Programa - Poster dialogado - PD27.20 - Doenças cardiovasculares, mortalidade e internações hospitalares
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
14:00 - 15:00
O EFEITO DAS REDISTRIBUIÇÕES DOS CÓDIGOS GARBAGE NA MORTALIDADE POR DOENÇAS CRÔNICAS
Pôster dialogado
Malta, DC1, Gomes, CS1, Teixeira, RA1, Souza, JB1, Aquino, EC2, Faria, SMC1, Junior, ABD3, Montenegro, MM3, Filho, AM1, Souza, MFM4, Santos, FM5, Cardoso, LSM1, Ribeiro, ALP1, Vasconcelos, AMN6
1 UFMG
2 UFG
3 Ministerio da Saude
4 Vital Strategy
5 Faculdade de Ciências Medicas, FELUMA, MG
6 UNB
Objetivos: Investigar o efeito da redistribuição dos códigos garbage sobre o número de óbitos e taxas de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), analisar a evolução temporal das taxas entre 2010 e 2019 e a correlação com o desenvolvimento humano. Métodos: Estudo ecológico e de série temporal. Foram analisados dados de óbito do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), de indivíduos com idade entre 30 e 69 anos, nas 27 Unidades Federadas (UF) e no Brasil, entre 2010 a 2019, pelos quatro principais grupos de DCNT: doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, neoplasias e diabetes mellitus. Calculadas as taxas com e sem a aplicação do método de redistribuição proporcional dos CG, que considerou também resultados de investigações empíricas para atribuir pesos. As taxas foram padronizadas por idade pelo método direto. Foi analisada a variação percentual entre as taxas e calculado o coeficiente de correlação de Pearson entre esta variação e o Índice de Desenvolvimento Humano das UF. Resultados: A redistribuição dos CG teve como efeito o aumento das taxas em 2019, variando entre +2,7% e +33,9%. Entre 2010 e 2019, houve decréscimo dessas taxas em quase todas as UF, à exceção de alguns estados do Norte e Nordeste (e.g. Amapá +30,0% e Alagoas +5,3%). A variação percentual dessas taxas no período, nas UF, foi inversamente proporcional ao IDH destas (R=-0,54; p=0,004). Conclusões: A redistribuição de CG aprimorou a precisão das estimativas de mortalidade. Houve, no geral, decréscimo temporal das taxas e UF com melhores IDH tiveram as maiores reduções.
ASSOCIAÇÃO DA PANDEMIA DE COVID-19 COM ÓBITOS SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster dialogado
Barros, R.D.1
1 UFBA
Objetivos: Analisar a associação da pandemia de Covid-19 com a mortalidade por diabetes e doenças do aparelho circulatório.
Métodos: Estudo ecológico de série temporal, utilizando dados de óbitos do Sistema de Informações de Mortalidade para os últimos 10 anos, classificados a partir de 04 grupos presentes na lista de Condições Sensíveis à Atenção Primária: diabetes, hipertensão, doenças cerebrovasculares e insuficiência cardíaca. Para analisar a associação, foi utilizada uma regressão Poisson de série temporal interrompida, utilizando o número de óbitos mensal de cada grupo como variável dependente. O período ex-ante foi definido como: janeiro de 2016 a fevereiro de 2020 (50 meses) e o ex-post: março de 2020 a dezembro de 2023 (46 meses).
Resultados. Houve aumento imediato do número de óbitos após o início da Covid-19 para os grupos: Hipertensão (RT: 1,36, IC95%: 1,34 – 1,38), Diabetes (RT: 1,23, IC95%: 1,22-1,25) e Insuficiência cardíaca (RT: 1,06, IC95%: 1,05-1,08) e doenças cerebrovasculares (RT:1,01, IC95%: 1,01-1,02). Apesar da forte elevação no período pandêmico, os números de óbitos para hipertensão e diabetes estão diminuindo 0,5% (IC95% 0,994-0,995) e 0,6% (IC% 0,993-0,994) ao mês respectivamente no período pós-pandemia indicando um retorno ao patamar anterior no futuro próximo. Já insuficiência cardíaca e doenças cerebrovasculares estavam reduzindo 0,2% (IC95% 0,997-0,998) e 0,1% (IC% 0,998-0,999) ao mês respectivamente e mudaram a tendência no pós-pandemia, passando a aumentar 0,5% (IC95%,1.004-1.005) e 0,2% (IC95% 1,001-1,002) ao mês.
Conclusões: A pandemia de Covid-19 pode estar associada a uma mudança no padrão de mortalidade para além dos óbitos decorrentes da infecção viral.
