Programa - Poster dialogado - PD26.12 - Covid-19 e doenças respiratorias
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
14:00 - 15:00
MONITORAMENTO DE EVENTOS ADVERSOS: VACINAÇÃO CONTRA INFLUENZA EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Pôster dialogado
Santos, Y. T.1, Morangueira, M. T.2, Souza, F. M.3, Carvalho, T. V.2, Corrêa, K. S. A.2, Henrique, G. P.3, Oliveira, A. M. L.3, Reis, G. S.3, Maia, F. J. S.3
1 FIOCRUZ
2 UFRJ
3 HMEF
Introdução: A vacina contra a influenza, com excelente perfil de segurança, é aplicada anualmente em campanhas direcionadas a grupos vulneráveis, incluindo trabalhadores do setor da saúde (BRASIL, 2014). Em 2024, a vacina trivalente utilizada nas campanhas é composta por cepas inativadas de Myxovirus influenza tipos A e B, produzida pelo Instituto Butantan. Os eventos adversos (EA) são monitorados para a população vacinada, mas como é feito esse monitoramento nas unidades de saúde que lançam campanhas voltadas para seus profissionais? Objetivo: Determinar a incidência dos EA nos profissionais vacinados contra a influenza no Hospital Municipal Evandro Freire do Rio de Janeiro. Método: Estudo transversal realizado após aplicação da vacina trivalente contra a influenza (A/H1N1, A/H3N2 e B). A coleta de dados foi por questionários e busca ativa, abordando reações vacinais. Os sintomas foram classificados conforme a gravidade seguindo as orientações do Ministério da Saúde. Resultados: Dos 213 vacinados, 65,73% eram do sexo feminino, 48,3% eram brancos e 13,9% pardos, com faixa etária prevalente de 20 a 49 anos (78,8%). A incidência de efeitos adversos até 6 dias depois da vacinação foi de 37% (15% procuraram atendimento médico; 13% sintomas inespecíficos; 9% dor no local de aplicação, coriza e dor de cabeça). Conclusão: Os achados preliminares indicam que a metodologia facilita o monitoramento e classificação dos EA e destacam a importância da vigilância dos eventos adversos na vacinação contra a influenza. O estudo, em andamento, pretende aprofundar a compreensão dos efeitos adversos da vacinação e sua relevância na prática epidemiológica.
MORBIMORTALIDADE POR BRONQUITE AGUDA E BRONQUIOLITE AGUDA NO ESTADO DA BAHIA (2019-2023)
Pôster dialogado
LIMEIRA, R. M.1, SILVA, J. F. S.1, RODRIGUES, T. M.1, PEREIRA, M. C. A.1, TEIXEIRA, A. S.1, ARAUJO, C. M.1
1 UESB
Objetivo: Descrever a morbimortalidade por bronquite aguda e bronquiolite aguda na Bahia entre 2019 e 2023. Métodos: Estudo epidemiológico ecológico, quantitativo e descritivo, utilizando dados do Sistema de Internações Hospitalares, disponível no DATASUS, coletados em junho de 2024. Foram analisadas internações por bronquite e bronquiolite agudas (CID-10 J20-J21) na Bahia, de janeiro de 2019 a dezembro de 2023, considerando ano de notificação, sexo, cor/raça, faixa etária, macrorregião de saúde, média de permanência, óbitos e taxa de mortalidade. A análise foi descritiva, com frequências absoluta e relativa. Resultados: Registraram-se 15.135 hospitalizações por bronquite e bronquiolite agudas, sendo 34,78% (5.264) em 2023 e 26,71% (4.043) em 2019. A maioria dos casos foi de pacientes masculinos (56,74%, 8.588) e autodeclarados pardos (73,74%, 11.161), com significativa subnotificação de 18% (2.722) nos dados de cor/raça. Crianças menores de 1 ano representaram 59,55% (9.014) das admissões, seguidas pela faixa etária de 1 a 4 anos (24,18%, 3.660). A macrorregião Leste teve maior frequência de casos (32,49%, 4.917), enquanto a Norte teve menos registros (4,28%, 648). A média de permanência hospitalar foi de 4,2 dias, com 152 óbitos e taxa de mortalidade de 1%. Conclusão: Constatou-se uma distribuição macrorregional heterogênea na Bahia, com maior incidência na macrorregião Leste. Crianças pardas, do sexo masculino e menores de um ano foram as mais afetadas, especialmente em 2023. Recomenda-se políticas públicas de rastreio e tratamento, visando reduzir a morbimortalidade.
