Programa - Comunicação Coordenada - CC1.23 - Desastres Naturais e Saúde Pública: Preparação, Resiliência e Respostas
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
17:00 - 18:20
NUPDEC SAÚDE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO COMO ESTRATÉGIA DE PREPARAÇÃO PARA DESASTRES
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Ferreira, A. S. B.1, Aguilar, G. M. O.1, Carvalho, L. F.1, Cordeiro, C. R.1, Espindola. A. P.1, Pinheiro, R. N.1, Junior, C. O.1, Alves, C.1, Monteiro, J. S.2, Moraes, A. S.2, Lima, A. A.2, Ribeiro, C. L. P.1
1 SMS RIO
2 SUBPDEC
Objetivo: Descrever a estratégia do Curso Núcleo de Proteção, Defesa Civil e Saúde (NUPDEC Saúde) implantada na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ), no âmbito do Vigidesastres. Métodos: Relato de experiência sobre o curso NUPDEC Saúde no município do Rio de Janeiro (MRJ), desenvolvido em parceria com a Defesa Civil, voltado para Agentes de Vigilância em Saúde e Agentes Comunitários de Saúde, com o objetivo de aprimorar a capacidade de preparação e resposta da Rede da Atenção Primária à Saúde e de Vigilância em Saúde no enfrentamento às Emergências em Saúde Pública por desastres. O curso possui dois módulos, com duração de 8 horas, e é realizado em todas as regiões de saúde do município. Resultados: Até abril de 2024, a SMS-RJ capacitou mais de 1.400 agentes de saúde. A partir do NUPDEC SAÚDE estabeleceu-se ações integradas relacionadas à gestão de risco para a Rede de Atenção à Saúde, baseados no Plano Municipal de Contingência de Desastres Naturais e sistematizou-se as informações pertinentes aos eventos hospedadas no Sistema de Informações Urbanas (SIURB), permitindo uma resposta mais ordenada e adaptada às necessidades específicas de cada situação. Conclusão: Habilitar profissionais de saúde para prevenção e resposta de ocorrências de desastres tem potencial de mitigar os impactos sobre a saúde da população. A SMS-RJ mantém o comprometimento com a qualificação profissional, visando o fortalecimento das ações de identificação, prevenção de riscos e a capacidade de resposta em tempo oportuno diante de Emergências em Saúde Pública por desastres.
RESILIÊNCIA E INDICADORES DE SAÚDE MENTAL EM POPULAÇÃO DO PROJETO SAÚDE BRUMADINHO
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Costa, C. J. C.1, Peixoto, S.V.2, Simoes, T.C.1
1 FIOCRUZ MINAS
2 FIOCRUZ MINAS; UFMG
Objetivo: Avaliar a associações da resiliência e possíveis fatores intervenientes com sintomas de TEPT, depressão e ansiedade em população do município de Brumadinho (MG), pós rompimento da barragem de rejeitos de mineração, considerando diferentes grupos populacionais. Método: Os dados foram provenientes de um estudo de coorte prospectiva (Projeto Saúde Brumadinho), que incluiu 3080 participantes (12+ anos). Foram utilizadas escalas psicométricas que avaliam sintomas de TEPT, depressão e ansiedade como variáveis de desfecho, e a resiliência como exposição, considerando possíveis variáveis de confusão, segundo os subgrupos populacionais. Resultados: As prevalências de sintomas de TEPT; depressão e ansiedade foram de 10,9% (19,1%); 30,0 (33,7%); e 15,9% (20,6%) em participantes de 12 a 17 (12 a 29). De forma geral, a resiliência está inversamente associada aos sintomas psiquiátricos nos dois grupos. Foram avaliados possíveis fatores intervenientes com a resiliência e os desfechos, como variáveis demográficas, socioeconômicas, e de acesso à saúde. Conclusão: Os resultados apontam que níveis mais altos de resiliência parecem diminuir as chances de efeitos adversos na saúde mental de populações atingidas por desastre de mineração/ambiental. O estudo é especialmente relevante, devido a delineamentos de coortes em populações pós rompimento de barragem de rejeitos de mineração serem limitados no contexto nacional e internacional.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE MUNICÍPIOS EM EMERGÊNCIA DEVIDO À ESTIAGEM NO AMAZONAS EM 2023
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Rodrigues, M. G. A.1, Amorim, J. A. A.2, Campelo, E. C.2, Bianchet, F.2, Reis, A. Z.2, Ramos, T. C. A.2, Danielli, R. C. L.2
1 FVS-RCP; UEA; FMT-HVD
2 FVS-RCP
