Programa - Poster dialogado - PD25.20 - Condições crônicas entre adultos e idosos: evidências de estudos epidemiológicos
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
14:00 - 15:00
A DESNUTRIÇÃO E SUA RELAÇÃO COM PADRÕES ALIMENTARES GLOBAIS
Pôster dialogado
Nepomuceno, G.C.1, Simões, B.F.T.2
1 UERJ
2 UNIRIO
Objetivos: O objetivo deste estudo é estabelecer a relação dos padrões alimentares mundiais observados com a desnutrição para cada um dos 170 países investigados, nos anos de 2000 a 2014. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, utilizando-se de dados secundários, obtidos de banco de dados de acesso aberto, compreendendo 170 países cadastrados na ONU, abrangendo o período de 2000 a 2014. O método utilizado para avaliar a relação entre os padrões alimentares e a desnutrição foi a Regressão Quantílica Múltipla, que consiste em uma análise estatística que permite investigar e modelar o relacionamento entre as variáveis a uma determinada variável resposta. A desnutrição foi utilizada como variável resposta enquanto que os padrões alimentares foram as variáveis explicativas. Os padrões foram obtidos através de Análise Fatorial não paramétrica. Resultados: Os coeficientes da Regressão Quantílica Múltipla (β) em relação aos Padrões Alimentares e a desnutrição foram estatisticamente significantes em todos os anos, para os padrões chamados de Padrão Ocidental, de forma inversamente proporcional, uma vez que quanto maior a aderência ao padrão, menor a prevalência de desnutrição no país. Já no Padrão Mediterrâneo ocorreu de forma proporcional, uma vez que quanto maior a aderência ao padrão, maior a prevalência de desnutrição no país. Conclusão: Portanto, o método de RQM permitiu visualizar a relação entre os padrões alimentares e a desnutrição ao longo de 15 anos, podendo ser favorável na construção de políticas públicas a nível mundial de forma individualizada para cada país.
ASSOCIAÇÃO ENTRE MULTIMORBIDADE E DISFAGIA AUTORREFERIDA: ELSI-BRASIL
Pôster dialogado
Teixeira, L.S.1, Dimer, N.A1, Goulart, B.N.G1
1 UFRGS
Objetivos: Verificar se há associação entre multimorbidade e disfagia em adultos não institucionalizados com 50 anos ou mais.
Métodos: Estudo transversal, realizado com dados da segunda onda do do Estudo Longitudinal de Saúde do Idoso (ELSI-Brasil). Foram incluídos 9949 indivíduos com 50 anos ou mais, de ambos os sexos. O desfecho foi “disfagia” e a exposição foi “multimorbidade”, definida a partir da coocorrência de duas, três, quatro ou mais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) autorreferidas. Apresentamos frequências absolutas e relativas, análises multivariáveis com ajuste para idade, sexo, raça/cor e escolaridade pela Regressão de Poisson com variância robusta e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%).
Resultados: Na análise ajustada, quando comparado a seus pares sem multimorbidade, disfagia não esteve associada com duas condições crônicas (RP 1,34 (IC95% 0,99 – 1,81)), enquanto indivíduos com três condições apresentaram 74% maior a chance de apresentar disfagia (RP 1,74 IC95% 1,29 – 2,33) e indivíduos com quatro ou mais DCNT apresentaram 200% maior chance (RP 3,01 (IC95% 2,32 – 3,91)). Pessoas com 50-70 anos e do sexo feminino, cor preta/parda e baixa escolaridade são aquelas com maior prevalência de disfagia, quando ocorrência de multimorbidade associada.
Conclusões: O aumento do número de DCNT está associado à maior ocorrência de disfagia, especialmente com quatro ou mais DCNT. Essa associação destaca a necessidade de mais estudos para entender melhor quais doenças causam mais prejuízos e a importância da ênfase na atenção primária e reabilitação oportuna.
