Programa - Poster dialogado - PD25.6 - Tuberculose na atenção Primária
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
14:00 - 15:00
CASCATA DO CUIDADO DA TUBERCULOSE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster dialogado
FERREIRA, L. V. M. V.1, GUILLÉN, L. C.2, AGUIAR, F. P.1, SARACENI, V.1, COELI, C. M.3, PINHEIRO, R. S.3
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2 Secretaria Municipal de Saúde de Niterói
3 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IECS/UFRJ)
OBJETIVO: Analisar o cuidado da tuberculose pulmonar, da detecção ao desfecho de tratamento na Atenção Primária à Saúde (APS), no município do Rio de Janeiro. MÉTODO: Foi construída base de dados pela união dos registros do SINAN e do GAL referentes ao município do Rio de Janeiro, 2012-2016. Os pacientes foram identificados nas duas bases por meio de linkage determinístico, probabilístico e revisão manual. Manteve-se casos não vinculados. RESULTADOS: Cerca de 40% do número estimado de Sintomáticos Respiratórios (SR) foram examinados, estando abaixo da meta do Ministério da Saúde. Clínicas da Família e unidades com Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) examinaram mais SRs, variando segundo Área Programática. A concordância entre os exames nas bases de dados foi de 54,1%, 66,2% e 65,5% para baciloscopias, culturas e testes rápidos moleculares, respectivamente. Unidades com PRMFC apresentaram maior confirmação bacteriológica e casos sem tal confirmação apresentaram mais desfechos indesejáveis. Foram identificados indivíduos com exame positivo no GAL não identificados no SINAN (5,42 casos/100.000 habitantes). A detecção da tuberculose aparenta ter alcançado as metas internacionais, enquanto que a notificação e o sucesso do tratamento estiveram abaixo das metas preconizadas. CONCLUSÃO: O linkage entre bases de dados secundários é uma ferramenta com grande potencial de sinalizar como está ocorrendo o cuidado da tuberculose. O SINAN e o GAL têm informações de grande utilidade para a vigilância, mas precisam ser qualificados. O exame de SR na APS, o abandono primário e a baixa confirmação bacteriológica precisam ser alvos de políticas públicas.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE DOGRARRESISTENTE EM CRIANÇAS E ADOLCESCENTES, BRASIL.
Pôster dialogado
Nogueira, D.M.1, Pungartnik, P.C.2, Viana, P.V.S.3, Paiva, N.S.2
1 Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ)
2 Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC/UFRJ)
3 Centro de Referência Professor Hélio Fraga, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ)
Objetivos: Analisar as características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos de Tuberculose Drogarresistente (TBDR) notificados em crianças e adolescentes no Brasil entre 2010 e 2021. Métodos: Estudo retrospectivo utilizando dados de TBDR notificados do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITETB), em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, no período de 01 de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2021. As análises descritivas foram realizadas com o software estatístico R versão 4.1.1, explorando características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos. Resultados: De 2010 a 2021, foram notificados 601 casos de TBDR em crianças e adolescentes no Brasil. Destes, 55,1% eram do sexo masculino, 62,1% da raça/cor parda/preta e 90% tinham entre 15 e 19 anos. O estado do Rio de Janeiro apresentou a maior carga da doença (34,6%). A forma clínica pulmonar foi predominante (93%), 85,7% eram casos novos e a resistência primária ocorreu em 55,1% das notificações. A situação de encerramento mais frequente foi o “sucesso terapêutico” composto por “Tratamento Completo” ou “Cura” totalizando 61,9%, seguido pela perda de seguimento do tratamento (20,9%). Conclusões: O controle da TBDR em crianças e adolescentes no Brasil depende de melhoria dos serviços de saúde, incluindo diagnóstico e tratamento, capacitação dos profissionais e fortalecimento da rede de saúde para otimização do sistema de referência e contrarreferência. Além disso, é fundamental promover a saúde e fortalecer o Plano Nacional de Vacinação, especialmente a vacina BCG, que protege crianças contra a tuberculose.
