Programa - Poster dialogado - PD27.7 - Epidemiologia HIV e Sífilis
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
14:00 - 15:00
PREVALÊNCIA DAS MANIFESTAÇÕES MUCOCUTÂNEAS EM CASOS DE HIV/AIDS NA BAHIA: 2007 A 2021
Pôster dialogado
Silva-Junior, M. F.1, Barreto, J. P. S.1, Pereira, A. G. B.1
1 UESB
Objetivo: Estimar a prevalência das manifestações mucocutâneas em casos de HIV/AIDS no estado da Bahia entre 2007 a 2021. Metodologia: Estudo transversal com dados secundários retrospectivo de acesso restrito extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) a partir da Ficha de Investigação de AIDS Adulto (13 anos ou mais), disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde da Bahia. Foram analisadas entre os anos de 2007 a 2021 as quatro manifestações mucocutâneas presentes no critério Rio de Janeiro/Caracas. As variáveis descritivas foram as condições sociodemográficas (gênero, faixa etária, raça/cor e escolaridade). Foram realizadas as razões de prevalência (RP) por meio de regressões logísticas (p<0,05). Resultados: Durante os anos de 2007 a 2021 foram notificados 18.427 casos de HIV/AIDS na Bahia, sendo 6.880 (37,3%) com apresentação de uma ou mais manifestações mucocutâneas. As manifestações mucocutâneas mais prevalentes foi candidose oral ou leucoplasia pilosa (23,9%), e a menos, foi Sarcoma de Kaposi (2,3%). A candidose oral ou leucoplasia pilosa foi associada ao gênero feminino (RP=1,13;IC95%:1,02-1,26), raça/cor preta (RP=1,17;IC95%:1,03-1,34) e escolaridade ignorada/branco (RP=1,29;IC95%:1,06-1,58). A dermatite persistente foi associada ao gênero feminino (RP=0,85;IC95%:0,77-0,95) e raça/cor branca (RP=1,16; IC95%:1,00-1,34). A Herpes Zoster foi associado a raça/cor ignorados/brancos (RP=1,24;IC95%:1,00-1,25). O Sarcoma de Kaposi foi associado ao gênero feminino (RP=0,66;IC95%:0,53-0,83) e indivíduos com escolaridade até ensino fundamental (RP=0,59;IC95%:0,38-0,92) ou até ensino médio (RP=0,45;IC95%:0,31-0,65). Conclusão: As manifestações mucocutâneas foram altamente prevalentes entre pacientes com HIV/AIDS na Bahia entre os anos de 2007 a 2021 e estiveram associadas as condições sociodemográficas.
ANÁLISE ESPACIAL DA SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2016 A 2021
Pôster dialogado
Belem, F. S.1, Silva, D. M.1, Pinheiro, R. D. S.1, Fernandes, O. C. C.1, Herkrath, F. J.1, Nava, A. F. D.1, Fonseca, F. R.1
1 ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA
Objetivo: Analisar a distribuição espacial dos casos de sífilis gestacional (SG) e de sífilis congênita (SC) no estado do Amazonas – Brasil, no período de 2016 a 2021. Método: Foi realizado um estudo observacional ecológico utilizando a taxa de detecção de sífilis gestacional e taxa de incidência de sífilis congênita. Os dados foram obtidos do Painel de Indicadores de Sífilis do Ministério da Saúde e o número de nascidos vivos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), foram agregados em biênio e realizada a distribuição espacial das taxas obtidas no software QGIS. Para analisar a autocorrelação espacial, através da matriz de vizinhança entre as taxas encontradas nos municípios, representados por meio do software TerraView, foi calculado o índice de Moran, utilizando-se as taxas brutas. O nível de significância adotado nas análises foi p-valor: 0,05. Resultados: Houve um aumento na detecção dos casos de SG, e uma redução no número dos casos SC. A análise dos mapas permitiu verificar um aglomerado geográfico das taxas de incidência na capital do estado e nos munícipios. O Índice Global de Moran foi estatisticamente significativo (0.259443) nos casos de SC no biênio 2016-2017. O Índice Local de Moran, através do Box Map, indicou a presença de áreas homogêneas, com maior prioridade para o controle da SC. Conclusão: A sífilis continua sendo um importante problema de saúde pública na região amazônica, evidenciando a necessidade de vigilância epidemiológica e intervenções de saúde para acesso ao diagnóstico precoce, tratamento e promover adesão ao pré-natal.
