Programa - Poster dialogado - PD25.16 - Capacidade funcional, fatores associados e estratégias de intervenção entre idosos
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
14:00 - 15:00
ANÁLISE DE REDES DE DCNT EM ADULTOS MAIS VELHOS COM INCAPACIDADE FUNCIONAL (ELSI-BRASIL)
Pôster dialogado
SANTOS, K. P.1, MAMBRINI, J. V. M.1, PEIXOTO, S.V.1
1 Fiocruz Minas
Objetivo: Descrever a relação das DCNT para participantes com incapacidade funcional, utilizando uma abordagem de redes, segundo sexo, entre adultos mais velhos brasileiros. Métodos: Estudo transversal, baseado em amostra representativa da população brasileira de 50 anos ou mais, participantes do ELSI-Brasil. A incapacidade funcional foi avaliada pelo relato de alguma dificuldade para as Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD). Foi utilizado o autorrelato de diagnóstico médico para 21 Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). A análise de redes não direcional foi utilizada para observar as relações das DCNT entre participantes com incapacidade funcional para ABVD, segundo o sexo. As análises foram realizadas no STATA e ambiente R, com nível de significância de 0,05. Resultados: Dos participantes, 53,9% são do sexo feminino, com idade média de 62,5 anos (DP = 9,8 anos). Para mulheres, a rede demonstra relações fortes nos agrupamentos artrite, osteoporose e problema crônico de coluna; insuficiência cardíaca e angina; enfisema e asma; e diabetes e retinopatia. Estes dois últimos grupos sem representatividade nas medidas de centralidade. Para os homens, os agrupamentos foram retinopatia diabética e degeneração macular; enfisema e asma; insuficiência cardíaca e infarto do coração. Este nó apresentou baixas medidas de centralidade. Conclusões: As redes de morbidade para indivíduos com incapacidade funcional diferem entre sexos. Em mulheres, artrite, osteoporose, coluna, insuficiência cardíaca e angina são mais relevantes, enquanto em homens destacam-se retinopatia diabética, degeneração macular, enfisema, asma e insuficiência cardíaca. Estratégias de cuidado específicas por sexo são necessárias para melhorar a qualidade de vida e funcionalidade desse grupo etário.
FUNÇÃO PULMONAR E FRAGILIDADE: RESULTADOS DO ENGLISH LONGITUDINAL STUDY OF AGEING
Pôster dialogado
Vieira, D.S.R.1, de Oliveira, Cesar2, Fontanela, L.C.1, Schneider, I.1
1 Universidade Federal de Santa Catarina
2 University College London
Objetivo: Investigar o impacto da função pulmonar na fragilidade em idosos residentes na comunidade durante um período de seguimento de quatro anos. Métodos: Trata-se estudo de coorte prospectivo com dados de 1.910 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA). Os dados de função pulmonar (volume expiratório forçado no primeiro segundo-VEF1 e capacidade vital forçada-CVF) foram obtidos a partir da onda 6 (2012-13). A fragilidade foi determinada utilizando os dados da oitava onda (2016-17), considerando o fenótipo de Fried (perda de peso, fraqueza, lentidão, fadiga e baixa atividade física). Os valores mais elevados de FEV1 e FVC foram utilizados para estimar os valores previstos que foram classificados de acordo com os escores z como sem comprometimento, comprometimento leve, moderado ou grave. A regressão logística foi utilizada para calcular as probabilidades de fragilidade ajustadas para a idade, sexo, condição socioeconômica, depressão, índice de massa corporal, tabagismo, doenças crônicas, doenças pulmonares, atividades da vida diária e número de componentes de fragilidade, todos da onda 6. Resultados: A maioria dos idosos era do sexo feminino (54,03%), apresentavam idade de 60 a 69 anos (52,46%), 14,35% tinham fragilidade, 9,32% tinham comprometimento grave do VEF1 e 3,66% tinham comprometimento grave da CVF. O comprometimento grave da CVF aumentou a chance de fragilidade em 5,01 (IC95%:2,48-10,12) e o do VEF1 em 2,11 (IC95%:1,19-3,72) nos quatro anos de acompanhamento. Conclusões: O comprometimento da função pulmonar aumentou a incidência de fragilidade em idosos. Esses achados destacam a importância do monitoramento da função pulmonar nessa população nesta população.
