Programa - Comunicação Coordenada - CC2.20 - Relação Animal Ambiente
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
17:00 - 18:20
SOROTERAPIA DOS ENVENENAMENTOS OFÍDICOS NO BRASIL (2008-2022)
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Brito, M.1, Almeida, A. C. C.1, Mise, Y. F.1
1 Instituto de Saúde Coletiva - UFBA
Objetivos: Estudar o uso da soroterapia no tratamento do ofidismo no Brasil, 2008-2022. Métodos: Estudo descritivo com dados de ofidismo notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2008 a 2022. Para avaliar o tratamento, criou-se a variável “Soroterapia”, combinando-se dados de ampolas utilizadas no tratamento, tipo de serpente e gravidade. Essa variável foi categorizada em: Correta (aplicação de ampolas de soro totalmente compatíveis com o envenenamento); Parcialmente Correta (aplicação de pelo menos uma ampola de soro compatível e uma ampola de soro incompatível com o acidente); Incorreta (uso de ampolas totalmente incompatíveis com o acidente) e Sem Soro (sem aplicação de ampolas de soro). Estimou-se frequências absolutas e relativas da Soroterapia, por triênio (T1:2008-2010/ T2:2011-2013/ T3:2014-2016/ T4:2017-2019/ T5:2020-2022), gravidade e tipo de serpente. Estimou-se variação proporcional no período (VP). Resultados: Foram notificados 443.341 acidentes ofídicos no país. A maioria foi tratada adequadamente, com soro apropriado para o tipo de serpente e gravidade (86,7%). 0,1% dos acidentados receberam tratamento parcialmente correto e 2,0% tratamento incorreto. A VP evidenciou decréscimo proporcional no uso apropriado da soroterapia para a maioria dos envenenamentos observados. A ausência de soroterapia em casos graves apresentou aumento proporcional para todas as serpentes (Bothrops: VP=115,4% (T1:3,0%/ T5:6,4%); Crotalus: VP=133,6% (T1:4,5%/ T5:10,6%); Lachesis: VP=100,0% (T1:7,1%/ T5:14,3%) e Elapidae: VP=211,6% (T1:6,9%/ T5:21,6%). Conclusões: A qualidade do tratamento evoluiu com piora ao longo dos triênios e muitas pessoas ainda são tratadas incorretamente ou não recebem soro algum, colocando em risco a vida desses acidentados.
PREVALÊNCIA DO ATENDIMENTO TARDIO EM ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NO BRASIL (2007-2020)
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Brito, M.1, Almeida. A. C. C.1, Mise, Y. F.1
1 Instituto de Saúde Coletiva - UFBA
Objetivos: Analisar o tempo transcorrido do acidente ao atendimento médico do escorpionismo por município brasileiro, de 2007-2020. Métodos: Estudo agregado descritivo com microdados das notificações de escorpionismo no Brasil, 2007-2020, provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), considerando campos “Tempo Decorrido Picada/Atendimento” e “Município de Ocorrência do Acidente”. Municípios criados após 2007 e códigos inválidos foram desconsiderados. Análises foram realizadas no STATA 16 e mapas no TabWin 4.14. Resultados: Entre 2007-2020, foram notificados 1.078.357 casos de escorpionismo no Brasil. Destes, 55,1% (N=593.955) chegaram ao atendimento entre 0h-1h, 24,4% (N=262.607) entre 1h-3h e 13,2% (N=142.748) em mais de 3h. Em 7,3%(N=79.047) dos casos, o tempo até o atendimento foi desconhecido. Em 220 municípios, 100% dos atendimentos ocorreram entre 0h-1h, a maioria da região Sul (59,5%), seguida pelo Sudeste (19,1%). Quanto aos atendimentos que ultrapassaram 3h, a região Norte apresentou 28,2% dentre 103 municípios com todos os acidentados atendidos nesse intervalo de tempo, ficando atrás apenas da região Sul (42,7%). Conclusões: Barreiras de acesso referentes ao atendimento precisam urgentemente serem superadas, uma vez que a celeridade é um fator crucial no tratamento, que se agrava conforme o passar do tempo. Essa condição é ainda mais expressiva em crianças, que estão expostas a um maior risco de evolução para o óbito. A redução do tempo até o atendimento é uma dimensão que, junto ao manejo ambiental/sanitário e readequação da distribuição da soroterapia, são essenciais para o enfrentamento ao escorpionismo no Brasil.
