Programa - Comunicação Coordenada - CC2.18 - Vacinação no Brasil 1
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
17:00 - 18:20
PREVALÊNCIA DE HESITAÇÃO VACINAL CONTRA COVID-19 NO PIAUÍ: INQUÉRITO DE BASE POPULACIONAL
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Mascarenhas, M. D. M.1, Moura, A. L. C.1, Feitosa, A. L. M.1, Melo, A. S.1, Bezerra, B. L.1, Lima, C. N.1, Sousa, C. C. M.1, Mesquita, C. F. B.1, Silva, F. B.1, Santos, F. A. C.1, Fernandes, L. O.1, Rodrigues, M. T. P.1, Alves, N. S.1, Silva, N. R. F.1
1 UFPI
Objetivo: Descrever a prevalência de hesitação ao uso da vacina contra a covid-19 no Piauí, Brasil. Métodos: Estudo transversal analítico de base populacional, realizado de março a novembro de 2022. A seleção da amostra foi realizada em três estágios (estrato, setores censitário e domicílio) com residentes de domicílios particulares da zona urbana de Teresina e outros 23 municípios piauienses. Calcularam-se as prevalências (frequências ponderadas), intervalos de confiança de 95% (IC95%) e teste do qui-quadrado de Pearson para verificar associação entre as variáveis independentes e o desfecho (p<0,05), no programa STATA (versão 16.1). Resultados: Foram entrevistados 2.065 indivíduos com 5 ou mais anos de idade. A prevalência de hesitação vacinal foi de 3,6% (IC95% 2,2-5,8), sendo estatisticamente maior entre pessoas de 5 a 17 anos de idade (12,5%; IC95% 6,4-22,9), com escolaridade até ensino fundamental (6,8%; IC95% 3,7-12,1), renda familiar de até 2 salários-mínimos (4,5%; IC95% 2,5-7,9) e entre os que receberam benefício do governo federal (4,7%; IC95% 2,6-8,3). Não houve diferença estatística segundo local de residência (capital vs. interior), sexo, raça e acesso a plano de saúde. Conclusões: A prevalência de hesitação vacinal no Piauí foi considerada baixa, porém revela a existência de grupos potencialmente mais resistentes à aceitação da vacina de maneira mais abrangente, o que pode comprometer as políticas públicas de prevenção da Covid-19.s à aceitação da vacina de maneira mais abrangente, o que pode comprometer as políticas públicas de prevenção da covid-19.
O EFEITO DA VACINAÇÃO NA PROTEÇÃO DAS CONDIÇÕES PÓS-COVID
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Moreira, R. S.1, Ferreira, R. C. G.2, Pontes, B. M. L. M.3, Pedi, V. D.4, Batista, K. B. C.5, Henriques, C. M. P.4, Silva, E. T.4, Oliveira, M. V. F.3
1 Fiocruz e UFPE
2 Fiocruz Pernambuco
3 Universidade de Brasília - UnB
4 Fiocruz Brasília
5 FCMSCSP
Objetivos: Verificar o impacto da vacinação na proteção contra as condições pós-COVID, analisando os fatores associados à persistência de sintomas. Métodos: Estudo transversal com uma amostra de pessoas adultas brasileiras infectadas pelo SARS-CoV-2, com dados coletados entre 14/março e 14/abril de 2022, por um questionário online que abordou aspectos sociodemográficos, histórico de saúde e resultados laboratoriais, acesso a tratamentos, entre outros. Foram analisados indivíduos com diagnóstico confirmado de COVID-19 por RT-PCR. Casos de condições pós-COVID incluíram indivíduos que relataram não ter se recuperado totalmente após três meses da fase aguda, segundo critérios da OMS. Variáveis como gênero, escolaridade, renda familiar, status vacinal, entre outras, foram analisadas usando teste Qui-quadrado e regressão logística para identificar associações com a persistência de sintomas. Resultados:Foram incluídos 1.227 indivíduos, dos quais 54,4% relataram condições pós-COVID. A maioria dos respondentes era do gênero feminino (84,5%), com idade de 39 anos ou mais (51,5%). Em relação à vacinação, 55,3% estavam vacinados contra a COVID-19. Indivíduos não vacinados tinham 36,53 vezes mais chances de desenvolver condições pós-COVID (p < 0,001), e mulheres tinham 2,02 vezes mais chances (p = 0,003). A menor renda familiar também esteve associada a uma maior prevalência de condições pós-COVID. Conclusão: Indivíduos vacinados apresentaram menor prevalência de sintomas persistentes, indicando que a vacinação não só previne formas graves da COVID-19, mas também reduz o risco de complicações a longo prazo. Fatores sociodemográficos influenciam significativamente a ocorrência de condições pós-COVID, destacando a necessidade de políticas de saúde que considerem essas disparidades.
