Programa - Poster dialogado - PD27.3 - Epidemiologia dos acidentes e segurança no trânisto
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
14:00 - 15:00
PERFIL DOS ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE DO HOSPITAL REGIONAL DO AGRESTE, 2019 A 2023
Pôster dialogado
Silva, C. S.1, Ferreira, I. O.1
1 Hospital Regional do Agreste
Objetivo: Descrever perfil epidemiológico das vítimas de acidentes de Transporte Terrestre do Hospital Regional do Agreste, de janeiro 2019 à dezembro 2023.Método: Estudo quantitativo observacional, utilizando dados de fonte secundária extraídos do Sistema de Informações sobre Acidentes de Transporte Terrestre (SINATT).Resultados: Notificamos 18.332 vítimas acidentes transporte terrestre (ATT), 81,8% sexo masculino. Do total ATT, 47,0% foram condutores de veículos sem habilitação, 26,0% estavam sem cinto de segurança. Sobre natureza do acidente, 41,4% foram quedas em ou do veículo, seguidas por colisões/abalroamentos 39,1%. Os condutores de motocicleta foram 80,2%, com 19,9% sem uso de capacete. Dia de maior ocorrência foi domingo com 23,0%, seguido pelo sábado 18,6%. Em 60,5% não foram relacionados ao trabalho, 11,9% foram deslocamentos para ou do trabalho. Sobre partes do corpo atingidas, 35% membros inferiores e 32% superiores. A maioria das lesões por fraturas, com 72,3%. Quanto à evolução 72 horas, 50,1% receberam alta hospitalar e 31,4% foram internadas. Conclusão: Observamos Acidentes Transporte Terrestre, como importante problema de saúde pública. Destacamos os acidentes envolvendo homens, sem habilitação e sem cinto de segurança, necessitando medidas preventivas e de fiscalização. Prevaleceram as quedas em ou do veículo e as colisões envolvendo motocicletas, e muitas sem o uso de capacete. Grande número ocorrendo aos domingos, por comportamentos relacionados ao lazer. Lesões com fraturas predominando membros inferiores e superiores, com gravidade dos ferimentos. A alta hospitalar prevaleceu e importante número de internados, evidenciando gravidade dos casos. Sugerindo estratégias de prevenção para reduzir riscos e consequências dos ATT no Agreste Pernambucano.
DÉCADA DE AÇÕES PARA A SEGURANÇA NO TRÂNSITO (2011 - 2020): MORTALIDADE NO ESTADO DE GOIÁS
Pôster dialogado
Andrade, G.B.A.1, Vieira,M.C.V.1, Rodrigues, M.F.1, Carvalho, M.M.1, Andrade, G.B.A.1
1 SES-GO
A Organização Mundial em Saúde estabeleceu em 2010, o período entre 2011 a 2020, como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”, para que diversos países adotassem medidas de redução de morbimortalidade no trânsito. O estudo visa descrever a mortalidade por sinistro de trânsito da Década de Ações para a Segurança no Trânsito, Goiás. Estudo descritivo, com os óbitos do Sistema de Informação sobre Mortalidade, Goiás, 2011 e 2020. Em 2011, foram registrados 1.906 óbitos por sinistros no trânsito enquanto que em 2020 foram 1.589. Comparando o coeficiente de mortalidade do início e fim da década observou-se redução de 31,7% (2011) para 22,5% (2020), evidenciando uma retração de 9,2%. A faixa etária com maior frequência, 15-49 anos com redução de 2,4% no último ano. Sexo masculino sempre esteve em evidência. A classe de trabalhadores da produção de bens e serviços industriais (autônomos comerciais, pessoas da construção civil e da agropecuária) foram a principal classe dos óbitos tanto em 2011 (n=410) quanto em 2020 (n=370), seguido de estudantes (n=122) em 2011 e em 2020 (n=88). Na mortalidade por categoria somente os motociclistas não tiveram redução, 19,06% em 2011, e 19,35% (2020). A década, em Goiás, mostrou um pequeno decréscimo no coeficiente de mortalidade (9,2%) e aumento da mortalidade entre motociclistas. Faixa etária e sexo não apresentaram alteração. As evidências mostram que os governos precisam priorizar a mobilidade segura em suas políticas públicas, baseando suas ações em evidências e estabelecendo financiamentos necessários.
ANÁLISE DOS ACIDENTES DE MOTOCICLETA NO BRASIL: PRÉ E DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Pôster dialogado
Alves, B.S.1, Ferreira, A.S.N.1, Vitorino, L.M.1
1 Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT)
Objetivos: Analisar retrospectivamente o número de internações, os custos totais e a taxa de mortalidade dos acidentes de motocicletas no Brasil, comparando os períodos pré-pandêmico (2017-2019) e pandêmico (2020-2022).
Métodos: Realizou-se um estudo ecológico quantitativo, descritivo e retrospectivo, baseado em dados do DATASUS disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Foram analisados o total de internações, o valor total despendido com essas internações e a taxa de mortalidade, detalhando cada região e estado brasileiro.