IMPACTO DAS RECOMENDAÇÕES NA PREVENÇÃO DA TB EM PVHA NO BRASIL: ANÁLISE POR CD4
Pôster dialogado
Silva Júnior, J. N. B.1, Arroyo, L. H1, Pelissari, D. M1, Alves, K. B2, Harada, L. O.1, Vega, L. R.1, Costa, Y. B.1, Heráclio, I. L.1, Cervieri, G. P. O.1, Palha, P. F.3, Trajman, A.4, Dockhorn, F.1
1 Ministério da Saúde
2 Organização Pan-Americana da Saúde
3 Universidade de São Paulo
4 Universidade Federal do Rio de Janeiro
Objetivo: Avaliar o impacto das recomendações do Ministério da Saúde sobre tratamento preventivo da tuberculose (TPT) entre pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) a partir de tendências temporais, considerando a contagem de CD4. Método: Estudo ecológico com análise de breakpoint de PVHA submetidas a TPT no Brasil (2018-2023). Os dados foram coletados mensalmente conforme contagem de CD4 (≤350 ou >350 células/mm3). Testamos se havia algum ponto de interrupção significativo na série temporal a partir da estimativa simultânea de múltiplos pontos de interrupção. Resultados: De 2018 a 2023, um total de 28.947 PVHA foram submetidas a TPT. Destas, 17.407 (60,1%) apresentaram uma contagem de CD4 ≤ 350 células/mm3. Para as PVHA com contagens de CD4 >350, foram identificados quatro pontos de quebra, que ocorreram de out/18 a jan/19, ago/19 a jul/20, jan/21 a mai/21 e out/21 a mar/22. Os respectivos picos podem estar relacionados com o processo inicial de implementação do sistema de informação, evidenciando um aumento da sua utilização e da divulgação da importância do TPT. Para as PVHA com CD4 ≤ 350 células/mm3, foram identificados cinco pontos: Out/18 a Jan/19, Ago/20 a Out/20, Abr/21 a Jul/2021, Dez/21 a Jun/22 e Ago/22 a Jun/23. Verificou-se concordância temporal entre o breakpoint e a implementação do sistema de monitorização clínica. Conclusão: As análises de breakpoint revelam mudanças distintas na adesão ao TPT entre as PVHA, destacando o impacto de intervenções direcionadas. O investimento em estratégias específicas beneficia não só as PVHA, mas também tem um impacto positivo na saúde pública em geral.
TRATAMENTO PREVENTIVO DA TUBERCULOSE EM PESSOAS VIVENDO COM HIV EM CAPITAIS BRASILEIRAS
Pôster dialogado
Cruz, K. A. L.1, Pavinati, G.1, Mattera, E.G.1, Turquino, S. N. T.1, Palmieri, I. G. S.1, Stolarz, M. F.1, Gomes, M. F.1, Lima, L. V.1, Bernardo, P. H. P.1, Magalhães, F. B.2, Magnabosco, G. T.1
1 Universidade Estadual de Maringá
2 Faculdades Pequeno Príncipe
Objetivo: analisar os indicadores de completude e interrupção do tratamento preventivo da tuberculose (TPT) em pessoas vivendo com HIV, em capitais brasileiras. Métodos: estudo epidemiológico descritivo dos indicadores do TPT em pessoas adultas (≥ 18 anos) com HIV, residentes em capitais brasileiras selecionadas mediante a incidência de coinfecção tuberculose-HIV em cada região do país, a saber: Manaus (Norte); Recife (Nordeste); Rio de Janeiro (Sudeste); Campo Grande (Centro-Oeste); Porto Alegre (Sul). Os dados foram provenientes do Sistema de Informação para Notificação das Pessoas em Tratamento de Tuberculose Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (2018-2023). O cálculo se deu da seguinte forma: número de pessoas com HIV em TPT cujo desfecho foi completude ou interrupção, no local e no período, dividido pelo total de registros de TPT em pessoas com HIV, multiplicando-se por 100. Resultados e Conclusões: 4.247 pessoas com HIV estavam em TPT nessas capitais. Em relação ao indicador de completude do TPT, observou-se: Manaus: 76,3%; Recife: 73,0%; Rio de Janeiro: 76,5%; Campo Grande: 51,0%; Porto Alegre: 65,5%. Para o indicador de interrupção, teve-se: Manaus: 21,4%; Recife: 25,3%; Rio de Janeiro: 19,1%; Campo Grande: 44,7%; Porto Alegre: 32,7%. Notou-se heterogeneidade entre as capitais, com maior taxa de conclusão no Rio de Janeiro e maior taxa de interrupção em Campo Grande. Os resultados sugerem dificuldades na implementação de estratégias de adesão e cuidado integral em determinados locais. Cabe (re)pensar as práticas de vínculo e educação em saúde, buscando-se avançar na eliminação da doença nessa população.