Programa - Comunicação Coordenada - CC1.9 - Alimentação, saúde e doença
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
09:40 - 11:00
MEDIAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS NA ASSOCIAÇÃO ESTRESSE E CONSUMO DE AUP:ELSA-BRASIL COVID
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Pires, R.K.1, Griep, R.H.2, Scaranni, P.O.S.3, Moreno, A.B.1, Molina, M. C. B.4, Luft, V.C.5, Fonseca, M.J.M.1, Cardoso, L.O.1
1 ENSP/FIOCRUZ
2 IOC/FIOCRUZ
3 Hospital Univesitário Gaffré Guinle/EBSERH
4 UFES
5 UFRGS
Objetivo: O cenário que se configurou com o surgimento da pandemia de COVID-19 acentuou diversos determinantes dos transtornos mentais e, para lidar com os mesmos, mudanças comportamentais com consequências prejudiciais para a saúde, tais como consumo excessivo de alimentos ultraprocessados (AUP) foram observadas. Muitas vezes as pessoas recorrem a esse consumo como estratégia de enfrentamento do estresse, buscando alívio emocional. No entanto, nenhum estudo até o momento conduziu uma investigação sobre a relação entre estresse e consumo de AUP durante o distanciamento social da COVID-19. Buscando compreender essa relação, avaliamos o papel mediador dos sintomas de transtornos mentais (ansiedade e depressão) na associação entre o estresse decorrente do distanciamento social durante a pandemia de COVID-19 e o consumo de AUP em 3.884 servidores públicos do estudo suplementar do ELSA-Brasil.
Métodos: Modelos de equações estruturais (MEE) foram estimados para avaliar os efeitos diretos e indiretos, mediado por sintomas de transtornos mentais.
Resultados: Os resultados sugeriram um efeito mediador significativo e positivo dos sintomas de transtornos mentais na associação entre o estresse decorrente do distanciamento social sobre o consumo de AUP.
Conclusão: Esses achados colaboram para informar a necessidade de políticas e intervenções precoces em eventuais situações estressantes, com foco na promoção da saúde mental, o que, por conseguinte, poderão contribuir para a prevenção ou redução do consumo de alimentos não saudáveis.
EFEITO DE SAL HIPOSSÓDICO NA PRESSÃO ARTERIAL DE CRIANÇAS: ENSAIO RANDOMIZADO CRUZADO
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Brandão,J.M.1, Cunha, D.B.1, Garcia, M.C.1, Pereira, R.A.2, Sichieri, R.1
1 UERJ
2 UFRJ
Objetivos: Determinar se o sal hipossódico, enriquecido com especiarias, reduz a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) de crianças com excesso de peso. Métodos: Ensaio randomizado cruzado, controlado por placebo, conduzido com 120 crianças entre 7 e 12 anos com excesso de peso. O grupo intervenção (GI) recebeu um sal hipossódico composto por 25% de KCl e 10% de especiarias (cúrcuma, manjerição, alecrim, orégano e hortelã).Especiareias foram usadas para aumentar a aceitabilidade do sal. Orientou-se utilizar o sal nas refeições preparadas em casa por um 1 mês. Após washout de 1 mês, aqueles que inicialmente receberam o sal intervenção passaram a receber o sal placebo, e vice-versa. A PAS e PAD foram medidas antes e depois do uso de cada sal. Análises por intenção de tratar foram realizadas para verificar o efeito da intervenção. Resultados: Mais de 70% das crianças relataram gostar do produto em geral e do seu sabor. O GI apresentou uma redução média de 1,48 mmHg na PAS e de 1,04 mmHg na PAD, enquanto as médias de PAS e PAD aumentaram no grupo de controle (Δ = +2,65 mmHg e +2,17 mmHg, respectivamente). Diferenças estatisticamente significativa entre os grupos (p-valor= 0,01 para PAS e p-valor = 0,02 para PAD) foram encontradas. Conclusão: A redução de sódio dietético promovida por um sal hipossódico foi eficaz na redução da PAS e PAD em crianças com excesso de peso.
