Programa - Poster dialogado - PD26.10 - Epidemiologia de doenças negligenciadas
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
14:00 - 15:00
ANÁLISE TEMPORAL E ESPACIAL DA HANSENÍASE EM PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL, 2000 – 2019
Pôster dialogado
Barbosa, C. C.1, Bonfim, C. V. do2, Medeiros, Z. M.3, Souza, W. V. de4
1 IAM/Fiocruz-PE; SES-PE
2 UFPE; Fundaj;
3 Fiocruz-PE; UPE
4 Fiocruz-PE
Objetivo: Analisar os padrões temporais e espaciais dos indicadores epidemiológicos da hanseníase em Pernambuco, 2000 a 2019.
Métodos: Estudo ecológico misto, residentes de Pernambuco, com dados secundários oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Os indicadores epidemiológicos selecionados foram taxas detecções na população geral, em menores de 15 anos e grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico. Na tendência temporal adotou-se regressão Joinpoint. Nas técnicas espaciais aplicou-se método Bayesiano Local e Índice de Moran Global e Local. Para as análises adotado o nível de significância estatística de 5%. Aprovado pelo CEP do Instituto Aggeu Magalhães - PE (parecer nº 5.245.542).
Resultados: A average annual percent change (AAPC) no período total obteve uma redução nos três indicadores. Os annual percentage changes (APC) nas taxas de detecções tiveram seguimentos em declínios, e somente na taxa geral mostrou um seguimento em crescimento. Na taxa bayesiana geral áreas hiperendêmicas na I e IV macrorregiões (acima de 17%), coincidiram no Moran Map. Na taxa suavizada em menores de 15 anos clusters hiperendêmicos na I e IV macrorregiões (cerca de 18%), no Moran Map concentraram-se na I. A taxa bayesiana do grau 2 de incapacidade predominaram municípios com parâmetros baixos e médios. As áreas Alto/alto (Q1), acima de 3%, localizaram-se nas mesmas áreas.
Conclusões
A hanseníase continua sendo um problema de saúde pública em Pernambuco. Apesar do declínio dos indicadores epidemiológicos, ainda possui parâmetros hiperendêmicos, muito alto e alto. Na análise espacial as áreas endêmicas, com transmissão ativa e diagnósticos tardios, concentravam-se na I e IV macrorregiões de saúde.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA HANSENÍASE E GRAU DE INCAPACIDADE FÍSICA EM UM MUNICÍPIO DO CEARÁ
Pôster dialogado
Ferreira, N. N. L.1, Costa, N. G. S.1, Rocha, R. do N.1, Gomes, F. J.2, Araújo, C. E. L.1
1 Universidade Federal do Ceará
2 Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, Ceará
Objetivo: Descrever a tendência temporal de casos novos de hanseníase e o grau de incapacidade física de casos novos residentes no município de Fortaleza, Ceará.
Material e Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal, retrospectivo, descritivo, realizado em maio de 2024. Coletou-se os dados: 1) Taxa de detecção anual de casos novos de Hanseníase na população geral por 100.000 hab; 2) Proporção de casos novos (CN) de hanseníase com grau de incapacidade física (GIF) avaliado no diagnóstico. Considerou-se CN diagnosticados e notificados no SINAN no período de 2001 a 2023 baseando-se nas projeções do DATASUS, sendo coletados no SINAN–ESUS/SVS/MS e analisados considerando as diretrizes do Ministério da Saúde.
Resultados: 15.258 casos novos foram diagnosticados ao longo do período estudado, sendo as maiores taxas de detecção observadas em 2001 e 2003 (40,4/100mil hab.), 2005 (38,9/100mil hab.), 2008 (36,8/100mil hab.) e as menores nos últimos 3 anos com 11,4/100mil hab. em 2021, 12,3/100mil hab. em 2022, 11,8/100mil hab. em 2023 possivelmente em decorrência do COVID-19. Apesar da redução a partir de 2017, a endemicidade classifica-se como alta. Destaca-se que anteriormente classificava-se como muito alta. Quanto a proporção de CN com GIF avaliados, 2004 (97,2%) e 2005(96%) apresentaram as maiores proporções classificados como bom, com quedas acentuadas em 2019 (55,7%) e 2023 (54,7%) consideradas como precário.
