Programa - Poster dialogado - PD26.19 - Epidemiologia dos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
14:00 - 15:00
ULTRAPROCESSADOS E COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO ASSOCIADOS À SAÚDE MENTAL DE UNIVERSITÁRIOS
Pôster dialogado
Barbosa, B.C.R.1, Paula, W.1, Fróis, L.F.1, Meireles, A.L.1
1 UFOP
Objetivos: Avaliar a combinação de comportamentos obesogênicos com sintomas de ansiedade e depressão entre universitários durante o ensino remoto.
Métodos: Estudo transversal com dados de um inquérito multicêntrico conduzido com estudantes de graduação de oito universidades públicas brasileiras, entre outubro de 2021 e fevereiro de 2022, por meio de um questionário online. A variável desfecho foram os sintomas de ansiedade e depressão, avaliados pela Depression Anxiety Stress Scale-21. A combinação dos comportamentos obesogênicos, variável explicativa, foi mensurada pela soma do consumo frequente de alimentos ultraprocessados - AUP (≥ 5 dias da semana) e do comportamento sedentário (CS) elevado (≥ 9 horas/dia). Para avaliar a associação entre as variáveis realizou-se regressão logística multivariada, com Odds Ratio (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%).
Resultados: Participaram 8.650 estudantes, sendo que os sintomas de ansiedade e depressão estiveram presentes em 59,7% e 63,0%, respectivamente. A prevalência do consumo frequente de AUP foi 31,3% e de CS 55,1%, enquanto a prevalência dos comportamentos combinados foi 18,6%. Observou-se que estudantes com consumo frequente de AUP e CS elevado têm mais chances de apresentarem sintomas de ansiedade [OR: 1,78 (IC95%: 1,55-2,04)] e depressão [OR: 2,05 (IC95%: 1,79-2,36)] quando comparados aos que não apresentaram nenhum comportamento.
Conclusão: Os sintomas de ansiedade e depressão estão associados a diferentes comportamentos obesogênicos, que tendem a se agrupar, atuando diretamente no desenvolvimento de obesidade e transtornos mentais. Essas informações podem auxiliar na elaboração de políticas públicas abrangentes e integradoras direcionadas a promoção da saúde física e mental no ambiente universitário.
VEGETABLE GARDENING AND CHRONIC NON-COMMUNICABLE DISEASES: A SYSTEMATIC REVIEW
Pôster dialogado
Braga, M.C.S.1, Guerreiro, N.A.1, Brito, B.M.1, Collin, L.M.1, Corrêa, M.E.A.1, Matsue, R.1, Tomita, L.Y.1
1 UNIFESP
Objective: Examine the impact of vegetable gardens on patients with non-communicable diseases (NCD). Methods: Systematic review was conducted. PubMed, MEDLINE, EMBASE, CENTRAL, LILACS, Web of Science, OATD, FSTA, AGRIS, AGRICOLA, Cochrane Library, and Google Scholar were searched up to February/2024. Seventeen studies were identified: nine quantitative, six qualitative, and two mixed methods. Results: The impact of gardening on vegetable and fruit (V&F) intake was assessed in nine epidemiological studies conducted among patients with cancer, diabetes, metabolic syndrome, and cardiovascular disease. Most studies investigated the feasibility and acceptability of vegetable gardening (93%), adherence (63%), retention rate (97%), and total satisfaction with the activity were observed. Significant increases up to 1.2 servings per day of V&F, 0.45g of fiber, circulating total carotenoids, and reduction of long-term glycemic control among diabetic participants were observed in gardening-exposed groups. However, the heterogeneity of epidemiological designs and reduced sample size limited our conclusion. From narrative synthesis, vegetable gardens contributed to increased diversity and amount of vegetable intake, access to a healthy diet, cost savings, and additional benefits like hope, joy, and release from disease conduction were reported. Conclusion: Vegetable gardening interventions suggest increased V&F and fiber intake and reduced long-term glycemic control among diabetics. Further randomized controlled clinical trials, adequately powered to test hypotheses among socially vulnerable populations, along with accurate measures of dietary intake, are warranted to investigate the efficacy of vegetable gardening for individuals with NCD.
FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Pôster dialogado
Pereira, M. E. C.1, Canella, D. S.1, Sousa, T. M.1
1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ
Objetivo: Avaliar a prevalência de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) entre estudantes universitários nos anos de 2013 e 2019. Métodos: Foram utilizados dados das duas edições da Pesquisa Nacional de Saúde (2013 e 2019), referentes a indivíduos adultos (≥18 anos), matriculados em algum curso de graduação ou pós-graduação. Os fatores de risco incluíram marcadores de alimentação, prática insuficiente de atividade física, consumo abusivo de álcool e tabagismo. Realizou-se análise descritiva de todos os indicadores, estratificadas por sexo e tipo de curso. Diferenças significativas foram verificadas pela comparação dos intervalos de confiança (IC 95%). Resultados: Entre estudantes de graduação houve redução nas prevalências de atividade física insuficiente (37,6% para 22,7% - homens; 57,7% para 37,3% - mulheres), consumo regular de refrigerantes (27,9% para 12,5% - homens; 22,8% para 10,7% - mulheres), consumo de doces (27,1% para 17,6% - homens; 33,2% para 20,4 - mulheres) e hábito de substituir refeições por lanches (9,3% para 2,6% - homens; 13,2% para 3,9% mulheres). Entre os estudantes de pós-graduação, houve redução apenas entre mulheres no hábito de substituir refeições (28,3% para 0,4%). O percentual de tabagismo, consumo abusivo de álcool e consumo regular de frutas e hortaliças não apresentaram variação significativa. Conclusões: De 2013 para 2019, houve redução significativa da maior parte dos indicadores considerados de risco para a ocorrência de DCNT. No entanto, o consumo de frutas e hortaliças e níveis de atividade física permaneceram abaixo do recomendado entre a maior parte dos estudantes nos dois períodos.
DOENÇAS CRÔNICAS E FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO NO BRASIL ANTES E DURANTE A COVID-19
Pôster dialogado
Grillo, L.P.1, Sauer, R.M.1, Leal, J.F.1, Silva, A. R.1, Lopes, M.L.M.1
1 Faculdade Estácio Idomed Jaraguá do Sul - SC
Resumo: Objetivo: Analisar a prevalência e tendência temporal das principais doenças crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco e proteção em diferentes regiões do Brasil, comparando proporções durante a pandemia de Covid-19 (2020-2021) com a série histórica (2006-2019). Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, de série temporal e de tipo antes-depois, com dados extraídos do sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para DCNT disponíveis na plataforma Integrada de Vigilância em Saúde das capitais brasileiras e do Distrito Federal, agrupados nas cinco macrorregiões do país: Sul, Sudeste, Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Foram calculadas as médias regionais referentes a obesidade, hipertensão e diabetes e seus fatores de risco e proteção. A prevalência média durante a pandemia foi comparada à do período anterior. Resultados: Houve um aumento significativo de obesidade (30%), diabetes (28%) e hipertensão (5%). Entre os fatores de risco, o tabagismo e o consumo regular de refrigerantes ou sucos artificiais diminuíram significativamente em todas as regiões, enquanto o consumo de bebidas alcoólicas aumentou, exceto no Nordeste e Norte. Quanto aos fatores de proteção, o consumo regular de frutas e hortaliças diminuiu significativamente nas regiões Centro-Oeste, Norte e no Brasil, com o consumo recomendado diminuindo apenas no Centro-Oeste. A atividade física regular aumentou significativamente nas regiões Sul, Nordeste e no Brasil. Conclusões: Este cenário ressalta a importância da implementação de políticas públicas de saúde, com campanhas de prevenção e educação, programas de rastreamento e diagnóstico precoce de indivíduos em risco para melhorar a saúde da população.
