Programa - Comunicação Coordenada - CC2.7 - Desafios na Vigilância de Violências e outras Causas Externas
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
09:40 - 11:00
A CARGA DE QUEDAS NO BRASIL ENTRE 1990 E 2021: RESULTADOS DO GBD 2021
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Dimer, N.A.1, Ducan, B.B.1, Goulart, B.N.G.1
1 UFRGS
Objetivo: Analisar a variação da incidência, dos anos vividos com incapacidade (YLDs), dos anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALYs) e da mortalidade causadas por quedas no Brasil entre 1990 e 2021.
Métodos: Estudo de série temporal segundo o Global Burden of Disease Study (GBD) 2021 sobre quedas resultantes em assistência à saúde no Brasil. Incidência, mortalidade, YLDs e DALYs foram apresentadas por taxas brutas e padronizadas por idade por 100.000 habitantes, com intervalos de incerteza (II95%) dos anos 1990 e 2021.
Resultados: A taxa de incidência de quedas no Brasil diminuiu 0,28% entre de 1990 e 2021, chegando a 3582,16 (II95% 3171,94–4065,73) por 100.000 habitantes em 2021. Entretanto, a taxa de mortalidade aumentou 0,87%, chegando a 9,81 (II95% 8,79–10,43) por 100.000 habitantes em 2021. As taxas de incidência e mortalidade diminuíram em indivíduos mais jovens, mas aumentaram 0,14% e 0,58% respectivamente, em pessoas com 55 anos ou mais, sendo a taxa de incidência 3177,48 (II95% 2759,21 – 3616,10) e de mortalidade 41,18 (II95% 36,12 – 44,23) em 2021. As quedas foram a segunda principal causa de DALYs por lesões, responsáveis por 1,76% (II95% 1,54–2,00) do total de DALYs e a principal causa de YLDs por lesões no Brasil em 2021.
Conclusões: As taxas de incidência e mortalidade diminuíram entre os mais jovens, entretanto, aumentaram entre pessoas acima de 55 anos. Dado o envelhecimento populacional e o impacto das quedas na população idosa, o ônus das quedas no Brasil é crescente, evidenciando a importância de medidas de preventivas.
MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS DE INTENÇÃO INDETERMINADA NAS REGIÕES DO BRASIL, 2012-2021
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Oliveira, L. R.1, Sá, E.A.S1, Jesus, M.B.1, Silva, H.T.2, Melanda, F.N.1
1 ISC-UFMT
2 ICET-UFMT
Objetivo. Analisar a mortalidade por Causas Externas de Intenção Indeterminada (CEI) no Brasil e nas regiões brasileiras. Métodos. Estudo descritivo que incluiu todos os óbitos por causas externas (CE) registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) entre 2012 e 2021. Foram calculadas as proporções e a variação percentual de cada grupo de causa, e analisada a tendência das proporções de CEI pelo método de Prais-Winsten. Resultados. No Brasil, entre 2012 e 2021, os óbitos por CEI representaram 7,8% das CE. Maiores proporções foram encontradas nas regiões Sudeste (12,9%) e Nordeste (7,2%), com elevação a partir de 2019 em todas as regiões do país. A maior variação do percentual de óbitos por CEI, no período, foi encontrada na região Centro-Oeste (124,4%) seguida pela Sudeste (69,4%). Assim como no Brasil, tais regiões apresentaram tendência crescente das proporções de mortes anuais por CEI enquanto para as demais regiões a tendência foi estacionária. Conclusões. Considerando a importância da informação para a implementar ações de prevenção de acidentes e violências, os resultados deste estudo apontam para a necessidade de aprimorar os dados do SIM referentes às mortes por causas externas e a implementação de estratégias mais eficazes em algumas regiões brasileiras
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE VIGILÂNCIA DE VIOLÊNCIA: A EXPERIÊNCIA NO ESPÍRITO SANTO, 2024
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Cupertino, E.G.F.1, Martins, A.D.1, Duarte, G.A.P.1, Silva, N.M.B.P.1, Borges, J.A.1, Amaral, B.P.1, Machado, R.A.A.1
1 Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo - SESA/ES
Trata-se de um relato de experiência de produção e aplicação de um instrumento de estimativa breve das capacidades municipais de vigilância das violências interpessoais/autoprovocadas (VIVA/ES) do Estado do Espírito Santo. O objetivo é descrever a produção do instrumento, aplicação e avaliação de todo o processo de investigação até o momento. Buscou-se um instrumento validado de avaliação da VIVA na literatura, mas restou fracassada. No entanto, dois textos publicados pela Editora Fiocruz em um e-book organizado por NJAINE, K. et al, 2020, serviram de sustentação teórica para que a VIVA-ES estruturasse seu próprio instrumento. O protótipo foi apresentado às referencias Regionais de Saúde e a três municípios de regiões diferentes, visando conhecer a aplicabilidade e exequibilidade da avaliação a partir do instrumento. Na sequência, apresentou-se o instrumento ao Laboratório de Estudo e Pesquisa em Violência, Saúde e Acidentes da Universidade Federal do Espírito Santo/Ufes. Todas as contribuições foram acolhidas com vistas ao aperfeiçoamento do instrumento. A aplicação ocorreu por meio de entrevista presencial e/ou online e as respostas colhidas em formulário padrão google forms disponível para uso gratuito. O instrumento contem 13 blocos de perguntas que buscam identificar o município, a equipe, lotação da VIVA local, estrutura física, serviços já instalados, entre outros. Até o momento, três das quatro regiões de saúde estão finalizando a coleta de dados com 100% de adesão municipal. Conclui-se que o instrumento permite uma visão geral da situação da VIVA, mesmo que o processo tenha suscitado adaptação da metodologia ao incluir entrevista e formulários on line
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Blumrich, L.1, Ferraro, A. A.1
1 FMUSP
Objetivos: Analisar quantitativamente a produção científica sobre violência contra a mulher no Brasil indexada internacionalmente, e identificar tendências e lacunas. Métodos: A base de dados Web of Science Core Collection foi utilizada para identificação da literatura, utilizando estratégia de busca que incluía os conceitos de violência por parceiro íntimo, violência contra a mulher, violência doméstica e violência de gênero. Comparações entre esses corpos de pesquisa e uma análise bibliométrica dos resultados foram realizadas com os softwares Bibliometrix e VOSviewer. Resultados: Foram encontrados 1357 artigos. 35% dos artigos estavam na categoria de Saúde Pública, seguida de Enfermagem (15%) e Psiquiatria (4,3%). As colaborações internacionais foram mais frequentes com Estados Unidos, Inglaterra e Canadá. A produção científica mais que dobrou no ano de 2019, e o volume de publicações anuais permaneceu elevado nos anos seguintes. A imensa maioria dos artigos foi publicada em revistas nacionais, e a maior parte das citações desses artigos foi feita por pesquisadores dos Estados Unidos, Brasil e Inglaterra, em ordem decrescente. A literatura citante se concentrou nas áreas de Saúde Pública (26,1%) e Psiquiatria (11,4%). Comparação entre as palavras-chave para classificação da violência sugerem diferentes tendências temporais e temáticas de estudo. Conclusões: O número de publicações anuais sobre violência contra a mulher cresceu expressivamente, e maior parte dessas publicações ocorreu em revistas brasileiras. Apesar disso, o país é responsável por 3% da produção sobre violência contra a mulher indexada na plataforma, e esses artigos demonstram grande penetrância internacional.