Conclusão: O decréscimo no diagnóstico de hanseníase ao longo do tempo, embora persistam parâmetros altos, e da avaliação do GIF sinalizam, possivelmente, a necessidade de potencializar as ações da atenção primária visando o diagnóstico precoce e integralidade do cuidado.
EPIDEMIOLOGIA DA INCIDÊNCIA DA HANSENÍASE EM MENORES DE 15 ANOS.
Pôster dialogado
Lemos, L.B1, Cardoso, L. N.2, Araújo, M. R.3, Nascimento, L. R. A.3, Comb, K. G. M.3, Costa, L. F.4
1 SEMSA - Parintins
2 SEMSA - Novo Aripuanã
3 CeUniFAMETRO
4 UFPEL
Objetivo: Descrever as características epidemiológicas e a distribuição espacial dos casos de Hanseníase em menores de 15 anos no estado do Amazonas durante o período de 2010 à 2020. Métodos: Estudo exploratório descritivo de abordagem quantitativa baseado em dados sobre hanseníase do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Para a análise de tendência, os coeficientes de detecção foram calculados com base nas estimativas populacionais do IBGE com objetivo de identificar mudança significativa na tendência linear. Resultados: Na população geral, o ano de 2010 registou o maior número de casos da doença, com diminuição em 2011 e aumento constante nos anos de 2012 e 2013, voltando à reduções onde progressivamente atingiu queda acentuada nos dois últimos anos. A população dos menores de 15 anos representou 9,02% (643) do total de notificados. Através desse estudo identificou-se maior frequência da doença na cor de pele parda, mesmo observando redução na taxa de incidência no período estudado em menores de 15 anos. Conclusão: O estudo indicou queda nas notificações em menores de 15 anos no período estudado. Conjuntamente o mapeamento da taxa de incidência de hanseníase nos municípios do estado do Amazonas representou uma ferramenta válida para a observação das áreas de elevada e baixa endemicidade.
PADRÕES DE REDES SOCIAIS DE CRIANÇAS COM HANSENÍASE EM MUNICÍPIO HIPERENDÊMICO
Pôster dialogado
Linhares, M.S.C1, Kerr, L.R.F.S2, Kendall, Carl3, Almeida, R.L.F.4, Cunha, C.C.2, Lima, L.N.G.C.5
1 UVA
2 UFC
3 Tulane University
4 UNIFOR
5 UEPA
Introdução: A análise dos padrões de relacionamento na rede social de casos de hanseníase pode revelar aspectos estruturais importantes para a compreensão de sua propagação. Objetivo: O objetivo do estudo foi examinar a configuração da rede social e os padrões de conexão dos casos de hanseníase em menores de 15 anos, assim como de seus contatos domiciliares (CD) e não domiciliares (CND).Métodos: Foram coletadas informações sociodemográficas, tipos de relações, histórico de hanseníase e resultados de testes anti-PGL-1 dos entrevistados. Utilizando o software Gephi®, calcularam-se métricas de análise de rede social (ARS) e foram gerados grafos representando as posições dos indivíduos na rede. Resultados: A rede social compreendeu nove casos índice, 36 CD, 114 CND e 504 contatos indiretos (CI), totalizando 1.497 conexões entre eles. Observou-se que os casos índice e seus contatos formaram nove sub-redes, caracterizadas por forte interconexão e condições socioeconômicas precárias. A média de ligações por indivíduo na rede foi de 4,5, variando entre 2,6 e 7,8 nas sub-redes. Foram identificados 2.184 cliques em triângulos ou clusters, indicando uma significativa estruturação da rede, com um coeficiente de aglomeração global de 0,369, ou seja, chances de 37% de dois contatos de alguém, também, serem contatos um do outro nessa mesma rede. Conclusões: Os casos índice, CD e CND com histórico de hanseníase ou infecção subclínica destacaram-se como potenciais propagadores da doença, devido aos altos valores de centralidade de grau e de intermediação que apresentaram.
