Programa - Poster dialogado - PD25.10 - Epidemiologia das Infecções sexualmente Transmissíveis
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
14:00 - 15:00
A (RE) EMERGÊNCIA DAS IST´S NO BRASIL: DA NEGLIGÊNCIA À PROEMINÊNCIA DA SÍFILIS ADQUIRIDA
Pôster dialogado
Santos, A.P. A.1, Barbosa, G. F.1, Santos, A. S.1, Trigo, A. A. S.1, Timbó, K. M1, Santos. T. F1, Souza, M. B1, Dantas, B. B. A1
1 Unex
Objetivo: Avaliar a tendência temporal e o perfil epidemiológico da sífilis adquirida no Brasil. Método: Estudo ecológico descritivo, que segue duas direções: a tendência temporal, entre 2018-2022, por gênero; e, a distribuição espacial, com perfis de risco por estados, para o ano de 2023. Calculou-se a Variação Percentual Proporcional, prevalências do agravo e taxas de sua ocorrência. Foi utilizado o Sistema de Informação de Agravos de Notificação para definição dos casos e dados censitários brasileiros. Resultados: Identificou-se 949.740 casos no país, no período. Contatou-se aumento sustentado de casos (VPP2018-22=+34,9%), sendo mais proeminente em homens (VPP=+39,3%), do que em mulheres (VPP=+28,0%). Em 2023, foram registrados 112.398 casos (dados pendentes de atualização), com maioria de homens (60,3%), que apresentam maior risco para a doença (68,8/100.000), quando comparados às mulheres (42,6/100.000). A taxa de prevalência geral foi de 55,3/100.000 habitantes. Destacam-se jovens (20-29 anos) (133,9/100.000), tanto em homens (167,8/100.000), quanto mulheres, nesta faixa (100,0/100.000). Negros foram mais acometidos (53,4%), porém o risco maior foi em Amarelos, no geral (144,3/100.000) e em ambos os sexos. São Paulo concentra o maior número de casos (23,9%), porém o Espírito Santo apresenta as maiores taxas (107,0/100.000), seguido do Acre (102,9/100.000) e de Santa Catarina (102,2/100.000). Há muita subnotificação de registro de evolução de casos (51,0%), porém 266 foram a óbito por sífilis, direta ou indiretamente. Conclusão: Políticas de saúde e educação, para a adesão das pessoas a métodos protetivos precisam ganhar relevo no planejamento em saúde, a fim de mitigar o avanço de uma doença completamente prevenível.
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À INFECÇÃO POR MYCOPLASMA GENITALIUM EM GESTANTES, 2022
Pôster dialogado
Diniz, I. V. A.1, Lannoy, L. H.2, Souza, I. M. C. D. M. N2, Schörner, M. A.3, Barazzetti, F. H.3, Rodrigues, S. C.1, Bazzo, M. L.3, Neto, D. B. C.4, Miranda, A. E. B.5, Gaspar, P. C.2, 6
1 MS/DEMSP/CGEMSP/EpiSUS Avançado (FETP Brasil)
2 MS/SVSA/DATHI/CGIST
3 LBMMS/PPGFAR/UFSC
4 MS/SVSA/DATHI
5 MS/SVSA/
6
Objetivo: Analisar os fatores de risco associados à infecção por Mycoplasma genitalium (MG) na implantação piloto do Serviço Nacional de Diagnóstico Molecular de CT/NG/MG/TV, no Brasil. Métodos: Participaram da estratégia piloto 20 serviços de pré-natal do SUS, nas cinco regiões do país. Para coleta de um espécime de esfregaço vaginal em gestantes de 15 a 49 anos foi utilizado o Aptima Collection Kit (HOLOGIC) e enviado ao laboratório de referência usando Aptima Assays (HOLOGIC) para detecção de MG. Análises bivariadas e multivariadas foram realizadas para avaliar fatores de risco associados à infecção. Resultados: Foram atendidas na estratégia piloto 2.616 gestantes residentes em todas as regiões geográficas. A prevalência geral de MG foi de 7,68%. Os fatores associados à infecção na análise bivariada foram idade de 15-24 anos (OR= 2,15, IC95%: 1,60-2,87); ter a primeira relação sexual em idade < 15 anos (OR=1,53, IC95%: 1,09-2,14); múltiplos parceiros sexuais na vida (OR=2,13, IC95%: 1,30-3,48); mais de um parceiro por ano (OR=2,50, IC95%: 1,62-3,88); sífilis no último ano (OR=2,21, IC95%: 1,07-4,58); nunca ter realizado Papanicolau (OR=1,71, IC95%: 1,26-2,32). Os fatores associados à MG na regressão logística multivariada foram idade de 15-24 anos (aOR=1,74, IC95%: 1,24-2,44, p= 0,001); múltiplos parceiros sexuais na vida (aOR=1,91, IC95%: 1,15-3,18, p=0,01); mais de um parceiro por ano (aOR=1,62, IC95%: 1,02-2,58, p=0,04). Conclusões: A elevada prevalência de MG reforça a importância de se avaliar sobre a implementação de testes moleculares na rede pública, fortalecimento de estratégias para prevenção de ISTs, principalmente em mulheres jovens e em situação de vulnerabilidade.
