inicial e atual, além do sucesso terapêutico como situação de encerramento. As maiores frequências de perda de seguimento foram entre pretos e pardos. Conclusões: Estes resultados reforçam um padrão de desigualdade social no acometimento por TBDR no Município do Rio de Janeiro, considerando o perfil predominante composto por pessoas pardas e pretas, com menor escolaridade, resistência primária e elevada perda de seguimento, em especial entre autodeclarados pretos. Ações de vigilância e controle que considerem aspectos específicos do acometimento segundo raça/cor são fundamentais para redução das iniquidades relacionadas à TBDR.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA COINFECÇÃO TB/HIV ENTRE MULHERES NO BRASIL.
Pôster
Scholze, A. R.1, Oliveira, E. V.1, Melo, E. C.1, Galdino, M. J. Q.1, Oliveira, R. R.1, Arcêncio, R. A.2, Alves, J. D.3
1 Universidade Estadual do Norte do Paraná
2 Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo
3 Universidade Federal de Mato Grosso
Introdução: A coinfecção por tuberculose (TB) e vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) representa um importante desafio de saúde pública no Brasil. Objetivo: Descrever a distribuição espacial da coinfecção TB/HIV entre mulheres no Brasil. Método: Estudo ecológico desenvolvido a partir de dados provenientes do Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação. Adotou-se como critérios de inclusão todos os casos de TB coinfectados pelo HIV em mulheres residentes nos estados brasileiros no período de 2012 a 2021. Para a distribuição espacial da coinfecção TB/HIV, os indivíduos foram georreferenciados com base no estado de residência e, posteriormente foi realizado a taxa de incidência. Por utilizar dados secundários, não foi necessária a apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.Resultados: Durante o período de análise no Brasil, foram notificados 25.127 mulheres diagnósticas com a coinfecção TB/HIV. Em relação a distribuição espacial das notificações, identifica-se que, a região Sudeste apresentou 9.557 notificações (38,01% ), sendo o estado de São Paulo apresentou 4.560 notificações, seguido por Rio de Janeiro 3.805. A região Sul apresentou 6.410 casos (25,49%), com o (Rio Grande do Sul 4.512 coinfectados e Santa Catariana 1.116. A região Centro-Oeste foi a que apresentou o menor número de coinfecção (n=986 casos; 3,92%). Ao analisar a taxa de incidência, a região Sul apresentou uma incidência de 41,75 por 100 mil/mulheres, seguida pela Região Norte com 31,34 por 100 mil/mulheres. Conclusão: A coinfecção TB/HIV entre mulheres no Brasil é um problema complexo e multifacetado que exige medidas abrangentes e multissetoriais para seu controle.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE ABANDONO AO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE EM MATO GROSSO
Pôster
Goulart, L. S.1, Peixoto, T. S.1, Docusse, I. R. X.1, Schuster, A. C. C.1, Carvalho, A. G.1
1 UFR
Objetivos: analisar a distribuição espacial dos casos novos de tuberculose que abandonaram o tratamento no estado de Mato Grosso. Métodos: Estudo ecológico, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram incluídos os casos novos de tuberculose (todas as formas) diagnosticados no estado de Mato Grosso de 2007 a 2022. Foi utilizado o Índice Global de Moran (I) e o Indicador Local de Associação Espacial para investigar a autocorrelação espacial entre coeficientes municipais de abandono e detectar áreas prioritárias para a ocorrência do evento, isto é, áreas classificadas como Alto-Alto, respectivamente. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa, número do parecer: 6.679.133. Resultados: No período do estudo, foram notificados 19026 casos de tuberculose em Mato Grosso, dos quais 1975 abandonaram o tratamento. Isso resultou em um coeficiente de abandono de 10,4% (IC 95%= 9,9-10,8%). Foi detectada uma autocorrelação espacial positiva dos coeficientes acumulados de abandono ao tratamento de tuberculose por município (I=0,177; p=0,001). Além disso,oito municípios da região Centro-Sul do estado, dois municípios da região Nordeste, um município da região Norte e um município da região Sudeste foram identificados como áreas prioritárias para o abandono. Conclusões: O estado de Mato Grosso apresentou vários municípios de diferentes regiões com altos índices de abandono ao tratamento da tuberculose. É essencial a adoção de políticas e estratégias públicas que busquem melhorar a adesão ao tratamento da tuberculose no estado.
DO EXAME DE ESCARRO AO INÍCIO DO TRATAMENTO: CASO DA TUBERCULOSE NA APS DO RIO DE JANEIRO
Pôster
FERREIRA, L. V. M. V.1, GUILLÉN, L. C.2, AGUIAR, F. P.1, SARACENI, V.1, COELI, C. M.3, PINHEIRO, R. S.3
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2 Secretaria Municipal de Saúde de Niterói
3 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Univerdade Federal do Rio de Janeiro (IECS/UFRJ)
OBJETIVOS: Analisar o tempo entre a realização de exame de escarro e o início do tratamento para tuberculose pulmonar em Unidades de Atenção Primária (UAP) do município do Rio de Janeiro. MÉTODOS: Foram selecionados casos novos de tuberculose pulmonar com mais de 9 anos notificados por UAPs do município do Rio de Janeiro, de 2012 a 2016, construída através de linkage determinístico, probabilístico e revisão manual de dados do GAL e do SINAN (n=14.922). Foram calculados os intervalos com base nas datas registradas nos diferentes bancos de dados para um mesmo indivíduo. RESULTADOS: Dois terços apresentaram exame de escarro antes do início do tratamento, e 60% destes demoraram pelo menos 1 mês para iniciar o tratamento. Para 8,8% dos casos, o exame foi solicitado no mesmo dia do começo do tratamento e 24,3% tiveram a primeira solicitação de exame feita após o início do tratamento (1/4 em até 2 semanas). O percentual de indivíduos com exames positivos foi maior nos exames solicitados antes do tratamento . A solicitação de exame de escarro e o início do tratamento foi maior que 90 dias para 1.291 (12,9%) indivíduos, sendo 80% deles positivos. Fatores relacionados à unidade, como a presença de residência médica e a Área Programática (localização geográfica) , influenciaram os intervalos de tempo. CONCLUSÕES: Ausência de confirmação bacteriológica e a demora para iniciar o tratamento são obstáculos importantes para o cuidado da tuberculose no município do Rio de Janeiro, sobretudo em unidades sem residência médica e em regiões mais vulneráveis e periféricas.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA FEIRA LIVRE: EXPERIÊNCIA SOBRE BUSCA ATIVA DE CASOS DE TUBERCULOSE
Pôster
Lima, E.T.P.1, Vasconcelos, A.M.1, Santos. V.P.1, Silva, M.E.M1, Vieira, R.N.1, Souza, E.O.S1, Neta, B.M.1, Bezerra, A.S.1, Leão, A.C.M.C1, Rodrigues, M.M.1
1 SSBE
Objetivo: Relatar a experiência de busca ativa de casos sintomáticos de tuberculose na Feira Livre de Vitória de Santo Antão-PE no período de 2023. Método: A busca ativa de casos sintomáticos de tuberculose na feira livre foi planejada e executada pela Vigilância em Saúde. O evento aconteceu no bairro Maués, na Cidade da Vitória, PE. Durante o evento, Enfermeiras, técnicas de enfermagem e acadêmicos da Graduação em Saúde Coletiva e Enfermagem, realizaram orientações aos feirantes e frequentadores da feira sobre os sintomas da Tuberculose. Através da educação popular em saúde e com uma abordagem individualizada, foram distribuídos materiais informativos e realizado um diálogo de sensibilização para estimular a adesão aos cuidados de saúde. Resultados: Durante a ação não foram identificados casos sintomáticos de tuberculose. Todavia, 60 pessoas entre feirantes e frequentadores da feira receberam orientações individuais acerca dos cuidados, sintomas, diagnósticos e tratamento. Além disso, estima-se que centenas de pessoas foram beneficiadas com essa ação, uma vez que durante as atividades a equipe utilizou um carro de propaganda situado no pátio, para difusão das informações sobre a doença. Conclusão: Educação em Saúde na feira livre é uma estratégia eficaz para a promoção da saúde e prevenção de doenças. Ao utilizar esse espaço como meio de disseminação de informações e realização de ações preventivas, é possível atingir um grande número de pessoas e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: CONTRIBUIÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PELO FIM DA TUBERCULOSE