ANÁLISE DAS DESIGUALDADES NA COBERTURA VACINAL DA COVID-19 NO BRASIL
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Silva, A. B. O1, Silva, L. M.1, Maia, L. T. S.1
1 UFPE
OBJETIVO: Analisar a evolução e as desigualdades na cobertura vacinal contra a Covid-19 nos estados brasileiros entre os anos de 2021 e 2022. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo e ecológico, sendo analisadas as taxas de cobertura vacinal contra a Covid-19 dos estados nordestinos em três recortes temporais, levando em consideração a data de alcance da cobertura do esquema vacinal completo na população geral dos estados nos percentuais de 25%, 50% e 75%. Os estados foram agrupados em clusters segundo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a renda per capita. Para mensuração das desigualdades foram empregadas medidas simples (diferença e razão) e complexas de desigualdades (Índice de concentração – CIX). RESULTADOS: Nos três períodos estudados, o Índice de Concentração (CIX) foi estatisticamente significativo (p-valor < 0,005), indicando maior cobertura vacinal nos estados com melhor IDH e maior renda. Com o aumento da cobertura vacinal, apesar de as diferenças permanecerem significativas, a magnitude das desigualdades diminuiu. CONCLUSÕES: Os dados mostram que a evolução e o acesso à vacinação contra a Covid-19 ocorreram de forma desigual, mesmo com a oferta exclusiva pelo Sistema Único de Saúde e a priorização de grupos específicos. Isso destaca a necessidade de ações voltadas para a redução das iniquidades em saúde.
CONFIANÇA DA POPULAÇÃO E PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Araújo, J.F.1, Massote, A. W.2, Abreu, D.M.X3, Rezende, C.N.1, Rocha, H.A.4, Falcão, K.5, Alvares, F.A.C.5, Girardi, S.N.1, Campos, F.R.3
1 EPSM/NESCON/UFMG
2 ESP-MG
3 NESCON/UFMG
4 DMPS/UFMG
5 CONASEMS
Objetivos
Este estudo propõe avaliar a confiança da população brasileira e dos profissionais de saúde atuantes nas salas de vacina em unidades básicas de saúde (UBS) no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil
Métodos
Trata-se de dois surveys realizados por Entrevistas Telefônicas Assistidas por Computador (ETAC), realizados entre agosto e setembro de 2023 direcionado a profissionais atuantes em salas de vacina de UBS, aplicada em uma amostra aleatória de municípios, estratificada por região geográfica e porte populacional, com 1.026 respondentes; e outro realizado com uma amostra aleatória da população adulta, estratificada por Unidade da Federação, com 2.630 entrevistados.
Resultados
Entre os profissionais há alta confiança nas recomendações do PNI e alta concordância de que as vacinas utilizadas no Brasil são seguras e eficazes. Para 97,1% o sistema regulatório brasileiro (ANVISA) é seguro e trabalha de forma eficaz. Para 66,7% dos profissionais entrevistados, as constantes faltas de vacinas podem desacreditar o PNI. Entre a população adulta há um alto percentual de concordância com as afirmativas que expressam confiança nas vacinas, no PNI e na operação das ações de imunização. Para 19,1% dos entrevistados, as vacinas disponibilizadas pelo setor privado são mais confiáveis que as do SUS. Entretanto, esse percentual aumenta para 57% dos entrevistados sem renda ou que ganham até 1 salário mínimo.
Conclusões
A população adulta e os profissionais de saúde entrevistados demonstram confiança no PNI como operador das ações de vacinação. A população manifesta confiança nos profissionais que prescrevem, informam e aconselham sobre vacinas.
COBERTURA VACINAL E HESITAÇÃO
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Barata RB1, França, AP1, Guibo, IA1, Munhoz, G1, Domingues, C2, Teixeira, MG3, Moraes, JC1
1 FCMSCSP
2
3 ISC/UFBA
No Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal 2020 foram estudadas as coberturas vacinais com doses válidas e possíveis razões para as quedas recentes na cobertura, em crianças nascidas em 2017-2018, residentes na zona urbana das capitais, DF e 12 cidades do interior.
Os setores censitários foram classificados em quatro estratos socioeconômicos e amostra representativa foi obtida. Foram incluídas 37801 crianças. As mães foram entrevistadas e as cadernetas de vacinação foram fotografadas.
Apenas 19 mães decidiram não vacinar as crianças e 920 selecionaram vacinas, mas mesmo nesses casos algumas crianças apresentaram cobertura completa (7,2 e 25,3). A cobertura para todas as crianças da mostra foi 44,2. Para as mães que referiram hesitação, considerando intenção e/ou percepção, a cobertura foi de 44,6. A hesitação foi menor entre as mães dos estratos socioeconômicos melhores, com maior escolaridade e renda familiar e que usaram serviços privados para vacinar. As coberturas para famílias que relataram dificuldades de acesso foi 35,2 e para as que referiram problemas do programa, 44,2. Os motivos mais associados a cobertura incompleta foram: acreditar que vacinas fazem mal à saúde (RR=3,66), decisão de não vacinar/ selecionar vacinas (RR=1,32), pensar que vacinas não contribuem para a saúde de outras crianças no bairro (RR=1,21), perda da caderneta (RR=1,26), falta de dinheiro (RR=1,69), não saber quando levar a UBS (RR=1,19). Os impactos desses motivos na cobertura completa variaram entre 13,7% (perda de documento) a 40,9% (falta de dinheiro). Há vários fatores diferentes determinando a queda das coberturas vacinais nas crianças brasileiras.