PESQUISA DE FLEBOTOMÍNEOS ASSOCIADOS À LEISHMANIOSE VISCERAL NUMA ÁREA DO RIO DE JANEIRO
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Rocha, N. M.1, Maciel, C. J. V. G.1, Medeiros, R. B.1, Virgens, L. P. G.1, Fonseca, M. N.1, Silva, S.1, Nascimento, L. R.1, Ribeiro, H. M.2
1 DVS CAP 3.2/ SMS-Rio
2 IESC/ UFRJ
Objetivos: Descrever a operacionalização do levantamento de flebotomíneos relacionados à transmissão da Leishmaniose Visceral (LV) pela Divisão de Vigilância em Saúde da Área Programática (AP) 3.2 do município do Rio de Janeiro, como projeto piloto da Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde.
Métodos: Relato de experiência sobre a instalação de 30 armadilhas luminosas em 14 dos 19 estratos da AP 3.2 no período entre 08 de agosto e 25 de novembro de 2022. Excluídos do levantamento cinco estratos com presença confirmada do flebotomíneos por capturas anteriores mediante casos humanos e caninos de LV. Selecionados cinco domicílios por estrato, investigados por três dias seguidos com duas armadilhas cada. Recolhia-se as armadilhas a cada dia e transportava-se para o laboratório entomológico de referência do município ao final de cada semana. Elaborou-se planilha eletrônica para organização dos dados referentes à instalação, condições de execução, endereço e datas de cada procedimento.
Resultados: Identificados dois novos estratos cujas armadilhas apresentaram a presença de flebotomíneos e, somados aos cinco estratos sabidamente positivos anteriores ao levantamento, a área configura circulação de flebótomo em 36,8% da AP 3.2.
Conclusões: A AP 3.2 historicamente representa a área do município com a maior prevalência de casos de LV e através do levantamento de flebotomíneos foi possível evidenciar a sua presença em diferentes estratos no território, caracterizando-a como um ambiente com transmissibilidade para LV e indicando a necessidade de desenvolver estratégias capazes de controlar e eliminar focos causadores da sua proliferação.
USO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NA VIGILÂNCIA AMBIENTAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Alves, M.M.R.1, Vasconcelos, A.M.1, Santos, V.P.1, Albuquerque, A.V.T.1, Lima, S.K.D.1, Ramos, R.F.C.1, Silva, M.E.M.1, Lima, E.T.P.1, Silva, J.F.L.1
1 SMSBE
Objetivo: Descrever a utilização de ferramentas de tecnologias da informação (TI) pela vigilância ambiental, tencionando desenvolver e aprimorar ações, atividades e estratégias de vigilância, controle e prevenção às zoonoses na cidade de Vitória de Santo Antão-PE. Métodos: Para a elaboração dos materiais, foi utilizada a ferramenta Planilhas Google, mapeamento de áreas utilizando o My Maps e realização de telefonemas, no período de novembro de 2023 a maio de 2024. As planilhas caracterizaram-se pelo cadastro dos responsáveis e animais, com informações de endereço, número de animais em tratamento, altas, abandonos de tratamento e óbitos; ainda, a planilha foi alimentada com solicitações para vacinação antirrábica e visitas para esporotricose, a partir dos quais foram elaborados gráficos e estatísticas. Diante dos dados pessoais supracitados, foi construído o mapeamento das áreas, no qual foram inseridos os números de casos por bairro, avaliando áreas rurais e urbanas. A realização de telefonemas foi utilizada no acompanhamento dos casos e recuperação dos animais com status de abandono. Resultados: Pela planilha foi possível obter um total de 371 casos, 160 abandonos, 46 altas, 21 óbitos, 137 animais em tratamento, 4 cancelamentos e 3 desaparecimentos, quanto ao mapeamento municipal, através do My Maps foram identificadas as localidades com maiores incidências. Conclusões: As ferramentas de TI possibilitam o armazenamento, criação, compartilhamento e interpretação de informações, visando à assertividade por planilhas, mapeamento de áreas e meios telefônicos. Através dos dados foi realizado planejamento estratégico e traçados perfis epidemiológicos de doenças de caráter zoonótico no município.