Programa - Poster dialogado - PD27.18 - Epidemiologia da saúde do adolescente: uma análise dos comportamentos em saúde
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
14:00 - 15:00
EXISTE ASSOCIAÇÃO DO CONSUMO DE BEBIDAS AÇUCARADAS COM O SONO EM ADOLESCENTES?
Pôster dialogado
Silva, C. E.1, Confortin, C. S.2, Carneiro, R. J.1, Bragança, M. B. L. M.1, Sá, P. V. R.1, Silva, M. A. A.1
1 UFMA
2 UNESC
Objetivos: Estimar a associação do consumo de bebidas açucaradas com a duração e eficiência do sono em adolescentes. Métodos: Estudo transversal, conduzido com 976 indivíduos (18/19 anos) pertencentes a Coorte de nascimentos de 1997/1998 de São Luís, Maranhão. A eficiência (razão entre o tempo total de sono e o tempo gasto na cama multiplicado por cem) e a duração do sono (horas) foram avaliadas por meio de actigrafia. O consumo de bebidas açucaradas foi avaliado por meio do Questionário de Frequência Alimentar (QFA). Foram utilizadas regressão linear bruta e ajustada para analisar a associação entre exposição e desfechos. Foi usado o Gráfico Acíclico Direcionado (DAG) para determinar o conjunto mínimo de variáveis de ajuste para confundimento. Resultados: A média da eficiência do sono foi de 82,0% (± 0,06) e da duração do sono foi de 6 (± 0,95) horas. Nas análises brutas, houve associação das calorias com a eficiência do sono (β: -0,00005; IC95%: -0,00009; -0,0000009), mas não houve da contribuição calórica (β: -0,001; IC95%: -0,002; 0,0001) e frequência de consumo (β: -0,005; IC95%: -0,011; 0,0009) com eficiência e duração do sono. Nas análises ajustadas, não houve associação entre o consumo por calorias (β: -0,00003; IC95%: -0,00007; 0,00007), contribuição calórica (β: -0,001; IC95%: -0,002; 0,0004) e frequência de consumo diário (β: -0,002; IC95%: -0,008; 0,003) com a eficiência e duração do sono entre os adolescentes. Conclusões: Não houve associação entre o consumo de bebidas açucaradas com a eficiência e a duração de sono.
ASSOCIAÇÃO DO TEMPO DE TELA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE ADOLESCENTES
Pôster dialogado
Fonseca, NC1, CHAGAS, DC1, SÁ, CMS1, FARIAS, MCAO1, COSTA, ICM1, CCARVALHO, PVA1, ALVES, MTSSB1
1 UFMA
Objetivos: Analisar a associação entre tempo de tela e nível de atividade física em adolescentes da São Luís, Maranhão. Métodos: Estudo transversal com dados da terceira fase da coorte de nascimento de 1997/98, realizada em São Luís. Nível de atividade física moderada e vigorosa (AFMV) foi mensurada por meio de acelerometria, sendo categorizado em tercis (1° tercil: 0 a 15,8 minutos/dia, 2º tercil: 15,8 a 36,4 minutos/dia, 3º tercil: 36,5 a 178,6 minutos/dia). O 3º tercil foi considerado o mais ativo. Tempo de tela total foi definido como a soma das horas de uso em todos aparelhos investigados (televisão, videogame, celular, tablet, computador) e caracterizado em intervalos de tempo (≤ 2 horas, > 2 a < 5 horas, ≥ 5 horas). Para determinar conjunto mínimo de variáveis para ajuste de confundimento, usou-se gráfico acíclico direcionado. Realizou-se análise de regressão logística multinomial ajustada para as variáveis sexo, cor da pele, classe econômica, escolaridade, estudo atual, idade, trabalho atual. Resultados: Amostra final de 1.294 indivíduos. Em média, os jovens praticaram 31,3 minutos de AFMV diária. A maioria (87,9%) possuía tempo de tela maior que duas horas por dia. Entre aqueles com maior tempo de tela (≥ 5 horas) a probabilidade de ser do grupo mais ativo (3º tercil) foi 0,48 vezes menor (OR: 0,48; IC95%: 0,28 – 0,82). Conclusões: Pertencer ao maior percentil de nível de atividade física reduziu a probabilidade de ter tempo de tela excessivo.
RELAÇÃO ENTRE SONOLÊNCIA DIURNA EXCESSIVA E OS DISTÚRBIOS DO SONO EM ADOLESCENTES
Pôster dialogado
Campêlo, C.L.1, Santos, A. M2, Silveira, V.N.C.2, Machado, P.M.A.2, Batista, R.F.L.2
1 Universidade do Estado do Amazonas
2 Universidade Federal do Maranhão
Objetivo: Determinar uma escala interpretável para mensurar o nível de sonolência em adolescentes, via Teoria de Resposta ao Item (TRI), e relacionar o nível de sonolência estimado com os distúrbios do sono em adolescentes. Método: Trata-se de um estudo psicométrico que utilizou dados de adolescentes com idade de 18 e 19 anos, de ambos os sexos, que faziam parte da terceira fase da coorte de nascimento da cidade de São Luís, Maranhão, Brasil. A sonolência diurna excessiva foi estimada através da TRI, utilizando a versão brasileira da Epworth Sleepiness Scale e os distúrbios do sono foram medidos através do Índice da Qualidade do Sono de Pittsburg. Para avaliar a relação entre o endosso dos distúrbios do sono e o nível de sonolência foi ajustado um modelo de regressão linear multivariado. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A análise apresentou propriedades psicométricas satisfatórias e a estimação do nível de sonolência em adolescentes, via TRI, que, por sua vez, mostrou ser um modelo fidedigno que possibilita maior compreensão desse fenômeno. Os distúrbios do sono, analisados junto a esse modelo, que estiveram associados positivamente ao nível de sonolência diurna excessiva, foram o roncar, sentir calor, ter pesadelo e sentir dor. Ser sexo masculino e pertencer à classe social mais desfavorável foram negativamente associados ao nível de sonolência em adolescentes. Conclusão: Esse estudo permitiu uma melhor compreensão da sonolência diurna excessiva em adolescentes, permitindo um melhor entendimento sobre esse comportamento.
