Programa - Poster dialogado - PD27.6 - Desafios da pandemia Covid-19
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
14:00 - 15:00
DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM PACIENTES HOSPITALIZADOS COM COVID-19: UM ESTUDO DE COORTE
Pôster dialogado
Vieira, D.S.R.1, Arpini, M.1, da Silva, A.M.1, de Jesus, C.J.1, Brandolfi, J.A.1, Arcêncio, L.1, Schneider, I.J.C.1
1 Universidade Federal de Santa Catarina
Objetivo: Investigar os níveis de ansiedade e depressão em pacientes com COVID-19 durante a hospitalização e em três momentos ao longo de seis meses após a alta hospitalar. Métodos: Estudo de coorte prospetivo de indivíduos hospitalizados por COVID-19 nos anos de 2020 e 2021, na enfermaria ou em unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital de alta complexidade do extremo sul catarinense. A ansiedade e a depressão foram avaliadas por meio da Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) no primeiro dia de internação e 30, 90 e 180 dias após a alta. Regressão linear multivariada ajustada para sexo, momentos de coleta dos dados, escolaridade, doenças pulmonares, doenças cardiovasculares, uso antidepressivos, critérios de gravidade e internação em UTI, foi utilizada para análise dos dados. Foram calculados os coeficientes de regressão e os intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Participaram do estudo 57 indivíduos [mediana de idade 58 anos (49-67 anos), 56% do sexo masculino]. Nos modelos ajustados, houve aumento significativo no escore do domínio depressão da HADS 30 dias (1,81 - IC95% 0,72;2,89) e 90 dias (1,54 - IC95% 0,46;2,62) após a internação. Não houve alteração significativa no escore total da HADS e domínio ansiedade. Além disso, o escore do domínio HADS foi maior nas mulheres, mas o padrão de resposta ao longo do tempo foi semelhante entre os sexos. Conclusões: Os pacientes hospitalizados com COVID-19 apresentaram aumento dos sintomas de depressão 30 e 90 dias após a hospitalização.
IMPACTO DA COVID-19 NAS NOTIFICAÇÕES DE TUBERCULOSE NO BRASIL: ANÁLISE DE SÉRIE TEMPORAIS
Pôster dialogado
Viana, P. V. S.1, Macedo, L. R.2, Pungartnik, P. C.2, Paiva, N. S.2
1 CRPHF/ENSP/FIOCRUZ
2 IESC/UFRJ
Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 nas notificações de tuberculose (TB) no Brasil e suas macrorregiões. Método: Analisamos dados secundários nacionais de TB, notificados mensalmente no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), de janeiro de 2015 a dezembro de 2022. Utilizando um desenho de série temporal interrompida (ITS), aplicamos modelo de regressão binomial negativa para avaliar as mudanças de nível e tendências nas notificações de TB antes, durante e após a pandemia de COVID-19 no Brasil e por macrorregiões. Todas as análises estatísticas foram realizadas no R versão 4.1.2. Resultados: As notificações de TB aumentaram consistentemente de 5.602 casos da doença em janeiro de 2015, para 7.225 em fevereiro de 2020. Com o início da pandemia, houve uma queda imediata de 38,8% nas notificações em maio de 2020 no Brasil. A região Nordeste apresentou a maior queda percentual, de 29,7%. Houve uma perda cumulativa de 29.722 (IC95%: 26.701, 32.743) casos de TB em todo o país durante o período pandêmico, com a maior diferença absoluta na região Sudeste, totalizando 10.540 casos (IC95%: 9.129, 11.951). Conclusão: A retomada dos diagnósticos e tratamentos da TB auxiliou na mitigação do impacto adverso da pandemia. No entanto, muitas notificações foram represadas e registradas posteriormente. Esses resultados destacam a necessidade de estratégias contínuas para garantir a detecção e tratamento da TB durante crises de saúde pública.
Palavras-chave: COVID-19; tuberculose; análise de séries temporais interrompidas.
