Programa - Poster dialogado - PD25.7 - Monitoramento de arboviroses
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
14:00 - 15:00
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À INFECÇÃO SINTOMÁTICA PELO VÍRUS CHIKUNGUNYA NO RECIFE
Pôster dialogado
Araujo, C1, Brito, C2, Alexandre, S.C.A.1, Oliveira, N.M.N.3, Albuquerque, M.F.P.M.1, Viana, I.F.T.1, Morais, C.N.L.1, Braga, C.1
1 IAM/Fiocruz,PE
2 UFPE
3 UPE
Objetivo: Estimar a prevalência e os fatores associados à infecção sintomática pelo vírus chikungunya (CHIKV) entre participantes de inquérito populacional no Recife, entre 2018 e 2019. Material e Métodos: Estudo seccional com amostragem estratificada por estratos socioeconômicos e seleção em dois estágios conduzido em residentes com idade entre 5 e 65 anos. Foram incluídos participantes com infecção confirmada por sorologia (CHIKV IgG e/ou IgM). Dados individuais foram obtidos por entrevista e coletada uma amostra de sangue. Participantes que relataram ter tido chikungunya ou que relataram não ter tido a doença, porém relatou dengue ou Zika nos últimos três anos, foram definidos como sintomáticos. Estimou-se a prevalência da infecção sintomática e seu respectivo intervalo de confiança de 95%(IC95%). A associação com os fatores investigados foi analisada pelo cálculo da razão de prevalência (RP) estimada pela regressão de Poisson, adotando-se nível de significância de p<0,05. Resultados: Dentre 760 participantes CHIKV positivos, 532(70%; IC95%:66,6%-73,2%) teve infecção sintomática, obtendo-se uma razão sintomático/assintomático de 2,3:1. Entre os sintomáticos, a artralgia (93,8%; IC95%:91,4%-95,6%) foi o sintoma mais frequente. Um percentual de 36,5%(IC95%:32,3%-40,8%) relataram persistência dos sintomas articulares por mais de 3 meses. Sexo feminino (RP=1,19:IC95%:1,1%-1,3%; p=0,001) e idade foram fatores independentes para o evento. A prevalência de chikungunya sintomática aumentou com a idade em anos: 36-50 (RP=1,30;IC95%:1,1%-1,5%;p=0,001; 51-65 (RP=1,26(IC95%:1,1-1,5);p=0,003). Conclusão Os resultados evidenciaram elevada frequência de casos sintomáticos e de cronificação entre os afetados pela doença, principalmente os mais velhos e na população feminina, que devem ser alvos prioritários na assistência.
CUSTO-EFETIVIDADE DO MÉTODO WOLBACHIA NO CONTROLE DA DENGUE EM MUNICÍPIOS DO BRASIL
Pôster dialogado
Zimmermann, IZ1, Fernandes, RRA2, da Costa, MGS3, Pinto, M4, Peixoto, HM1
1 UNB
2 INCA
3 INC
4 IFF
Objetivos: Analisar os custos e consequências da incorporação do método Wolbachia no controle da dengue em municípios brasileiros. Métodos: Avaliação econômica no âmbito de sete diferentes cidades brasileiras: Manaus, São Paulo, Fortaleza, Niterói, Belo Horizonte, Campo Grande e Goiânia. Um modelo matemático de microsimulação, com 23 milhões de habitantes ao longo de 20 anos, considerou transições entre cinco estados de saúde (suscetível, assintomático, ambulatorial, hospitalizado e óbito). A estratégia local de controle da dengue foi comparada com a adição do método Wolbachia na perspectiva do setor de saúde (público e privado). Os custos diretos incluíram recursos locais dos programas de controle da dengue, implementação do método Wolbachia e cuidados com a saúde relacionados à dengue. O desfecho considerou os anos de vida ajustados por incapacidade (DALY) evitados. Resultados: Sem o método Wolbachia, o modelo projetou um total de 1.762.688 casos de dengue em 20 anos. A implementação do método evitaria pelo menos 1.295.566 casos. Exceto por Manaus e São Paulo, o método Wolbachia apresentou dominância (menores custos e maior efetividade) em comparação com as estratégias atuais de controle. As razões incrementais de custo-efetividade estimadas para Manaus e São Paulo ficaram bem abaixo do limiar de custo-efetividade brasileiro para doenças negligenciadas de R$ 120.000/DALY, variando de R$1.747,11 a R$5.072,21 por DALY. Os valores do benefício monetário líquido foram positivos (variando de R$41,37 a R$1.852,42), sugerindo que o método seja custo-efetivo nas cidades simuladas. Conclusões: O método Wolbachia é muito provavelmente uma estratégia custo-efetiva para o controle da dengue no contexto brasileiro.
