Programa - Poster dialogado - PD25.1 - Padrões de consumo alimentar e excesso de peso
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
14:00 - 15:00
PADRÃO ALIMENTAR ASSOCIADO A BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS EM ADOLESCENTES BRASILEIROS
Pôster dialogado
BLAUDT, L. S.1, LOPES, T. S.1, SOUZA, A. M.1, RODRIGUES, G. G.1, ALVES, I. A.1, PEREIRA, R. A.1
1 UFRJ
Objetivos: Identificar um padrão alimentar preditivo de biomarcadores inflamatórios em adolescentes brasileiros.
Métodos: Foram analisados dados de adolescentes (12 a 17 anos) avaliados no ERICA - Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (2013-2014) para os quais foram obtidos dados de consumo alimentar (utilizando recordatório alimentar de 24 horas), adiponectina e proteína C-reativa (n=3.703). Para extração do padrão alimentar utilizou-se a análise Partial Least Squares (utilizando a rotina PROC PLS do SAS); os biomarcadores inflamatórios foram as variáveis respostas e as variáveis preditoras, 26 grupos de alimentos. Foram retidos os grupos de alimentos com cargas fatoriais ≥|0,15|.
Resultados: O primeiro padrão alimentar explicava 5% da variação do consumo alimentar, 1,1% da adiponectina e 0,02% da PCR; e incluía 13 grupos de alimentos: refrigerantes, bolos, queijo, gorduras, massas, lanches, doces e pães (com carga positiva); e arroz, preparações à base de leite, aves, peixes e feijão (com carga negativa).
Conclusões: O padrão alimentar inflamatório foi caracterizado pelo consumo de alimentos com elevado teor de açúcares de adição e gorduras; e ausência de grupos de alimentos frescos, como frutas e hortaliças, e grãos integrais. O consumo de alimentos básicos como o arroz e feijão foi inversamente relacionado ao padrão alimentar inflamatório. O padrão identificado é consistente com as recomendações do guia alimentar brasileiro. Os achados têm relevância para a elaboração de ações de promoção da alimentação saudável desenvolvidas para adolescentes.
PADRÕES DE CONSUMO DE REFEIÇÕES E LANCHES E QUALIDADE DA DIETA NO BRASIL
Pôster dialogado
Monteiro, L.S1, Rodrigues, P.R.M2, Vasconcelos, T.M3, Marques, M.L1, Alves, I.A1, Gomes, L.E.S1, Yokoo, E.M4, Sichieri, R5, Pereira, R.A1
1 UFRJ
2 UFMT
3 Uece
4 UFF
5 UERJ
Objetivo: Estimar a relação entre os padrões de consumo de refeições e lanches com indicador de qualidade da dieta baseado no teor de gorduras sólidas e açúcar de adição (SoFAS) no Brasil.
Métodos: Estudo transversal, com 46.164 indivíduos com idades ≥10 anos participantes do Inquérito Nacional de Alimentação (2017-2018). O consumo alimentar foi avaliado por recordatório alimentar de 24 horas. Os padrões de refeições e lanches foram avaliados utilizando a análise exploratória de dados, considerando as combinações de refeições principais (café da manhã, almoço, jantar) e lanches (manhã, tarde, noite/noite). A dieta foi avaliada de acordo com o teor de SoFAS, categorizado em quintis e reagrupado em consumo moderado (quintis 1-3) e elevado (quintis 4-5).
Resultado: Observou-se que 83,2% da população consumiam padrões incluindo as três refeições principais, 16,7% omitiam pelo menos uma das refeições principais e 86,7% relataram consumir pelo menos um lanche. Maior proporção de indivíduos com consumo moderado de SoFAS foi observada entre aqueles que consumiam as três refeições principais (61,5%) comparados aos que omitiam pelo menos uma dessas refeições (53,8%). Maior proporção de indivíduos com consumo elevado de SoFAS foi observada entre aqueles que consumiam pelo menos um lanche (41,3%) comparados aos que não relataram lanches (31%).
Conclusão: O consumo das três refeições principais foi relacionado com melhor qualidade da dieta e o consumo de pelo menos um lanche, com dieta de pior qualidade da dieta.
CONSUMO DE ADITIVOS ALIMENTARES EM ADOLESCENTES E ADULTOS BRASILEIROS EM 2017/2018
Pôster dialogado
Lage, L. G.1, Pastorello, C. C. G.1, da Silva, M. A. L.1, Louzada, M. L. C.1
1 Universidade de São Paulo
Objetivo: avaliar o consumo de aditivos alimentares, segundo a função tecnológica determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em uma amostra representativa da população brasileira em 2017/2018.
Métodos: com dados pesquisa de orçamentos familiares 2017/2018, foram obtidas informações sobre o consumo alimentar de uma amostra representativa de brasileiros com >=10 anos de idade. Os aditivos alimentares foram identificados segundo as funções tecnológicas determinadas pela Portaria no 540, de 27 de outubro de 1997 e a presença desses aditivos foi estimada a partir da lista de ingredientes dos rótulos dos alimentos. Foi calculado o percentual de indivíduos que consumiu cada uma das funções tecnológicas.