EFEITOS DO EXERCÍCIO DOMICILIAR NA FORÇA MUSCULAR E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS DA COMUNIDADE
Pôster dialogado
Steffens, T.1, Maas Gastaud, N.M.1, Silva, M.P.1, Meucci, R.D.1
1 FURG
O envelhecimento implica em declínios de força muscular e equilíbrio, que impactam na funcionalidade, e a inatividade física potencializa esses declínios. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de um programa de exercícios domiciliares, baseado no protocolo de Otago, na força muscular, capacidade funcional e equilíbrio em idosos da comunidade, do município de Rio Grande/ RS – Brasil. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, de dois braços, unicego, com idosos de 70 anos ou mais, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família. Os participantes eram capazes de ler e entender instruções, caminhar independentes e não praticantes de exercícios. A alocação foi randomizada para o grupo controle (GC) e o grupo intervenção (GI). A intervenção foi de 12 semanas, o GI recebeu visitas domiciliares com orientação de uma fisioterapeuta, ligações de acompanhamento e uma cartilha ilustrada contendo os exercícios; o GC recebeu orientações usuais para prevenção de quedas. Os desfechos avaliados foram a força muscular pelo Sit-to-stand, capacidade funcional pela velocidade da marcha de quatro metros, e o equilíbrio pelo teste de alcance funcional. Resultados: o total de n= 230 idosos participaram (n=115 em cada grupo). Na análise por equações de estimativas generalizadas não houve efeito da intervenção sobre a força muscular e capacidade funcional nos idosos avaliados. Além disso, observou-se piora do equilíbrio no GI. Conclusão: a ausência de efeito dos exercícios domiciliares nos desfechos avaliados nesta população, aponta para melhoramentos no programa de exercícios que requer maior tempo intervenção e considere a avaliação da adesão dos participantes.
DINAPENIA MANUAL ENTRE HOMENS E MULHERES IDOSOS NO CENTRO-SUL BAIANO
Pôster dialogado
Macedo, S. C. O.1, Alves, J. J. S.2, Carvalho, A. R.1, Almeida, B. E. M.1, Araujo, S. A.1, Melo, C. M.1, Medeiros, D. S.1
1 UFBA
2 UniFG
Objetivo: Estimar a prevalência da dinapenia manual entre homens e mulheres idosos e fatores associados em um município do centro-sul baiano. Métodos: Estudo transversal com 449 idosos (167 homens e 282 mulheres), realizado entre março-abril de 2023, com entrevista domiciliar e coleta de medidas objetivas. A dinapenia foi definida como valores de força de preensão manual ≤27kg para homens e ≤16kg para mulheres. Foram calculadas prevalência, razão de prevalência (RP) e intervalos de confiança 95% (IC95%) pela regressão de Poisson com variância robusta, estratificados pelo sexo. Resultados: A prevalência geral de dinapenia manual foi de 32,5%, sendo 42,5% em homens e 26,6% em mulheres. Para homens, a dinapenia foi associada com a idade de 80 anos ou mais (RP=1,80; IC95%=1,14-2,84), inatividade física (RP=1,43; IC95%=1,01-2,02), queda nos últimos 12 meses (RP=1,48; IC95%=1,07-2,04), autorrelato de hipertensão (RP=1,44; IC95%=>1,00-2,06), procura por serviço de saúde nas últimas 2 semanas (RP=1,58; IC95%=1,09-2,27) e internação hospitalar nos últimos 12 meses (RP=1,56; IC95%=1,10-2,20). Para mulheres, encontrou-se associação com maior idade (70-79 anos - RP=1,92; IC95%=1,06-3,45, e 80 anos ou mais - RP=3,68; IC95%=2,06-6,56), inatividade física (RP=1,68; IC95%=1,13-2,50), procura por atendimento em urgência nos últimos 12 meses (RP=1,73; IC95%=1,14-2,63) e a menor satisfação com a saúde (RP=1,94; IC95%=1,36-2,76). Conclusão: A prevalência de dinapenia manual foi elevada entre os idosos, principalmente entre os homens. A inatividade física é um hábito de vida modificável e pode ser alvo de intervenções para minimizar os efeitos sobre a diminuição da força e da massa muscular, possibilitando uma maior qualidade de vida.