PREVALÊNCIA DA SÍFILIS GESTACIONAL EM AUGUSTINÓPOLIS - TO NO PERÍODO DE 2012 A 2022
Pôster dialogado
JALES, A. G. S.1, Tomm, G.V.F.1, AMORIM, J. M.1, ATAIDES, V. M.1, BEZERRA, A. R.1, LIMA, L. N. F.1
1 UNITINS
Objetivo: avaliar o perfil epidemiológico da sífilis gestacional no período de 2012 - 2022 no município de Augustinópolis - TO. Métodos: estudo epidemiológico quantitativo e exploratório-descritivo, realizado em Augustinópolis, município localizado no Tocantins. Os dados analisados compreendem o período de 2012 a 2022. A pesquisa iniciou no mês de setembro de 2022 e finalizou no mês de agosto de 2023. A população participante da pesquisa foi composta pelos casos de sífilis gestacional notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) pela Secretaria de Saúde do município. Analisou-se as fichas de notificações com os registros mais completos. A caracterização do perfil sociodemográfico e socioeconômico foi feita pela frequência absoluta (n) e pela frequência relativa (%). Utilizou-se o software Excel para tabulação dos dados. Resultados: 112 casos de sífilis gestacional foram notificados, sendo o perfil caracterizado por mulheres pardas, jovens e domésticas. A maioria das notificações foram realizadas no nível de Atenção Primária à Saúde e o 3º trimestre de gestação foi o mais prevalente. A sífilis terciária e o tratamento com Penicilina G Benzatina 7.200.000 UI foram os mais notificados. A maioria das parcerias sexuais não realizou o esquema de tratamento devido à perda de contato com a gestante. Conclusões: é imperioso o exercício de estratégias que visem atenuar o quadro elucidado, com o objetivo de informar sobre a prevenção da sífilis gestacional e instruir a população sobre a sua sintomatologia e a respeito da importância de respeitar o esquema de tratamento, ora da paciente, ora das parcerias sexuais.
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E CASOS DE SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA - MRJ, 2010 - 2020
Pôster dialogado
SANTOS, G. A. C.1, SOUZA, Amanda Moura1
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Objetivo:
Analisar a associação entre a cobertura da Estratégia Saúde da Família e as taxas de detecção de Sífilis Gestacional (SG) e de incidência de Sífilis Congênita (SC) no município do Rio de Janeiro (MRJ) entre 2010 e 2020.
Métodos:
Estudo ecológico com dados de notificações de SG e SC ocorridas no MRJ nos anos de 2010 a 2020, além de dados da cobertura ESF. Dados obtidos através do SINAN, SINASC e plataforma e-Gestor. As associações foram estimadas por meio do coeficiente de correlação de Pearson. As análises foram realizadas no Software R.
Resultados:
A taxa de detecção de SG aumentou ao longo do período, assim como a porcentagem de cobertura ESF. A taxa de incidência de SC apresentou tendência de aumento entre 2010 a 2012, com declínio de 2013 em diante. Houve correlação moderada entre a taxa de detecção de SG com o percentual da cobertura ESF (r=0.63 p-valor=0.04). Uma correlação fraca, porém, não estatisticamente significante, foi encontrada entre a cobertura ESF e a taxa de incidência de SC (r=0.39p-valor=0,24).
