Programa - Sessão de Poster - Epidemiologia das doenças transmissíveis - 6. Outras doenças transmissíveis
EXCESSO DE MORTALIDADE GERAL E MORTALIDADE POR COVID-19 NO BRASIL E REGIÕES NO ANO DE 2020
Pôster
Macedo, L. R.1, Araújo, C. B.1, Carvalho, L. F.1, Lobato, J. C. P.2, Paiva, N. S.1, Costa, J. L.1
1 UFRJ
2 UFF
Objetivos: Avaliar o excesso de mortalidade geral e a mortalidade por COVID-19 nas regiões do Brasil, no ano de 2020.
Métodos: Estudo ecológico descritivo que calculou o excesso de mortalidade geral, por sexo e faixa etária. Dados sobre óbitos foram extraídos do Sistema de Informações de Mortalidade e dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O indicador de excesso de mortalidade foi calculado considerando: a diferença entre as taxas de mortalidade observadas em 2020 e a média das taxas de 2015 a 2019, padronizadas pela população brasileira em 2017; e a diferença entre os óbitos observados e aqueles esperados para 2020, obtida através de uma modelagem quasi-Poisson.
Resultados: No Brasil, a taxa de mortalidade geral no ano de 2020 foi de 685 óbitos por 100 mil habitantes, sendo o excesso de mortalidade de 53 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de mortalidade por COVID-19 foi de 93 óbitos por 100 mil habitantes. As maiores taxas de mortalidade geral foram observadas nas regiões Norte e Nordeste. O excesso de óbitos, em todo o país em 2020, foi de 16%; sendo 17% para o sexo masculino, 16% para o feminino, 7% para indivíduos entre 0 e 59 anos, e 20% para aqueles com idade igual ou superior a 60 anos.
Conclusões: Os resultados permitiram um entendimento mais direcionado do impacto da pandemia de COVID-19 na mortalidade do Brasil em 2020, apontando um excesso de óbitos mais expressivo entre o grupo de homens com idade superior a 60 anos.
EXPLORANDO A DIVERSIDADE SINTOMÁTICA DA COVID-19 EM DIFERENTES VARIANTES DO SARS-COV-2
Pôster
Moura, S. V.1, Pina. M. F. R.1
1 ENSP/FIOCRUZ
Introdução: No Brasil, os casos de COVID-19 se deram por diversas linhagens, e os sintomas foram mudando à medida que novas variantes surgiram Objetivo: Mapear a sintomatologia das hospitalizações descrita no campo aberto da ficha de notificação atribuídos à COVID-19, conforme a variante vigente no país. Método: Estudo epidemiológico retrospectivo, exploratório e descritivo, utilizando dados desidentificados do banco de dados SIVEP-Gripe da plataforma OpenDATASUS do Ministério da Saúde, abrangendo o período de março de 2020 a 01 de janeiro de 2022. Resultados: Identificou-se os sintomas do campo aberto da ficha de notificação e os dez sintomas mais frequentemente identificados nesse período foram: mialgia, cefaleia, coriza, astenia, inapetência, dor torácica, náuseas e fraqueza, mal-estar e calafrio. Na vigência da variante B.1.1 de março a dezembro de 2020 foram a mialgia 28,3%, cefaleia 25,2%, coriza e astenia 8,1%, inapetência 6,0%, dor torácica 4,7%, calafrio 2,1%, mal-estar 3,0%, náuseas 3,7%, fraqueza 3,2%. A variante brasileira P.1, teve seu auge de dezembro de 2020 a agosto de 2021 os sintomas são os mesmos, mialgia 20,2%, cefaleia 19,3%, coriza 6,0%, astenia 6,9%, inapetência 4,7%, dor torácica 3,2%, fraqueza 2,8%, náuseas 2,7%, mal-estar 2,4%, cansaço 1,9%, prostração 1,6%, calafrio 1,4%, dor nas costas 1,3% além de outros sintomas com frequências menores que 1% Conclusão: As variantes do vírus não só confirmam a diversidade genética significativa, mas também uma gama de sintomas clínicos apresentados pelos pacientes hospitalizados. Essas distinções têm profundas implicações tanto para a epidemiologia quanto para as políticas e práticas de saúde.
FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO DE SRAG POR COVID-19 NO PERÍODO PÓS-VACINAÇÃO, RIO DE JANEIRO
Pôster
Silva, J.S.1, Paiva, N.S.1
1 UFRJ -IESC - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
Objetivo: Analisar os fatores associados ao óbito dos casos notificados e confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19 em residentes com 18 anos ou mais do município do Rio de Janeiro de junho de 2021 a maio de 2022. Métodos: Estudo transversal com dados secundários do Sistema de informação SIVEP-GRIPE. Modelos de regressão logística, simples e múltiplo, foram empregados para estimar razões de chance brutas e ajustadas dos fatores associados ao óbito de SRAG por COVID-19. Resultados: Dos 3.790 casos notificados e confirmados de SRAG por COVID-19 no município do Rio de Janeiro,1.245 (32,8%) evoluíram para óbito. Do total de casos, 56,5% eram do sexo masculino, 54,3% estavam na faixa etária de 40 a 59 anos, 43,9% eram pretos/pardos, 58,7% possuíam comorbidades, 48,9% foram internados em UTI e 69,9% usaram algum suporte ventilatório 69,9%. Na análise ajustada, associaram-se ao óbito ter 50 a 59 anos [(OR=2,53 IC95% 1,57;4,20), 60 a 69 anos, (OR=2,75 IC 95% 1,68;4,63), 70 a 79 anos (OR=4,23 IC95% 2,59;7,13), 80 ou mais (OR=5,80 IC95% 3,57;9,73)], elevado número de comorbidades (duas [OR=1,34 IC 95% 1,07;1,67] e três ou mais [OR=2,42 IC 95% 1,83;3,20]), internação em UTI (OR=1,79 IC95% 1,35;2,38) e uso de suporte ventilatório invasivo (OR=12,7 IC95% 9,04;18,1). Conclusão: Os principais fatores associados ao óbito foram faixa etária, cor da pele parda/preta, elevado número de comorbidades, internação em Unidade de Terapia Invasiva e necessidade de uso de suporte ventilatório invasivo.
FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO POR MALÁRIA NO BRASIL DE 2010 A 2020
Pôster
Garcia, K.K.S.1, Abrahão, A.A.1, Ramalho, W.M.1, Siqueira, A.M.2
1 UnB
2 Fiocruz
Objetivos: Analisar fatores associados a óbitos por malária no Brasil de 2011 a 2020.
Métodos: Este é um estudo caso-controle que utiliza dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária para investigar óbitos por malária no Brasil entre 2011 e 2020. Para identificar os óbitos foi necessário utilizar técnicas de record linkage. Utilizou-se modelos de regressão logística.
Resultados: Registraram-se 490 óbitos por malária no Brasil neste período. Na região extra-amazônica, os fatores associados aos óbitos incluíram infecção por P. falciparum ou outras formas diferentes de P. vivax e infecção contraída em outro país. Na região amazônica, os fatores de risco identificados foram: idade inferior a 6 meses, entre 6 e 11 meses, entre 40 e 59 anos, ou 60 anos ou mais, infecção em aldeias indígenas, detecção após 72 horas do início dos sintomas. A detecção ativa de casos de malária foi identificada como um fator protetor contra óbitos por malária.
Conclusões: Para atingir a meta do Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM) de eliminar os óbitos por malária no Brasil até 2030, é fundamental aprimorar a detecção precoce e a assistência aos casos, com um foco especial em estratégias de detecção ativa e no fortalecimento da vigilância epidemiológica, especialmente em áreas indígenas.
SINTOMAS DA COVID-19 REGISTRADO NO CAMPO ABERTO: CARACTERISTICAS DOS HOSPITALIZADOS 2020
Pôster
Moura, S. V.1, Pina, M. F. R.1
1 ENSP/FIOCRUZ
Introdução: A pandemia de COVID-19 representou um desafio sem precedentes para a saúde pública global. A variabilidade clínica da doença, variando de assintomática a grave, exigiu uma compreensão aprofundada de seus diversos aspectos. Método: Estudo epidemiológico retrospectivo, exploratório e descritivo, utilizando dados desidentificados do banco de dados SIVEP-Gripe da plataforma OpenDATASUS do Ministério da Saúde, abrangendo o período de março de 2020 a 2 de janeiro de 2021. Objetivo: Mapear a sintomatologia das hospitalizações descrita no campo aberto da ficha de notificação atribuídos à COVID-19. Resultados: Em 2020 no Brasil, ocorreram 1.200.470 internações relacionadas à SRAG, das quais 675.785 (56%) foram especificamente atribuídas à COVID-19. Entre essas internações, 207.274 registros (31%) apresentaram informações no campo aberto. Foram identificados 137 sinais e sintomas, sendo os dez mais frequentes: mialgia (69.112, 33%), cefaleia (61.747, 29,8%), astenia (20.032, 9,7%), coriza (19.932, 9,6%), inapetência (14.838, 7,2%), dor torácica (11.698, 5,6%), náuseas (9.052, 4,4%), fraqueza (8.084, 3,9%), mal-estar (7.906, 3,8%). Os demais apresentaram frequências inferiores a 3%. Entre os sintomas mais frequentes, a cefaleia, coriza e náuseas foram predominantes em mulheres, enquanto mialgia, astenia, inapetência e dor torácica foram mais comuns em homens, todos com significância estatística (p < 0,05), exceto para dor torácica e fraqueza (p = 0,27 e 0,15, respectivamente). Conclusão: As descobertas podem orientar políticas de saúde, otimizar o manejo clínico e melhorar estratégias de vigilância epidemiológica, contribuindo para uma resposta mais eficaz em futuras pandemias e no enfrentamento da COVID-19 em diferentes contextos de saúde coletiva.
SOBREVIDA NO INÍCIO DA PANDEMIA DE COVID19 EM UM MUNICÍPIO AMAZÔNICO DE ALTA INCIDÊNCIA.
Pôster
Rocha, HPS1, Matos, HJ2
1 IEC
2 CESUPA/IEC
O número de casos e óbitos por COVID-19 cresceram de forma acelerada em muitos países, sendo os mais afetados os países em desenvolvimento. No Brasil, Belém foi uma cidade que se destacou quanto aos números relativos à infecção por SARS-CoV-2. Objetivos: O objetivo deste estudo foi realizar uma análise de sobrevida nos 50 dias iniciais da pandemia de COVID-19 em indivíduos notificados para a doença no município de Belém-PA, no período de 12 de março de 2020 a 30 de abril de 2020. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico de coorte, descritivo, retrospectivo em base de dados secundários. Foram adotados os cuidados éticos segundo a Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados foi realizada através de informações obtidas no banco de dados do E-SUS relativas ao município paraense e as análises estatísticas feitas com o programa R. Resultados: Foram estudados 1.619 indivíduos, sendo a maioria de notificações em mulheres 833 (51,5%) e em homens 786 (48,5%); A faixa etária de 30 a 39 anos foi maioria (345; 21,3%). No período estudado, o número de óbitos foi de 135, com uma taxa de letalidade de 8,3%. O tempo mediano estimado para a ocorrência do evento de interesse (óbito) foi sete dias. Conclusões: Relativo às investigações no sentido de preparação frente a situações de emergência, como uma pandemia, o conhecimento da realidade da Vigilância Epidemiológica e da estrutura dos Serviços de Saúde se mostrou o ponto inicial para compreensão das estratégias a serem consumadas.
A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA ENDOCARDITE INFECCIOSA EM 3 MUNICÍPIOS DO PARÁ, BRASIL
Pôster
Guimarães, H. M. M. S1, Santos, L. A.2, Sousa, B. Y. S.2, Alves, T. M. K.2, Paixão, J. G. M.1, Leal, A. L.1, Souza, B. C.1, Miranda, C. S. C.2, Gonçalves, N. V.2
1 UFPA
2 UEPA
objetivo: analisar a distribuição espacial da endocardite infecciosa (ei) e seus fatores de risco socioeconômicos e de políticas públicas em saúde, nos municípios de ananindeua, belém e marituba, estado do pará, entre 2017 a 2023. método: neste estudo transversal, os dados epidemiológicos foram coletados no hospital de clínicas gaspar vianna. os dados socioeconômicos foram obtidos do instituto brasileiro de geografia e estatística. os dados relacionados às variáveis de políticas públicas em saúde foram obtidos do sistema de cadastro nacional dos estabelecimentos de saúde. as análises estatísticas descritivas e inferenciais foram desenvolvidas por meio de cálculos de porcentagem e aplicação do teste não paramétrico qui-quadrado de proporções esperadas iguais, utilizando o bioestat 5.4. a análise dos dados espaciais foi realizada com a técnica de kernel, utilizando o arcgis 10.5. a relação dos casos da doença com o idhm e políticas públicas em saúde foi expressa em mapas coropléticos. resultados: foram analisados 39 casos de ei. o perfil epidemiológico ocorreu em homens (58,97%), adultos (64,10%), pardos (61,54%), com ensino fundamental (46,15%), sem renda (43,59%), residentes em belém (71,79%) e com alta melhorada (56,41%). a distribuição da doença não ocorreu de forma homogênea na área de estudo, sendo que o município de belém apresentou a maior oferta de serviços e estabelecimentos de saúde e maior densidade de casos. conclusão: o perfil encontrado é recorrente em outros municípios brasileiros. é importante a investigação de um possível silêncio epidemiológico da doença relacionado à ausência de acesso adequado ao diagnóstico.
Palavras-chave: Endocardite Infecciosa, Epidemiologia, Análise espacial.
A DOENÇA RENAL CRÔNICA TERMINAL E A HEPATITE C, EM BELÉM, PARÁ, BRASIL, DE 2020 A 2023
Pôster
Alves, T. M. K.1, Vilhena, B. K. R.1, Souza, B. C.1, Sousa, B. Y. S.1, Soares, N. N.2, Santos, L. A.1, Nahum, C. V. C.1, Guimarães, H. M. M. S.3, Paixão, J. G. M.3, Leal, A. L.3, Miranda, C. S. C.1, Gonçalves, N. V.1
1 UEPA
2 UFRA
3 UFPA
objetivos: analisar a distribuição espacial da associação entre hepatite c e doença renal crônica terminal e sua relação com condicionantes epidemiológicas, demográficas, socioeconômicas e de políticas públicas nos distritos administrativos de belém, pará, de 2020 a 2023. métodos: este estudo transversal e ecológico utilizou dados da secretaria municipal de saúde do município e do instituto brasileiro de geografia e estatística. foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais, com aplicação de cálculos percentuais e do teste qui-quadrado de proporções esperadas iguais com p-valor <0,05, bem como espaciais com a elaboração de mapas coropléticos. estas análises foram desenvolvidas utilizando os programas bioestat 5.4 e arcgis 10.5. resultados: foram analisados 104 casos, com maior expressividade quantitativa em homens (50,96%), pardos (54,81%), adultos (38,49%), atendidos em estabelecimentos privados (50,96%) e moradores do distrito do guamá (23,08%), onde somente as variáveis etnia e distrito de residência foram estatisticamente significativas. foi observada uma distribuição espacial não homogênea da associação em questão e de suas condicionantes como a hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo 2, nas áreas com altas densidades demográficas, baixa condição de vida e precariedade no acesso e na oferta aos estabelecimentos para assistência das doenças e seus fatores de risco. a análise territorializada das variáveis mostrou uma hierarquização do acesso aos serviços de saúde para as populações residentes principalmente da periferia em detrimento daquelas do centro da cidade de belém. conclusões: dado o exposto, identificou-se a necessidade de ampliação da vigilância epidemiológica das patologias estudadas, visando a mitigação da sua ocorrência no município.
A MULTIMORBIDADE E A COVID-19 NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO - ANOS 2020 A 2023
Pôster
Santa Anna, M. F.1, Wakimoto, Mayumi Duarte1, Carmo, C. N.2
1 INI/FIOCRUZ
2 ENSP/FIOCRUZ
Objetivos: Investigar a influência da multimorbidade na COVID-19 no Município do Rio de Janeiro (MRJ), nos anos de 2020 a 2023, identificando as principais multimorbidades associadas à COVID-19.
