Programa - Poster dialogado - PD25.15 - Análise de determinantes sociais em saúde em temáticas diversas
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
14:00 - 15:00
LITERACIA DIGITAL EM SAÚDE E FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
Pôster dialogado
ALMEIDA, D. B. S.1, PAVÃO, A. L. B.2
1 Fiocruz
2 ICICT/Fiocruz
Objetivos
Para verificar a relação entre os determinantes sociais da saúde (DSS) e sua interface com a Literacia Digital em Saúde (LDS), este estudo analisou os níveis de LDS de uma população com mais de 18 anos e sua relação com características sociodemográficas tais como idade, sexo, renda e cor da pele. Segundo a OMS, a Literacia para Saúde, por sua característica multidimensional, incorpora diferentes contextos sociais, culturais e/ou ambientais, podendo influenciar as escolhas e os comportamentos relacionados à saúde.
Métodos
Estudo descritivo, com aplicação on-line, em 2023, do questionário The eHealth Literacy Scale (eHEALS), traduzido e validado em 2019, que mede a autopercepção dos indivíduos em diferenciar e compreender informações da Internet. Pontuações mais altas no eHEALS pressupõem nível maior de Literacia Digital em Saúde.
Resultados
Houve 216 respondentes, a maioria do sexo feminino (70,1%). Foi observado que nível de LDS reduziu com o avanço da idade nas faixas etárias a partir dos 51 anos. Além disso, tivemos associação positiva progressiva entre os níveis de LDS e renda, com aumento de LDS à medida que a renda aumentava (p<0,001). Identificamos níveis mais altos de LDS nos indivíduos com cor de pele branca (79,0%; p<0,05), quando comparados aos não-brancos, bem como diferenças por regiões geográficas brasileiras, mostrando que. fatores socioeconômicos podem afetar o nível de LDS dos indivíduos.
Conclusões
É necessário pensarmos políticas públicas que considerem a diversidade e as especificidades de cada território, para que tenhamos na prática, implementação de programas no âmbito da saúde que sejam de fato integrais e equânimes.
DATA INITIATIVE FOR THE ANALYSIS OF RACIAL/ ETHNIC HEALTH INEQUALITIES IN LATIN AMERICAN
Pôster dialogado
Yazmin Sanchez1, Andrêa JF Ferreira2, Elmi Y. M.1, Pérez, D.3, Dandara Ramos4, Lucumi, DI5, Céline M. Goulart1, John W. Jackson6, CY Perea-Aragón5, Randy L. Grillo3, Emanuelle Goes7, Ana F Ortigoza8, Diana Higuera-Mendieta8, Khardjatou Marianne Djigo1, Melo-Ferreira, V2, Martínez, M3, Siddiqi, Arjumand9, Sharrelle Barber10, Mabel Carabali1
1 McGill University
2 The Ubuntu Center on Racism, Drexel University
3 Institute of Tropical Medicine Pedro Kourí (IPK)
4 Federal University of Bahia
5 Universidad de Los Andes
6 Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health,
7 Iyaleta Research Association-Research, Science and Humanities,
8 Drexel University
9 University of Toronto
10 The Ubuntu Center on Racism, Drexel University,
Objectives: Data on racial-ethnic health inequalities among Afro-descendant population in Latin America and the Caribbean (LAC), remains incomplete. We aim to examine the availability, quality, and scope of population-based race/ethnicity data related to major health outcomes in LAC to better inform and improve data collection practices.
Methods: We conducted a series of scoping reviews on racial/ethnic health inequities across three major health outcomes: 1) cardiovascular diseases (CVD), 2) maternal, infant, and neonatal mortality (MIN), and 3) vector-borne diseases (Zika and Dengue) in LAC from 2000-2023. JBI, Arksey and O’Malley framework were followed. Datasets include PubMed/Medline, Embase, CINAHL, Global-Health, Scopus, LILACS, Web-of-Science. This protocol is available in OSF(Doi-10.17605/OSF.IO/PE35D).
Results: Our searches yielded 5792 results for CVD, 6127 for MIN mortality, 518 for Zika, and 670 for DENV, with 117, 68, 13 and 17, papers retained respectively. Preliminary results show that: most studies that analyze race-ethnicity/skin color don’t include a clear definition; the operationalization of race is given according to the census of the countries. The disaggregation of racial-ethnic groups varies considerably among countries, with Brazil being a reference for the systematization of racial data in health information systems. Many studies erroneously consider race/ethnicity as purely biological/genetic factors. Race/ethnicity was categorized as “white” and “non-white” perpetuating whiteness. Few studies acknowledged the intersectionality theory, and/or racial discrimination approach.
To conclude, the data collection of racial/ethnic groups is incomplete, lacks intersectionality and racism frameworks, perpetuating structural racism. Our analysis will be crucial for documenting the impact of racism on health, addressing racial health inequities.
