Programa - Poster dialogado - PD26.2 - Aspectos alimentares e nutricionais entre crianças
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
14:00 - 15:00
ALIMENTOS MAIS CONSUMIDOS ENTRE CRIANÇAS BRASILEIRAS MENORES DE 5 ANOS: ENANI-2019
Pôster dialogado
Alves-Santos, N.H.1, Lacerda, E.M.A.2, Oliveira, N.2, Schincaglia, R.M.3, Farias, D.R.2, Carneiro, L.B.V2, Costa, P.N.R.2, Crispim, S.P.4, Castro, I.R.R.5, Kac, G.2
1 UFPA
2 UFRJ
3 UFG
4 UFPR
5 UERJ
Objetivos: Avaliar a prevalência dos alimentos mais consumidos entre crianças brasileiras <5 anos segundo faixa etária e macrorregião.
Métodos: Utilizaram-se dados do recordatório alimentar de 24 horas (R24h) de 14.505 crianças do ENANI-19. A prevalência do consumo de alimentos foi estimada por faixa etária (0–5; 6–23 e 24–59 meses) e por macrorregião, descritas as diferenças quando p<0,05.
Resultados: Entre 0–5 meses, os alimentos mais consumidos foram: leite materno (87,5%); fórmulas infantis (15,6%); leite de vaca (14,3%); frutas (9,8%) e farinhas infantis ultraprocessadas (9,7%). Entre 6–23 e 24–59 meses, foram hortaliças (88,4%; 95,1%); óleo vegetal (83,5%; 92,9%); leite (67,9%; 82,6%); frutas (65,9%; 60,5%); feijão (62,9%; 73,1%) e arroz (60,1%; 83,7%). Entre 0–5 meses, no Nordeste, o consumo de leite foi maior que no Sudeste (22,3% vs. 8,8%) enquanto a de farinhas infantis ultraprocessadas foi maior no Nordeste (19,7%) e Norte (18,6%) quando comparada à das demais regiões. Para 6–23 meses, a prevalência do consumo de frutas foi maior no Sul (73,9%) que no Norte (57,3%); para o feijão, foi maior no Sudeste (72,7%) que no Norte (47,4%); e para o arroz, maior no Centro-Oeste (70,7%) que no Nordeste (47,6%). Entre crianças de 24-59 meses, o Nordeste teve menor consumo de vegetais, arroz, óleo vegetal e leite comparado a outras regiões.
Conclusões: Observou-se prevalência importante de fórmulas e farinhas infantis entre 0–5 meses. Para as demais idades, evidenciaram-se diferenças regionais, com o Nordeste apresentando a menor prevalência de consumo de alimentos básicos brasileiros.
CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS POR CRIANÇAS MENORES DE SEIS MESES: ENANI-2019
Pôster dialogado
Paiva, I. K.1, Cruz, P. F.1, Farias, D. R.1, Boccolini, C.1, Castro, I. R.1, Kac, G.1, Lacerda, E. M.1
1 UFRJ
Objetivo: Avaliar a frequência de consumo e tipos de alimentos ultraprocessados (AUP) consumidos por crianças brasileiras < 6 meses. Métodos: Trata-se de análise descritiva de um recorte do banco de dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019). O ENANI-2019 estudou 14.558 crianças < 5 anos, sendo 1.986 < 6 meses. Dentre essas, 1.051 não estavam em aleitamento materno exclusivo e fizeram parte da presente análise. O questionário sobre alimentação do dia anterior continha 32 grupos de alimentos, sendo 11 grupos de AUP (mingau/papa com leite; iogurte; hambúrguer e embutidos; salgadinhos (pacote); sucos industrializados ou suco de fruta adoçados; refrigerante; macarrão instantâneo; biscoito doce/salgado; balas e guloseimas; temperos industrializados e fórmulas infantis. As estimativas de consumo de grupos de AUP foram feitas segundo faixa etária. Resultados: A frequência de consumo de AUP, sem considerar as fórmulas infantis, foi de 19,3%, sendo maior conforme aumentava a idade: 6,9% (0–1m), 14,7% (2–3m) e 25,8% (4–5m). Os AUP mais consumidos foram farinhas (14,5%), iogurtes (6,1%) e biscoitos (3,9%). Conclusões: A frequência de consumo de alimentos ultraprocessados antes dos 6 meses de vida foi considerada elevada, devendo ser alvo de políticas públicas que possibilitem modificar a situação alimentar infantil encontrada.
RELAÇÃO ENTRE O EXCESSO DE PESO PATERNO E A ANTROPOMETRIA E ADIPOSIDADE NEONATAL
Pôster dialogado
Carvalho MR1, Miranda DEGA2, Baroni NF1, Santos IS1, Carreira NP1, Crivellenti LC1, Sartorelli DS1
1 USP
2 UNAERP
OBJETIVO
Avaliar a relação entre o índice de massa corporal (IMC) e a circunferência da cintura (CC) paterna com a antropometria e a adiposidade neonatal.