LINKAGE PROBABILÍSTICO ENTRE AS FORMAS GRAVES E ÓBITOS POR ESQUISTOSSOMOSE EM PERNAMBUCO
Pôster dialogado
Brito, M.I.B.S.1, Oliveira, E.C.A.1, Barbosa, C.S.1, Gomes, E.C.S.1
1 IAM/FIOCRUZ-PE
Objetivo: Verificar a concordância dos dados relacionados às formas graves e aos óbitos por esquistossomose registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e no Sistema de Informação Sobre Mortalidade, as variáveis sociodemográficas com a ocorrência das formas graves e óbitos e a tendência temporal da doença. Métodos: Estudo ecológico, descritivo, de série temporal com dados referentes às formas graves e aos óbitos por esquistossomose em Pernambuco, de 2007 a 2017. Para o linkage entre as bases de dados, desenvolveu-se uma função em linguagem python de programação e o método soundex. Para identificar fatores sociodemográficos e sanitários que se correlacionaram com as variáveis dependentes, foi aplicado o teste de correlação de Pearson. Na análise de tendência, aplicou-se a regressão linear. Resultados: Identificaram-se 9.085 casos graves, 1.956 óbitos e 186 casos no linkage. A correlação entre a taxa média de positividade com o abastecimento hídrico rede geral e coleta de lixo foi 0,22 e 0,26 respectivamente. Houve correlação da taxa média de mortalidade acumulada com abastecimento hídrico por poço ou nascente (r=0,27), abastecimento hídrico por rede geral (r=0,3), coleta de lixo (r=0,42), urbanização das vias (r=0,29). Ocorreram 3.153 formas graves em 2007, com tendência a redução, e 205 óbitos em 2010, sem um padrão de tendência. Conclusões: Há necessidade de maiores investimentos no controle da doença e na qualidade da informação, especialmente no registro das formas graves, pois, dada a fisiopatologia da doença, o óbito só ocorre quando o indivíduo desenvolve a forma crônica, sendo imperativo sua notificação no Sinan.
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 EM PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS
Pôster dialogado
Xavier, I.G.G1, Andrade, P.M1, Vitor, R.L1, Barros, T.C1, Portela, L.F1, Holanda, M.T1, Sangenis, L.H.C1, Silva, G.M.S1, Rocha, F.M1, Mendes, F.S.N.S1, Costa, A.R1, Hasslocher-Moreno, A.M1, Araújo, I.L1, Junqueira, A. C.V1, Georg, I1, Pinheiro, R.O1, Paravidino, V.B2, Gonçalves, T.R2, Saraiva, R.M1, Mediano, M.F.F1
1 Fiocruz
2 UERJ
O objetivo do estudo foi avaliar o nível de atividade física (AF) em pacientes com doença de Chagas (DC) durante a pandemia de COVID-19 e seus principais fatores associados.
Este é um estudo transversal com 187 pacientes com DC de ambos os sexos, com ≥18 anos, acompanhados em um centro nacional de doenças infecciosas (Rio de Janeiro, Brasil). O nível de AF foi determinado pelo questionário IPAQ-versão curta e expresso em MET-minutos por semana. Para classificação de indivíduos fisicamente ativos (FA) foi utilizado as diretrizes de AF da OMS de 2020. As variáveis de exposição foram idade, sexo, raça, estado civil, escolaridade, renda per capita, número de cômodos por domicílio, número de residentes por domicílio, índice de massa corporal, forma clínica de DC, anticorpos contra a COVID-19, comorbidades, ansiedade autorrelatada, depressão autorrelatada, medo autorrelatado e tristeza autorrelatada. Modelos de regressão linear univariada e multivariada foram usados para determinar a associação entre as variáveis de exposição e a AF total (como variável contínua).
A idade média foi de 61,1 ± 11,6 anos. Com 62% de mulheres, 50,8% de raça mista e 52% dos indivíduos FA. As variáveis independentemente associadas aos níveis totais de AF foram raça não branca (Exp β= 1,39; IC 95% 1,02 a 1,90), dislipidemia (Exp β= 0,73; IC 95% 0,56 a 0,95) e depressão autorrelatada durante a quarentena (Exp β= 0,71; IC 95% 0,52 a 0,96).
A identificação dos fatores associados pode facilitar o desenvolvimento de estratégias personalizadas para aumentar os níveis de AF em pacientes com DC.