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA, VULNERABILIDADE SOCIAL E INDICADORES DE SAÚDE NO BRASIL, 2019-2022
Pôster dialogado
Melo, MS1, Freitas, LRS2, Lima-Júnior, FEFL3, Vargas, A3, Pereira, JS3, Brito-Júnior, PA3, Oliveira, RC3, Menezes, JS3, Borghesan, TC3, Figueiredo, JA3, Moreira, RVR3, Ribeiro, A4, Raiol, R4, Lima, SVMA5, Bezerra-Santos, M6, Santos, AD5, Ribeiro, CJN5, Vasconcelos, VV7
1 Ministério da Saúde e Universidade de Brasília
2 Universidade de Brasília
3 Ministério da Saúde
4 Fundação Oswaldo Cruz
5 Universidade Federal de Sergipe
6 Universidade Federal de Alagoas
7 Universidade do ABC Paulista
Objetivos: identificar aglomerados espaciais de toxoplasmose congênita (TC) e sua associação com a vulnerabilidade social e indicadores de saúde no Brasil de 2019 a 2022. Métodos: estudo ecológico de base populacional, empregando técnicas de análise espacial (Bayesiano e Moran) e de regressão linear, espacial global (Erro e Defasagem Espacial) e local (Multiescala Geograficamente Ponderada - MGWR) dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados e Conclusões: em todo período foram notificados 8.415 casos de TC, o que representa incidência de 8,0 casos/10.000 nascidos vivos. Observou-se um padrão aproximadamente homogêneo na maior parte do território nacional, com 782 (14,0%) municípios apresentando incidência de TC de até 19,8/10.000 nascidos vivos. Constatou-se autocorrelação espacial da incidência de TC (I=0,186, p-value=0,001), sendo 180 municípios (3,2%) identificados como alto-alto, localizados predominantemente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e; 126 municípios (2,2%) foram categorizados como baixo-baixo, concentrados principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O MGWR apresentou o melhor desempenho (R2=0,337, AIC=11.024) e mostrou uma associação negativa da incidência de TC com a cobertura da Estratégia de Saúde da Família (β=-0,001, σ=0,000) e uma associação positiva com a vulnerabilidade social (β=0,617, σ=0,284), cobertura de agentes comunitários de saúde (β=0,004, σ=0,000) e o número adequado de consultas às gestantes (β=0,003, σ=0,000). Conclui-se que a implementação e o fortalecimento de estratégias públicas, com foco em ações intersetoriais prioritárias para prevenção, diagnóstico precoce e tratamento imediato, são urgentemente necessários para o controle efetivo da TC nos municípios brasileiros.
INSEGURANÇA ALIMENTAR E FATORES ASSOCIADOS EM COMUNIDADES POBRES, SALVADOR/BA, 2021/2024
Pôster dialogado
Mauricio, G. G.1, Awoniyi, A. M.1, Pereira, M.1, Miranda, S. S.1, Costa, F.1, Cremonese, C.1
1 UFBA
Objetivo: Avaliar o perfil sociodemográfico e as frequências da Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN) em moradores de comunidades urbanas vulnerabilizadas durante e após o período de pandemia em Salvador, Brasil. Métodos: Utilizou-se uma Escala de Acesso à Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura e Domicílios dos EUA ligeiramente modificada, previamente validada no Brasil, para medir a frequência de insegurança alimentar em quatro comunidades urbanas com características socioeconômicas e demográficas semelhantes, localizadas na periferia de Salvador/Ba, Brasil. Foram aplicados questionários aos chefes de família no período de setembro de 2021 a dezembro de 2022 (durante a pandemia) e de abril 2023 a fevereiro de 2024 (pós-pandemia), os quais resultaram em 479 e 253 participantes, respectivamente. O test qui-quadrado foi utilizado para calcular a diferença estatística entre categorias e variáveis contínuas. Análises foram realizadas no software R. Projeto aprovado pelo CEP/ISC com CAAE: 32361820.7.0000.5030. Resultados: A IAN durante a pandemia foi de 59,1%, diminuindo para 55,3% (p-valor = 0,37) no pós-pandemia. Em seguida, as mulheres, com 72,6% vs 69,2%, (p-valor = 0,37), os adultos de 26 a 45 anos (p-valor = 0,5) e afrodescendentes, 93,4% vs 94,9%, (p-valor = 0,55) apresentaram as maiores frequências. Pessoas com baixa escolaridade mostraram aumento significativo na exposição à IAN (p-valor <0,001). Conclusão: A IAN manteve alta prevalência nos dois períodos. As pessoas com baixa escolaridade estão mais suscetíveis a estar em situação de IAN. A precariedade da estrutura e políticas públicas em comunidades desfavorecidas pode contribuir para a ascensão da IAN.
RELAÇÃO ENTRE LOCAL E ASSISTENTE AO PARTO: UMA ANÁLISE COM 22 PAÍSES DA ÁFRICA SUBSAARIANA
Pôster dialogado
Silva, L. A. N.1, Blumenberg, C.1, Barros, A. J. D.1
1 UFPel
Objetivo: Avaliar a relação entre local do parto e quem o assistiu em 22 países da África Subsaariana. Métodos: Usando dados dos inquéritos DHS/MICS em 22 países, mulheres de 15-49 anos com recentes nascimentos foram analisadas. Locais de parto incluíram hospital, outras unidades de saúde ou em casa. Atendentes dos partos foram classificados em médicos, enfermeira/obstetriz, outro profissional qualificado ou profissional não qualificado e sem atendente. Análises examinaram proporções e intersecções das variáveis. Resultados: No conjunto de países, a mediana de partos em hospital, outras unidades de saúde e casa foram 29%, 43% e 20%, respectivamente. 69% dos partos foram assistidos por enfermeiras/obstetrizes. Em geral, houve variações entre os países, por exemplo, em cinco países, as proporções de partos domiciliares foram maiores que 45%. As intersecções mostraram que tanto nos hospitais quanto em outras unidades de saúde, os partos são assistidos majoritariamente por profissionais qualificados – em especial por enfermeiras/obstetrizes. No entanto, as proporções de partos domiciliares com profissionais não qualificados chegam a 86% em Gana e os sem atendente a 40% em Ruanda. Conclusões: O padrão de assistência ao parto pode variar de acordo com o país. Em quase todos os países, observamos maior proporção de partos com profissionais qualificados quando o parto foi institucional. No entanto, para os partos realizados em casa houve baixa ou nenhuma assistência qualificada, levantando a necessidade de se pensar em estratégias que ampliem o acesso oportuno das mulheres a profissionais qualificados nos partos domiciliares ou ainda a instituições com recursos humanos e infraestrutura adequadas.