COVID LONGA: DESAFIOS DOS SINTOMAS DURADOUROS PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pôster dialogado
Borges, P.K.O1, Mulher, E.V.1, Borges, W.S.2, Martins, C.M.1, Coradassi, C.E.1, Gomes, R.Z.1, Veber, A.P.1, Silva, M.Z.1, Jungles, M.K.1, Avais, L.S.1, Pacheco, E.C.1, Wolff, S.1, Waldman, E.A.3
1 UEPG
2 Unicesumar
3 FSP/USP
Objetivo: Identificar e descrever sintomas e doenças da COVID Longa. Método: Estudo transversal, realizado em 2023, no Inquérito telefônico “COVID Longa Ponta Grossa” em Ponta Grossa-PR. Dados coletados na plataforma Redcap, analisados descritivamente, em análise de associação bivariada e em análises de cluster. Resultados: Participaram 1721 pessoas, 78% foram classificados com COVID Longa. Cansaço (65%), perda de memória (52%), fraqueza (45%), queda de cabelo (45%), dor de cabeça (37%), ansiedade (36%), foram os sintomas mais referidos. As pessoas com COVID Longa relataram 72% a mais de cansaço, 30% a mais de alterações na pressão arterial e piora no controle das condições crônicas pré-existentes. Perda de memória, dificuldades para dormir, ansiedade e dores nas articulações foram 54%, 35%, 42% e 35% mais prevalentes nas pessoas com COVID Longa. Na população que teve COVID Longa, 36% (n=477) disseram ter apresentado alguma doença após a COVID-19 que não tinham antes. A prevalência de nova doença no pós-COVID foi 35% superior no grupo com COVID Longa (RP=1,35 (1,20-1,51; p=0,004). 86% daqueles que tinham COVID Longa afirmaram que as complicações, sintomas e novas doenças permaneciam até a data da entrevista. O uso de medicamentos foi autorreferido por 55% daqueles com COVID Longa. Os sintomas foram agrupados em 2 clusters distintos. Conclusão: A COVID Longa tem inúmeros sintomas, provoca novas doenças e o uso de medicações variadas. As queixas numerosas podem estar sobrecarregando o sistema de saúde de modo subnotificado. É necessária uma política pública de enfrentamento com medidas de vigilância e intervenção.
ANÁLISE DOS ÓBITOS POR COVID-19 APÓS A IMPLEMENTAÇÃO DA VACINA NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Pôster dialogado
Oliveira, J.K.B.S.1, Farias, A.N.1, Fernandes, A.V.1, Porto, S.O.1, Mariz Neto, A.A.2, Silva, E.T.L.1, Tavares, L.A.1, Araujo, C.3
1 Faculdade de Medicina de Olinda
2 UNINASSAU
3 Instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz,PE
Objetivo: Analisar os aspectos epidemiológicos e estimar a taxa de mortalidade por COVID-19, após a implementação da vacina, em Pernambuco, 2021 e 2022. Métodos: Estudo ecológico, com dados provenientes do Sistema de Informação sobre Mortalidade. As causas diretas dos óbitos foram agrupadas de acordo com o tipo de sistema acometido e o perfil epidemiológico, segundo ano de ocorrência, sendo descrito por meio de estatística descritiva. O coeficiente de mortalidade foi calculado pela divisão entre o número de óbitos por COVID-19 e a população do Pernambuco e o resultado multiplicado por 100 mil. Os dados foram analisados utilizando o software Stata. Este estudo teve aprovação do CEP/FMO sob o parecer nº6.217.775. Resultados: Um total de 11.244 óbitos por COVID-19 foram registrados, sendo 9.888(87,9%) no ano de 2021 e 1.356(12,1%) no ano de 2022. A taxa de mortalidade em todo o período foi de 1,24 por 1.000 habitantes, tendo sido observado, em 2022, uma taxa de mortalidade (0,15 por 1.000 habitantes) por este agravo, isso é, sete vezes menor do que a taxa observada em 2021 (1,09 por 1.000 habitantes). O perfil epidemiológico dos óbitos teve padrão semelhante em todo o período analisado, sendo predominante entre indivíduos idosos(66%), do sexo masculino(53%), residentes em Recife e Região Metropolitana(54,6%). Conclusões: Após a implementação da vacina contra COVID-19 em Pernambuco, observou-se uma expressiva redução na taxa de mortalidade por este agravo. A análise do perfil epidemiológico dos óbitos forneceu importantes subsídios para a implementação de medidas de vigilância em saúde entre os mais vulneráveis.