Programa - Poster dialogado - PD27.4 - Vacinação e doenças imunopreviníveis 3
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
14:00 - 15:00
COBERTURA VACINAL COMPLETA E ATRASO VACINAL NAS CAPITAIS BRASILEIRAS
Pôster dialogado
Moraes, J.C.1, França, A.P.1, Barata, R.C.B.1, Guibu, I.A.1
1 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Conhecer a real dimensão da queda da cobertura vacinal e alguns fatores associados, fato detectado no Brasil desde 2016. Realizado um inquérito domiciliar de amostras de crianças nascidas em 2017 e 2018 e residentes nas áreas urbanas de todas as 27 capitais do pais, estratificadas por nível socioeconômico dos setores censitários. O tamanho da amostra foi 31028. Verificou-se as datas de aplicação das vacinas recomendadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) obtidas por meio de fotos das cadernetas ou pela consulta às fichas espelhos do Sistema de Informação do PNI; classificou-se as doses como atrasadas aquelas que foram recebidas com mais de 30 dias da data prevista pelo PNI. Definiu-se como cobertura vacinal aplicada (CVA) completa quando a criança recebeu todas as vacinas recomendadas pelo PNI até 24 meses de idade. A CVA das crianças com todas as doses previstas para os primeiros 6 meses de vida sem qualquer atraso foi de 80% (IC95%:78-82) e com qualquer dose atrasada 55% (IC95%: 53-58). O atraso foi maior na região Norte; em mães mais jovens, com pior escolaridade, sem companheiro e maior número de filhos; famílias com menor renda familiar; vacinadas no serviço público, com dificuldade de acesso à um posto de vacinação e dificuldade em se vacinar quando comparece a um posto de vacinação. O atraso reduz significantemente a CVA e está associado a características da mãe, ao nível socioeconômico das famílias, acesso às unidades de vacinação e funcionamento delas.
COBERTURA VACINAL E ATRASO NA VACINAÇÃO DE LACTENTES DO SUL DO BRASIL: INQUÉRITO VACINAL
Pôster dialogado
Daniel, N. S.1, Luhm, K. R.1, Mélo, T. R.1, Boing, A. F.2, Mengue, S. S.3
1 UFPR
2 UFSC
3 UFRGS
Objetivo: verificar coberturas vacinais (CV) e o tempo de atraso de vacinas em lactentes em seis municípios da região Sul do Brasil (Curitiba, Londrina, Florianópolis, Joinville, Porto Alegre e Rio Grande). Metodologia: estudo com dados do Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal 2020 realizado de setembro de 2020 a março de 2022 com lactentes nascidos vivos em 2017 e 2018. Avaliadas as CV de doses aplicadas, doses em dia (até 30 dias da data indicada) e o tempo de atraso da aplicação das doses. Resultados: dos 4681 lactentes analisados a CV para o conjunto de vacinas indicadas até os 24 meses foi de 68,0% (IC95% 63,9 - 71,8%) para doses aplicadas e 3,9% (IC95% 2,7% - 5,7%) para doses aplicadas em dia. A maioria das aplicações em atraso foi ≤ 3 meses. Para alguns reforços 1 em cada 4 crianças recebeu doses com atraso ≥ 6 meses. Conclusão: a região Sul apesar de apresentar indicadores de vacinação acima da média brasileira ainda necessita que os índices estejam acima de 95% de CV observou-se no conjunto de vacinas o não comprimento do calendário e que 96% das crianças atrasaram a aplicação de pelo menos uma vacina.
COBERTURA VACINAL PARA POLIOMIELITE: FATORES ASSOCIADOS EM COORTE DE NASCIDOS EM 2017-2018
Pôster dialogado
Maciel, AMS1, Ramos Jr, AN2, Ferreira, AF2, Saavedra, RC3, Silva, TL2, Domingues, CMAS4, Kerr, LRFS2, Barbosa, JC2, França, AP5, Teixeira, MG3, Moraes, JC5
1 SESA e UFC
2 UFC
3 UFBA
4 OPAS
5 FCMSCSP
Objetivo: Analisar a cobertura das vacinas (CV) poliomielite, completude vacinal, associação à não vacinação e taxa de abandono em coorte de nascidos vivos de 2017-2018, residentes em capitais e municípios do interior do Nordeste brasileiro. Métodos: Pesquisa de base domiciliar por conglomerados em setores censitários segundo estratos socioeconômicos para análise de CV nas capitais e em quatro municípios de grande porte populacional no interior do Nordeste brasileiro. A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética em pesquisa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (parecer 4.380.019) e do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (parecer 3.366.818). Resultados: Em 12.137 crianças, CV completa de 80,9% (IC95% 78,4;83,1), maiores proporções nos estratos C (86,4%) e Teresina-PI (91,2%) e menor no A (66,3%) e Natal-RN (66,2%). Vitória da Conquista-BA, interior com menor CV (81,5%). Associação à não vacinação: residência no estrato socioeconômico A (OR-a 1,42, IC95% 1,23;1,65) e não possuir caderneta de vacinação (OR-a 14,05, IC95% 8,54;23,12). 1/5 da população sem vacinação completa, e 1.017 (8,4%) sem nenhuma dose de vacina. Taxa de abandono para 3ª dose (4,6%) e 1º reforço (10,5%). Conclusão: Evidencia-se situação crítica da CV, sem alcance da meta do PNI, redução no seguimento das doses e elevada taxa de abandono. Associação da não vacinação às iniquidades sociais, contextos operacionais e barreiras de acesso à vacinação. Combinação da subvacinação à fragilização da vigilância ao poliovírus, e fluxos migratórios, amplia o risco para reintrodução desta doença no Brasil e possibilidade de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA PÓS-EXPOSIÇÃO, INSTITUTO DE INFECTOLOGIA EMÍLIO RIBAS 2018-2023
Pôster dialogado
Cavalin, R.F.1, Almeida, V.N.2, Santos, A.P.A.2, Losacco, A.M.2
1 IIER; USCS-SP
2 IIER
Objetivo: descrever o perfil dos atendimentos antirrábicos humanos e identificar características associadas à adesão da conduta profilática.