SARCOPENIA COMO FATOR DE RISCO PARA ÓBITO EM PESSOAS IDOSAS
Pôster dialogado
Pedreira, R. B. S.1, Pinto Junior, E. P2, Coqueiro, R. S.1, Brito, T. A.1, Fernandes, M. H.1, Carneiro, J. A. O.1
1 UESB
2 CIDACS/FIOCRUZ
Objetivo: Analisar a influência da sarcopenia como fator de risco para o óbito em pessoas idosas. Métodos: Coorte prospectiva de oito anos de seguimento envolvendo 301 pessoas idosas (≥60 anos) residentes em comunidade. Informações sobre óbito foram obtidas através da Secretaria Municipal de Saúde de Lafaiete Coutinho (BA) em consulta ao Sistema de Informação de Mortalidade ou visita domiciliar. Para a sarcopenia considerou-se o European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP2). Construídas curvas de sobrevida de Kaplan-Meier (teste Log-rank, p-valor≤0,05). Para avaliar a associação entre ocorrência de óbito e sarcopenia utilizou-se regressão de riscos proporcionais de Cox, estratificada por sexo, considerando as Hazard Ratio (HR) e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%). Aspectos sociodemográficos, comportamentais e condições de saúde foram considerados como variáveis de ajuste. Resultados: Para o sexo feminino a probabilidade de sobrevida das não sarcopênicas na linha de base foi de 81,0%, para prováveis sarcopênicas foi 64,9% e para as sarcopênicas 27,3%. Para o sexo masculino, a probabilidade de sobrevida dos não sarcopênicos na linha de base foi de 68,0%, para prováveis sarcopênicos 57,1% e para sarcopênicos 33,3%. A análise multivariada evidenciou que entre as idosas, ser sarcopênica na linha de base aumentou o risco de óbito (HR=4,69, IC95%: 1,76-12,49). Entre os idosos não foi observada associação entre sarcopenia e óbito. Conclusão: Para as pessoas idosas do sexo feminino, o diagnóstico de sarcopenia na linha de base aumentou em aproximadamente cinco vezes o risco de morrer em um período de oito anos.
TRAJETÓRIAS DE HEMOGLOBINA GLICADA E A PREVALÊNCIA DA FRAGILIDADE EM IDOSOS DO ELSA-BRASIL
Pôster dialogado
Barbosa, E. L.1, Fonseca, M. J. M.1, Telles, R. W.2, Barreto, S. M.2, Ducan, B. B.3, Griep, R. H.4
1 ENSP-FIOCRUZ
2 UFMG
3 UFRGS
4 IOC-FIOCRUZ
Objetivo: Analisar a associação entre as trajetórias de hemoglobina glicada (HbA1c) em cerca de 10 anos de seguimento e a prevalência da fragilidade em pessoas idosas. Métodos: Foram consideradas medidas de HbA1c de indivíduos com idade ≥ 60 anos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto, com diabetes (n=1513) e sem diabetes (n=3151) em três momentos: linha de base (2008-2010), 1ª (2012-2014) e 2ª (2017-2019) avaliações de seguimento. Análises de agrupamento (K-means longitudinal) foram usadas para determinar os grupos de trajetórias de HbA1c. A fragilidade foi definida de acordo com o fenótipo da fragilidade (robusto, pré-frágil e frágil). As associações entre as trajetórias de HbA1c e a fragilidade foram estimadas por meio de modelos multinomiais. Resultados: Entre os indivíduos com diabetes, a trajetória de HbA1c “Alta estável-decrescente (médias de HbA1c 8,3%; 8,7% e 7,7%)” associou-se à pré-fragilidade (OR=1,77) e à fragilidade (OR= 2,21). Além disso, as trajetórias “Moderada-alta-crescente (médias de HbA1c 6,6%; 7,3% e 11,2%)” e “Muito alta estável crescente (médias de HbA1c 9,5%; 11,0% e 11,0%)” associaram-se à fragilidade (OR=3,40 e OR=5,04, respectivamente), quando comparadas à trajetória “Baixa moderada estável (médias de HbA1c 5,5%; 5,5%; 5,9%). Já entre indivíduos sem diabetes com trajetórias de HbA1c “Alta” (médias de HbA1c 5,7%; 5,6% e 5,8%)” tiveram chances 29% mais elevadas de pré-fragilidade quando comparados aos com trajetórias “Baixa (médias de HbA1c 4,7%; 4,8% e 5,0%)”. Conclusões: Trajetórias de níveis de HbA1c mais elevados apresentam maiores chances de fragilidade em indivíduos com diabetes e de pré-fragilidade em indivíduos sem diabetes.