Conclusões:
Ao longo dos anos estudados, a cobertura ESF associou-se positivamente as taxas de detecção da SG no MRJ, indicando uma melhora no acesso, diagnóstico e notificação dos casos. No entanto, é necessário avançar na qualidade do pré-natal, pois apesar da taxa de incidência de SC ter diminuído, ainda está aquém da meta da OPAS.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS - 2013 A 2022
Pôster dialogado
Furtado,J.S.1, Lima, K.S.B.2
1 Secretaria municipal de Angra dos Reis
2 IDOMED
Objetivo: Estimar as taxas de detecção da sífilis congênita e as características clínicas e sociodemográficas no Município de Angra dos Reis no período entre 2013 e 2022. Métodos: Estudo descritivo realizado por meio de levantamento das taxas de detecção de sífilis congênita no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram estimadas características clínicas (realização do pré-natal, exames sorológicos) e sociodemográficas (sexo, idade da mãe, escolaridade da mãe, cor/raça da mãe) dos casos de sífilis congênita no município de Angra dos Reis, entre 2013 e 2022. Resultados: No período avaliado o município registrou 224 casos confirmados de sífilis congênita. A taxa variou entre 0,7 casos/1000NV em 2013 e 19,9 casos/1000NV em 2022. Houve predomínio de casos do sexo masculino (50,8%), com mães de faixa etária de 20 a 24 anos (36,1% dos casos), cor/raça parda (28,1%) e 48% dados ignorados desta variável e 20% com ensino fundamental incompleto (34% dos dados ignorados). O pré-natal foi realizado por 84% das mães, sendo que somente 57% do diagnóstico ocorreu durante consultas de pré-natal. Dezenove por cento dos parceiros foram tratados, 34% destes valores estavam ignorados. Conclusão: Houve tendência de aumento nas taxas de detecção de sífilis congênita no período, a incompletude dos dados devido a prevalência do campo ignorado nas variáveis exploradas dificulta avaliar a real situação no município. A avaliação do perfil clínico epidemiológico dos casos demonstra sua vulnerabilidade social e a fragilidade na assistência do pré-natal no município de Angra dos Reis no controle e prevenção a sífilis congênita.
O USO DE PRESERVATIVO POR PROFISSIONAIS DO SEXO NO BRASIL
Pôster dialogado
Dall Soto, M. M.1, Kops, N. L.2, Bessel, M.2, Wendland, E. M. D. R.3
1 UNISC
2 HMV
3 HMV; UFCSPA
Objetivo: avaliar o uso de preservativo por profissionais do sexo com diferentes parcerias e práticas sexuais.
Métodos: Estudo transversal, multicêntrico, usando metodologia respondent-driven sampling para recrutamento nas cinco regiões do Brasil. Foram incluídas mulheres cisgênero, maiores de 18 anos, que relataram sexo comercial nos últimos 4 meses e se autodeclararam profissionais do sexo. A coleta de dados ocorreu em unidades de saúde e centros de testagem e aconselhamento mediante questionário com informações sociodemográficas, comportamentais e práticas sexuais (orais, anais e vaginais) com parcerias fixas, casuais e comerciais. O uso de preservativo foi categorizado: nunca, uso inconsistente e sempre. As análises foram realizadas no Statistical Analysis System 9.4 e RDS Analysis Tool 6.0.1, ponderadas segundo homofilia das redes, com intervalo de confiança de 95%. Para comparações múltiplas foi aplicado fator de correção Bonferroni.
Resultados: 797 mulheres foram incluídas, 59,45% se autodeclararam parda, das classes sociais D-E (82,18%), com ensino médio (57,03%). A mediana de parcerias foi 1 parceiro fixo e 15 casuais no último ano, e 7 comerciais por semana. “Nunca” usar preservativo foi mais frequente nas relações com parceiros fixos, em todos os tipos de prática. “Sempre” usar preservativo foi mais frequente nas relações casuais do que nas comerciais em todas as práticas. O “uso inconsistente” foi maior nas relações comerciais do que nas casuais ou fixas. Conclusões: Identificou-se baixo uso de preservativo nas relações sexuais fixas e uso inconsistente nas relações comerciais por profissionais do sexo e suas parcerias, mesmo essa, sendo a principal estratégia de prevenção de IST.