Métodos: Estudo transversal com dados secundários das notificações de atendimento antirrábico humano do SINAN, realizados no Instituto de Infectologia Emílio Ribas entre 2018 e 2023. O perfil dos casos foi descrito considerando características sociodemográficas, de exposição ao vírus rábico e tratamento indicado. Casos que aderiram e abandonaram a profilaxia pós-exposição foram comparados pelo teste de qui-quadrado de Pearson (nível de significância de 5%).
Resultados: Foram notificados 12.536 casos, com média de 2.089 casos/ano. Maioria do sexo feminino (51,3%), com 20 a 29 anos de idade (23,2%), raça/cor branca (42,1%), com mais de 12 anos de estudo (24,4%), e residente em São Paulo/SP (86,5%). A maior parte foi agredida por cães (71,2%) com condição sadia (67,7%), expostos por mordedura (89,5%), com ferimentos múltiplos (52,0%) e superficiais (72,1%), localizados em mãos/pés (40,5%) ou membros inferiores (37,2%). A vacina foi a conduta mais frequente (38,2%), seguida pela observação do animal (30,4%). O tratamento foi interrompido em 14,7% dos casos, sendo o abandono o motivo principal (56,7%). Foram identificadas diferenças significativas (p<0,05) entre casos que aderiram ao tratamento e que abandonaram, considerando sexo, idade, raça/cor, escolaridade, local de residência, espécie do animal agressor, exposição por mordedura, número, tipo e localização do ferimento, e conduta indicada.
Conclusões: Conhecer o perfil dos indivíduos com risco de exposição à raiva contribui para o planejamento de medidas de controle, sendo ferramenta essencial para abordagem do paciente, favorecendo a adesão ao tratamento.
CONFIABILIDADE DO REGISTRO NO SIPNI E NAS CADERNETAS DE VACINA EM CRIANÇAS BRASILEIRAS.
Pôster dialogado
Moraes, J. C.1, Barata, R. B.1, França, A. P.1, Guibu, I. A.1
1 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Introdução: o SI-PNI foi desenhado para permitir o acompanhamento longitudinal de cada criança incluída no programa, além de permitir que vacinas aplicadas em diferentes serviços de saúde sejam registradas online na caderneta-espelho. O objetivo deste estudo foi analisar a concordância dos registros das doses de vacina no SI-PNI para uma subamostra de crianças incluídas no inquérito nacional de cobertura vacinal realizado nas capitais brasileiras e no Distrito Federal para coorte de nascidos em 2017/2018.
Metodologia: foi analisada uma subamostra (150 por capital) das crianças nascidas em 2017/2018 com esquema de vacinação completo para comparar as datas das vacinas registradas nas cadernetas de vacinação com aqueles disponíveis no SI-PNI para cada uma das doses previstas no calendário nacional.
Resultados: das 4050 crianças sorteadas, 3.587 (89%) tiveram a ficha espelho localizada no SI-PNI. Cerca de 32% das doses registradas na caderneta estavam ausentes no SI-PNI, 60% das datas eram concordantes e 8% eram discordantes. São Luís apresentou a maior e, Cuiabá, a menor concordância entre as duas fontes, para o conjunto das vacinas. Houve maior concordância de datas quando as vacinas foram aplicadas nos serviços públicos.
Discussão As hipóteses mais plausíveis para explicar a perda de registros seriam o não registro das doses aplicadas nos serviços privados, não registro de dados no sistema imediatamente após a aplicação das doses no SIPNI por problemas com o sistema on-line ou excesso de tarefas dos servidores, ou ainda, o não envio dos dados municipais para o nível federal, principalmente pelos sistemas próprios de informação.