Pôster
Cruz, K. A. L.1, Pedroso, F. P.1, Biazi, B. E.1, Mattera, E. G.1, Brischiliaro, G. C.1, Antonio, H. C.1, Oliveira, H. B.1, Souza, L. B.1, Resende, M. V. F.1, Nabas, R. M.1, Magalhães, F. B.2, Silveira, J. T. P.2, Franzoloso, M. C. R.2, Gil, N. L. M.1, Magnabosco, G. T.1
1 Universidade Estadual de Maringá
2 Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
Objetivo: relatar a experiência de atividades de Educação em Saúde e Tuberculose desenvolvidas por acadêmicos de enfermagem como parte de projeto extensionista no Paraná, Brasil. Métodos: relato de experiência da implementação de um projeto de extensão, envolvendo a Universidade Estadual de Maringá e a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, cujo objetivo foi subsidiar, por meio de capacitações, a implementação do Plano Estadual pelo fim da Tuberculose (TB), integrando assistência-vigilância. As capacitações ocorreram de março a maio de 2024, em 4 Regionais de Saúde do estado, com 110 profissionais que atuam na vigilância e assistência de municípios do noroeste. Foram conduzidas discussões e dinâmicas grupais, para direcionar o planejamento da assistência, elaboração e avaliação de indicadores de controle da TB propostos no Plano. Resultados e conclusões: Em geral, os profissionais demonstraram desconhecimento sobre o Plano Estadual e suas metas finalísticas e processuais. Ainda, a partir do levantamento epidemiológico, observou-se que há poucos casos de TB e de pessoas em tratamento preventivo da tuberculose. Ademais, notou-se problemas operacionais de manejo da TB, como a utilização de baciloscopia como método diagnóstico principal, morosidade do resultado do teste rápido molecular e falta de apoio socioassistencial. Diante disso, ficam evidentes lacunas entre a proposta dos documentos norteadores e o seu conhecimento e implementação. Urge manter estratégias de educação em saúde, para favorecer a proximidade da gestão e academia com os serviços e assim, qualificar as práticas na busca de eliminar a TB como problema de Saúde Pública no Brasil até 2030.
EDUCAÇÃO PERMANENTE: IMPACTO NO DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE, POR TESTE RÁPIDO MOLECULAR.
Pôster
Pereira, A.A.D.S.1, Coelho, A.C.O2, Vieira. L.S.1
1 SES MG
2 UFJF
Objetivos: Avaliar o impacto da educação permanente das equipes de saúde no manejo e vigilância da tuberculose, no diagnóstico de sintomáticos respiratórios por teste rápido molecular da tuberculose (TRM-TB). Métodos: Estudo descritivo, realizado nos 37 municípios da Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora (SRSJF), no período de 2018 a 2023. Foram coletados dados de solicitação de TRM-TB disponíveis no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e percentual de municípios notificadores no SINAN, com o intuito de avaliar o impacto das ações educativas no diagnóstico da Tuberculose por TRM-TB. As capacitações foram realizadas a partir de 2019, por meio de reuniões remotas e presenciais, além de visitas técnicas da referência regional do programa de tuberculose às equipes de Vigilância e Atenção à Saúde dos 37 municípios da SRSJF. Para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva (frequência absoluta e relativa). Resultados: De acordo com dados do GAL, em 2018 apenas 9 municípios da SRSJF solicitaram TRM-TB (24,32%). A partir de 2019, houve um aumento progressivo no percentual de municípios solicitantes de 37,8% (n=14) para 81% (n=30) em 2023. No SINAN, o percentual de casos novos de tuberculose com confirmação por TRM-TB, subiu de 36,4% (n=138) em 2018, para 64,0% (n=228) em 2023. Conclusões: Sugere-se que a educação permanente foi estratégica para a ampliação da testagem dos casos suspeitos de tuberculose por TRM-TB e para a melhoria do indicador “Percentual de casos novos pulmonares confirmados por TRM” nos municípios da SRSJF, e potencialmente replicável para outros agravos negligenciáveis.
EPIDEMIOLOOGIA DA TUBERCULOSE NA VI REGIÃO EM SAÚDE – PE: ESTUDO DESCRITIVO DE 2019 A 2023
Pôster
Vasconcellos, M.A.S.1, Vilela, A.P.1, Silva, A.C.R1, Pires, A.P.D.1, Amaral, D.H.A.1, Costa, D.M.A.1, Silva, G.R.A.R.1, Matias, H.V.1, Arcoverde, J.H.V.1, Lucena, J.R.M.1, Mandu, L.C.S.1, Rodrigues, R.M.S.1, Melo, W.E.A.S.1
1 VI Região em Saúde - PE
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões, mas pode se disseminar para os demais órgãos, causando a TB extrapulmonar (TBE). Objetivo: avaliar o perfil epidemiológico da tuberculose na Região Nordeste nos últimos 5 anos. Metodologia: trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo e quantitativo dos casos confirmados de tuberculose na VI Região Pernambuco no período de 2019 a 2023. Resultados: nos últimos 5 anos foram notificados 510 casos de tuberculose nos Municípios da VI Região, o maior número de registrados foi em Arcoverde, com 40% dos casos. Quanto a forma clínica de tuberculose mais prevalente no período, foi a pulmonar com 85% dos casos. Ao analisar o perfil dos indivíduos com tuberculose, constatou-se que 71,5% são do sexo masculino, a faixa etária mais acometida é de 20 a 39 anos equivalendo a 46% dos casos notificados, no que se refere a raça, a parda teve maior percentual declarado, 76,6%. Conclusão: a tuberculose permanece como uma doença da atualidade ainda distante da erradicação na VI região. Os aspectos epidemiológicos evidenciados pela pesquisa, revelam a necessidade de planejamento dos serviços de saúde quanto a capacitação dos profissionais para combater a tuberculose.
EXCESSO DE MORTES POR TUBERCULOSE ATRIBUÍDOS A PANDEMIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Oliveira, M.G.1, Braga, J.U.1
1 ENSP/FIOCRUZ
Objetivos: Estimar o excesso de mortalidade por tuberculose pulmonar no município do Rio de Janeiro, atribuídos a pandemia de COVID-19, segundo área de planejamento. Métodos: Realizado um estudo ecológico misto com dados secundários individuais do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM), do ano de 2010 a 2021, utilizando-se o modelo matemático de Philippe Glaziou. Resultados: o total de óbitos em excesso no município do Rio de Janeiro foi de 1.364 óbitos por TB que são atribuídos a pandemia de COVID-19, sendo 194 entre portadores de HIV e 1.170 entre não portadores de HIV, o que equivale um aumento de 45,7% de óbitos. Vale destacar que algumas áreas de planejamento possuem peculiaridades com relação ao excesso de mortalidade registrada, a AP 2.1 teve 97,2% de excesso de mortalidade por TB, o maior registro do estudo, a AP 3.3 teve a maior perturbação com relação os registros de casos com 12,6% de excesso de óbitos e a AP 5.1 que não teve excesso de mortalidade em sua área. Conclusões: O excesso de mortalidade é um indicador crucial para o monitoramento e a definição de prioridades por parte dos tomadores de decisão orientando decisões estratégicas, alocação de recursos e desenvolvimento de políticas públicas que visem a melhorar a saúde da população e a resiliência do sistema de saúde em momentos de crise, especialmente nos países em desenvolvimento, onde as dificuldades para o diagnóstico adequado de TB e o enfrentamento da doença são amplamente conhecidos.