SLEEP ASPECTS AND SUBCLINICAL HYPOTHYROIDISM: FOUR YEARS’ FOLLOW-UP IN ELSA-BRASIL STUDY
Pôster dialogado
Silva Junior, J. F.1, Silva-Costa, A.2, Fonseca, M. J. M.1, Benseñor, I. M.3, Vidigal, P. G.4, Barreto, S. M.4, Griep, R. H.5, Nobre, A. A.6
1 ENSP-Fiocruz
2 UFTM
3 USP
4 UFMG
5 IOC-Fiocruz
6 PROCC-Fiocruz
Objective: The study aimed to analyze the association between insomnia symptoms, short sleep duration, and sleep deprivation and the incidence of subclinical hypothyroidism. Methods: A prospective cohort analysis of 8,320 participants with euthyroid status from the second wave (2012-2014) of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil) who were not using drugs for thyroid dysfunction or that altered thyroid hormone levels. Insomnia symptoms (initial, middle, and terminal), short sleep duration, and sleep deprivation, sociodemographic characteristics, and health behaviors were obtained with questionnaires in the second wave. Subclinical hypothyroidism was defined as thyrotropin (TSH) > 4.0 μIU/mL and normal free thyroxin (FT4) in the third wave (2016-2018). Crude and adjusted binomial log models were used to estimate relative risk (RR) and 95% confidence intervals (95%CI). Results: An incidence of subclinical hypothyroidism in men and women was 6.6% and 6.8%, respectively. In women, middle insomnia was associated with a 31% reduction in subclinical hypothyroidism (RR: 0.69; 95%CI: 0.48-0.96). Sleep deprivation increased the incidence of subclinical hypothyroidism by 7% (RR: 1.07; 95%CI: 1.00-1.12) among men and women. No statistically significant associations were observed between short sleep duration and incidence of subclinical hypothyroidism. Conclusion: Among the aspects of sleep assessed here, middle insomnia resulting from nocturnal awakenings appears to protect women from subclinical hypothyroidism. Sleep deprivation appears to increase the risk of this outcome, although borderline, in both sexes.
IMPACTO DA REDUÇÃO DO CONSUMO DE AÇÚCAR E GORDURA NAS MORTES PREMATURAS POR DCNT NO BRASIL
Pôster dialogado
Antunes, A.B.S1, Sichieri, S.1, Pinto, R.L.1, Cunha, D.B.1
1 IMSHC/UERJ
Objetivo: estimar as mortes prematuras por DCNT em função da redução de consumo açúcar e gordura trans em adultos, no Brasil.
Métodos: Utilizamos uma estrutura de avaliação comparativa de risco, onde foi calculada a Fração Atribuível Populacional. Óbitos de indivíduos entre 30 e 69 anos em 2018 foram obtidos a partir do SIM e corrigidos para dados ausentes e mortes mal definidas. O consumo alimentar foi obtido do Inquérito Nacional de Alimentação 2017-2018, por meio de dois recordatórios alimentares de 24 horas, corrigindo pela variabilidade intraindividual. Os efeitos etiológicos dose-resposta foram obtidos de metanálises recentes de estudos prospectivos. O número de mortes evitáveis de cada desfecho devido ao consumo de açúcar e gorduras foi estimado multiplicando o FAP estimado pelo total de mortes devido a cada desfecho. Todas as análises foram estratificadas por sexo, em intervalos de dez anos.
Resultados: Em 2018 ocorreram no Brasil 141.910 óbitos por doenças cardiovasculares, 54.298 óbitos por doença isquêmica do coração e 27.810 óbitos por diabetes mellitus entre adultos brasileiros. Foram atribuídos ao consumo de açúcar de adição 2.396 óbitos (1,7%) prematuros por doença cardiovascular. Para as bebidas açucaradas foram atribuídos 7% dos óbitos prematuros por doença isquêmica do coração e por diabetes mellitus, totalizando aproximadamente cinco mil óbitos. Em relação às gorduras trans, foram atribuídos aproximadamente 1.800 óbitos (3%) prematuros no mesmo período.
Conclusão:
O consumo alimentar inadequado, sobretudo de açúcar e gordura trans, levou a um total substancial de mortes evitáveis por DCNT no Brasil em 2018.