Programa - Poster dialogado - PD27.16 - Comportamentos em saúde, qualidade de vida e aspectos relacionados entre adultos e idosos
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
14:00 - 15:00
ASSOCIAÇÃO DO PONTO MÉDIO DA JANELA DE ALIMENTAÇÃO COM A QUALIDADE DO SONO EM ADULTOS
Pôster dialogado
Menezes-Júnior, L.A.A.1, Vidigal, M.C.A.1, Silva, J.M.C.1, Sabião, T.S.1, Machado-Coelho, G.L.L.1, Meireles, A.L.1
1 UFOP
Objetivo: Analisar a associação entre o ponto médio da janela de alimentação e qualidade do sono em adultos. Métodos: Inquérito de base populacional (outubro-dezembro/2020), em Ouro Preto, Minas Gerais, com 195 adultos. O consumo alimentar foi avaliado por recordatório alimentar de 24 horas (R24h), a partir da técnica de múltiplas passagens, e tabulados na plataforma Brasil-Nutri. A qualidade do sono foi avaliada pelo Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), sendo classificada como ruim para valores >5. O ponto médio da alimentação foi classificado com base no consumo calórico total, dividindo as pessoas em duas categorias: aquelas que consomem metade das calorias até as 15h e as que consomem metade após as 15h. Foi realizada regressão logística multivariada, ajustada para sexo, idade, cor de pele e dia do R24h. Resultados: Dos indivíduos avaliados, 66,5% eram do sexo feminino, 47,1% tinham de 18 a 34 anos, 79,4% eram negros ou pardos e 44,3% tinham renda familiar inferior a dois salários mínimos. A média do ponto médio da janela alimentar foi de 13,9 horas (IC95%:13,1-14,8) e 26,1% tinham uma janela alimentar acima de 15 horas (IC95%: 16,7-38,4). A prevalência de má qualidade do sono foi de 40,1% (IC95%: 26,0-56,1). No modelo multivariado, os participantes com ponto médio de consumo alimentar acima de 15 horas, tinham 3,79 vezes mais chances de ter má qualidade do sono (p=0,041). Conclusões: Indivíduos que consomem metade de suas calorias após as 15h têm uma probabilidade significativamente maior de apresentar má qualidade do sono.
O CONSUMO DE RERIGERANTES E O RISCO CARDIOVASCULAR EM 10 ANOS NA POPULAÇÃO BRASILEIRA.
Pôster dialogado
Gonçalves, K.C.1, Tonaco, L.A.B.1, Veloso, G.A.1, Moreira, A.D.1, Mendes, M.S.F.1, Malta, D.C.1, Melendez, G.V.1
1 UFMG
Objetivo- Analisar a relação entre o consumo de refrigerantes açucarados e o risco de eventos cardiovasculares (RCV) em 10 anos na população adulta brasileira. Métodos-Estudo transversal realizado em adultos com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. A variável dependente, o RCV em 10 anos, foi construída conforme critérios do escore de Framingham. A variável explicativa foi o consumo diário de uma porção padrão (1 copo) de refrigerantes açucarados. Foram excluídos indivíduos com idade < 30 e > 74 anos e com doença cardiovascular. Realizada regressão logística multinomial. Resultados- A amostra foi composta por 8391 indivíduos. 53,13% representava o sexo feminino. O consumo de refrigerante entre ≥0,4 a <1,0 porção/dia foi associado a maior chance de escores alto RCV (OR 1,78 IC95% 1,27-2,50), o consumo de ≥ 1 porção/dia foi associado à maior chance de escore de RCV intermediário (OR=1,41 IC95% 1,07-1,86) e também à maior chance de escore de RCV alto (OR=1,97 IC95% 1,39-2,80), quando comparado ao consumo de <0,1 porção/dia. Essas estimativas foram ajustadas por idade e IMC. No modelo ajustado pela idade e circunferência da cintura, o consumo de ≥0,4 a <1,0 porções/dia (OR=1,66 IC95% 1,18-2,34) e consumo de ≥ 1 porção/dia (OR=1,76 IC95% 1,23-2,52) foi associado a maiores chances de escore de alto RCV. Conclusões- O consumo de refrigerantes pode aumentar a chance do RCV em 10 anos a partir do consumo >= 0,4 copos/dia de refrigerantes açucaradas. A chance de RCV variou conforme intensidade de consumo.