DIETA AMAZÔNICA E SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES: ESTUDO ERICA
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Drehmer, M.1, Medina, M.2, Rosa, P.B.Z.3, Cureau, F.V.4, Tavares, B.5, de Leon, E.6, Tebaldi, M.A.5, Leotti, V.B.7, Schaan, B.D.8
1 Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. UFRGS
2 Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. UFRGS
3 Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. UFRGS
4 Programa de Pós-Graduação em Educação Física - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. UFRN
5 Departamento de Ciências Fisiológicas, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Amazonas. UFAM
6 Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Universidade Federal do Amazonas. UFAM
7 Departamento de Estatística, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. UFRGS
8 Programa de Pós-Graduação em Endocrinologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brasil. HCPA
Objetivo: Avaliar associação entre consumo de alimentos típicos da região Amazônica e síndrome metabólica e seus componentes. Método: Estudo transversal, de base escolar com 7.041 participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) residentes da região Norte. A ingestão de alimentos tradicionais da região Norte foi aferida por recordatório de 24h. Associações com síndrome metabólica, seus componentes e resistência insulínica foram avaliadas por modelos de regressão de Poisson com variância robusta ajustados para confundidores. Resultados: Adolescentes com consumo de alimentos tradicionais acima da mediana do % do valor energético total (VET) tiveram 33% menor prevalência de pressão arterial (PA) elevada (IC95% 0,61-0,96) comparado com aqueles que tiveram % do VET de consumo desses alimentos abaixo da mediana. Redução de 5% (IC95% 0,90-1,00) na prevalência de baixo HDL foi observada nos adolescentes cujo consumo do %VET de alimentos tradicionais foi acima da mediana. Adolescentes com consumo acima da mediana do % do VET dos alimentos tradicionais apresentaram 14% menor prevalência de resistência à insulina (IC95% 0,76- 0,97) e 19% menor prevalência para aqueles que consumiram acima da mediana do % do número de alimentos tradicionais consumidos (IC95% 0,71-0,93). Maior prevalência de triglicerídeos elevados (RP 1,38 IC95% 1,07-1,59) foi observada nos adolescentes que consumiram acima da mediana do % do número total de alimentos tradicionais. Conclusão: Maior consumo da dieta amazônica foi associado a menor prevalência de pressão arterial elevada, de baixo HDL e de menor resistência insulínica em adolescentes. Em contrapartida, seu maior consumo associou-se a prevalência de triglicerídeos elevados.
CONSUMO DE ALIMENTOS IN NATURA E MINIMAMENTE PROCESSADOS E PRESSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Mastroeni, SSBS1, Kasmirski, GD1, Torres, CHA2, Mastroeni, MF1
1 Univille
2 University of Alberta
Objetivo: Avaliar se existe associação entre o consumo de alimentos in natura e minimamente processados e pressão arterial (PA) em crianças aos 9 anos de idade.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal, de base domiciliar, envolvendo 142 crianças que fazem parte em uma coorte de nascimentos iniciada em 2012 em Joinville, Santa Catarina. O consumo alimentar da criança foi avaliado utilizando-se o formulário de marcadores de consumo alimentar do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), e posteriormente classificado segundo a classificação NOVA. A PA foi aferida pelo método auscultatório. Para examinar se existe associação entre consumo alimentar e PA foram estimados os odds ratios (OR) utilizando-se análise de regressão logística robusta bruta e ajustada.
Resultados: A prevalência de PA elevada em crianças foi de 20,4%, e uma importante (44,8%) proporção de crianças classificadas com excesso de peso corporal (>percentil 85) também apresentou PA elevada. O não consumo de alimentos saudáveis foi associado à PA sistólica elevada, mesmo após ajuste para sexo, índice de massa corporal (IMC) da criança, IMC pré-gestacional e duração do aleitamento (OR=3,97; IC95% 1,16; 13,52; p=0,028).
Conclusões: O não consumo de alimentos saudáveis aumenta a chance de a criança apresentar PA elevada aos 9 anos de idade. Ações que visem educar e incentivar os pais e responsáveis a adotar alimentos saudáveis na alimentação da família são fundamentais para evitar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares ainda na fase infantil.