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 EM NASCIMENTOS E MORTE FETAL NO BRASIL
Pôster dialogado
BRUM, A. M. O.1, HENZ, J. H.1, Assunção, S. S.1, Boeira, M. S.1, Friedrich, F.1, Jones, M. H.1
1 PUCRS
Nosso estudo visa analisar o impacto da pandemia de COVID-19 na taxa de natalidade, na taxa de natimortalidade e na taxa de nascimentos prematuros no Brasil.
Métodos: Trata-se de um estudo observacional, de base populacional, que analisou nascimentos e natimortos entre 2001-2022. O período pré-pandemia foi definido como o período de janeiro de 2001 a fevereiro de 2020 e a pandemia de março de 2020 a dezembro de 2022. Resultados: Apesar da tendência histórica de redução identificada na taxa de natalidade de 0,001 por 1.000 (IC 95% [-0,0013 - -0,0010], p < 0,01), não observamos uma aceleração na redução associada à pandemia de COVID-19. Em relação à taxa de natimortalidade, observamos uma mudança na tendência, passando de uma redução de 0,008 por 1.000 (IC 95% [-0,009 - -0,007], p < 0,01) (janeiro de 2001 – fevereiro de 2020) para um aumento de 0,038 por 1.000 nascimentos/mês (IC 95% [0,009 - 0,068], p = 0,01) durante o período associado à pandemia de COVID-19 (março de 2020 - dezembro de 2022). Nos nascimentos prematuros, no mesmo período, a tendência mudou de uma redução de 0,086 por 1.000 (IC 95% [-0,015 - -0,010], p = 0,01) para um aumento de 7 por 1.000 nascimentos (IC 95% [0,854 - 13,44], p = 0,02). Conclusão: Nosso estudo mostra que a taxa de natimortalidade e a taxa de nascimentos prematuros aumentaram durante o período que coincide com a pandemia de COVID-19 (março de 2020 - dezembro de 2022).
REINTERNAÇÃO POR SRAG - COVID-19 NO BRASIL: INCIDÊNCIA E AVALIAÇÃO DE FATORES ASSOCIADOS
Pôster dialogado
Neves, R.K.A.1, Carvalho, L.M.2, Vilella, D.A.M.3, Bastos, L.S.3, Pacheco, A.G.F.3
1 ENSP/FIOCRUZ
2 EMAp/FGV
3 PROCC/FIOCRUZ
Objetivo: Identificar fatores clínicos e demográficos associados à reinternação devido à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19 no Brasil (2020-2022).
Métodos: Estudo de coorte histórica com indivíduos internados por COVID-19 (≥18 anos) entre 2020-2022, notificados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-GRIPE). Realizou-se o processo de linkage para identificar o desfecho (reinternação), considerando intervalo ≥ 90 dias entre a primeira e segunda internações. As variáveis analisadas incluíram dados demográficos e clínicos, e modelos de Cox separados foram usados para estudar as variantes de preocupação (VOC) e período de cobertura vacinal. Os resultados foram reportados com Hazard Ratios (HR) e intervalos de confiança (95%).
Resultados: No modelo de vacinação, sexo feminino (HR=1,10; IC95%: 1,06-1,13), faixa etária ≥60 anos (HR=2,25; IC95%: 2,08-2,44), comorbidades (HR=1,58; IC95%:1,52-1,64; HR=2,13; IC95%:2,04-2,22 e HR=2,71; IC95%:2,58-2,84, para 1, 2 e 3+ comorbidades, respectivamente), e raça/cor negro (HR=1,08; IC95%:1,04-1,11) estão associadas a um aumento no risco de reinternação . A variável vacinação não teve efeito significativo. Para variantes, sexo feminino (HR=1,11; IC95%:1,08-1,14), faixa etária ≥60 anos (HR=2,29; IC95%:2,11-2,48), comorbidades (HR=1,59; IC95%:1,53-1,66; HR=2,18; IC95%:2,08-2,28; HR=2,77; IC95%:2,61-2,95, para 1, 2 e 3+ comorbidades, respectivamente) e raça/cor negro (HR=1,08; IC95%:1,05-1,12) teve associação ao aumento no risco. A infecção pelas variantes Delta (HR=0,67; IC95%:0,63-0,70) e Ômicron (HR=0,78; IC95%: 0,74-0,84) foram associadas a um menor risco de reinternação.
Conclusões: A reinternação por COVID-19 é influenciada por fatores demográficos, clínicos e pelas variantes de preocupação. Mulheres, idosos e indivíduos com comorbidades apresentam maior risco de reinternação, enquanto as variantes podem conferir proteção.