Métodos: Este estudo utiliza um desenho observacional retrospectivo do tipo coorte, com base em dados secundários de pacientes residentes no MRJ. A fonte de dados utilizada foi o e-SUS e SIVEP. Foi usado o software estatístico R para as análises.
Resultados: Tivemos um total de 1.256.577 atendimentos ambulatoriais com diagnóstico de SRAG por COVID, notificados no e-SUS. Destes, 91,66% não declararam nenhuma morbidade, 7,03% declararam possuir 1 morbidade e 1,31% multimorbidades (2 a 6 morbidades). Dentre os que tinham alguma morbidade (n=104.794), 75,81% são na população acima de 50 anos. As morbidades mais frequentes são: Doenças cardíacas crônicas (38,64%), Diabetes (22,57%) e Doenças respiratórias crônicas descompensadas (20,71%). Na população Hospitalizada (n=156.475), 38,02% não possuíam nenhuma morbidade, enquanto 30,89% possuíam 1 morbidade, e 31,08% apresentavam multimorbidades. Quanto à evolução do paciente para óbito, nos pacientes ambulatoriais a taxa de letalidade foi de 0,03% e nos hospitalizados foi de 32,91%.
Conclusões: Nos pacientes ambulatoriais não houve impacto significativo do perfil de morbidades quanto ao desfecho óbito. Nos pacientes hospitalizados a letalidade chegou a 54,72% naqueles com 5 doenças (multimorbidade),, enquanto que nos pacientes sem nenhuma morbidade foi de 25,78%. Destacam-se a hipertensão e a diabetes no perfil de morbidade da população hospitalizada.
A PANDEMIA DE COVID-19 E A COBERTURA VACINAL CONTRA A RAIVA NO MUNICÍPIO DE BOTUCATU-SP
Pôster
Buchignani, B. M.1, Santos, T. A.2, Gazeta, L. P.2, Victória, C.2
1 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu - SP
2 Departamento de Produção Animal e Medicina Veterinária Preventiva, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu - SP
Objetivos
A pandemia de covid-19 pode ter comprometido a cobertura vacinal contra a raiva de cães e gatos em todo o país, uma vez que grande parte da população utilizava as campanhas anuais de vacinação para manter seus animais vacinados. Procurou-se estudar o reflexo da pandemia de covid-19 na cobertura vacinal de cães e gatos, com base em dados obtidos do município de Botucatu - São Paulo.
Métodos
Os dados foram colhidos por meio de inquéritos aplicados a uma amostra representativa da população, que possui cão ou gato. Foram analisadas as frequências de cada resposta, contrapondo com o Teste Binomial, a fim de verificar associação estatística entre as variáveis. Foram produzidos gráficos de frequência e mapas de densidade indicando áreas com maiores e menores concentrações de animais vacinados e não vacinados.
Resultados
Foram obtidos e analisados 317 inquéritos. Os resultados revelaram que houve uma redução significativa (p<0,05), de 80,97% (IC 95%, 75,62-85,38) para 49,84% (IC 95%, 44,37-55,31) na cobertura vacinal de cães e gatos durante os anos de pandemia, especialmente naqueles grupos de proprietários com menor poder aquisitivo e que dependiam exclusivamente das campanhas de vacinação em massa.
Conclusões
Os eventos pandêmicos que restringem a circulação de pessoas, podem comprometer o controle e a prevenção de doenças, especialmente aquelas prevenidas ou controladas por campanhas de vacinação em massa. Este comprometimento, pode ocasionar o ressurgimento ou aumento no número de casos de doenças erradicadas ou já controladas por meio da vacinação.
ACOMETIMENTO NEURAL E PERCEPÇÃO DE ESFORÇO EM CONVALESCENTES DA COVID-19: AEROBICOVID
Pôster
Costa, G. P.1, Silva, A. P.1, Carvalho, C. D.2, Ribeiro, F. A.2, Foresti, Y. F.2, Putti, G. M.1, de Moraes, C.1, Sorgi, C. A.3, Trapé, A. A.1
1 EEFERP-USP
2 FMRP-USP
3 FFCLRP-USP
Objetivo: Analisar os efeitos do acometimento neural na percepção de esforço no teste cardiorrespiratório em convalescentes da covid-19. Métodos: Esta investigação faz parte do estudo AEROBICOVID, realizado em 2020. Na avaliação inicial, 79 participantes, com aproximadamente 30 dias da alta médica, realizaram um teste cardiorrespiratório máximo em cicloergômetro. A partir dos valores referentes ao limiar de lactato 2 (L2), por meio da segunda inflexão da curva lactacidêmica, indicando maior contribuição do metabolismo anaeróbio, calculou-se a razão da percepção subjetiva de esforço (PSEL2) pela frequência cardíaca (FCL2), lactato (LacL2) e watts (WL2). A partir da anamnese, determinou-se indicação de acometimento neural (AcNeu), com ausência da perda do olfato e paladar (nível 0), perda de ao menos um (nível 1) ou perda de ambos (nível 2); também coletou-se o sangue, para análise de marcadores inflamatórios. Dados analisados por regressão linear generalizada, distribuição gama, nível de significância 5% e dados descritos pelo coeficiente beta [IC95%] da diferença média entre níveis. Resultados: Comparado ao nível 0 de AcNeu, níveis 1 e 2 apresentaram menor razão PSEL2/FCL2 (1-0 = -0,013 [-0,023; -0,003], 2-0 = -0,009 [-0,017; -0,001]); e nível 2 apresentou menor razão PSE/LacL2 comparado ao nível 1 (2-1 = -0,445 [-0,880; -0,013]). Porém, não verificou-se diferença na razão PSEL2/WL2. Adicionalmente, foi verificada correlação positiva (r=0,260, p<0,05) entre AcNeu e níveis de interleucina-6. Conclusões: Convalescentes com maior acometimento neural apresentaram maiores níveis plasmáticos de interleucina-6 e relataram menor percepção de esforço em relação à carga interna (FCL2 e LacL2), mas não para carga externa (WL2).
AÇÕES DE VIGILÂNCIA ATIVA DO SARAMPO NO MUNÍCIPIO DE SÃO PAULO
Pôster
Torres, L.S.1, Nunes, B. K1, Salemi, P.1, Gonçalves, C. A.1, Palmieri, M.1, Almeida-Nunes, J.1
1 SMS - SP
OBJETIVO: Descrever as ações de vigilância ativa do sarampo no MSP. METODOLOGIA: Estudo descritivo retrospectivo. Em março de 2024, foi realizada capacitação sobre as estratégias de vigilância ativa dos casos suspeitos de sarampo. Os serviços de saúde do MSP foram orientados a realizar busca retrospectiva nos prontuários, utilizando os CID’s de doenças exantemáticas, e prospectiva na rotina de atendimento. Foram levantados os dados das planilhas enviadas pelos serviços e do banco do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre as semanas epidemiológicas 13 a 17 de 2024.
RESULTADOS: no período pesquisado, foram notificados 31 casos suspeitos de sarampo, enquanto em 2023, no mesmo período, foram notificados 23. Observou-se aumento de 34% nas notificações após a sensibilização e implementação da vigilância ativa no MSP.
CONCLUSÃO: a vigilância ativa mostrou-se estratégia fundamental para o monitoramento sistemático e contínuo de casos de sarampo. Considerando as características populacionais do MSP e o alerta global de aumento de casos, é essencial que os serviços de saúde estejam sensíveis para a identificação de possíveis casos de sarampo.
ADOÇÃO DE COMPORTAMENTOS PREVENTIVOS À COVID-19 EM COMUNIDADES: SALVADOR E RIO DE JANEIRO
Pôster
Amorim, G.1, Medeiros, D.S de1, Soares, F.1, Magno, L.2, Rossi, T.R.A.3, Torres, T.S.4, Veloso, V.G.4, Castanheira, D.4, Dourado, I.1
1 UFBA
2 UNEB e UFBA
3 UNEB
4 Fiocruz
Objetivo: Descrever a adoção de medidas comportamentais preventivas à Covid-19 (C19) e estimar os fatores associados. Métodos: Estudo transversal com dados da pesquisa “Estratégias de testagem, isolamento, quarentena e telemonitoramento da Covid-19 (TQT-C19) na atenção primária à saúde”, realizada entre julho/2022-julho/2023, em comunidades vulneráveis de Salvador-BA e Rio de Janeiro-RJ. A adoção de comportamentos preventivos à C19 foi avaliada a partir dos desfechos distanciamento social (DS), etiqueta respiratória (ER), barreira por máscara (BM) e higienização das mãos (HM). Investigou-se associações com variáveis explicativas usando regressão de Poisson, com variância robusta. Resultados: Entre os 7.416 participantes com idade ≥18 anos, os comportamentos preventivos mais prevalentes foram HM (83,4%) e ER (83,1%). Mostraram-se positivamente associados a todos os comportamentos avaliados: aumento da idade, não ser tabagista e ter vacina de reforço contra C19. Sexo feminino e maior escolaridade tiveram efeito semelhante para ER, BM e HM. Observou-se associação entre melhor autoavaliação da saúde e maior adoção de BM; e maior autoavaliação da chance de ter C19 e menor adoção do DS. Residir com pessoas do grupo em maior vulnerabilidade à C19 e ter sido vacinado contra Influenza aumentaram a adoção do DS, BM e HM. Conclusões: Esses achados revelam elevada adesão aos comportamentos preventivos no período regular da pandemia, sobretudo para ER e HM. As mulheres, maiores faixas etárias, maior escolaridade, residir com pessoas do grupo em maior vulnerabilidade à C19, não ser tabagista e a adesão vacinal aumentaram a adoção da maioria dos comportamentos não-farmacológicos preventivos.
ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA: COVID-19 EM IDOSOS
Pôster
Nogueira, D.M.1, Almeida, Renan Moritz V.R.1, Almeida, N.K.O.2
1 Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ)
2 2. Instituto de Matemática e Estatística da Universidade Federal Fluminense (IME/UFF).
Objetivos: Realizar uma Análise de Sobrevivência de idosos (60 anos+) internados por COVID-19, em hospitais do estado do Rio de Janeiro, 2020-2021. Métodos: Foram utilizados dados de hospitalização disponibilizados pelo DATASUS no período 01 março 2020-31 dezembro 2021. Foram selecionados os casos diagnosticados com CIDs-10: B342, J069, U04, J11, J989, J969 e J96; 60 anos ou mais. As seguintes variáveis foram utilizadas: ocorrência de óbito ou da alta hospitalar (falha-censura/desfecho), sexo, faixa etária, raça/cor (branco ou não-branco), município de residência (Rio de Janeiro ou outro) e duração da internação (dias), representando o tempo até o evento de interesse (óbito) ou até o final do período de acompanhamento (censura). O método Kaplan-Meier foi adotado para obter estimativas de sobrevida dos pacientes, utilizando-se o software R v.4.3.3. e nível de significância de 5%. Resultados: Das 1.309.897 internações no período puderam ser selecionados 38.556 casos. O óbito ocorreu em 37,1% dos pacientes, sendo o risco diminuído para brancos (RR=0,882) e residentes do município do RJ (RR=0,901); e aumentado para pacientes de 80 anos ou +, relativamente aos de 60 a 64 (RR=1,649). O teste log-rank identificou diferença estatística das curvas de sobrevida para raça/cor, residência e faixa etária, mas não para sexo. O tempo mediano de sobrevivência foi de 16 dias, sendo menor para não-brancos (15), residentes do município do RJ (15) e na faixa de 80 ou + anos (13). Conclusão: Fatores de risco foram identificados em uma base de dados grande e abrangente, podendo ter implicações para controle de futuras pandemias.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA, CIDADE DO RIO DE JANEIRO, 2016-2022
Pôster
Lima, J. D. V1, Silva, F. D.1, Moura, A. C. C .C .A .M .1, Silva, G. C. S.1, Janiny, G. G.1, Lucas, E. A. J. C. F2, Freitas, D. A2, Bandeira, A. M. B.2, Aguilar, G. M. O.3
1 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Coordenação de Vigilância Epidemiológica
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro
3 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro
Objetivos: Analisar os aspectos epidemiológicos dos atendimentos para profilaxia da raiva humana realizados no município do Rio de Janeiro (MRJ). Metodologia: Estudo descritivo, dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação no MRJ entre 01/01/2016 e 31/12/2022. Foram utilizados os softwares Epi Info e o Microsoft Excel. Resultados: Foram notificados 153.022 atendimentos, 15,9% em 2019 (n=24.380), a maioria mulheres (53,7%), e com idade entre 20 a 49 anos(39,6%) . As espécies envolvidas nos acidentes mais frequentes foram a canina (71,2%) e a felina (22,7%), sadios no momento do acidente (74,7%), causando ferimentos por mordedura (85,2%), únicos (48%) e profundos (60,0%) em mãos/pés (41,2%), e a conduta profilática mais frequente foi observação+vacina (63,7%). Houve registro de interrupção do esquema em 21% das notificações, a maior parte por abandono. Com relação a qualidade da informação, a maioria das inconsistências detectadas envolveram a classificação do acidente para prescrição de conduta e encerramento do caso. Foram identificados 4.876 registros em duplicidade (3,8% do total de notificações), a maior parte nos anos de 2020 e 2021 (68,3%). Conclusão: Os dados descritos mostram que a maioria dos acidentes ocorre na rotina doméstica e são causados por animais saudáveis e observáveis, com baixo risco para transmissão da doença. Ainda existem limitações em relação ao preenchimento das fichas de notificação, embora tenha sido observada progressiva melhora na qualidade desses registros no período estudado.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA, CIDADE DO RIO DE JANEIRO, 2016-2022
Pôster
Lima, J. D. V1, Silva, F. D.1, Moura, A. C. C .C .A .M .1, Silva, G. C. S.1, Janiny, G. G.1, Lucas, E. A. J. C. F2, Freitas, D. A2, Bandeira, A. M. B.2, Aguilar, G. M. O.3
1 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Coordenação de Vigilância Epidemiológica
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro
3 Secretaria Municipal do Rio de Janeiro
Objetivos: Analisar os aspectos epidemiológicos dos atendimentos para profilaxia da raiva humana realizados no município do Rio de Janeiro (MRJ). Metodologia: Estudo descritivo, dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação no MRJ entre 01/01/2016 e 31/12/2022. Foram utilizados os softwares Epi Info e o Microsoft Excel. Resultados: Foram notificados 153.022 atendimentos, 15,9% em 2019 (n=24.380), a maioria mulheres (53,7%), e com idade entre 20 a 49 anos(39,6%) . As espécies envolvidas nos acidentes mais frequentes foram a canina (71,2%) e a felina (22,7%), sadios no momento do acidente (74,7%), causando ferimentos por mordedura (85,2%), únicos (48%) e profundos (60,0%) em mãos/pés (41,2%), e a conduta profilática mais frequente foi observação+vacina (63,7%). Houve registro de interrupção do esquema em 21% das notificações, a maior parte por abandono. Com relação a qualidade da informação, a maioria das inconsistências detectadas envolveram a classificação do acidente para prescrição de conduta e encerramento do caso. Foram identificados 4.876 registros em duplicidade (3,8% do total de notificações), a maior parte nos anos de 2020 e 2021 (68,3%). Conclusão: Os dados descritos mostram que a maioria dos acidentes ocorre na rotina doméstica e são causados por animais saudáveis e observáveis, com baixo risco para transmissão da doença. Ainda existem limitações em relação ao preenchimento das fichas de notificação, embora tenha sido observada progressiva melhora na qualidade desses registros no período estudado.