HIPERTENSÃO E DIABETES EM IDOSOS RESIDENTES NAS CAPITAIS BRASILEIRAS E DISTRITO FEDERAL
Pôster dialogado
Leitão, V.B.G.1, Franscisco, P.M.S.B.1
1 UNICAMP
Objetivo: estimar a prevalência simultânea de hipertensão arterial e diabetes mellitus em idosos (idade ≥ 60 anos) residentes nas capitais brasileiras e Distrito Federal, comparando os anos de 2011 e 2021. Métodos: Estudo transversal com dados do Vigitel de 2011 (n=11.939) e 2021 (n=13.180). Estimaram-se as prevalências de diagnóstico simultâneo autoreferido de hipertensão e diabetes e as comparações foram feitas por meio das razões de prevalência ajustadas por sexo, idade e escolaridade e respectivos intervalos de confiança de 95%. Resultados: A prevalência simultânea de hipertensão arterial e diabetes melittus no conjunto das capitais passou de 14,4% (IC95%:13,1-15,7) em 2011 para 19,2% (IC95%: 17,8-20,6) em 2021. Em 2011, a maior prevalência foi observada no Distrito Federal (18,0%; IC95%14,0-22,8) e a menor, em Vitória (11,9%; IC95%9,2-15,3), no entanto, sem diferença estatística significativa (p=0,581). Em 2021, Recife apresentou a maior prevalência de ambas as doenças entre as capitais (22,8%; IC95%: 18,2-28,2) e Manaus, a menor (12,2%; IC95%: 8,9-16,6). De 2011 a 2021 houve aumento da prevalência simultânea de hipertensão e diabetes em Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória (p < 0,05). Para os idosos residentes nas capitais brasileiras e Distrito Federal, a ocorrência simultânea destas doenças apresentou crescimento de 3,2% no período. Conclusão: De 2011 a 2021, houve crescimento da prevalência simultânea de hipertensão arterial e diabetes mellitus entre os idosos residentes nas capitais da região Sudeste e em Salvador.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DAS INTERNAÇÕES POR HIPERTENSÃO EM UM MUNICÍPIO RORAIMENSE
Pôster dialogado
PIRES, B. H. V.1, LANA, V. C.1, CORREIA, D. M. D. S.2
1 SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BOA VISTA; UFF
2 UFF
Objetivo: Identificar o perfil sociodemográfico das internações por hipertensão arterial em um município roraimense no período de 2009 a 2023. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, que utilizou dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde sobre internações hospitalares por hipertensão arterial no município de Boa Vista/RR. A coleta dos dados deu-se de janeiro a fevereiro de 2024 de acordo com os seguintes critérios de inclusão: hipertensão essencial, ambos os sexos, faixa etária de 30 a ≥ 80 anos e cor/raça. Resultados: no período houve 1.277 internações, sendo 59,90% (n=765) em indivíduos do sexo feminino e 40,10% (n=512) do sexo masculino, de acordo com a variável faixa etária verificou-se maior percentual na de 30 a 39 anos com 25,45% (n=325), seguido da faixa etária de 50 a 59 anos com 17,38% (n=222), já a faixa etária com menor índice de internações por hipertensão foi a de 80 anos ou mais com 9,47% (n=121). Na variável cor/raça, os dados evidenciam que 52,46% dos indivíduos hospitalizados (n=670) eram pardos, 1,80% (n=23) indígena e 1,64% (n=21) branco e para 43,93% (n=561), não havia essa informação. Conclusão: pode-se inferir que nos últimos 15 anos, o perfil sociodemográfico das internações no município foi de predominância do sexo feminino, jovem de 30 a 39 anos e de cor parda. Portanto, podendo contribuir para o desenvolvimento de ações de saúde específicas a esses indivíduos.
MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS ALAGOANOS
Pôster dialogado
JESUS, A. K. B.1, BARROS, R. A.1, ARAÚJO, G. C.1, MOTA, M. F.1, OLIVEIRA, E. C. T.1, MOURA-SALES, C. B. P.1
1 CESMAC
Objetivo: Analisar variáveis associadas aos óbitos por doenças cardiovasculares entre idosos alagoanos. Métodos: Estudo transversal, com microdados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, em que foram analisados os óbitos em idosos (≥60 anos) decorrentes de doenças cardiovasculares no ano de 2022 segundo variáveis sociodemográficas e taxa de mortalidade prematura (60-69 anos). Utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson e regressão logística para identificar variáveis associadas. Resultados: Em 2022, a mortalidade por doenças cardiovasculares entre idosos alagoanos representou 34,9%. Predominaram os homens, idosos com 80 anos e mais, pessoas de raça/cor preta/parda, casados, com nenhum ano de estudo e residentes na 1ª região de saúde. Faixa etária (p=0,002), estado civil (p=0,023), anos de estudo (p=0,001) e região de residência (p≤0,001) apresentaram associação significativa com os óbitos por doenças cardiovasculares. Após regressão logística, identificou-se que a mortalidade foi 12,0% (OR= maior entre idosos de 70-79 anos, 85,6% maior entre os casados, 86,3% maior entre aqueles sem escolaridade e 74,9% maior entre aqueles com 12 anos ou mais de estudo. Residentes na 2ª, 4ª, 9ª e 10ª regiões de saúde tiveram mortalidade superior aos residentes da 1ª região. A taxa de mortalidade prematura para doenças cardiovasculares (60-69 anos) foi de 597,62/100.000 idosos, sendo mais elevada no sexo masculino (766,19/100.000 idosos). Conclusão: A mortalidade por doença cardiovascular ocorrida entre idosos alagoanos associou-se à faixa etária, estado civil, anos de estudo e região de saúde de residência e a mortalidade prematura observada foi maior entre os homens.