ANÁLISE PREDITIVA E EPIDEMIOLÓGICA DE DCNT EM UMA OPERADORA DE PLANOS DE SAÚDE
Pôster dialogado
Rosa, W.V.S.1, Neto, A.C.1, Santos, B.M.1, Barros, C.W.G.1, Shiguti, W.A1, Alves, F.S1, Lima, F.N.S1
1 CASSI
Objetivos: Estimar a prevalência de Diabetes Mellitus, Hipertensão e Dislipidemia em beneficiários de uma operadora de planos de saúde usando aprendizado de máquina para apoiar as equipes de Estratégia e Saúde da Família no cuidado integrado e epidemiológico.
Métodos: Estudo preditivo que utilizou dados de serviços de saúde e prontuários eletrônicos (PEP) entre agosto de 2016 a maio de 2022. A população analisada incluiu participantes com registros no PEP e aqueles que utilizavam a rede de prestadores. A base de dados foi dividida em treino (80%) e teste (20%). Os participantes preditos foram identificados por modelagem preditiva com probabilidades de 85%, 70% e 50% para Diabetes, Hipertensão e Dislipidemia, respectivamente.
Resultados: Até maio de 2022, identificaram-se 83.977 hipertensos, 46.683 dislipidêmicos e 26.097 diabéticos. Os dados gerados apoiaram as equipes ESF no compartilhamento do cuidado e manejo epidemiológico das doenças crônicas e melhorar a aplicação de práticas de prevenção e promoção à saúde.
Conclusões: A aplicação do aprendizado de máquina na epidemiologia permitiu o conhecimento de uma estimativa mais precisa da prevalência de condições crônicas, o que melhorou o acompanhamento da saúde da população. O uso de algoritmos de predição possibilitou a categorização de participantes com alta probabilidade de terem doenças crônicas, com altas taxas de especificidade e acurácia. Os resultados evidenciaram uma distribuição heterogênea das condições crônicas e variações significativas no uso de serviços de saúde entre diferentes grupos populacionais. Essa abordagem destacou a necessidade de estratégias personalizadas para a gestão da saúde e forneceu ferramentas valiosas para intervenções direcionadas.
FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÔNICAS EM IDOSOS DE ALAGOAS
Pôster dialogado
MOTA, M.F.1, ARAÚJO, G.C.1, JESUS, A.K.B.1, BARROS, R.A.1, MOURA-SALES, C.B.P.1, OLIVEIRA, E.C.T.2
1 CESMAC
2 CESMAC/UNCISAL
Objetivo: Investigar os fatores associados à mortalidade por doenças respiratórias crônicas entre idosos no estado de Alagoas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que utilizou microdados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, referentes aos óbitos por doenças respiratórias crônicas entre idosos (≥ 60 anos), de Alagoas no ano de 2022. Para fins de análise, foram observadas variáveis sociodemográficas e a taxa de mortalidade prematura (60-69 anos) por doenças respiratórias crônicas. Utilizou-se teste Qui-quadrado de Pearson e regressão logística para identificar os fatores associados. Resultados: Observou-se maiores proporções de óbitos por doenças respiratórias crônicas entre idosos do sexo feminino, com 80 anos e mais, pretos/pardos, viúvos, sem escolaridade e residentes na 1ª região de saúde. Associação estatisticamente significativa foi identificada entre óbitos por doenças respiratórias crônicas e sexo (p = 0,030), faixa etária (p<0,001), estado civil (p= 0,027), anos de estudo (p= 0,030) e região de saúde de residência (p<0,001). Após regressão logística, ter 80 anos e mais (OR=1,327) e residir na 5ª região de saúde (OR=1,499) associaram-se a maior mortalidade por doenças respiratórias crônicas, enquanto ter entre 8 e 11 e 12 anos e mais de estudo (OR=0,721 e OR=0,717, respectivamente), e residir na 7ª e 9ª região de saúde associaram-se a menor mortalidade. A taxa de mortalidade prematura por doenças respiratórias crônicas foi de 81,85/100.000 idosos, sendo maior entre mulheres (83,11/100.000). Conclusão: Verificou-se que idade avançada, baixa escolaridade e região de saúde de residência se configuraram como fatores associados a mortalidade por doenças respiratórias crônicas entre idosos de Alagoas.