ANÁLISE ESPACIAL DA HEPATITE C, NOS CENTROS REGIONAIS DE SAÚDE DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL
Pôster
Gonçalves, N. V.1, Souza, B. C.2, Sousa, B. Y. S.1, Vilhena, B. K. R.1, Soares, N. N.3, Santos, L. A.1, Nahum, C. V. C.1, Alves, T. M. K.1, Guimarães, H. M. M. S.2, Paixão, J. G. M.2, Leal, A. L.2, Miranda, C. S. C.1
1 UEPA
2 UFPA
3 UFRA
objetivo: analisar a distribuição espacial da hepatite c e sua relação com o índice de desenvolvimento humano municipal (idhm) em cinco centros regionais de saúde (crs) no estado do pará, brasil, de 2016 a 2022. métodos: este estudo transversal e ecológico foi realizado com dados do ministério da saúde e do instituto brasileiro de geografia e estatística. as análises estatísticas descritivas e inferenciais relacionadas ao perfil dos indivíduos foram feitas com cálculos percentuais e teste qui-quadrado de proporções esperadas iguais com p-valor <0,05, além de espaciais com a confecção de mapas coropléticos, sendo as mesmas desenvolvidas com os programas bioestat 5.4 e arcgis 10.5. resultados: os indivíduos mais acometidos pela infecção foram homens (52,58%), pardos (80,24%), adultos (58,47%) e com ensino fundamental (40,08%). a maior expressividade quantitativa de casos classificada como muito alta ocorreu nos municípios atendidos pelo 1º crs e muito baixa naqueles pelo 10º, sendo o idhm-médio muito alto para o 1º crs e muito baixo para o 10º crs. conclusões: o padrão de distribuição da hepatite c nas áreas estudadas mostrou que as características socioeconômicas podem estar associadas a identificação do estabelecimento da doença. as ferramentas computacionais utilizadas foram satisfatórias para a construção do cenário epidemiológico observado, que pode ser de grande valia para a vigilância contínua e sistemática da doença. desta forma, sugerimos ampliação desta política pública de saúde na área de estudo.
ATUAÇÃO OPORTUNA EM CASO CONFIRMADO DE MENINGITE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2024
Pôster
Andrade, D. M. C.1, Santos, K. C. C.1, Lopes, R. F. F1
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: descrever o fluxo de vigilância de um caso confirmado de meningite por Diplococos Gram-negativos (DGN) no município do Rio de Janeiro, em Janeiro de 2024. Métodos: após o comunicado de um caso internado e positivo para DGN, sanitaristas realizaram o levantamento das informações dos registros hospitalares, dos exames em andamento e dos contatos (próximos e do hotel em que estavam hospedadas). Foi realizada a profilaxia de três contatos com ciprofloxaxino e seguiu-se o monitoramento dos contatos. Resultados: em janeiro de 2024 recebemos o comunicado da Coordenação de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro sobre um caso confirmado para DGN, internado em um hospital federal da Área Programática 1.0 (AP 1.0). Após início da investigação foi informado que o caso é proveniente do município de São Paulo e estava hospedado em um hotel na área da AP 1.0, com mais duas pessoas. Recebemos a confirmação de um contato internado com meningite no município de São Paulo. De posse das informações, dois sanitaristas fizeram contato telefônico com os contatos do caso para realização do esquema quimioprofilático. Foi administrado um comprimido de ciprofloxacino 500 mg, dose única para cada contato. Após, o caso foi repassado para a Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, que conduziu a comunicação à CVE de São Paulo - SP. Conclusão: Essa experiência demonstrou a integração entre vigilância epidemiológica e serviço de saúde, não focado apenas no repasse de informações, mas também na atuação oportuna, pontual e qualificada.
AVALIAÇÃO DA SAZONALIDADE NA TRANSMISSÃO DE MALÁRIA NA REGIÃO AMAZÔNICA BRASILEIRA
Pôster
Valiati, N. C. M.1, Villela, D.A.M.1
1 Fundação Oswaldo Cruz
Objetivos: Avaliar os efeitos de variáveis climáticas sobre os dados de casos notificados de Malária da região amazônica utilizando modelagem matemática.
Métodos: Trata-se de um estudo de modelagem matemática e avaliação por wavelet de modo ecológico. A população de estudo foi dos estados brasileiros pertencentes à região amazônica brasileira. O período estudado compreende os anos de 2003 a 2020. Os dados de variáveis climáticas foram coletados do Banco de Dados Meteorológico, e os dados de casos notificados de Malária foram obtidos pelo banco de dados SIVEP-Malária. A análise de wavelet foi utilizada para verificar a relação entre os dados de temperatura média e pluviosidade com os casos notificados. Um modelo matemático de compartimentos para Plasmodium vivax foi desenvolvido para modelar os casos notificados utilizando uma parametrização dependente dos dados climáticos de temperatura média e pluviosidade.
Resultados: A análise de wavelet demonstrou sazonalidade acentuada em alguns Estados, como Amazonas e Amapá, e menos acentuada em outros como o Acre. Uma forte associação entre os casos notificados e os dados de temperatura e pluviosidade foram observados através de uma coerência de wavelet. O modelo matemático desenvolvido foi capaz de descrever as curvas de casos notificados dentro do período de estudo.
Conclusões: Variáveis climáticas como temperatura e pluviosidade estão intimamente relacionadas com os ciclos sazonais de casos de malária na região amazônica brasileira. O entendimento e vigilância dos casos notificados de malária deve levar em consideração sua relação sazonal com os dados climáticos, onde em no cenário atual de aquecimento global podem representar impactos negativos nos casos de malária em uma região.
AVALIAÇÃO DO CENÁRIO DE RAM DE UM HU DA REGIONAL DE SAÚDE SUL(RS), 2020
Pôster
Araújo, B.T.1, Verotti, M. P.2, Gomes, M. R .C.3, Teles, I. C. N.4, Hamilton, C. A .D. V.4, Machado, G. S. S.4, Zogbi, H.4, MOURA, N .F. O.5, SILVA, E. T.5, Lund, R. G.6
1 Fundação Oswaldo Cruz Brasília
2 Fundação Oswaldo Cruz Brasília/DF
3 Faculdade De Medicina da Universidade Federal do Rio Grande (FAMED-FURG/RS)
4 Universidade Federal do Rio Grande (FURG/RS)
5 Fundação Oswaldo Cruz de Brasília/DF
6 Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas/RS
Objetivo: Identificar o perfil das amostras de IRAS do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr de Rio Grande (HU-FURG), da Rede EBSERH, no cenário pandêmico de 2020. Métodos: Análise descritiva retrospectiva das amostras de IRAS em pacientes internados no HU-FURG, considerado um hospital de grande porte com ênfase em atendimentos em traumas, cirúrgicos e pediátricos. Resultados: Em 2020, foram coletadas 569 amostras de pacientes internados, sendo 52% (n=296) do sexo feminino, predominando a faixa etária >76 anos (32%, n= 182). Considerando os microrganismos, as principais bactérias Gram negativas (BGN) isoladas foram: E. coli (26%, n= 150), K. pneumoniae (16%, n= 91) e P. aeruginosa (9%, n=53) respectivamente. Dentre as amostras biológicas, observou-se uma maior prevalência de infecção do trato urinário (ITU) 39% (n=225), associada aos principais agentes patogênicos comumente isolados nesse sítio. As hemoculturas representaram 21% (n=124) das amostras, seguidas de aspirado traqueal 11% (n=64). O perfil de resistência identificado nessas amostras foi de 12% (n=70) “ESBL”, 9% (n=56) “Resistente a carbapenêmicos”, e 6% (n=39) “MRSCN”. No entanto, 35% (n=200) foram classificadas como “Outro perfil” e 29% (n=166) como “Ausente ou “Nenhum perfil”. Do total de pacientes, 71% (n=409) tiveram alta hospitalar. Conclusão: O conhecimento da prevalência e perfil de RAM em UTI é fundamental para a prevenção da disseminação de cepas multi e pandroga resistentes (MDR e PDR). Portanto, é necessário o conhecimento do perfil do agente para a CCIH auxiliar o hospital nas tomadas de decisões.
CASOS DE MONKEYPOX NA ÁREA PROGRAMÁTICA 1.0 NO RIO DE JANEIRO, JULHO - NOVEMBRO, 2022
Pôster
Andrade, D. M. C.1, Farias, I.F.1, Santos, K.C.C.1, Lopes, R. F. F1
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico dos casos notificados de Monkeypox (Mpox) entre julho e novembro de 2022 da Área Programática 1.0 (AP 1.0) do município do Rio de Janeiro; apresentar os casos notificados e residentes na AP 1.0 e apresentar a taxa de incidência segundo bairro de residência na AP 1.0. Método: Estudo transversal, com dados correspondentes aos meses de julho a novembro de 2022, da AP 1.0 do município do Rio de Janeiro. A amostra contemplou 241 casos notificados, entre confirmados, suspeitos (erupção cutânea), casos prováveis (quadro clínico compatível) e caso descartado. Foram selecionadas características sociodemográficas e relativas à doença. Foram calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis selecionadas e a taxa de incidência (/100 mil habitantes). Resultados: Em relação à escolaridade 36% dos casos possuem ensino médio completo. Com base na raça/cor, há maior proporção de indivíduos brancos e pardos, 39% e 36%, respectivamente. A faixa etária com o maior número de casos foi 30 – 39 (35,27%). A mediana de idade foi de 32 anos. A maior proporção foi de casos detectados, 46%, seguido de casos não detectados, 42%. A maioria dos casos apresentou o percentual de 73% com lesões múltiplas. As maiores taxas de incidência concentraram-se nos bairros Cidade Nova e Centro: 109,77 e 109,38 respectivamente. Conclusão: A Mpox teve maior recorrência de notificação em indivíduos do sexo masculino, brancos e pretos e com lesões múltiplas. Houve maior taxa de incidência nos bairros de residência da Cidade Nova e do Centro.
CAUSAS MÚLTIPLAS DE MORTE DOS ÓBITOS COM MENÇÃO DE COVID-19 EM IDOSOS. BRASIL, 2020 - 2021
Pôster
Carvalho, L. F.1, Costa, A. J. L.1
1 IESC/UFRJ
Objetivo: Analisar os óbitos com menção de COVID-19 na declaração de óbito em idosos residentes no Brasil entre 2020 e 2021, segundo o enfoque de causas múltiplas.
Métodos: Foram selecionados os óbitos de idosos residentes do Brasil ocorridos nos anos de 2020 e 2021, que apresentassem menção do código B34.2 ou de um dos marcadores que indicassem infecção por COVID-19 (U07.1 ou U07.2) em qualquer parte do atestado. Foi realizada análise descritiva de causas associadas mais frequentemente referidas nos óbitos com menção de COVID-19, investigando possíveis diferenças entre os registros das partes I e II.
Resultados: As categorias mais frequentes que fazem parte da cadeia de eventos que leva ao óbito (parte I) são causas respiratórias, como pneumonia, insuficiência respiratória, Síndrome Respiratória Aguda Grave e síndrome do desconforto respiratório do adulto, assim como as causas infecciosas, como a própria COVID-19 e as septicemias. A insuficiência cardíaca, insuficiência renal - especialmente aguda - e as causas mal definidas, como choque, também apresentaram importante magnitude no registro da parte I. Na parte II, as causas que mais aparecem como contribuintes são relacionadas às doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão primária, diabetes mellitus, doença renal crônica, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, obesidade, doenças isquêmicas, infarto e Alzheimer.
Conclusões: A abordagem de múltiplas causas de morte fornece um ponto de partida para a identificação de outras condições que podem contribuir para a mortalidade considerando condições menos conhecidas que ainda não são compreendidas como associadas ou contribuintes para a morte por COVID-19
COBERTURA VACINAL DA RAIVA EM HERBÍVOROS E CASOS DE 2016 A 2021 NO DISTRITO FEDERAL
Pôster
Santos, T. A.1, Cantarino, L.1, Brant, J. L.2
1 Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília - DF
2 Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília - DF
Objetivos
Calcular a cobertura vacinal antirrábica dos herbívoros por região administrativa do Distrito Federal entre 2016 e 2021. Verificar a existência de correlação entre a cobertura vacinal da raiva em herbívoros com a ocorrência de casos da doença em herbívoros e morcegos.
Métodos
Foram utilizados dados georreferenciados de declaração vacinal antirrábica em herbívoros (bovinos, bubalinos e equídeos) e ocorrências de casos da doença. Para o cálculo de cobertura vacinal, foram considerados satisfatórios valores >=80%. Nas análises de correlação, foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson (r). Utilizando geoprocessamento, foram construídos mapas coropléticos ilustrando a cobertura vacinal em cada grupo e ano.
Resultados
A maioria das regiões administrativas atinge cobertura vacinal entre 80 e 100% em todos os anos analisados em bovinos e bubalinos, ao contrário dos equídeos, onde a cobertura vacinal manteve-se na faixa de 0 a 20% ao longo dos anos. Foi observado uma correlação forte e positiva (r=0,97227; p <0,05) entre a ocorrência de casos de raiva e a cobertura vacinal.
Conclusões
Mesmo com taxas vacinais flutuantes durante os anos, a cobertura vacinal do Distrito Federal tem se mantido a níveis próximos ao ideal em grande parte do território, quando baseado na espécie bovina. A vacinação não é tida como uma atividade de prevenção, mas sim como uma resposta dos produtores à ocorrência de casos na região. A não obrigatoriedade da declaração vacinal cria uma lacuna nos dados, permitindo a suposição de que a real cobertura vacinal esteja acima do levantado.
COMPORTAMENTOS DE VACINADOS CONTRA COVID-19 E FATORES ASSOCIADOS, NO NORDESTE DO BRASIL.
Pôster
Costa, L. B.1, Barreto, F. K. A.2, Alencar, C. H.2, Farias, L. A. B. G.3, Cavalcanti, L. P. G.4
1 UFC, UNIFOR
2 UFC
3 USP, HSJ, UNICHRISTUS
4 UFC, UNICHRISTUS
Objetivos: Avaliar comportamentos preventivos à covid-19 em adultos vacinados em Guaramiranga, Ceará, de setembro/2021 a dezembro/2022. Métodos: Estudo transversal utilizando questionário sobre comportamentos (isolamento, distanciamento, limpeza das mãos e uso de máscara), dados sociodemográficos, de saúde, estilo de vida e conhecimentos sobre covid-19. Verificamos os fatores associados aos comportamentos preventivos utilizando o teste qui-quadrado para dados categóricos e Mann-Whitney para grupos independentes não paramétricos. Resultados: Dos 2.830 entrevistados (55% dos habitantes), 53,9% era do sexo feminino, 94,1% pardos, 42,1% com ensino médio, 56,2% solteiros e 51,3% de 18-39 anos. 65,3% afirmaram higienizar as mãos frequentemente, 63,8% usavam máscaras ao sair e 59,7% usavam mesmo após vacinados. Cerca de 27,5% ficaram isolados, 51,5% saíram para alimentação ou farmácia, e 15,0% saíam diariamente para trabalhar. A maioria respondeu que lavar as mãos (86%) e máscara (67,8%) protegem da covid-19, enquanto isolamento (60,9%) e distanciamento (64,8%) não. Sexo, idade, escolaridade e estado civil foram associados com isolamento, distanciamento e uso de máscara (p<0.05). Essas medidas foram prevalentes entre mulheres, pessoas de 18-39 anos, e com ensino fundamental e médio. Aposentados, donas de casa, aqueles em home-office ou desempregados, e pessoas com comorbidades praticaram mais comportamentos preventivos. Conhecimentos sobre higiene das mãos, uso de máscara e distanciamento foram associados a esses comportamentos. Conclusões: Moradores de Guaramiranga mantiveram precauções contra a covid-19 mesmo após vacinação, possivelmente contribuindo para baixas taxas de internação e morte no município.
DELIMITAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS EM GESTANTES EM SANTA CATARINA ENTRE 2010
Pôster
Bernhardt, M. F. C.1, Klokner, L. M.1, Araújo, L. C.1
1 UFSC
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível de fácil tratamento, que apresentou um aumento de casos nos últimos anos em Santa Catarina. Considerando o risco de sequelas ao concepto caso haja transmissão vertical, a sífilis representa uma importante questão de saúde pública. Objetivos: delimitar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis em gestantes de Santa Catarina entre 2010-2023. Métodos: estudo descritivo quantitativo sobre os casos de sífilis em gestantes notificados em Santa Catarina no período de 2010-2023, com informações obtidas do SINAN. Resultados: no período, foram registrados 21.724 casos de sífilis em gestantes. Temporalmente, 2010 teve menor número de notificações (211), com casos em crescente desde então, sendo 2023 o ano com mais registros (3.119). Quanto ao perfil materno, a maior parte das mães tinha 20-29 anos (57,07%), não tinha ensino médio completo (51,8%), era branca (75,84%) e dona de casa (56,12%). A classificação clínica mais registrada foi a sífilis latente (41,85%), seguido da primária (30,05%), terciária (5,39%), secundária (5,24%) e ignorados (17,45%). Em relação ao trimestre gestacional de diagnóstico, o primeiro apresentou 52,6%, o segundo 21,37% e o terceiro 24,4%. Conclusões: no intervalo avaliado, percebe-se um alarmante aumento dos casos nos últimos anos, afetando principalmente mães jovens que não completaram o ensino formal, já em estágio de sífilis latente, com o diagnóstico realizado precocemente no pré-natal. Assim, enfatiza-se a vulnerabilidade dessa população e a importância de políticas de saúde direcionadas a esse grupo.
DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS EDUCATIVAS PARA CRIANÇAS SOBRE A PREVENÇÃO DA ESPOROTRICOSE
Pôster
Maia, L. D. M. S.1, Ramos, B. O. L.1, Novaes, A. C. M. M. A.1, Araújo, E. L. M.1, Cravo, D. L. M.1, Leal, M. G.1, Duarte, G. S.1, Santos, D. O.1, Lima, T. M. V.1, Santos, S. V.1, Oliveira, C. S. F.1
1 UFMG
O projeto objetivou desenvolver ferramentas educativas lúdicas e alternativas sobre esporotricose para educação em saúde com crianças. Foram elaborados cinco métodos educativos para estudantes do 3° e 7° ano. Quatro desses métodos foram considerados alternativos e um tradicional. A escolha dos tipos de métodos se deu com base nas competências e habilidades esperadas para estudantes do ensino fundamental, conforme prevê a Base Nacional Comum Curricular, do Ministério da Educação. Todos os métodos abordaram os principais aspectos da esporotricose, como a definição da doença, transmissão, diagnóstico, tratamento, fatores de risco e, principalmente, prevenção. Os métodos alternativos produzidos foram teatro, discussão em grupo, jogo de tabuleiro e vídeo; enquanto o método tradicional a lousa. Embora existam diferentes projetos de educação com crianças em diversas profissões da saúde, há uma lacuna científica sobre quais métodos de ensino parecem ser mais eficientes na construção de conhecimento frente à comunidade. Atualmente as ferramentas se encontram em fase de testes em escolas públicas na região metropolitana de Belo Horizonte. Análises iniciais mostraram maior preferência e aprendizado mais significativo nas turmas expostas aos métodos alternativos em relação à aula expositiva tradicional. No contexto da “Uma Só Saúde”, a atuação da Medicina Veterinária desempenha um papel crucial para a saúde humana, uma vez que atua na promoção da saúde coletiva frente às doenças zoonóticas, como a esporotricose, seja no combate direto aos fatores de risco ou como agentes educativos. Dentre as maneiras de prevenção dessas doenças, a educação entra como parte importante na construção de políticas públicas.
DESIGUALDADE SOCIAL DA COVID-19 NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Galdino, C.V.1, Braga, J.U.1
1 UERJ
Objetivo: Analisar a heterogeneidade e a evolução temporal da desigualdade social (DS) da COVID-19 pelo Índice de Desigualdade Social (IDS-COVID-19) nos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo ecológico, com dados do projeto IDS da COVID-19 do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (CIDACS) da FIOCRUZ da Bahia. O IDS é formado por 3 domínios (socioeconômico, sociodemográfico e dificuldade de acesso aos serviços de saúde), combinados pelo método Z-escore. Foi avaliada a distribuição espacial do IDS da COVID–19, nos 92 municípios fluminenses, em 4 momentos: T0 inicial (fevereiro/2020), T1 (julho/2020), T2 (março/2021) e T3 (janeiro/2022), sendo formados grupos com base nos quintis da distribuição do momento T1. Mapas temáticos do IDS-COVID-19 foram confeccionados para momentos do estudo. A evolução temporal foi avaliada considerando se ocorreram mudanças na situação de desigualdade social da COVID-19 em cada município nos momentos T1 a T3 em relação ao momento T0. Resultados: Quanto à evolução temporal, dos 92 municípios do estado, 92,4% mantiveram-se no mesmo grupo de classificação da desigualdade social da COVID-19, nos momentos T1 a T3. Por outro lado, 13 municípios, (14,2%) pioram sua condição, passando do grupo de classificação “Muito baixa” para “Baixa”. Conclusão: Não houve melhoras significativas na DS da COVID-19 nos municípios fluminenses. Essa condição pode ser decorrente da classificação da desigualdade considerando todos 5570 municípios brasileiros. Nossos achados sugerem a necessidade do cálculo do IDS específico para o estado do Rio de Janeiro para a comparação entre os 92 municípios fluminenses.
DISPERSÃO DE VARIANTES DO SARS-COV-2 EM SWABS NASAIS NA APS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Pôster
Oliveira, H. B. M.1, Dantas, A. C. S.1, Pereira, T. T. S.2, Aranha, T.3, Magno, L.3, Soares, F.4, Dourado, I.4, Torres, T.5, Castanheira, D.5, Santos, V. G. V.5, Cosentino, M. A. C.6, Ferreira Junior, O. C.6, Santos, A.6, Medeiros, D. S.1, Barreto, F. K.1, Guimarães, A. M. S.2, Campos, G. B.1, Marques, L. M.1
1 UFBA-IMS-CAT
2 USP
3 UNEB/ UFBA
4 UFBA
5 INI
6 UFRJ
Objetivo: Investigar a prevalência e a disseminação genômica de variantes do SARS-CoV-2 em swab nasal de usuários de duas unidades da Atenção Primária em Saúde (APS) em Manguinhos, Rio de Janeiro.
Métodos: Um total de 89 amostras, coletadas entre 15 de fevereiro e 30 de junho, positivas em teste rápido de antígenos e que apresentam Cycle treshold < 29 na RT-qPCR, foram avaliadas para o sequenciamento. Dessas, 87 amostras foram sequenciadas, filtradas por tamanho (<50 pb) e qualidade (>Q30), tiveram seus genomas montados e as linhagens identificadas, sendo caracterizadas quanto a sua filogenia e filogeografia utilizando abordagem Bayesiana.
Resultados: A maioria dos participantes analisados eram do sexo masculino (60,7%), e raça/cor negra (68,9%). Quanto à vacinação contra a COVID-19, apenas 47,2% das pessoas relataram terem tomado ao menos a segunda dose de reforço. A caracterização filogenética revelou a predominância da sublinhagem da variante Ômicron XBB.1.5, seguida por XBB.1.5.17, XBB.1.5.86, XBB.1.5.15 e XBB.2.3. A análise filogeográfica revelou um processo de dispersão com difusão rápida, confirmados pelos coeficientes de difusão, que podem ser atribuídos a fatores como a alta densidade populacional, interconectividade e mobilidade urbana intensa.
Conclusões: As análises filogenéticas e filogeográficas forneceram informações importantes sobre a diversidade e a dispersão das sublinhagens da variante Omicron na região. Esses achados fornecem base sólida para a implementação de intervenções eficientes de prevenção e quebra de transmissão direcionadas a áreas específicas com difusão rápida, visando mitigar o impacto da pandemia na população.
ESPACIALIZAÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS E SEUS FATORES DE RISCO, NA ME-SORREGIÃO NORDESTE, PARÁ
Pôster
Miranda, C. S. C.1, Souza, B. C.2, Sousa, B. Y. S.1, Silva, L. A.2, Santos, A. C. B.1, Cavalcante, J. V. S. D.1, Santos, A. C.2, Filgueiras, T. C. G. M.2, Furtado, R. S.1, Silva, A. L. M.1, Cruz, M. L.1, Gonçalves, N. V.1
1 UEPA
2 UFPA
Objetivo: Analisar a distribuição espacial da doença de chagas e sua relação com fatores de risco ambientais na mesorregião Nordeste Paraense, Amazônia Oriental, no período 2010 a 2022. Métodos: Este estudo transversal e ecológico foi desenvolvido com dados do Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e da Rede MapBiomas. Para as análises estatísticas das variáveis ligadas ao individuo foram realizados cálculos de percentuais e a aplicação do teste qui-quadrado de proporções esperadas iguais, com p-valor <0,05 no Bioestat 5.4. Já a análise espacial utilizou a técnica de kernel com a confecção de um mapa temático de distribuição da doença e de uso e cobertura do solo, com o ArcGIS 10.5. Resultados: Foram confirmados 2010 casos da doença. O perfil epidemiológico analisado mostrou maior ocorrência da doença em homens (53,48%%), adultos (60,18%), pardos (81,84%), escolarizados até o ensino fundamental (46,77%) e residentes da zona rural (57,16%). A doença teve uma distribuição espacial não-homogênea com aglomerados relacionados às diferentes atividades humanas, como a urbanização e a pecuária. Conclusão: Foi observada uma dependência espacial entre a prevalência da doença e indicadores socioeconômicos. Os municípios apresentaram gradientes de densidades de casos associados a uma relação direta entre áreas com casos e desmatamento. A doença está se desenvolvendo devido a fatores de risco como o estabelecimento e a manutenção relacionados ao modelo de desenvolvimento não sustentável implantado na região, apontando para a necessidade de sua revisão.
ESPOROTRICOSE: UMA ZOONOSE POUCO CONHECIDA POR MORADORES DE UM MUNICÍPIO BRASILEIRO
Pôster
Pelegrino, T.M1, Soares, P.H.A1, Castro, L.C1, Silveira, C.G1, Siqueira, L.B1, Faria, A.T1, Ribeiro, R.A.N1, Assis, I.T1, Belo, V.S1
1 UFSJ
Objetivos: O presente estudo investiga o nível de conhecimento dos moradores de um município do estado de Minas Gerais (MG) sobre a existência de algumas doenças zoonóticas, com ênfase na esporotricose. São, ainda, examinados os fatores associados a esse conhecimento. Métodos: Foi realizado um estudo seccional, com aplicação de questionário a 501 indivíduos. Estes foram selecionados aleatoriamente em 19 bairros de Divinópolis (MG). As associações entre o conhecimento sobre a esporotricose e as variáveis de exposição foram analisadas por meio do teste qui-quadrado, com nível de significância de 5%. Resultados: Uma pequena proporção de participantes tinha conhecimento sobre a “esporotricose” (14,4%). Esse número contrasta com o conhecimento sobre outras doenças mais reconhecidas: raiva (98,4%), leishmaniose (95,8%), leptospirose (83%) e toxoplasmose (73,7%). Pessoas com nível superior completo tiveram um conhecimento significativamente maior (P-valor <0,001) sobre a esporotricose, em comparação com aquelas com ensino fundamental incompleto (20,3% e 7,7% respectivamente). As variáveis sexo (P = 0,99), faixa etária (P = 0,86), presença de crianças (P = 0,11) e tutoria de gatos (P = 0,10) não apresentam associação significativa com o conhecimento sobre a doença. Conclusões: Os achados deste estudo revelam que o conhecimento sobre esporotricose é baixo entre os indivíduos de Divinópolis. Considerando a relevância da doença em nível de saúde pública, os resultados destacam a necessidade de implementar programas de educação em saúde para aumentar a compreensão dos riscos e fornecer informações mais abrangentes sobre a doença.
EVOLUÇÃO DA LETALIDADE POR COVID-19 DURANTE A DOMINÂNCIA DAS VARIANTES DE PREOCUPAÇÃO
Pôster
Oliveira, T. N. C.1, Santos, A. L. S.1, Barreto, K. S. M. I.1, Mota, M. C. R1, Tomaz, A. A.1, Oliveira, R. V. C2
1 Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP, Rio de Janeiro, Brasil
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/INI, Rio de Janeiro, Brasil
OBJETIVO: Estimar a letalidade por COVID-19 no Brasil durante os períodos de dominância de diferentes Variantes de Preocupação (VOC) e comparar a letalidade entre os estados brasileiros durante esses períodos.
MÉTODOS: Estudo ecológico utilizando dados secundários do openDATASUS do Ministério da Saúde, abrangendo o período de fevereiro de 2020 a maio de 2024. A VOC dominante foi determinada quando a variante atingiu 70% dos casos confirmados, sendo alternada a dominância apenas quando outra VOC alcançou 70%. A letalidade foi calculada como a razão entre o número de óbitos e o número de casos confirmadosno Brasil e por estado.
RESULTADOS: A letalidade por COVID-19 variou entre os períodos analisados. No período Pré-Variantes, foi de 2,42% (IC: 2,41-2,43). Durante a dominância da variante Gama, aumentou para 3,18% (IC: 3,17-3,19). No período Delta, foi de 2,57% (IC: 2,54-2,59), enquanto no período Ômicron caiu para 0,56% (IC: 0,56-0,56). A análise por estados revelou variações significativas. O Rio de Janeiro apresentou maior letalidade nos períodos Pré-Variantes (5,67%) e Gama (5,38%); Acre teve maior letalidade na Delta (5,61%); e São Paulo na Ômicron (1,17%).
CONCLUSÕES: Os resultados indicam variações na letalidade por COVID-19 ao longo dos períodos de dominância de VOCs, com a letalidade mais alta na variante Gama. Ressalta-se que durante o período Ômicron a vacina contra COVID-19 apresentava cobertura superior a 70% na população brasileira, o que pode ter influenciado na redução da letalidade. A análise por estados mostrou heterogeneidade, destacando a importância de considerar fatores regionais e locais na resposta à pandemia.
FATORES ASSOCIADOS À INFEÇÃO POR SARS-COV-2 NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM CABO VERDE
Pôster
N1, de Pina Araújo, I. I. M.2, Monteiro, J.3, Monteiro, K.4, Monteiro, O.5, Vicente, J.6, Spencer, J.L.7, Silva. I8, Ca, E.8, Nhamussua, L.9, Nielsen, S10, Aide, P.9, Schaltz-Buchholzer, F.11, Mendonça, M. L. L.12, Delgado, A. P.13, Benn, C. S.11, Fronteira, I.14
1 N
2 FCT/Uni-CV, NEST-CV/Uni-CV, Cabo Verde; GHTM/LA-REAL - IHMT/UNL, Portugal
3 FCT/Uni-CV, DSSV/MS, Cabo Verde
4 FCT/Uni-CV, Cabo Verde
5 HUAN/MS, Cabo Verde
6 HRSRV/MS, Cabo Verde
7 HUBS/MS, Cabo Verde
8 BHP, Guiné-Bissau
9 CISM, Moçambique
10 BHP, Guiné-Bissau; BHP, OPEN, Department of Clinical Research, SDU, Denmark
11 BHP, Guiné-Bissau; BHP, OPEN, Department of Clinical Research/SDU, DIAS/SDU, Denmark
12 INSP, Cabo Verde
13 FCT/Uni-CV, Cabo Verde; GHTM/LA-REAL - IHMT/UNL, Portugal
14 ENSP, PHRC, CHRC/NOVA, Portugal
Objetivos: O primeiro caso de COVID-19 em Cabo verde foi notificado em 19 de março de 2020. Em maio de 2021, 17% dos Profissionais de Saúde (PS) tinham sido infetados. O objetivo deste estudo foi comparar as características epidemiológicas e clínicas dos PS infetados e não infetados com SARS-CoV-2 e identificar os fatores associados à infeção.
Métodos: Estudo caso-controle nas ilhas de Santiago e São Vicente. Os casos foram definidos como PS com infeção confirmada por SARS-CoV-2 e os controlos como aqueles sem infeção. Os participantes foram inscritos entre 24 de agosto e 8 de outubro de 2021, e analisadas as variáveis sociodemográficas, profissionais, epidemiológicas e clínicas.
