Programa - Poster dialogado - PD25.4 - Violência contra a mulher e fatores associados
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
14:00 - 15:00
ASSOCIAÇÃO ENTRE VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO E SUICÍDIO FEMININO: ESTUDO CASO-CONTROLE
Pôster dialogado
SMANIA, T. G1, RUIZ, A. P.1, TREICHEL, C. A. S.2, SOUZA, D. M2, CORDEIRO, R. C.1
1 UNICAMP
2 USP
Objetivo: Verificar a associação entre violência por parceiro íntimo (VPI) e suicídio de mulheres moradoras de Campinas, São Paulo, Brasil em 2019. Métodos: Trata-se de um estudo caso-controle de base populacional, onde os casos são todas as moradoras de Campinas que faleceram vítimas de suicídio em 2019 e os controles são mulheres moradoras da cidade nesse mesmo ano. Foram utilizadas informações presentes na Declaração de Óbito e o questionário semiestruturado de Autópsia Verbal contemplando variáveis sociodemográficas, comportamentais e socioambientais para auxiliar na elucidação das circunstâncias do óbito. Realizou-se regressão logística múltipla ajustada para verificar as diferenças. Resultados: Dos 19 casos, a maioria era mulher branca ou amarela (57,9%), com idade média de 38,6 anos, sem companheiro (57,9%), sem trabalho (68,4%), com maior prevalência de VPI (68,4%), que fazia uso recreativo de álcool (42,1%) e morava em regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM=0,7704). Observa-se a associação entre a VPI e o suicídio de mulheres, sendo que aquelas que foram vítimas de violência, 30 dias antes ao suicídio, tiveram um risco cinco vezes maior de óbito do que as mulheres que não referiram tal violência [OR:5,58 (p=0,0369)]. Ademais fazer uso de álcool e antidepressivos também foram identificados como fatores de risco. Em contrapartida, ter trabalho renumerado e o incremento tanto da idade quanto do IDHM foram fatores de proteção. Conclusões: Este estudo joga luz sobre a associação entre VPI e os suicídios femininos, evidenciando a importância dos serviços de saúde somarem forças para a redução de ambos os fenômenos.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER PERPETRADA POR PARCEIRO ÍNTIMO EM VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO, BRASI
Pôster dialogado
Leite, FMC1, Venturin, B2, Santana, NMT1, Oliveira, TM1, Ceccon, T1, Ribeiro, LEP3
1 Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
2 Universidade Federal de Pelotas - UFPel
3 Prefeitura Municipal de Vila Velha (PMVV) - ES
Objetivos: estimar a prevalência de violência contra a mulher praticada pelo parceiro íntimo e sua coocorrência no município de Vitória, ES, e, verificar os fatores associados.
Métodos: estudo transversal, de base populacional, realizado na capital do estado do Espírito Santo, com 1.086 mulheres que foram entrevistadas em suas residências. Os dados foram analisados no Stata 15.1, sendo utilizado para a análise bivariada o teste qui-quadrado e para cálculo das Razões de Prevalência a regressão de Poisson com estimativa de variância robusta e intervalo de confiança de 95% (IC95%).
Resultados: A prevalência da violência geral ao longo da vida foi de 47,8%, sendo que 13,0% houve coocorrência de violência psicológica, física e sexual, e, 11% violência psicológica e física. As mulheres entre 40 e 49 anos apresentaram 31% mais prevalência de violência por parceiro íntimo quando comparadas às idosas, e, as católicas apresentaram 33% menos prevalência de violência. Mulheres que viviam sem companheiro, com até oito anos de estudo e pertencentes ao 2º tercil apresentaram maiores frequências de violência. Quanto à experiência familiar de violência, mulheres com mães que já apanharam do parceiro apresentaram 32% mais prevalência de violência geral na vida e, as com histórico de violência sexual quase 1,5 vezes mais prevalência de serem vítimas de violência por parceiro na vida (p<0,05).
Conclusóes: Dados significativos sobre a violência contra a mulher foram encontrados, tornando possível identificar a associação entre a polivitimização e as principais características comportamentais e experiências de vida que levam a mulher sofrer mais violência.
VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO AO LONGO DA VIDA E SUAS ASSOCIAÇÕES: CATALÃO, GOÍAS
Pôster dialogado
Santos, D.F.1, Menezes, R.S.1, Neves, I.G.C.1, Silva, P.H.F.1, Oliveira, C.L.1, Paiva, I.A.1, Alves, V.A.B.1
1 UFCAT
Objetivo: Analisar a prevalência e fatores associados à violência praticada pelo(a) parceiro(a) íntimo(a) em moradores de Catalão, Goiás. Método: Trata-se de um estudo transversal com 261 participantes, quantitativo e analítico. A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024 de forma randomizada nos domicílios das regiões adjacentes a cinco Unidades Básicas de Saúde sorteadas do município de Catalão-GO. Os participantes do estudo foram residentes de Catalão-GO maiores de 18 anos. O desfecho do estudo é a violência praticada pelo parceiro(a) íntimo(a) (VPI) ao longo da vida, esse foi rastreado por meio do instrumento Violence Against Women traduzido e validado em português. E como variáveis independentes foram abordadas as características sociodemográficas, comportamentais e experiências de vida dos participantes. As análises estatísticas foram realizadas por meio do teste de Qui-quadrado e regressão de Poisson, a medida de associação foi a razão de prevalência, foi utilizado o software Stata 14.1, sendo considerados significativos valores de p menores que 0,05. Resultados: 38% dos participantes referem já terem sofrido VPI ao longo da vida. A ocorrência de VPI foi: 11% menor entre os homens; 17% maior entre pessoas que estavam namorando quando comparada às pessoas casadas; 22% maior entre pessoas com menor qualidade de vida no Domínio de Meio ambiente; 14% e 12% maior respectivamente entre pessoas que presenciaram agressão física na família antes dos 15 anos, e que sofreu agressão pelos pais/responsáveis antes dos 15 anos (p<0,05). Conclusão: Fatores sociodemográficos e experiências pessoais de violência influenciam a ocorrência do fenômeno.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO: UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
Pôster dialogado
Venturin, B.1, Leite, F. M. C.2, Ribeiro, L. E. P.2, Oliveira, T. M.2, Fiorotti, K. F.2, Pedroso, M. R. O.3
1 Programa de Pós Graduação em Epidemiologia. Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
2 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Universidade Federal do Espírito Santo
3 Centro de Ciências, Tecnologias e Saúde. Universidade Federal de Santa Catarina
Objetivo: identificar a prevalência de violência (física, psicológica e sexual) contra a mulher ao longo da vida e sua associação com os fatores socioeconômicos e comportamentais da mulher.
Métodos: estudo transversal, de base populacional, realizado no município de Vitória, Espírito Santo, no ano de 2022. Foram entrevistadas 1.086 mulheres com 18 anos ou mais. O instrumento da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre violência contra as mulheres foi utilizado para mensuração do desfecho. Foram estimadas as prevalências de violência (psicológica, física e sexual) durante a vida e análise bivariada com características sociodemográficas, comportamentais, familiares e história de vida das mulheres. A análise multivariada foi realizada para cada tipo de violência, foi realizado o modelo de regressão de Poisson com estimativa de variância robusta com resultados expressos em Razão de Prevalência (RP). Resultados: A violência psicológica foi a mais frequente, com prevalência de 45,2% (IC95% 42,3-48,2), seguida pela violência física (25,6%; IC95% 23,1-28,3) e violência sexual com ocorrência de 17,2% (IC95% 15,1-19,6). Na análise bivariada, verificou-se que a ocorrência violência psicológica, física e sexual esteve associada à raça/cor da pele, anos de estudo, renda familiar em tercil, situação conjugal, religião, mãe já ter sido agredida por algum parceiro, violência sexual na infância e tabagismo (p<0,05). Conclusão: a violência consiste em um fenômeno frequente na vida das mulheres e está associado à fatores socioeconômicos e comportamentais.
EXPOSIÇÃO A VIOLÊNCIA ASSOCIADA A SINTOMATOLOGIA DA DEPRESSÃO EM MULHERES
Pôster dialogado
Oliveira, T. M1, Miguez, F. G. G1, Leite, M. C. L1
1 UFES
Objetivo: verificar a associação entre a violência por parceiro íntimo e sintomatologia da depressão em mulheres na idade adulta. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional do tipo transversal, onde foram analisados os dados da pesquisa sobre Violência contra a mulher em Vitória, Espírito Santo: Um estudo de base populacional, realizada no ano de 2022. Para o estudo, foi utilizado o Inventario de Depressão de Beck foi utilizado para mensurar as manifestações de depressão das mulheres, e para a avaliação da violência por parceiro íntimo o instrumento World Health Organization Violence Against Women (WHO VAW). As análises estatísticas foram realizadas pelo programa Stata 17. A submissão do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo, foi aprovado por meio do parecer n° 2.819.597. Resultados: A sintomatologia depressiva foi encontrada em quase 24%, e as mulheres que tiveram a primeira relação sexual forçada apresentaram 84% mais chances de apresentarem sintomas depressivos, assim como mulheres com histórico de aborto, apresentando 60% mais chances da sintomatologia depressiva. Além disso, as mulheres que sofreram violência ao longo da vida pelo parceiro íntimo tiveram maior frequência de sintomatologia depressiva (44,3%). Conclusões: A partir das associações realizadas, pode-se evidenciar o perfil das mulheres em relação a questões socioeconômicas e histórico de vida da mulher que sofrem violência por parceiro íntimo e sua relevância para a ocorrência da sintomatologia depressiva. Assim, destaca-se a necessidade de prevenção e promoção a saúde nesse público, tanto referente à saúde mental, quanto a violência.