ÍNDICE DE PROGRESSO SOCIAL E INCIDÊNCIA DE DENGUE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, 2024.
Pôster dialogado
Lima, G. P. C.1, Zajdhaft, I. T.1, Pinheiro, M. F. S.1, Justiniano, M. R.1, Guimarães, R. M.2, Dutra, V. G. P. D.1, Basílio, M. P. R. P.1
1 IDOMED/UNESA
2 ENSP/FIOCRUZ
Objetivo: Avaliar a relação entre o ÍNDICE DE PROGRESSO SOCIAL (IPS) e a taxa de incidência acumulada de dengue nos bairros do município do Rio de Janeiro, de janeiro a maio de 2024. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico realizado com os dados dos casos confirmados de dengue por mês, notificados no SINAN e disponibilizados no TABNET RIO. Os dados do IPS por bairro do ano de 2022 foram obtidos no site do Instituto Pereira Passos. Calculou-se o coeficiente de correlação de Pearson a partir dos dados do IPS e das taxas de incidência acumulada por bairros no período, com nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se que, nos meses de janeiro a maio de 2024, há uma correlação inversamente proporcional entre o IPS dos bairros e as taxas de incidência acumulada de dengue (r = -0,391; p <0,001). Conclusões: Indivíduos que residiam em bairros com piores condições socioeconômicas na cidade do Rio de Janeiro apresentaram maior risco de ocorrência de dengue na epidemia de 2024.
MOBILIDADE ARTICULAR E CHIKUNGUNYA: UM ESTUDO EX-POST-FACTO COM IDOSOS NORDESTINOS ATIVOS
Pôster dialogado
Batista-Santos, A. L.1, Sá, D. B.2, Aguiar, J. B.2, Souza Neto, F. C. V.3, Canon-Buitrago, E. A.1, Gurgel, L. A.2
1 Universidad de la República (UdelaR)
2 Universidade Estadual do Ceará (UECE)
3 Universidad Complutense de Madrid (Ucm)
A transmissão do vírus da Chikungunya (CHIKV) ocorre pela picada do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus que foram infectados pelo vírus CHIKV. Os principais sintomas que os indivíduos diagnosticados apresentam são: febre repentina e dores nas articulações. Nos idosos, se tornam mais intensificados causando limitações nos movimentos. Objetivos: comparar a mobilidade articular de idosos fisicamente ativos acometidos e não acometidos pelo vírus da Chikungunya. Métodos: Trata-se de estudo descritivo de abordagem quantitativa. Foi realizado na cidade de Fortaleza (CE) e contou com a participação de 54 idosos que praticavam exercícios físicos em uma associação. A amostra foi dividida em dois grupos: com 27 participantes em cada, o grupo dos idosos que foram acometidos pela CHIKV (GAC) e o grupo dos idosos que não foram acometidos (GNA). Para coleta dos dados foi utilizado o teste Flexiteste adaptado. Após a realização do teste, os dados coletados foram tabulados em uma planilha do Microsoft Excel 2016 para Windows e feita uma análise descritiva de todos os dados obtidos. Resultados: Na classificação do Flexiteste o nível analisado foi de pouca e muito pouca flexibilidade (ancilose) nos dois grupos (GNA e GAC). Denota-se na comparação dos resultados que não houve uma grande diferença entre os dois grupos. Conclusões: Acredita-se que a prática de exercício físico foi uma ferramenta terapêutica efetiva na atenuação dos danos na flexibilidade de idosos fisicamente ativos em comparação com quem não foi acometido pela doença.