ANÁLISE DO PERFIL E EQUIDADE NO USO DA PREP NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ENTRE 2018 A 2023
Pôster dialogado
Silva, R. M.1, Pinho, A. A.1
1 UFRJ
Avaliar o número e perfil dos usuários de PrEP por município e região do estado do Rio de Janeiro (ERJ) entre 2018 e 2023 e a equidade no seu uso segundo a incidência de HIV/aids por região. Estudo transversal com dados populacionais advindos do Painel PrEP e casos de HIV/aids registrados no Sistema de Informação de Agravo de Notificação restritos ao ERJ de 2018 a 2023. Realizou-se a descrição do perfil de usuários e taxa de utilização de PrEP/10.000 habitantes/ano por município e região. Para analisar acesso e disparidades, será calculada a PrEP-to-need Ratio (PnR) definida como a razão de usuários de PrEP em relação ao número de diagnósticos de HIV (proxy do número de pessoas em risco de infecção por HIV) em cada ano, por região, idade e raça/cor. De 2018 a 2023, o número de usuários atendidos ampliou de 192 para 12.527 e de municípios dispensadores de 4 para 29. Homens gays cisgêneros, pessoas brancas, entre 30 a 39 anos e escolaridade acima de 12 anos caracterizaram os usuários mais frequentes. Em 2023, a região metropolitana representou 93,6% das dispensações. Os municípios com maior número de usuários atendidos/10000 habitantes/ano foram Niterói (27,1), Rio de Janeiro (15,1) e Porciúncula (9,3). A proporção de descontinuidade do uso por município variou de 10,3% a 76,5%, com mediana de 28,6%. Dados preliminares revelam uma PnR baixa, refletindo uma necessidade não atendida por PrEP no ERJ, e aumento considerável no número de usuários e municípios dispensadores, apenas no ano de 2023.
INFECÇÕES FÚNGICAS NO CONTEXTO DO CIRCUITO RÁPIDO DA AIDS AVANÇADA EM PARINTINS, AMAZONAS
Pôster dialogado
TAVARES, A. S.1, MATSUURA, A. B. J.1, SIQUEIRA, T. M.1, DE SOUZA, V. G. L.1, LOUREIRO, C. F.1, SOARES, E. P.2
1 ILMD - Fiocruz Amazônia
2 Secretaria Municipal de Saúde de Parintins - SEMSA/PIN
Objetivos: Descrever a experiência vivenciada pela equipe da Vigilância em Saúde (VS) na implementação do projeto piloto do circuito rápido da AIDS avançada com foco nas infecções fúngicas no período de agosto/2023 à março/2024, na cidade de Parintins, Amazonas. Métodos: Os dados secundários foram adquiridos através da consulta à base de dados do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI) por meio do Relatório Público no Microsoft Power Bi. No item abrangência geográfica foi selecionado por meio do filtro o Estado do Amazonas e posteriormente a cidade de Parintins. As variáveis selecionadas foram: conclusão no circuito-rápido, resultado do CrAg sanguíneo e resultado do AU-histoplasmose. Resultados: Durante o período de agosto/2023 a março/2024, um total 70 pessoas foram cadastradas e avaliadas no circuito rápido. Desse total, 70 testes rápidos para criptococose (LF-CrAg) de punção digital foram realizados, sendo 7 reagentes (10%) e 63 não reagentes (90%); 1 paciente encaminhado para punção lombar e 5 pacientes iniciaram o tratamento preemptivo para criptococose; 38 testes rápidos para histoplasmose (AU-histoplasmose) foram realizados, sendo 7 reagentes (18%) e 31 não reagentes (82%); Todos os pacientes iniciaram o tratamento preemptivo para histoplasmose; Não houveram óbitos. Conclusão: O objetivo de implementar o projeto piloto circuito rápido para identificar infecções oportunistas precocemente, obter dados precisos, monitoramento e encerramento dos casos cadastrados foram alcançados de forma significativa.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À SÍFILIS ATIVA EM POPULAÇÕES VULNERÁVEIS NA COVID-19
Pôster dialogado