O objetivo desse trabalho foi descrever o diagnóstico situacional de municípios em estado de emergência devido à estiagem histórica no Amazonas em 2023. Trata-se de um relato de experiência em vigilância em saúde que utilizou a plataforma de coleta e gerenciamento de dados RedCap como estratégia para definir o diagnóstico situacional de municípios em estado de emergência devido à estiagem histórica no Amazonas em 2023. Foram coletadas informações de insumos, assistência a saúde, agravos/doenças e de vigilância em saúde. As respostas do formulário eram atualizadas em tempo real e visualizadas em um sistema de gestão do comitê operacional de vigilância em saúde da FVS-RCP. Dos 62 municípios do estado, 53 responderam o formulário e a maioria relatou falta de água (36 – 67,9%), principalmente na zona rural (30 – 56,6%), sendo identificadas 1246 comunidades em isolamento devido à estiagem. Além disso, 50 (96,2%) dos municípios relataram percepção de piora na qualidade do ar por aumento no nível de fumaça devido as queimadas. A falta de insumos também foi mencionada, principalmente de medicamentos básicos (31 - 58,5%), hipoclorito (28 – 52,8%), alimentos (26 – 49,1%) e materiais básicos para atendimento clínico (24 – 45,3%). Em relação a assistência, 32 (60,4%) municípios relataram aumento no número de atendimentos nas unidades de saúde de doenças respiratórias e doenças diarreicas agudas, 18 (34%) mencionaram o aumento de atendimentos por desidratação. Tal estratégia auxiliou na tomada de decisão e no direcionamento das ações de vigilância e resposta à emergência da estiagem no estado do Amazonas em 2023.
UTILIZAÇÃO DE VBE NA DETECÇÃO DE ESP RELACIONADOS À CHUVAS INTENSAS, REGIÃO SUL, 2024
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Casaroto, V.S.1, Gusmão, J.O.2, Carvalho, S.S.S.D.1, Silva, M.M.N.1, Azevedo, M.A.1, Santos, C.N.1, Francisco, A.K.P.R.1, Tavares, J.B3, Freitas, D.R.C.1, Nienov, O.H.1
1 Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de Emergências em Saúde Pública, Coordenação Geral de Vigilância das Emergências em Saúde Pública, Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde
2 Fundação Oswaldo Cruz, Programas de Residência Multiprofissional em Saúde, Gestão de Políticas Públicas para Saúde
3 Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de Emergências em Saúde Pública, Coordenação Geral de Vigilância das Emergências em Saúde Pública, Coordenação de Gestão de Risco das Emergências em Saúde Pública, Programa de
Objetivo: Descrever a utilização da vigilância Baseada em Eventos (VBE) na detecção de potenciais eventos de saúde pública relacionados ao Centro de operações de emergências (COE) de Chuvas intensas na região sul durante 28 de abril a 15 maio de 2024.
Metodologia: Realizado estudo descritivo, utilizando medidas absolutas e relativas para descrever os dados. Criou-se um painel para busca de rumores no EIOS (Epidemic Intelligence from Open Source) com descritores: desastres naturais, migrantes, acidentes químicos, físicos, biológicos e nucleares, doenças transmissíveis e eventos relacionados a animais, delimitando geograficamente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Após triagem, os rumores foram inseridos em matriz de relevância e verificados em fontes oficiais para divulgação.
Resultado: Durante o estudo foram detectados 17800 rumores. Cerca de 14600 (82,02%) eram de veículos da América do Sul, e 16600 (93,25%) de agências de notícias da web. Trinta e quatro rumores foram considerados relevantes, 92% no RS e 8% em SC, classificados em 6 categorias: clima (10), danos do desastre (12), alertas de barragens (5), alertas de saúde (4), doenças e eventos (2), saúde de imigrantes (1). Foram produzidos oito clippings que subsidiaram discussões no COE, divulgados para 190 CIEVS e parceiros estratégicos, compondo uma atualização semanal do Comitê de Monitoramento de Eventos da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Conclusões: A estratégia de VBE permitiu detecção precoce e resposta ao evento, moldando ações para alerta e mitigação, fornecendo informações críticas e auxiliando no gerenciamento e tomada de decisão coordenada durante a emergência.