Resultados: A maioria dos participantes são do sexo feminino, com idade média de 41 anos e 215 (46%) referiram infeção por SARS-CoV-2. No momento do recrutamento, 84% dos casos e 96% dos controlos tinham pelo menos uma dose de vacina contra a COVID-19. Ter alguém no agregado familiar com COVID-19 foi associado a ser caso (p<0,001). Pertencer a categoria profissional “administrativa” apresentou uma maior chance de infeção (OR=3,4; IC 95% [1,449; 8,089]) e trabalhar na maternidade menor probabilidade de infeção (OR=0,1; IC 95% [0,034;0,3663]). A vacinação completa foi considerada um fator de proteção (OR 0.331; 95% IC [0.178; 0.614]).
Conclusões: A infeção por SARS-CoV-2 parece estar relacionada com condições de trabalho. Profissionais que ocupam cargos administrativos, mesmo que não tenham tido contacto com os doentes, apresentam maior probabilidade de infeção enquanto os que trabalham no serviço de maternidade apresentaram menor probabilidade.
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO ÓBITO HOSPITALAR POR COVID-19 NO ACRE: COORTE RETROSPECTIVA
Pôster
Neves, R.K.A. das1, Santos, J.S.G. dos1, Moura, H.L. de2, Silva, O.L. P. da3, Oliveira, R. de V. C. de4, Pacheco, A.G.F5
1 ENSP/FIOCRUZ
2 IPTSP/UFG
3 UNIRIO
4 INI/FIOCRUZ
5 PROCC/FIOCRUZ
Objetivo: Identificar os fatores de risco ao óbito hospitalar em indivíduos com COVID-19 no estado do Acre (2020-2022). Métodos: Estudo de coorte retrospectiva utilizando dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (SIVEP-GRIPE). Foram incluídas as internações de indivíduos (≥ 18 anos) por COVID-19. O tempo para censura foi de 60 dias, a partir da data dos primeiros sintomas do paciente. A análise de sobrevivência foi realizada utilizando o modelo de regressão de Cox, com resultados apresentados em Hazard Ratio (HR) e os respectivos intervalos de confiança (95%). Devido a relevância teórica, foi testada a interação entre comorbidades e faixa etária. Resultados: Dos 5.166 indivíduos hospitalizados, 35,2% evoluíram para óbito. Os resultados revelaram que homens (HR=1,11; IC95%: 1,01-1,23) e a faixa etária de 60 anos ou mais (HR=3,05; IC95%: 2,64-3,51) apresentaram um risco 11% e 205% maior para óbito, respectivamente. Residir no interior foi associado a uma redução de 19% no risco (HR=0,81; IC95%: 0,73-0,90). Em indivíduos de 18 a 59 anos, houve aumento de risco na presença de comorbidades, se comparados àqueles sem comorbidades (HR=1,35; IC95%: 1,16-1,58), mas esse efeito não aconteceu no grupo de 60 anos ou mais (HR=1,08; IC95%: 0,96-1,21). Conclusões: Destaca-se que o sexo masculino, idade avançada, local de residência no interior, além da presença de comorbidades em indivíduos com idades entre 18 e 59 anos influenciam no risco de mortalidade. Esses achados podem auxiliar na identificação precoce de pacientes com maior risco de óbitos, o que pode permitir intervenções mais direcionadas e eficazes.
FMB ANTES E DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA COMPARATIVA NO ES
Pôster
Carvalho, C.L.1, Silva, M.J.C.O.G.1, Silva, M.B.2, Garbin, J.R.T.1
1 IFES
2 SESA-ES
Objetivos: Analisar os aspectos epidemiológicos e sociodemográficos da Febre Maculosa Brasileira (FMB) no Espírito Santo (ES) antes (SE 01 de 2017 até a SE 10 de 2020) e durante (SE 11 de 2020 à SE 18 de 2023), a pandemia da COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional analítico realizado no Espírito Santo. Os dados foram coletados pelo sistema e-SUS Vigilância em Saúde e complementarmente pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação, organizados no programa Excel 2007 e analisados no SPSS 20.0. Realizou-se uma análise descritiva sobre a distribuição dos dados, apresentando os resultados em tabelas de frequências absolutas e relativas e mapa de incidência. Posteriormente, associou-se as características epidemiológicas com os períodos antes e durante a pandemia da COVID-19 através do teste de independência qui-quadrado de Pearson, com um nível de significância de 0,05. O projeto de pesquisa foi aprovado no CEP, sob o parecer nº 6.568.173. Resultados: Registrou-se 11 casos confirmados antes, aumentando para 45 casos confirmados durante a pandemia no estado. Os municípios com maior incidência (100 mil/hab) pela FMB antes da pandemia foram Afonso Cláudio (12,89), São José do Calçado (9,37) e Laranja da Terra (9,03), e durante foram Afonso Cláudio (26,20), Vila Pavão (22,01) e Mimoso do Sul (15,82). A variável associada ao período foi a evolução da doença (p=0,032). Conclusão: Foi possível a compreensão da mudança da dinâmica da FMB no Espírito Santo durante a pandemia, notando-se um expressivo aumento de casos, ressaltando a relevância de medidas preventivas, conscientização e mapeamento de casos da doença.
FONTES DE INFECÇÃO E ABANDONO DO TRATAMENTO DE HEPATITES B E C NO SUDESTE MATOGROSSENSE
Pôster
Peixoto, T. S.1, Rodrigues, D. C. S.1, Goulart, L. S.1, Gleriano, J. S.2, Santos, D. A. S.1
1 Universidade Federal de Rondonópolis
2 Universidade do Estado de Mato Grosso
Objetivo: Descrever as principais fontes de infecção dos casos de abandono de tratamento de hepatites B e C em um município do sudeste matogrossense. Métodos: Trata-se de um estudo documental, epidemiológico, descritivo, retrospectivo e de campo. A coleta de dados foi realizada em Rondonópolis, Mato Grosso, de março de 2020 a março de 2022. A população do estudo incluiu todos os casos novos diagnosticados de hepatites B e C notificados e/ou encaminhados para tratamento no Serviço de Atenção Especializada, coletados dos prontuários, caderno de notificação e fichas de notificação compulsória. Foram excluídos os prontuários não encontrados e sem o diagnóstico conclusivo de hepatites B e C. As análises estatísticas descritivas foram realizadas com Software R. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE:60610722.9.0000.0126 e Parecer:5.735.417). Resultados: Foram analisadas 59 notificações, sendo 49,15% hepatite B e 50,85% hepatite C. Houve abandono de tratamento em 50,85% dos casos totais, sendo 53,33% hepatite B e 46,67% hepatite C. A fonte de infecção pessoa/pessoa prevaleceu (90%), tendo ainda a fonte transfusional em 3,33% dos casos somente de hepatite B e casos ignorados/em branco em 6,67% dos casos totais. Não houve notificação das fontes sexual, uso de drogas injetáveis e vertical. Conclusões: A maioria dos casos de hepatite B e C abandonou o tratamento durante o período da pandemia, sendo a fonte de infecção pessoa/pessoa mais prevalente. Logo, o acesso às informações sobre as fontes de infecção pode colaborar com a redução dos casos desta infecção e contribuir com um tratamento eficaz.
GRAVIDADE DA COVID-19 MATERNA NOS DESFECHOS ADVERSOS: UM ESTUDO DE COORTE
Pôster
Brendolin, M1, Wakimoto, M1, Silva, B1, Brasil, P1
1 INI Fiocruz
Em dezembro de 2019, Wuhan, na China, foi o epicentro dos primeiros casos de infecção pelo SARS-CoV-21. Nas gestantes observou-se maior probabilidade de desenvolver sintomas graves2,3, com maior risco de morbidade e mortalidade e desfecho neonatal grave4,5,6. Este estudo teve como objetivo descrever a gravidade da COVID-19 materna e os desfechos adversos em uma maternidade do Rio de Janeiro.
Metodologia
Estudo de Coorte prospectiva de gestantes ≥15 anos atendidas com síndrome gripal e internadas em uma maternidade de referência entre março de 2020 a março de 2022, infectadas pelo SARS-CoV-2 (TR AG positivo/RT-PCR positivo). Foram excluídas as gestantes não infectadas SARS-CoV-2; com VDRL ≥1/8 e as perdas de seguimento. Os desfechos adversos foram: óbito fetal (após 22 semanas), neomorto (óbito até 28 dias de vida), aborto (interrupção da gravidez antes de 22 semanas), prematuridade (IG < 37 semanas) e morte materna (até 72 dias pós-parto). A COVID-19 materna foi classificada como assintomática, leve (febre, tosse, dor de garganta, coriza) e moderada/grave (pneumonia, dispneia, saturação < 95%). Usamos análise de risco relativo (RR) com IC (95%) e p-valor < 0,05. Resultados: 458 gestantes incluídas (12 gestações gemelares). Mediana de idade de infecção: 26 anos (16-45). A COVID-19 moderada/grave aumentou em 7,23 (1,96-27,7) o risco de morte materna em comparação com as gestantes assintomáticas ou com sintomas leves. O risco de prematuridade (RR: 2,69;1,59-4,57) e baixo peso ao nascer (RR: 2,01;1,13-3,55) foram associados à COVID-19 leve. Conclusão: A COVID-19 aumenta o risco de morte materna, prematuridade e baixo peso ao nascer.
HEPATITE E E FATORES ASSOCIADOS A INFECÇÃO EM RECIFE: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
Pôster
Araujo, C1, Braga, C.1, Albuquerque, M.F.P.M.1, Souza, W.V.1, Luna, C.F.1, Morais, C.N.L.1, Lopes, E.2
1 IAM/Fiocruz,PE
2 UFPE
Objetivo: Determinar a soroprevalência e fatores associados à hepatite E (HEV) na cidade do Recife, Pernambuco, em 2018/2019. Métodos: Estudo conduzido com participantes de um inquérito de base populacional, com idade entre 5 e 65 anos, selecionados aleatoriamente via amostragem estratificada com seleção em múltiplos estágios. Dados foram obtidos por entrevista e o rastreamento do antígeno de superfície do HEV (Anti-HEV IgG), pelo método ELISA, em amostras de sangue. A associação da infecção com características individuais e relativas ao domicílio foi estimada pelo cálculo do Odds ratio (OR) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), ponderado pelo efeito do desenho em modelos de regressão logística múltipla hierárquica. Utilizou-se o software Stata, versão 15. Resultados: Das 2.070 amostras testadas, 67 foram positivas, obtendo-se soroprevalência de 3,6%; (IC95%:2,8; 4,5). A chance de infecção aumentou com a idade: 25-34 anos (OR=5,30; IC95%:1,97-14,25;p<0,001); 35-44 anos(OR=4,22; IC95%:1,74-10,27; p=0,002); 45-54 anos (OR=4,08; IC95%:1,56-10,67;p=0,005); 55-65 anos (OR=6,17(IC95%: 2,63-14,48; p<0,001). Para além deste, residir em domicílios não ligados à rede de esgotos (fossa rudimentar ou séptica) (OR: 1,60; IC95%:1,08;2,35) também constitui fator de risco para infecção pelo HEV. Conclusões: Os resultados evidenciaram a baixa circulação do HEV em Recife, com maior chance exposição entre os residentes em áreas não saneadas e os mais velhos, que devem ser alvos prioritários das medidas de prevenção.
HEPATITES VIRAIS POR ACIDENTE DE TRABALHO NO BRASIL.
Pôster
Lorusso, M. M.1, Oliveira, D. T.1, Aguilera, M. L.1, Birro, C. L.1, Silveira, D.1, Bastos, F. T.1, Melo, M. C1
1 SLMANDIC
Objetivo: Investigar o perfil epidemiológico das hepatites virais relacionadas a acidentes de trabalho entre os anos de 2010-2020, no Brasil. Metodologia: Estudo ecológico com dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN) disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis estudadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor e escolaridade, segundo classificação etiológica. Os dados foram apresentados sob a forma de frequência e número absoluto de casos. Resultados: A hepatite C é a mais frequente em ambos os sexos, 58,80% (n=481) no sexo feminino e 70,90% (n=346) masculino. Entre 15-39 anos, a hepatite B é a mais frequente, 57,34% (n=238), e de 40-64 anos é o tipo C, 70% (n=525). A hepatite C foi mais frequente em todas as raças/cor, com exceção da amarela (tipo B). A hepatite C é mais frequente em todas as escolaridades. O sexo feminino apresentou maior número de casos em todos os anos. Em 2012, houve o maior número de casos incidentes na faixa etária de 40-59 anos. Conclusão: A hepatite C é a mais frequente, em ambos os sexos, na faixa etária de 40-64 anos, em todas as raças/cor (exceto a amarela) e todas escolaridades.
INCIDÊNCIA DE SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2016 – 2023
Pôster
Palmieri, R. S.1, Eleuterio, T. R. A.1, Silva, D.1
1 UERJ
Objetivo: a sífilis é uma infecção tratável, transmitida sexualmente e verticalmente. No Brasil, em 2023, foram notificados 83.034 casos de sífilis gestacional e 26.468 de sífilis congênita. Objetiva-se descrever e mapear a incidência de sífilis gestacional e congênita por município no Estado do Rio de Janeiro, considerando os casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2016 a 2023. Métodos: estudo ecológico descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através da ferramenta de tabulação TabNet. Foram considerados todos as notificações no estado, de 2016 a 2023. Calculou-se a taxa de incidência por 100.000 habitantes, e a elaborou-se de mapas e tabelas utilizando o software Tabwin. Resultados: foram notificados 32.612 casos de sífilis congênita no período; 3.527 em 2016 (21,20/100.000 hab.); 4.436 em 2017 (26,67); 4.463 em 2018 (26,01); 4.573 em 2019 (26,49); 4.626 em 2020 (26,64); 5.048 em 2021 (28,91); 4.148 em 2022 (23,40); e 1.791 em 2023 (9,95). Com relação aos casos de sífilis gestacional, 75.338 foram notificados no período: 5.811 em 2016 (34,93/100.000 hab.); 7.949 em 2017 (47,54); 9.373 em 2018 (54,62); 10.001 em 2019 (57,93); e 11.779 em 2020 (67,83); 12.580 em 2021 (72,04); 12.564 em 2022 (70,87); 5.281 em 2023 (29,35). Conclusões: destaca-se o ano de 2021 como o de maior incidência, enquanto em 2023 observou-se um declínio , tanto para sífilis congênita quanto gestacional. A Região Metropolitana apresentou as maiores do estado no período, comparando com outras regiões.
INCIDÊNCIA DOS CASOS DE LEPTOSPIROSE EM REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO EM 2021 E 2022
Pôster
Marinho, R. B. B.1, Alves, B. M. M.1, Silva, M. E. S.1, Santos, R. S. G.1, Mendonça, T. R. G.1
1 Instituto Aggeu Magalhães - Fiocruz Pernambuco
Objetivos: Descrever a incidência dos casos de leptospirose na Regional de Saúde de Pernambuco, em 2021 e 2022. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, realizado em junho de 2024. Utilizou-se de dados secundários disponibilizados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e foram calculadas as incidências dos casos de leptospirose nos anos de 2021 e 2022. A I Região de Saúde, situada em Recife, é composta por 20 municípios e abrange uma população residente de 4.116.153 habitantes. Resultados: Em 2021, a I Região de Saúde de Pernambuco registrou 133 casos de leptospirose com coeficiente de incidência 3,23 a cada 100 mil/hab, com maiores números observados em julho e agosto, sendo 22 e 29 casos, respectivamente. Em 2022, ano de ocorrência de desastres climáticos ocorridos em maio, observou-se um aumento significativo, totalizando 520 casos com coeficiente de incidência de 12,63 a cada 100 mil/hab no período. Da mesma maneira, julho e agosto também figuraram como os meses com picos expressivos de casos, totalizando 306 e 69 casos nesses meses, respectivamente. Conclusões: Nota-se um aumento expressivo de casos notificados de leptospirose na I Geres, em 2022, quando comparados aos casos reportados em 2021. Tal achado pode sugerir que o pico da incidência dessa doença ocorre nos meses subsequentes ao desastre hidrológico. Além disso, os casos mantiveram-se elevados nos meses seguintes ao evento quando comparados ao mesmo período no ano anterior. Esse processo explica-se pelo prolongamento da exposição da população frente a desastres.