MÉTODOS
Estudo integrante de um ensaio clínico aleatorizado controlado conduzido entre 350 gestantes adultas com sobrepeso em atendimento pré-natal em Unidades de Saúde no município de Ribeirão Preto, SP, Brasil. Dados paternos foram obtidos por meio de questionário estruturado e as medidas antropométricas aferidas na entrevista. As medidas antropométricas do neonato foram obtidas por protocolos padronizados e a adiposidade neonatal estimada por modelo antropométrico preditivo. A Correlação de Pearson foi utilizada para avaliar a relação entre o IMC e a CC paterna com as medidas antropométricas e a adiposidade neonatal estratificadas pelo sexo da criança. Modelos de regressão linear ajustados foram empregados para investigar a relação entre o IMC e a CC e a antropometria e adiposidade neonatal.
RESULTADOS
No total, incluiu-se 89 trios de parceiros, gestantes e neonatos. Houve uma correlação negativa entre o IMC paterno com o peso (g) e a circunferência cefálica ao nascer (cm) em crianças do sexo masculino. Considerando todas as crianças, verificou-se uma relação inversa entre o IMC paterno e a circunferência cefálica ao nascer e a dobra da coxa. Observou-se também uma relação inversa entre a CC paterna e a circunferência cefálica ao nascer, a dobra da coxa e o somatório de dobras.
CONCLUSÃO
O IMC e a CC paterna exercem influência na antropometria e na adiposidade neonatal.
TENDÊNCIA SECULAR DO ESTADO NUTRICIONAL NOS 1000 PRIMEIROS DIAS DE VIDA ENTRE 1974 A 2019
Pôster dialogado
Conde, W.L.1, Wenzel, Daniela2, Assis, J.L.3, Venancio, Isabela4, Figueiredo, K.L.5
1 Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo
2 Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo
3 Programa de Pós-graduação Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo
4 Programa de Pós-graduação Em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo
5 Curso de Graduação em Saúde Pública, Universidade de São Paulo
Objetivo: Analisar a evolução distribuição social dos indicadores de altura e do índice de massa corporal (IMC) entre menores de 2 anos no período de 1974 a 2019. Métodos: Utilizamos dados antropométricos, demográficos e socioeconômicos de crianças (0-2 anos) das pesquisas ENDEF-1974, PNSN-1989, PNDS-1996, PNDS-2006 e ENANI-2019. Índices e indicadores da altura (cm) e IMC (kg/m2) foram padronizados segundo as referências de crescimento da OMS-2006. O status socioeconômico (SES) foi expresso em quintos da riqueza domiciliar. A associação (IRR) entre indicadores antropométricos e SES foi estimada em regressão de Poisson. Resultados: A prevalência do déficit de altura (DA) nas cinco pesquisas foi 35.7%, 17.4%, 13.6%, 8.4% e 9.4%, respectivamente. A prevalência do excesso de peso (EP) nas cinco pesquisas foi 17.3%, 11.2%, 9.6%, 7.2% e 11.9%, respectivamente. O DA mostra efeito dose-resposta inverso com o SES em todos os inquéritos. O EP mostra associação direta com o SES em 1974 e 1989 e inversa em 2019. A desigualdade social estimada pelo IRR do DA do quinto mais pobre relativamente ao mais rico alcançou 10.2, 7.8, 5.1, 1.9 e 1.1, respectivamente. Na mesma comparação, o IRR do EP alcançou 0.7, 0.3, 1.2, 0.5 e 1.3, respectivamente. Conclusão: A tendência da transição nutricional entre menores de 2 anos mostra reversão do declínio do DA e aumento da frequência de EP no período 2006-2019. Esse achado em idade crítica para o desenvolvimento físico alerta para a necessidade de revisão e modernização das políticas sociais e de saúde destinadas a famílias vulneráveis no Brasil
INSEGURANÇA ALIMENTAR MUNICIPAL E BAIXA ESTATURA DE CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS NO BRASIL
Pôster dialogado
Souza, R. S.1, Moura, L. A.1, Marchioni, D. M. L.1
1 FSP/USP
Objetivo: avaliar a associação entre a insegurança alimentar e a baixa estatura em crianças menores de 5 anos de idade nos municípios brasileiros em 2018. Métodos: Foram utilizados dados de 456 municípios do estado de São Paulo para o ano de 2018. Utilizou-se um modelo de regressão espacial (p-valor: ≤ 0.05). A variável dependente (proporção de crianças de até 5 anos com baixa estatura) e a variável independente (proporção de pessoas em insegurança alimentar) foram obtidas por meio de bases de dados públicas do SISVAN e o registro de pessoas em situação de vulnerabilidade - CadÚnico. Para analisar a correlação entre a situação de Insegurança Alimentar e a proporção total de cadastrados no CadÚnico foram utilizados os coeficientes de correlação de Pearson e Spearman. Resultados: Foram obtidos altos coeficientes de correlação entre a proporção total de pessoas inscritas no registro de pessoas em situação de vulnerabilidade nos municípios de são Paulo e a situação de insegurança alimentar total (r = 0.85), leve (r = 0.85), moderada(r = 0.80) e grave (r = 0.70). Estar em insegurança alimentar associou-se com baixa estatura em crianças menores de 5 anos (β = 0.10, p-valor = 0.02). Conclusões: A insegurança alimentar está associada com a baixa estatura para idade nos municípios brasileiros. Considerando as devastadoras consequências sociais e físicas do desenvolvimento infantil inadequado, é fundamental que sejam adotadas políticas públicas para o acesso e disponibilidade de alimentos saudáveis e nutritivos, pilares da segurança alimentar, e nossos dados podem colaborar na tomada de decisão.