FREQUÊNCIA DE CURA E ABANDONO NO TRATAMENTO DE TB EM POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE NO RJ,
Pôster
Silva, M.M.1, Oliveira, N.R.2, Tavares, F.G.3
1 Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (PPGSC-UFF)
2 Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (PPGSC-UFF)
3 Universidade Federal Fluminense - UFF
Descrever a ocorrência de cura e abandono do tratamento de Tuberculose pulmonar(TB) na população privada de liberdade(PPL) do Estado do Rio de Janeiro(ERJ) no período de 2015 a 2021. Trata-se de um estudo transversal realizado a partir dos casos de TB ocorridos na PPL notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação(SINAN) cedidos pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro(SES-RJ). Buscou-se descrever a frequência de cura e abandono, segundo características sociodemográficas da população no período de estudo. Foram registrados 7.052 casos de TB na população privada de liberdade do Estado do Rio de Janeiro, dos quais apenas 4.568(64,8%) resultaram em cura. Esse percentual variou entre os sexos: 66,1% para homens e 57,0% para mulheres. A taxa de abandono foi igual para ambos os sexos(23,9%). Dentre as regiões do estado, a região norte apresentou o maior percentual de cura(81,1%), seguida das regiões Baixada Litorânea, Serrana e Médio Paraíba(77,8%, 74,3% e 72,0%, respectivamente. As maiores taxas de abandono foram nas regiões Metropolitana 1(26,5%), Metropolitana II(19,0%) e Baía de Ilha Grande(17,9%). As maiores frequências de cura ocorreram entre as categorias de raça/cor branca(68,5%) e indígena(66,7%), e nas faixas etárias de 30 a 39 anos(67,8%) e 18 a 29 anos(66,3%). Já as maiores frequências de abandono foram nas categorias de raça/cor indígena(33,3%) e amarela(32,4%), e nas faixas etárias de 18 a 29 anos(24,8%) e 40 a 49 anos(23,4%). Esses resultados evidenciam iniquidades no acesso ao tratamento de TB, destacando a necessidade de estratégias de intervenção em saúde.
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE E ABANDONO AO TRATAMENTO
Pôster
Peixoto, T. S.1, Docusse, I. R. X.1, Goulart, L. S.1, CARVALHO, A. G.1
1 Universidade Federal de Rondonópolis
Objetivos: analisar a incidência de casos novos de tuberculose e de abandono ao tratamento em período prévio (2017-2019) e durante a pandemia de COVID-19 (2020-2022) no estado Mato Grosso (MT). Métodos: Estudo ecológico, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram incluídos os casos novos de tuberculose diagnosticados no estado de MT de 2017 a 2022. Para cálculo da incidência, dividiu-se o número de casos novos de tuberculose pelo número da população total residente no estado de MT no período em estudo, multiplicado por 100.000. A taxa de abandono ao tratamento foi calculada a partir do número total de casos de abandono dividido pelo número total de casos novos no período, multiplicados por 100. Esta pesquisa foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa, número do parecer: 6.679.133. Resultados: A incidência de casos de tuberculose no período pré-pandêmico foi de 39,6/100 mil habitantes e de 33,5/100 mil habitantes durante a pandemia de COVID-19, o que representou uma redução de 15,48%. As taxas de abandono foram de 11,2 % (2017-2019) e de 14,1% (2019-2022), indicando um aumento de 2,9%. Os anos com maiores índices de casos novos e de abandono foram 2019 (41,6/100 mil habitantes) e 2021 (15,1%), respectivamente. Conclusões: Durante a pandemia houve diminuição no registro dos casos de tuberculose e aumento do abandono. Deve-se fortalecer nos serviços de saúde ações que promovam a busca dos casos de abandono, além da prevenção e detecção de novos casos da doença.
INVESTIGAÇÃO DE ÓBITOS COM MENÇÃO DE TUBERCULOSE: RELATO DE IMPLANTAÇÃO EM SÃO LUÍS
Pôster
Santos, G.F.L.1, Silova, F.S.1, Moraes, L.R.C.1, Pereira, A.C.1, Fonseca, M.R.1, Amorim, N.M.G.1
1 SEMUS-São Luís
Objetivos: Relatar a experiência da implantação da investigação de óbitos com menção de tuberculose em São Luís e identificar pontos críticos e circunstâncias determinantes dos óbitos.
Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo baseado em dados de óbitos por tuberculose no município de São Luís em 2023. A comissão composta pela equipe do Programa Municipal de Controle da Tuberculose (PMCT) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) verificou informações nos sistemas SIM, SINAN, prontuários e GAL. Com o apoio dos parceiros da rede de saúde, foram investigados os óbitos mencionados.
Resultados: Em 2023, foram registrados 80 óbitos por tuberculose em São Luís, com taxa de mortalidade de 7,7 por 100 mil habitantes, acima da média nacional. A implantação da investigação de óbitos envolveu várias equipes de saúde e resultou na qualificação do sistema de mortalidade, identificando pontos críticos e melhorando a qualidade das informações. Foi criado um Grupo de Trabalho para a investigação contínua dos óbitos.
Conclusões: A implantação da investigação de óbitos com menção de tuberculose em São Luís resultou em uma melhoria significativa na qualidade dos dados sobre mortalidade. A colaboração entre diferentes equipes de saúde foi essencial para o sucesso do projeto. A continuidade dessas investigações é fundamental para melhorar a gestão e o controle da tuberculose no município.
LACUNAS NA VIGILÂNCIA DA TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE: A PARTIR DE LINKAGE DE DADOS
Pôster
Arruda, J. K. S.1, Oliveira, C. L. M.1, Alves, L. G. B.1, Bastos, V.1, Coeli, C. M.1, Saraceni, V.2, Pinheiro, R. S.1
1 UFRJ
2 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico e clínico das subnotificações de TB-DR no SINAN, no município do Rio de Janeiro. Metodologia: Realizou-se um processo de linkage entre as bases de dados do SITE-TB (2013-2018) e do SINAN (2012-2018), em três etapas. Na primeira etapa, utilizou-se o método determinístico, com variação da chave SLK (soundex de fragmentos do nome, data de nascimento e sexo). Na segunda etapa, os registros que não foram relacionados passaram pelo linkage probabilístico, com diversos passos de blocagem a partir de fragmentos do nome do paciente e da mãe, ano de nascimento e sexo com o OpenRecLink. Na terceira etapa, realizou-se a revisão manual dos casos sem vinculação. Registros da mesma pessoa foram deduplicados. Resultados: Foram notificados 1305 casos de TB-DR no SITE-TB. Desses, 362 (27,8%) não estavam no SINAN. Havia 928 casos diagnosticados com TB-DR no SINAN, com a inclusão dos casos subnotificados, o sistema passaria para 1290 casos, apresentando um aumento de 39%. A subnotificação foi acima da média geral entre os indivíduos acima de 40 anos, entre a raça/cor branca (29,7%), os profissionais autônomos assalariados (33%), os que entraram por falência (31,2%) e mais elevada entre indivíduos com resistência adquirida (29,8%). Os casos no SITE-TB com comorbidades tiveram menor subnotificação, apresentando significância estatística. Conclusões: Os resultados mostram a importância do relacionamento entre as bases de dados e como esse processo pode ajudar a identificar casos de TB-DR que deveriam estar presentes no SINAN, melhorando o planejamento das estratégias de vigilância.
LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE TUBERCULOSE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE 2019 A 2023
Pôster
Campos, A. S. F.1, Pinto, A. G. C. F.1, Sousa, B. B. B.1, Santos, D. W.1, Silva, F. O.1, Lages, J. S.1, Santos, M. O.1, Rosa, P. L. R. P.1, Garcia, S. M.1, Figueredo, V. S. L.1
1 HUUFMA
Objetivo: descrever os aspectos epidemiológicos dos casos de tuberculose notificados pelo Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) em um Hospital Universitário entre 2019 a 2023.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo, retrospectivo, referente aos casos de tuberculose notificados no período de 2019 a 2023. Por se tratar de dados secundários, tendo como base o SINAN (Sistema de informação de Agravos), dispensou a aplicação do termo de consentimento esclarecido da portaria 466/60. Foram analisadas as variáveis constantes na ficha de notificação do SINAN, tais como sexo, idade, raça/cor e município de procedência.
Resultados: Foram notificados 134 casos de tuberculose, destes 55,2% (74) eram do sexo feminino, 55,2% (74) maiores de 20 anos de idade, 79,1% (106) da raça/cor parda e 55,9% (75) eram residentes de municípios do interior do Estado do Maranhão. Considerando a série analisada dos últimos 5 anos (2019 a 2023), destaca-se o incremento de 100% no último ano, quando se compara 2019 (20 casos) e 2023 (41 casos).
Conclusões:
Ao final do estudo, observou-se que a maioria dos pacientes notificados para tuberculose pelo NHE do HUUFMA foram do sexo feminino (55,2%), maiores de 20 anos de idade (55,2%), da raça/cor parda (79,1%) e residentes no interior do Estado do Maranhão (55,9%). Cabe destacar a ocorrência de 03 óbitos dentre os 134 casos de TB.
MUDANÇA NO PERFIL DA TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DURANTE A PANDEMIA
Pôster
Oliveira, M.G.1, Braga, J.U.1
1 ENSP/FIOCRUZ
Objetivos: Avaliar mudanças no perfil dos casos de Tuberculose pulmonar no município do Rio de Janeiro decorrentes da pandemia de COVID-19. Métodos: Foi realizado um estudo seccional com dados secundários individuais da base do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do ano de 2010 a 2021. Resultados: Foram realizadas 93.772 notificações, destas 58.700 (62,6%), atenderam aos critérios de inclusão do estudo, quais sejam, ser caso novo de TB pulmonar ou TB Pulmonar + Extrapulmonar, e residir no município do Rio de Janeiro. Os casos foram predominantemente de homens, com razão de dois casos na população masculina para cada caso na população feminina, havendo aumento significativo estatisticamente na proporção de homens de 66,6 para 69,9%, houve aumento de casos na faixa etária 16 a 34 anos (de 45,0 para 48,2%), foi registrado o aumento de pretos ou pardos no período pandêmico, de 63,3 para 71,6%, com razão de dois casos em pretos ou pardos para cada caso em pessoas brancas. A proporção de casos na população privada de liberdade teve aumento de 12,7 para 15,6%, e os beneficiários de programas de transferência de renda passando de 7,3 para 11,4%. Sobre o desfecho dos casos, houve redução de Cura de 68,9 para 65,1% e os casos de Abandono passaram de 14,3 para 17,1%. Conclusões: o Município do Rio de Janeiro apresentou mudanças no perfil dos casos de tuberculose durante a pandemia de COVID-19, comparado ao perfil dos casos no período pré-pandêmico, da mesma forma que o perfil clínico e condições de acompanhamento dos casos passaram por mudanças.
PANORAMA DAS HOSPITALIZAÇÕES POR TUBERCULOSE EM ESTADOS BRASILEIROS, 2012 - 2022.
Pôster
Rocha, A.F1, Gimenes, B.P2, Lima, E.L3
1 Ministério da Saúde
2 Autônoma
3 Instituto do Câncer do Estado de São Paulo
Objetivo: O objetivo deste estudo foi realizar uma análise epidemiológica e temporal das hospitalizações de tuberculose por local de residência nas Unidades Federativas do Brasil (UF) no período entre 2012 e 2022. Método: Estudo ecológico cuja fonte de dados foi o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Para análise de evolução temporal de indicadores padronizados, foram realizadas regressões por joinpoints considerando a variação percentual anual e mudança significativa de tendência. Resultados: Foram observadas 157.751 ocorrências de internação por tuberculose nas 27 UF. Pernambuco apresentou taxa de 13,2 internações por 100 mil habitante (IC 95% 12,7; 13,8). Destaque para decréscimo da taxa de hospitalização no Amapá em -15,1% (IC95% -24,89; -7,59) e crescimento em de 15,5% (IC95% 12,96; 18,60) em Roraima e 14,3 (IC95% 13,3; 15,2) no Mato Grosso do Sul. A região Sul apresentou a maior média anual de gasto por hospitalização em R$ 2.538,13 (dp ± 1.097,52), bem como maior média de tempo para internação hospitalar em 23,5 (dp ± 8,62) dias. Conclusão: Os resultados deste estudo revelam a complexidade da distribuição e evolução das hospitalizações por tuberculose nas diferentes Unidades Federativas do Brasil ao longo da última década. A análise temporal evidenciou variações significativas tanto no aumento quanto na redução das taxas de internação, refletindo as particularidades regionais no combate à tuberculose.
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DA COINFECÇÃO POR TUBERCULOSE/HIV EM MULHERES NO BRASIL
Pôster
Scholze, A. R.1, Oliveira, E. V.1, Melo, E. C.1, De Grandi, A. L.1, Cruz, C. F. R.1, Alves, J. D.2
1 Universidade Estadual do Norte do Paraná
2 Universidade Federal de Mato Grosso
Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Quando associado à coinfecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), há um aumento da suscetibilidade para os piores desfechos no tratamento. Objetivo: Descrever as características sociodemográficas e o perfil clínico-epidemiológica da coinfecção por tuberculose/HIV entre mulheres no Brasil. Método: Estudo descritivo realizado com os casos de coinfecção TB/HIV no Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação, no período de 2012 a 2021. Adotou-se como critérios de inclusão mulheres com coinfecção TB/HIV e residentes nas regiões pertencentes aos estados brasileiros. Os dados coletados foram analisados a partir do software Statistical Package for the Social Sciences, por meio da distribuição da frequência absoluta e relativa. Esta pesquisa não precisou passar por um comitê de ética em pesquisa. Resultados: Foram notificados 25.143 casos de coinfecção TB/HIV em mulheres. Houve um maior predomínio na faixa etária de 20 a 39 anos (n=13.155; 52,35%), com até oito anos de estudo (n=9.334; 37,12%) e raça/cor não branca (n=17.626; 70,10%). Quanto ao perfil clínico operacional e tratamento, eram casos novos (n=16.670; 66,12%), forma clínica pulmonar (n=17.643; 70,17%) e evoluíram para cura (n=9.941; 39,53%), seguidos por abandono (n=5.343; 17,12%) e óbito por outra causa (n=4.305; 9,30%). Conclusão: Por meio dos resultados obtidos neste estudo é possível traçar estratégias de controle da doença, bem como instituir medidas direcionada ao público mais vulnerável e desenvolver ações eficazes para o controle e tratamento da coinfecção TB/HIV.