QUALIDADE DE VIDA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL NA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS
Pôster dialogado
Lisboa, G. J.1, Silva, M. E. G.1, Mulder, A. R. P.1
1 UERJ
Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) de mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e sua relação com o Índice de Massa Corporal (IMC). Métodos: Estudo observacional com mulheres com SOP, de 18 a 40 anos. Utilizou-se o questionário The Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36), que avalia QV em nove domínios, com escores de 0 (pior estado de saúde) a 100 (melhor estado de saúde). O IMC foi calculado e classificado segundo a WHO (1998). Aplicou-se o teste Shapiro-Wilk, apresentando dados não paramétricos em mediana e intervalo interquartil (P25-P75), e a correlação de Spearman. Resultados: Em 28 mulheres com SOP, observou-se escores baixos (≤50) para aspectos emocionais (33; 0-100), estado geral de saúde (47; 42-57), vitalidade (30; 10-43,75), aspectos sociais (50; 28,125-75) e saúde mental (44; 24-59). Escores altos (>50) foram encontrados para capacidade funcional (85; 66,25-93,75), aspectos físicos (87,5; 25-100) e dor (62; 41-74). A mediana do IMC foi 29,0 (23-35,3) kg/m², com correlação negativa entre IMC e capacidade funcional (p = 0,009; 𝜌 = -0,484). Conclusão: Mulheres com SOP, possivelmente, vivenciam um pior estado de saúde e QV, com maior impacto na saúde psicológica, na disposição e no convívio social. Apesar das características físicas serem menos afetadas, observa-se uma redução da capacidade funcional relacionada ao excesso de peso.
ESTATINAS E TESTOSTERONA: IDENTIFICANDO VERDADEIROS PREDITORES EM HOMENS DE MEIA IDADE
Pôster dialogado
Silva, C. S.1, Miranda, E. P.2, Zambrano, J. C. C.3, Novaes, M. T.4, Tiraboschi, T. L.3, Pimenta, R. C.3, Nascimento, B5, Lopes, L. S.5, Tiraboschi, R. B.3, Gomes, C. M.5, Bessa, J.3
1 UEFS/FIOCRUZ
2 UniCristhus
3 UEFS
4 Santa Casa de Miséricórida - HDPA
5 FMUSP
Objetivo: Investigar a associação de uso de estatinas com deficiência de testosterona (DT) em uma coorte de homens de meia idade. Métodos: Foi analisado um banco de dados mantido prospectivamente de pacientes atendidos no ambulatório de urologia entre 08/2022 a 11/2023. Foram avaliados parâmetros sociodemográficos, comorbidades, síndrome metabólica e uso de estatina. Obesidade foi definida como circunferência da cintura (CC)>102 cm. Amostras de sangue matinais foram coletadas e um painel hormonal foi obtido. DT foi definido como níveis<300ng/dL. Foi utilizado um modelo multivariável para identificar preditores de DT, que incluíram uso de estatinas, idade, diabetes, hipertensão e obesidade. Resultados: Foram incluídos 641 homens, idade média de 59 [49-69] anos. Diabetes foi encontrado em 248 (39%), hipertensão em 315 (49%) e obesidade em 214 (33%) indivíduos. O uso de estatina foi relatado por 208 (33%). DT foi observado em 81 (13%). Os níveis de Testosterona (T) foram significativamente mais baixos entre usuários de estatinas (T mediana de 458 [318-571]ng/dl e 493 [359-622]ng/dl, respectivamente). Uso de estatinas (OR 2,02[IC95% 1,26-3,25], p=0,003), hipertensão (OR 1,7[IC95% 1,11-2,89] p=0,016), diabetes (OR 2,46[IC95% 1,53-3,96] p<0,001) e CC >102 (OR = 8,01 [IC 95% 4,7-13,3], <0,0001) foram associados a DT, enquanto a idade não. Na análise multivariável, obesidade (OR=7,45[4,3-12,8], p<0,0001) e diabetes (OR=1,93[1,17] [3,23], p<0,0001) permaneceram independente associados à DT. Conclusões: Nessa amostra após ajutes o uso de estatinas não foi preditor de DT. É mais provável que seja um fator de confusão que perde seu valor preditivo após ajuste para obesidade e diabetes, únicos preditores independentes nessa análise.