INCIDÊNCIA E MORTALIDADE POR COVID-19 PADRONIZADAS POR IDADE NO MATO GROSSO, 2020 A 2023
Pôster
Santos, L. K. L.1, Souza Neto, R. C.1, Berra, T. Z.2, Moura, H. S. D.2, Ferezin, L. P.2, Arcêncio, R. A.2, Emerick, L. B. B. R.1
1 UFMT
2 USP
Objetivo: Analisar as taxas de incidência e mortalidade por Covid-19, padronizadas por idade, no estado de Mato Grosso, de 2020 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico descritivo, utilizando dados de casos e óbitos da Covid-19 provenientes do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (SIVEP-Gripe). Os denominadores populacionais foram obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As taxas foram padronizadas por idade pelo método direto, utilizando a população do Censo Demográfico de 2022 como padrão. Resultados: Entre 2020 a 2023, foram notificados 890.078 casos incidentes e 15.123 óbitos por Covid-19 no estado. A população da faixa etária de 30 a 39 anos registrou o maior percentual de incidência, representando 14,66% do total, enquanto a faixa etária de 70 anos ou mais apresentou o maior percentual de mortalidade, com 48,52% do total. As taxas padronizadas de incidência foram mais elevadas nos anos de 2021 e 2022, com 9766,6 e 8574,4 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Em 2023, notou-se uma redução de 93,32% na incidência comparado à 2022, correspondendo a uma taxa de 572,7 por 100 mil habitantes. As taxas de mortalidade variaram expressivamente, com valores por 100 mil habitantes de 118,7 em 2020, aumentando para 241,7 em 2021, seguido por uma diminuição para 32,4 em 2022 e, 3,2 em 2023. Conclusão: Apesar do aumento no número de casos incidentes nos anos de implementação da vacina, 2021 e 2022, houve uma redução do número de óbitos a partir de 2022, mostrando a efetividade das medidas de prevenção.
LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA E SEUS FATORES DE RISCO NA MESORREGIÃO SUDESTE, PARÁ, BRASIL
Pôster
Miranda, C. S. C.1, Souza, B. C.2, Sousa, B. Y. S.1, Santos, A. C.2, Miranda, L. L. O.2, Miranda, L. R. O.2, Silva, J. O.1, Moraes, T. S.1, Filgueiras, T. C. G.2, Gonçalves, N. V.1
1 UEPA
2 UFPA
Objetivo: Este trabalho analisou a distribuição espacial da Leishmaniose Visceral Humana relacionada às variáveis ambientais e socioeconômicas, na mesorregião do Sudeste Paraense, no estado do Pará, no período de 2011 a 2022. Material e Métodos: Foram utilizados dados epidemiológicos do Ministério da Saúde, socioeconômicos e cartográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e ambientais do MapBiomas Brasil. As análises de significância estatística foram realizadas com o teste Qui-quadrado, e as de dependência espacial entre as variáveis, com as técnicas de Kernel e Moran. Este estudo recebeu um parecer favorável, número 3.292.673, do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará. Resultado: Foram confirmados 1376 casos da doença. O maior percentual dos casos foi em indivíduos do sexo masculino (61,6%), pardos (73,3%), crianças (49,3%), escolaridade não aplicável (39,5%), ou seja, crianças com menos de 3 anos de idade e residentes da zona urbana (87,1%). Foi confirmada dependência espacial dos casos da doença com os diferentes tipos de uso e cobertura do solo identificados no território. Conclusão: A distribuição da doença ocorreu de forma não-homogênea. Foram observadas diferentes relações entre as variáveis estudadas e a ocorrência da doença.
LEPTOSPIROSE NA REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA
Pôster
Silva, D.C.1, Pereira, L.A.A.1, Malta, M.B.1
1 Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE
Objetivo: Determinar as taxas de incidência e letalidade dos casos de leptospirose em áreas portuárias e não portuárias da Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) de 2002 a 2022, além de caracterizar o perfil epidemiológico. Métodos Trata-se de um estudo ecológico de série temporal a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Utilizou-se o IBM SPSS 25® para análise estatística (testes de Kolmogorov-Smirnov e Mann Whitney). Resultados: No período de 2012 a 2022, foram registradas 1133 notificações, sendo 748 em cidades portuárias (Cubatão, Guarujá e Santos), taxa de incidência média de 4,33 casos a cada cem mil pessoas e variação de 1,68 (2007) a 6,65 (2015). A mediana da taxa de incidência foi maior em cidades portuárias com 3,83 casos (p<0,000). A distribuição ao longo dos meses do ano, indicam que, durante esses 21 anos, os meses de janeiro a abril apresentaram maiores taxas de incidência e julho a setembro registram as menores taxas, sem diferença estatística entre as cidades portuárias e não portuárias (p=0,115). A taxa de letalidade média foi de 21,4%, com maior registro em 2007 nas cidades não portuárias (39%) e 0% nas portuárias. A maioria dos casos ocorreu em adultos (79%), homens (83%), pretos e pardos (50%) e com 4 a 11 anos escolares concluídos (33%). Conclusão: O predomínio de casos nas cidades portuárias evidencia a necessidade de melhores políticas públicas direcionadas para a prevenção e controle da doença, especialmente para o perfil identificado.
MENINGITE: CASOS NOTIFICADOS POR UMA ÁREA PROGRAMÁTICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster
OLIVEIRA, Camila Pires dos Santos1, COELHO, Marcia Sandre1
1 SMS RJ
Objetivos: Devido às altas taxas de morbimortalidade associados a Meningite, esta doença é considerada um grave problema de saúde pública. Neste sentido, o presente estudo tem por objetivo analisar os casos de meningite notificados pelas unidades da Área Programática (AP) 1.0 do Município do Rio de Janeiro entre os anos de 2012 e 2021.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo quantitativo baseado na análise dos dados de meningite do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Resultados: No período do estudo, foram notificados 2.517 casos de meningite por unidades de saúde da AP 1.0. Destes, 380 foram notificados no ano de 2014, sendo este o ano de maior número de notificações. A média de casos no período foi de 251 casos. Ao se analisar os tipos de meningite com maior relevância na saúde pública (n=738) por faixa etária, observou-se que nas crianças há predomínio da meningite asséptica; nos adolescentes da meningite asséptica e da doença meningocócica e nos adultos da meningite tuberculosa
Conclusões: Do total de casos notificados, 1679 (66%) foram confirmados para meningite. Destes, 68% evoluíram para alta, enquanto 13% evoluíram a óbito. Com relação ao encerramento, os mais frequentes foram: outras bactérias, não especificada e asséptica. A classificação não especificada foi a mais frequente em 2012 a 2014, com queda progressiva nos anos posteriores,o que pode ser decorrente da criação de indicador SVS em 2017, e um leve aumento no ano de 2021, o que pode ser impacto nos processos de trabalho causados pela pandemia de Covid-19.
MENINGITES: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DOENÇA NO SUL DO BRASIL
Pôster
Spazzini, L. B.1, Mesturini. M. B.1, Shama. S. F. M. S.1
1 Universidade Feevale
A meningite é uma doença caracterizada por uma inflamação das meninges cerebrais, causada por fungos, parasitas, vírus ou bactérias sendo as últimas mais relevantes do ponto de vista de saúde pública por conta da magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. No Brasil, as principais ocorrências são as causadas pela bactéria Neisseria meningitidis, causador da Doença Meningocócica (DM) e suas manifestações clínicas incluem febre alta, mal-estar, vômitos, cefaleia, rigidez de nuca, confusão mental, irritação meníngea e alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR). Desse modo, buscou-se neste estudo retratar a epidemiologia das meningites infecciosas no âmbito nacional e nos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, de 2017 a 2022. Foi realizado estudo epidemiológico com delineamento transversal trabalhando com dados secundários pesquisados nos sistema de informação do Datasus, a fim de verificar a prevalência da doença e número de óbitos. Como resultado, estima-se que no mundo cerca de 5 milhões de pessoas são afetadas anualmente. No período analisado foram notificados 77.833 casos confirmados de meningite no Brasil, sendo 5.293 casos no estado do Rio Grande do Sul e 4.209 casos no estado de Santa Catarina. A taxa de letalidade no período foi de 9,4%. Apesar da meningite ser uma doença conhecida há muito tempo, sua taxa de incidência permanece elevada. Sugere-se uma intensificação das ações de controle e prevenção junto aos municípios, demonstrando a importância da notificação do agravo junto à vigilância epidemiológica, para criação de estratégias de ação mais pontuais e direcionadas ao combate dos casos.
MORTALIDADE POR COVID-19 E SUA RELAÇÃO COM INIQUIDADES ÉTNICO-RACIAIS NA AMAZÔNIA LEGAL
Pôster
Mata, L. G.1, Nobre, A. A.2
1 PPGEPI/ENSP/FIOCRUZ/RJ
2 PROCC/FIOCRUZ/RJ
Objetivo: Investigar a associação entre a proporção de pretos, pardos e indígenas e a mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pela COVID-19 na Amazônia Legal, de 2020 a 2022. Métodos: Estudo ecológico com unidade de análise espacial a nível municipal, e unidade de análise temporal a nível mensal. Taxas brutas mensais de mortalidade foram calculadas por estado e, posteriormente, suavizadas e detalhadas a nível municipal. Modelos espaço-temporais Bayesianos foram utilizados para investigar a relação entre proporção de raça/cor e mortalidade, incorporando o Índice Socioeconômico do Contexto Geográfico para Estudos em Saúde (Geoses), a interação entre eles e a proporção de idosos. Resultados: Entre 2020 e 2022, a Amazônia Legal registrou 79.907 óbitos por COVID-19, com o Pará liderando (28,67%), seguido pelo Amazonas. As taxas mensais aumentaram até julho de 2020, com breve declínio e novo aumento em dezembro. Padrões espaciais indicaram maiores taxas de mortalidade no norte do Amazonas, oeste do Pará, Roraima, Mato Grosso e Tocantins em 2020 e 2021. Os modelos espaço-temporais revelaram associações significativas, indicando a influência do fator raça/cor e do contexto socioeconômico nas taxas de mortalidade. Conclusões: Observou-se que à medida que a proporção de população de pretos, pardos e indígenas aumenta, a taxa de mortalidade tende a aumentar, especialmente no cenário em que o Geoses atinge seu valor máximo. A análise por raça/cor revelou padrões distintos, evidenciando desigualdades. Os achados evidenciaram a complexidade da dinâmica de mortalidade, destacando disparidades socioeconômicas e demográficas.
MORTALIDADE POR COVID-19 NO BRASIL: ANÁLISE DO ESTUDO CARGA GLOBAL DE DOENÇA, 2021.
Pôster
Evedove, A.U.D.1
1 Faculdade de Medicina de Marília (Famema)
Objetivo: analisar a taxa de mortalidade por Coronavirus disease 2019 (COVID-19), em 2021, nas cinco Regiões, nos 26 estados e no Distrito Federal do Brasil. Métodos: trata-se de um trabalho com dados secundários obtidos do estudo Carga Global de Doença (CGD) do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME). O desfecho analisado foi a taxa de mortalidade por COVID-19 referente ao ano de 2021 nas Regiões e Estados do Brasil. Destaca-se que essas taxas são ajustadas permitindo a comparação entre diferentes localidades. O IHME utiliza intervalos de incerteza de 95%(II95%) para as taxas de mortalidade. O CGD foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CAAE 62803316.7.0000.5149). Resultados: Em 2021, a taxa de mortalidade por COVID-19 no Brasil foi de 23,6% (II95%: 22,0-25,1). Entre as Regiões, a maior taxa foi observada no Centro-Oeste (30,0%; II95%: 25,2-34,7) e a menor no Nordeste (16,5%; II95%: 14,0-19,3). Com relação aos estados e ao Distrito Federal, as maiores taxas foram observadas em Rondônia (43,0%; II95%: 35,8-49,7), Distrito Federal (38,3%; II95%: 32,4-44,0) e Roraima (37,4%; II95%: 29,7-46,2). Por outro lado, as menores taxas foram observadas em Alagoas (15,2%; II95%: 10,3-21,1), Pernambuco (15,0%; II95%: 11,0-19,6) e Maranhão (11,3%; II95%: 5,2-17,8). Conclusão: observou-se que a taxa de mortalidade foi desigual entre as Regiões, estados e o Distrito Federal, sendo importante a elaboração de estudos que avaliem as ações realizadas durante o período da pandemia para o aprimoramento no planejamento de futuras ações no enfrentamento desta ou de outras doenças.
MORTALIDADE RELACIONADA À DOENÇA DE CHAGAS: LINKAGE DE DADOS DE HOSPITALIZAÇÕES E ÓBITOS
Pôster
Machado, Í.E.1, Cherchilgia, M.2, Carneiro , M.2, Nascimento, B.R.2, Mougin, V.3, Wool, E.3, Gray, A.3, Cousin, E.3, Demacq, C.4, Naghavi, M.3, Ribeiro, A.L.P.2
1 UFOP
2 UFMG
3 IHME
4 Novartis
Objetivo: Estimar o risco relativo (RR) de morte e o excesso de mortalidade (EM) em pacientes hospitalizados com DC em comparação com aqueles sem DC no Brasil.
Métodos: Coorte retrospectiva de pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde entre janeiro/2000 e abril/2015. Técnicas de linkage integraram dados dos Sistemas de Informações Hospitalares e de Mortalidade. Diagnóstico de DC foi definido pela observação dos códigos B57, I41.2, I98.1, K23.1 e K93.1 da CID-10 em pelo menos uma internação. RR e EM foram calculados comparando-se mortalidade por todas as causas e específica entre pacientes com DC e aqueles com outros diagnósticos.
Resultados: Na coorte de 74.382.100 pacientes, 6.774.033 morreram, incluindo 54.807 com DC como causa básica. 35.416 apresentaram DC no histórico hospitalar. Pacientes com DC apresentaram RR de morte por todas as causas de 7,36(7,32-7,40), em relação a pacientes com outros diagnósticos. O EM por todas as causas em pacientes com DC foi de 6,72(6,65–6,78)/100.000. Além do diagnóstico de DC, observou-se maiores RR de morte por DC para: doenças esofágicas; doença diverticular; íleo paralítico e obstrução intestinal e cardiomiopatia alcoólica. Os maiores EM por DC foram para: infarto agudo do miocárdio; cardiopatia hipertensiva e outras cardiomiopatias.
Conclusão: Pacientes com DC apresentaram maior risco de morte do que pacientes sem o diagnóstico. Pacientes hospitalizados com manifestações gastrointestinais apresentaram maior risco de morte por DC, provavelmente relacionado a danos mais graves. A maior ME por DC entre doenças cardíacas é relacionada à maior frequência de complicações neste órgão na DC.
OSTEOPONTINA E COVID-19: UMA RELAÇÃO DE GRAVIDADE E DESFECHO DESFAVORÁVEL
Pôster
Amorim, G.1, Souza, C.L1, Freire de Melo, Fabrício1, Oliveira, M.V.1, Santos, M.L.S.1, Lemos, F.F.B1, Queiroz, D.M. de M.2
1 UFBA
2 UFMG
Objetivo: Avaliar a correlação da osteopontina com marcadores clínicos e laboratoriais em pacientes graves hospitalizados com COVID-19 no Nordeste do Brasil. Métodos: Estudo de coorte prospectiva, realizado entre 30 de julho de 2020 a 28 de agosto de 2021, com participantes ≥18 anos, com diagnóstico conformado de COVID-19, internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Hospital Geral da região Nordeste do Brasil. Foram realizadas análises descritivas, categóricas e contínuas. A associação da osteopontina (OPN) com os parâmetros clínicos e imunológicos foram realizadas através da regressão de Poisson, com variância robusta. e teste de Spearman. O ponto de corte da OPN na admissão para o prognóstico do óbito foi estimado pela curva ROC. Resultados: Dos 52 participantes, 55,8% eram do sexo masculino e 63,5% tinham 60 anos ou mais. O ponto de corte preditor de óbito da OPN na admissão foi de ≥ 31,00 ng/ml (AUC: 0,743). A OPN elevada na admissão foi associada ao prognóstico óbito (RR:2,31, IC95%: 1,34-3,98), anemia grave (RR:1,67, IC95%: 1,03-2,70) e PCR elevada ≥ 173,5 mg/dL (RR:2,46, IC95%: 1,34-4,52). Os marcadores imunológicos com correlação positiva significativamente associada a OPN na admissão foram IL-1β, IL-2, TGF-β e INF-α. Conclusões: A osteopontina elevada na admissão revelou ser um marcador de prognóstico desfavorável na infecção grave da COVID-19. As assinaturas imunológicas associadas OPN elevada na admissão favorecem a respostas imune do tipo Th1, propicia a migração e ativação de macrófagos e células T e um microambiente receptivo para ações pró-inflamatórias.