PERFIL DA TUBERCULOSE EM PERNAMBUCO PRÉ E DURANTE A PANDEMIA POR COVID-19
Pôster
Neves, M.G.A.B.1, Oliveira, A.L.S.1, Schindler, H.C.1
1 Instituto Aggeu Magalhães - Fiocruz Pernambuco
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da Tuberculose (TB) em Pernambuco, comparando o período pré-pandemia e pós-pandemia por COVID-19. Método: Estudo ecológico retrospectivo, onde foram analisados casos novos de TB notificados em Pernambuco durante o período pré-pandemia (2018 a 2019) e durante a pandemia por COVID-19 (2020 a 2021). Os dados foram coletados dos registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e comparados quanto à notificação de casos novos e distribuição demográfica. Resultados: Entre os anos de 2018 e 2021, foram notificados 17.863 casos novos, sendo 9.178 no período pré-pandemico e 8.685 em 2020 e 2021. Foi possível perceber uma discreta queda no número de notificações, principalmente no ano de 2020, tendo uma redução de 630 casos em relação ao ano anterior. A maioria dos casos (11.813) foram notificados na I Gerência Regional de Saúde, onde está localizada a capital do estado. Em relação à população privada de liberdade e população em situação de rua, foi possível perceber a diminuição das notificações, já para profissionais de saúde,foi percebido um aumento no número de notificações em 2020. É importante destacar que durante a pandemia por covid-19, também houve uma diminuição nos tratamentos diretamente observados, com redução de cerca de 1.000 tratamentos, durante o período pandêmico. Conclusão: Durante a pandemia, observou-se uma queda na notificação de casos de TB, possivelmente devido a uma série de fatores, incluindo restrições de mobilidade, interrupções nos serviços de saúde e desvio de recursos para o combate à COVID-19.
PERFIL DOS CASOS NOVOS DE TBDR POR TIPO DE RESISTÊNCIA NO MUNICÍPIO DE MANAUS, 2015 A 2022
Pôster
Mota, M. M.1, Figueiredo, J. C.1, Pungatnik, P. C.1, Viana, P. V. S.2, Pedro, A. S.1, Paiva, N. S.1
1 UFRJ
2 FIOCRUZ
Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico, clínico-epidemiológico e fatores associados aos casos novos de tuberculose drogarresistente (TBDR) segundo tipo de resistência no município de Manaus. Métodos: Estudo descritivo de série histórica com dados dos casos novos de TBDR notificados no SITETB em residentes de Manaus, 2015 a 2022. Foram analisadas as variáveis sexo, raça/cor, faixa etária e escolaridade, forma clínica, padrão de resistência e situação de encerramento segundo tipo de resistência (primária e adquirida). O teste do qui-quadrado de Pearson foi utilizado para identificar as variáveis significativamente associadas ao tipo de resistência (p<0,05). Resultados: Entre 2015 e 2022, foram notificados 468 casos novos de TBDR, sendo 71,3% com resistência primária. Observou-se predomínio de indivíduos do sexo masculino, raça/cor parda e faixa etária de 20 a 39 anos em ambos os tipos de resistência. A maioria dos casos apresentou menos de oito anos de escolaridade (41,9% primária e 44,0% adquirida). A forma clínica pulmonar foi a mais frequente (96,7% para resistência primária e 92,5% para adquirida). Multidroga-resistente ou tuberculose extensivamente resistente (MDR/XDR-TB) foi o padrão de resistência predominante entre os casos de resistência inicial (76,9% e 62,9%) e atual (54,6% e 70,2%). A maioria dos casos apresentou sucesso terapêutico no encerramento do caso (51,2% e 42,5%), seguida de perda de seguimento (35,9% e 40,3%). Estiveram associados ao desfecho as variáveis raça/cor, forma clínica e padrão de resistência. Conclusões: Identificar os fatores associados ao tipo de resistência pode contribuir para ações de vigilância e controle mais específicas em Manaus.
PERFIL DOS CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE DOGRARRESISTENTE POR RAÇA/COR EM MANAUS, 2015 A 2022
Pôster
Mota, M. M.1, Figueiredo, J. C.1, Pungatnik, P. C.1, Viana, P. V. S.2, Pedro, A. S.1, Paiva, N. S.1
1 UFRJ
2 FIOCRUZ
Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos casos de tuberculose drograrresistente (TBDR) segundo raça/cor no município de Manaus. Método: Estudo descritivo de série histórica com dados de TBDR notificados no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITE-TB) em residentes de Manaus, de 2015 a 2022. Foram analisadas as características sociodemográficas (sexo, faixa etária e escolaridade) e clínico-epidemiológicas (tipo de resistência, padrão de resistência e situação de encerramento) segundo raça/cor autodeclarada. Resultados: Entre 2015 e 2022, foram notificados 468 casos de TBDR, sendo 85,6% pardos/pretos. A faixa etária de 20-39 anos foi predominante em ambas as raças. O sexo masculino foi mais frequente entre os pardos/pretos (65,1%) e o feminino entre brancos (53,7%). Quanto à escolaridade, 59% dos casos autodeclarados brancos apresentaram mais de oito anos de estudo, enquanto a maioria dos pretos/pardos tinha menos de oito anos de estudo (53,6%). Em ambas as raças, predominou a resistência primária, a forma pulmonar da doença, multidroga-resistente ou tuberculose extensivamente resistente (MDR/XDR-TB) como resistência inicial e atual, e sucesso terapêutico seguido por perda de seguimento no encerramento. Conclusões: A distribuição dos casos novos de TBDR é desigual ao estratificar por raça/cor. A maior parte dos casos foi notificada em pessoas pardas/pretas com baixa escolaridade, do sexo masculino, de 20-39 anos e com resistência primária. A alta proporção de perda de seguimento também é destacada. É essencial considerar os aspectos específicos relacionados à raça/cor na vigilância e nas ações de controle da TBDR em Manaus.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NO BRASIL NOS ANOS DE 2013 A 2023
Pôster
Tavares , A. C.1, Silva , A. S.1, Fonseca , I. M.1, Silva, R. R. C. P1, Bastos , T. V. R1, Silva, L. M. S1
1 UECE
Objetivo: Apresentar os dados epidemiológicos e distribuição dos casos de tuberculose nos anos de 2013 a 2023 no Brasil. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal e descritivo, que utilizou os dados secundários sobre os números e as variáveis sociodemográficas relacionadas aos casos notificados de tuberculose no Brasil, provenientes dos Boletins Epidemiológicos de Tuberculose da Secretaria de Vigilância em Saúde, oriundos do Sistema de Informações de Agravos de Notificações do Sistema Único de Saúde (SINAN/DATASUS) no período de 2013 a 2023. A coleta de dados foi realizada de abril a maio de 2024. Realizou-se a busca dos números de casos de tuberculose no Brasil e a correlação destes dados com as variáveis (região, sexo, faixa etária, raça e escolaridade). Os dados foram analisados de forma descritiva frequencial. Resultados: Identificou-se um total de 1.016.051 casos de tuberculose, com predominância na região Sudeste (n=458.517; 45,1%) em comparação às demais regiões, sendo a maioria em pacientes do sexo masculino (n= 707.974; 69,7%) e na raça parda (n=494.142; 48,6%). Os casos predominaram na faixa etária dos 20 a 39 anos (n= 464.489; 45,7%), em relação ao nível de escolaridade obteve um percentual (n= 284.333; 28%) de dados ignoradoranco seguida do nível escolar da 5ª a 8ª serie incompleta do ensino fundamental (n=190.132; 18,7%). Conclusões: Por meio do levantamento dos dados conclui-se a necessidade de fortalecimento dos sistemas de Vigilância Epidemiológica com relação às estratégias de saúde e mecanismos efetivos e aplicáveis de prevenção e assistência, para que assim seja possível uma redução do número de casos da tuberculose.