CONSUMO DE CARNES, AVES E PEIXES E CAPACIDADE INTRÍNSICA: RESULTADOS DO ELSI-BRASIL
Pôster dialogado
Silva, J. D. P.1, Ygnatios, N. T. M.1, Aliberti, M. J. R.2, Bertola, L.2, Suemoto, C. K.2, Lima-Costa, M. F.3, Torres, J. L.1
1 UFMG
2 USP
3 FIOCRUZ-MG
Objetivo: Avaliar a associação entre o consumo regular de carnes, aves e peixes e a capacidade intrínseca entre adultos mais velhos brasileiros. Método: Trata-se de um estudo transversal que utilizou dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2015-2016), realizado em uma amostra nacionalmente representativa da população brasileira com ≥50 anos residentes na comunidade. A capacidade intrínseca foi avaliada por meio de um escore que compreendeu cinco domínios: 1) cognitivo (orientação temporal, fluência verbal, memória tardia e semântica); 2) psicológico (sintomas depressivos e qualidade do sono); 3) sensorial (acuidade visual e auditiva); 4) locomotor (velocidade da marcha e equilíbrio); e, 5) vitalidade (força de preensão palmar, perda de peso, exaustão e baixa resistência). O escore variou de 0 à 100, com maiores escores indicando melhor capacidade intrínseca. O consumo de carnes (boi/porco/cabrito), aves (frango/galinha) e peixes foi considerado regular quando ≥5 dias na semana. Para análise estatística foi realizada a regressão linear, ajustada sequencialmente por características sociodemográficas, de saúde e do ambiente físico e social. Resultados: Dos 7.260 participantes incluídos na presente análise, 83,16% (IC95% 80,78; 85,30) apresentaram consumo regular de carnes, aves e peixes. Após ajustes, o consumo regular de carnes, aves e peixes foi associado positivamente (p=0,01) à capacidade intrínseca (β: 1,27; IC95% 0,37; 2,17). Conclusão: Os resultados demonstraram que há associação positiva entre o consumo regular de carnes, aves e peixes e melhor capacidade intrínseca entre adultos mais velhos brasileiros.
EFEITO IDADE-PERÍODO-COORTE NA QUALIDADE DE VIDA E ATIVIDADE DE IDOSOS DE FLORIANÓPOLIS
Pôster dialogado
Castelli, G. M.1, Figueiró, T. M.1, Hillesheim, D.1, Quialheiro, A.2, Oliveira, C.3, Siqueira Junior, J. A.1, Rech, C. R.1, D‘Orsi, E.1
1 UFSC
2 CESPU
3 UCL
Objetivos: Descrever o efeito de idade, coorte e período de idosos na atividade física (AF) de lazer e de deslocamento segundo a qualidade de vida.
Métodos: Dados das entrevistas domiciliares do EpiFloripa Idoso, estudo longitudinal, com pessoas acima de 60 anos em Florianópolis, Santa Catarina. A análise com GEE foi aplicada para dados de 2013/14(n=1.197), 2017/19(n=1.335) e 2023/24(n=695). Avaliou-se AF pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), com variáveis categorizadas em inativa, insuficientemente ativa e ativa. A qualidade de vida (QV) autorreportada (CASP-19: Control, Autonomy, Self-Realization and Pleasure) foi avaliada em controle/autonomia e autorrealização/prazer. A análise foi ajustada para fatores sociodemográficos.
Resultados: A prevalência de AF reduziu nas gerações recentes em todas as faixas de idade no período pós-pandêmico. Os idosos ativos e insuficientemente ativos no lazer aumentaram as chances em 1,36 e 2,06 vezes comparados aos inativos [OR:1,362 IC95%:1,095-1,692; OR:2,062 IC95%:1,703-2,497] de estar no tercil superior, com melhor controle/autonomia. Indivíduos insuficientemente ativos e ativos no deslocamento possuíam 2,08 (OR:2,08; IC95%:1,70-2,56) e 2,62 (OR:2,62; IC95%:2,10-3,29) vezes maior chance de estar no maior tercil. Na autorrealização/prazer, idosos ativos e insuficientemente ativos no lazer aumentaram as chances em 1,98(OR:1,98; IC95%1,58-2,47) e 1,50(OR:1,50; IC95%:1,22-1,86) vezes de ter boa qualidade de vida, comparado aos inativos. Na AF de deslocamento, as chances foram de 1,27(OR:1,279; IC95%1,22-1,86) vezes maiores para insuficientemente ativos e 1,98(OR:1,98; IC95%:1,58-2,47) para ativos.
Conclusões: A prática de AF nos domínios de lazer e deslocamento, mesmo em níveis insuficientes, aumentam as chances de melhorar a qualidade de vida em idosos.