Resultados: os aditivos alimentares com maiores prevalências de consumo foram:
antioxidante (99,0%), estabilizante e estabilizante de cor (84,3%), aromatizante (79,2%), corante (77,8%), conservador (75,0%), acidulante (68,5%), regulador de acidez (37,9%), emulsionante/emulsificante (33,6%), melhorador de farinha (33,0%), fermento químico (27,4%), espessantes (26,03%), realçador de Sabor (24,2%), edulcorante (20,3%) e antiumectante (17,39%). Das 22 funções tecnológicas existentes no Brasil, seis foram consumidas por mais de 50% da população e 8 foram consumidas entre 10 e 50% da população.
Conclusão: observou-se que quase a totalidade dos brasileiros foram expostos ao consumo de aditivos alimentares. Visto os potenciais efeitos nocivos associados ao consumo de aditivos alimentares, é preocupante observar a extensão com que essas substâncias impactam a população brasileira.
TRAJETÓRIAS DA ADIPOSIDADE DOS 11 AOS 22 ANOS: COORTE DE NASCIMENTOS DE 1993, PELOTAS-RS
Pôster dialogado
Oliveira, R.R.1, da Silva, L.S.1, Flores, T.R.1, Gonçalves, H.1, Gigante, D.P.1
1 UFPel
OBJETIVOS: Avaliar as trajetórias de adiposidade utilizando o Índice de Massa Corporal (IMC) e percentual de gordura corporal (%GC) dos 11 aos 22 anos de idade, conforme sexo e características maternas.
MÉTODOS: Utilizaram-se dados da Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas/RS, cuja amostra original é de 5249 indivíduos. Informações sobre IMC (n=3.072) e %GC (n=3.058) foram medidas aos 11, 15, 18 e 22 anos dos participantes e classificados de acordo com o sexo (masculino/feminino). A modelagem, baseada em grupos, foi utilizada para identificar as trajetórias de adiposidade, e descritas segundo características maternas por meio do teste qui-quadrado de Pearson.
RESULTADOS: Três trajetórias foram identificadas para o IMC, cerca de 40% dos homens e mulheres da coorte foram classificados nas trajetórias “sempre sobrepeso” ou “sempre obeso”. As três trajetórias de %GC foram sempre ascendentes entre as mulheres, cerca de 66% tiveram %GC considerado alto ou muito alto. Homens com maior renda familiar e menor escolaridade materna tiveram maiores prevalências nas trajetórias de maior adiposidade, tanto para IMC como para %GC. Entre as mulheres, as mais pobres tiveram maior prevalência na trajetória “sempre obeso”. O excesso de peso materno foi associado às trajetórias "sempre obeso" e %GC alto ou muito alto durante o período, em ambos os sexos.
CONCLUSÕES: As trajetórias de adiposidade entre homens e mulheres sugerem aumentos significativos na adiposidade corporal dos 11 aos 22 anos de idade. Trajetórias ascendentes são mais pronunciadas quando as mães apresentavam excesso de peso aos 11 anos dos filhos.
CUSTOS DO TRATAMENTO AMBULATORIAL DO EXCESSO DE PESO CORPORAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Pôster dialogado
Mastroeni, MF1, Hanauer, AD1, Corrêa, ZGD1, Blazius, G1, Milano, C2, Prates, RC1
1 Univille
2
Objetivo: Descrever os custos diretos do tratamento ambulatorial do excesso de peso corporal em crianças e adolescentes atendidos em um hospital público infantil.
Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo que utilizou informações sobre custos para o tratamento de sobrepeso e obesidade de 2.221 crianças e adolescentes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo foi realizado no período de 2009 a 2019 na cidade de Joinville, SC. Utilizando-se abordagem de microcusteio, a análise de custo incluiu despesas operacionais, consultas e exames laboratoriais e de imagem. As despesas com assistência médica foram obtidas da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do SUS, e do setor financeiro do hospital onde o estudo foi desenvolvido.
Resultados: As consultas médicas representaram 50,6% (R$ 703.503,00) do custo total (R$ 1.388.449,40) do tratamento no período investigado. O custo do tratamento do excesso de peso corporal foi 11,8 vezes maior para crianças de 5 a 18 anos em comparação com crianças de 2 a 5 anos. Adicionalmente, o custo do tratamento da obesidade foi aproximadamente 4,0 e 6,3 vezes superior ao custo do tratamento de sobrepeso nos grupos etários de 2-5 e 5-18 anos, respectivamente.
Conclusão: O custo direto para o tratamento ambulatorial da obesidade é maior em crianças e adolescentes que iniciam o tratamento com obesidade quando comparado a indivíduos com sobrepeso. Adicionalmente, há um importante défice de reembolso por parte do SUS o qual realça a necessidade de reestruturação deste modelo de tratamento para garantir a sua eficácia.