PREVALÊNCIA DA TUBERCULOSE NO ESTADO DE SERGIPE NOS ANOS DE 2022-2023
Pôster
Sena, L.O.C.1, Moraes,M.L.A.M2, Jacob,L.R.1, Santos,V.S.3, Melonio,B.A.C3, Alves,M.R.M.1, Santos, C.A.1, Cerqueira,B.C.4, Bezerra,G.V.B.1, Junior,B.S.M.4, Abrantes, J J P A5, Lima, S T S D6, Costa, M A7, Telles,A.F.C1
1 FSPH LACEN SERGIPE
2 FAPESE
3 UFS- Universidade Federal de Sergipe
4 UNIT-Universidade Tiradentes
5 FIOCRUZ RJ
6 LACEN CEARÁ
7 LACEN ACRE
Objetivo: O objetivo da pesquisa é analisar a prevalência dos casos positivos para Tuberculose de acordo com a região (sub-regiões geográficas) da unidade de saúde requisitante no estado de Sergipe, no período de 2022 e 2023.
Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico de natureza descritiva, realizado a partir da coleta de dados detectáveis para Tuberculose no estado de Sergipe no período de 2022 e 2023, diagnosticados através do Teste rápido molecular pelo LACEN. O levantamento de dados foi realizado através do sistema GAL.
Resultados: O número total de amostras testadas entre os anos de 2022 e 2023 foi de 14.015, no ano de 2022 o número de amostras positivas foi de 1.207 e em 2023, foram diagnosticados 1.211 casos positivos. Deste total de amostras detectáveis, 2.267 foram amostra de escarro, 11 de aspirados,79 de lavados, 1 de urina, 13 de liquor e 37 de outros materiais biológicos. Notou-se que a região da grande Aracaju foi a região com mais casos positivos totalizando 1.685 casos e a região do médio sertão foi a que obteve o menor número de casos detectáveis, com 21 casos.
Conclusão: Concluimos que a grande Aracaju é a região com mais casos detectáveis de Tuberculose, considerando que os municípios que compõe a região são mais populosos e com fácil acesso a postos de coleta, com base nos dados observamos que o número de requisições dos municípios que compõe o médio sertão são muito baixos, o que resulta em um baixo número de casos detectáveis para o agravo.
PROPOSTA PARA A RECLASSIFICAÇÃO DO ENCERRAMENTO DE TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE NO SINAN
Pôster
Oliveira, C. L. M1, Arruda, J. K. S.1, Alves, L. G. B1, Bastos, V.1, Coeli, C. M.1, Saraceni, V.2, Pinheiro, R. S.1
1 UFRJ
2 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: Recuperar possíveis casos de tuberculose drogarresistente (TB-DR) que não foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e propor meios para a reclassificação desses casos. Metodologia: Realizou-se um linkage dos registros do SINAN (2012-2018) com os do SITE-TB de (2013-2018) em três etapas. Na primeira, realizou-se o método determinístico usando linguagem SQL, na segunda, os registros não relacionados passaram por linkage probabilístico com o OpenReclink, e na última, os casos que não foram identificados passaram por revisão manual. A deduplicação manteve o registro da última entrada no SINAN e a primeira no SITE-TB. Registros com intervalo entre as datas de diagnóstico do SINAN e do SITE-TB superior a 270 dias foram excluídos. Resultados: Dos 897 pares de notificações encontrados pelo linkage, 62% já possuíam como situação de encerramento a TB-DR no SINAN. Por outro lado, 5,2% estavam como abandono, 11% como cura, 10% como transferência, 3,9% como óbito, 1,4% como mudança de esquema, 0,9% como falência, e 5% estavam em branco. Ademais, 488 (54,4%) eram casos novos e somente 324 tinham o encerramento de TB-DR. Entretanto, pode haver casos fora do intervalo considerado para o SINAN. Com a reclassificação haveria um aumento de aproximadamente 63% de TB-DR no SINAN. Conclusão: Com o linkage, foi possível resgatar 37,6% dos casos de TB-DR que não possuíam registro no principal sistema de informação da TB. Portanto, o linkage é uma ferramenta importante para a vigilância da tuberculose.
RELAÇÃO DA TUBERCULOSE COM O ÓBITO POR COVID-19 EM ADULTOS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Machado, L. S.1, Pinheiro, R. S.1, Saraceni, V.2, Rocha, M. S.3, Coeli, C. M.1, Paiva, N. S.1
1 UFRJ
2 Fiocruz
3 Ministério da Saúde
A tuberculose pode vir juntamente à covid-19 e parece haver aumento da mortalidade quando associadas. Objetivo: Analisar o óbito por covid-19 e a relação com a tuberculose em adultos do município do Rio de Janeiro. Métodos: Foi empregada técnica de mineração de dados para obtenção de regras de associação, pelo algoritmo Apriori, na base de dados SIVEP-Gripe, anos 2020-2021. A tuberculose foi identificada a partir do campo aberto das comorbidades, por meio de fragmentos da palavra e foram considerados registros com evolução óbito por covid-19 de internações hospitalares. A análise foi realizada: antes do início da vacinação (01/03/2020 a 17/01/2021) e após (18/01/2021 a 31/12/2021) e as métricas para análise das regras foram count, confiança, lift e support, usando o software RStudio, versão 4.3.1. Resultados : A tuberculose relacionada ao óbito por covid-19 teve 31 regras de associação antes da imunização, após a imunização, foram 23 regras da TB relacionada a óbito por covid-19. Confirmando outros estudos, o risco de óbito aumentou com o aumento da idade, e com o aumento do número de comorbidades. Porém, pacientes não idosos com tuberculose, entre 40 e 59 anos, apresentaram aumento no risco de morte, independentemente de possuírem outras comorbidades de saúde. Conclusões: A tuberculose pareceu aumentar o risco de morte de pacientes internados com covid-19, mesmo após a introdução da vacinação, embora este risco tenha sido diminuído em comparação ao período anterior a introdução do imunizante na população. As regras de associação identificaram perfis específicos de risco.
SIMULAÇÃO CLÍNICA NA CAPACITAÇÃO NO RASTREIO PRECOCE DE TUBERCULOSE
Pôster
Moraes, A.C.B.1, Carvalho, N.P.M.1, Souza, C.B.1, Carvalho, L.M.F.1, Storch, B. G.1, Santos, N.J.G.1, Santos, M.S.S.1, Depret, D.2, Rafael, R.M.R.1, Reis, A.G1
1 UERJ
2 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo demonstrar o uso da Simulação Clínica na graduação em enfermagem e para enfermeiros como uma ferramenta eficaz para capacitação no rastreio de tuberculose. Metodologia: Estudo descritivo quantitativo, realizado em duas etapas realização de 3 cenários simulados que tiveram como tema consultas de rastreio de tuberculose e aplicou-se uma entrevista semi-estruturada de viés educativo, já validada para utilização de simulação clínica no ensino, para captar o grau de satisfação e autoconfiança na aprendizagem após a simulação. CEP aprovado 6.509.348. Resultados: Questionou-se 30 participantes, se o cenário da simulação era realista e relevante para a prática clínica e se os casos abordados refletiam as situações clínicas reais de pacientes com tuberculose, onde 100% dos entrevistados concordaram com a afirmativa. Quanto ao se sentir confortável e confiante durante a simulação, 70% das pessoas afirmaram que se sentiram dessa maneira e 30% parcialmente seguro e confortável. Nas perguntas sobre a simulação ter contribuído para o entendimento e melhoria no manejo e controle da tuberculose, 100% das pessoas afirmaram contribuição positiva. Conclusões: A utilização da simulação clínica como ferramenta de capacitação de estudantes e profissionais mostrou-se extremamente eficaz, pois ajudou-os a experimentar as ferramentas de identificação da presença de tuberculose. Após o cenário simulado, foi relatado que os participantes se sentiram mais confiantes quando atenderem casos similares. Estes cenários amparam a aprendizagem da detecção da doença precocemente, o que resulta na diminuição de agravos e também impacta diretamente na redução da transmissão da doença.