PACIENTES HOSPITALIZADOS PELA SRAG CAUSADA POR VÍRUS INFLUENZA DURANTE A COVID-19
Pôster
Siqueira, B. A.1, Silva, A. E. F.1, Bredariol, K. O.1, Martins, J. P.1, Chiavegato, L. P.1, Camargo, T. M.1, Fraga, A. M. A.1, Marson, F. A. L.1
1 USF
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes hospitalizados por infecção pelo vírus influenza A e B durante a pandemia da COVID-19.
Métodos: Os dados foram coletados a partir do Open-Data-SUS. Os pacientes foram agrupados de acordo com o vírus (A e B) e os marcadores epidemiológicos foram utilizados como preditores para o risco de óbito.
Resultados: Foram notificados 22.067 casos de infeção pelo vírus influenza, 92,1% do tipo A. Houve predomínio do sexo feminino e de pessoas da raça branca. Adultos e idosos foram mais propensos a infecção viral. Os sinais e sintomas clínicos mais frequentes foram os de origem respiratória. 55,4% dos indivíduos apresentavam pelo menos uma comorbidade, sendo mais frequente cardiomiopatia e diabetes mellitus. A UTI foi utilizada em 28,4% dos casos e destes, 59,2% precisaram de suporte ventilatório. O óbito foi descrito em 14,6% dos casos sendo o maior risco associado à presença do vírus influenza A versus B [OR=2,03 (IC95%=1,70-2,42)]. Idade avançada, ser autodeclarado como preto, miscigenado ou indígena, sinais e sintomas clínicos, comorbidades, necessidade de UTI e de suporte ventilatório invasivo e não invasivo foram mais comuns no grupo de pacientes que evoluíram para o óbito.
Conclusões: Pacientes hospitalizados devido a infeção pelo vírus influenza foram majoritariamente mulheres brancas. Apresentaram sintomas respiratórios e comorbidades prévias. O maior risco de óbito foi associado ao tipo A do vírus com a necessidade de UTI e de suporte ventilatório. Idade avançada, presença de sintomas e sinais clínicos respiratórios e comorbidades específicas foram associados a maior predisposição ao óbito.
PERFIL DESCRITIVO DE IRAS EM UM HOSPITAL ESCOLA EM PELOTAS/RS-2020
Pôster
Verotti, M. P.1, Araújo, B.T.1, Costa, H. L. F.2, Fernandes, S. K. U.2, ALVES-FILHO, H. L.2, SPAGNOLO, L.M.de-L.2, Gilow S.3, Cecagno. S4, MOURA, N. F. O. de.1, SILVA, E. T.5, Lund, R.G.6
1 Fundação Oswaldo Cruz Brasília
2 Universidade Federal de Pelotas/RS
3 Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/RS/EBSERH
4 Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/RS/EBSERH;
5 Fundação Oswaldo Cruz de Brasília/DF
6 Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas/RS
Objetivo: Descrever o perfil das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) causadas por germes multidrogarresistentes (GMDR) em maiores de 18 anos internados nas unidades clínicas do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/RS (HE-UFPel) filial EBSERH em 2020, início da pandemia de Covid-19. Métodos: Análise descritiva retrospectiva das IRAS por GMDR identificados pelo Serviço de Controle de IRAS (SCIRAS). Os dados foram coletados através de registros hospitalares. O HE-UFPel é um hospital universitário geral de grande porte com vocação para atendimentos oncológicos de longa permanência. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Em 2020, foram notificadas 52 IRAS por GMDR em 48 pacientes, classificadas como ITU-RAS em 48% (25), com 56% (14) associadas à CVD, PAV em 25% (13), Pneumonia-RAS 17% (9) e IPCS 9% (5). Razão de sexo 2:1 para masculino, idade média de 63,5 anos e letalidade de 34%. A unidade UTI COVID-19 apresentou 13,5% (7) das IRAS. Os GMDR mais frequentes foram: Klebsiella pneumoniae 38% (20), com 55% de KPC, Acinetobacter baumannii resistente aos carbapenêmicos 32% (17), Escherichia coli ESBL 7% (4) e Pseudomonas aeruginosa resistente aos carbapenêmicos 7% (4). Conclusão: O “grupo ESKAPE” é responsável pela maioria das IRAS. Com a pandemia de COVID-19, essa preocupação se acentuou pelo aumento de hospitalizações com ventilação mecânica e cateteres invasivos. Portanto, é de extrema relevância o papel da CCIH na tomada de decisões para prevenção das IRAS e gerenciamento dos antimicrobianos, inibindo a emergência dos GMDR no contexto da Saúde Única.
PERFIL DOS CASOS NOTIFICADOS DE ESPOROTRICOSE HUMANA EM SALVADOR/ BA, 2018-2023
Pôster
Santos, R. S. C.1, Paim, C. L. C.1, Silveira, I. H.1
1 UFBA
Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico e clínico dos casos notificados de esporotricose humana no município de Salvador, Bahia, de 2018 a 2023. Métodos: Estudo ecológico descritivo. Utilizou-se dados de esporotricose humana referente ocorridos entre 2018 e 2023, extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foi realizada a análise descritiva e bivariada com o teste do Qui-quadrado. Resultados: Entre os 1076 casos notificados de esporotricose, 913 foram confirmados, 67,3% eram do sexo feminino, 55,4 % eram de raça/cor parda, 53,6% eram da faixa etária de 35 a 64 anos e 40,2% possuíam pelo menos o ensino médio completo. Quanto aos aspectos clínicos, 70% dos casos notificados evoluíram para cura e em 88,1% dos casos notificados foram utilizados critérios clínico-epidemiológicos de confirmação/descarte. Conclusão: a caracterização do perfil dos casos de esporotricose humana no município de Salvador contribui para a identificação dos grupos populacionais mais acometidos no município e subsidia a formulação de hipóteses sobre os fatores associados à doença.
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DA DOENÇA MENINGOCOCICA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2017 A 2023
Pôster
Santos, C. S1, Cruz, P. N.1, Ferraz, E. B.1, Lima, J. C1, Silva, P. R. S. S.1
1 UFMT
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da doença meningocócica no Brasil no período de 2017 a 2023. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, quantitativo, com informações obtidas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponibilizado pelo Departamento de Informática do SUS, sobre as formas clínicas de meningite meningocócica, meningococcemia e a meningite meningococcemia. Para tabular os dados foram utilizados os softwares TabWin e Stata 16. Resultados: No período foram notificados 5.184 novos casos de doença meningocócica no Brasil, correspondendo a taxa de incidência de 0,35 casos/100.000 habitantes, sendo São Paulo e Santa Catarina os estado com maiores taxas, 0,63 e 0,55 casos por 100.000 habitantes, respectivamente. Entre o período 2017 e 2019, houve as maiores taxas de incidência, seguidas de declínio nos anos pandemicos de 2020 e 2021, chegando a 0,12 casos/100.000 habitantes. Em 2022 e 2023 houve elevação das taxas para 0,23 e 0,34 casos/100.000 habitantes, respectivamente. Entre os casos, a faixa etária predonimante são as menores de 4 anos apresentando taxa média no período de 1,37 casos/100.000 habitantes, o sexo masculino com taxa média no período de 2,72 casos/100.000 habitantes. Em relação as variáveis relacionadas a doença, o sorogrupo C foi o mais prevalente (25,77%) e entre as etiologias a meningite meningocócica se destacou com 46,28% dos casos. Conclusão: No Brasil, as maiores taxas de incidência por doença meningocócica foi na região sul e apresenta-se mais prevalente em menores de 4 anos e do sexo masculino.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE FEBRE MACULOSA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2007 A 2022
Pôster
Oliveira, T. S.1, Gouveia, C.1, Angelo, I. C.1, Costa, L. A. E.2, Thomé, S. M. G.1, Santos, T. M.1
1 UFRRJ
2 MS
Objetivo: descrever o perfil epidemiológico da febre maculosa brasileira (FMB) no estado do Rio de Janeiro (RJ). Metodologia: Utilizou-se um estudo epidemiológico, a partir do banco de dados do SINAN, do período de 2007 a 2022. Calculou-se indicadores epidemiológicos de incidência e letalidade, utilizando a estimativa anual de população residente, e comparou-se em função de sexo, faixa etária e critério de confirmação. Resultados: Registrou-se 242 casos de FMB no RJ, com taxa de incidência média de 0,9 casos por 1.000.000 habitantes, com concentração de casos entre julho e outubro, o que está intimamente ligado à maior quantidade de estádios imaturos do carrapato no ambiente. A população mais acometida foi do sexo masculino (67%) e de 20 a 59 anos (42,6%). Em 17,3% (42/242) das fichas de notificação o campo de evolução foi registrado como ignorado, o que pode mascarar a real taxa de letalidade, que apresentou média de 38,4% (93/242), sendo maior na população entre 70 e 79 anos (63,6%) e entre os casos confirmados laboratorialmente (51,4%). Em relação ao critério de confirmação, 61,2% dos casos foram confirmados laboratorialmente, 35,1% por critério clínico-epidemiológico e 3,7% constavam como ignorados. Conclusões: A FMB apresenta baixa incidência no RJ, no entanto, apresenta elevada taxa de letalidade, principalmente entre homens com exposição a fatores de risco ocupacionais. É fundamental a sensibilização do sistema de saúde para suspeita da doença e início do tratamento em tempo oportuno, evitando o óbito.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE FEBRE MACULOSA NO MRJ DE 2012 A 2021
Pôster
Cruz, G. C. S.1, Azevedo, N. R. P.1
1 Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro
O objetivo do estudo é compreender o cenário epidemiológico da Febre Maculosa Brasileira (FMB) no município do Rio de Janeiro (MRJ)no período de 2012 a 2021. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo transversal e análise espacial, a partir do registro de casos notificados de FMB no Sistema Nacional de Agravos de Notificação. Os dados da população de residência foram obtidos pela plataforma do Instituto Pereira Passos (IPP) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As análises dos dados foram realizadas utilizando o Microsoft Excel® e ArcGIS. Foram calculadas medidas de tendência central e medidas de frequência. Resultados: No período de estudo foram notificados no MRJ 152 casos de FMB. A maioria dos casos é do sexo masculino (55,9%), na faixa etária de 20 a 29 anos (22,4%), da cor branca (40,8%). Em relação à taxa de incidência de casos notificados de FMB, foi observado que em 2012, 2013 e 2018 foram os anos com maiores taxas de incidência (551,4, 298,7 e 296,4), respectivamente. Dentre os bairros com maior incidência de FMB no MRJ, Vargem Grande (AP 4.0) e Leme (AP 2.1) apresentaram maiores riscos da doença com taxa igual a 21,36 e 20,27, respectivamente. Conclusão: As áreas com maiores taxas de incidência são áreas que possuem alto grau de vulnerabilidade de ocorrência da doença. Foi observada a taxa de letalidade de 50%.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ANÁLISE ESPACIAL DA COVID-19 EM CIDADE DO CENTRO OESTE MINEIRO.
Pôster
Silva, V. P.1, Silva, E. S.1, Belo, V. S.1, Melo, S. N.1, Guimarães, V. C.1, Oliveira, V. O.1, Assis, F. O.1, Barbone, F. G. I.1, Andrade, T. I. X.1, Ferreira, W. V.1
1 UFSJ
Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico e analisar a distribuição espacial dos casos e óbitos por Covid-19 em residentes do município de Divinópolis-MG. Métodos: Estudo ecológico, que buscou descrever o padrão clínico-epidemiológico e analisar a distribuição espacial da Covid-19, por meio dos registros feitos nos sistemas SIVEP Gripe e ESUS Notifica do Ministério da Saúde do Brasil, em residentes do município de Divinópolis, Minas Gerais, de março de 2020 a setembro de 2021. Foram gerados mapas coropléticos da distribuição espacial dos casos identificados e observados aglomerados de alta ocorrência por meio do Índice de Moran Local (LISA), tendo como base os locais exatos de moradia, apresentados por meio da Técnica de Kernel. Analisou-se ainda a varredura espaço temporal dos riscos com o uso da estatística de SatScan. Resultados: Houve 96625 notificações e 639 óbitos, sendo maior incidência de casos entre indivíduos de 20 a 39 anos (45,79%) e do sexo masculino (55,1%). Predominaram os óbitos em indivíduos de 60 a 69 anos de idade, do sexo masculino, brancos, com comorbidades e fatores de risco como doenças cardíacas e diabetes. Os aglomerados de alto risco de Covid-19 e de maior risco relativo positivo de todo o período foram restritos a áreas de maior desenvolvimento econômico e densidade populacional. Conclusão: Os resultados contribuem para uma melhor compreensão da dinâmica espacial da doença, auxiliando na elaboração e direcionamento de ações estratégicas para identificação de áreas prioritárias para vigilância e controle da Covid-19.
Palavras-chave: Covid19; SARS-CoV-2; Casos e óbitos; Análise espacial; Perfil epidemiológico.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E IMPLICAÇÕES NO CONTROLE DA MALÁRIA NO BRASIL (2010-2022)
Pôster
SOUZA, T. P.1, Brant, Jonas Lotufo de Carvalho1, GARCIA, K. K. S.1, BAIO, K. D.1, COSTA, W. A.1
1 UNB
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de óbitos por malária no Brasil, de 2010 a 2022. Método: Realizou-se um estudo descritivo, utilizando notificações do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Utilizou-se de estatística descritiva para análise dos dados, focando em variáveis sociodemográficas. Para o tratamento dos dados foram utilizados o software Microsoft Excel 2016. Resultados: Observou-se 759 óbitos, com ocorrência maior no sexo masculino (n=445; 58,6%), em maiores de 60 anos (n=206; 27,1%), e entre indivíduos com até 8 anos de estudo (ensino fundamental completo) (n=555; 73,1%), predominantemente negros (n=445; 58,6%). Óbitos entre indígenas aumentaram desde 2010, registrando em 2022 um total de 30 casos, com uma taxa de mortalidade de 1,8 óbitos para cada 100.000 indígenas. A causa mais frequente foi malária por Plasmodium vivax (n=291; 38,3%), seguida por malária não especificada (CID-10: B54) (n=222; 29,2%) e houve um total de 569 óbitos (74,2%) ocorridos na região amazônica. Em 2022 o estado com maior número de óbitos foi Roraima (N=30), com um aumento de 650% em relação a 2010 (N=4). Desde 2015, quando ocorreram 38 óbitos, o número de óbitos aumentou gradativamente, totalizando 75 óbitos em 2022. Conclusão: Evidencia-se aqui um aumento gradativo de óbitos por malária no Brasil, principalmente entre populações indígenas e no estado de Roraima. É imperativo que os serviços de vigilância em saúde sejam fortalecidos para que o objetivo de se eliminar óbitos por malária no Brasil até 2030 seja alcançado.