EXPERIMENTAÇÃO E USO ATIVO DE CIGARROS ELETRÔNICOS ENTRE ADOLESCENTES BRASILEIROS
Pôster dialogado
Santos, I. S.1, Santos, J. M.2, Karam, S. A.2
1 UFPEL; UCPEL
2 UCPEL
Objetivo: Investigar a prevalência e os fatores associados à experimentação e o uso ativo de cigarros eletrônicos (e-cigarette). Métodos: Análise transversal dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) ano 2019, com estudantes brasileiros do ensino fundamental e médio. Os desfechos foram informações sobre a experimentação ao longo da vida e o uso ativo de e-cigarette. Como exposições foram incluídas características sociodemográficas, de saúde mental e comportamentais da família e dos adolescentes. Razões de Prevalência (RP) ajustadas foram avaliadas através da regressão de Poisson com variância robusta estratificadas por sexo, utilizando o comando “svy”. Resultados: Foram incluídos 133.237 adolescentes com idade ≥13 anos. A prevalência de experimentação e uso ativo foi maior em adolescentes do sexo masculino do que no sexo feminino (respectivamente, 20,7% e 4,1% nos homens e 15,4% e 2,6% nas mulheres). Entre as associações mais fortes, encontrou-se o uso de alguma vez na vida de bebida alcoólica: com RP variando entre 2,86-3,18 para experimentação ao longo da vida e 3,09-3,39 para uso ativo em homens, dependendo da idade do consumo de bebida alcoólica; e RP variando de 3,46-4,31 para experimentação ao longo da vida e RP de 2,44-4,09 para uso ativo entre mulheres. Conclusão: Cerca de um quarto dos adolescentes em idade escolar já experimentaram e-cigarette e 3,4% usaram e-cigarette nos últimos 30 dias. Adolescentes do sexo masculino apresentaram maior prevalência de experimentação ao longo da vida e uso ativo. Houve diferença entre os sexos nas prevalências de experimentação e uso ativo de e-cigarette.
PERFIL DOS ADOLESCENTES BRASILEIROS QUE EXPERIMENTARAM CIGARRO ELETRÔNICO: PENSE 2019
Pôster dialogado
Morais, E.A.H.1, Abreu, M. N. S.1, Malta, D. C.1
1 UFMG
Objetivo: caracterizar o perfil de adolescentes brasileiros que experimentaram cigarro eletrônico (CE) em 2019 segundo aspectos sociodemográficos, interpessoais, comportamentais e de saúde. Métodos: estudo descritivo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019. Foram analisadas prevalências e intervalos de confiança de 95% da experimentação do CE estratificadas por variáveis sociodemográficas, interpessoais, comportamentais e de saúde. Resultados: foram observadas maiores prevalências de experimentação do CE entre adolescentes do sexo masculino (19,1% IC95% 18,3 – 20,0), da faixa etária de 16 a 17 anos (22,7% IC95% 21,6 – 23,8) e menores entre aqueles que residiam nas regiões Norte (12,3% IC95% 11,4 – 13,2%) e Nordeste (10,8% IC95% 10,1 – 11,5%). No âmbito interpessoal, maiores prevalências foram encontradas entre os que sofreram abuso sexual (26,0% IC95% 24,9 – 27,2%), bullying (18,3% IC95% 17,4 – 19,2%), agressão pelos responsáveis (23,4% IC95% 22,4 – 24,5%), envolvidos em briga física (32,2% IC95% 30,3 – 34,0%), fumantes passivos (21,9% IC95% 20,9 – 23,0%), com amigos fumantes (33,6% IC95% 32,4 – 34,7%) e sem supervisão familiar (22,4% IC95% 21,1 – 23,8%). Sobre comportamentos e saúde, as prevalências foram maiores entre aqueles que já tiveram relação sexual (31,3% IC95% 30,0 – 32,5%), com autoavaliação de saúde negativa (19,5% IC95% 18,6 – 20,6%), sem amigos próximos (20,4% IC95% 18,1 – 22,9%), sentiam-se irritados (18,3% IC95% 17,7 – 19,0%) e consumiam alimentos não saudáveis (32,9% IC95% 29,1 – 26,9%). Conclusão: há diferenças entre as prevalências de experimentação de CE nos três domínios analisados. Maiores prevalências foram encontradas principalmente entre adolescentes que vivenciaram situações estressoras, conviviam com tabagistas, tiveram relação sexual e consumiam alimentos não saudáveis.
Avanços e/ou aplicações do estudo
O estudo identifica o perfil dos adolescentes que experimentaram cigarro eletrônico em 2019. As diferenças entre características de domínio sociodemográfico, interpessoal, comportamentos e saúde evidenciam aspectos a serem considerados em políticas públicas intersetoriais focadas na saúde do adolescente, principalmente os mais vulneráveis, em um cenário de crescimento de outros produtos do tabaco.