SUBNOTIFICAÇÃO RELATIVA DA TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE EM PACIENTES ADULTOS DE BRASIL.
Pôster
Aguilar-Jimenez, J.R.1, Diaz-Quijano, F.A.2
1 Universidade de São Paulo; Universidad de Santander.
2 Universidade de São Paulo.
Introdução. A resistência às drogas é um desafio para a eliminação da tuberculose (TB). Nos últimos anos, 30,7% dos casos de tuberculose no Brasil tiveram acesso ao GenXpert®MTB/RIF e menos de 20% tiveram acesso ao teste de suscetibilidade antimicrobiana.
Objetivo. Estimar a prevalência de TB-DR e a subnotificação relativa do sistema de vigilância em pacientes adultos do Brasil.
Métodos. A população do estudo foram 407.541 casos novos de TB de pessoas com 18 anos ou mais, notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) entre 01/01/2015 e 31/12/2020. A prevalência de TB-DR foi estimada em pacientes com acesso ao testagem ao GenXpert®MTB/RIF, considerado o grupo com maior sensibilidade para detectar resistência. As observações para esse cálculo foram ponderadas pelo inverso da probabilidade de acesso a essa ferramenta diagnóstica, segundo um modelo preditivo realizado anteriormente. Usando essas prevalências estimadas como referência, foi calculada a subnotificação relativa no sistema de vigilância. A análise foi realizada com o software Stata® 18.0.
Resultados. A prevalência ponderada de TB-DR foi de 5,95% (IC95%: 5,54%-6,38%) e a notificada no sistema de vigilância foi de 1,54% (IC95%: 1,50%-1,57%). A subnotificação relativa foi 74.12% (IC95%: 72.2% - 75.86%) e por região variou desde 62,34% (IC95%: 52,78% - 69,95%) no estado de São Paulo até 82,72% (IC95%: 80,96% - 84,31%) na região Nordeste.
Conclusões. A aplicação dos métodos descritos ilustrou um forte viés relacionado ao acesso a métodos de diagnóstico, com variações importantes entre regiões.
Palavras-chave: Tuberculose, Resistência às drogas, Brasil, Modelo preditivo, Diagnóstico.
SURVEILLANCE OF DRUG-RESISTANT TUBERCULOSIS IN BRAZILIAN NATIONAL REFERENCE LABORATORY
Pôster
Rêgo, A.M.1, Redner, P.1, Viana, P.V.S.1, Ferreira, N.V.1, Medeiros, R.F.M.M1, Montes, F.C.O.F.1
1 CRPHF/FIOCRUZ
Objectives: To analyze trends in multidrug-resistant tuberculosis (MDR-TB) and resistance levels in the Brazilian National Reference Laboratory from 2015 to 2022. Methods: A retrospective analysis was conducted on phenotypical drug susceptibility testing (DST) data obtained from samples received at a National Reference Laboratory in Rio de Janeiro. The automated BD ™ MGIT ™ BD system to first and second line drugs. Results: Of the 7012 specimens, 37.04% showed resistance to at least one first line drug, with 1855 specimens identified as MDR-TB. The highest number of MDR-TB and pre-XDR-TB occurred in 2019, with 48.2% of the samples resistant to isoniazid and rifampicin, and 16.13% showing additional resistance to at least one fluoroquinolone. Annual resistance rates fluctuated between 26.7% and 67.3%. Recent data suggest a decline in resistance to anti-tuberculosis drugs over the past four years. Conclusions: The ongoing transmission of resistant strains highlights the need for early diagnosis, optimized treatment, and effective contact tracing of MDR-TB patients. This data corroborates the last tuberculosis epidemiological document from the Ministry of Health.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE EM ADULTOS BRASILEIROS: 2001 A 2021
Pôster
Seabra, D.B.M.H1, Oliveira, A.M.1, Lessa, A.C.2, Freitas, R.F.1
1 UFAM
2 UFVJM
Objetivo: Analisar a tendência temporal da incidência de tuberculose em adultos brasileiros, no período de 2001 a 2021. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais. Foram calculadas as taxas de incidência geral, específica por sexo, faixa etária e forma clínica. Para a observação da tendência de mortalidade, utilizou-se o modelo de Prais-Winsten e taxa de incremento anual. Resultados: Entre 2001 e 2021, foram notificados no Brasil 1.446.499 casos confirmados de tuberculose em adultos de 20 a 59 anos, identificou-se tendência decrescente da incidência geral (β=-0,005; p=;0,001; TIA=-1,3%). Com relação à faixa etária, sexo e forma clínica, em todos os estratos a tendência foi decrescente, exceto para a faixa etária de 20 a 29 anos que foi classificada como estacionária. Conclusão: No período analisado, ocorreu redução na taxa de incidência de tuberculose no Brasil em ambos os sexos, exceto na faixa etária de 20 a 29 anos que permaneceu estacionária.
THE COMPLEX IMPACT OF THE COVID-19 PANDEMIC ON TUBERCULOSIS RECORDS IN PERNAMBUCO, BRAZIL
Pôster
Dias Neto, E.R1, Matos, T.S2, Bezerra-Santos, M3, Carmo, R.F1, Souza, C.D.F1
1 Universidade Federal do Vale do São Francisco
2 Universidade de Pernambuco
3 Universidade Federal de Alagoas
Objective: This study aimed to analyze the temporal evolution, spatial distribution and impact of the COVID-19 pandemic on tuberculosis records in a northeastern state of Brazil. Methods: This is an ecological study involving all diagnoses of Tuberculosis (TB) in residents of the state of Pernambuco/Brazil. Data were extracted from the National System of Notifiable Diseases. A pre-pandemic Covid-19 temporal analysis (2001-2019), a spatial analysis before (2015-2019) and during the first two pandemic years (2020-2021), and the impact of the Covid-19 pandemic on cases of TB diagnoses in Pernambuco in the years 2020 and 2021 were performed. Inflection point re-gression models, Global and Local Moran’s statistics and spatial scan statistics were used. Results: In the period from 2001 to 2019, 91,225 cases of TB were registered in Pernambuco (48.40/100,000 inhabitants), with a tendency of growth starting in 2007 (0.7% per year; p=0.005). In the pre-pandemic period (2015-2019), 10.8% (n=20) of Pernambuco municipalities had TB incidence rates below 10/100,000. In 2020, this percentage reached 27.0% (n=50) and in 2021 it was 17.8% (n=33). Risk clusters were identified in the eastern region of the state, with five clusters in the pre-pandemic period and in 2021 and six in 2020. In the first year of the pandemic, an 8.5% reduction in the number of new TB cases was observed. In 2021, the state showed a slight increase (1.1%) in the number of new TB cases. Conclusion: The data indicate that the pandemic of COVID-19 may have caused a reduction in the number of new TB case reports in the state of Pernambuco/Brazil
TUBERCULOSE EM MENORES DE 19 ANOS NAS MACRORREGIÕES DA BAHIA:TENDENCIA DE CASOS(2010-2021)
Pôster
Nhamuave, E. A.1, Vilar, M.E.M.1, Andrade, R.1, Saavedra, R. C.1, Pereira, S. M.2, Barreto, F. R.1
1 UFBA
2 UFBA, Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
Introdução: Apesar de imunoprevenível, a tuberculose (TB) tem sido importante causa de adoecimento e mortalidade em crianças e adolescentes.