PERFIS SOCIODEMOGRÁFICOS E CLÍNICOS DE UMA COORTE HOSPITALAR COM SRAG POR COVID-19
Pôster
Batista, R.P.1, Hökerberg, Y.H.M2, De Oliveira, R.V.C.2
1 ENSP
2 INI
Objetivo: descrever o perfil sociodemográfico e clínico de uma coorte hospitalar de pacientes diagnosticados com Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SRAG) por covid-19 na cidade do Rio de Janeiro (2020 a 2022). Métodos: estudo de coorte retrospectiva, com base nas notificações do sistema de vigilância epidemiológica hospitalar, dos registros em prontuário eletrônico e do sistema de informação do programa nacional de imunização. Foram calculadas a mediana e intervalo interquartil da idade, bem como as frequências absolutas e relativas das variáveis categóricas segundo a internação em unidade de terapia intensiva (UTI). Resultados: foram incluídos no estudo 916 pacientes com SRAG que tiveram confirmação laboratorial para covid-19. A idade mediana da coorte foi de 65 (IIQ: 55 – 73) anos, 51,5% eram mulheres, 40,8% brancas, 52,7% com baixa escolaridade e 65,5% residiam no município do Rio de Janeiro. Os indivíduos que necessitaram de UTI apresentaram menor mediana de idade (63 anos) e maior proporção de indivíduos vacinados contra a covid-19 (35% vs 20%), com necessidade de suporte ventilatório invasivo (63% vs 8%) e evolução para óbito (57% vs 31%) quando comparado aos que não foram internados em UTI. Os sintomas mais frequentes nos pacientes internados na UTI foram: dispneia (75%) e saturação periférica de O2 < 95% (94%), desconforto respiratório (55%) e as comorbidades foram: doenças cardíacas crônicas (%), diabetes (37%) e obesidade (17%). Conclusão: Nosso estudo reforça as evidências dos perfis sociodemográficos e clínicos de gravidade para SRAG por covid-19 nas fases de pré e pós vacinação contra a covid-19.
PREVALÊNCIA E DISPERSÃO DO SARS-COV-2 EM ESTUDO DE EXPANSÃO DA TESTAGEM EM SALVADOR
Pôster
Dantas, A.C.S1, Oliveira, H. B.M.1, Pereira, T.T.S.2, Lima, A.F.1, Matos, J.M.F.1, Aranha, T.3, Magno, L.3, Soares, F.1, Dourado, I.1, Torres, T.4, dos Santos, V.G.V.4, Ferreira Junior, O.C.5, Moraes, L.6, Santos, L.A.6, Medeiros, D.S.1, Barreto, F.K.1, Guimarães, A.M.S.2, Campos, G.B.1, Marques, L.M.1
1 UFBA
2 USP
3 UNEB, UFBA
4 FIOCRUZ/RJ
5 UFRJ
6 FIOCRUZ/BA
Objetivo: Investigar a prevalência e a dispersão genômica das variantes do SARS-CoV-2 em um estudo de expansão das estratégias de testagem, quarentena e telemonitoramento da COVID-19 (TQT-C19).
Métodos: Foram analisadas 177 amostras coletadas entre julho de 2022 e abril de 2023 de usuários de 17 unidades da Atenção Primária em Saúde (APS) em Salvador-BA. As amostras foram sequenciadas com a tecnologia Oxford Nanopore MinION e analisadas por bioinformática para tipagem de variantes e análise da dispersão genômica.
Resultados: A maioria dos participantes eram mulheres (68,9%), tinham até 39 anos (50,6%), utilizam transportes coletivos (66,5%) e não tinham comorbidades (66,5%). Maior parte apresentou sintomas leves de C19 (41,5%) e receberam a segunda dose de vacina de reforço (40,6%). As subvariantes da Ômicron dos tipos BA.5 (32,57%), BA.4 (21,71%), BQ.1 (26,2%), B (18,86%) foram as mais prevalentes. Contudo, outras variantes (XBB) também foram identificadas. A dispersão do vírus ocorreu predominantemente de forma controlada e localizada, com baixa dispersão. No entanto, foram identificados eventos esporádicos de dispersão rápida, possivelmente relacionados a viagens intermunicipais, eventos superespalhadores ou falhas nas medidas de contenção. Na análise das mutações, verificamos que os indivíduos vacinados apresentaram um acúmulo de mutações consistentes na proteína spike, enquanto os não vacinados apresentaram conjunto diferente de mutações.
Conclusões: O presente estudo observou uma circulação de múltiplas linhagens e vários eventos de introdução de novas variantes ao longo do tempo. A identificação e a compreensão desses eventos podem ajudar a desenvolver estratégias de intervenção de quebra de transmissão mais direcionadas.
PROJETO VERÃO EM SANTA CATARINA: EXPERIÊNCIA NO COMBATE ÀS DOENÇAS DIARREICAS.
Pôster
Ribeiro, D.L.N.1, Bittencourt, S.1
1 DIVE SC/ SUS SC/ SES SC
Objetivos: Descrever os resultados do Projeto implementado no estado de Santa Catarina para a avaliação do comportamento das doenças de transmissão hídricas e alimentares (DTHA) em três municípios litorâneos. Métodos: Trata-se de um relato de experiência sobre a implementação de um projeto piloto de vigilância realizado em três municípios litorâneos de Santa Catarina no período de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024. Amostras aleatórias de pacientes com Doenças Diarreicas Agudas foram coletadas e enviadas para análise laboratorial. Resultados: Foram coletadas amostras de 60 pacientes, totalizando 105 amostras, divididas em análises para vírus e bactérias. O microrganismo mais identificado foi Escherichia coli, presente em 54,3% das amostras, seguido pelos vírus Rotavírus (26,7%) e Norovírus (8,6%). A faixa etária com maior número de coletas foi a de crianças menores de 10 anos, representando 35,0% dos casos, e o sexo feminino foi predominante, com 55,0% dos pacientes. Florianópolis foi o município com o maior número de coletas, correspondendo a 48,4% do total, seguido por Balneário Camboriú (37,1%) e Itapema (14,5%). Conclusões: O Projeto Verão foi uma estratégia adotada pela vigilância epidemiológica estadual de DTHA, em parceria com o LACEN SC, para mapear microrganismos em Santa Catarina, especialmente no verão devido ao aumento de turistas na região. A primeira edição do projeto demonstrou a potencialidade dessa iniciativa como estratégia de vigilância, uma vez que o mapeamento desses microrganismos é crucial para a preparação e resposta a surtos.
SURTO DE ESPOROTRICOSE EM MANAUS: UMA ABORDAGEM EM SAÚDE ÚNICA
Pôster
Gama, A. V. G.1, Camelo, F. S.1, Santos, E. A.1, Nascimento, P. C. M.1, Ramos, T. C. A.1, Fernandes, L. G.1
1 Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP)
Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de esporotricose humana em Manaus durante os anos de 2021 e 2022.
Métodos: Realizou-se um estudo epidemiológico descritivo e ecológico utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisados registros de notificação de casos confirmados de esporotricose humana em residentes de Manaus, Amazonas, durante os anos de 2021 e 2022. A análise incluiu variáveis sociodemográficas e distribuição espacial.
Resultados: Foram notificados 327 casos de esporotricose em Manaus, sendo 98 (30%) casos em 2021 e 229 (70%) casos em 2022. Houve maior ocorrência de registros nos meses de maio e junho de 2022. A maioria dos casos ocorreu em mulheres (59%), na faixa etária de 20 a 59 anos (66%), de raça/cor parda (77%). A distribuição espacial indicou maior ocorrência nos bairros da Zona Centro-Oeste (57%), sendo eles: Santo Antônio (23%; 75 casos), São Jorge (9%; 31 casos) e Vila da Prata (8%; 25 casos), que são bairros limítrofes e próximos a áreas arborizadas, onde nota-se também grande presença de igarapés.
Conclusão: O estudo revelou a emergência da esporotricose em Manaus, com características semelhantes a surtos anteriores em outras regiões do Brasil. Limitações, como a falta de um banco de dados específico e a coincidência com a pandemia de COVID-19, foram observadas. A abordagem da Saúde Única é essencial para entender e controlar a doença, envolvendo intervenções em saúde pública, meio ambiente e educação em saúde. Essas medidas podem melhorar a vigilância epidemiológica e prevenir novos surtos em Manaus.
SURTOS DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR EM SANTA CATARINA DE 2018-2023.
Pôster
Ribeiro, D.L.N.1, Bittencourt, S.1
1 DIVE SC/ SUS SC/ SES SC
Objetivos: Descrever as principais características dos surtos das doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA) em Santa Catarina durante 2018-2023. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico de natureza quantitativa e abordagem descritiva, com dados da Secretaria Estadual de Saúde. Resultados: Após análise dos dados é possível notar que houve aumento nas notificações de surtos, exceto durante a pandemia de Covid-19 (2020 a meados de 2022). O ano de 2023 destaca-se com 357 surtos e 269.578 casos de Doenças Diarreicas Agudas. Ainda, nota-se que os picos de surtos no estado costumam ocorrer entre os meses de fevereiro a março. O microrganismo mais identificado nas análises laboratoriais foi a Escherichia coli com 79,7%, seguida dos vírus Norovírus (13,4%) e Rotavírus (5,5%). Os locais mais comuns de ocorrências dos surtos foram as residências e as creches/escolas. A faixa etária mais afetada foi a de crianças menores de 10 anos com 67,68% dos doentes. O tipo de transmissão predominante foi a transmissão direta com 81,8%. 78% dos surtos foram notificados dentro de uma semana do início dos sintomas do caso índice. Conclusões: A partir da análise da série histórica desses seis anos, é possível notar o aumento nas notificações refletindo uma melhoria na sensibilidade dos serviços de saúde quanto estes agravos. O trabalho da Vigilância Epidemiológica é crucial para a continuidade da qualificação do processo de vigilância das DTHA, além de ser essencial para resposta eficaz a esses eventos de saúde pública.
ZOONOSES RELEVANTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA APROXIMAÇÃO NO CONTEXTO DA SAÚDE ÚNI
Pôster
Nobre, J. A.1, Bedoya-Pacheco S. J.1, Andrade, C. R.1
1 ENSP
Zoonoses são doenças ou infecções transmitidas entre animais e seres humanos, seja por contato direto ou através de vetores. Causadas principalmente por microrganismos, cerca de 60% das doenças infecciosas que acometem humanos são de origem zoonótica. O objetivo deste trabalho é descrever as principais zoonoses que ocorreram no estado do Rio de Janeiro (ERJ), na última década (2013-2022), através de análise retrospectiva da frequência de casos. Para isso, um estudo descritivo utilizando dados secundários referentes as zoonoses humanas disponíveis no Sinan e cedidos pela SES-RJ (Esporotricose) no ERJ, 2013 à 2022, avaliando a incidência por 100 mil habitantes, e as variáveis sócio-demográficas (sexo e faixa etária). As principais zoonoses em humanos no ERJ, com casos notificados e confirmados, na última década foram esporotricose (n= 13349) e leptospirose (n=1895). Em relação a esporotricose, a incidência foi em média 7,79, a frequência maior no sexo feminino (63,3%) e na faixa entre 40-59 anos de idade (35,8%). Em relação a Leptospirose, a incidência foi em média 1,01, a frequência maior se deu no sexo masculino (82,8%) e na faixa entre 40-59 anos de idade (39,9%). Zoonoses associadas a fatores sociais e ambientais são as que mais ocorrem no ERJ, na última década, em comum, afetam principalmente a faixa etária ativa para trabalho. Quanto ao sexo a esporotricose é predominante em mulheres, e a leptospirose em homens. A abordagem saúde única é essencial para a prevenção destas doenças.
AVALIAÇÃO DO CENÁRIO DE RAM DE UM HU DA REGIONAL DE SAÚDE SUL(RS), 2020
Pôster
Araújo, B.T.1, Verotti, M. P.2, Gomes, M. R .C.3, Teles, I. C. N.4, Hamilton, C. A .D. V.4, Machado, G. S. S.4, Zogbi, H.4, MOURA, N .F. O.5, SILVA, E. T.5, Lund, R. G.6
1 Fundação Oswaldo Cruz Brasília
2 Fundação Oswaldo Cruz Brasília/DF
3 Faculdade De Medicina da Universidade Federal do Rio Grande (FAMED-FURG/RS)
4 Universidade Federal do Rio Grande (FURG/RS)
5 Fundação Oswaldo Cruz de Brasília/DF
6 Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas/RS
Objetivo: Identificar o perfil das amostras de IRAS do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr de Rio Grande (HU-FURG), da Rede EBSERH, no cenário pandêmico de 2020. Métodos: Análise descritiva retrospectiva das amostras de IRAS em pacientes internados no HU-FURG, considerado um hospital de grande porte com ênfase em atendimentos em traumas, cirúrgicos e pediátricos. Resultados: Em 2020, foram coletadas 569 amostras de pacientes internados, sendo 52% (n=296) do sexo feminino, predominando a faixa etária >76 anos (32%, n= 182). Considerando os microrganismos, as principais bactérias Gram negativas (BGN) isoladas foram: E. coli (26%, n= 150), K. pneumoniae (16%, n= 91) e P. aeruginosa (9%, n=53) respectivamente. Dentre as amostras biológicas, observou-se uma maior prevalência de infecção do trato urinário (ITU) 39% (n=225), associada aos principais agentes patogênicos comumente isolados nesse sítio. As hemoculturas representaram 21% (n=124) das amostras, seguidas de aspirado traqueal 11% (n=64). O perfil de resistência identificado nessas amostras foi de 12% (n=70) “ESBL”, 9% (n=56) “Resistente a carbapenêmicos”, e 6% (n=39) “MRSCN”. No entanto, 35% (n=200) foram classificadas como “Outro perfil” e 29% (n=166) como “Ausente ou “Nenhum perfil”. Do total de pacientes, 71% (n=409) tiveram alta hospitalar. Conclusão: O conhecimento da prevalência e perfil de RAM em UTI é fundamental para a prevenção da disseminação de cepas multi e pandroga resistentes (MDR e PDR). Portanto, é necessário o conhecimento do perfil do agente para a CCIH auxiliar o hospital nas tomadas de decisões.
PERFIL DESCRITIVO DE IRAS EM UM HOSPITAL ESCOLA EM PELOTAS/RS-2020
Pôster
Verotti, M. P.1, Araújo, B.T.1, Costa, H. L. F.2, Fernandes, S. K. U.2, ALVES-FILHO, H. L.2, SPAGNOLO, L.M.de-L.2, Gilow S.3, Cecagno. S4, MOURA, N. F. O. de.1, SILVA, E. T.5, Lund, R.G.6
1 Fundação Oswaldo Cruz Brasília
2 Universidade Federal de Pelotas/RS
3 Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/RS/EBSERH
4 Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/RS/EBSERH;
5 Fundação Oswaldo Cruz de Brasília/DF
6 Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas/RS
Objetivo: Descrever o perfil das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) causadas por germes multidrogarresistentes (GMDR) em maiores de 18 anos internados nas unidades clínicas do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/RS (HE-UFPel) filial EBSERH em 2020, início da pandemia de Covid-19. Métodos: Análise descritiva retrospectiva das IRAS por GMDR identificados pelo Serviço de Controle de IRAS (SCIRAS). Os dados foram coletados através de registros hospitalares. O HE-UFPel é um hospital universitário geral de grande porte com vocação para atendimentos oncológicos de longa permanência. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Em 2020, foram notificadas 52 IRAS por GMDR em 48 pacientes, classificadas como ITU-RAS em 48% (25), com 56% (14) associadas à CVD, PAV em 25% (13), Pneumonia-RAS 17% (9) e IPCS 9% (5). Razão de sexo 2:1 para masculino, idade média de 63,5 anos e letalidade de 34%. A unidade UTI COVID-19 apresentou 13,5% (7) das IRAS. Os GMDR mais frequentes foram: Klebsiella pneumoniae 38% (20), com 55% de KPC, Acinetobacter baumannii resistente aos carbapenêmicos 32% (17), Escherichia coli ESBL 7% (4) e Pseudomonas aeruginosa resistente aos carbapenêmicos 7% (4). Conclusão: O “grupo ESKAPE” é responsável pela maioria das IRAS. Com a pandemia de COVID-19, essa preocupação se acentuou pelo aumento de hospitalizações com ventilação mecânica e cateteres invasivos. Portanto, é de extrema relevância o papel da CCIH na tomada de decisões para prevenção das IRAS e gerenciamento dos antimicrobianos, inibindo a emergência dos GMDR no contexto da Saúde Única.