Silva Filho, G.F.1, Santos, K.C.1, Costa e Silva, G.R.1, Campos, L.R.1, Diniz e Silva, B.V.1, Gonçalves, W.O.1, Magalhães, L.S.1, Carneiro, M.A.S.1, Caetano, K.A.A.1, Teles, S.A.1
1 UFG
Objetivo: Estimar a prevalência e fatores associados a sífilis ativa em populações vulneráveis. Metodologia: Estudo transversal conduzido de julho de 2020 a abril de 2021 em indivíduos vulneráveis em Goiânia, Goiás, Brasil com idade >= 14 anos: pessoas LGBTQIA+, imigrantes e refugiados (IR), pessoas em situação de rua (PSR) e catadores de material recicláveis (CMR). Todos foram entrevistados sobre características sociodemográficas e comportamentos de risco para as IST. Amostras de sangue foram coletadas e testadas para ensaios treponêmico (teste rápido - TR) e não treponêmico (VDRL). Considerou-se sífilis na vida resultado positivo no TR e sífilis ativa títulos de VDRL >=1/8. Análise de Regressão logística foi realizada para identificar fatores associados a sífilis ativa. Valores de p <0,05 foram considerados significativos. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa/CEP-UFG, parecer nº 4.249.851. Resultados: Do total de participantes, 279 (44,5%) eram CMR, 153 (24,4%) IR, 117 (18,7%) PSR e 78 (12,4%) LGBTQIA+. Estimou-se uma prevalência geral de sífilis na vida de 17,2%. Sífilis ativa foi detectada em 5,1% dos participantes: 15,4% em LGBTQIA+, 7,7% em PSR, 3,9% em IR e 1,8% em CMR. Ser pessoa LGBTQIA+ [Razão de Chances Ajustada (RCA): 4,25; IC: 1,29 – 14,04], relatar antecedente de IST (RCA: 2,83; IC: 1,89 – 6,74) e não uso de preservativo (RCA: 0,38; IC: 0,16 – 0,91) foram associados à sífilis ativa. Conclusão: Estimou-se uma prevalência elevada de sífilis nos grupos estudados, ratificando a importância de otimizar recursos durante crises sanitárias como a da pandemia da COVID-19.
VIGILÂNCIA DA TRANSMISSÃO VERTICAL (TV) DO HIV E SÍFILIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (ERJ)
Pôster dialogado
Teofilo, M.M.A.1, Souza, F.L.2, Faria, L.C.C.1, Fernandes, G.T.1, Gomes, J.R.1, Pires, D.R.F.1, Filgueiras, S.L.1, Castro, L.M.X.1, Aguiar, S.F.1, Gdalevici, C.1
1 SES/RJ
2 FMS/Niteroi
Introdução: A sífilis e o HIV são infecções sexualmente transmissíveis que podem ocorrer por TV na ausência de tratamento adequado na gestação. O Ministério da Saúde iniciou em 2017 o Processo de Certificação de Eliminação da TV desses agravos. Indicadores avaliam a qualidade da assistência no pré-natal (PN), no parto, no puerpério e no seguimento de crianças de municípios (>100 mil habitantes). O Processo divide-se em 4 eixos: vigilância, serviços, laboratório e direitos humanos.
Objetivo: Descrever a experiência do ERJ no processo em 2022, 2023 e 2024, com foco no eixo vigilância.
Método: Utiliza-se SINAN, SIM, SINASC, SISCEL, SICLOM e prontuários para cálculo dos indicadores: taxa de incidência de crianças infectadas pelo HIV e sífilis por TV, cobertura de consultas, testagem e tratamento adequado no PN.
Resultados: Em 2022, Niterói e Nova Friburgo foram certificados, em 2023, Barra Mansa e Petrópolis. Em 2024, Campos, Itaboraí, Itaperuna e Volta Redonda estão concorrendo. Verifica-se número reduzido de municípios aptos, indicando que a TV ainda é um problema de saúde pública no ERJ. Ademais, identificou-se fragilidade no sistema de vigilância local (inconsistências nas bases e fragilidade na comunicação entre serviços e sistemas de informação).
Conclusão: Este processo estimula a avaliação de indicadores e práticas que facilitem o cumprimento dos protocolos para evitar a TV. Entretanto, é importante fortalecer as ações a nível estadual de educação permanente destinadas aos profissionais de saúde e da vigilância.