Programa - Comunicação Coordenada - CC1.15 - Fatores Associados à Saúde e Sobrevida de Idosos
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
17:00 - 18:20
PADRÕES DE VIZINHANÇA DO BAIRRO E CAMINHADA EM IDOSOS: UMA ANÁLISE DE CLASSE LATENTE
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Rech, C.R1, Santos, C.E.S1, d‘Orsi, E1
1 UFSC
Objetivos: identificar tipologias de características percebidas do ambiente da vizinhança e estimar sua associação com correlatos sociodemográficos e a caminhada no transporte e lazer em idosos. Métodos: Utilizamos dados de 1.256 idosos (60,7% de mulheres; x̄ 73,4 anos) em uma análise transversal do estudo de coorte EpiFloripa Idoso em Florianópolis, Brasil (2017-2019). Avaliou-se a caminhada pelo International Physical Activity Questionnaire, e a percepção das características da vizinhança (uso misto do solo, infraestrutura, estética, segurança relacionada ao trânsito e ao bairro) pelo The Neighborhood Environment Walkability Scale. As tipologias de vizinhança foram identificadas pela análise de classes latentes (LCA) e as associações foram testadas pela regressão logística binária. Resultados: Foram identificadas as tipologias de bairro: baixa caminhabilidade e moderadamente segura (classe 1), baixa caminhabilidade e segura (classe 2), moderada caminhabilidade e pouco segura (classe 3), moderada caminhabilidade e moderadamente segura (classe 4), alta caminhabilidade e segura de dia (classe 5). Nos bairros desfavoráveis à caminhada (classes 1 e 2), predominaram mulheres, idosos mais velhos e com menor escolaridade e renda. A probabilidade de caminhar no transporte foi maior em bairros que combinavam segurança e facilidade de locomoção (classes 3 a 5) (p <0,05). A segurança percebida na classe 2, incentivou a caminhada no lazer (p<0,05). Conclusões: Áreas com maior suporte e segurança podem incentivar os idosos a caminharem no transporte, e a segurança podem encorajar a caminhada de lazer em bairros desfavorecidos. Os decisores políticos precisam conceber bairros que apoiem hábitos saudáveis entre os idosos.
A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA REDUZ O RISCO DE MORTALIDADE ENTRE PESSOAS IDOSAS
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Zorzi, V. N.1, Figueiró, T. H.1, Hillesheim, D.1, Quialheiro, A.1, Oliveira, C.2, dos Santos, C. E. S.1, d’Orsi, E.1, Rech, C. R.1
1 UFSC
2 UCL
Objetivo: Investigar a associação entre a atividade física e o risco de mortalidade entre pessoas idosas. Métodos: Foram utilizados dados das entrevistas domiciliares de 2009/10 (onda 1, n=1.702), 2013/14 (onda 2, n=1.197), 2017/19 (onda 3, n=1.335) e 2023/24 (onda 5, n= 695) do Estudo de Coorte EpiFloripa Idoso. Desfecho: tempo até o óbito em meses. Exposição:a atividade física de lazer (AFL) e de deslocamento (AFD) (≥150 min./semana), obtidas pelo International Physical Activity Questionnaire. O efeito das exposições sobre o risco de mortalidade foi estimado por hazard ratios (HR) brutas e ajustadas para fatores sociodemográficos e de saúde. Resultados: A taxa de incidência de óbitos da coorte foi de 3,7 por 1.000 pessoas-mês. A taxa de mortalidade (1.000 pessoas-mês) foi de 2,5 óbitos entre os que praticaram AFL, comparada a 4,3 óbitos para aqueles que não alcançaram 150 min./semana. Para a AFD, a taxa de óbitos foi de 2,5 para os praticantes e de 4,2 para os que não atingiram o mínimo de 150 minutos semanais. Aproximadamente 12,7% e 11,9% da taxa de mortalidade poderiam ser reduzidos pela prática de AFL e AFD por ≥150 min./semana, respectivamente. Realizar ≥150 min/sem de AFL e de AFD reduz o risco de óbito em 16% (HR ajustada:0,84; IC95%: 0,75-0,94) e 19% (HR ajustada:0,81; IC95%: 0,72-0,90), respectivamente. Conclusões: Os resultados demonstram que pessoas idosas ativas no lazer ou no deslocamento apresentam menor risco de mortalidade.
PADRÕES DE COMPORTAMENTOS DE RISCO À SAÚDE PREDIZEM SOBREVIDA DE PESSOAS IDOSAS?
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Figueiró, T. H.1, Hillesheim, D.1, Zorzi, V. N. de1, Padilha, J. C.1, Quialheiro, A.2, Rech, C. R.1, d´Orsi, E.1
1 UFSC
2 CESPU, Portugal
Objetivo: investigar se padrões de comportamentos de risco à saúde predizem a sobrevida de pessoas idosas.
Métodos: estudo longitudinal com dados da onda 1 (n=1.702), 2 (n=1.197) e 3 (n=1.335) do estudo EpiFloripa Idoso (60 +), residentes em Florianópolis/SC. Padrões de comportamentos foram criados com técnica de cluster considerando: consumo insuficiente de frutas, legumes e verduras (FLVi), atividade física insuficiente (AFi), tabagismo (T) e consumo de álcool de risco (A). O desfecho do estudo foi o tempo até o óbito, em meses. Foram estimadas hazard ratios (HR) brutas e ajustadas para fatores sociodemográficos.