Resultados: Notou-se um incremento substancial no número de internações e nos custos associados aos acidentes de motocicleta, com uma variação significativa na taxa de mortalidade, que apresentou uma redução durante o período pandêmico. As análises detalhadas por região e estado indicaram uma heterogeneidade nos dados, sugerindo diferentes dinâmicas locais no contexto de tráfego urbano e segurança.
Conclusão: O período pandêmico, associado ao aumento da frota de motocicletas, resultou em impactos negativos acentuados, ressaltando a heterogeneidade regional. Esses resultados evidenciam a urgente necessidade de políticas públicas robustas e específicas para a segurança no tráfego urbano, focadas em reduzir os riscos associados ao crescente uso de motocicletas.
MOBILIDADE ATIVA: NOVOS OLHARES SOBRE ACIDENTES E SEGURANÇA NO PROGRAMA VIDA NO TRANSITO
Pôster dialogado
Coelho, DM1, Pinheiro, GRGP1, Andrade, ACS2, Sales, ADF1, Dias, MAS1, Parajára, MC1, Lima, CM3, Cardoso, LO3, Caiaffa, WT1, Friche, AAL1, OSUBH1
1 UFMG
2 UFTM
3 Ministério da Saúde
Objetivos: Monitorar sinistros de trânsito, co-criar articulação intersetorial, capacitar gestores e técnicos de 29 cidades com +1milhão habitantes, para redução da morbimortalidade, transformação do espaço urbano e promoção da mobilidade urbana sustentável. Métodos: Descrever os óbitos por sinistros de trânsito (SIM-DATASUS) em 2022, por cidade, idade, sexo, escolaridade, raça/cor, sinistro (CID-10): pedestre, bicicleta, motocicleta, automóvel, veículos pesados e outros, para dar sequência aos objetivos do Projeto. Resultados: Em 2022, foram observados 5.916 óbitos, com mortalidade proporcional variando de 0,1-4,8% entre cidades. Cerca de 45% tinham entre 18-39 anos e 8-11 anos de estudo; 82,5% do sexo masculino e 71,1% não branca. Aproximadamente 30% dos óbitos ocorreram no local do sinistro; 37% dos óbitos associaram-se a motocicletas e 25% aos atropelamentos. Entre aqueles com 50+ anos, os óbitos ocorreram principalmente devido a atropelamentos e, entre os menores de 50 anos, a sinistros envolvendo motocicletas. Conclusão: Os resultados revelam a gravidade dos sinistros de trânsito em grandes cidades, destacando a necessidade urgente de intervenções direcionadas para reduzir a morbimortalidade. A alta prevalência de óbitos entre jovens, especialmente homens não brancos, sublinha as disparidades existentes. A maioria dos eventos fatais envolve motocicletas e atropelamentos, reforçando a importância de estratégias específicas locais para esses tipos de sinistros. A capacitação de gestores e técnicos, juntamente com a co-criação de articulações intersetoriais, é essencial para transformar o espaço urbano e promover a mobilidade urbana sustentável e equitativa, atendendo aos novos objetivos do Projeto Vida no Trânsito.
EFEITO DA PANDEMIA DA COVID-19 SOBRE OS SUICÍDIO EM HOMENS NO BRASIL
Pôster dialogado
Meira KC1, Simões TC2, Silva CMPF3, Guimarães RM3, Jomar RT4, Dantas ESO5
1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2 Insituto René Rachou
3 ENSP/FIOCRUZ
4 INCA
5 HUOL/UFR
Analisar o efeito da pandemia na mortalidade por suicídios nos homens brasileiros, por meio de um estudo de séries temporais interrompidas (STI). Neste estudo avaliou-se o comportamento das taxas mensais de suicídio a partir de uma série temporal de meses anteriores (de janeiro de 2017 a fevereiro de 2020) e posteriores (de março de 2020 a dezembro de 2022) ao primeiro caso de COVID-19 diagnosticado no país. As taxas de mortalidade por suicídio foram analisadas por meio do modelo de regressão segmentada, por meio de um modelo de regressão quasi-Poisson. Nas análises foram consideradas a presença de autocorrelação serial dos resíduos e da sazonalidade. Todas as análises foram realizadas no programa R versão 4.3.2, com nível de significância de 5%. As taxas mensais médias de suicídio nos homens foi 1,05 suicídios por 100 mil homens. Houve redução abrupta nas taxas de suicídios nos meses iniciais da pandemia (p < 0,05), seguido por elevação progressiva das taxas de suicídio (p < 0,05), nos grupos etários de 15-19 anos, 40-59 anos, nos suicídios por enforcamento, autointoxicação, arma de fogo e em todas as regiões geográficas. Exceto nos idosos e na região Nordeste, em que houve aumento abrupto das taxas de suicídio no início da pandemia na região com elevação progressiva no decorrer da pandemia. A pandemia promoveu distintos efeitos na tendência das taxas de suicídios mensais em homens de acordo com a faixa etária e região geográfica.