MODIFICAÇÃO DE EFEITO POR SEXO NA RELAÇÃO ENTRE DIABETES E MORTALIDADE POR COVID-19 EM UTI
Pôster dialogado
PAES,G.F.1, GONÇALVES, T. R.2, MEDIANO, M. F. F3, Henriques, T. L1, COUGO-PINTO, P. T.4, CUNHA, D. B.1, MARQUES, E.S.1, VERLY JR, E.1, SICHIERI, R.1, PARAVIDINO, V.B.1
1 UERJ-IMS
2 UFRJ-IESC
3 FIOCRUZ
4 HOSPITAL SAMARITANO BARRA-RJ
Objetivo: Avaliar a modificação de efeito por sexo na associação entre diabetes mellitus (DM) e mortalidade por Covid-19 em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo que utilizou dados de registros de prontuários hospitalares de pacientes adultos que testaram positivo para o vírus SarsCov-2, internados em UTIs de 32 hospitais privados no Brasil nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e no Distrito Federal, entre março de 2020 e maio 2021. Foram realizados modelos de risco proporcionais de Cox para investigar a associação entre DM e mortalidade por Covid-19 estratificadas por sexo. Resultados: A amostra foi composta por 9564 pacientes internados em UTIs com média de idade de 61,7 anos (58,0% homens). Em homens, a presença de DM aumentou o risco de morte por Covid-19 no modelo bruto (HR=1,16, IC95% 1,06 – 1,26), que não se manteve no ajustado por idade tabagismo e imc (HR=0,98, IC95% 0.88– 1.10). Entretanto, entre as mulheres, a presença de DM apresentou um aumento significativo no risco de morte por Covid-19 tanto no modelo bruto (HR=1,21, IC95% 1.09– 1.34) quanto no ajustado (HR=1,16, IC95%1.02–1.32). Conclusões: A associação entre DM e mortalidade por Covid-19 foi observada entre as mulheres, não tendo sido observada entre os homens.
AVALIAÇÃO DE FATORES RELACIONADOS À GRAVIDADE DE COVID-19 DURANTE A PANDEMIA NO AMAZONAS
Pôster dialogado
Rodrigues, M. G. A.1, Cordeiro, J. S. M.2, Neto, A. V. S.2, Balieiro, P. C. S.2, Endo, P. T.3, Sampaio, S. S.4
1 FVS-RCP; UEA; FMT-HVD
2 UEA; FMT-HVD
3 UPE
4 ITpS; UEA; FMT-HVD
O objetivo desse estudo foi avaliar fatores associados à gravidade de covid-19 no estado do Amazonas no período de 2020 a 2022. Trata-se de um estudo do tipo coorte retrospectiva com dados secundários dos registros do SIVEP-GRIPE, e-SUS NOTIFICA e SIM. Os registros das bases de dados foram conectados por meio da técnica de probabilistic record linkage. A análise de fatores demográficos e clínicos associados à gravidade de covid-19 (desfecho composto: óbito, internação em UTI ou uso de ventilação mecânica invasiva) ocorreu por meio de regressão logística multivariada considerando o período de predominância das variantes alfa, gama, delta e ômicron. As análises foram realizadas com os softwares R e Stata. No período de predominância da variante alfa, os fatores relacionados à gravidade por covid-19 foram: aumento da idade (RC=1.030; p<0.001), desconforto respiratório (RC=4.272; p<0.001), fadiga (RC=1.394; p=0.012), perda de olfato (RC=1.481; p=0.012), outra pneumopatia (RC= 2.477; p=0.020), imunodeficiência (RC=2.157; p=0.031) e doença renal crônica (RC= 1.629; p=0.028). Na era da gama, foram: aumento da idade (RC=1.024; p<0.001), febre (RC=1.765; p=0.027), desconforto respiratório (RC=3.610; p<0.001) e doença cardiovascular crônica (RC=1.999; p=0.009). Na fase da delta, foram: desconforto respiratório (RC=10.518; p<0.001), diabetes mellitus (RC=2.166; p=0.025) e doença neurológica crônica (RC=8.366; p=0.045). Por fim, no período da ômicron, foram: aumento da idade (RC=1.004; p=0.014) e desconforto respiratório (RC=3.116; p=0.003). Desta forma, apesar de alguns fatores demonstrarem relação com à gravidade de covid-19 em apenas algumas fases da pandemia, outros apresentaram uma relação consistente independentemente do período analisado, como o aumento da idade e desconforto respiratório.