Resultados: a prevalência dos padrões de comportamentos na onda 1 foi de 10,2% para o padrão FLVi, 19,9% para AFi, 58,1% para grupo FLVi + AFi e 11,8% para pessoas no padrão AFi + FLVi + T + A. As taxas de mortalidade (por 1.000 pessoas/mês) foram de 2,0 (FLVi), 3,9 (AFi), 4,0 (FLVi + AFi) e 3,5 (AFi + FLVi + T + A) óbitos. Comparado com o grupo FLVi, os demais padrões de comportamentos apresentaram 25% (AFi) (HR ajustada: 1,25; IC95%:1,02-1,53), 36% (FLVi+AFi) (HR ajustada: 1,36; IC95%:1,13-1,65) e 53% (AFi + FLVi + T +) (HR ajustada: 1,53; IC95%:1,14-2,06) maior probabilidade de óbito.
Conclusões: o padrão de comportamento mais prevalente na linha de base foi o FLVi + AFi. Indivíduos com padrão AFi apresentaram maior risco de morrer, sendo que o agrupamento de comportamentos aumentou ainda mais o risco de morte, destacando-se o padrão de pessoas idosas que apresentavam os quatro comportamentos de risco.
DISCRIMINAÇÃO PERCEBIDA E PROBLEMAS DO SONO EM BRASILEIROS MAIS VELHOS (ELSI-BRASIL)
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Braga, LS1, Simões, TC2, Moreira, BS3, Danielewicz, AL4, Gomes ACF5, Lima-Costa, MF3, Avelar, NCP6
1 1. Programa de Pós-graduação em Saúde Pública, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil. 2. Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Oswaldo Cru
2 1. Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas), Belo Horizonte, Brasil; 2. Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Oswaldo
3 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas), Belo Horizonte, Brasil
4 1. Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá, Brasil; 2. Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Mina
5 Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil
6 1. Departamento de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá, Brasil; 2. Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas), Belo Horizonte,
Objetivo: Analisar a associação entre discriminação percebida e problemas de sono em brasileiros mais velhos. Métodos: Foram analisados dados de 9.849 participantes (≥50 anos) da segunda onda (2019-2021) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A discriminação percebida foi mensurada por meio da Everyday Discrimination Scale (escore total: 0 a 36 pontos; maior escore indica maior discriminação) e os problemas de sono pelo autorrelato de qualquer tipo de insônia (inicial, intermediária ou final), baixa qualidade do sono e sonolência diurna. Os Modelos Aditivos Generalizados foram utilizados para dicotomizar o escore de discriminação (≤7 vs. >7 pontos). Foram estimadas prevalências e razões de prevalência (RP) segundo modelo de Poisson com variância robusta, com os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), ajustadas por sexo, faixa etária e escolaridade. Resultados: As prevalências estimadas foram de 22,4% (IC95%: 18,3-27,0) para discriminação, 55,7% (IC95%: 52,4-59,0) para qualquer tipo de insônia, 14,2% (IC95%: 12,3-16,0) para baixa qualidade do sono e 37,7% (IC95%: 33,8-42,0) para sonolência diurna. Na análise ajustada, observou-se que a discriminação percebida foi positivamente associada a qualquer tipo de insônia (RP: 1,32; IC95%: 1,19-1,46), baixa qualidade do sono (RP: 1,44; IC95%: 1,14-1,83) e sonolência diurna (RP: 1,31; IC95%: 1,12-1,53). Conclusões: A discriminação percebida foi associada a todos os problemas de sono investigados. Esses achados ressaltam a importância de considerar fatores psicossociais na compreensão e abordagem dos problemas de sono.
ATIVIDADE RELIGIOSA E MORTALIDADE ENTRE IDOSOS DO ESTUDO EPIRURAL RIO GRANDE
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Meucci, R.D.1, Marques, G.P.1, Paludo, C.S.1, Gonzalez, T.N.2, Soares, M.P.1
1 FURG
2 UFAC
Objetivo
Avaliar a associação entre a frequência à missa/culto no último mês e a mortalidade entre idosos do estudo EpiRural Rio Grande.
Métodos
Trata-se de uma coorte de idosos rurais do extremo sul do Brasil. A linha de base foi realizada em 2017 e o desfecho óbito foi coletado através da revisão das declarações de óbito ocorridos até janeiro de 2022 junto à vigilância epidemiológica do município de Rio Grande. Para análise da associação entre a frequência à missa ou culto no último mês e mortalidade, foi utilizada Regressão de Cox com ajuste para: sexo; idade; religião; tabagismo; consumo de álcool na última semana; índice de massa corporal (IMC); autoavaliação de saúde; autorrelato de diagnóstico médico de diabetes, hipertensão, doença pulmonar e câncer; ideação suicida; incapacidade para atividades básicas e instrumentais de vida diária; frequência no último mês a festas na comunidade, festas familiares e bailes; e, viagem no último mês.
Resultados
O estudo de linha de base incluiu 1029 idosos. 31,8% relataram ter frequentado missa ou culto no último mês e foram registrados 92 (8,9%) óbitos até janeiro de 2022. Na análise bruta, o risco de óbito para os expostos foi 67% (HR 0,33 IC95% 0,18-0,60) menor em relação aos não expostos. Após ajuste para possíveis confundidores, o risco foi 55% menor (HR 0,45 IC95% 0,22-0,91).
Conclusões
Estes achados são consistentes com o relatado em estudos realizados em diferentes países. Trata-se de um achado original para o Brasil, sobretudo, entre idosos rurais.