DISLIPIDEMIA NA DOENÇA RENAL CRÔNICA: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E ESTATÍSTICA
Pôster dialogado
SILVA, A. M.1, DIAS, J. R.2, PINHEIRO, S. M. S1, ANDRADE, K. V. F.1, SANTOS, A. B. B.1
1 Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
2 Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana - UNEF
OBJETIVO
Analisar variáveis sociodemográficas (sexo, idade e cor) e fatores de risco modificáveis para doença cardiovascular (HAS, DM, etilismo e fumo) em associação com biomarcadores lipídicos.
MÉTODOS
Estudo transversal, conduzido por análise dos biomarcadores lipídicos de 312 pacientes com DRC em hemodiálise em Feira de Santana – BA, entre 2021 e 2023.
RESULTADOS
A idade média dos pacientes é de 53 anos. A distribuição por sexo revelou que 64,19% são homens e 35,80% são mulheres. Os níveis lipídicos das mulheres eram, em média, 21,18% superiores aos dos homens. Quanto à etnia, 55,16% pardos, 26,12% pretos, 17,09% brancos e 1,29% amarelos. A prevalência geral indicou que 35,81% dos pacientes apresentavam HAS, 16,13% tinham DM, 12,60% eram etilistas e 6,25% eram fumantes. Entre os pacientes pretos, a prevalência de hipertensão arterial foi de 51,85% e a de diabetes mellitus foi de 28,40%, sugerindo um risco cardiovascular elevado nesse grupo. Os biomarcadores lipídicos demonstraram que 90,38% dos pacientes tinham LDL-c em níveis indesejáveis, enquanto 56,41% apresentavam HDL-c abaixo do desejável. Ademais, o coeficiente de Spearman de HDL-c/triglicerídeos foi ρ=-0.46, já de colesterol total/LDL-c foi ρ=0.94.
CONCLUSÕES
Há uma prevalência significativa de dislipidemia entre os pacientes com DRC submetidos à hemodiálise, caracterizada por altos níveis de LDL-c e baixos níveis de HDL-c. A relação inversa entre HDL-c e triglicerídeos é um determinante conhecido que aumenta o risco cardiovascular. Além disso, os pacientes submetidos à hemodiálise em Feira de Santana apresentam um perfil lipídico preocupante, especialmente entre as mulheres e a população negra.
DOR CRÔNICA NA COLUNA EM IDOSOS: USO DE MEDICAMENTOS E FISIOTERAPIA
Pôster dialogado
Bracht, M. A.1, Fontanela, L. C.2, Vieira, D. S. R.2, Schneider, I. J. C.2
1 UFSC/FURB
2 UFSC
Objetivos: Estimar a prevalência de dor crônica na coluna em idosos e a relação entre o tratamento fisioterapêutico e uso de medicamentos nos últimos 90 dias. Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base populacional com dados de 9.186 pessoas acima de 50 anos, provenientes da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A dor crônica na coluna foi autorrelatada, e as exposições foram: tratamento de fisioterapia e uso medicamentos para dor (Não sente dor que chega a incomodar; Sente dor mas não toma remédios; Tomou remédios para dor), ambos nos últimos 90 dias. Utilizou-se regressão de Poisson ajustada pelas características sociodemográficas e de saúde. Resultados: A maioria dos indivíduos era do sexo feminino (59,5%), entre 60 e 69 anos (35,0%). A prevalência de dor crônica na coluna foi de 33,7%, destes, 2,2% passaram por tratamento fisioterapêutico e 29,6% fizeram uso de medicações. Indivíduos que realizaram tratamento fisioterapêutico relataram 20,0% (IC95%:1,03-1,39) maior prevalência de dor crônica na coluna. Naqueles que fizeram uso de medicação, essa prevalência foi 3 vezes maior (IC95%:2,58-3,54), comparados aos que não sentem dor que incomoda. Além disso, ter 60 e 69 anos aumentou 10,0% (IC95%:1,01-1,21) a prevalência de problemas crônicos na coluna comparativamente aos mais jovens. Ser do sexo feminino aumentou a prevalência de dor na coluna em 9% (RP:1,09; IC95%:1,01-1,19). Conclusão: Idosos com dor crônica na coluna buscam pouco o tratamento fisioterapêutico quando comparado ao uso de medicação, porém, a prevalência de dor é 3 vezes maior no grupo medicação.