Objetivo: Descrever a ocorrência de TB em crianças e adolescentes menores de 19 anos nas macrorregiões de saúde da Bahia, entre 2010-2021.
Métodos: Estudo ecológico exploratório de série temporal, realizado nas macrorregiões de saúde da Bahia, a partir de casos novos de TB notificados no SINAN/Datasus, Ministério da Saúde. Informações referentes aos casos de TB foram usadas para estimar as proporções de TB todas as formas clínicas, sexo, faixa-etária e raça/cor no período do estudo, em menores de 19 anos.
Resultados: Entre 2010-2021 o número de casos novos de TB foi de 4636, dos quais 51% (2358 casos) na macrorregião Leste. 83% dos casos foram de TB pulmonar, 54% no sexo masculino, 60% entre pessoas de raça parda (10% ignorados/branco) e 67% dos casos entre 15-19 anos. Durante o período em estudo, verificou-se uma tendencia sem grandes variações no número e proporção de casos de TB pelas macrorregiões, sendo a macrorregião Leste a que apresentou o maior número e proporção de casos, seguido pela macrorregião Sul. As macrorregiões Oeste e Centro-norte apresentaram tendencias mais baixas em praticamente todo o período do estudo.
Conclusão: Os dados apontam que a TB em crianças e adolescentes continua sendo um enorme desafio e que políticas efetivas voltadas para esse grupo precisam ser reforçadas, principalmente em regiões com heterogeneidade em suas características socioeconômicas, ou seja, apresentam melhores indicadores socioeconômicos, porém com níveis de desigualdade interna elevados.
TUBERCULOSE ENTRE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA EM MANAUS/AM: INCIDÊNCIA E DESFECHOS
Pôster
Sacramento, D. S.1, Bruce, A. T. I.2, Cordeiro, D. C.3, Siqueira, T. M.4, Jardim, T. A. P.5, Almeida, V. C. C.4, Ferreira, M. M.4, Fonseca, A.C.S6, Sampaio, V. S.7
1 Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA - Manaus); Doutorado Acadêmico em Saúde Pública na Amazônia (UEA/UFAM/Fiocruz)
2 Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA - Manaus); Universidade de São Paulo (USP)
3 Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA - Manaus); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
4 Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA - Manaus)
5 Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA - Manaus); Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
6 Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV/AM); Secretaria Municipal de Saude de Manaus (SEMSA-Manaus)
7 Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD); Instituto Todos pela Saúde (ITpS)
OBJETIVO: Analisar a incidência e o desfecho da tuberculose (TB) entre a população em situação de rua (PSR) no município de Manaus, Amazonas, no período de 2015 a 2022.
MÉTODOS: Estudo transversal com dados secundários provenientes do SINAN. Foram incluídos todos os casos novos , residentes em Manaus, com data de diagnóstico entre 2015 e 2022 e identificados como PSR. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, raça/cor, teste de HIV, forma clínica, agravos associados (alcoolismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas), tratamento diretamente observado e situação de encerramento. Os casos foram analisados por meio de técnicas da estatística descritiva utilizando o software IBM SPSS 21.0.
RESULTADOS: Foram notificados 298 casos novos de TB nas PSR no período estudado. Em 2022, a incidência de TB na PSR foi 78 vezes maior que na população geral. Os casos concentraram-se entre pessoas do sexo masculino (79,2%), pardas (83,2%), com menos de 8 anos de estudo (62,1%) e faixa etária de 30 a 59 anos (72,8%). Os agravos associados mais prevalentes foram: uso de drogas ilícitas (53,7%), alcoolismo (48,0%), tabagismo (42,6%) e HIV (24,2%). Apenas 24,8% dos casos diagnosticados evoluíram para a cura. Em 51,7% dos casos houve abandono ao tratamento e 16,4% dos casos novos foram a óbito.
CONCLUSÕES: O baixo índice de cura, juntamente com a alta taxa de abandono do tratamento e óbito, destaca a necessidade urgente de intervenções direcionadas e estratégias de saúde pública eficazes para melhorar os desfechos de TB nessa população vulnerável.
TUBERCULOSE NA FAVELA DA ROCINHA ANTES E DURANTE A EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DA COVID-19
Pôster
Santos, R. R.1, Paula, B. B.1, Silva, W. M. V.1, Ramos, J. P.1, Novo, S.P.C.2
1 ENSP/Fiocruz
2 IOC/Fiocruz
Objetivo: Relatar a epidemiologia da tuberculose (TB) pulmonar antes e durante a Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (ESPII) da COVID-19. Métodos: Estudo ecológico baseado em dados secundários de acesso aberto de pacientes diagnosticados com TB durante os períodos pré ESPII (2017, 2018 e 2019) e ESPII (2020, 2021 e 2022), notificados pelas Unidades Básicas de Saúde da favela da Rocinha. Os dados foram coletados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Foi realizada estatística inferencial (nível de significância = 0,05) e cálculos de taxa de incidência e alteração percentual. Resultados: No período pré ESPII foram notificados 451 casos novos de TB pulmonar, (21,6/10.000 habitantes), enquanto no período de ESPII foram notificados 538 casos (p-valor = 0,167) (26,6/10.000 habitantes). O ano de 2018 apresentou redução percentual (-13,1%) de casos em relação ao ano anterior, porém, verificou-se tendência de aumento desses nos anos consecutivos. Dos casos notificados em ambos os períodos, a maior parte encerrou-se com cura (pré ESPII 84,5%; ESPII 80,3%; p-valor = 0,301), seguido do abandono do tratamento (pré ESPII 8,4%; ESPII 9,1%; p-valor = 0,464). Conclusões: Apesar dos impasses inseridos aos sistemas de saúde pela pandemia de COVID-19, não foi detectado diferença estatística significativa entre o número de casos notificados, cura e abandono para os dois períodos abordados. Entretanto, observou-se tendência de aumento do número desses na comunidade, além da redução do percentual de cura da doença e aumento do percentual de abandono do tratamento.
PANORAMA COINFECÇÃO DE TB-HIV ERJ DO BANCO RELACIONADO 2010 A 2020
Pôster
Pessanha, GF1
1 SES - RJ
O enfrentamento à coinfecção TB-HIV é ainda um grande desafio para o ERJ. Estratégias de controle da tuberculose (TB) e do HIV/aids precisam considerar desde questões que perpassam a história natural da sinergia entre esses agravos até os múltiplos aspectos que predispõem a população à exposição e ao adoecimento - incluindo as disparidades sociais e as barreiras para o acesso universal aos serviços de saúde. Nesse contexto, o presente trabalho traz o panorama epidemiológico da coinfecção TB-HIV no ERJ e seus municípios de 2010 a 2020. Realizou-se recorte para o ERJ do relacionamento probabilístico nacional entre as seguintes bases de dados nacionais: Sistema de Informação de Agravos de Notificação da TB e do HIV/; Sistema de Informações sobre Mortalidade relativas à TB e ao HIV/aids; Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da RedeNacional de Contagem de Linfócitos CD4+/CD8+ e Carga Viral do HIV; e Sistema de Controle Logístico de Medicamentos. Após o relacionamento probabilístico (linkage) das bases de dados, observou-se acréscimo de 5.570 (11,8%) casos novos na série histórica de 2001 a 2020. A partir de 2014, observa-se redução na proporção de casos novos com coinfecção TB-HIV no total de casos novos de TB: de 11,9% (1.239 casos) para 9,8% (1.058 casos) em 2020. O perfil das pessoas acometidas são informações essenciais para o desempenho das ações de atenção em saúde no enfrentamento da coinfecção TB-HIV.